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Aula_de_Virologia

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INTRODUÇÃO À
 VIROLOGIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
CAMPUS ROLIM DE MOURA
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
Profª.: Dalza Gomes da Silva
1. HISTÓRICO
Holanda, séc. XVII
Tulipas variegadas 
(na verdade infectadas por um potyvírus)
Preço pago por um único bulbo infectado:
4 toneladas de trigo
8 toneladas de cevada
4 bois gordos
8 porcos gordos
12 ovelhas gordas
2 barris de vinho
4 barris de cerveja
2 barris de manteiga
450 kg de queijo
uma cama
um armário
uma pulseira de prata
Tulipas comuns
Tulipas variegadas
1. HISTÓRICO
Mayer - 1886, Holanda
Transmissão do mosaico do fumo por
meio de injeção de extrato de planta
doente em planta sadia.
Comprovação da natureza biótica da doença
Propõe que a doença é causada por
fungo ou bactéria, mas não consegue
isolar o agente etiológico
1. HISTÓRICO
Ivanowski - Rússia,1892
Repete o experimento de
Mayer, porém filtra o extrato
de planta infectada em filtro
de porcelana, capaz de reter
bactérias.
Filtrado transmite a doença.
Não confiou nos próprios
Resultados.
Beijerinck - Holanda,
1898
Repete o experimento de
Ivanowski, com os mesmos
resultados
Propõe que o mosaico do
fumo é causado por um
agente distinto de fungos e
bactérias
Contagium vivum fluidum
(fluido vivo contagioso) -
vírus
1. HISTÓRICO
G.A. Kausche -
Alemanha, 1939
Desenvolvimento do primeiro
microscópio eletrônico de
transmissão
Primeira eletromicrografia:
TMV  cilíndrico
Frederic Bawden e
Willian Pirie -
Inglaterra, 1936
Purificação do TMV e
determinação de sua
constituição química
Detecção de nitrogênio,
fósforo e carboidrato
(ribose): nucleoproteína
1. IMPORTÂNCIA DOS VÍRUS
Os vírus são estudados por dois motivos:
Causam doenças de grande importância
2. São modelos para estudos de biologia
2. O QUE SÃO VÍRUS?
MACROMOLÉCULAS:
 Ácido nucléico
	RNA ou DNA
	Fita simples
	Fita dupla
 Capa protéica
 Envelope (alguns)
 Replicação no hospedeiro
Ácido nucléico
Capa protéica
O que são VIRÓIDES?
RNA, fita simples, circular, sem capa protéica.
Capsômero
2. O QUE SÃO VÍRUS?
A
B
Alongados
Icosaédricos
Alongado rígido
Alongado flexuoso
Baciliforme
Icosaédricos ou isométrico
2. O QUE SÃO VÍRUS?
Todos os vírus conhecidos, dentro e fora do reino vegetal, são parasitas intracelulares obrigatórios, incapazes de multiplicar-se fora de uma célula hospedeira. 
Embora os vírus possam conservar-se viáveis (infectivos) fora da célula hospedeira, em alguns casos por períodos de tempo relativamente longos, somente no interior desta é que são capazes de se replicar.
2. O QUE SÃO VÍRUS?
Características que diferenciam os vírus de outros organismos:
 presença de apenas um tipo de ácido nucléico (DNA ou RNA);
 uma vez no interior da célula, não existe separação (p.ex., por meio de membranas) entre o vírus e o citoplasma da célula hospedeira;
 ausência de maquinaria para síntese de proteínas;
 replicação por meio de síntese dos componentes seguido de montagem das partículas virais.
2. O QUE SÃO VÍRUS?
Características que NÃO diferenciam os vírus de outros organismos:
 tamanho (Poxviridae vs. Chlamydiae);
 multiplicação apenas no interior da célula hospedeira (Chlamydiae);
3. FORMA E DIMENSÕES DOS VÍRUS?
TAMANHO
Isométricos:
17 – 300 nm
Alongados:
3 – 25 nm X
200 – 2000 nm
	
nm = 
1/1.000.000 mm 
4,3%
13%
76,6%
3. FORMA E DIMENSÕES DOS VÍRUS?
4,1%
2%
Comparação entre tamanhos de agentes causais de doenças de plantas.
A
B
C
D
E
F
G
A: Cabeça de um 	nematóide
B: Hifa fúngica
C: Protozoário
D: Bactéria
E: Fitoplasmas
F: Viróides
G: Vírus
4. SINTOMAS MORFOLÓGICOS
4.1 – DESVIOS DE COR
Amarelecimento e albinismo: diminuição da clorofila
Bronzemento: Aumento de pigmentos (melanina)
Clorose: Diminuição da clorofila e outros pigmentos
Mosaico: Mistura de áreas verdes e cloróticas
Mosqueado: diferentes matizes de verde
Variegação: áreas com riscos despigmentados
Clorose
Mosaico
Albinismo
4. SINTOMAS MORFOLÓGICOS
4.2 – DEFORMAÇÕES
Nanismo: redução do crescimento
Bolhas: tecido abaulado
Cordão de sapato: folíolos afilados
Enrolamento e epinastia: encurvamento da folha para cima ou para baixo
Enrolamento de folhas
Cordão de sapato
A nomenclatura de fitovírus não segue o esquema binomial latino. De acordo com o Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV): 
A nomenclatura deve ser feita em inglês, com a espécie recebendo um nome composto (normalmente incluindo o hospedeiro e o sintoma típico) e o termo “vírus”.
Tobacco mosaic virus (TMV),
Potato virus X (PVX), 
Human immunodeficiency virus (HIV) 
5. COMO SÃO CLASSIFICADOS OS VÍRUS DE PLANTAS?
Cultura
Sintoma
Vírus
6. COMO SE MULTIPLICAM OS VÍRUS?
Entrada do vírus na célula do hospedeiro:
	Ferimentos – expõe o interior da célula permitindo 	a entrada do vírus.
	Vetor - deposita o vírus diretamente no interior da 	célula
7 - MOVIMENTO CÉLULA-A-CELULA DE FITOVÍRUS
Disseminação do vírus na planta:
	Curta distância: movimento célula-a-célula via 	plasmodesmos. 
	Longa distância: movimento sistêmico via floema
8 - TRANSMISSÃO NATURAL DE VIRUS DE PLANTAS
SEMENTES
Numero considerável de viroses são transmitidas pelas sementes.
Sementes infectadas podem ser importante fontes de inóculo para epidemias.
Uso de sementes sadias é uma forma eficiente de se obter plantas livres de vírus.
MATERIAL PROPAGATIVO
Importante para culturas propagadas vegetativamente
Limpeza clonal – cultura de meristema 
8 - TRANSMISSÃO NATURAL DE VIRUS DE PLANTAS
ÁCAROS
	Apenas 3 gêneros de ácaros transmite 2 gêneros de vírus
	O vírus é capaz de se replicar no ácaro
 	Doença de fácil controle: basta controlar o ácaro
INSETOS: 90% das virose são transmitidas por insetos.
	Afídeos (pulgões +/- 80 espécies) – transmitem todos os potyvirus;
	Cigarrinhas(+/- 35 espécies);
	Mosca branca (+/- 4 espécies)– transmitem todos os begomovirus;
	Tripes (+/- 8 espécies);
	Besouros.
Período de aquisição = tempo que o inseto leva para adquirir o vírus ao se alimentar de uma planta infectada.
Período Latente – intervalo de tempo entre aquisição e a capacidade de transmissão do vírus para outras plantas.
 Período de retenção – intervalo de tempo em que vetor pode transmitir o vírus sem voltar a se alimentar de uma planta infectada. 
8 - TRANSMISSÃO NATURAL DE VIRUS DE PLANTAS
Forma de adquirir o vírus
Picada de prova
Picada de alimentação
		Per. de aquisição	Período latente	Período de retenção
	Não circulativo	Segundos a minutos	-	Minutos a horas
	Circ. não-propagativo	Algumas horas	Minutos a horas	Alguns dias
	Circulativo propagativo	Horas a dias	Alguns dias	Resto da vida
Picada de prova
Picada de Alimentação
8 - TRANSMISSÃO NATURAL DE VIRUS DE PLANTAS
Não-circulativo
Circ. não-propagativo
Circulativo propagativo
9 - PRINCIPAIS MÉTODOS DE CONTROLE DE FITOVIROSES
Eliminar hospedeiros alternativos
Lavoura abandonada
9 - PRINCIPAIS MÉTODOS DE CONTROLE DE FITOVIROSES
Evitar plantios seqüenciais em áreas contíguas
Controle químico de insetos vetores
Roguing – eliminação de plantas doentes
Imunização com estirpe fraca de vírus
MICOPLASMAS E ESPIROPLASMAS
Coconut cadang-cadang
Coconut cadang-cadang viroid (CCCVd)
Sintomatologia: requeima 
das folhas e morte da planta
Ocorrência: Ásia
OUTROS AGENTES
CAUSADORES DE
DOENÇAS DE PLANTAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
CAMPUS DE ROLIM DE MOURA
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
Profª.: Dalza Gomes da Silva
MICOPLASMAS E ESPIROPLASMAS
ORGANISMOS
Unicelulares
Procariotos
Sem parede celular
Alto grau de pleomorfismo
MLO = Mycoplasmalike organism
DESCOBERTA
Cientistas japoneses (1967)
Associação de procariotos sem parede celular às doenças de plantas:
	Rainha-margarida  Amarelecimento
	Amoreira  Nanismo
	
MICOPLASMAS
MORFOLOGIA E ESTRUTURA
- Procariotos
 Apresentam uma única 
membrana ao redor do
citoplasma
Internamente
 Grânulos densos
 Filamentos de DNA
ESPIROPLASMAS
Organismos com morfologia helicoidal, sem parede celular, com apenas uma membrana unitária envolvendo o citoplasma. São encontrados restritos ao floemade plantas.
MICOPLASMAS E ESPIROPLASMAS
IDENTIFICAÇÃO
Uso de metodologias complexas
	- Sorologia
	- Ácido nucléico PCR e RFLP.
ELISA
Imunoensaio “dot blot”
Microscopia de imunoflorescência ou imunoabsorbância).
MICOPLASMAS E ESPIROPLASMAS
SINTOMAS E PATOGENICIDADE
Geralmente associados a doenças conhecidas como “amarelo”.
Clorose;
Redução de tamanho de folhas e flores;
Superbrotamento;
Deformação de órgãos florais;
Esterilidade de flores;
Encurtamento de entre-nós
Enfezamento;
Necrose de floema;
Declínio generalizado.
MICOPLASMAS E ESPIROPLASMAS
HOSPEDEIROS E TRANSMISSÃO
Grande diversidade de plantas e cigarrinhas.
EXTERNAMENTE: Superfície de órgãos florais
INTERNAMENTE: Habitam o floema  São disseminados por insetos sugadores.
Amarelo letal
Fitoplasma: Phytoplasma palmae (Palm lethal yellowing Phytoplasma)
Sintomatologia: Queda de frutos jovens, amarelecimento de folhas, com posterior secamento e queda.
Ocorrência: América Central, América do Sul e 			Ásia.
	Coqueiro e Palmeira Imperial
Amarelo letal do coqueiro
PROTOZOÁRIOS
HISTÓRICO
1931 – cafeeiro: Necrose do floema 
 Phytomonas leptovarum
1976 – palmáceas - “murcha” – coqueiro
Patogênicos a plantas:
Filo – Protozoa
Gênero – Phytomonas 
Família – Trypanossomatidae
Transmissão: Insetos vetores (percevejos) 				 Mecanicamente
		 Enxertia
Sintomatologia: bastante variável
	Varia de acordo com o hospedeiro e com a 	localização do protozoário na planta
	Palmáceas: Murcha, amarelecimento e 	escurecimento das folhas, podridão do broto 	apical, necrose das inflorescências e raízes. 	Morte da planta
Murcha das palmáceas
Phytomonas sp.
Até a próxima aula! 
RNA
Subunidades
da proteína 
capsidial
9 nm
9 nm
9 nm
9 nm
A
B
Subunidades
da proteína 
capsidial

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