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9
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Mba em gestão pública 
Lucas Benjamim Barros de Moura
Polo de Araguaína - TO
Indicadores de sustentabilidade empresarial: uma ferramenta de gestão.
Resumo
A abordagem e a aplicação sustentável dos processos nas organizações transcende de forma extremamente necessária para a viabilidade, o sucesso e a preocupação com meio onde ela está inserida. Os resultados passam a estar intrinsecamente ligados aos impactos causados pelas empresas e a como ela irá garantir sua longevidade com indicadores positivos por meio do desenvolvimento sustentável na produção de bens e serviços.
Palavras-chave: Sustentabilidade; indicadores; desenvolvimento.
1 INTRODUÇÃO
De tamanha relevância, o tema da sustentabilidade surge e adentra na vida de pessoas e empresas com a proposta de preservar os recursos naturais de forma economicamente viável e com uma imensa preocupação com meio social. Fato é que pessoas e empresas perceberam que é preciso aliar o valor da preservação do meio onde se vive, com o foco na utilização de recursos naturais no futuro, para ampliar a perspectiva da capacidade de subsistência de seu habitat.
Este modelo que surge para traçar meios para um desenvolvimento ligado ao meio ambiente, tem sua forma estabelecida pela Comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD). “É a seguinte: ‘desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem suas próprias necessidades’” (BARBIERI, p. 30). 
O objetivo deste é: apresentar um retrato do conceito de desenvolvimento sustentável nas organizações empresariais, bem como apresentar a ferramenta dos indicadores de sustentabilidade para o auxílio ao planejamento e a ótica sob os resultados obtidos a partir das boas práticas de gestão baseado no tema da sustentabilidade. O trabalho também tem como pretensão revelar a importância de se investir em nas três áreas que abrangem sustentabilidade, a saber: econômica, social e ambiental; para valorar o conceito e auxiliar a difusão o mesmo no ambiente empresarial.
O presente artigo tem por objetivo apresentar o conceito de indicadores de sustentabilidade empresarial e verificar a presença destes nas empresas bem como os pontos em que foram investidos para que haja a efetiva aplicação do conceito à gestão empresarial.
2 DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE
Em todos os âmbitos tem-se a necessidade de se desenvolver. Isto a história tem nos mostrado desde a construção cognitiva do ser humano e de sua capacidade de indagar sobre a sua realidade onde vive e quais os meios racionais pode utilizar para alcançar determinado objetivo. Assim o mundo foi sendo moldado, cresceu, desenvolveu. O desenvolvimento hora arcaico, mensurado somente pela abstração sensível passa dar lugar à técnica na utilização de meios para atingir determinado patamar. Este desenvolvimento, galgado pela construção do conhecimento faz do homem um ser capaz criar outra realidade a partir daquela onde se encontra. 
Sendo o homem um ser pensante, desenvolve idéias e as testa na prática da vida. Busca coisas úteis, que tornem a vida melhor e mais confortável. Inventa armas para a caça e a pesca; faz cestas, para carregar coisas consigo; o arado, para cultivar a terra e semear; a cerâmica e os tijolos, para construir casas, aldeias e cidades. Enquanto não encontra explicação para o mundo, preocupa-se com o desenvolvimento de técnicas que funcionem [...] (ZILLES, p. 16).
Esta constante projeção de desenvolvimento é permeada por possibilidades de conquistas. No âmbito empresarial é preciso também verter a visão de se ter crescimento cada vez mais lucrativo, porém de forma responsável e consciente. Como salienta Barbieri (2012) a palavra desenvolvimento passa a ser utilizada para indicar os processos de melhoria das condições de vida da população de um país, de uma região ou de um local específico. 
A Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento traça sete objetivos para que o desenvolvimento aconteça de maneira coerente ao seu nobre significado. Sendo eles:
1. retomar o crescimento como condição necessária para erradicar a pobreza;
2. mudar a qualidade do crescimento para torna-lo mais justo, equitativo e menos intensivo em matérias-primas e energia; 
3. atender às necessidades essenciais para o emprego, alimentação, energia, água e saneamento;
4. manter um nível populacional sustentável;
5. conservar e melhorar a base de recursos;
6. reorientar a tecnologia e administrar os riscos; e
7. incluir o meio ambiente e a economia no processo decisório
.
A proposta é aliar desenvolvimento à sustentabilidade e sugerir o que passou a ser chamado de Desenvolvimento Sustentável
. O crescimento agora tange o “lucro pelo lucro” e vai ao encontro de propostas vinculadas à responsabilidade socioambiental. Agora o entorno empresarial aspira por soluções limpas, gestadas por pessoas que saibam o valor da preservação e do respeito às pessoas e à biodiversidade impactada diretamente pelos resultados das decisões tomadas em seu interior.
O Programa das Nações Unidas para o século XXI, que ficou mundialmente conhecido como Agenda 21, proporcionou para que fossem estabelecidos parâmetros que norteiam o desenvolvimento sustentável em seus aspectos econômico, social e ambiental. Assim, podemos destacar a seguinte proposta para as empresas. 
O comércio e a indústria, inclusive as empresas transnacionais, desempenham um papel crucial no desenvolvimento econômico e social de um país. Um regime de políticas estáveis possibilita e estimula o comércio e a indústria a funcionar de forma responsável e eficiente e a implementar políticas de longo prazo. A prosperidade constante, objetivo fundamental do processo de desenvolvimento, é principalmente o resultado das atividades do comércio e da indústria. As empresas comerciais, grandes e pequenas, formais e informais, proporcionaram oportunidades importantes de intercâmbio, emprego e subsistência. (Agenda 21. p. 387). 
As empresas também são orientadas a aderirem às propostas da Agenda 21 para, a partir dos problemas da atualidade, proporem soluções para o século, com compromissos políticos e ambientais. Uma reponsabilidade que requer a atenção de toda a sociedade para a melhoria da qualidade de vida e do uso devido dos recursos ambientais. “A partir desse momento, começa a existir de maneira globalizada uma preocupação no que diz respeito à Gestão Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável tanto por parte das entidades governamentais das organizações públicas e privadas como dos consumidores deste mercado global (OLIVEIRA FILHO, 2004, p. 6)”. 
Assim, para ficar claro para empresa as dimensões que englobam o conceito de desenvolvimento sustentável, se dará nos três aspectos já mencionados. Economicamente falando, espera-se que seja viável, buscando sempre rentabilidade do investimento aplicado. Quando foca a sociedade, deve levar em consideração boas condições de trabalho para seus colaboradores e o envolvimento com as demandas sociais que estão no seu entorno. No aspecto ambiental, há a necessidade de uma atenção à produção consciente, mais limpa e de uma cultura responsável em relação ao meio ambiente. 
O mais importante na abordagem das três dimensões da sustentabilidade empresarial é o equilíbrio dinâmico necessário e permanente que devem ter, e que tem de ser levado em consideração pelas organizações que atuam preferencialmente em cada uma delas: organizações empresariais (econômica), sindicatos (social) e entidades ambientais (ambiental). Deve ser estabelecido um acordo entre as organizações de tal modo que nenhuma delas atinha o grau máximo de suas reivindicações e nem o mínimo inaceitável, o que implica num diálogo permanente para que as três dimensões sejam contempladas de modo a manter a sustentabilidade do sistema. (DIAS, 2011. p. 45).
Então, o equilíbrio dinâmico se dá da seguinte forma.
Figura 1 - Equilíbrio Dinâmico da Sustentabilidade
3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EMPRESARIALA introdução do conceito de desenvolvimento sustentável nas organizações tem acontecido de maneira gradativa e constante. Assumir uma postura “ecoeficiente”
 e galgar horizontes em busca de uma forma de gestão inovadora e capaz de angariar resultados positivos a partir de uma visão eticamente estratégica voltada para o desenvolvimento sustentável. Como afirma Dias (2011), em 1992, na Conferência do rio de Janeiro, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, reuniu 48 membros de diversos países para elaborarem um documento sobre desenvolvimento sustentável voltado para o meio empresarial, denominado: “Mudança de rumo: uma perspectiva global do empresariado para o desenvolvimento e o meio ambiente”. Afirma o documento: “o mundo se move em direção à desregulação, às iniciativas privadas e aos mercados globais. Isto exige que as empresas assumam maior responsabilidade social, econômica e ambiental ao definir seus papéis e ações” (DIAS, 2011. p. 42).
O documento do Conselho Empresarial admite que o progresso em direção ao desenvolvimento sustentável é um bom negócio, pois consegue criar vantagens competitivas e novas oportunidades. No entanto, observa que isto exige “mudanças profundas e de amplo alcance na atitude empresarial, incluindo a criação de uma nova ética na maneira de fazer negócios” (Schmidheiny 1992, p. 12 apud Dias 2011, p. 42).
No Brasil, uma boa referência que pode ser tomada como ponto de partida para a aplicação de meios sustentáveis de gestão, foi a proposta feita pela Conferência Nacional da Indústria (CNI) em 1998. Para Dias (2011) a proposta é difundir a relação entre meio ambiente e economia e associar os dois pontos com interação dos mesmos no empresariado. 
DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS DA INDÚSTRIA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1. Promover a efetiva participação pró-ativa do setor industrial, em conjunto com a sociedade, os parlamentares, o governo e organizações não governamentais no sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regulamentos e padrões ambientais. 
2. Exercer a liderança empresarial, junto à sociedade, em relação aos assuntos ambientais. 
3. Incrementar a competitividade da indústria brasileira, respeitados os conceitos de desenvolvimento sustentável e o uso racional dos recursos naturais e de energia. 
4. Promover a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas de gerenciamento ambiental, saúde e segurança do trabalho nas empresas. 
5. Promover a monitoração e a avaliação dos processos e parâmetros ambientais nas empresas. Antecipar a análise e os estudos das questões que possam causar problemas ao meio ambiente e à saúde humana, bem como implementar ações apropriadas para proteger o meio ambiente. 
6. Apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e permanente dos trabalhadores e do comprometimento da supervisão nas empresas, assegurando que os mesmos tenham o conhecimento e o treinamento necessários com relação às questões ambientais. 
7. Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o objetivo de reduzir ou eliminar impactos adversos ao meio ambiente e à saúde da comunidade. 
8. Estimular o relacionamento e parcerias do setor privado com o governo e com a sociedade em geral, na busca do desenvolvimento sustentável, bem como na melhoria contínua dos processos de comunicação. 
9. Estimular as lideranças empresariais a agirem permanentemente junto à sociedade com relação aos assuntos ambientais. 
10. Incentivar o desenvolvimento e o fornecimento de produtos e serviços que não produzam impactos inadequados ao meio ambiente e à saúde da comunidade. 
11. Promover a máxima divulgação e conhecimento da Agenda 21 e estimular sua implementação.
Fonte: CNI (2002, p. 24).
A exposição de cada ponto acima colocada pela CNI, pode garantir que as empresas, indústria, comércio e serviços, estão munidos de ferramentas que possibilitem uma gestão aproximada à preocupação ambiental. Para que as organizações possam contribuir para a sustentabilidade devem modificar seus processos produtivos, quando for necessário, para se tornarem ecologicamente sustentáveis.
A penetração do conceito de desenvolvimento sustentável no meio empresarial tem se pautado mais como um modo de empresas assumirem formas de gestão mais eficientes, como práticas identificadas com a ecoeficiência e a produção mais limpa, do que uma elevação do nível de consciência do empresariado em torno de uma perspectiva de um desenvolvimento econômico mais sustentável. Embora haja um crescimento perceptível da mobilização em torno da sustentabilidade, ela ainda está mais focada no ambiente interno das organizações, voltada prioritariamente para processos e produtos. É um grande avanço, sem dúvida nenhuma, tomando-se como marco o ano de 1992; mais ainda falta muito para que as empresas se tornem agentes de um desenvolvimento sustentável, socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto (DIAS, 2011. p. 43).
Produzir bens e serviços sem produzir poluentes acaba se tornando uma barreira densa entre o lucro e o desenvolvimento sustentável. Todos os congressos nacionais e internacionais, bem como leis e decretos impostos para a preservação ambiental, orientando para que sejam utilizados recursos que apropriem adequadamente a produção ao meio ambiente. “Por isso, em 1990, o Pnuma criou a ideia de produção mais limpa (PmaisL). De acordo com o Pnuma, já está na hora de as empresas se livrarem dos equipamentos que só conseguem “segurar” a poluição” (CURI, 2011. p. 35)”. 
No Brasil houve uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e da Federação Brasileira de Bancos, para o incentivo aos empreendimentos preocupados com o meio ambiente. A ideia é financiar apenas projetos empresariais que se enquadram na legislação ambiental e que proponham ações que respeitam a holística do seu entorno.
Em abril de 2009, os bancos privados através da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) assinaram protocolo de intenções com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) aderindo ao Protocolo Verde. De acordo com o protocolo, linhas de financiamento só serão liberadas para empresas empenhadas em desenvolver políticas socioambientais. E empresas e empreendimentos que dependem de financiamento bancário para suas atividades econômicas terão, a partir daquela data, que comprovar que estão em desenvolver políticas socioambientais, ou seja, respeito aos direitos humanos e trabalhistas, preservação da biodiversidade, valorização da diversidade das culturas locais, redução da pobreza e da desigualdade na distribuição de renda (DIAS, 2011. p. 48).
Evidente que o que está em jogo são os impactos ambientais causados pelas empresas e a resposta que estas estão dando para o potencial problema. Percebe-se que é possível pensar sustentabilidade na produção e apresentar isto em indicadores que apresentam em números os investimentos feitos à responsabilidade sócioambiental. Indicadores que podem dar apoio ao planejamento estratégico da organização para que a organização continue a posicionar seu empreendimento de forma ecoeficiente, garantindo sempre rentabilidade e fortalecendo sua imagem a partir do cuidado com o meio onde se situa. Dar índices ao que se é investido em sustentabilidade e ver o retorno positivo que este pode dar à organização dá margem ao sucesso à esta visão.
4 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
A formulação de indicadores de sustentabilidade aparece como uma ferramenta de grande importância para a gestão empresarial. No Brasil, assim como afirma o IBGE (2012), integra-se ao conjunto de esforços internacionais para concretização das ideias e princípios formulados na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, no que diz respeito à relação entre meio ambiente, sociedade, desenvolvimento e informações para a tomada de decisões. 
Indicadores são ferramentas constituídas por uma ou mais variáveis que, associadas através de diversas formas, revelam significados mais amplos sobre os fenômenos a que se referem.Indicadores de desenvolvimento sustentável são instrumentos essenciais para guiar a ação e subsidiar o acompanhamento e a avaliação do progresso alcançado rumo ao desenvolvimento sustentável. Devem ser vistos como um meio para se atingir o desenvolvimento sustentável e não como um fim em si mesmos. Valem mais pelo que apontam do que pelo seu valor absoluto e são mais úteis quando analisados em seu conjunto do que o exame individual de cada indicador (IDS – IBGE, 2012, p. 11).
Nesta perspectiva, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, interessado em possibilitar à sociedade informações reais sobre a realidade do país, dá continuidade à uma série de informações acerca de indicadores de sustentabilidade iniciada em 2002 e propõe subsidiar e munir à sociedade de meios para permear um melhor planejamento estratégico com o retrato sustentável do país. Para tanto será tomado como base a publicação dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – Brasil 2012 do IBGE. Esta edição, assim como as demais, tem como orientação as recomendações da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável - CDS (Commission on Sustainable Development - CSD) da Organização das Nações Unidas - ONU, com adaptações, quando necessário, às nossas especificidades.
A publicação dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do IBGE – Brasil 2012, abrangem as dimensões ambiental, social, econômica e institucional apresenta dados coletados em todo país a partir destas. As informações relacionadas a cada dimensão a partir deste instrumento de mensuração lança o desafio da construção do desenvolvimento sustentável. 
O conjunto de indicadores selecionados representa uma mostra de informações disponibilizadas pelo IBGE e por outras instituições, que possuem uma base estatística sólida, e cuja reunião está dirigida a subsidiar o debate sobre o desenvolvimento e as características da sustentabilidade em nosso País. Longe de pretender exaurir o tema, deseja estimular a emergência de novas demandas, a identificação de novos parceiros na produção de informações e a construção de novas abordagens que subsidiem a conquista do desenvolvimento sustentável. O IBGE dispõe de numerosas informações estatísticas, que permitiriam a construção de muitos indicadores relevantes e ampliariam as possibilidades de avaliação do desenvolvimento sustentável, especialmente no que diz respeito às questões econômica e social. Entretanto, a concepção norteadora do trabalho é a de limitar-se a um conjunto de indicadores capazes de expressar as diferentes facetas da abordagem de sustentabilidade da forma mais concisa possível (IDS – IBGE, 2012. p. 12). 
Ao todo são 62 indicadores contidos no IDS que possibilitam a análise em parâmetros específicos conforme a urgência encontrada pelo IBGE. Todos seguindo as dimensões acima citadas. 
A dimensão ambiental diz respeito ao uso dos recursos naturais e à degradação ambiental, e está relacionada aos objetivos de preservação e conservação do meio ambiente, considerados fundamentais para a qualidade de vida das gerações atuais e o benefício das gerações futuras. Estas questões aparecem organizadas nos temas atmosfera; terra; água doce; oceanos, mares e áreas costeiras; biodiversidade e saneamento. (IDS – IBGE, 2012. p. 13).
A dimensão social corresponde, especialmente, aos objetivos ligados à satisfação das necessidades humanas, melhoria da qualidade de vida e justiça social. Os indicadores abrangem os temas população; trabalho e rendimento; saúde; educação; habitação e segurança. Eles procuram retratar o nível educacional, a distribuição da renda, as questões ligadas à equidade e às condições de vida da população, apontando o sentido de sua evolução recente. (IDS – IBGE, 2012. p. 13).
A dimensão econômica trata de questões relacionadas ao uso e esgotamento dos recursos naturais, bem como à produção e gerenciamento de resíduos, uso de energia, e sua ligação com o desempenho macroeconômico e financeiro do País. É a dimensão que se ocupa da eficiência dos processos produtivos e das alterações nas estruturas de consumo orientadas a uma reprodução econômica sustentável de longo prazo. (IDS – IBGE, 2012. p. 13).
A dimensão institucional diz respeito à orientação política, capacidade e esforço despendido por governos e pela sociedade na implementação das mudanças requeridas para uma efetiva implementação do desenvolvimento sustentável (IDS – IBGE, 2012. p. 14).
Assim, com base nos parâmetros propostos pelos estudos e pesquisas realizados pelo o IBGE, as empresas estão munidas de referências para galgar soluções que se encaixam aos indicadores. No Brasil os resultados dos investimentos em projetos de sustentabilidade nas empresas têm se mostrado positivo. Prova disto foi o estudo realizado pelo Conselho Empresarial de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) em parceria com a Accenture Strategy, onde aponta a importância de se trabalhar o tema da sustentabilidade nos negócios, tornando-os cada vez mais maduros, “a pesquisa reforça a tese de que os grandes desafios econômicos, ambientais e sociais podem e devem ser transformados em oportunidades (CEBDS e Accenture, 2014. p.7)”.
A pesquisa Sustentabilidade nas Empresas Brasileiras 2014 – Oportunidades de Negócios Sustentáveis, realizada com 100 executivos seniores de mais de 15 setores industriais, das principais empresas do país, entre elas a Ambev, Itaú Unibanco, Natura, Unilever e outras, mostra em numeros os resultadas positivos em investimentos em desenvolvimento sustentável.
99% dos executivos entrevistados consideram sustentabilidade importante ou muito importante para o seu negócio.
100% das empresas possuem práticas estruturadas e recursos dedicados ao tema da sustentabilidade.
71% Consideram a pressão crescente de compliance regulatório e gestão de risco ambiental como um dos fatores mais influentes na mudança de contexto de negócios e, consequentemente, mais presentes na agenda executiva da organização.
66% Dos executivos entrevistados estão satisfeitos com seus gastos e investimentos em sustentabilidade face aos resultados de negócios obtidos, preponderantemente relacionados a valorização da marca e reputação, qualidade do relacionamento com stakeholders e mitigação de riscos e compliance.
82% Das empresas líderes continuarão a aumentar os investimentos em inovação nos próximos dois anos, em virtude dos resultados tangíveis de novas receitas e redução de custos operacionais já percebidos e da perspectiva de novas oportunidades de inovação e crescimento via novos produtos, mercados e modelos de negócios.
R$ 150 bilhões de oportunidades de negócios sustentáveis avaliados para o setor empresarial brasileiro.
As boas práticas e as oportunidades de negócios sustentáveis identificadas neste estudo fazem parte de uma primeira contribuição de agenda de sustentabilidade do setor empresarial. 
Novos modelos de negócios e novas formas de colaboração multi-stakeholder serão cada vez mais usuais e fundamentais para o ganho de escala e velocidade necessárias para vencer os diversos desafios de sustentabilidade (CEBDS e Accenture, 2014. p. 47).
Tudo isto aponta para uma direção futura da subsistência das organizações. É preciso, assim, buscar investimentos que proporcionem equilíbrio ético, responsável e financeiro, a partir de boas práticas de gestão ligadas à sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental. Para o mundo empresarial isto é uma prova de que é preciso cuidar do ambiente como um todo para garantir a existência de recursos naturais e bem estar social. Assim, em se tratando de indicadores de sustentabilidade, o WBCSD (Word Business Council Sustainable Development), no documento “Ecoeficiênte criando mais valor com menos impacto”, apontam indicadores de sustentabilidade mensurados no esquema a seguir.
Figura 2 - Indicadores para a Sustentabilidade Empresarial
5 METODOLOGIA
Tipo de Pesquisa: descritivo e qualitativo. As pesquisas do tipo descritivas têm como objetivo primordial à descrição das características de determinando fenômeno ou o estabelecimentode relações entre as variáveis (GIL, 1999).
O trabalho se caracteriza como pesquisa qualitativa, Godoy, (1995) recomenda que uma pesquisa qualitativa deve apresentar as seguintes características: considerar o ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento chave; não requerer o uso de técnicas e métodos estatísticos; (ter como preocupação maior a interpretação de fenômenos e a atribuição de resultados; o processo deve ser o foco principal de abordagem e não o resultado ou o produto; a análise dos dados deve ser realizada de forma intuitiva e indutivamente pelo pesquisador.
Método de Pesquisa: fenomenológico. Entende-se que sustentabilidade se configura como o fenômeno estudado. O método fenomenológico não é dedutivo nem empírico, consiste em mostrar o que é dado e em esclarecê-lo. Não explica mediante leis nem deduz a partir de princípios, mas considera imediatamente o que está presente à consciência, o objeto. A fenomenologia ressalta a ideia de que o mundo é criado pela consciência, o que implica no reconhecimento da importância do sujeito em todo o processo da construção do conhecimento (GIL, 1999).
Método de Procedimento: utiliza-se a técnica de comparação como método de procedimento com base em estudo de casos. Tal método considera o estudo de semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos, sociedades e fenômenos, ocupando-se da explicação de fenômenos, o método comparativo permite analisar o dado concreto, deduzindo do mesmo os elementos constantes, abstratos e gerais (LAKATOS, MARCONI, 2001).
Método de Coleta de Dados: para o levantamento de dados e de informações relevantes à investigação e à compreensão das questões propostas, serão utilizadas técnicas de documentação indireta. A documentação indireta divide-se em pesquisa documental (fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (fontes secundárias). Este estudo faz uso de fontes secundárias, mais especificamente no relatório do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável e Accenture (CEBDS e Accenture, 2014).
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o advento e o evolução do conceito e a grande percepção do mesmo como aliado das práticas gerenciais, as empresas viram a necessidade de atribuir valores aos dados também produzidos a partir de investimentos ligados à sustentabilidade. Isto prova que, investir em recursos que promovam bem-estar ambiental e social, promove uma intensa interação entre a captação de recursos e os lucros obtidos através de práticas voltadas à preservação do meio ambiente. 
Dar visão aos índices atingidos pela empresa em seus mais variados setores significa a possibilidade de intensificar suas metas e buscar melhores resultados a partir dos dados coletados. Desta forma, será abordada a relação entre indicares que são, por sua vez, dados coletados e mesuráveis e a sustentabilidade em seu significado pleno na vida da empresa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBIERI, J. C. GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL: Conceitos, modelos e instruções. 3. ed. Atual e ampliada. São Paulo: Saraiva, 2012.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: < ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/indicadores_desenvolvimento_sustentavel/2012/ids2012.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
CEBDS. ESTUDO CEBDES E ACCENTURE: Sustentabilidade nas Empresas Brasileiras. Oportunidades de negócios sustentáveis. Disponível em: < http://cebds.org/wp-content/uploads/2015/05/sustentabilidade_substituir.pdf>. Acesso em: 12 set. 2017.
CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO: De acordo com a resolução nº 44/228 da Assembleia Geral da ONU: AGENDA 21. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 1995. Disponível em < http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/agenda21.pdf>. Acesso em: 10 set. 2017. 
CNI: INDÚSTRIA SUSTENTÁVEL NO BRASIL: agenda 21: cenários e perspectivas. Brasília, 2002.
CURI, D. GESTÃO AMBIENTAL. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
DIAS, REINALDO. GESTÃO AMBIENTAL: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 2. Ed. Revisada e atualizada. São Paulo: Atlas, 2011.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GODOY, Arilda Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de administração de empresas, São Paulo, v. 35, n. 3, 1995.
LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
ZILLES, U. Teoria do Conhecimento e Teoria da Ciência. 2ª. ed. São Paulo: Paulus, 2008.
 SOCIAL
AMBIENTAL
ECONÔMICO
DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
� COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESEVOLVIMENTO, 1991. p. 46. apud BARBIERI, 2012. p. 30. 
� O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu pela primeira vez, com o nome de ecodesenvolvimento, no início da década de 70. Foi uma resposta à polarização, exacerbada pela publicação do relatório do Clube de Roma, que opunha partidário de duas visões sobre as relações entre crescimento econômico e meio ambiente: de um lado, aqueles, genericamente classificados de possibilistas culturais (ou ‘tecno-centricos’ radicais), para os quais os limites ambientais ao crescimento econômico são mais que relativos diante da capacidade inventiva da humanidade, considerando o processo de crescimento econômico como uma força positiva capaz de eliminar por si só as disparidades sociais, com um custo ecológico tão inevitável quão irrelevante diante dos benefícios obtidos; de outro lado, aqueles outros, deterministas geográficos (ou ‘eco-centricos’ radicais), para os quais o meio ambiente apresenta limites absolutos ao crescimento econômico, sendo que a humanidade estaria próxima da catástrofe. Mantidas as taxas observadas de expansão de recursos naturais (esgotamento) e de utilização da capacidade de assimilação do meio (poluição) (ROMEIRO, 1999, p. 2-3).
� DIAS, R. Gestão Ambiental. Responsabilidade Social e Sustentabilidade. Editora Atlas. 2ª ed. São Paulo. 2011. p. 46.
� Criado pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, o conceito de ecoeficiência também nos incentiva a consumir direito. Para ser ecoeficiênte, não é necessário consumir menos, mas sim consumir de um jeito eficiente (CURI, 2011. p. 33).
� WBCSD (2000) apud Dias, 2011. p. 43.

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