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– Protrusão; Extravasamento; Abaulamento com propulsão; Abaulamento aos esforços; Tumoração protusa e retrátil; Nodulação redutível. Hérnias em geral são caracterizadas pela protrusão de um órgão ou do seu revestimento através da parede ou cavidade que deveria contê-lo. A maior parte das hérnias são ASSINTOMÁTICAS, e elas podem surgir em qualquer local do corpo! Hérnia encarcerada é uma etiologia comum para um abdome agudo obstrutivo; Na parede abdominal, podemos encontrar: hérnias epigástricas, umbilicais, lombares, ventrolaterais de Spiegel, incisionais e periestomais; Na região inguinofemoral, podemos encontrar: hérnias inguinais, femorais e obturatórias. ETIOLOGIA Crianças até 3 anos Congênitas + frequentes em RN pré termo e de baixo peso, sexo feminino, negros Comumente está associada com hipotireoidismo congênito ou Síndrome de Down Adultos até 40 anos Adquiridas ou congênitas não tratadas + frequente no sexo feminino e negros Comumente decorre de obesidade, gravidez, ascite, trauma, e outros estados que possam aumentar a pressão intra-abdominal QUADRO CLÍNICO Abaulamento da cicatriz umbilical, redutível ou não espontaneamente; Em pacientes magros é possível palpar o anel herniário! USG confirma o diagnóstico! Eventualmente podem encarcerar (não redutível) e evoluir com sofrimento vascular; Em casos de como esse, o quadro clínico se caracteriza como dor abdominal e abaulamento não redutível; Outras complicações na pele: úlceras, linfangite, eczema e infecção. TRATAMENTO ETIOLOGIA Caracteriza-se pela presença do saco herniário na região epigástrica (linha alba, acima do umbigo); Ocorre pelo aumento da pressão intra-abdominal, forçando a passagem do tecido adiposo pré-peritoneal; Pode ocorrer em ambos os sexos, sendo mais comum em homens, entre 18-50 anos. QUADRO CLÍNICO A maioria é assintomática, ou apresenta dor à palpação; Principal diagnóstico diferencial: DIÁSTASE DO RETO ABDOMINAL; USG faz o diagnóstico. TRATAMENTO Sempre cirúrgico! Simples correção do defeito na linha alba; É realizada uma incisão longitudinal, para que o saco e o anel herniário sejam identificados e corrigidos; Grandes falhas aponeuróticas, ou mais de uma hérnia, podem exigir o uso de tela! Principais complicações pós operatórias: infecção, seroma, deiscência e recidiva. ETIOLOGIA Caracteriza-se pela projeção do saco herniário através da linha semilunar ou pararretal externa, no nível da linha arqueada de Douglas Onde a bainha do reto abdominal muda de configuração e a aponeurose de Spiegel é mais larga; Infraumbilical! A região de Spiegel apresenta resistência menor; Mais comuns a partir dos 80 anos, com discreto predomínio em mulheres. – QUADRO CLÍNICO Clínica mal definida! Dor e abaulamento: mais comuns em longilíneos; Em geral, não é palpável no exame físico; USG dá o diagnóstico! TRATAMENTO Cirúrgico: inguinotomia ou incisão paramediana pararretal; Em defeitos muito grandes, ou tecidos debilitados, pode ser feito uso de tela para correção. ANATOMIA DA REGIÃO INGUINAL Logo abaixo da pele, encontramos duas camadas de tecido subcutâneo: fáscia de Camper (mais superficial, vascularizada e delicada) e a fáscia de Scarpa (mais profunda e espessa); Abaixo dessas camadas de tecido subcutâneo, encontramos apenas a aponeurose do oblíquo externo: LIMITE ANTERIOR DO CANAL INGUINAL; A bainha do reto abdominal é formada pela integração medial dos músculos: oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdome; O espessamento inferolateral da aponeurose do oblíquo externo constitui o ligamento inguinal; A aponeurose do oblíquo interno dá origem à fáscia cremastérica e ao músculo cremaster; O cordão espermático é formado por: músculo cremaster, canal deferente e vasos deferenciais, vasos cremastéricos, nervos ilioinguinal, ilio-hipogástrico e genitofemoral, e artérias e veias testiculares; Hérnias inguinais diretas: Surgem medialmente aos vasos epigástricos, no TRIÂNGULO DE HESSELBACH; Resultam de fraqueza do assoalho da região inguinal, especialmente em indivíduos que realizam grandes esforços físicos repetidamente. Hérnias inguinais indiretas: Surge lateralmente aos vasos epigástricos, no TRIÂNGULO DE HESSERT; Ocorre pela passagem de conteúdo abdominal através do anel inguinal interno. TRIÂNGULO DE HESSELBACH Medialmente: aponeurose do músculo reto abdominal; Lateralmente: ligamento inguinal; Superiormente: Vasos epigástricos. QUADRO CLÍNICO Abaulamento inguinal após esforço físico, que pode ou não ser reduzido espontaneamente; No exame físico deve-se palpar o anel inguinal interno e caracterizar se há ou não dilatação; A diferenciação entre hérnia inguinal direta e indireta não muda conduta!!! Quando o conteúdo herniado não é passível de redução espontânea ou manual, diz-se que a hérnia está ENCARCERADA; Se a hérnia encarcerada não for devidamente tratada, o conteúdo herniado pode apresentar sofrimento vascular, e diz-se que está ESTRANGULADA (apresenta sinais flogísticos, abaulamentos não redutíveis e dolorosos); CLASSIFICAÇÃO DE NYHUS I Hérnia indireta, com anel inguinal interno sem dilatação (ocorre em crianças, por persistência do conduto peritoneovaginal). II Hérnia indireta, com anel inguinal interno dilatado (parede posterior preservada). III A – Hérnia direta B – Hérnia indireta C – Hérnia femoral IV Hérnias recidivadas (Ocorrem no PÚBIS) A – Direta B – Indireta C – Femoral D - Mista HÉRNIA INGUINAL RECIDIVADA A recidiva da hérnia inguinal ocorre JUNTO AO PÚBIS; Fatores de risco para recidivada: Obesidade ou tabagismo Tosse Esforço mictório ou esforço evacuatório Massas, ascite Infecção do sítio cirúrgico Não devem ser feitas reduções manuais em hérnias encarceradas, devido a dor do procedimento e por não modificarem a conduta cirúrgica; Deve-se controlar os fatores de risco e reoperar o paciente com uma técnica cirúrgica diferente (Stoppa ou laparoscopia). TRATAMENTO Hérnia diagnosticada é hérnia operada; O tratamento não deve ser postergado, pelo risco de encarceramento; Tentativas de redução manual devem ser desencorajadas pela dor do procedimento e por não modificarem a conduta cirúrgica; O tratamento cirúrgico visa reestabelecer a anatomia da região inguinal após correção da hérnia; PRINCIPAIS TÉCNICAS: Bassini (sutura do tendão conjunto no ligamento inguinal); Shouldice (fechamento por planos com 4 linhas de sutura contínuas); Stoppa (via extraperitoneal, com colocação de tela); Lichtenstein (técnica de colocação de tela sobre a parede posterior do canal inguinal, fixada no pube, ligamento inguinal e tendão conjunto, reforçando a musculatura e corrigindo eventuais dilatações do anel inguinal interno, sem tensão). – Principal indicação da técnica de Stoppa: hérnias inguinais bilaterais e/ou recidivadas; Videolaparoscopia é uma opção atual e indicada principalmente em hérnias recidivadas; TÉCNICAS COM TENSÃO: Bassini, Shouldice e McVay TÉCNICAS SEM TENSÃO: Lichtenstein (padrão-ouro) REGIÕES CRÍTICAS ANATOMICAMENTE: Triângulo do desastre: região onde se encontram artéria e veia ilíacas externas, veia circunflexa profunda, ramo genital do nervo genitofemoral, e nervo femoral; Delimitada medialmente pelo ducto deferente, lateralmente pelos vasos gonadais, e inferiormente pelos vasos ilíacos externos; Triângulo da dor: região onde se encontram os nervos cutâneos femoral lateral e femoral anterior da coxa; Delimitada medialmente pelos vasos gonadais, lateralmente pelo trato ileopúbico, e inferiormente pela borda inferior da pele. COMPLICAÇÕES DAS HERNIOPLASTIAS Orquite isquêmica (dor e edema ipsilateral, diagnosticada por USG doppler, com tratamento conservador+ analgesia), inguinodinia (hiperestesia genital, com dor na face interna da coxa e bolsa escrotal/grandes lábios, com conduta conservadora também), hematoma, seroma e infecção na ferida operatória. ETIOLOGIA Resulta da projeção do saco herniário pelo trígono femoral, abaixo do ligamento inguinal; Mais comum no sexo feminino, 90% unilaterais, à direita; ANATOMIA DA REGIÃO FEMORAL O canal femoral limita-se lateralmente pela veia femoral, anteriormente pelo ligamento ileopúbico (de Thompson), e posteriormente pelo ligamento pectíneo (de Cooper); O tubérculo púbico forma o ápice do triangulo do canal femoral; ORIFÍCIO MIOPECTÍNEO DE FRUCHAUD: projeção dos triângulos de Hesset e de Hesselbach e do trígono femoral; Compreende todas as hérnias inguinofemorais!!! QUADRO CLÍNICO Semelhante ao da hérnia inguinal! TRATAMENTO CIRÚRGICO! Colocação de uma tela sobre o orifício de Fruchaud; Técnica de McVay: o tendão conjunto é suturado ao ligamento de Cooper, após abertura da fáscia transversalis. Hérnia em qualquer incisão! Protrusão de conteúdo abdominal por meio de áreas enfraquecidas na parede abdominal em virtude de intervenções cirúrgicas anteriores; ETIOLOGIA QUADRO CLÍNICO Abaulamento em área de cicatriz cirúrgica prévia; Possíveis complicações locais: escoriações, úlceras, encarceramento, obstrução intestinal, fístulas enterocutâneas; Fatores de risco (os mesmos de deiscência e falhas na cicatrização): infecção, desnutrição, estados de imunossupressão (diabetes, uso de corticoides, quimioterapia ou radioterapia), aumento da pressão intra- abdominal, técnica cirúrgica inadequada. TRATAMENTO IMINENTEMENTE CIRÚRGICO E PRECOCE; Hérnias com evolução arrastada podem evoluir com a chamada perca de domicílio do conteúdo herniado; A simples correção pode ser difícil, pelo paciente poder evoluir com restrição respiratória e síndrome compartimental abdominal; Em situações de emergência pode ser necessário enterectomias ou estomas; Evitar ressecções muito amplas! – LOMBARES Geralmente unilateral, à esquerda, sexo masculino e entre a 5ª e 7ª década de vida; Localização mais comum: triângulo lombar superior (quadrilátero de Grynfeltt); Tratamento cirúrgico. OBTURATÓRIA Protrusão visceral por meio do forame obturatório; Geralmente unilateral e à direita, mais comum em mulheres longilíneas acima dos 60 anos, com perda ponderal e multíparas; Principal sinal propedêutico: sinal de Howship-Romberg (dor no trajeto do nervo obturatório); Pode apresentar em seu conteúdo: ceco, apêndice, tuba, bexiga e ovário. POR DESLIZAMENTO E PARAESTOMAL Ocorrem quando um órgão interno compõe uma parte da parede do saco herniário; Vísceras mais comuns: cólon e bexiga. ESPECIAIS E EPÔNIMOS Hérnia de Richter: quando há pinçamento da parede lateral antimesentérica da alça; Hérnia de Littré: quando há divertículo de Meckel no conteúdo herniado; Hérnia de Amyand: quando, na hérnia inguinal, o apêndice cecal faz parte do conteúdo herniado e há o quadro de apendicite agudo; Hérnia de Garengeot: semelhante à hérnia de Amyand, mas quando ocorre em hérnia femoral. Infecção do sítio cirúrgico não contraindica a colocação de tela; NÃO REDUZIR hérnia encarcerada, EXCETO: Tempo < 2h Demora para ter acesso a um cirurgião; Hernioplastia laparoscópica apresenta melhor recuperação e menos recidiva; Hernioplastia laparoscópica: cobre todo o orifício miopectíneo de Fruchaud; URGÊNCIAS NO GERAL: Exploração local, avaliar o conteúdo e realizar hernioplastia; Explorar a cavidade somente se comprometida ou com contaminação fecal.
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