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A Purificação da Alma PDF

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1 
 
 
A 
Purificação 
da 
Alma 
 
 
Compilação dos trabalhos de Ibn Rajab Al-Hanbali, Ibn Al-
Qayyim Al-Jawziyya e Abu Hamid Al-Ghazali 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tradução, edição e design: Cláudia Sofia Simões 
Revisão: Virgínia Moreira 
 
 
 
 
 
 
 
A Purificação da Alma 
 
de acordo com as primeiras fontes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Compilação dos trabalhos de Ibn Rajab Al-Hanbali, Ibn Al-
Qayyim Al-Jawziyya e Abu Hamid Al-Ghazali 
 
 
Colecção e arranjo por Ahmad Farid 
 
Al-Firdous Ltd., Londres
 
Sumário 
PREFÁCIO DO AUTOR ........................................................................................ 1 
SINCERIDADE ...................................................................................................... 3 
A NATUREZA DA INTENÇÃO .............................................................................. 7 
A EXCELÊNCIA DA INTENÇÃO ................................................................................... 9 
A EXCELÊNCIA DO CONHECIMENTO E ENSINO .......................................................... 9 
TIPOS DE CORAÇÃO ........................................................................................ 12 
CORAÇÃO SAUDÁVEL ............................................................................................ 12 
O CORAÇÃO MORTO ............................................................................................. 13 
O CORAÇÃO DOENTE ............................................................................................ 13 
SINTOMAS DA DOENÇA DO CORAÇÃO E SINAIS DA SUA SAÚDE .............. 15 
OS SINAIS DE UM CORAÇÃO DOENTE ..................................................................... 15 
OS SINAIS DE UM CORAÇÃO SAUDÁVEL ................................................................. 15 
AS CAUSAS DA DOENÇA DO CORAÇÃO ................................................................... 17 
OS QUATRO VENENOS DO CORAÇÃO ........................................................... 18 
CONVERSA DESNECESSÁRIA ................................................................................. 18 
OLHARES DESENFREADOS .................................................................................... 22 
DEMASIADA COMIDA .............................................................................................. 24 
MANTER MÁ COMPANHIA ....................................................................................... 25 
O QUE DÁ VIDA E SUSTENTO AO CORAÇÃO ............................................................ 27 
LEMBRANÇA DE ALLAH E RECITAÇÃO DO QUR’AN .................................... 28 
PROCURAR O PERDÃO DE ALLAH ................................................................. 32 
SÚPLICA ............................................................................................................. 34 
BOAS ETIQUETAS AO SUPLICAR ............................................................................. 36 
INVOCAR BÊNÇÃOS PARA O PROFETA 38 .................................................... ملسو هيلع هللا ىلص 
REZAR À NOITE ................................................................................................. 40 
PASSAR SEM OS PRAZERES DESTE MUNDO ............................................... 42 
OS ESTADOS DO EGO ...................................................................................... 48 
O EGO EM PAZ ...................................................................................................... 49 
O EGO CENSURADOR DE SI MESMO ...................................................................... 51 
 2 
O EGO QUE INCITA AO MAL .................................................................................... 52 
RESPONSABILIZAR O EGO ...................................................................................... 54 
OS MÉRITOS DE RESPONSABILIZAR O EGO ............................................................ 59 
PERSERVERANÇA ............................................................................................ 60 
O SIGNIFICADO DA ESSÊNCIA DA PERSEVERANÇA .................................................. 62 
TIPOS DE PERSEVERANÇA ..................................................................................... 65 
OS MÉRITOS DA PERSEVERANÇA ........................................................................... 68 
GRATIDÃO ......................................................................................................... 71 
CONFIANÇA COMPLETA EM ALLAH ............................................................... 76 
AMOR A ALLAH ................................................................................................. 79 
CONTENTAMENTO COM O DECRETO DE ALLAH ......................................... 85 
A DIFERENÇA ENTRE CONTENTAMENTO E PACIÊNCIA ............................................. 85 
ESPERANÇA EM ALLAH ................................................................................... 88 
TEMOR A ALLAH ............................................................................................... 92 
AQUELES QUE TEMEM ALLAH ................................................................................. 93 
OS MÉRITOS DO TEMOR A ALLAH ........................................................................... 95 
A VIDA DESTE MUNDO ................................................................................... 100 
O DANO DO AMOR A ESTE MUNDO ....................................................................... 105 
ARREPENDIMENTO ........................................................................................ 110 
ARREPENDIMENTO SINCERO ................................................................................ 115 
OS ASPECTOS SUBTIS E OCULTOS DO ARREPENDIMENTO .................................... 117 
 
 
1 
Prefácio do Autor 
 
 Todos os louvores são para Allah. Nós louvamo-Lo e pedimos 
pela Sua ajuda. Pedimos pelo seu perdão e pedimos refúgio n’Ele do 
mal em nós mesmos e do mal das nossas acções. Aquele a quem Allah 
guia nunca será desviado, no entanto, aquele a quem Allah desvia nunca 
será guiado. Testemunho que não há divindade para além de Allah, O 
Único, Ele não tem parceiros, e testemunho que Muhammad é o Seu 
Servo e Mensageiro, que as bênçãos e paz d’Ele estejam com ele e 
com a sua família e companheiros. 
 Umas das tarefas mais importantes pela qual o profeta desta na-
ção, Muhammad ملسو هيلع هللا ىلص, foi enviado, foi a purificação da alma. Allah diz, fa-
lando da sua missão: 
“Ele é Quem enviou aos iletrados um Mensageiro 
vindo deles - o qual recita, para eles, Seus versícu-
los, e dignifica-os, e ensina-lhes o Livro e a sa-
bedoria; e, por certo, estavam, antes, em evidente 
descaminho.” [62:2] 
 Então quem realmente espera por Allah e o Último Dia deve ter 
um interesse especial na purificação da sua própria alma, pois Allah ligou 
o sucesso do Seu servo com a pureza da sua alma, depois de fazer 
onze juramentos consecutivos. Não há no Qur’an outro juramento como 
este. Allah diz: 
“Pelo sol e por sua plena luz matinal! E pela lua, 
quando sucede! E pelo dia, quando mostra, em 
plenitude! E pela noite, quando o encobre! E pelo 
céu e por Quem o edificou! E pela terra e por Quem 
a distendeu! E pela alma e por Quem a formou! 
Então, lhe inspirou sua impiedade e sua piedade! 
Com efeito, bem-aventurado é quem a dignifica. E, 
com efeito, mal-aventurado é quem a degrada.” 
[91:1-10] 
 A palavra tazkiat significa purificar ou limpar; a palavra zakat vem 
da mesma raiz, visto que zakat purifica a riqueza pelo reconhecimento 
do direito de Allah sobre uma porção dela. 
 2 
 
 Tem-se tornado difícil, para nós, beneficiarmo-nos directamente 
dos livros de raqa’iq (livros sobre assuntos que afectam as emoções) es-
critos pelas primeiras gerações de estudiosos muçulmanos. A maior 
parte deles são livros grandes abrangendo muitos volumes e são difíceis 
de acessar pela maioria dos muçulmanos. Para, além disto, serem incluí-
dos,frequentemente, relatos fracos e fabricados. Então, nós compila-
mos uma colecção dos relatos mais confiáveis que nos foram apresen-
tados por alguns dos estudiosos cuja especialidade é estabelecida na 
da’wah: Imam Shamsudin Ibn Al-Qayyim, Ibn Rajab Al-Hanbali, e Imam 
Abu Hamid Al-Ghazali. É o nosso desejo sincero que este livro seja um 
recurso útil e ultimamente seja benéfico no Dia onde nem dinheiro, nem 
descendência serão benéficos, pois ninguém beneficiará excepto aque-
les que chegam com um coração puro. 
 
Todos os louvores são para Allah e todo o poder é d’Ele. 
Ele é o nosso Senhor e para Ele é o fim de todos os caminhos. 
 
 3 
UM 
SINCERIDADE 
 
 A sinceridade é a liberdade das intenções de todas as impurezas 
para aproximação de Allah. É certificar-se que as intenções por trás de 
todos os actos de adoração e obediência a Allah são, exclusivamente, 
para o prazer d’Ele. É a perpétua contemplação do Criador, até ao ponto 
de esquecer a criação. 
 A sinceridade é a condição para a aceitação de Allah das boas 
acções feitas de acordo com a sunnah do Profeta ملسو هيلع هللا ىلص. Allah ordenou isto 
no Qur’an: 
“E não lhes fora ordenado senão adorar a Allah, 
sendo sinceros com Ele na devoção, sendo mono-
teístas…” [98:5] 
 Abu Umama relatou que um homem uma vez veio até ao Profeta 
 ,e disse: “O que seria de um homem que se juntou a nós na luta ملسو هيلع هللا ىلص
sendo a sua intenção para fama e riqueza?”. O Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Ele 
não recebe nada”. O homem repetiu a pergunta três vezes e todas as 
vezes o Profeta disse “Ele não recebe nada”. Depois ele disse: “Allah só 
aceita acções intencionadas puramente para o Seu agrado.”1 
 
 Abu Sa’id Al-Khudri relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse na sua khutbah 
durante a última peregrinação: “Allah abençoará quem ouvir estas pala-
vras e entendê-las, pois pode ser que aqueles que passarem este co-
nhecimento não sejam os que o entendam melhor. Há três coisas a res-
peito das quais o coração do crente não deve sentir qualquer inimizade 
ou malícia: devotar as suas acções a Allah, dar conselho aos Imams dos 
muçulmanos, e ser leal à maioria”.2 
 O que se entende aqui é que estas três coisas reforçam o cora-
ção, e quem se distinguir nelas terá um coração purificado de todas as 
formas de decepção, corrupção e mal. 
 
 Um servo só se pode libertar do shaytan através da devoção sin-
cera, pois Allah diz-nos no Qur’an que Iblis Lhe disse: 
 
1 Sahih, an-Nisa’i, Kitab Al-Jihad, 6/25; Al-Hafidh Ibn Hajar, Fath Al-Qadir, 6/28. 
2 Sahih, Ibn Majah; também Ibn Hibban, Mawarid adh-Dham’an, p. 47, por Zaid Ibn 
Thabit. 
 4 
“Excepto os Teus servos sinceros, entre eles.” 
[38:83] 
Foi relatado que um homem virtuoso costumava dizer “Ó ego, sê 
devoto e serás puro”. Quando qualquer fortuna mundana, na qual o ego 
encontra conforto e na direcção da qual o coração se inclina, penetra na 
nossa adoração, então esta prejudica a pureza dos nossos esforços e 
estraga a nossa sinceridade. O Homem preocupa-se com a sua boa for-
tuna e afunda-se nos seus desejos e apetites; raramente as suas ac-
ções ou actos de adoração são livres de objectivos temporários e dese-
jos deste tipo. 
Por esta razão, foi dito que quem assegurar um momento de pura devo-
ção a Allah na sua vida sobreviverá, pois a devoção é rara e preciosa, e 
limpar o coração das suas impurezas é um compromisso exigente. 
 
 Na verdade, devoção é a purificação do coração de todas as im-
purezas, sejam estas poucas ou muitas, em que a intenção de se apro-
ximar a Allah é liberta de todos os outros motivos, excepto o motivo de 
procurar pelo Seu agrado. Isto só poderá vir de alguém que ama Allah, 
que está tão absorvido na contemplação do próximo mundo que não 
permanece no seu coração lugar para o amor a este mundo. Tal pessoa 
deve ser devota e pura em todas as suas acções, até ao comer, beber 
e aliviar-se. Com raras excepções, quem não for assim encontrará a 
porta da devoção fechada na sua cara. 
 
 As acções diárias de uma pessoa que está dominada pelo seu 
amor a Allah e do akhira são caracterizadas por este amor e são, de 
facto, devoção pura. Da mesma forma, qualquer pessoa cuja alma é do-
minada por amor e preocupação para com este mundo, ou para com o 
seu estatuto e autoridade, será tão dominada por estas coisas que ne-
nhum acto de adoração, seja oração ou jejum, será aceite, excepto em 
casos muito raros. 
 
 O remédio para o amor a este mundo é quebrar os desejos mun-
danos do ego, acabando com a sua ganância deste mundo e purifi-
cando-o, preparando-o para o próximo mundo. Isto se tornará, então, o 
estado do coração e a devoção sincera tornar-se-á mais fácil de obter. 
Há muitas acções onde uma pessoa age, pensando que estas são in-
tencionadas puramente para o agrado de Allah, mas ela é iludida, pois 
não consegue ver os defeitos nelas. 
 
 5 
 Foi relatado que um homem estava acostumado a rezar na pri-
meira fila na mesquita. Um dia, ele chegou tarde para a oração, então 
ele rezou na segunda fila. Sentindo-se envergonhado quando as pes-
soas o viram na segunda fila, ele percebeu que o prazer e satisfação do 
coração que ele costumava ganhar ao rezar na primeira fila eram por 
causa de ele ver pessoas que o viam lá e o admiravam por isso. Esta é 
uma condição súbtil e intangível e as acções estão raramente salvas 
dela. Excepto aqueles a quem Allah ajudou, poucos estão conscientes 
de tais assuntos delicados. Aqueles que não o percebem, só verão as 
suas boas acções aparecer como más no Dia da Ressurreição; estes 
são aqueles a quem Allah se referiu nas Suas palavras: 
“E mostrar-se-lhes-á, da parte de Allah, o que 
nunca haviam suposto. E mostrar-se-lhes-á as más 
obras que cometiam.” [39:47-48] 
E também: 
“Dize, Muhammad: “Informar-vos-emos dos mais 
perdedores, em obras? São aqueles cujo esforço, na 
vida terrena, se descaminha, enquanto supõem que 
eles fazem o bem.” [18:103-104] 
 Yaqub disse: “Uma pessoa devota é alguém que esconde coisas 
que são boas [vindas dela], da mesma maneira que esconde coisas que 
são más”. 
 
 As-Sousi disse: “Verdadeira devoção é perder a capacidade de 
estar consciente da sua devoção; pois alguém que identifica devoção na 
sua devoção é uma pessoa cuja devoção precisa de devoção”. Contem-
plar a devoção é admirá-la, e admiração é uma aflição; e aquilo que é 
puro é tudo o que está liberto de aflições. Isto significa que as acções 
devem ser purificadas de qualquer auto-admiração em relação aos actos 
que elas implicam. 
 
 Ayyub disse: “É muito mais difícil para as pessoas de acção purifi-
carem as suas intenções do que executarem qualquer das suas ac-
ções”. 
 
 Algumas pessoas disseram: “Ser devoto por um curto espaço de 
tempo é sobreviver para sempre, mas a devoção é rara”. 
 6 
 Suhail foi questionado: “Qual é a coisa mais difícil para o ego?”. 
Ele disse “Devoção, quando o ego não tem a boa fortuna de ser dotado 
dela”. 
 
 Al-Fudayl disse: “Abandonar a acção em prol de outras pessoas é 
procurar a sua admiração. Agir em prol da sua admiração é associar ou-
tros com Allah. Devoção é quando Allah te liberta de ambos estes esta-
dos”. 
 
 7 
DOIS 
A NATUREZA DA INTENÇÃO 
 
 A intenção de uma pessoa não é a sua expressão oral das pala-
vras “Eu tenho intenção de fazer isto e isto”. É um transbordo do coração 
que corre como conquistas inspiradas por Allah. Às vezes é fácil, outras 
vezes, difícil. Uma pessoa cujo coração é dominantemente virtuoso con-
sidera fácil invocar boas intenções a maior parte do tempo. Tal pessoa 
tem um coração geralmente inclinado às raízes da bondade que, a maior 
parte do tempo, floresce na manifestação de boas acções. Quanto 
àqueles cujos corações se inclinam para, e são dominados por assuntos 
mundanos, eles consideram isto difícil de atingir e até actos obrigatórios 
de adoração podem tornar-se difíceis e cansativos. 
 
 O Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “As acções são de acordo com a intenção, e 
todo o homemterá só o que intencionou. Então, aquele cuja hijrah (mi-
gração) foi para Allah e o Seu Mensageiro, a sua hijrah foi para Allah e o 
Seu Mensageiro; e aquele cuja hijrah foi para atingir algum benefício 
mundano ou ter uma mulher em casamento, a sua hijrah foi para o qual a 
fez”3 
 
O Imam ash-Shafi'i disse: “Este hadith é um terço de todo o conheci-
mento”. 
 
As palavras “acções são de acordo com a intenção” significam que as 
acções que são realizadas de acordo com a sunnah só serão aceites e 
recompensadas se as intenções por trás destas forem sinceras. É como 
o que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “As acções dependem do seu resultado”.4 
 
Da mesma forma, as palavras “todo o homem terá só o que intencio-
nou”, significam que a recompensa por uma acção depende da intenção 
por trás desta. Depois de mencionar este princípio, o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص deu 
exemplos disso dizendo “Então, aquele cuja hijrah (migração) foi para Al-
lah e o Seu Mensageiro, a sua hijrah foi para Allah e o Seu Mensageiro; e 
aquele cuja hijrah foi para atingir algum benefício mundano ou ter uma 
mulher em casamento, a sua hijrah foi para o qual a fez”. Então, acções 
que são aparentemente idênticas podem diferir, porque as intenções por 
 
3 Al-Bukhari e Muslim. 
4 Al-Bukhari, Kitab Al-Qadar, 11/499. 
 8 
trás delas são diferentes em níveis de bondade e maldade, e de uma 
pessoa para outra. 
 
 Boas intenções não mudam a natureza de acções proibidas. O 
ignorante não deve interpretar erradamente o significado do hadith e 
pensar que boas intenções podem transformar acções proibidas em ac-
ções permitidas. O relato acima do Profeta ملسو هيلع هللا ىلص refere-se especificamente 
a actos de adoração e acções permitidas, não as proibidas. A adoração 
e acções permitidas podem ser transformadas em acções proibidas por 
causa das intenções por trás delas, e acções permitidas podem tornar-
se boas ou más de acordo com a intenção; mas acções erradas não 
podem tornar-se actos de adoração, mesmo com boas intenções.5 
Quando as más intenções são acompanhadas por falhas nas próprias 
acções, então a sua gravidade e castigo são multiplicados. 
 
 Qualquer acto louvável deve estar enraizado em boas intenções; 
só assim é que pode ser merecedor de recompensa. 
 
O princípio fundamental deve ser que o acto é intencionado para 
a adoração de Allah, somente. Se a nossa intenção é para nos exibir-
mos, então estes mesmos actos de adoração tornar-se-ão actos de de-
sobediência. Quanto às acções permissíveis, todas elas envolvem inten-
ções – que podem potencialmente torná-las em actos excelentes que 
aproximam uma pessoa a Allah e conceder-lhe a dádiva de proximidade 
a Ele. 
 
 
 
5 Isto é�ilustrado num hadith registado pelo Imam Muslim no seu Sahih, no qual é�rela-
tado de Abu Dharr que o Profeta Muhammad ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Vocês receberão a recom-
pensa por sadaqah, mesmo quando forem íntimos com as vossas esposas”. Os com-
panheiros disseram: “Seremos mesmo recompensados por satisfazer os nossos de-
sejos físicos?”. Ele disse: “Se tivessem relações íntimas proibidas, cometeriam um pe-
cado; da mesma forma, se tiverem relações íntimas permitidas, serão recompensados 
por isso”. 
 
O Imam an-Nawawi disse: “Este hadith mostra claramente que acções permitidas tor-
nam-se actos de obediência se há�uma boa intenção por trás delas; relações íntimas 
tornam-se um acto de adoração se forem acompanhadas por uma das seguintes in-
tenções: acompanhar a esposa, sendo gentil com ela, como Allah ta’Ala ordenou; es-
perar ter, como resultado da relação íntima, descendência boa e virtuosa; guardar a 
própria castidade e a da esposa; ajudar a evitar olhares e pensamentos proibidos, ou 
relações proibidas; e qualquer outra boa intenção.” 
 9 
A Excelência da Intenção 
 
 'Umar Ibn Al-Khattab (!ضي هللا عن') disse: “Os melhores actos são: 
fazer o que Allah ordenou, ficar longe do que Allah proibiu e ter intenções 
sinceras no que for que Allah nos exija”.6 
 
 Alguns dos nossos antecessores disseram: “Muitas acções pe-
quenas tornam-se grandes pelas intenções por trás delas. Muitas ac-
ções grandes, por outro lado, tornam-se pequenas porque as intenções 
por trás delas estão em falta”. 
 
 Yahya Ibn Abu Kathir disse: “Aprenda sobre intenções, porque a 
sua importância é maior do que a importância das acções”. 
 
 Uma vez, Ibn 'Umar ouviu um homem que estava a entrar no es-
tado de ihram dizer: “Ó Allah! Eu tenciono fazer Hajj e 'Umrah”. Então ele 
disse: “Não é verdade que são às pessoas a quem você está a informar 
sobre as suas acções? Será que Allah não sabe já o que está no seu 
coração?”.7 Isto é porque boas intenções são exclusivamente a preocu-
pação do coração, e não as devemos expressar [com a língua] durante 
a nossa adoração. 
 
 
A Excelência do Conhecimento e Ensino 
 
 Há muitas provas no Qur’an sobre a excelência do conhecimento 
e da sua transmissão. Allah, Todo-Poderoso e Glorioso, diz: 
“Allah elevará, em escalões, os que crêem entre 
vós, e àqueles aos quais é concedida a ciência.” 
[58:11] 
“Igualam-se os que sabem e os que não sabem?” 
[39:9] 
 
6 Tahdhib Al-‘Asma’�li-Nawawi, 1/173. Abu Ishaq ash-Shirazi uma vez entrou na mes-
quita para comer, como era costume dele, e percebeu que ele tinha deixado cair um 
dinar. Ele refez os seus passos e encontrou-o no chão, mas deixou-o onde estava, 
dizendo: “Talvez não seja meu; talvez pertença a outra pessoa.” 
7 Al-Bukhari e Muslim. 
 10 
 Também, em hadith, o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص diz: “Quando Allah deseja o 
bem a alguém, Ele concede-lhe entendimento do din”.8 Ele também 
disse “Allah facilita o caminho para o Jardim para quem seguir um cami-
nho em busca de conhecimento.”9 Viajar no caminho que leva ao conhe-
cimento refere-se a duas coisas: andar realmente num caminho, tal 
como andar até ao encontro dos 'ulama; e seguir um caminho metafí-
sico, como estudar e memorizar. 
 
 O que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse significa, provavelmente, que Allah faci-
lita a aprendizagem de conhecimento útil para aquele que a procura, ti-
rando os obstáculos no seu caminho e suavizando a sua viagem. Alguns 
dos nossos antecessores costumavam dizer: “Há alguém à procura de 
conhecimento para que o ajudemos a encontrá-lo?” 
 
 O hadith também faz alusão ao caminho que leva ao Jardim no 
Dia do Juízo, que é a senda reta – e ao que vem antes e depois deste. 
 
 O conhecimento é também o caminho mais curto para Allah. 
Quem viaja no caminho do conhecimento alcança Allah e o Jardim pelo 
percurso mais curto. O conhecimento também elimina os obstáculos da 
escuridão, ignorância, dúvida e cepticismo. Isto é a razão pela qual Allah 
chamou o Seu Livro de “Luz”. 
 
 Al-Bukhari e Muslim relataram de 'Abdullah Ibn 'Umar que o Men-
sageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Por certo, Allah não removerá o conheci-
mento arrancando-o das pessoas, mas tirando as vidas das pessoas 
com conhecimento, uma por uma, até que nenhuma delas sobreviva. 
Depois as pessoas adoptarão ignorantes como líderes. Ser-lhes-á pe-
dido que julguem e eles julgarão sem conhecimento, consequentemente 
eles serão desviados e desviarão os outros.” 
 
Quando 'Ubadah Ibn As-Samit foi questionado sobre este hadith, ele 
disse: “Se quiseres, dir-te-ei qual é o conhecimento mais elevado, que 
eleva o nível das pessoas: é a humildade”. 
 
Ele disse isto porque existem dois tipos de conhecimento. O primeiro 
produz o seu fruto no coração. É o conhecimento sobre Allah, O Altís-
simo – os Seus Nomes, os Seus Atributos, os Seus Actos – que orde-
nam temor, respeito, exaltação, amor, suplicação e confiança n'Ele. Este 
 
8 Muslim, 21/17. 
9 Muslim, Kitab at-Tahara, 3/99. 
 11 
é o tipo de conhecimento benéfico. Como Ibn Mas'ud disse: “Eles recita-
rão o Qur'an, mas este não passará das suas gargantas. O Qur'an sóé 
benéfico quando este atinge o coração e está firmemente plantado 
nele.” 
 
 Al-Hasan disse: “Há dois tipos de conhecimento: o conhecimento 
da língua, que pode ser usado contra o filho de Adão, como é mencio-
nado no hadith do Profeta ملسو هيلع هللا ىلص: 'O Qur'an pode ser usado a teu favor ou 
contra ti'; e o conhecimento do coração, que é conhecimento benéfico. 
O segundo tipo é o tipo benéfico que eleva o nível das pessoas; é o co-
nhecimento interno que é absorvido pelo coração e o corrige. O conhe-
cimento que está na língua é menosprezado pelas pessoas: nem aque-
les que o possuem, nem qualquer outra pessoa, agem de acordo com 
ele, e depois este desaparece quando os seus donos desaparecem no 
Dia do Juízo, quando a criação prestará contas.” 
 12 
TRÊS 
TIPOS DE CORAÇÃO 
 
 Tal como o coração pode ser descrito como estando vivo ou 
morto, este pode ser também visto como pertencendo a um de três ti-
pos; estes são: o coração saudável, o coração morto e o coração do-
ente. 
 
 
Coração Saudável 
 
 No Dia da Ressurreição, só os que retornam a Allah com um co-
ração saudável serão salvos. Allah diz: 
“Um dia, quando a ninguém beneficiarem nem 
riquezas nem filhos, exceto a quem chegar a Allah, 
com coração imaculado.” [26:88-89] 
 Ao definir o coração saudável, foi dito o seguinte: “É um coração 
limpo de qualquer paixão que desafie o que Allah ordena, ou argumente 
contra o que Ele proíbe. É livre de quaisquer impulsos que contradigam a 
Sua bondade. Como resultado, é protegido contra a adoração de qual-
quer coisa excepto Ele, e procura o julgamento de ninguém excepto do 
Seu Mensageiro ملسو هيلع هللا ىلص. Os seus serviços são exclusivamente reservados 
para Allah, voluntária e carinhosamente, com toda a dependência e con-
fiança, relatando todos os assuntos a Ele, com temor, esperança e dedi-
cação sincera. Quando este ama, o seu amor é de acordo com o cami-
nho de Allah. Se este detesta, detesta na luz do que Allah detesta. 
Quando este dá, ele dá por Allah. Se este retém, retém por Allah. 
Mesmo assim, tudo isto não será suficiente para a sua salvação até que 
este esteja livre de seguir, ou de ter como guia, qualquer pessoa que 
não seja o Seu Mensageiro ملسو هيلع هللا ىلص.” 
 
 Um servo com um coração saudável deve dedicá-lo ao fim da 
sua viagem e não deve basear as suas acções e discurso nos de qual-
quer pessoa excepto o Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص. Ele não deve dar prece-
dência a qualquer outra fé ou palavras ou acções acima das de Allah e 
do Seu Mensageiro ملسو هيلع هللا ىلص. Allah diz: 
 13 
“Ó vós que credes! Não vos antecipeis a Allah e a 
Seu Mensageiro. E temei a Allah. Por certo, Allah 
é Oniouvinte, Onisciente.” [49:1] 
 
O Coração Morto 
 
 Este é o oposto do coração saudável. Este não conhece o seu 
Senhor e não o adora como Ele ordenou, da maneira que Lhe agrada, e 
com a qual Ele está satisfeito. Em vez disso, inclina-se aos seus desejos 
e luxúrias, mesmo que estes, muito provavelmente, invoquem o descon-
tentamento e ira de Allah. Ele adora coisas sem ser a Allah, e os seus 
amores e ódios, os seus oferecimentos e retenções, provêm dos seus 
caprichos, que lhe são de importância suprema e preferidos acima do 
agrado de Allah. Os seus caprichos são o seu Imam. As suas luxúrias 
são o seu guia. A sua ignorância é o seu líder. Os seus impulsos brutos 
são o seu ímpeto. Está imerso na sua preocupação com objectivos 
mundanos. Está bêbedo com as suas próprias fantasias e o seu amor 
por prazeres ligeiros e fugitivos. É chamado por Allah e pela akhira de 
uma certa distância, mas não responde a conselhos e, em vez disso, 
segue qualquer shaytan astuto e intriguista. A vida lhe enfurece e agrada, 
e a paixão fa-lo-á cego e surdo10 a qualquer outra coisa excepto o que é 
malícia. 
 Associar-se ou manter companhia com o dono de tal coração é 
tentar a doença: viver com ele é como tomar veneno, e ser amigo dele 
significa destruição total. 
 
 
O Coração Doente 
 
 Este é um coração com vida nele, mas também com doença. A 
vida sustém-no num momento e a doença noutro momento, e ele segue 
assim, qualquer das duas consegue dominá-lo. Tem amor por Allah, fé 
n'Ele, sinceridade para com Ele, e total dependência e confiança n'Ele, e 
isto é o que lhe dá a vida. Mas também tem uma ânsia por luxúria e pra-
zer, e os prefere, e luta por experimentá-los. Está cheio de autoadmira-
ção, que pode levar à sua própria destruição. Ouve dois chamamentos: 
um a chamá-lo para Allah e o Seu Mensageiro ملسو هيلع هللا ىلص e a akhira; e outro a 
 
10 Foi narrado de Abu’d-Darda’�que o Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص disse “O teu amor por 
algo, faz-te cego e surdo”. Abu Dawud, Al-Adab, 14/38; Ahmad, Al-Musnad, 5/194. 
O hadith está�classificado como hasan. 
 14 
chamá-lo para os prazeres fugitivos deste mundo. Ele responde a qual-
quer dos que, no momento, o influenciam mais. 
 
 O primeiro coração está vivo, submisso a Allah, humilde, sensível 
e alerta; o segundo está quebradiço e morto; o terceiro oscila entre a 
sua segurança e ruína.� 
 15 
QUATRO 
SINTOMAS DA DOENÇA DO CORAÇÃO E SI-
NAIS DA SUA SAÚDE 
 
 
Os Sinais de um Coração Doente 
 
 O coração de um servo pode estar doente, e a deteriorar seria-
mente, enquanto ele permanece ignorante da sua condição. Pode até 
morrer sem ele se aperceber. Os sintomas da sua doença, ou os sinais 
da sua morte, são que o seu dono não está consciente do mal que re-
sulta do dano causado por más acções, e está inalterado pela sua igno-
rância da verdade ou pelas suas crenças falsas. 
 
 Visto que o coração vivo sofre de dor como resultado de qualquer 
feiúra que encontra e através do seu reconhecimento da sua ignorância 
da verdade (até ao ponto de corresponder ao seu nível de consciência), 
é capaz de reconhecer o começo da deterioração - e o aumento na se-
veridade do remédio que será necessário para parar - mas algumas ve-
zes prefere suportar a dor, a passar pela tribulação árdua da cura! 
 
 Alguns dos sinais da doença do coração são o seu afastamento 
de comidas saudáveis e aproximação de comidas prejudiciais, de bons 
remédios para doença desenfreada. Um coração saudável prefere o que 
é benéfico e curador e não o que é prejudicial e nocivo; o coração do-
ente prefere o oposto. O sustento mais benéfico para o coração é a fé e 
o melhor medicamente é o Qur’an. 
 
 
Os Sinais de um Coração Saudável 
 
 Para o coração ser saudável, ele deve partir desta vida e chegar à 
próxima, e depois deve acomodar-se lá como se fosse um dos seus ha-
bitantes; só veio a esta vida como um transeunte, levando quaisquer 
previsões necessárias para depois voltar para casa. Como o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص 
disse a ‘Abullah Ibn ‘Umar: “Está neste mundo como se fosses um estra-
nho ou um transeunte”.11 Quanto mais doente é o coração, mais ele de-
seja este mundo; ele reside nele até se tornar um dos seus residentes. 
 
11 Al-Bukhari, Kitab ar-Riqaq, 11/233. 
 16 
 
 Este coração saudável continua a transtornar o seu dono até este 
voltar para Allah, e estar em paz com Ele, e se encontrar com Ele, como 
um amante guiado por compulsão que finalmente alcança a pessoa 
amada. Ele não precisa de mais nenhum amor senão o amor por Ele, e 
depois de O invocar, nenhuma outra invocação é necessária. Servi-Lo 
exclui a necessidade de servir qualquer outro. 
 Se este coração perde a sua parte de recitação do Qur’an e invo-
cação de Allah, ou não completa um dos actos de adoração prescritos, 
o seu dono sofre de mais aflição do que um homem cauteloso que sofra 
por causa da perda de dinheiro ou uma oportunidade perdida de fazê-lo. 
Ele anseia servir, tal como uma pessoa faminta anseia por comida e be-
bida. 
 
 Yahya Ibn Mu’adh disse: “Quem estiver satisfeito ao servir Allah, 
tudo estará satisfeito a servi-lo; e quem encontra contentamento na con-
templação de Allah, todas as pessoas encontrarão contentamento ao 
contemplá-lo”. 
 
 Estecoração só tem uma preocupação: que todas as suas ac-
ções, e os seus pensamentos interiores e expressões orais, sejam obe-
dientes a Allah. Ele é mais cauteloso com o seu tempo do que as pes-
soas mais pobres são com o seu dinheiro, para que este não seja des-
perdiçado. Quando ele entra na oração, todas as suas preocupações e 
ansiedades mundanas desaparecem e ele encontra o seu conforto e 
alegria ao adorar o seu Senhor. Ele não pára de mencionar Allah, nem se 
cansa de servi-Lo, e não encontra companhia íntima com mais ninguém 
a não ser uma pessoa que o guie a Allah e lhe lembre d’Ele. 
 
 A sua atenção à retidão da sua acção é maior que a sua atenção 
à acção em si. É minucioso ao certificar-se de que as intenções por trás 
das suas acções são sinceras e puras e que resultam em boas acções. 
 
 Tal como, e para, além disto, tudo, ele não só testemunha a ge-
nerosidade de Allah ao dar-lhe a oportunidade de executar tais acções, 
mas também testemunha a sua própria imperfeição e falhas ao executá-
las. 
 
 
 
 17 
As Causas da Doença do Coração 
 
 As tentações às quais o coração é exposto são o que causam a 
sua doença. Estas são as tentações dos desejos e luxúrias. O primeiro 
causa intenções e a vontade de ser corrompido, e o último causa o es-
morecimento do conhecimento e da crença. 
 
 Hudhayfah Ibn Al-Yamani (!ضي هللا عن') disse: “O Mensageiro de Al-
lah ملسو هيلع هللا ىلص disse ‘As tentações são apresentadas ao coração, uma por uma. 
O coração que as aceitar, ficará com uma mancha negra, mas o cora-
ção que as rejeitar, ficará com uma marca de pureza, tanto que cora-
ções são de dois tipos: um coração negro que se desviou e se tornou 
como um recipiente derrubado, e um coração puro que nunca será pre-
judicado por tentação enquanto a terra e os céus existirem. O coração 
negro só reconhece o bem e denuncia o mal quando isso está de 
acordo com os seus desejos e caprichos.’”12 
 
Ele ملسو هيلع هللا ىلص colocou os corações, quando expostos a tentação, em duas ca-
tegorias: 
 
 Primeiro, o coração que, quando exposto a tentação, absorve-a 
como uma esponja absorve água, deixando uma mancha negra nele. Ele 
continua a absorver cada tentação que lhe é oferecida até ficar negro e 
corrupto, que é o entendido por “como um recipiente derrubado”. 
Quando isto acontece, duas doenças perigosas tomam conta dele e 
mergulham-no na ruína: 
 A primeira é a sua confusão entre bem e mal, a tal ponto que este 
não reconhece o bem e não denuncia o mal. Esta doença pode até do-
miná-lo tanto que ele acaba por crer que o que é bom é mau e vice-
versa, que sunnah é bid’a e vice-versa, que a verdade é falsa e a falsi-
dade é verdadeira. 
 A segunda é que este faz dos seus desejos o seu juiz, para além 
e acima do que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص ensinou, estando escravizado e guiado pe-
los seus caprichos e luxúrias. 
 
 Segundo, um coração puro no qual a luz da fé é brilhante e no 
qual o esplendor reluz. Quando a tentação é apresentada aos corações 
puros como este, eles opõem-na e rejeitam-na, e então a sua luz e ilumi-
nação só aumenta.� 
 
12 Muslim, Kitab Al-Iman, 2/170 (com escolha de palavras diferente). 
 18 
CINCO 
OS QUATRO VENENOS DO CORAÇÃO 
 
 Devemos saber que todos os actos de desobediência são um ve-
neno para o coração e causam a sua doença e ruína. Eles resultam no 
desvio da sua vontade, ficando contra a de Allah, e então a sua doença 
espalha-se e aumenta. Ibn Al-Mubarak disse: 
 
“Eu tenho visto más acções matando corações, 
E a sua degradação pode levar ao seu vício. 
Afastar-se de más acções 
dá vida aos corações, 
E opor-se ao seu ego é o melhor para este.” 
 
 Quem estiver preocupado com a saúde e vida do seu coração, 
deve livrá-lo dos efeitos de tais venenos, e depois protegê-lo, evitando 
venenos posteriores. Se ele toma algum por erro, deve, então, apressar-
se a limpar o seu efeito, voltando-se arrependido e procurando pelo per-
dão de Allah, tal como fazendo boas acções que removerão as suas 
más acções. 
 
 Pelos quatro venenos, queremos dizer: conversa desnecessária, 
olhares desenfreados, demasiada comida e manter má companhia. De 
todos os venenos, estes são os mais comuns e têm maior efeito no 
bem-estar de um coração. 
 
 
Conversa Desnecessária 
 
 É relatado de Al-Musnad, pela autoridade de Anas, que o Profeta 
 disse: “A fé de um servo não é retificada até que o seu coração seja ملسو هيلع هللا ىلص
retificado, e o seu coração não é retificado até que a sua língua seja reti-
ficada”.13 Isto mostra que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص fez a purificação da fé condicional 
à purificação do coração, e a purificação do coração condicional à purifi-
cação da língua. 
 
 At-Tirmidhi relata num hadith de Ibn 'Umar: “Não fale de forma ex-
cessiva sem se lembrar de Allah, porque essa conversa excessiva sem a 
 
13 Hadith da’if, Al-Mundhari, 3/234; e Al-Iraqi em Al-Ihya, 8/1539. 
 19 
menção de Allah causa a dureza do coração, e a pessoa mais longe de 
Allah é uma pessoa com um coração duro”.14 
 'Umar Ibn Al-Khattab (!ضي هللا عن') disse: “Uma pessoa que fala de-
mais é uma pessoa que comete erros frequentemente, e uma pessoa 
que comete erros frequentemente, comete más acções frequentemente. 
O Fogo tem prioridade para tal pecador frequente”.15 
 
 Num hadith relatado de Mu'adh, o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Deverei di-
zer-te como controlar tudo isso?”. Eu disse: “Sim, Ó Mensageiro de Al-
lah”. Então ele segurou a sua língua entre os seus dedos e disse: “Con-
tém isto”. Eu disse: “Ó Profeta de Allah, somos responsáveis pelo que di-
zemos?”. Ele ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Que a tua mãe seja desolada pela tua perda!16 
Existirá qualquer outra coisa, senão o semeio das línguas, que atirará 
pessoas pelos seus rostos (ou pelos seus narizes) para o Fogo?”.17 
 
 O que é entendido aqui pelo “semeio das línguas” é o castigo que 
se aplica ao dizer coisas proibidas. Um homem, através das suas ac-
ções e palavras, semeia as sementes do bem ou do mal. No Dia da 
Ressurreição ele colhe os seus frutos. Aqueles que semeiam as semen-
tes das boas palavras e acções colhem honra e bênçãos; aqueles que 
semeiam sementes de más palavras e acções só se lamentam e sentem 
remorso. 
 
 Um hadith relatado por Abu Hurairah menciona o seguinte: “O que 
majoritariamente causa o envio das pessoas para o Fogo são duas aber-
turas: a boca e as partes íntimas”.18 
 
Abu Hurairah também relatou que o Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص disse: “O 
servo fala palavras de cujas consequências ele não se apercebe, e pelas 
quais ele é enviado para as profundezas do Fogo, mais longe que a dis-
tância entre o leste e o oeste”.19 
 
 
14 Hadith da’if, at-Tirmidhi, Kitab az-Zuhud, 7/92, gharib; mais ninguém o transmitiu, 
excepto Ibrahim Ibn Abdullah Ibn Hatib, quem ath-Thahabi menciona, 1/43, mencio-
nando que este é�um dos ahadith gharib atribuídos a ele. 
15 Hadith da’if, Ibn Hibban e Al-Baihaqi, e Al-Iraqi na sua edição de Al-Ihya, 8/1541. 
16 [Nota da tradutora: Esta expressão era usada pelos árabes como exclamação ou 
surpresa e não é�para ser levada literalmente.] 
17 Hadith sahih, at-Tirmidhi, Al-Hakim, ath-Thahabi. 
18 Hadith sahih, at-Tirmidhi e Ahmad; também Al-Hakim e ath-Thahabi. 
19 Al-Bukhari em Kitab ar-Riqaq, e Muslim em Kitab az-Zuhud. 
 20 
O mesmo hadith foi transmitido por At-Tirmidhi com pequenas variações: 
“O servo diz algo que ele pensa ser inofensivo, e pelo qual ele será ati-
rado para as profundezas do Fogo, tão longe como sete Outonos”.20 
 
 'Uqbah Ibn Amir disse: “Eu disse: 'Ó Mensageiro de Allah, qual é a 
melhor maneira para sobrevivermos?'. Ele ملسو هيلع هللا ىلص respondeu: 'Guardem as 
vossas línguas, façam com que a vossa casa seja suficiente para guardar 
a vossa privacidade e chorem pelas vossas más acções'”.21 
 
 Foi relatado de Sahl Ibn Sa'd que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Quem pu-
der garantir o queestá entre as suas mandíbulas e o que está entre as 
suas pernas, eu garanti-lo-ei o Jardim”.22 
 
 Foi relatado de Abu Hurairah (!ضي هللا عن') que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: 
“Quem acredita em Allah e no Último Dia que fale o bem ou permaneça 
em silêncio”.23 
 
Logo, falar pode ser bom, sendo neste caso recomendável, ou mau, 
sendo neste caso proibido. 
 
 O Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Tudo o que os filhos de Adam dizem será 
contra eles, excepto o encorajamento do bem e a proibição do mal, e a 
lembrança de Allah, Glorioso e Todo-Poderoso”. Isto foi relatado por Al-
Tirmidhi e Ibn Majah, de Umm Habibah (que Allah esteja satisfeito com 
ela).24 
 'Umar Ibn Al-Khattab visitou Abu Bakr (!ضي هللا عن') e encontrou-o 
puxando a sua língua com os seus dedos. 'Umar disse “Pára! Que Allah 
te perdoe!”. Abu Bakr respondeu “Esta língua trouxe-me a sítios perigo-
sos”.25 
 
 
20 At-Tirmidhi, Kitab az-Zuhud; ele disse que o hadith é�hasan gharib. 
21 At-Tirmidhi em Kitab az-Zuhud com palavras ligeiramente diferentes; ele disse que o 
hadith é�hasan. Esta versão é�relatada por Abu Na’im em Al-Hilya. 
22 Al-Bukhari, Kitab ar-Riqaq, 11/308 e Kitab Al-Hudud, 12/113. 
23 Al-Bukhari, Kitab ar-Riqaq, 11/308; Muslim, Kitab Al-Iman, 2/18. O hadith completo 
é�“Quem acredita em Allah e no Último Dia que fale o bem ou permaneça em silêncio; 
e quem acredita em Allah e no Último Dia que seja generoso para o seu vizinho; e 
quem acredita em Allah e no Último Dia que seja generoso para com quem o visita.” 
24 O hadith é�hasan e é�relatado por at-Tirmidhi em Kitab az-Zuhud e por Ibn Majah em 
Kitab Al-Fitan. At-Tirmidhi classifica-o como hasan gharib. Não temos relato deste ha-
dith excepto de Muhammad Ibn Yazid Ibn Khanis. 
25 Hasan de acordo com Abu Ya’la, Baihaqi e as-Suyuti. 
 21 
 'Abdullah Ibn Mas'ud disse: “Por Allah, para além do qual não 
existe nenhuma divindade, nada mais merece uma longa sentença na 
prisão do que a minha língua”. Ele também costumava dizer “Ó língua, 
diz o bem e terás proveito; desiste de dizer coisas más e estarás segura; 
senão só lamentarás”. 
 
 Abu Hurairah relatou que Ibn Al-Abbas disse: “Uma pessoa não 
sentirá uma fúria ou ódio maior por qualquer parte do seu corpo no Dia 
do Juízo mais do que ele sentirá pela sua língua, a não ser que ele a te-
nha usado para dizer ou encorajar o bem”. 
 
 Al-Hassan disse: “Quem não contém a sua língua não consegue 
compreender o seu din”. 
 O defeito menos prejudicial de uma língua é falar daquilo que não 
lhe diz respeito. O seguinte hadith do Profeta ملسو هيلع هللا ىلص é suficiente para indicar 
o dano deste defeito: “Um dos méritos do Islam de uma pessoa é aban-
donar o que não lhe diz respeito”.26 
 
 Abu 'Ubaida relatou que Al-Hassan disse: “Um dos sinais de que 
Allah abandonou um servo é Ele fazer com que ele se preocupe com o 
que não lhe diz respeito”. 
 
 Sahl disse: “Quem fala do que não lhe diz respeito é privado de 
honestidade”. 
 
 Como já dissemos acima, este é o defeito menos prejudicial da 
língua. Existem coisas muito piores, como: falar pelas costas, criar rumo-
res, falar de maneira obscena e enganosa, conversa hipócrita, exibição, 
discutir por tudo e por nada, mesquinhez, canto, mentira, escárnio e fal-
sidade; e existem muitos outros erros que podem afectar a língua de um 
servo, arruinando o seu coração e causando a perda da sua felicidade e 
prazer nesta vida, e o seu sucesso e proveito na próxima. Allah é Aquele 
a Quem voltamos para nos ajudar. 
 
 
 
 
26 Sahih, at-Tirmidhi, Kitab az-Zuhud, 6/607; Ahmad, Al-Musnad, 1/201; as-Sa’ati, Al-
Fath ar-Rabbani, 19/257; hadith número 12 nos Quarenta Ahadith de an-Nawawi. 
 22 
Olhares Desenfreados 
 
 O olhar desenfreado causa a atracção da pessoa para o que ela 
olha e a impressão dessa imagem no seu coração. Isto pode resultar em 
vários tipos de corrupção do coração do servo. Os seguintes são alguns 
deles: 
 
 Foi relatado que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse algo como: “O olhar é uma fle-
cha envenenada do shaytan. Quem baixar o olhar por Allah, Ele dar-lhe-á 
uma doçura refrescante que ele encontrará no seu coração no dia em 
que se encontrar com Ele”.27 
 O shaytan entra com o olhar, pois viaja nele mais rápido que o 
vento que passa por um local vazio. Ele faz o que é visto parecer mais 
atraente do que isso realmente é, e transforma-o num ídolo para o cora-
ção adorar. Depois ele lhe promete recompensas falsas, acende o fogo 
dos desejos dentro dele, e dá-lhe as acções proibidas como lenha, que 
o servo não teria feito se esta imagem distorcida não se tivesse formado. 
 Isto distrai o coração e fá-lo esquecer das preocupações mais im-
portantes, pois fica no meio do caminho como um obstáculo; e então o 
coração perde o caminho reto e cai no abismo do desejo e ignorância. 
Allah diz, Glorioso e Todo-Poderoso, diz: 
“E não obedeças àquele cujo coração tornamos de-
satento à Nossa lembrança e que segue sua paixão 
e cuja conduta excede os limites.” [18:28] 
O olhar desenfreado causa todas estas três aflições. 
 
 É dito que entre o olho e o coração há uma conexão imediata; se 
os olhos são corruptos, então o coração segue-os. Este se torna como 
um montão de lixo onde toda a sujeira e imundície são coleccionadas, e 
então fica sem espaço para o amor a Allah, o acto de deixar todos os 
nossos assuntos com Ele, consciência de que Ele nos vê, e felicidade 
quando se está próximo d'Ele – só o oposto disto tudo poderá habitar tal 
coração. 
 
 Visão fixa e olhares sem restrições são desobediências a Allah: 
“Dize aos crentes, Muhammad, que baixem suas 
vistas e custodiem seu sexo. Isso lhes é mais digno. 
 
27 Da’if, at-Tabarani, 8/63; Al-Hakim, Al-Mustadrak, 4/314; Ahmad, Al-Musnad 5/264. 
 23 
Por certo, Allah é Conhecedor do que fazem.” 
[Qur'an 24:30] 
 Só aquele que obedece às ordens de Allah está contente neste 
mundo, e só o servo que obedece a Allah sobreviverá no próximo. 
 Para, além disso, deixar o olhar rondar liberto enche o coração de 
escuridão, tal como baixar o olhar por Allah enche-o de luz. Depois do 
ayah acima, Allah, Glorioso e Todo-Poderoso, diz na mesma surah do 
Qur’an: 
“Allah é a luz dos céus e da terra. O exemplo da 
Sua luz é como o de um nicho, em que há uma lâm-
pada. A lâmpada está num cristal. O cristal é 
como se fora um astro brilhante. É aceso pelo óleo 
de uma bendita árvore olívea, nem de leste nem de 
oeste; o seu óleo quase se ilumina, ainda que não 
lhe toque fogo algum. É luz sobre luz. Allah guia a 
Sua luz a quem quer. E Allah propõe, para os 
homens, os exemplos. E Allah, de todas as cousas, 
é Onisciente.” [24:35] 
 Quando o coração é uma luz, bens inumeráveis vêm até ele de 
todas as direcções. Se este é escuro, então nuvens do mal e aflições 
vêm de todas as direcções para cobri-lo. 
 
 Deixar o olhar rondar também faz o coração cego quanto à distin-
ção entre a verdade e a falsidade, entre o que é sunnah e o que é inova-
ção; enquanto que baixá-lo por Allah, Exaltado e Glorificado seja, dá-lhe 
um discernimento penetrante, verdadeiro e distinto. 
 Um homem piedoso disse, um dia: “Quem enriquecer o seu com-
portamento exterior ao seguir a sunnah, e enriquecer a sua alma interior 
através da contemplação, e desviar o seu olhar do que é proibido, e evi-
tar qualquer coisa de natureza duvidosa, e alimentar-se só do que é halal 
– o seu discernimento interior nunca irá falhar.” 
 
 As recompensas vêm consoantes as acções. Quem desviar o 
seu olhar do que Allah proibiu, Allah dará luz abundante à sua visão inte-
rior. 
 
 24 
Demasiada comida 
 
 O consumo de pequenas quantidades de alimentos garante a ter-
nura do coração, a força do intelecto, a humildade do ego, a fraqueza 
dos desejos, e a gentileza do temperamento. Comer de forma imode-
rada traz o oposto dessas qualidades louváveis. 
 
 AI-Miqdam Ibn Ma'd Yakrib disse: “Eu ouvi o Mensageirode Allah 
 dizer: 'O filho de Adão não enche nenhum vaso mais desagradável a ملسو هيلع هللا ىلص
Allah do que o seu estômago. Alguns pedaços de comida são suficien-
tes para ele preservar a sua força. Se ele tem de enchê-lo, então deve 
permitir um terço para a sua comida, um terço para a sua bebida e dei-
xar um terço vazio para respirar facilmente”.28 
 
 Comer excessivamente induz muitos tipos de danos. Faz com 
que o corpo se incline à desobediência a Allah e faz a adoração e a obe-
diência parecerem trabalhosas - tais males são o suficiente por si só. 
Um estômago cheio e ingestão excessiva têm causado muitas acções 
reprováveis e inibido muita adoração. Quem se proteger contra os males 
do preenchimento excessivo do seu estômago impedirá um grande mal. 
É mais fácil para o shaytan controlar uma pessoa que tem o seu estô-
mago cheio com alimentos e bebidas, e é por isso que é dito muitas ve-
zes: “Restrinja os caminhos do shaytan pelo jejum”.29 
 
 Foi relatado que enquanto um grupo de jovens da tribo de Israel 
adorava a Allah, a hora de quebra do jejum tinha chegado. Um homem 
levantou-se e disse: "Não comam demais, senão beberão demais, e, 
consequentemente, acabarão por dormir tempo demais, e no final terão 
perdido demais”. 
 
 O Profeta ملسو هيلع هللا ىلص e os seus companheiros, que Allah esteja satisfeito 
com eles, costumavam passar fome com bastante frequência. Embora 
isto tenha sido devido a uma escassez de alimentos, Allah decretou as 
melhores e mais favoráveis condições para o Seu Mensageiro ملسو هيلع هللا ىلص. É por 
isso que Ibn 'Umar e o seu pai, apesar da abundância de comida dispo-
nível para eles - modelaram os seus hábitos de comer como o do Pro-
feta ملسو هيلع هللا ىلص. Foi relatado que ‘A’isha (que Allah esteja satisfeito com ela) 
 
28 Sahih, Ahmad, Al-Musnad, 4/132; as-Sa’ati, Al-Fath ar-Rabbani, 17/88; at-Tirmidhi, 
Kitab az-Zuhud, 7/51. 
29 Da’if; este não aparece na maioria das fontes da sunnah, mas é�mencionado na Al-
Ihya de Al-Ghazzali, 8/1488. 
 25 
disse: “Desde o momento da sua chegada a Madinah até sua morte ملسو هيلع هللا ىلص, 
a família de Muhammad ملسو هيلع هللا ىلص nunca comeu uma refeição de pão de trigo 
três noites seguidas”.30 
 
 Ibrahim Ibn Adham disse: “A pessoa que controla o seu estô-
mago, controla o seu din, e quem controla a sua fome, controla o seu 
comportamento. A desobediência para com Allah é mais próxima de 
uma pessoa satisfeita, com o seu estômago cheio, e mais afastada de 
uma pessoa com fome.” 
 
 
Manter Má Companhia 
 
 Companhia desnecessária é uma doença crónica que causa 
muito dano. Quantas vezes o tipo errado de companhia e mistura entre 
pessoas de sexos opostos privou essas pessoas da generosidade de 
Allah, plantando discórdia nos seus corações que até com a passagem 
do tempo - mesmo sendo tempo suficiente para montanhas se desgas-
tarem - este não foi capaz de a dissipar. Ao manter tal companhia, nós 
podemos encontrar as raízes da perda, ambas nesta vida e na próxima. 
 
 Um servo deve beneficiar de companheirismo. Para fazê-lo, deve 
dividir as pessoas em quatro categorias, e ter cuidado para não as con-
fundir, pois assim que uma é confundida por outra, o mal pode infiltrar-se 
através dessa confusão: 
 
 A primeira categoria é as pessoas cuja companhia é como co-
mida: é indispensável, de noite ou de dia. Assim que um servo satisfaz a 
sua necessidade dela, ele deixa-a até precisar dela outra vez, e assim 
por diante. Estas são as pessoas com conhecimento sobre Allah - das 
suas ordens, das tácticas dos Seus inimigos, e das doenças do coração 
e os seus remédios - que querem o bem para Allah, para o Seu Mensa-
geiro ملسو هيلع هللا ىلص e para os Seus servos. Associar-se com este tipo de pessoa é 
um sucesso por si mesmo. 
 
 A segunda categoria é as pessoas cuja companhia é como um 
medicamento. Ela só é necessária quando uma doença se instala. 
Quando se está saudável, ela não é necessária. No entanto, conviver 
com elas é, por vezes, necessário para o nosso meio de vida, negócios, 
 
30 Al-Bukhari, Kitab at-At’ima, 9/549; e Muslim, Kitab az-Zuhud, 8/105. 
 26 
consulta, etc. Assim que a necessidade de conviver com elas é cum-
prida, conviver mais que isso deve ser evitado. 
 
 A terceira categoria é as pessoas cuja companhia é prejudicial. 
Conviver com este tipo de pessoa é como uma doença, em todas as 
suas variedades e graus, forças e fraquezas. Associar-se com uma ou 
algumas delas é como uma doença crónica incurável. Não beneficiamos 
nem nesta vida, nem na próxima, se as temos como companhia, e per-
deremos certamente, um ou ambos, o nosso din e o nosso meio de vida 
por causa delas. Se a sua companhia nos domina e é instalada, então 
esta se torna uma doença terrível e fatal. 
 Entre tais pessoas estão aquelas que não falam nenhum bem que 
nos possa beneficiar, nem nos ouvem atentamente para que elas benefi-
ciem de nós. Elas não conhecem as próprias almas e, consequente-
mente, põem os seus egos no lugar delas. Se elas falam, as suas pala-
vras caem nos corações dos seus ouvintes como chicotadas de um 
bastão, enquanto durante o tempo todo elas estão cheias de admiração 
e deleite pelas suas próprias palavras. 
 Elas causam angústia aos que estão na sua companhia, en-
quanto acreditam que são o aroma doce da reunião. Se elas estão em 
silêncio, são mais pesadas que uma pedra de moinho enorme - demasi-
ado pesada para carregar ou até arrastar pelo chão.31 
 Concluindo, conviver com quem é mau para a alma não durará, 
mesmo sendo inevitável. Pode ser um dos aspectos mais angustiantes 
da vida de um servo, ser atormentado por tais pessoas, com as quais 
pode ser necessário associar-se. Em tal relação, um servo deve apoiar-
se no bom comportamento, apresentando-se só com a sua aparência 
exterior, enquanto disfarça a sua alma interior, até Allah lhe oferecer um 
caminho para fora desta aflição e os meios de fuga para fora desta situa-
ção. 
 
 A quarta categoria é as pessoas cuja companhia é destruição por 
si só. É como tomar veneno: ou a vítima encontra o antídoto ou morre. 
Muitas pessoas pertencem a esta categoria. Elas são as pessoas de 
inovação religiosa e desvio, aquelas que abandonam a sunnah do Men-
sageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص e defendem outras crenças. Elas chamam o que é 
sunnah de bid’ah e vice-versa. Uma pessoa com o mínimo de intelecto 
 
31 É�relatado que Ash-Shafi’, que Allah esteja satisfeito com ele, disse: “Sempre que 
uma pessoa aborrecedora se senta ao meu lado, o lado onde ele se senta parece 
mais para baixo do que o outro lado.” 
 27 
não deve sentar-se nas suas assembleias nem conviver com elas. O re-
sultado ao fazê-lo será ou a morte do seu coração ou, no mínimo, o 
adoecimento sério deste. 
 
 
O que dá Vida e Sustento ao Coração 
 
 Devemos saber que actos de obediência são essenciais para o 
bem-estar do coração do servo, da mesma maneira que comida e be-
bida são para o bem-estar do corpo. Todas as más acções são o 
mesmo que comidas venenosas, e elas prejudicam o coração inevitavel-
mente. 
 
 O servo sente a necessidade de adorar o seu Senhor, Glorioso e 
Todo-Poderoso, pois ele está naturalmente em constante necessidade 
da Sua ajuda e auxílio. 
 
 Para manter o bem-estar do seu corpo, o servo segue uma dieta 
estrita cuidadosamente. Ele, habitualmente e constantemente, ingere co-
mida boa em intervalos regulares, e apressa-se a libertar o seu estô-
mago de elementos prejudiciais se ele come algo mau por erro. 
 
 O bem-estar do coração do servo, no entanto, é muito mais im-
portante do que o bem-estar do seu corpo, pois, enquanto o bem estar 
do seu corpo lhe permite ter uma vida livre de doença neste mundo, o 
bem estar do coração garante-lhe não só uma vida afortunada neste 
mundo, mas também felicidade eterna no próximo. Da mesma forma, 
enquanto a morte do corpo corta o servo deste mundo, a morte do seu 
coraçãoresulta em angústia eterna. 
 
 Um homem virtuoso disse uma vez: “Quão estranho é que algu-
mas pessoas lamentam por aquele cujo corpo morreu, mas nunca la-
mentam por aquele cujo coração morreu - e, no entanto, a morte do co-
ração é bem mais séria!” 
 
 Logo, actos de obediência são indispensáveis para o bem-estar 
do coração. Vale a pena mencionar os seguintes actos de obediência, 
visto que são necessários e essenciais para o coração do servo: Dhikr 
de Allah ta’ala, recitação do Nobre Qur’an, procurar pelo perdão de Allah, 
fazer du’a, invocar a paz e bênçãos de Allah sobre o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص, e orar à 
noite. 
 
 28 
SEIS 
LEMBRANÇA DE ALLAH E RECITAÇÃO DO 
QUR’AN 
 
 Ibn Taymiyah escreveu: “A lembrança de Allah é para o coração 
como água é para o peixe. O que acontece a um peixe quando este é 
tirado para fora da água?”. 
 
 O Imam Shams ad-Din Ibn Al-Qayyim escreveu cerca de oitenta 
benefícios que se obtém através de dhikrullah no seu livro Al-Wabil Al-
Sayyib. Nós citaremos alguns deles aqui, no entanto, recomendamos a 
leitura deste mesmo livro por causa do seu grande valor. 
 
 A lembrança de Allah é sustento para ambos o coração e o espí-
rito. Se o servo é privado dela, ele torna-se como um corpo privado de 
comida. 
 A lembrança de Allah também afasta o shaytan, suprimindo-o e 
quebrando-o; é agradável ao Misericordioso, Glorioso e Todo-Poderoso, 
dissipa preocupações e melancolia do coração, adorna-o com deleite e 
felicidade, enche o coração e rosto com luz, e cobre aquele que se lem-
bra de Allah com dignidade, gentileza e frescura. Incute amor a Allah, te-
mor a Ele, e o acto de deixar todos os assuntos para Ele. Também au-
menta a possibilidade de Allah lembrar-se do Seu servo, como Allah diz: 
“Então, lembrai-vos de Mim, Eu Me lembrarei de 
vós.” [2:152] 
 Mesmo que esta fosse a única recompensa para a lembrança de 
Allah, seria misericórdia e honra suficientes, pois tal coração está sempre 
alerta e livre de más acções. 
 
 Mesmo que a lembrança de Allah seja uma das formas mais fá-
ceis de adoração, a misericórdia e honra que esta traz não podem ser 
alcançadas por quaisquer outros meios. 
 
 Abu Hurairah relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Quem recitar as pa-
lavras ‘Não há divindade além de Allah, O Único, Ele não tem parceiro al-
gum. A soberania pertence-Lhe e todos os louvores são para Ele, e Ele é 
Poderoso acima de todas as coisas’, cem vezes todos os dias, há uma 
recompensa igual à emancipação de dez escravos, e cem boas acções 
 29 
são registadas para ele, e cem más acções são removidas do seu re-
gisto. E isso é uma protecção para ele contra o shaytan nesse dia até à 
noite, e ninguém poderá fazer algo melhor que isto, excepto aquele que 
fizer mais do que isto (ou seja, aquele que recitar estas palavras mais do 
que cem vezes)”.32 
 
 Jabir relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Quem recitar as palavras 
‘Glória a Allah e para Ele são todos os louvores’, terá uma palmeira plan-
tada para ele no Jardim”.33 
 Ibn Mas’ud (!ضي هللا عن') disse: “Louvar a Allah, Exaltado seja, é-me 
mais querido do que gastar o mesmo número de dinars (quanto o nú-
mero de louvores) pela causa de Allah.” 
 
 A lembrança de Allah é um remédio para os corações duros. Um 
homem disse uma vez a Al-Hassan: “Ó Abu Sa’id, eu queixo-me da du-
reza do meu coração”. Ele disse: “Amacia-o com a lembrança de Allah”. 
 Makhul disse: “A lembrança de Allah é (um sinal de) saúde, en-
quanto que a lembrança de pessoas é como uma doença”. 
 
 Um homem uma vez perguntou a Salman: “Quais são as melhores 
acções?”. Ele disse “Não leste no Qur’an: 
‘…a lembrança de Allah é maior’ [29:45]?” 
 Abu Musa uma vez relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “A diferença 
entre aquele que se lembra do seu Senhor e aquele que não o faz é 
como a diferença entre os vivos e os mortos”.34 
 
 Abdulalh Ibn Busr relatou que um homem uma vez disse ao Pro-
feta ملسو هيلع هللا ىلص: “Os caminhos para o bem são muitos e eu sou incapaz de se-
guir a todos, então, por favor, diga-me algo ao qual me possa apegar, 
mas não me sobrecarregue, para que eu não me esqueça”. Ele disse 
“Certifica-te de que a tua língua está úmida e flexível com a lembrança de 
Allah, O Glorioso.”35 
 
 A lembrança de Allah contínua aumenta as boas testemunhas do 
servo no Dia da Ressurreição. É um meio que o impede de falar de 
 
32 Al-Bukhari, Kitab ad-Da’awat, 11/201; Muslim, Kitab adh-Dhikr wa’d-Du’a, 17/16. 
33 Sahih, at-Tirmidhi, Kitab ad-Da’awat, 9/433. 
34 Al-Bukhari, Kitab ad-Da’awat, 11/208; Al-Hakim, Kitab ad-Du’a, 1/495. 
35 At-Tirmidhi, Kitab ad-Da’awat, 9/314. 
 30 
forma errada, tal como criar rumores propagar estórias e coisas seme-
lhantes. Ou a língua está a mencionar Allah e a lembrá-Lo, ou ela está a 
falar de forma incorrecta. 
 
 Quem tem as portas da lembrança abertas para Ele tem uma 
abertura para o seu Senhor, Glorioso e Todo-Poderoso, através da qual 
ele encontrará aquilo que procura. Se ele encontrar Allah, ele encontrou 
tudo. Se ele perde a oportunidade, ele perdeu tudo. 
 
 Há vários tipos de lembrança. A lembrança dos Nomes de Allah, 
Glorioso e Todo-Poderoso, a lembrança dos Seus Atributos, e louvando-
O e agradecendo-Lhe. Todas estas lembranças podem assumir a forma 
de dizer, por exemplo, “Glória a Allah”, “Louvado seja Allah”, “Não há di-
vindade para além de Allah”. Um servo pode também lembrar-se de Al-
lah referindo-se aos seus Nomes e Atributos, dizendo, por exemplo, “Al-
lah, Glorioso e Todo-Poderoso, ouve tudo o que os Seus servos dizem e 
fazem”; ou mencionando o que Ele ordenou e o que Ele proibiu, como 
dizer “Allah, Glorioso e Todo-Poderoso, ordena isto e isto, ou proíbe isto 
e isto”. 
 
 Um servo pode também lembrar-se de Allah falando sobre as 
Suas bênçãos. No entanto, o melhor tipo de lembrança é a recitação do 
Qur’an, porque este contém remédios para curar o coração de todas as 
doenças. Allah, O Exaltado, diz: 
“Ó humanos! Com efeito, uma exortação de vosso 
Senhor chegou-vos e cura para o que há nos peitos 
e orientação e misericórdia para os crentes.” 
[10:57] 
E também: 
“E fazemos descer, do Qur’an, o que é cura e mis-
ericórdia para os crentes.” [17:82] 
 Todas as doenças do coração resultam dos desejos e dúvidas, e 
o Qur’an é uma cura para ambos. Este tem sinais e provas suficientes e 
claros que distinguem entre a verdade e a falsidade e, então, este cura 
as doenças da dúvida que arruinam o conhecimento, entendimento e 
percepção, permitindo à pessoa ver as coisas como elas realmente são. 
 
 31 
 Quem estuda o Qur’an, e permite que ele seja absorvido pelo co-
ração, reconhecerá a verdade e a falsidade e será capaz de distinguir 
entre elas, tal como ele consegue distinguir a noite do dia. 
 
 Quanto a curar as doenças que surgem dos desejos, é porque 
este contém sabedoria e bons conselhos. Ele recomenda evitar ganhos 
mundanos e inspira uma ânsia pela akhira. 
 
 O Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse uma vez: “Quem quiser amar Allah e o Seu 
Mensageiro deve ler o Qur’an”.36 
 
 O Qur’an é também o melhor meio para aproximar um servo ao 
seu Senhor, Glorioso e Exaltado. 
 
 Khabbab Ibn Al-Arat disse a um homem: “Aproxima-te de Allah o 
máximo que puderes, e lembra-te que não o podes fazer por nenhum 
meio mais agradável a Ele, do que usando as Suas próprias palavras.” 
 
 Ibn Mas’ud disse: “Quem amar o Qur’an, ama Allah e o Seu Men-
sageiro”, e Uthman Ibn Affan (!ضي هللا عن') disse: “Se os vossos corações 
fossem realmente puros, eles nunca se cansariam de recitar as palavras 
de Allah”. 
 
 Concluindo, a coisa mais benéfica para o servo é lembrar-se de 
Allah, Glorioso e Todo-Poderoso, constantemente: 
“Ora, é com a lembrança de Allah que os corações 
se tranquilizam.” [13:28] 
 O melhor tipo de lembrança é recitar o Livro de Allah, Glorioso e 
Exaltado. 
 
 
36 Da’if, munkar. Ver o comentário deste hadith no Tahdhib at-Tahdhibde Ibn Hajar, 
2/222 e Lisan Al-Mizan, 2/185, e em Al-Jami’�as-Saghir de as-Suyuti, 6/150. 
 32 
SETE 
PROCURAR O PERDÃO DE ALLAH 
 
 Perdão é ser protegido das consequências prejudiciais das más 
acções, e tê-las cobertas. Pedir por perdão é mencionado várias vezes 
no Qur’an, e em alguns sítios é uma ordem, como Allah disse, Glorifi-
cado e Exaltado: 
“E implorai perdão a Allah. Por certo, Allah é 
Perdoador, Misericordiador.” [73:20] 
Noutros sítios, Allah louva aqueles que pedem pelo Seu perdão, tal 
como na ayah: 
“…e os que imploram perdão, nas madrugadas.” 
[3:17] 
E noutros sítios, Allah diz-nos que Ele perdoa aqueles que pedem pelo 
Seu perdão, como na ayah: 
“E quem faz um mal ou é injusto consigo mesmo, 
em seguida, implora perdão a Allah, encontrará 
que Allah é Perdoador, Misericordiador.” [4:110] 
 Pedir por perdão é associado frequentemente com arrependi-
mento e, neste caso, este toma a forma de pedir por perdão com a lín-
gua. O arrependimento é afastar-se de más acções com ambos o cora-
ção e o corpo. Pedir por perdão é semelhante a suplicar que Allah, se 
Ele assim quiser, responda e perdoe a pessoa que pede pelo Seu per-
dão. Isto é especialmente verdadeiro se o du’a veio directamente de um 
coração atribulado por más acções, ou se este foi pronunciado durante 
os momentos mais favoráveis à Sua resposta, tal como nas primeiras 
horas da manhã ou imediatamente depois da oração. 
 
 Foi relatado que Luqman uma vez disse ao seu filho: “Ó meu filho, 
faz com que seja um hábito a tua língua dizer as palavras ‘Perdoa-me, ó 
Allah’, pois há certos momentos nos quais Allah não decepciona um 
servo que O chame”. 
 
 Al-Hassan disse: “Peçam pelo perdão de Allah frequentemente - 
nas vossas casas, às vossas mesas, nas vossas estradas, nos vossos 
 33 
mercados, nos vossos encontros, onde quer que estejam. Nunca se 
sabe quando o Seu perdão será concedido”. 
 Abu Hurairah relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Juro por Allah que 
suplico pelo perdão de Allah e volto-me para Ele arrependido mais do 
que setenta vezes por dia”.37 
 
 Abu Hurairah disse: “Eu ouvi o Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص dizer: ‘Um 
servo cometeu um pecado e disse: ‘Ó Allah, eu cometi um pecado, en-
tão, perdoa-me’. Allah disse: ‘O Meu servo sabe que ele tem um Senhor 
que perdoa pecados e o ajuda? Eu perdoo o Meu servo’. Depois de um 
tempo, o homem cometeu outro pecado, então ele disse: ‘Ó meu Se-
nhor, eu cometi outro pecado, então, perdoa-me’. O seu Senhor disse: 
‘O Meu servo sabe que ele tem um Senhor que perdoa pecados e o 
ajuda? Eu perdoo o Meu servo’. Depois de um tempo, o homem come-
teu ainda outro pecado, então ele disse: ‘Ó meu Senhor, eu cometi outro 
pecado, então, perdoa-me’. O seu Senhor disse: ‘O Meu servo sabe 
que ele tem um Senhor que perdoa pecados e o ajuda? Ó servo, faz 
como quiseres. Eu concedi-te perdão’.”38 
 
 Ele, Exaltado seja, disse isto três vezes. Isto significa que o ho-
mem foi perdoado porque ele continuou a pedir por perdão a Allah, cada 
vez que cometia um pecado. É aparente que isto se aplicaria desde que 
a sua procura por perdão não fosse acompanhada pela intenção de re-
petir o mesmo pecado outra vez. 
 
 ‘A’isha (que Allah esteja satisfeito com ela) disse: “Uma pessoa 
afortunada é aquela que (no Dia do Juízo) encontra no seu livro muitas 
súplicas por perdão”. 
 Noutras palavras, pedir pelo perdão de Allah é uma cura para to-
das as más acções. 
 
 Qatada disse: “Este Qur’an orienta-nos para o reconhecimento 
das nossas doenças e para o seu remédio. As nossas doenças são os 
nossos pecados e o nosso remédio é pedir por perdão a Allah”. 
 
 Ali Ibn Abi Talib (!ضي هللا عن') disse: “Allah não inspira a procura por 
perdão a nenhum servo que Ele queira castigar”. 
 
 
37 Al-Bukhari, Kitab ad-Da’awat, 11/101. 
38 Al-Bukhari, Kitab at-Tawhid, 13/466; Muslim, Kitab adh-Dhikr wa’d-Du’a, 17/75. 
 34 
OITO 
SÚPLICA 
 
 Allah, Glorioso e Todo-Poderoso, ordenou-nos a suplicar-Lhe e 
prometeu responder-nos quando o fizermos. Ele diz: 
“Suplicai-Me, Eu vos atenderei.” [40:60] 
Depois Ele segue dizendo: 
“Por certo, os que se ensoberbecem diante da 
Minha adoração entrarão no Inferno, humilha-
dos.” [40:60] 
 Louvor a Allah, Todo-Poderoso, que tem generosidade sem limi-
tes e misericórdia sem fim. Ele fez da súplica do servo, um meio para a 
realização das suas necessidades e o alcance dos seus esforços, um 
acto recompensável de adoração que Ele lhe pediu para fazer, repreen-
dendo-o severamente, descrevendo-o como arrogante, se este a negli-
cencia. 
 
 Abu Hurairah relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Quem não suplica a 
Allah, invoca a Sua ira”.39 
 
Certo está aquele que disse: 
 
Não peças ao filho de Adão para satisfazer uma necessidade, 
Pede Àquele cujas portas nunca são ocultadas. 
Allah enfurece-se quando não Lhe suplicas, 
Enquanto o filho de Adão enfurece-se se lhe pedes [por algo]. 
 
Allah, Glorioso e Todo-Poderoso, diz: 
“Não é Ele Quem atende o infortunado, quando 
este O invoca, e remove o mal e vos faz sucessores, 
na terra?” [27:62] 
E também: 
 
39 Hasan, at-Tirmidhi, Kitab as-Da’awat, 9/313; Ibn Majah, Kitab ad-Du’a, 2/1258; Al-
Hakim, Kitab ad-Du’a, 1/491. 
 35 
“E, quando Meus servos te perguntarem por Mim, 
por certo, estou próximo, atendo a súplica do su-
plicante, quando Me suplica.” [2:186] 
 An-Nu’man Ibn Bashir disse: “O Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص disse ‘A 
súplica é adoração’. Depois ele recitou a ayah: 
“E vosso Senhor disse: ‘Suplicai-Me, Eu vos 
atenderei. Por certo, os que se ensoberbecem diante 
de Minha adoração entrarão no Inferno, humilha-
dos’.” [40:60]40 
 De acordo com a ayah acima, qualquer súplica que cumpra os re-
querimentos correctos será, quase de certeza, respondida por Allah. Isto 
é confirmado pelos ahadith seguintes: 
 
 “Allah é O Eterno, Generosíssimo, e se um homem levanta as 
suas mãos suplicando, Ele envergonha-Se de deixá-las descer vazias, 
desapontando-o.”41 
 
 Anas relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Não abandonem a súplica, 
pois ninguém que suplica é arruinado.”42 
 Abu Sa’id Al-Khudri relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Nenhum mu-
çulmano faz du’a a Allah, sem que Allah lhe conceda uma de três coisas: 
rapidez na realização daquilo que ele pediu; ou isso [que foi pedido] é 
guardado para o Dia do Juízo; ou esse [pedido] impedirá um problema 
semelhante de lhe acontecer - a não ser que ele tenha pedido por algo 
errado, ou algo que quebra os laços de família.”43 
 
 Umar Ibn Al-Khattab (!ضي هللا عن') disse: “Eu não tenho nenhuma 
ansiedade para com a resposta, mas preocupo-me com o próprio du’a, 
porque quem é inspirado por Allah a fazer du’a, invoca a Sua resposta 
imediatamente quando o faz.” 
 
 
 
40 At-Tirmidhi, Kitab ad-Da’awat, 9/311; Al-Hakim, Al-Mustadrak, 1/491; an-Nawawi, 
Al-Adhkar, p.525. 
41 Hasan, at-Tirmidhi, Kitab ad-Da’awat, 9/544; Al-Hakim, Kitab ad-Du’a, 1/497; Abu 
Da’wud, Kitab ad-Du’a, 1/497. 
42 Da’if, Al-Hakim, Al-Mustadrak, 1/493; Ibn Hibban, Al-Ad’iyya, p.596. 
43 Sahih, at-Tirmidhi, Kitab ad-Da’awat, 9/923. 
 36 
Boas Etiquetas ao Suplicar 
 
 Estas incluem escolher os momentos especiais para suplicar, 
como no dia de Arafat, entre os dias do ano; o mês do Ramadan, entre 
os meses do ano; Sexta-feira, entre os dias da semana; e as primeiras 
horas da manhã, entre as horas do dia. 
 
 Estas também incluem escolher condições favoráveis, tal como 
nos momentos de chuva, nos momentos em que exércitos que lutam 
pela causa de Allah marcham [para o campo de batalha], e nos momen-
tos em que se faz sujud. 
 
 Abu Hurairah relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Um servo está mais 
perto do seu Senhor enquanto está em prostração, então aumentem a 
vossa súplica enquanto prostram.”44 
 
 O mesmo aplica-se ao momento entre o adhan e iqamah. O Men-
sageirode Allah ملسو هيلع هللا ىلص disse: “A súplica durante o momento entre o adhan 
e iqamah nunca é feita em vão”.45 
 
 É bom ser firme ao suplicar e confiante na resposta de Allah. O 
Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Ninguém, entre vocês, deve dizer ‘Ó Allah, perdoa-
me, se quiseres’ ou ‘Ó Allah, tem misericórdia de mim, se quiseres’; ele 
deve ser sempre firme ao pedir a Allah, pois ninguém pode obrigar Allah 
a fazer algo contra a Sua vontade”.46 
 
 É também algo benéfico estar com wudu’, em direcção a Makkah, 
e repetir o du’a três vezes.47 
 
 A súplica deve começar por louvar a Allah, referindo-se aos Seus 
Nomes e Atributos e as Suas bênçãos, seguida de invocação das Suas 
bênçãos para o Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص. Depois, o suplicante deve des-
crever as suas necessidades e fazer o seu pedido e, finalmente, concluir 
com mais súplicas para o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص e louvor a Allah, Glorioso e Todo-
Poderoso. 
 
44 Muslim, Kitab as-Salah, 4/200. 
45 Sahih, at-Tirmidhi, Kitab as-Salah, 1/624, e em Kitab ad-Da’awat, 10/53; Abu 
Da’wud, Kitab as-Salah, 2/224. 
46 Al-Bukhari, Kitab at-Tawhid, 13/448, e em Kitab ad-Da’awat, 11/139; Muslim, Kitab 
adh-Dhikr wa’d-Du’a, 17/7. 
47 Muslim, Kitab Al-Jihad, 12/152. Isto faz parte de um longo hadith relatado por Abu 
Su’ud (!ضي هللا عن'). 
 37 
 
 É importante que a sua necessidade seja pura e não algo mais ou 
algo que possa causar a quebra dos laços de família. 
 O suplicante não deve insistir na realização imediata dos seus pe-
didos, nem deve dizer ‘Eu supliquei a Allah, mas Ele não respondeu ao 
meu du’a’. 
 
 Abu Hurairah relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “A súplica de qual-
quer um de vós será cumprida (por Allah), desde que ele não se torne 
impaciente, dizendo ‘Eu pedi, mas o meu pedido não me foi conce-
dido’.”48 
 
 Ibn Battal disse: “O que é implicado aqui é que a pessoa deses-
pera e, por isso, abandona o acto de fazer du’a completamente - em tal 
caso, é como se ele fosse o que se dignou a fazer du’a, ou que ele con-
sidera o seu du’a o suficiente para exigir uma resposta, e então ele es-
pera por uma resposta imediata, sem qualquer atraso, do Senhor Gene-
roso - quando nem a Sua resposta ao du’a diminui o Seu poder abso-
luto, nem os pedidos que Ele concede às suas criaturas diminuem o que 
Ele tem, no mínimo que seja.” 
 
 Este hadith indica uma das cortesias excelentes ao fazer du’a, in-
formando que aquele que pede deve persistir e não desesperar pela 
resposta positiva do seu du’a, pois isto demonstrará a sua submissão e 
a sua confiança absoluta no auxílio de Allah. 
 
 
48 Al-Bukhari, Kitab ad-Da’awat, 11/140; Muslim, Kitab adh-Dhikr wa’d-Du’a, 17/51. 
 38 
NOVE 
INVOCAR BÊNÇÃOS PARA O PROFETA ملسو هيلع هللا ىلص 
 
 Há um hadith relatado por Abu Hurairah, no qual é relatado que o 
Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Se alguém invocar bênçãos para mim uma vez, Allah 
conceder-lhe-á dez bênçãos”.49 Isto é porque uma boa acção é regis-
tada como dez boas acções, e invocar bênçãos para o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص é 
uma das coisas excelentes que um muçulmano pode fazer. 
 
 Ibn Al-Arabi disse: “Se alguém perguntasse sobre o mérito das pa-
lavras de Allah ‘Quem chega com uma boa acção terá dez vezes seu o 
equivalente…’, nós diríamos ‘Têm grande mérito. O Qur’an mencionou 
que uma boa acção é multiplicada dez vezes, e que invocar bênçãos 
para o Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص é, de acordo com o Qur’an, uma boa ac-
ção que dá àquele que a faz dez níveis acima no Jardim. O Profeta ملسو هيلع هللا ىلص 
disse que Allah abençoa dez vezes aquele que invoca bênçãos para ele 
uma só vez. A lembrança que Allah tem de um servo é bem superior à 
multiplicação de boas acções. Isto é ainda apoiado pelo facto de que Al-
lah, Exaltado seja, concedeu ao servo que se lembra d’Ele a recom-
pensa dele próprio ser lembrado por Allah. Da mesma forma, o servo 
que se lembrar do Seu Mensageiro ملسو هيلع هللا ىلص, é recompensado por ser lem-
brado por Ele também”. 
 
 Al-Iraqi disse: “As bênção de Allah para com o servo não é a sua 
única recompensa, pois, como nos é dito no hadith seguinte, Ele tam-
bém regista dez boas acções no livro do servo e remove dez más ac-
ções dele, e eleva-o por dez níveis”. 
 
 Anas Ibn Malik relatou que o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Se sou mencio-
nado na presença de alguém, ele deve invocar bênçãos para mim e se 
alguém invoca bênçãos para mim uma vez, Allah conceder-lhe-á dez 
bênçãos”. Noutra versão deste hadith, o Profeta ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Se alguém in-
vocar bênçãos para mim uma vez, Allah conceder-lhe-á dez bênçãos, 
removerá dez más acções e elevá-lo-á por dez níveis”.50 
 
 
49 Muslim, Kitab as-Salah, 4/128. 
50 Sahih, Ibn as-Sunni, ‘Amal Al-Yawm wa’l-Laylah, nº�382. Ver também Muslim, Kitab 
as-Salah, 4/127. 
 39 
 As palavras do Profeta ملسو هيلع هللا ىلص “Se eu sou mencionado na presença 
de alguém, ele deve invocar bênçãos para mim” parecem fazer a invoca-
ção das bênçãos para ele obrigatória nesta situação. Há ainda mais pro-
vas disto no hadith “Avarento é aquele em cuja presença sou mencio-
nado e, no entanto, ele não invoca bênçãos para mim”.51 
 
 Ibn Mas’ud relatou que o Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Allah tem 
anjos a vaguear que vêm e informam-me das bênçãos que a minha 
Ummah invoca para mim”.52 Ibn Mas’ud também relatou que o Mensa-
geiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Os mais próximos de Mim no Dia do Juízo se-
rão aqueles que invocam bênçãos para mim frequentemente”.53 
 A melhor altura para invocar bênçãos frequentemente para o Men-
sageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص é à sexta-feira. Aws Ibn Aws relatou que o Mensa-
geiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص disse: “Entre os vossos dias mais excelentes está a 
sexta-feira porque, nesse dia, Adão foi criado, e nesse dia ele morreu, e 
nesse dia a Trompa irá soar, e nesse dia virá a Hora. Então invoquem 
bênçãos para mim frequentemente nesse dia, pois as vossas bênçãos 
ser-me-ão trazidas”. Foi-lhe questionado “Ó Mensageiro de Allah, como 
serão as nossas bênçãos transmitidas até si quando o seu corpo se tor-
nará parte da terra decadente?”. Ele respondeu “Allah proibiu a terra de 
destruir os corpos dos profetas.”54 
 Quanto à forma como a invocação das bênçãos para o Profeta 
 deve ser feita, Abu Mas’ud Al-Ansari relatou: “Nós estávamos a sentar ملسو هيلع هللا ىلص
na companhia de Sa’d Ibn Ubada, quando o Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص 
veio até nós. Bashir Ibn Sa’d disse: ‘Ó Mensageiro de Allah, Allah orde-
nou-nos a pedir por bênçãos para si, mas como é que devemos fazê-
lo?’. O Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص permaneceu em silêncio. Nós estávamos 
tão perturbados quanto ao seu silêncio que desejámos que ele não ti-
vesse perguntado sobre isto. Finalmente, o Mensageiro de Allah ملسو هيلع هللا ىلص 
disse: ‘Diz: ‘Ó Allah, abençoa Muhammad e a família de Muhammad 
como abençoaste Ibrahim e a família de Ibrahim. Ó Allah dá baraka a 
Muhammad e à família de Muhammad como deste baraka a Ibrahim e à 
família de Ibrahim. Certamente, Tu és merecedor de Louvor e Glorioso”, 
e depois diz o taslím como aprendeste’.”55 
 
51 Sahih, an-Nisa’i, Fadha’il Al-Qur’an, nº�125; at-Tirmidhi, Kitab ad-Da’awat, 9/531; 
Ahmad, Al-Musnad, 1/201; Al-Hakim, Kitab ad-Du’a, 1/549. 
52 Sahih, Ahmad, Al-Musnad, 1/387; an-Nisa’i, Kitab as-Sahw, 3/43. Ibn Al-Qayyim 
disse: “A corrente de narração é�sahih”. Ver Jalaa’�ul Afhaam, p. 23. 
53 Hasan, at-Tirmidhi, Kitab Al-Witr, 2/607; Ibn Hibban, Mawarid adh-Dham’an, p. 594. 
54 Sahih, Ibn Ma’jah, Kitab Al-Jana’iz, 1/524; Abu Da’wud, Kitab as-Salah, 3/370; Ah-
mad, Al-Fath ar-Rabbani, 6/9. Al-Hakim disse: “É�sahih”, no seu Kitab Al-Jumu’ah, 
1/278. 
55 Muslim, Kitab as-Salat, 4/123. 
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DEZ 
REZAR À NOITE 
 
 Allah diz: 
“Por certo, teu Senhor sabe que

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