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FG Aula 6

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10/12/2013
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Disciplina: Fitopatologia Geral
Vírus Fitopatogênicos
Vírus Fitopatogênicos
• Agrios (2005):
• Um vírus é uma nucleoproteína que se
multiplica em células vivas e tem a habilidade
de causar doença.
• Matthews (1992):
• É um conjunto formado por uma ou mais
moléculas de ácido nucléico, normalmente
envolto por uma capa protetora de proteína
que é capaz de mediar sua própria replicação
somente no interior das células hospedeiras
apropriadas.
Histórico da virologia vegetal
Primeiras menções: Século XVII Holanda- tulipas
variegadas causadas por vírus;
 Hoje: tulipas variegação genética
Virologia Vegetal como Ciência: pouco mais de cem
anos;
1886- Adolf Mayer, Holanda: Primeiro relato de doença
causada por vírus em plantas: Mosaico do Fumo;
VÍRUS : origem do latim e significa veneno ou peçonha;
Histórico da virologia vegetal
1892, Dmitri Iwanowski, um botânico 
russo em São Petersburgo 
demonstrou que o extrato de plantas 
doentes permanecia infeccioso após 
passagem em filtros de porcelana 
(retém bactérias) mosaico do tabaco 
era transmitido por um agente 
filtrável (TMV)
Histórico
1864-1920 
Filtração de extrato de 
plantas contaminadas 
com a doença do mosaico 
do tabaco utilizando 
filtros bacteriológicos, 
onde os vírus passam 
junto com o filtrado.
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Histórico da virologia vegetal
Características Vírus de Plantas
• Vírus não tem a organização complexa das células e são
estruturalmente muito simples
• Parasitas obrigatórios intracelulares
• Presença de um só tipo de ácido nucléico, RNA ou DNA
• Replicação em células vivas do hospedeiro por meio da utilização dos
ribossomos e aminoácidos da célula hospedeira para a síntese de
suas próprias proteínas
• Não crescem em meios de cultura artificiais
• Não podem ser observados em microscópio ótico, sendo observado
desta forma somente ao microscópio eletrônico de transmissão
-Aumento de 5 mil a 500 mil 
vezes;
- Não utiliza luz, mas, feixes de 
elétrons;
• Genoma: conjunto de informações genéticas de um
vírus, codificado pelo ácido nucléico.
• Capsídeo: capa protéica que envolve o genoma viral,
formada por subunidades de proteína.
• Capsômero: subunidades do capsídeo.
• Nucleocapsídeo: conjunto formado pelo genoma mais
capsídeo.
• Envelope: membrana que envolve o nucleocapsídeo em
alguns tipos de vírus.
• Vírion: estrutura viral completa.
Componentes estruturais dos 
Vírus de Plantas
Componentes estruturais dos 
Vírus de Plantas
capsídeo
capsômeros
ácido nucléico
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Vírus poliédricos
CONSTITUIÇÃO DOS VÍRUS:
Ácidos Nucléicos, Proteínas
•ÁCIDOS NUCLÉICOS (RNA ou DNA): 
Principal constituinte. 
Material genético de todos os seres vivos, inclusive Vírus. 
•CAPA PROTÉICA também chamada de CAPSÍDEO
Que envolve e protege o ácido nucléico -
PARTÍCULA VIRAL
•Ácido nucléico : carrega as informações genéticas
•Capa protéica: envolve e protege o ácido nucléico, 
transporte do vírus, patogenicidade, 
Funções dos Componentes da partícula viral
RNA
Citosina – Guanina
Adenina – Uracila
-Tobacco mosaic virus (TMV)
DNA
Citosina – Guanina
Adenina – Timina
Cowpea golden mosaic virus (CGMV)
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- Alongada flexuosa Lettuce mosaic virus 
(LMV) 730x11nm
- Alongada rígida Tobacco mosaic 
virus (TMV) 300x18nm 
MORFOLOGIA E ESTRUTURA DA PARTÍCULA:
Cucumber mosaic virus (CMV) 
29 nm 
-Icosaédrico ou isométrico
Bean golden mosaic virus (BGMV) 
24x48 nm 
– Baciliforme -Lettuce necrotic 
yellows virus (LNYV) 230x70 nm
- Pleomórfico – Tomato spotted wilt 
virus (TSWV) 90x70 nm
Vírus que infectam plantas
http://www1.plala.or.jp/yossie/ikimono/tmv.jpg
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Nomenclatura e Ortografia
• ICTV (International Comittee on Taxonomy of Viruses) :
• Inglês com o nome do hospedeiro, sintoma típico, localidade onde 
o vírus foi isolado a primeira vez e o termo virus
• Gênero:
• Tobamovirus (Tobacco mosaic virus)
• Espécies:
• Tobacco mosaic virus (TMV)
• Mosaico do fumo
• Papaya ring spot virus (PRSV)
• Mancha anelar do mamoeiro
•Gênero:
• Tobamovirus (Tobacco mosaic virus)
•Espécies:
•Tobacco mosaic virus (TMV): nome do vírus
•Mosaico do fumo: nome da doença
Nomenclatura e Ortografia
Tabela 1. Exemplos de vírus de plantas com a respectiva nomenclatura 
em português e inglês, gênero a que pertence e doença causada Sintomatologia
• Podem causar dois tipos de sintomas ou infecção: LOCALIZADA E
SISTÊMICA
• Sintomas localizados: São lesões cloróticas e necróticas nos
pontos de penetração;
• Sintomas sistêmicos: Afetam a planta em vários aspectos de sua
morfologia e fisiologia;
• Ex. mosaico, mosqueado, distorção foliar, mancha anelar,
amarelecimento, superbrotamento e nanismo – como conseqüência
destes sintomas ocorre a queda de produção.
Sintomatologia
Sintomas Morfológicos:
Desvios de cor: diminuição na concentração de
metabólitos essenciais da célula
Deformações e Necroses
Amarelecimento, Bronzeamento, Clorose de nervuras,
Clorose, Mosaico, Variegação nas pétalas, Lesões
cloróticas, Mancha café, Redução do crescimento
(nanismo), Bolhas (bolhosidade), Canelura, Enação,
Enrolamento, Epinastia, Lesão local necrótica, Necroses
Beet western yellows virus (BWYV) -
escarola
Tomato spotted wilt virus (TSWV) 
– Vira-cabeça Tomate
http://www.forestryimages.org/images/768x512/5077041.jpg
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Cauliflower mosaic virus (CaMV) –couve-flor 
/necrose de nervuras
Cucumber mosaic virus (CMV)-
salsa/clorose
Bean common mosaic virus (BCMV)-
feijão
Watermellon mosaic virus 
(WMV) - abóbora
Doenças causadas por vírus
• Squash mosaic virus (SqMV)
Doenças causadas por vírus
• Papaya ringspot virus (PRSV)
http://vegetablemdonline.ppath.cornell.edu/Images/Cucurbits/Cuc_Viruses/WMV1.jpg
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Doenças causadas por vírus
• Watermelon mosaic virus (WMV)
Doenças causadas por vírus
• Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) 
Doenças causadas por vírus
• Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) 
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Doenças causadas por vírus
• Papaya ringspot virus (PRSV)
Doenças causadas por vírus
• Watermelon mosaic virus (WMV)
Doenças causadas por vírus
• Watermelon mosaic virus (WMV)
Doenças causadas por vírus
• Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) 
ZYMV-Abobrinha
PRSV-Abobrinha
Maize dwarf mosaic virus –
mosaico anão do milho
PRSV-Mamoeiro
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Variegação
Glifosate
Genético
Fitotoxidade
Sintomas que se confundem com os causados por vírus
Virose e
Deficiência N
CTV-Citrus
INSV-Cinerária
Bean yellow mosaic virus-Tulipa
Tospovirus-
azaléia
INSV-Impatiens spp
CEVd-Citrus
Pea enation mosaic virus
(PEMV)
Enação
http://www.apsnet.org/online/view.asp?ID=121
http://www.apsnet.org/online/view.asp?ID=121
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PLRV-Batata
ToMV-Nicothiana 
glutinosa
Ciclo do Patógeno
Sobrevivência
- Restos de culturas
- Hospedeiras intermediárias
- Inseto vetor
- Sementes
-Transmissão Mecânica
-Sementes e pólen
-Material Vegetativo 
-Utensílios e ferramentas contaminados
-Tratos culturais
-Nematóides
-Fungos
-Plantas parasitas
-Insetos Vetores
Disseminação/Transmissão Transmissão mecânica
• Vírus de plantas não têm a habilidade de 
penetrar a cutícula, epiderme ou a parede 
celular da planta.
• Para transmissão experimental, são 
frequentemente transferidos por métodos 
mecânicos
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Insetos
Denominações:
 Inseto Virulífero: inseto que adquiriu o vírus e é capaz de
transmiti-lo;
 Período de Aquisição: tempo necessário para o inseto
adquirir o vírus;
 Período Latente ou de incubação: período após a aquisição
necessário para que o inseto se torne capaz de transmitir o
vírus;
 Período de Retenção: tempo que o inseto é capaz de
transmiti-lo;
Tipos de Relacionamento Vírus-Vetor
• Transmissão não-circulativa
• Transmissão Circulativa
• Transmissão Circulativa Propagativa
TRANSMISSÃO NÃO-CIRCULATIVA/NÃO 
PERSISTENTE 
• Presente na maioria dos vírus que são transmitidos por 
afídeos
• Vírus que são transmitidos dessa forma infectam ascélulas da epiderme da planta hospedeira
• É caracterizada pela aquisição do vírus ocorrer em curtos 
períodos de tempo (segundos a minutos)/
• PICADA DE PROVA
Myzus persicae /
Cucumber mosaic virus (CMV)-Abóbora
não circulativa
Myzus persicae /
Cowpea severe mosaic virus (CPSMV)-Abóbora
não circulativa
• Vírus semipersistentes formam uma associação com a
parede do intestino anterior do afídeo.
• A aquisição desses vírus requer a alimentação no floema,
resultando em maiores períodos de aquisição do que os vírus
transmitidos de modo não-persistente.
• A transmissão necessita de minutos e a retenção do vírus
tipicamente permanece durante horas
• A retenção do vírus não permanece através das ecdises do
desenvolvimento do afídeo
• Uma vez que a parede do intestino anterior é separada do
restante do citoesqueleto cuticular.
TRANSMISSÃO SEMIPERSISTENTE
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• Todos os vírus transmitidos deste modo devem ser
adquiridos do floema de uma planta infectada e
depositados no floema de uma planta sadia.
• Aproximadamente 20 minutos são necessários para os
afídeos estabelecerem uma amostragem no floema.O
período de aquisição e retenção requer horas a dias
• Não-propagativa: os insetos podem permanecer
virulíferos por semanas
• EX: Bean golden mosaic virus (BGMV)/ mosca branca
TRANSMISSÃO PERSISTENTE, CIRCULATIVA E 
NÃO PROPAGATIVA
Bemisia tabaci
Bean golden mosaic virus (BGMV)-Feijão
Circulativa não-propagativa
• Esse tipo de transmissão tem muito em comum
com a transmissão persistente, circulativa não
propagativa
• Vírus são limitados ao floema
• A transmissão é dependente da amostragem do
floema e da passagem do vírus para a hemolinfa.
• Após entrar na hemolinfa, vírus infecta e se replica
no afídeo
• O vírus também pode passar através dos ovários
para a progênie
TRANSMISSÃO PERSISTENTE, CIRCULATIVA E 
PROPAGATIVA
Frankliniella schultzei
Tomato spotted wilt virus (TSWV)
Vira cabeça-Tomate
Circulativa propagativa
Outros agentes de transmissão:
- Fungos:
- Polymyxa, 
- Olpidium e 
- Spongospora
- Nematóides:
- Xiphinema, Longidorus, Paralongidorus, 
Trichodorus e Paratrichodorus
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-Cuscuta spp
-Corda de viola
INFECÇÃO
• Penetração na célula hospedeira
• Ferimentos 
• Vetores(Insetos, nematóides)
• Liberação do ácido nucleico
• Síntese das proteínas virais
• Replicação do ácido nucléico
• Encapsidamento
Movimento e distribuição do vírus na planta
• Movimento a curtas distâncias (célula-a-célula)
– Modificações dos plasmodesmos: Poros que permitem a
conexão entre as células;
– Formação de túbulos: Formados pelas proteínas de
movimento por meio de modificações dos plasmodesmos;
• Movimento a longas distâncias (floema)
– Transporte passivo acompanhando o fluxo de
fotoassimilados;
CONTROLE DE FITOVÍRUS
•Deve ser PREVENTIVO
•ESTRATÉGIAS:
-Eliminação de fontes de inóculo
•Plantas daninhas
•Remoção de restos culturais
•Produção de material propagativo livre de vírus
•Roguing
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Escape ou fuga do inseto vetor
•Plantio em regiões ou épocas desfavoráveis ao inseto 
vetor
Controle químico do inseto vetor
•Pode ou não levar a resultados satisfatórios
•Deve se conhecer o relacionamento vírus-vetor
- Natural: forma preferível de controle;
- Preimunização: estirpe fraca de um determinado vírus
protege a planta de um outro vírus patogênico;
-Ex: PRSV-Abobrinha
CTV-Citrus
- Resistência transgênica:Transferência do gene de uma
determinada espécie viral para plantas atacadas por esta
espécie;
-Ex:gene da proteína capsidial do TMV em plantas de
Fumo
Resistência
•Referências bibliográficas:
•AGRIOS, G.N. Plant Pathology, Academic Press, 4 ed. San Diego, 1997.
• BOUKEMA , I. W. Resistance to TMV in Capsicum chacoense Hunz. Is governed 
by na allele of the L-locus. Capsicum Newsletter, n.3, p.47-47, 1984.
• HADIDI, A., KHETARPAL, R.K.,KOGANEZAWA, H. Plant Virus Disease Control. 
APS Press, Minnesota, 1998.
•HULL, R. Matthews’Plant Virology.Academic Press, 4 ed. San Diego, 2002.
•NAGATA, A.K.I., et al., Princípios e técnicas de diagnose aplicados em
fitovirologia. Sociedade Brasileira de Fitopatologia, Brasília, 2001, 186p.
•NG, J.C.K., PERRY, K.L. Transmission of plant viruses by aphid vectors.
Molecular Plant Pathology. N.5, p.505-11, 2004.
•van REGENMORTEL, M. H. V. et al., Virus taxonomy: seventh report of the
International Committee on Taxonomy of Viruses. San Diego: Academic Press,
2000. 1162p.

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