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1Coríntios (MHenry)

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1 CORÍNTIOS 
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 Introdução 
 Capítulo 1 Capítulo 5 Capítulo 9 Capítulo 13 
 Capítulo 2 Capítulo 6 Capítulo 10 Capítulo 14 
 Capítulo 3 Capítulo 7 Capítulo 11 Capítulo 15 
 Capítulo 4 Capítulo 8 Capítulo 12 Capítulo 16 
 
Introdução 
A igreja de Corinto tinha alguns judeus, porém mais gentios, e o 
apóstolo precisou lutar contra a superstição de uns e a conduta 
pecaminosa de outras. A paz desta igreja era perturbada por falsos 
mestres, que sabotavam a influência do apóstolo. Resultaram disso dois 
grupos: um que defendia zelosamente as cerimônias judaicas, e outro que 
se permitia excessos contrários ao Evangelho, aos quais eram levados 
principalmente pela luxúria e pelos pecados que os rodeavam. Esta 
epístola foi escrita para repreender a conduta desordenada, sobre a qual o 
apóstolo havia sido informado, e para aconselhar acerca de alguns pontos 
em que os coríntios solicitaram seu juízo, de modo que o alcance era 
duplo. 
1. Aplicar remédios apropriados às desordens e abusos que 
prevaleciam entre eles. 
2. Responder satisfatoriamente a todos os pontos sobre os quais se 
desejava o seu conselho. O discurso é muito notável pela mansidão cristã 
e pela firmeza com que o apóstolo escreve, e por ir desde as verdades 
gerais, diretamente a opor-se aos erros e à má conduta dos coríntios. 
Expõe a verdade e a vontade de Deus acerca de diversos assuntos, com 
grande firmeza argumentativa e estilo animado. 
 
1 Coríntios 1 
Versículos 1-9: Saudações e agradecimento; 10-16: Exortação ao 
amor fraternal, e repreensão pelas divisões; 17-25: A doutrina do 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 2 
Salvador crucificado, que promove a glória de Deus; 26-31: E humilha 
a criatura diante dEle. 
Vv. 1-9. Todos os cristãos são dedicados e consagrados a Cristo 
pelo batismo, e têm a estrita obrigação de serem santos, porque na 
verdadeira Igreja de Deus estão todos os santificados em Cristo Jesus, 
chamados para ser santos, e que o invocam como o Deus manifestado na 
carne, para todas as bênçãos da salvação; os quais o reconhecem e 
obedecem como Senhor deles, e Senhor de tudo; não inclui outras 
pessoas. O cristão se distingue do profano e do ateu porque não ousa 
viver sem oração; e pode se distinguir dos judeus e pagãos, pois invoca o 
nome de Cristo. 
Note com quanta freqüência o apóstolo repete nestes versículos as 
palavras nosso Senhor Jesus Cristo. Temia não mencioná-lo com 
bastante honra e freqüência. O apóstolo dá a saudação habitual a todos os 
que invocam a Cristo, desejando de Deus para eles a misericórdia que 
perdoa, a graça que santifica e a paz que consola através de Jesus Cristo. 
Os pecadores não podem ter a paz de Deus nem nada dEle, senão 
por meio de Cristo. Paulo dá graças pela conversão deles à fé de Cristo; 
essa graça lhes foi dada por Jesus. Eles foram enriquecidos por Ele com 
todos os dons espirituais. Fala de palavras e conhecimento. Onde Deus 
tem concedido estes dois dons, tem dado grande poder para o trabalho. 
Estes eram dons do Espírito Santo, pelos quais Deus dava testemunho 
dos apóstolos. 
Os que esperam a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, serão 
sustentados por Ele até o fim; estes serão livres de culpa no dia de Cristo, 
feitos assim pela rica e livre graça. Quão gloriosas são as esperanças de 
tal privilégio: estar resguardados pelo poder de Cristo, do poder das 
nossas corrupções e das tentações de Satanás! 
Vv. 10-16. Sede unânimes nas grandes coisas da religião; onde não 
há unidade de sentimentos, deve haver ao menos a união do afeto. O 
acordo nas coisas maiores deveria fazer minguar as divisões sobre as 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 3 
menores. No céu haverá perfeita união, e quanto mais nos aproximarmos 
dela na terra, mais perto chegaremos da perfeição. 
Paulo e Apolo eram ambos fiéis ministros de Jesus Cristo, e 
ajudantes de sua fé e gozo; porém, aqueles que estavam dispostos a ser 
beligerantes, dividiram-se em grupos. As melhores coisas estão tão 
sujeitas a corromper-se, que o Evangelho e suas instituições são 
transformados em motivos de discórdia e contenda. Satanás sempre tem 
se proposto a estimular a discórdia entre os cristãos, como um de seus 
principais intentos contra o Evangelho. 
O apóstolo deixou o batismo para os outros ministros, enquanto ele 
pregava o Evangelho, como obra mais útil. 
Vv. 17-25. Paulo fora criado no ensino judaico, mas a clara 
pregação de Jesus crucificado era mais poderosa que toda a oratória e 
filosofia do mundo pagão. Esta é a suma e a essência do Evangelho. 
Cristo crucificado é o fundamento de todas as nossas esperanças, a fonte 
de todo o nosso gozo. Nós vivemos por sua morte. Ele explica e aplica 
fielmente a pregação da salvação dos pecadores perdidos pelos 
sofrimentos e pela morte do Filho de Deus, e esta parece loucura para os 
que caminham para a destruição. O sensual, o cobiçoso, o ambicioso e o 
orgulhoso notam igualmente que o Evangelho se opõe às suas obras 
preferidas. Porém, os que recebem o Evangelho e são iluminados pelo 
Espírito de Deus, notam mais da sabedoria e o poder de Deus na doutrina 
de Cristo crucificado, do que em todas as suas outras obras. 
Deus deixou grande parte da humanidade livre para seguir os ditos 
da razão arrogante do homem, e os fatos têm mostrado que a sabedoria 
humana é néscia, e incapaz de encontrar ou reter o conhecimento de 
Deus como Criador. Agradou a Deus salvar os crentes pela loucura da 
pregação. Pela loucura da pregação, não pelo que com justiça poderia 
chamar pregação louca, mas que o que era pregado era loucura para os 
homens sábios segundo o mundo. O Evangelho sempre foi e será algo 
néscio para todos os que vão pelo caminho da destruição. A mensagem 
de Cristo, entregue com simplicidade, tem sido sempre uma pedra de 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 4 
toque pela qual os homens podem saber por qual caminho viajam. 
Porém, a desprezada doutrina da salvação pela fé no Salvador 
crucificado, que compra a Igreja com seu sangue para salvar multidões 
da ignorância, do engano e do vício, tem sido bendita em todas as 
épocas. Os instrumentos mais fracos que Deus usa, são mais fortes em 
seus efeitos que os homens mais fortes. Não se trata de que haja atitudes 
néscias ou fraquezas em Deus, mas que o que os homens consideram 
como tais, superam toda a sua admirada sabedoria e poder. 
Vv. 26-31. Deus não escolheu filósofos, oradores, estadistas, nem 
homens ricos, poderosos e interessados no mundo para divulgar o 
Evangelho de graça e paz. Antes julga quais são os homens adequados, e 
em que medida são capazes de servir aos propósitos de sua glória. 
Ainda que não são muitos os nobres habitualmente chamados pela 
graça divina, têm havido alguns deles em todas as épocas, que não têm 
se envergonhado do Evangelho de Cristo porque as pessoas de todos os 
níveis necessitam da graça que perdoa. Muitas vezes o cristão humilde, 
ainda que pobre segundo o mundo, possui mais conhecimento verdadeiro 
do Evangelho do que aqueles que têm feito do estudo da letra das 
Escrituras o objetivo de suas vidas, mas que as estudam mais como 
testemunho de homens do que como Palavra de Deus. 
Até as crianças adquirem grande conhecimento da verdade divina, a 
ponto de silenciar os infiéis. A razão é que Deus os ensina; a intenção é 
que nenhuma carne se glorie na sua presença. Esta distinção, a única na 
qual poderiam gloriar-se, não é deles mesmos. Foi pela opção soberana e 
pela graça regeneradora de Deus que eles estavam em Jesus Cristo por 
fé. Ele nos é feito por Deus sabedoria, justiça, santificação e redenção: 
tudo o que necessitamos ou podemos desejar. Nos é feito sabedoria para 
que por sua Palavra e Espírito, e por sua plenitude e tesouros de 
sabedoria e conhecimento, possamos receber tudo o que nosfará sábios 
para a salvação e aptos para todo serviço a que venhamos ser chamados. 
somos culpáveis, destinados ao justo castigo, mas Ele é feito justiça, 
nossa grande expiação e sacrifício. Somos pervertidos e corruptos; Ele é 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 5 
feito santificação, a fonte de nossa vida espiritual. DEle, que é a Cabeça, 
a santificação é dada ao seu corpo por seu Espírito Santo. Estamos 
escravizados, e Ele nos é feito redenção, nosso Salvador e Libertador. 
Onde Cristo for feito justiça para uma alma, também será feito 
santificação. Nunca absolve a culpa do pecado sem libertar de seu poder; 
é feito justiça e santificação, para que ao final seja feito redenção 
completa, e possa libertar a alma do ser de pecado e livrar o corpo das 
correntes do sepulcro. Isto é para que toda carne, conforme a profecia de 
Jeremias 9.23, possa se gloriar no favor especial, na graça absolutamente 
suficiente e na preciosa salvação de Jeová. 
 
1 Coríntios 2 
Versículos 1-5: A maneira simples como o apóstolo prega a Cristo 
crucificado; 6-9: A sabedoria contida nesta doutrina; 10-16. Não pode 
ser devidamente conhecida senão pelo Espírito Santo. 
Vv. 1-5. Em sua Pessoa, ofícios e sofrimentos, Cristo é a suma e a 
essência do Evangelho, e deve ser o grande tema da pregação de um 
ministro do Evangelho, mas não tanto como para deixar de fora as panes 
da verdade e da vontade revelada de Deus. Paulo pregava todo o 
conselho de Deus. Poucos conhecem o temor e o tremor dos ministros 
fiéis pelo profundo sentimento de sua própria fraqueza. Eles sabem quão 
insuficientes são e temem por si mesmos. Quando nada, senão o Cristo 
crucificado, é pregado com clareza, o êxito deve ser inteiramente do 
poder divino que acompanha a Palavra, e desta maneira, os homens são 
levados a crer na salvação de suas almas. 
Vv. 6-9. Aqueles que recebem a doutrina de Cristo como divina e 
havendo sido iluminados pelo Espírito Santo, a observam bem, e não 
somente vêem a clara história de Cristo crucificado, como também os 
profundos e admiráveis desígnios da sabedoria divina. É o mistério 
manifestado aos santos (Cl 1.26), ainda que anteriormente escondido do 
mundo pagão; foi somente mostrado em tipificações obscuras e profecias 
distantes, mas agora é revelado e dado a conhecer pelo Espírito de Deus. 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 6 
Jesus Cristo é o Senhor da glória, título demasiadamente grande 
para qualquer criatura. Há muitas coisas que as pessoas não fariam se 
conhecessem a sabedoria de Deus na grande obra da redenção. Há coisas 
que Deus tem preparado para os que o amam e o esperam, que os 
sentidos não podem descobrir, que nenhum ensino pode transmitir aos 
nossos ouvidos, nem ainda podem entrar em nossos corações. Devemos 
tomá-las como estão nas Escrituras, como Deus as quis revelar-nos. 
Vv. 10-16. Deus nos tem revelado a verdadeira sabedoria por seu 
Espírito. Esta é uma prova da autoridade divina das Sagradas Escrituras 
(2 Pe 1.21). 
Observe este fato como prova da divindade do Espírito Santo, que 
conhece e esquadrinha todas as coisas, mesmo as profundezas de Deus. 
Ninguém pode saber das coisas de Deus, senão o seu Espírito Santo, que 
é um com o Pai e o Filho, e que dá a conhecer os mistérios divinos à sua 
Igreja. Este é um testemunho muito claro da verdadeira divindade e da 
personalidade do Espírito Santo. 
Os apóstolos não foram guiados por princípios mundanos. 
Receberam do Espírito de Deus a revelação destas coisas, e do mesmo 
Espírito receberam sua impressão salvadora. Estas coisas são as que 
declararam com uma linguagem clara e simples, ensinando pelo Espírito 
Santo, totalmente diferente da afetada oratória ou palavras sedutoras da 
sabedoria humana. O homem natural, o homem sábio do mundo, não 
recebe as coisas do Espírito de Deus. A soberba da argumentação carnal 
é tão oposta à espiritualidade quanto a sensualidade mais baixa. A mente 
santa discerne as verdadeiras belezas da santidade, mas não perde o 
poder de discernir e julgar as coisas comuns e naturais. O homem carnal 
é estranho aos princípios, alegrias e ações da vida divina. somente o 
homem espiritual é uma pessoa a quem Deus dá o conhecimento de sua 
vontade. Quão pouco ele tem conhecido a mente de Deus pelo poder 
natural! O Espírito capacitou os apóstolos para que conhecessem a sua 
mente. A mente de Cristo, e a mente de Deus em Cristo, nos são dadas a 
conhecer plenamente nas Sagradas Escrituras. O grande privilégio dos 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 7 
cristãos é que têm a mente de Cristo, que lhes é revelada por seu 
Espírito. Eles experimentam o seu poder santificador em seus corações e 
dão bons frutos em suas vidas, 
 
1 Coríntios 3 
Versículos 1-4: Os coríntios são repreendidos por suas discussões; 
5-9: Os verdadeiros servos de Cristo não podem fazer nada sem Ele; 10-
15: Ele é o único fundamento, e cada um deve ter cuidado com o que 
edifica sobre Ele; 11-17: As igrejas de Cristo devem se manter puras e 
ser humildes; 18-23: Não devem gloriar-se nos homens, porque os 
ministros e todas as demais coisas são suas por meio de Cristo. 
Vv. 1-4. As verdades mais claras do Evangelho, quanto à 
pecaminosidade do homem e a misericórdia de Deus, o arrependimento 
para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, expressas na 
linguagem mais simples, são melhor recebidas pelas pessoas do que os 
mistérios mais profundos. Os homens podem ter muito conhecimento 
doutrinário, e serem somente principiantes na vida de fé e experiência. 
As discussões e as discórdias sobre a religião são tristes provas de 
carnalidade. A verdadeira religião torna os homens pacíficos, não 
belicosos. Devemos lamentar que muitos dos que deveriam andar como 
cristãos, vivem e agem demasiadamente como os demais homens. 
Muitos professos e pregadores também mostram que são carnais, até por 
discórdias vangloriosas, pela ansiedade para debater e a facilidade para 
desprezar a outros e falar mal deles. 
Vv. 5-9. Os ministros pelos quais os coríntios discutiam eram 
somente instrumentos usados por Deus. Não devemos colocar os 
ministros no lugar de Deus. O que planta e o que rega são um, 
empregados por um Mestre, encarregados da mesma revelação, 
ocupados em uma obra e dedicados a uma mesma intenção. Têm dons 
diferentes, do único e mesmo Espírito, para os mesmos propósitos; e 
devem executar de todo coração a mesma intenção. As coisas irão 
melhor para aqueles que trabalham mais arduamente. Os que forem mais 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 8 
fiéis terão uma recompensa maior. Trabalham com Deus para promover 
os propósitos de sua glória e a salvação das almas preciosas; e aquEle 
que conhece a sua obra se ocupará de que não trabalhem em vão. São 
empregados em sua vinha e em sua casa, e Ele se ocupará 
cuidadosamente deles. 
Vv. 10-15. O apóstolo era um perito construtor, mas foi a graça de 
Deus que o capacitou desta maneira. O orgulho espiritual é abominável, 
e usa os maiores favores de Deus para alimentar a nossa vaidade, e fazer 
de nós mesmos ídolos. Todo homem deve se cuidar: pode haver má 
edificação sobre um fundamento bom. Nada dever ser colocado em 
cima, senão o que o fundamento suporta, e que forme só uma peça com 
Ele. Não devemos nos atrever a unir uma vida meramente humana ou 
carnal com a fé divina, a corrupção do pecado com a confissão do 
cristianismo. Cristo é a Rocha eterna, firme e imutável; capaz de suportar 
de todas as maneiras, todo o peso que o próprio Deus ou o pecador 
possam colocar sobre Ele; também não há salvação em nenhum outro. Se 
a doutrina de sua expiação for retirada, não haverá fundamento para as 
nossas esperanças. 
Há duas classes dos que se apóiam neste fundamento. Alguns não 
se apegam a nada a não ser à verdade em Jesus, e não pregam outra 
coisa. Outros edificam sobre o bom fundamento algo que não será 
aprovado no dia da prova. Cada um de nós pode se equivocar consigo 
mesmo e com os demais, porémvem o dia em que as nossas ações serão 
mostradas sob a luz verdadeira, sem encobrimentos nem disfarces. 
Aqueles que anunciarem a verdadeira e pura religião em todos os seus 
aspectos e cuja obra permanecer no grande dia, receberão uma grande 
recompensa! Quanto mais excederão as suas deserções! Há outros cujas 
corruptas opiniões e doutrinas e vãs invenções e práticas no culto a Deus 
serão reveladas, censuradas e rejeitadas naquele dia. Isto claramente é 
dito referindo-se a um fogo figurado, não a um real; que fogo real pode 
consumir rituais ou doutrinas religiosas? Este fogo é para provar as obras 
de cada homem, as de Paulo, as de Apolo e as de outros. Consideremos a 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 9 
tendência de nossas obras, comparemo-las com a Palavra de Deus, e 
julguemos a nós mesmos para que não sejamos julgados pelo Senhor. 
Vv. 16,17. De outras partes da epístola surge que os falsos mestres 
dos coríntios ensinavam doutrinas ímpias. Tal ensino tendia a corromper, 
a contaminar e a destruir o edifício que deve manter-se puro e santo para 
Deus. Os que difundem princípios relaxados, que tornam a Igreja de 
Deus impura, acarretam destruição a si mesmos. Cristo habita em todos 
os crentes verdadeiros por seu Espírito. Os cristãos são santos por 
profissão de fé e devem ser puros e limpos de coração e de conversação. 
Engana-se aquele que se considera templo do Espírito Santo, mas não se 
preocupa com a santidade pessoal ou com a paz e a pureza da Igreja. 
Vv. 18-23. Ter uma opinião elevada de nossa própria sabedoria é 
adularmos a nós mesmos, e a adulação de si mesmo é o passo que 
precede a decepção sobre si mesmo. A sabedoria que os homens 
mundanos estimam é néscia para Deus. Com quanta justiça Ele despreza 
e com quanta facilidade Ele pode confundi-los e impedir o seu 
progresso! Os pensamentos dos homens mais sábios do mundo têm 
vaidade, debilidade e são néscios para eles. Tudo isto deve nos ensinar a 
ser humildes e nos tornar dispostos para ser ensinados por Deus, como 
para que as pretensões da sabedoria e perícia humana não nos desviem 
das claras verdades reveladas por Cristo. A humanidade tem a tendência 
de se opor ao desígnio das misericórdias de Deus. 
Observe as riquezas espirituais do crente verdadeiro: "Todas são 
suas" até os ministros e as ordenanças, sim, o próprio mundo é teu. Os 
santos têm tanto deste quanto a sabedoria infinita estimar conveniente 
para eles, e o possuem com a bênção divina. A vida é tua para que tenhas 
tempo e oportunidade de preparar-te para a vida no céu; e a morte é tua 
para que possas ir a possuí-lo. Ela é o bom mensageiro que te tira do 
pecado e do sofrimento, e te guia à casa de teu Pai. As coisas presentes 
são tuas para te sustentar no caminho; as coisas vindouras são tuas para 
te deleitares para sempre ao final de tua viagem. se pertencemos a Cristo 
e somos leais a Ele, todo o bem nos pertence e está assegurado para nós. 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 10 
Os crentes são os súditos de seu reino. Ele é o nosso Senhor; devemos 
reconhecer o seu domínio e nos submetermos alegremente às suas 
ordens. Deus em Cristo, reconciliando consigo mesmo o mundo pecador, 
e derramando as riquezas de sua graça sobre um mundo reconciliado) é a 
suma e a essência do Evangelho. 
 
1 Coríntios 4 
Versículos 1-6: O verdadeiro caráter dos ministros do Evangelho; 
7-13: Precauções contra o desprezo para com o apóstolo; 14-21: O 
apóstolo reclama a consideração deles como seu pai espiritual em 
Cristo, e mostra a sua preocupação por eles. 
Vv. 1-6. Os apóstolos eram somente servos de Cristo, mas não 
deveriam ser menosprezados. Haviam recebido uma grande missão, e 
por isto tinham um ofício honroso. Paulo tinha uma justa preocupação 
por sua reputação, mas sabia que aquele que pretende agradar os homens 
não será um servo fiel de Cristo. É consolador que os homens não sejam 
os nossos juizes definitivos. Não é fazer um bom juízo de nós mesmos, 
nem justificar-nos que nos dará finalmente segurança e felicidade. Nosso 
próprio juízo sobre a nossa fidelidade não é mais confiável que as nossas 
próprias obras para a nossa justificação. 
Vem o dia em que os pecados secretos dos homens serão trazidos à 
luz, e os segredos de seus corações serão descobertos. Então, todo crente 
caluniado será justificado, e todo servo fiel será aprovado e 
recompensado. A Palavra de Deus é a melhor regra pela qual julgar os 
homens. Não nos envaideçamos uns contra os outros, pois devemos nos 
lembrar que somos instrumentos empregados por Deus e dotados por Ele 
com talentos variados. 
Vv. 7-13. Não temos razão para ser orgulhosos; tudo o que temos, 
somos ou fazemos que seja bom, deve-se à rica e livre graça de Deus. 
Um pecador arrebatado da destruição pela graça soberana será muito 
incoerente e agirá de maneira absurda se ensoberbecer-se das dádivas 
gratuitas de Deus. Paulo explica as suas próprias circunstâncias (v. 9). 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 11 
Faz alusão aos cruéis espetáculos das diversões romanas, onde forçava-
se os homens a cortarem uns aos outros em pedaços, para divertir o 
povo; e onde o vencedor não escapava vivo, mesmo que destruísse seu 
adversário, porque era conservado somente para mais outro combate, e 
até que fosse morto. Pensar que há muitos olhos postos sobre os crentes 
quando lutam com dificuldades ou tentações, deve estimular a coragem e 
a paciência. somos fracos, mas somos fortes. Todos os cristãos não são 
expostos por igual. Alguns sofrem tribulações maiores do que outros. 
O apóstolo começa a detalhar os seus sofrimentos. E quão gloriosas 
são a caridade e a devoção que os fazem passar por todas estas aflições! 
sofreram em suas pessoas e caráter como os piores e mais vis dos 
homens, como a própria imundícia do mundo, que deveria ser varrida; 
sim, como o resto de todas as coisas, a escória de todas as coisas. Todo 
aquele que deseja ser fiel a Cristo deve preparar-se para enfrentar 
situações que procurem levá-lo à pobreza ou ao desprezo. seja o que for 
que os discípulos de Cristo sofram da parte dos homens, devem seguir o 
exemplo e cumprir os preceitos e a vontade de seu Senhor. Devem estar 
contentes com Ele e por Ele, por serem submetidos a desprezos e abusos. 
É muito melhor ser rejeitado, desprezado e suportar abusos, como 
aconteceu com Paulo, do que ter a boa opinião e o favor do mundo. 
Ainda que sejamos desprezados pelo mundo como vis, ainda assim, 
seremos preciosos para Deus, reunidos por suas próprias mãos e 
colocados em seu trono. 
Vv. 14-21. Ao repreender o pecado devemos distinguir entre os 
pecadores e os seus pecados. As desaprovações que são feitas com 
bondade e afeto podem transformar. Ainda que o apóstolo falasse com 
autoridade de pai, preferia rogar-lhes com amor. Como os ministros 
devem dar o exemplo, os outros devem segui-lo enquanto seguem a 
Cristo em fé e prática. Os cristãos podem errar e diferir em seus pontos 
de vista, mas Cristo e a verdade cristã são os mesmos ontem, hoje e para 
sempre. 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 12 
Aonde quer que o Evangelho for eficaz, não somente vai com a 
Palavra, mas também com poder pelo Espírito Santo, fazendo reviver 
pecadores mortos, livrando as pessoas da escravidão do pecado e de 
Satanás, renovando-os por dentro e por fora e consolando, fortalecendo e 
confirmando aos santos, o que não pode ser feito com palavras 
persuasivas de homens, mas pelo poder de Deus. E é uma condição feliz 
quando um espírito de amor e mansidão usa a vara, porém, mantendo 
uma justa autoridade. 
 
1 Coríntios 5 
Versículos 1-8: O apóstolo culpa os coríntios de cumplicidade com 
uma pessoa incestuosa; 9-13: Dá ordens quanto à conduta para com os 
culpáveis de delitos escandalosos. 
Vv. 1-8. O apóstolo nota um abuso flagrante, diante do qual os 
coríntios faziam vistas grossas. O espírito festivo e a falsa noção de 
liberdade cristã parece haver salvado da censura o que praticouo ato. 
sem dúvida é penoso que às vezes, aqueles que professam o Evangelho 
cometam delitos dos quais até os pagãos se envergonhariam. O orgulho 
espiritual e as falsas doutrinas tendem a introduzir e a disseminar tais 
escândalos. Quão temíveis são os efeitos do pecado! O Diabo reina onde 
Cristo não reina. O homem está sob o poder de Satanás quando não está 
em Cristo. 
O mau exemplo de um homem influente é muito danoso e 
disseminado por todas as partes. Os princípios e exemplos corruptos 
causam dano a toda a Igreja se não forem corrigidos. Os crentes devem 
ter novos corações e levar vidas novas. A conversação habitual deles e as 
suas obras religiosas devem ser santas. Tão longe está o sacrifício de 
Cristo, nossa Páscoa, por nós, de fazer desnecessária a santidade pessoal 
e pública, que dá poderosas razões e motivos para ela. Sem santidade 
não podemos viver por fé nEle, nem unirmos as suas ordenanças com 
consolo e proveito. 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 13 
Vv. 9-13. Os cristãos devem evitar a familiaridade com os que 
desprestigiam o nome cristão. Os tais são companhias convenientes para 
os seus irmãos de pecado, e devem ser deixados nessa companhia, todas 
as vezes que for possível fazê-lo. Infelizmente há alguns que são 
chamados de cristãos, cuja convivência é mais perigosa que a dos 
pagãos! 
 
1 Coríntios 6 
Versículos 1-8: Advertências contra recorrer à lei dos tribunais 
pagãos; 9-11: Pecados que excluem do reino de Deus, se alguém viver 
morrer neles; 12-20: Nossos corpos, membros de Cristo e templos do 
Espírito Santo, e não devem ser contaminados. 
Vv. 1-8. Os cristãos não devem contender uns com os outros porque 
são irmãos. Esta orientação evitaria muitos juízos legais, e acabaria com 
muitas dissensões e disputas se fosse devidamente atendida. Nos 
assuntos que muito prejudicam a nós e às nossas famílias, poderíamos 
recorrer aos meios legais para fazer justiça, mas os cristãos devem agir 
com o perdão. Julgai vós mesmos os assuntos em disputa antes de ir às 
cortes por causa deles, são futilidades e podem ser resolvidos facilmente 
se alguém vencer primeiramente o seu próprio espírito, suportando e 
tolerando, os homens mais prudentes entre nós serão capazes de acabar 
com a disputa. 
Envergonha saber que entre os cristãos, pelejas de pouca 
importância cresçam de tal maneira que os irmãos não possam resolvê-
las. A paz mental do homem e a tranqüilidade de seu próximo valem 
mais que a vitória. Os juízos legais não podem ter lugar entre irmãos, a 
menos que haja faltas neles. 
Vv. 9-11. Os coríntios são advertidos a respeito de muitos e grandes 
males, dos quais haviam sido culpáveis antes. Há muita força nestas 
perguntas, quando consideramos que se dirigem a um povo envaidecido 
com a ilusão de ser superior aos demais em sabedoria e conhecimento. 
Toda injustiça é pecado; todo pecado reinante, sim, todo pecado atual, 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 14 
cometido de modo intencional, e do qual o pecador não se arrepende, 
exclui do reino do céu. Não vos enganeis. 
Os homens se inclinam muito a agradarem a si mesmos e acharem 
que podem viver em pecado, porém, morrer em Cristo e ir para o céu. 
Contudo, não podemos esperar que semeando na carne colhamos vida 
eterna. são recordados da transformação realizada neles pelo Evangelho 
e pela graça de Deus. O sangue de Cristo e a lavagem da regeneração 
podem tirar toda a culpa. Nossa justificação se deve aos sofrimentos e 
aos méritos de Cristo; nossa santificação à obra do Espírito Santo, mas 
ambas andam juntas. Todos os que são feitos justos aos olhos de Deus, 
são feitos santos pela graça de Deus. 
Vv. 12-20. Alguns dos coríntios parecem ter estado prontos para 
dizer: "Todas as coisas me são lícitas". Paulo se opõe a este perigoso 
engano. Há uma liberdade com a qual Cristo nos tem feito livres, na qual 
devemos nos firmar, mas com toda segurança, o cristão nunca deve se 
colocar debaixo do poder de um apetite carnal, qualquer que seja. O 
corpo é para o Senhor, e deve ser instrumento de justiça para a santidade; 
portanto, não deve ser instrumento de pecado. É uma honra para o corpo 
o fato de Jesus Cristo ter sido levantado dentre os mortos; e será uma 
honra para os nossos corpos serem ressuscitados. A esperança da 
ressurreição em glória deve guardar os cristãos de desonrarem os seus 
corpos com luxúrias carnais. 
Se a alma se une a Cristo por fé, todo o homem torna-se membro de 
seu corpo espiritual. Outros vícios podem ser derrotados com luta, mas 
contra o que aqui somos advertidos, somente com fuga. Grandes 
multidões são exterminadas por estes vícios em suas variadas formas e 
conseqüências. seus efeitos não somente caem diretamente sobre o 
corpo, mas também na mente. Nossos corpos foram redimidos da 
merecida condenação e da mísera escravidão pelo sacrifício expiatório 
de Cristo. Devemos ser limpos, como vasos dignos para o uso de nosso 
Mestre. Estando unido a Cristo com um só espírito, e comprado por um 
preço incalculável, o crente deve considerar-se como sendo totalmente 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 15 
do Senhor, pelos laços mais fortes. Que glorificar a Deus seja a nossa 
atividade até o último dia e hora de nossa vida, com nossos corpos e com 
nossos espíritos, que são dEle. 
 
1 Coríntios 7 
Versículos 1-9: O apóstolo responde várias perguntas sobre o 
casamento; 10-16. Os cristãos casados não devem se separar de seu 
cônjuge não convertido; 17-24: As pessoas em qualquer estado 
permanente devem ficar neste estado; 25-35: Era muito desejável, por 
causa dos dias perigosos, que as pessoas se desligassem deste mundo; 
36-40: Deve-se empregar grande prudência no casamento; este deve ser 
unicamente no Senhor. 
Vv. 1-9. O apóstolo disse aos coríntios que naquela circunstância 
seria bom que os cristãos permanecessem solteiros. Contudo, disse que o 
matrimônio e as consolações deste estado têm sido estabelecidas pela 
sabedoria divina. Ainda que ninguém possa transgredir a lei de Deus, 
esta regra perfeita deixa os homens em liberdade de servi-lo da maneira 
mais apropriada aos seus poderes e circunstâncias, das quais os demais 
não costumam ser bons juízes. 
Vv. 10-16. Marido e mulher não devem separar-se por nenhuma 
outra causa além daquela permitida por Cristo. Naquela época o divórcio 
era muito comum entre os judeus e gentios, com pretextos muito 
levianos. O casamento é uma instituição divina, um compromisso para 
toda a vida por desígnio de Deus. Estamos obrigados, naquilo que nos 
concerne, a viver em paz com todos os homens (Rm 12.18), portanto, a 
promover a paz e o consolo de nossos parentes mais próximos, mesmo 
que sejam incrédulos. Deve ser tarefa e preocupação dos casados dar um 
ao outro a maior comodidade e felicidade. O cristão deve abandonar o 
seu cônjuge quando há oportunidade para dar uma grande prova de 
amor? Permaneça em sua posição diante do Senhor e trabalhe de todo o 
coração para a conversão dele. O Senhor nos tem chamado para a paz em 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 16 
todas as situações e relacionamentos, e tudo deve ser feito para promover 
a harmonia, à medida que a verdade e a santidade o permitam. 
Vv. 17-24. As regras do cristianismo alcançam todas as condições; 
o homem pode viver em todas as situações fazendo com que estas 
tenham prestígio. O dever de todo cristão é contentar-se com sua sorte e 
conduzir-se em sua posição social e lugar como corresponde ao cristão. 
Nosso consolo e felicidade dependem do que somos para Cristo, não do 
que somos no mundo. Nenhum homem deve pensar em fazer de sua fé 
ou religião um argumento para transgredir obrigações civis ou naturais. 
Deve estar contente e calado na condição em que foi colocado pela 
providência divina. 
Vv. 25-35. Considerando a angústia destes tempos, era melhor 
permanecer solteiro. Contudo o apóstolo não condena o casamento. 
Quantos se opõem ao apóstolo Paulo, aqueles que proíbem a muitos de 
se casare os enredam com votos para permanecerem solteiros, sem dar-
lhes a chance de considerar se deveriam ou não fazê-lo! 
Exorta a todos os cristãos a terem santa indiferença em relação ao 
mundo. Quanto aos relacionamentos: não devem colocar os seus 
corações nos benefícios de seu estado. Quanto às aflições: não devem 
cair em tristeza segundo o mundo porque o coração pode estar feliz 
ainda que passando por aflições. Quanto aos prazeres do mundo: o nosso 
repouso não é aqui. Quanto à ocupação mundana: aqueles que prosperam 
no comércio e têm a sua riqueza aumentada, devem ter as suas posses 
como senão as tivessem. Quanto às preocupações mundanas: devem 
manter o mundo fora de seus corações para que não abusem deste 
quando o tiverem em suas mãos. Todas as coisas mundanas são puro 
espetáculo: nada sólido. Tudo passará rapidamente. A sábia preocupação 
pelos interesses do mundo é um dever, mas estar completamente 
preocupado e ansioso a ponto de estar em confusão é pecado. 
Com esta regra o apóstolo resolve o caso, sobre a questão de se é ou 
não aconselhável casar-se. O melhor estado na vida para o homem é 
aquele que é melhor para a sua alma, e que o mantenha mais resguardado 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 17 
dos afãs e dos enganos do mundo. Reflitamos sobre os benefícios e os 
enganos de nosso próprio estado na vida, para que possamos aperfeiçoar 
a uns e, dentro do possível, escapar de todos os danos por parte de 
outros. sejam quais forem as preocupações que nos pressionem, sempre 
devemos deixar tempo para as coisas do Senhor. 
Vv. 36-40. Pensa-se que o apóstolo aconselha aqui sobre a entrega 
das filhas ao casamento. O significado geral deste ponto de vista é claro. 
Os filhos devem procurar e seguir as instruções de seus pais acerca do 
casamento. Os pais devem consultar os desejos de seus filhos, sem 
pensar que têm poder para fazer com eles e dar-lhes ordens como lhes 
agradar, mas sem razão. 
Termina com um conselho para as viúvas. O segundo casamento 
não é ilícito, sempre que se tiver presente o casar-se no Senhor. Ao 
escolher relacionamentos e mudanças de estado civil, sempre devemos 
nos guiar pelo temor a Deus e pelas suas leis, dependendo da providência 
de Deus. A mudança de estado somente pode ser feita após cuidadosa 
consideração, e sobre a base provável de que será de proveito para as 
nossas preocupações espirituais. 
 
1 Coríntios 8 
Versículos 1-6. O perigo de se desprezar demais o conhecimento; 
7-13: O mal de ofender aos irmãos mais fracos. 
Vv. 1-6. Não há prova de ignorância mais comum que o orgulho de 
ser sábio. Tendo um bom propósito, muito se pode saber ainda que nada 
se saiba. Aqueles que pensam que sabem tudo e se envaidecem por isto, 
provavelmente são os que menos fazem bom uso de seu saber. Satanás 
causa dano a alguns tentando-os a orgulharem-se de poderes mentais, 
enquanto seduz outros por meio da sensualidade. O conhecimento que 
ensoberbece o seu possuidor e torna-o confiado é tão perigoso quanto o 
orgulho da justiça própria, mesmo que se saiba que pode ser correto. sem 
santo amor, todo conhecimento mundano perde o seu valor. 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 18 
Os pagãos tinham deuses de alto e baixo nível, muitos deuses, 
muitos senhores; assim os chamavam, mas nenhum era verdadeiro. Os 
cristãos sabem. Um Deus fez tudo e tem poder sobre tudo. O único Deus, 
o Pai, significa a divindade como o único objeto de toda adoração 
religiosa; e o Senhor Jesus Cristo denota a pessoa do Emanuel, Deus 
manifestado na carne, um com o Pai e conosco; o Mediador nomeado, e 
Senhor de tudo; por meio do qual vamos ao Pai, e por meio do qual o Pai 
nos envia todas as bênçãos pelo poder e pela obra do Espírito Santo. Ao 
recusar toda a adoração aos muitos que são chamados deuses e senhores, 
e aos santos e anjos, provamos se realmente vamos a Deus por meio da 
fé em Cristo. 
Vv. 7-13. Comer um tipo de alimento e abster-se de outro não tem 
nada em si como mérito de uma pessoa diante de Deus, mas o apóstolo 
adverte sobre o perigo de se colocar uma pedra de tropeço no caminho 
dos mais fracos, para que não aconteça de comerem o que é oferecido 
aos ídolos, não como comida comum, mas como sacrifício, e, por isto, 
serem culpáveis de idolatria. O que tem o Espírito de Cristo em si amará 
aos que Cristo amou, tanto que morreu por eles. O dano causado aos 
cristãos é feito a Cristo; porém, sobretudo, o fazê-los sentirem-se 
culpados, ferir suas consciências é ferir a Ele. 
Devemos ter muito cuidado para não fazermos algo que possa 
produzir uma pedra de tropeço a outras pessoas, ainda que isto em si seja 
inocente. se não devemos colocar as almas alheias em perigo, quanto 
mais devemos cuidar de não destruir a nossa própria! Que os cristãos 
evitem aproximarem-se do abismo do mal ou da sua aparência, ainda que 
muitos o façam em assuntos públicos, pelo que talvez se defendam. Os 
homens não podem pecar contra os seus irmãos sem ofender a Cristo e 
colocar as suas próprias almas em perigo. 
 
1 Coríntios 9 
Versículos 1-14: O apóstolo mostra sua autoridade e afirma o seu 
direito a ser sustentado; 15-23: Despreza esta parte de sua liberdade 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 19 
cristã para o bem dos demais; 24-27: Fez tudo com cuidado e diligência 
tendo em vista a coroa incorruptível. 
Vv. 1-14. Não é nenhuma novidade que se responda a um ministro 
de maneira nada amável como retribuição de sua boa vontade para com 
as pessoas, e por realizarem um serviço diligente e coroado de êxito 
entre eles. Tinha direito de casar-se como os demais apóstolos, e a 
reclamar das igrejas o que fosse necessário para a sua esposa e filhos, se 
os houvesse tido, sem ter que trabalhar com suas próprias mãos para 
obter recursos. 
Àqueles que procuram fazer o bem às nossas almas, deve-se prover-
lhes a sua alimentação. Porém, Paulo renunciou o seu direito para não 
impedir seu êxito pelo fato de reclamá-lo. É um dever do povo manter o 
seu ministro. Podem abrir mão de seu direito como fez Paulo, mas 
aqueles que negam ou retém o devido sustento transgridem um preceito 
de Cristo. 
Vv. 15-23. A glória do ministro é negar-se a si mesmo para servir a 
Cristo e salvar as almas. Porém, quando o ministro renuncia o seu direito 
por amor ao Evangelho, faz mais do que demanda o seu ofício e cargo. 
Ao pregar gratuitamente o Evangelho, o apóstolo demonstra que a sua 
atitude está baseada em princípios de zelo e amor, e desta maneira 
desfruta de muito consolo e esperança em sua alma. 
Ainda que considerasse a lei cerimonial como um jugo que foi 
tirado por Cristo, submetia-se a ela para trabalhar entre os judeus, 
eliminar os seus preconceitos, conseguir quer eles ouvissem o Evangelho 
e ganhá-los para Cristo. Mesmo que não transgredindo as Íeis de Cristo 
por agradar ao homem, contudo adequava-se a todos os homens, 
enquanto pudesse fazê-lo licitamente para ganhar alguns. Fazer o bem 
era a preocupação e a atividade da sua vida, e para alcançar este objetivo 
não reclamava seus privilégios. Devemos estar alertas contra os 
extremos, e não confiarmos em qualquer coisa, senão em Cristo. Não 
devemos permitir erros ou faltas que firam aos demais ou prejudiquem o 
Evangelho. 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 20 
Vv. 24-27. O apóstolo se compara com os atletas corredores e com 
os combatentes dos jogos ístmicos, bem conhecidos pelos coríntios. 
Porém, na carreira cristã, todos podem correr para ganhar. Portanto, este 
é o maior alento para perseverar nesta carreira com todas as nossas 
forças. Os que corriam nestes jogos mantinham-se com uma dieta magra, 
se acostumavam às dificuldades e se exercitavam. Os que procuram os 
interesses de suas almas devem pelejar com força contra as luxúrias 
carnais. Não se deve tolerar que o corpo mande. O apóstolo enfatiza este 
conselho aos coríntios. Expõe ante si mesmo e ante eles o perigo de 
render-se aos desejos carnais, cedendo ao corpo e às suas luxúrias e 
apetites.se o santo temor de si mesmo era necessário para manter um 
apóstolo fiel, quanto mais é necessário para a nossa preservação! 
Aprendamos aqui a humildade e a cautela, e a vigiar contra os perigos 
que nos rodeiam enquanto estivermos neste corpo. 
 
1 Coríntios 10 
Versículos 1-5: Os grandes privilégios dos israelitas, contudo, são 
lançados no deserto; 6-14: Precauções contra todos os idólatras e 
outros costumes pecaminosos; 15-22: A participação na idolatria não 
pode coexistir com a comunhão com Cristo; 23-33: Tudo o que fazemos 
deve ser para a glória de Deus e sem ofender a consciência do próximo. 
Vv. 1-5. O apóstolo expõe diante dos coríntios o exemplo da nação 
judaica do passado, para dissuadi-los da comunhão com os idólatras e da 
segurança em algum caminho pecaminoso. Por um milagre atravessaram 
o Mar Vermelho, onde o exército egípcio, que os perseguia, foi afogado. 
Para eles este fato tipificou o batismo. O maná do qual se alimentavam, 
tipificava Cristo crucificado, o Pão que desceu do céu, e os que dEle 
comerem viverão para sempre. 
Cristo é a Rocha sobre a qual a Igreja cristã está edificada; e dos 
ribeiros que dali surgem, todos os crentes bebem e se refrescam. Isto 
tipifica as influências sagradas do Espírito Santo, que é dado aos crentes 
por meio de Cristo. Porém, que ninguém presuma de seus grandes 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 21 
privilégios ou de sua profissão da verdade: elas não asseguram a 
felicidade celestial. 
Vv. 6-14. Os desejos carnais são fortalecidos com a indulgência; 
portanto, devem ser refreados em sua primeira aparição. Temamos 
cometer os mesmos pecados de Israel, se quisermos evitar as suas 
pragas. É justo temer que os que assim tentam a Cristo sejam deixados 
por Ele à mercê do poder da antiga serpente. Murmurar contra as 
disposições e os mandamentos de Deus é uma extrema provocação. A 
Palavra não foi escrita em vão, .e seremos sábios aprendendo dela. 
Outros têm caído, o que significa que nós também estamos sujeitos a 
cair. A segurança cristã contra o pecado é desconfiar de si mesmo. Deus 
não tem prometido impedir que caiamos se não cuidarmos de nós 
mesmos. Adiciona-se uma palavra de consolo a esta palavra de cautela. 
Os demais têm cargas semelhantes, e tentações parecidas; nós também 
podemos suportar o que eles suportam e sair adiante. 
Deus é sábio e fiel, e fará com que as nossas cargas sejam segundo 
a nossa força. Ele sabe o que podemos suportar. Dará uma via de escape; 
livrará da própria prova, ou pelo menos, da maldade desta. Temos um 
estímulo pleno para fugir do pecado e sermos fiéis a Deus. Não cairemos 
em tentação se nos apegarmos fortemente a Ele. Não importa se o mundo 
sorria ou se ire, é um inimigo; porém, os crentes serão fortalecidos para 
vencer o mundo, com os seus terrores e seduções. O temor do Senhor em 
seus corações será o melhor meio de segurança. 
Vv. 15-22. Unir-se à ceia do Senhor não mostra uma profissão de fé 
em Cristo crucificado e de agradecida adoração por sua salvação? Os 
cristãos eram unidos por esta ordenança e pela fé professada por ela, 
como os grãos de trigo em um pão, ou como os membros do corpo 
humano; todos estão unidos a Cristo, têm comunhão com Ele e uns com 
os outros. Isto é confirmado pela adoração e pelos costumes judaicos do 
sacrifício. O apóstolo aplica isto a comer com os idólatras. Comer o 
alimento como parte de um sacrifício pagão era adorar ao ídolo ao qual 
era oferecido, e confraternizar ou ter comunhão com este; o que come a 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 22 
ceia do Senhor é contado como participante do sacrifício cristão, ou 
como os que comiam dos sacrifícios judaicos participavam do que era 
oferecido em seu altar. Era negar o cristianismo, porque não pode haver 
ao mesmo tempo a comunhão com Cristo e a comunhão com os 
demônios. se os cristãos se arriscam a ir a certos lugares, e se unem aos 
sacrifícios oferecidos à concupiscência da carne, à dos olhos e à 
vanglória da vida, provocarão a Deus. 
Vv. 23-33. Havia casos em que os cristãos podiam comer o que era 
oferecido aos ídolos sem pecar, por falta de conhecimento, quando o 
sacerdote, a quem a carne havia sido entregue, a vendia no mercado 
como alimento comum. Contudo, o cristão não deve considerar somente 
o que é lícito, mas o que é conveniente e edificar os demais. O 
cristianismo não prole em absoluto os ofícios comuns da bondade, nem 
permite a conduta descortês com ninguém, por mais que eles difiram de 
nós em sentimentos e costumes religiosos. Isto não se aplica às 
festividades religiosas, à participação no culto idólatra. segundo este 
conselho do apóstolo, os cristãos devem ter o cuidado de não usar a sua 
liberdade para prejudicar ao próximo, ou para a sua própria reprovação. 
Ao comer e ao beber e em tudo o que fizermos, devemos fazê-lo para a 
glória de Deus, para agradá-lo e honrá-lo. Esta é a grande finalidade de 
toda religião, e nos serve como direção quando não existirem regras 
expressas. Um espírito piedoso, pacífico e benevolente desarmará os 
maiores inimigos. 
 
1 Coríntios 11 
Versículos 1: Saudação; 2-16. O apóstolo corrige alguns abusos; 
17-22: Corrige discussões, divisões e desordem nas celebrações da ceia 
do Senhor; 23-26. Lembra-os da natureza e do desígnio de sua 
instituição; 2 7-34: E os instrui sobre como participar dela da maneira 
correta. 
Vv. 1. O primeiro versículo deste capítulo parece apropriado para 
concluir o capítulo anterior. O apóstolo não somente prega a doutrina em 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 23 
que eles deveriam crer, mas o modo de vida que devem viver. Uma vez 
que Cristo é o nosso exemplo perfeito, as ações e a conduta dos homens 
acerca das Escrituras deveriam ser seguidas, somente à medida que 
sejam como as atitudes dEle. 
Vv. 2-16. Aqui começam os detalhes acerca das assembléias 
públicas, (capítulo 14). Alguns abusos haviam se introduzido na 
abundância de dons espirituais concedidos aos coríntios; porém, como 
Cristo fez a vontade de Deus, cuja honra procurou, assim o cristão deve 
confessar sua submissão a Cristo, fazendo a sua vontade e procurando a 
sua glória. Devemos, até em nossas vestes e hábitos, evitar tudo o que 
possa desonrar a Cristo. 
A mulher foi submetida ao homem porque foi criada para sua ajuda 
e consolo. Ela não deve fazer nada nas assembléias cristãs que pareça 
uma pretensão de ser igual ao homem. Ela deve ter um sinal de potestade 
sobre a sua cabeça, isto é, um véu, por causa dos anjos. A presença deles 
deve guardar os cristãos de tudo o que é mau enquanto adoram a Deus. 
Contudo, o homem e a mulher foram feitos um para o outro. seriam 
consolação e bênção mútua; ela não seria uma escrava e ele um tirano. 
Deus tem estabelecido todas as coisas, no reino da providência e da 
graça, de modo que a autoridade e a sujeição de cada parte sejam para 
ajuda e benefício mútuo. Era costume nas igrejas que as mulheres se 
apresentassem usando um véu nas assembléias públicas, e assim 
ingressassem na adoração em público; e era bom que fizessem assim. A 
religião cristã sanciona os costumes nacionais onde quer que estes não 
sejam contrários aos grandes princípios da verdade e da santidade; as 
peculiaridades afetadas não recebem nenhum consentimento bíblico. 
Vv. 17-22. O apóstolo repreende as desordens na celebração da ceia 
do Senhor. As ordenanças de Cristo, se não nos tornarem melhores por 
causa de nossa desobediência, terão a tendência de piorar a nossa 
situação, se o uso delas não corrigir, endurecerá. Ao se reunirem, eles 
caíram em divisões e partidarismos. Os cristãos podem se separar da 
comunhão uns dos outros, mas ainda serem caridosos uns com os outros; 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 24 
ou podem continuar na mesma comunhão, mas sem serem caridosos. 
Este último caso é uma divisão maior do que o primeiro. 
Participar da ceia do Senhor de forma descuidada e irregular 
acrescenta a culpa. Parece que muitos coríntiosricos agiram de maneira 
má na participação da mesa do Senhor, ou nas festas fraternais que 
aconteciam ao mesmo tempo que a ceia do Senhor. O rico desprezava o 
pobre, comia e bebia das provisões que trazia e não permitia que o pobre 
participasse; assim, alguns ficavam sem nada, enquanto outros tinham 
mais que o suficiente. O que deveria ser um vínculo de amor e afeto 
mútuo, foi transformado em instrumento de discórdia e desunião. 
Devemos ser cuidadosos para que nada de nossa conduta à mesa do 
Senhor pareça desconsiderar esta sagrada instituição. A ceia do Senhor 
não é, agora, uma ocasião de glutonaria ou de festa, mas às vezes, pode 
converter-se em um apoio para a soberba da justiça própria ou em um 
manto para a hipocrisia! Não descansemos nas formas exteriores de 
adoração, mas examinemos os nossos corações. 
Vv. 23-34. O apóstolo descreve a ordenança sagrada, da qual tinha 
conhecimento por revelação de Cristo. Quanto aos sinais visíveis, estes 
são o pão e o vinho. O que se come chama-se pão, ainda que ao mesmo 
tempo simbolize o corpo de Cristo, mostrando claramente que o apóstolo 
não queria dizer que o pão fosse transformado em carne. Mateus nos 
disse que o nosso Senhor convidou a todos a beberem do cálice (cap. 
26.27), como se houvesse previsto com esta expressão, que um crente 
poderia ser privado deste cálice. As coisas significadas por estes sinais 
externos são o corpo e o sangue de Cristo, seu corpo partido, seu sangue 
derramado, com todos os benefícios que fluem de sua morte e sacrifício. 
As ações de nosso Senhor foram, ao tomar o pão e o cálice, dar 
graças, partir o pão e dar ambos aos discípulos. As ações daqueles que 
estavam participando da comunhão foram: tomar o pão e comê-lo, tomar 
o cálice e bebê-lo, fazendo ambas ações em memória de Cristo. Os atos 
externos não são o todo, nem a parte principal daquilo que se deve fazer 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 25 
nesta santa ordenança. Os que participam dela devem tomar a Cristo 
como seu Senhor e sua vida, render-se a Ele e viver para Ele. 
Nela temos um relato das finalidades desta ordenança. Deve ser 
realizada em memória de Cristo, para manter viva em nossa mente a sua 
morte por nós, e também recordar a Cristo que intercede por nós à destra 
de Deus, em virtude de sua morte. Não é tão-somente em memória de 
Cristo, daquilo que Ele fez e sofreu, mas para celebrar a sua graça em 
nossa redenção. Declaramos que a sua morte é a nossa vida, a fonte de 
todos os nossos consolos e esperanças. Nos gloriamos em tal declaração; 
mostramos sua morte e a reivindicamos como nosso sacrifício e resgate 
aceito. A ceia do Senhor não é uma ordenança que deva ser observada 
somente por um certo tempo, mas deve ser perpétua. 
O apóstolo expõe aos coríntios o perigo de recebê-la com um estado 
mental inapropriado ou conservando o pacto com o pecado e a morte 
enquanto se professa renovar e confirmar o pacto com Deus, sem dúvida, 
eles incorrem em grande culpa, e assim se tornam motivo obrigatório de 
juízos espirituais. Os crentes temerosos não devem se desencorajar de 
participar desta santa ordenança. O Espírito Santo nunca teria feito que 
esta Escritura fosse escrita para dissuadir os cristãos sérios de seu dever, 
ainda que o Diabo tente fazer isso freqüentemente. 
O apóstolo estava se dirigindo aos cristãos, e adverte-os a estarem 
alertas diante dos juízos temporais, com os quais Deus corrige aos seus 
servos que o ofendem. Em meio à ira, Deus lembra-se da misericórdia, 
muitas vezes castiga os que ama. É melhor suportar problemas neste 
mundo, do que ser miserável para sempre. 
O apóstolo mostra o dever daqueles que se assentam à mesa do 
Senhor. O exame de si mesmo é necessário para que se possa participar 
corretamente desta ordenança sagrada. Se nos examinássemos realmente 
para condenar e endireitar aquilo que estivesse mal, impediríamos os 
juízos divinos. 
O apóstolo conclui com uma advertência contra as irregularidades à 
mesa do Senhor, das quais os coríntios eram culpáveis. Evitemos 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 26 
cometer estes erros, para que eles não se unam à nossa adoração a Deus, 
pois provocariam a sua ira e acarretariam a sua vingança sobre nós. 
 
1 Coríntios 12 
Versículos 1-11. Mostra-se a variedade e o uso dos dons 
espirituais; 12-26. Cada membro no corpo humano tem o seu lugar e 
uso; 27-30: Isto se aplica à igreja de Cristo; 31: Existe algo mais 
excelente que os dons espirituais. 
Vv. 1-11. Os dons espirituais são poderes extraordinários 
outorgados a partir das primeiras épocas, para convencer os incrédulos e 
para difundir o Evangelho. Os dons e a graça diferem amplamente. 
Ambos são dados generosamente por Deus; porém, onde a graça é dada, 
é para a salvação daqueles que a recebem. Os dons são para o benefício e 
a salvação do próximo. E pode haver grandes dons onde não há graça. 
Os dons extraordinários do Espírito Santo eram exercidos principalmente 
nas assembléias públicas, onde parece que os coríntios faziam exibição 
deles, por faltar-lhes o espírito de piedade e do amor cristão. 
Enquanto eram pagãos, não haviam sido influenciados pelo Espírito 
de Cristo. Ninguém pode chamar a Cristo de Senhor, por fé, se esta fé 
não for uma obra do Espírito Santo. Ninguém pode crer em seu coração, 
ou provar por um milagre que Jesus é o Cristo, senão pelo Espírito 
Santo. Há diversidade de dons e diversidade de operações, mas todos 
procedem de um só Deus, um só Senhor, um só Espírito; isto é, do Pai, 
Filho e Espírito Santo, origem de todas as bênçãos espirituais. Nenhum 
homem os recebe simplesmente para si mesmo. Quanto mais os usarem 
para o benefício dos demais, mais se favorecerão a si mesmos. Os dons 
mencionados parecem significar o exato entendimento e a expressão das 
doutrinas da religião cristã; o conhecimento dos mistérios, e a destreza 
para exortar e aconselhar. Além do mais, representam o dom de curar os 
enfermos, fazer milagres e explicar as Escrituras através de um dom 
peculiar do Espírito Santo, e a habilidade para falar e interpretar línguas. 
se temos algum conhecimento da verdade, ou algum poder para ensiná-
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 27 
la, devemos dar toda a glória a Deus. Quanto maiores furem os dons, 
mais exposto à tentação estará o seu possuidor, e maior será a medida de 
graça necessária para mantê-lo humilde e espiritual; e este se deparará 
com mais experiências dolorosas e dispensações humilhantes. Não temos 
nenhuma razão para nos gloriarmos por algum dom a nós concedido, ou 
para desprezar aqueles que não os possuam. 
Vv. 12-26. Cristo e a sua Igreja formam um corpo, como cabeça e 
membros. Os cristãos tornam-se membros deste corpo pelo batismo. Este 
rito exterior é uma instituição divina, é um símbolo do novo nascimento 
e portanto, chamado lavagem da regeneração (Tt 3.5). É somente pela 
renovação do Espírito Santo que nos tornamos membros do corpo de 
Cristo. Pela comunhão com Cristo na ceia do Senhor, somos 
fortalecidos, não por beber vinho, mas por beber de um mesmo Espírito. 
Cada membro tem a sua forma, lugar e uso. O de menos honra faz parte 
do corpo. 
Deve haver diversidade de membros no corpo, sim, os membros de 
Cristo têm diferentes poderes e distintas posições. Devemos cumprir os 
deveres de nosso próprio cargo sem nos queixarmos nem pelejar com os 
demais. Todos os membros do corpo são úteis e necessário, uns para os 
outros. Não existe nem um membro do corpo de Cristo que não deva 
nem possa ser de proveito para os seus co-membros. Como no corpo 
natural do homem, os membros devem estar estritamente unidos pelos 
mais fortes laços de amor, o objetivo de todos deve ser o bem do todos. 
Todos os cristãos dependem uns dos outros; cada um deve esperar e 
receber ajuda dos demais. Então, tenhamos mais do espírito de união em 
nossa religião. 
Vv. 27-31. O desprezo, o ódio, a inveja e a discórdia são 
antinaturais nos cristãos. É como se os membros do mesmo corpo nãose 
interessassem uns pelos outros, ou como se lutassem entre si. Assim, 
condenava-se o espírito orgulhoso e belicoso que prevalecia quanto aos 
dons espirituais. São mencionados os mistérios e os dons, ou favores 
dispensados pelo Espírito Santo. 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 28 
Também os principais ministros, as pessoas capacitadas para 
interpretar as Escrituras, os que trabalhavam na Palavra e na doutrina; os 
que tinham poder para curar enfermidades, os que socorriam aos 
enfermos e fracos, os que administravam o dinheiro dado pela Igreja 
para a caridade, e administravam os assuntos da Igreja, e os que podiam 
falar diversas línguas. O que está em uma classe inferior e é o último 
desta lista, é o poder de falar línguas; quão vão é que um homem faça 
isso somente para divertir-se ou enaltecer-se! 
Observe que a distribuição destes dons não é por igual (vv. 29, 30), 
coisa que teria tornado toda a Igreja igual, como se o corpo fosse todo 
ouvido, ou todo olho. O Espírito distribui a cada um como lhe agrada. 
Devemos estar contentes ainda que sejamos inferiores, e menos que os 
demais. Não devemos desprezar aos demais, se tivermos dons maiores. 
Que abençoada seria a Igreja cristã se todos os seus membros 
cumprissem o seu dever! Ao invés de cobiçar os postos mais altos, ou os 
dons mais excelentes, deixemos que Deus nomeie os seus instrumentos, 
e aqueles nos quais opere por sua providência. Lembremo-nos de que no 
além não serão aprovados os que procuram postos altos, mas os que 
forem fiéis à tarefa que lhes foi encarregada, e os mais diligentes na obra 
de seu Mestre. 
 
1 Coríntios 13 
Versículos 1-3: A necessidade e o benefício da graça do amor. 4-7: 
Sua excelência está representada por suas propriedades e efeitos; 8-13: 
Por sua permanência e superioridade. 
Vv. 1-3. O caminho excelente declarado ao término do capítulo 
anterior, não é o que se entende por caridade no uso corrente da palavra, 
dar esmola, mas amor em seu significado mais pleno; o amor verdadeiro 
a Deus e ao homem. sem este, os dons mais gloriosos não nos servem 
para nada, nem estimáveis aos olhos de Deus. A cabeça aberta e o 
entendimento profundo não têm valor sem um coração benevolente e 
caridoso. Pode haver uma mão aberta e generosa onde não há um 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 29 
coração benevolente e caridoso. Fazer o bem ao próximo não nos trará 
nenhum benefício se não for feito por amor a Deus e boa vontade para 
com os homens. De nada nos aproveitaria se dermos tudo o que temos, 
enquanto não entregarmos o nosso coração a Deus. Nem mesmo os 
sofrimentos mais dolorosos. Quanto se enganam aqueles que procuram 
aceitação e recompensa por suas boas obras; sendo tão mesquinhos e 
defeituosos, como são corruptos e egoístas! 
Vv. 4-7. Alguns dos efeitos do amor são aqui estipulados para que 
saibamos se temos esta graça; e para que se não a tivermos, não 
descansemos até obtê-la. Este amor é uma prova clara da regeneração, e 
é o fundamento de nossa fé professada em Cristo. 
O apóstolo quer mostrar aos coríntios com esta bela descrição da 
natureza e dos efeitos do amor, que em muitos aspectos a conduta deles 
era um claro contraste com este. O amor é o maior inimigo do egoísmo; 
não deseja nem procura a sua própria honra, louvor, benefício ou prazer. 
Não significa que o amor destrua toda a consideração que temos de 
nós mesmos, nem que o homem caridoso deve se descuidar de si mesmo 
e de todos os seus interesses. O amor nunca busca os seus próprios 
interesses à custa do próximo, ou descuidando-se dos demais. Até 
prefere o bem estar do próximo, antes de sua vantagem pessoal. 
De quão boa e amável natureza é o amor cristão! Quão excelente o 
cristianismo seria para o mundo se os que o professam estivessem mais 
submetidos a este princípio divino, e prestassem a devida atenção ao 
mandamento no qual o seu bendito Autor coloca a ênfase principal! 
Perguntemo-nos se este amor divino habita em nossos corações. Este 
princípio tem nos levado a conduzirmo-nos como devemos para com 
todos os homens? Estamos dispostos a deixar de lado os objetivos e 
finalidades egoístas? Aqui há um chamado a estarmos alertas, diligentes 
e orando. 
Vv. 8-13. O amor é preferível aos dons dos quais os coríntios se 
orgulhavam, porque é permanente. É uma graça que dura como a 
eternidade. O estado presente é um estado infantil, e o futuro é o adulto, 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 30 
tal como é a diferença entre o céu e terra. Que pontos de vista difíceis, 
que noções confusas as crianças têm das coisas, quando comparadas com 
os adultos! Assim pensaremos de nossos dons mais valiosos neste 
mundo quando chegarmos ao céu. 
Todas as coisas são obscuras e confusas agora, comparadas com o 
que serão depois. Elas só podem ser vistas como por um reflexo de um 
espelho, ou como descrição de uma revelação, mas no além, o nosso 
conhecimento será livre de toda obscuridade e erro. será unicamente a 
luz do céu que eliminará todas as nuvens e trevas que ocultam de nós a 
face de Deus. 
Para resumir, a excelência do amor é preferível não somente aos 
dons, mas às outras graças, à fé e à esperança. A fé se firma na revelação 
divina, e ali se assenta, confiando no Redentor divino. A esperança se 
apega à felicidade futura, e à espera; no céu, a fé será absorvida pela 
realidade, e a esperança pela felicidade. Não há lugar para crer e ter 
esperança quando vemos e desfrutamos. No além, o amor será 
aperfeiçoado, e lá amaremos perfeitamente a Deus e uns aos outros. 
Bendito estado! Quanto supera o melhor que há aqui na terra! Deus é 
amor (1 Jo 4.8,16). Onde Deus é visto assim como Ele é, e face a face, 
ali está o amor em sua maior intensidade. 
 
1 Coríntios 14 
Versículos 1-5: A profecia é um dom preferível ao dom de línguas; 
6-14: A falta de proveito para os ouvintes quando alguém fala uma 
linguagem desconhecida, sem que haja quem interprete; 15-25: 
Exortações a adorar com entendimento; 26-33: Desordens pela falta de 
consideração pelos dons recebidos; 34-40: E das mulheres que falam na 
igreja. 
Vv. 1-5. Profetizar, isto é, expor a Escritura, é comparado a falar 
em línguas. Esta atrai a atenção mais que a clara interpretação das 
Escrituras; gratifica mais o orgulho, porém, contribui menos para os 
propósitos do amor cristão; não fará u bem por igual às almas dos 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 31 
homens. O que não se pode entender, não pode edificar. Nenhum 
benefício pode ser recebido dos mais excelentes discursos se estes forem 
entregues em uma língua tal que os ouvintes não possam falar nem 
entender. Toda a capacidade ou posse adquire valor proporcional à sua 
utilidade. Até o fervoroso amor espiritual de,~e ser governado pelo 
exercício do entendimento; caso contrário, os homens envergonharão as 
verdades que professam promover. 
Vv. 6-14. Nem sequer um apóstolo poderia edificar, a menos que 
falasse de tal maneira que os seus ouvintes o entendessem. Dizer 
palavras que não têm significado para aqueles que as escutam é falar ao 
ar. Dizer o que não tem significado, não pode atender à finalidade do 
falar; neste caso, o que fala e os que ouvem são estrangeiros entre si. 
Todos os serviços religiosos devem ser realizados nas assembléias 
cristãs, de maneira que todos possam participar deles e tirar proveito. A 
linguagem simples e clara de entender é a mais apropriada para a 
adoração em público, e para outros exercícios religiosos. Todo 
verdadeiro seguidor de Cristo desejará mais fazer bem ao próximo, do 
que adquirir fama de saber ou de falar bem. 
Vv. 15-25. Não se pode concordar com as orações que não se 
entende. Um ministro verdadeiramente cristão procurará muito mais 
fazer o bem espiritual às almas dos homens, do que obter o mais 
grandioso aplauso para si. Isto mostra que é servo de Cristo. 
As crianças têm a tendência de se impressionar com novidades; nós, 
porém, não devemos agir como elas. Os cristãos devemser como as 
crianças, desprovidos de más intenções e malícias, mas não ser iletrados 
na palavra de justiça. 
É prova de que um povo tem sido abandonado por Deus, quando 
Ele o entrega ao governo dos que o ensinam a adorar em outra língua. 
Não podem receber benefício com tal ensino. Contudo, assim agiam os 
pregadores que davam as suas instruções em língua desconhecida. Não 
faria com que o cristianismo parecesse ridículo para um pagão se este 
ouvisse que os ministros oram ou pregam em uma língua que nem ele 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 32 
nem a assembléia entendem? Porém, se os que ministram interpretam 
claramente a Escritura ou pregam as grandes verdades e regras do 
Evangelho, o pagão ou a pessoa indouta podem vir a converter-se ao 
cristianismo. sua consciência pode ser tocada, os segredos de seu 
coração podem ser revelados, e assim, pode ser levado a confessar a sua 
culpa e reconhecer que Deus está presente na assembléia. A verdade das 
Escrituras, clara e devidamente ensinada, tem um poder maravilhoso 
para despertar a consciência e tocar o coração. 
Vv. 26-33. Os exercícios religiosos nas assembléias públicas devem 
ter este ponto de vista: Que tudo seja feito para edificar. Quanto ao falar 
em língua desconhecida, se estiver presente alguém que possa 
interpretar, podem ser exercidos de uma só vez dois dons milagrosos, e 
por eles a igreja será edificada, e ao mesmo tempo a fé dos que ouvem 
será edificada. Quanto a profetizar, devem falar dois ou três em uma 
reunião, e um depois do outro, nunca todos ao mesmo tempo. O homem 
inspirado pelo Espírito de Deus observará a ordem e a decência para 
comunicar as suas revelações. Deus nunca ensina os homens a 
descuidarem de seus deveres, ou a atuarem de alguma forma 
inconveniente à sua idade ou a seu cargo. 
Vv. 34-40. Quando o apóstolo exorta as mulheres cristãs a 
buscarem informações sobre temas religiosos com seus esposos, em 
casa, mostra que as famílias de crentes devem se reunir para promover o 
conhecimento espiritual. 
O Espírito de Cristo nunca se contradiz, e se as revelações de 
alguém são contrárias às do apóstolo, não procedem do mesmo Espírito. 
A maneira de manter a paz, a verdade e a ordem na igreja é procurar o 
que é bom para ela, dar suporte ao que não traga danos ao seu bem estar, 
e conservar a boa conduta, a ordem e a decência. 
 
1 Coríntios 15 
Versículos 1-11: O apóstolo demonstra a ressurreição de Cristo 
dentre os mortos; 12-19: Responde aos que negam a ressurreição do 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 33 
corpo; 20- 34: A ressurreição dos crentes para a vida eterna; 35-50: 
Resposta às objeções; 51-54: O mistério da transformação que 
acontecerá naqueles que estiverem vivos na Segunda Vinda de Cristo; 
55-58: O triunfo do crente sobre a morte e a sepultura - Uma exortação 
à diligência. 
Vv. 1-11. A palavra ressurreição indica habitualmente a nossa 
existência além da sepultura. Não encontramos nenhum traço da doutrina 
do apóstolo em todos os ensinos dos filósofos. A doutrina da morte e 
ressurreição de Cristo é o fundamento do cristianismo. se for tirada, 
imediatamente perecerão todas as nossas esperanças de eternidade. Por 
sustentar esta verdade com firmeza, os cristãos suportam as tribulações e 
se mantêm fiéis a Deus. Cremos em vão, a menos que nos mantenhamos 
na fé do Evangelho. Esta verdade é confirmada pelas profecias do 
Antigo Testamento; muitos viram a Cristo depois que Ele ressuscitou. 
Este apóstolo foi altamente favorecido, porém, sempre teve uma modesta 
opinião sobre si mesmo e a expressava. Quando os pecadores são 
santificados pela graça divina, Deus faz com que as lembranças de 
pecados anteriores os torne humildes, diligentes e fiéis. Atribui à graça 
divina tudo o que era valioso nele. Mesmo que os crentes verdadeiros 
não ignorem o que o Senhor tem feito por eles, neles e por meio deles, 
quando olham para toda a sua conduta e obrigações, são levados a sentir 
que ninguém é tão indigno quanto eles. Todos os cristãos verdadeiros 
crêem que Jesus Cristo, e este crucificado e ressuscitado dentre os 
mortos, é a surtia e a essência do cristianismo. Todos os apóstolos 
concordam neste testemunho; por esta fé viveram e nesta fé morreram. 
Vv. 12-19. Havendo mostrado que Cristo havia ressuscitado, o 
apóstolo responde aos que diziam que não há ressurreição. Não haveria 
justificação nem salvação se Cristo não tivesse ressuscitado. se Cristo 
ainda estivesse entre os mortos, a fé em Cristo não seria vã e inútil? O 
que prova a ressurreição do corpo é a ressurreição do nosso Senhor. Até 
os que morreram na fé teriam perecido em seus pecados se Cristo não 
tivesse ressuscitado. Todos os que crêem em Cristo têm esperança nEle, 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 34 
como Redentor; esperança de redenção e salvação por Ele. Porém, se não 
existisse ressurreição ou recompensa futura, a esperança deles nEle seria 
somente para esta vida. Estariam em pior condição que o restante da 
humanidade, especialmente na época e circunstâncias em que o apóstolo 
escreveu, porque naquela ocasião, os cristãos eram odiados e 
perseguidos por todos os homens. Porém, na realidade não é assim; 
estes, dentre todos os homens, desfrutam bênçãos firmes em meio a 
todas as suas dificuldades e provas, mesmo nos tempos das maiores 
perseguições. 
Vv. 20-34. Àqueles que por fé se unem a Cristo, por sua 
ressurreição, é assegurado a sua própria ressurreição. Por causa do 
pecado do primeiro Adão, todos os homens se tornaram mortais, porque 
todos passaram a ter a sua mesma natureza pecaminosa. Assim, por meio 
da ressurreição de Cristo, todos se tornaram participantes do Espírito, e 
da natureza espiritual; ressuscitaremos e viveremos para sempre. 
Haverá uma ordem na ressurreição. O próprio Cristo foi o primeiro; 
em sua vinda ressuscitará o seu povo redimido antes das demais pessoas; 
ao final, os ímpios também serão ressuscitados. Então, será o fim do 
presente estado das coisas. Se queremos triunfar nessa solene e 
importante ocasião, detemos submetermo-nos agora ao seu reinado, 
aceitar a sua salvação, e viver para a sua glória. Então, nos regozijaremos 
ao concluir-se a sua obra, para que Deus receba toda a glória de nossa 
salvação, o sirvamos para sempre e desfrutemos o seu favor. 
O que farão aqueles que se batizam pelos monos, se de modo algum 
os mortos ressuscitam? Provavelmente aqui o batismo seja usado como 
uma figura de aflições, sofrimentos e martírio, como em Mateus 
20.22,23. O que é, ou o que será daqueles que sofreram muitos danos 
graves e até perderam a sua vida por causa desta doutrina da 
ressurreição, se os mortos de modo nenhum ressuscitam? 
Qualquer que seja o significado, sem dúvida os coríntios entendiam 
o argumento do apóstolo. Para nós é evidente que o cristianismo seria 
uma confissão néscia, se não nos propusesse esperanças para mais além 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 35 
desta vida, ao menos em tempos de perigo, como nos primeiros tempos, 
e muitas vezes desde então. 
É lícito e adequado que os cristãos saibam que possuem benefícios 
para si mesmos por sua fidelidade a Deus; e que dêem fruto para a 
santidade, e que o nosso fim seja a vida eterna. Porém, não devemos 
viver como animais porque não morremos como eles. Deve ser a 
ignorância sobre Deus o que leva alguém a não crer na ressurreição e na 
vida futura. Aqueles que reconhecem que existe um Deus e uma 
providência, e observam quão injustas são as coisas na vida, e quão 
freqüentemente vai muito mal aos melhores homens, não podem duvidar 
de um estado futuro onde tudo será corrigido com justiça. Não nos 
juntemos aos ímpios, mas advirtamos a todos os que nos rodeiam, 
especialmente às crianças e aos jovens, para que os evitem, como 
evitariam uma peste. Despertemos para a justiça e não pequemos. 
Vv. 35-50. Observe: 
1. Como os mortos ressuscitarão, isto é, por que meios? Como 
podem ressuscitar? 
2. Quanto aos corpos que ressuscitarão,terão a mesma forma, 
estatura, membros e qualidades? 
A primeira objeção é daqueles que se opõem à doutrina; a segunda, 
dos curiosos. 
A resposta para a primeira é: será efetuada pelo poder divino; esse 
poder que todos vêem absoluto parecido, ano após ano, na morte e no 
reviver do trigo. É néscio questionar o absoluto poder de Deus para 
ressuscitar os mortos, quando o vemos diariamente vivificando e fazendo 
reviver coisas que estão mortas. 
A resposta para a segunda pergunta é: os grãos sofrem uma grande 
transformação, e assim será com os mortos, quando forem levantados e 
viverem outra vez. A semente morre, ainda que uma parte dela brote 
para a vida nova; porém, não podemos entender como isto acontece. As 
obras da criação e da providência nos ensinam diariamente a ser 
humildes, e a admirarmos a sabedoria e a bondade do Criador. Há uma 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 36 
grande variedade entre os outros corpos, como há entre as plantas. Há 
uma variedade de glória entre os corpos celestes. Os corpos dos mortos, 
quando forem levantados, serão adequados para o estado celestial; e 
haverá uma variedade de glória entre eles. 
Enterrar aos mortos é como entregar a semente à terra, para que 
brote dela outra vez. Nada é mais aborrecível que um còrpo morto. 
Porém, na ressurreição, os crentes terão corpos preparados para estarem 
unidos para sempre a espíritos que se tornaram perfeitos. Todas as coisas 
são possíveis para Deus. Ele é o Autor e a Fonte da vida espiritual e da 
santidade para todo o seu povo, pela provisão de seu Espírito Santo para 
a alma; também vivificará e transformará o corpo por obra de seu 
espírito. Os mortos em Cristo não serão somente ressuscitados, mas 
ressuscitarão gloriosamente transformados. Os corpos dos santos serão 
transformados quando ressuscitarem. Então, serão corpos gloriosos e 
espirituais, aptos para o mundo celestial e para o estado celestial, onde 
viverão para sempre e eternamente. O corpo humano, em sua forma 
presente e com suas necessidades e fraquezas, não pode entrar no reino 
de Deus nem desfrutar dele. Então, não semeemos para carne, da qual só 
podemos colher corrupção. O corpo segue o estado da alma. Portanto, 
aquele que se descuida da vida da alma, expulsa o seu bem presente; 
aquele que se recusa a viver para Deus, desperdiça tudo o que tem. 
Vv. 51-58. Nem todos os santos morrerão, porém todos serão 
transformados. Muitas verdades do Evangelho que estavam ocultas em 
mistérios serão reveladas. A morte nunca aparecerá nas regiões às quais 
o nosso Senhor levará os seus santos ressuscitados. Portanto, procuremos 
a plena segurança da fé e da esperança, para que em meio à dor, e na 
expectativa da morte, possamos pensar com calma nos horrores da 
sepultura, certos de que apenas os nossos corpos dormirão ali, enquanto 
as nossas almas estarão presentes com o Redentor. 
O pecado dá à morte todo o seu poder nocivo. O aguilhão da morte 
é o pecado, porém Cristo ao morrer, tirou este aguilhão; Ele fez expiação 
pelo pecado; ele obteve a remissão dos pecados. 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 37 
A força do pecado é a lei. Ninguém pode responder às suas 
exigências, suportar a sua maldição ou acabar com as suas transgressões. 
Daí vem o terror e a angústia. Por isso a morte é terrível para o incrédulo 
e impenitente. A morte pode surpreender o crente, mas não pode retê-lo 
em seu poder. Quantos mananciais de gozo para os santos, e de gratidão 
a Deus, foram abertos pela morte e ressurreição, pelos sofrimentos e 
pelas conquistas do Redentor! 
No versículo 58, temos uma exortação a que os crentes sejam 
firmes e constantes na fé neste Evangelho que foi pregado pelo apóstolo, 
e que eles receberam. Além disso, são exortados a permanecerem 
inabaláveis em sua esperança e expectativa deste grande privilégio de 
ressuscitar incorruptível e imortal, para abundar na obra do Senhor, 
fazendo sempre a sua obra, e obedecendo os seus mandamentos. Que 
Cristo nos dê a fé, e aumente a nossa fé, para que não somente estejamos 
a salvo, mas também alegres e triunfantes. 
 
1 Coríntios 16 
Versículos 1-9: Oferta para os pobres de Jerusalém; 10-12: 
Timóteo e Apolo são recomendados; 13-18: Exortação a estar vigilantes 
na fé e no amor: 19-24: Saudações cristãs. 
Vv. 1-9. Os bons exemplos de outros cristãos e igrejas devem nos 
estimular. É bom armazená-los para que os utilizemos bem. Aqueles que 
são ricos neste mundo devem ser ricos em boas obras (1 Tm 6.17,18). A 
mão diligente não se enriquecerá sem a bênção divina (Pv 10.4,22). 
O que pode ser mais adequado para estimular-nos à caridade para 
com o povo e para com os filhos de Deus, do que considerar tudo o que 
temos como dádiva dEle? As obras da misericórdia são frutos reais do 
verdadeiro amor a Deus, e portanto, serviços apropriados para o dia do 
Senhor. Os ministros fazem a atividade que lhes cabe como dever, 
quando ajudam ou promovem as obras de caridade. 
O coração de um ministro cristão deve estar orientado ao bem estar 
das pessoas no meio das quais tenha trabalhado por muito tempo e com 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 38 
êxito. Todos nós devemos realizar os nossos propósitos com submissão à 
providência divina (Tg 4.15). Os adversários e a oposição não 
quebrantam os espíritos dos ministros fiéis e bem-sucedidos, mas 
inflamam o seu zelo e lhes inspiram um novo valor. O ministro fiel se 
desencoraja mais com a dureza dos corações de seus ouvintes e com o 
desvio dos professos cristãos, do que com os atentados dos inimigos. 
Vv. 10-12. Timóteo fez a obra do Senhor. Portanto, afligir o seu 
espírito é contristar o Espírito Santo; desprezá-lo é desprezar Aquele que 
o enviou. Aqueles que trabalham na obra do Senhor devem ser tratados 
com ternura e respeito. Os ministros fiéis não terão ciúme uns dos 
outros. Os ministros do Evangelho devem demonstrar interesse pela 
reputação e a utilidade uns dos outros. 
Vv. 13-18. O cristão sempre corre perigo, portanto deve sempre 
estar alerta. Deve estar firme na fé no Evangelho, sem abandoná-la nem 
jamais renunciar a ela. somente por esta fé será capaz de resistir na hora 
da tentação. Os cristãos devem procurar fazer com que a caridade não 
apenas reine em seus corações, mas que brilhe em suas vidas. Há uma 
grande diferença entre a firmeza cristã e o ativismo febril. O apóstolo dá 
instruções particulares para alguns que servem à causa de Cristo entre 
eles. Aqueles que servem aos santos, aqueles que desejam a honra da 
Igreja, e os que estão dispostos a evitar que ela seja reprovada, devem ser 
muito considerados e amados. O valor destes deve ser voluntariamente 
reconhecido, bem como o de todos os que trabalharam com o apóstolo 
ou o ajudaram. 
Vv. 19-24. O cristianismo não destrói em absoluto o civismo. A 
religião deve promover um temperamento cortês e amável para com 
todos. Aqueles que encontram na religião o ânimo para serem irritáveis e 
obstinados, transmitem uma falsa idéia sobre ela e lhe causam 
reprovação. As saudações cristãs não são simples cumprimentos vazios, 
mas expressões reais de boa vontade para com o próximo, e os 
encomendam à graça e à bênção divinas. Toda família cristã deve ser 
1 Coríntios (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 39 
como uma igreja cristã. Onde quer que dois ou três se reúnam em nome 
de Cristo, Ele estará no meio deles, e ali haverá uma igreja. 
Aqui há uma advertência solene: muitas pessoas que pronunciam 
freqüentemente o nome de Cristo não têm por Ele um amor verdadeiro 
em seus corações. Aquele que não ama as Íeis de Cristo nem obedece 
aos seus mandamentos não o ama de verdade. Muitos são cristãos apenas 
de nome, porque não amam a Cristo, o Senhor, com sinceridade. Os tais 
estão separados do povo e do favor de Deus. Aqueles que não amam ao 
Senhor Jesus Cristo devem perecer sem remédio. Não descansemos em 
nenhuma profissão religiosa onde não há o amor de Cristo, os sinceros 
desejos por sua salvação, a gratidão por

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