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Apresentação do Projeto Político-Pedagógico do Colégio Estadual Miguel Dias

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1
 APRESENTAÇÃO
De acordo com a nova LDB, Lei nº 9394/96, em seu art.12, inciso I, “os 
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de 
ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”. 
Ao construirmos nosso Projeto Político – Pedagógico, procuramos fazê-lo de 
forma crítica, através de um processo que foi construído coletivamente com a 
perspectiva de atingir não só a comunidade escolar, mas a sociedade como um todo.
Acreditamos que para enfrentar esse desafio de participantes desse PPP, 
necessitamos recuperar a identidade da escola. “A escola é o lugar de concepção, 
realização e avaliação de seu projeto educativo, uma vez que necessita organizar seu 
trabalho pedagógico com base em seus alunos”. (VEIGA, Ilma Passos).
O primeiro passo para a construção de nosso PPP foi a definição do tipo de 
sociedade que vislumbram os professores, os alunos e a comunidade envolvida no 
âmbito desta escola. Num segundo momento fez-se necessária a definição do tipo de 
educação que queremos.
“Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. 
Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um 
período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que 
cada projeto contém de estado melhor do que o presente (. . .)” (GADOTTI, Moacir – 
1994, p.579).
A troca de ideias, opiniões e estudos entre o coletivo da comunidade escolar, 
possibilitou-nos estabelecer definições e decisões a cerca do tipo de educação e do 
tipo de cidadão almejamos “construir”. Sendo assim, ressaltamos a importância de toda 
a comunidade escolar estar assumindo de forma consciente, participativa e ativa o 
presente projeto, uma vez que o mesmo reflete convicções e desejos coletivos. 
2
Identificação do Estabelecimento
1.1 – Colégio Estadual Miguel Dias – Ensino Fundamental e Médio
 Código nº 00015
 Endereço: Rua Dr. Lincoln Graça, 746
 Bairro: Centro
 CEP: 86455-000
 Fone: (43) 3559-1596 Fax: (43) 3559-1260
1.2 – Município de Joaquim Távora
 Código nº 1290
1.3 – Dependência Administrativa - Estadual
 Código nº 02
1.4 – Núcleo Regional de Jacarezinho
 Código nº 17
1.5 – Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná
1.6 – Ato de autorização do Colégio
 Resolução nº 5717/78 de 30/10/78
1.7 – Ato de Reconhecimento do Colégio
 Resolução nº 3065/81 de 15/01/82
1.8 – Parecer do NRE de Aprovação do Regimento Escolar
 Nº 014/08 de 11/03/2005
1.9 – Distância do Colégio ao NRE
 60 Km.
1.10 - E-mail
 jqamigueldias@seed.pr.gov.br
3
I – Organização da Entidade Escolar
O Colégio Estadual Miguel Dias – Ensino Fundamental e Médio autorizado a 
funcionar pelo Decreto nº 5717/78 de 30/10/78 e reconhecido pela Resolução 3065/81 
de 15/01/82, situa-se à Rua Dr. Lincoln Graça, nº 746, no município de Joaquim 
Távora, Estado do Paraná, mantido pelo Governo do Estado do Paraná. A escola é 
organizada pedagogicamente através dos níveis de ensino: 2ª fase do Ensino 
Fundamental e Ensino Médio. Quanto às modalidades, a escola atende alunos 
oriundos da zona rural, mas não oferta ensino específico para eles. A escola funciona 
nos seguintes horários:
a) Matutino: 7h 35min às 12h
Número de turmas: 13 Número de alunos: 325
Número de Professores: 46 Número de Pedagogos: 01
Número de Funcionários: 16 Diretora Auxiliar
b) Vespertino: 13h às 17h 25min
Número de turmas: 11 Número de alunos: 244
Número de Professores: 31 Número de Pedagogos: 03
Número de Funcionários: 14 Diretor
c) Noturno: 19h às 23h
Número de turmas: 10 Número de alunos: 131
Número de Professores: 49 Número Pedagogos: 01
Número de Funcionários: 09 Diretor 
As turmas estão distribuídas da seguinte maneira:
a) Matutino – Ensino Fundamental:
5ª série: 03 turmas; 6ª série: 03 turmas; 7ª série: 02 turmas; 8ª série: 02 
turmas.
Ensino Médio:
1ª série: 01 turma; 2ª série: 01 turma; 3ª série: 01 turma.
b) Vespertino – Ensino Fundamental:
4
5ª série: 03 turmas; 6ª série: 02 turmas; 7ª série: 02 turmas; 8ª série: 01 
turma.
Ensino Médio:
1ª série: 02 turmas; 2ª série: 01 turma.
c) Noturno – Ensino Fundamental:
5ª série: 01 turma; 6ª série: 01 turma; 7ª série: 01 turma; 8ª série: 01 
turma;
Ensino Médio:
1ª série: 02 turmas; 2ª série: 02 turmas; 3ª série: 02 turmas.
O Colégio Estadual Miguel Dias é bem localizado e possui uma infra-estrutura 
boa onde professores e funcionários podem usufruir dos seguintes espaços:
a) Salas de aulas
O Colégio possui, no total, 13 salas de aulas utilizadas nos três turnos da 
seguinte maneira:
* Matutino: 13 salas * Vespertino: 11 salas * Noturno: 10 salas
b) Sala de Apoio Pedagógico
A sala de apoio, tem funcionado nos períodos matutino e vespertino. Seu 
atendimento é para no máximo 20 alunos das 5ªs séries que são trabalhados por 
professores de Português e Matemática de maneira diferenciada. Os alunos 
frequentam a sala de apoio duas vezes na semana, fazendo duas aulas de Português 
e duas de Matemática por dia.
c) Sala de Recursos
A escola deve ser vista como um espaço de todos e para todos, para que possa 
ser considerada inclusiva precisa transformar-se num espaço de decisão, com 
autonomia para ajustar-se ao contexto real e responder aos desafios que se 
apresentam.
Baseado neste desejo, a escola deve buscar alternativas que garantam a 
permanência de todas as crianças e adolescentes no seu interior.
5
Assim, seu maior objetivo é a construção de uma sociedade inclusiva e 
compromissada com as minorias, cujo grupo inclui os portadores de necessidades 
educacionais especiais.
De acordo com esta perspectiva, a escola ofertará a sala de recursos, que vem a 
ser um serviço de natureza pedagógica conduzida por professor especializado, o qual 
tem por função complementar o atendimento educacional realizado no Ensino Regular.
Para ingressar na sala de recursos, o aluno deverá estar matriculado na classe 
comum no Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries, ser avaliado e observado pelos 
profissionais da educação, psicólogos, psicopedagogo, neurologistas e psiquiatras.
A escola ofertará a sala de recursos nos períodos matutino e vespertino com 
atendimento de acordo com as necessidades, podendo ser atendido 2 vezes na 
semana, não ultrapassando duas horas/aulas diárias.
Para atender as características específicas dos diferentes alunos em seu 
processo de aprender e construir conhecimento faz-se necessário modificar, melhorar, 
introduzir atividades alternativas e complementares para que o aluno desenvolva 
plenamente suas potencialidades.
A sala de recursos é uma modalidade classificada como auxílio especial, que 
consiste em um espaço provido de materiais e equipamentos especiais, que o 
professor especializado fará uso para auxiliar os alunos excepcionais ou com distúrbio 
de aprendizagem, nos aspectos específicos que precisam de ajuda para se manter na 
classe comum, uma vez que o professor especializado deve desenvolver seu trabalho 
de forma cooperativa com os professores da sala comum.
d) Sala de vídeo
 Com a vinda dos aparelhos de TVs a sala de vídeo foi desativada utilizando o 
aparelho de DVD nas TVs existentes nas salas de aula. As chaves e o controle das 
TVs são supervisionados pela equipe pedagógica, tendo lugar específico para guardá-
las. O Colégio possui também dois aparelhos de vídeo-cassete, um televisor de 29’, um 
televisor de 20’ e um televisor de 14’. 
e) Biblioteca
A Biblioteca do Colégio tem um acervo razoável utilizado pelos alunos e 
professores com a orientação de funcionários designadospara atendê-los nos três 
períodos. Na biblioteca os alunos também podem usar um computador com impressora 
para fazer trabalho.
6
f) Laboratório de Ciências
O Colégio possui uma sala onde funciona o laboratório de Ciências. Ele é muito 
utilizado pelos professores de Ciências, Biologia, Química, Física e Matemática para 
fazer experiências relativas às suas disciplinas. Dispõe de microscópio, conjunto de 
vidraria, conjunto de instrumentos, reagentes, amostras coletadas e trazidas por alunos 
e professores, entre outros.
g) Laboratório de Informática 
 Na sala em que antes funcionava a Biblioteca, uma sala grande, passou a 
funcionar o laboratório de informática que conta com 20 computadores que são 
utilizados pelos professores nas horas atividades e alunos com a supervisão do 
professor. Há também uma impressora para uso dos professores. O uso pelo 
professor, ou junto com a turma deverá ser agendado previamente. O agendamento 
deverá ser feito pelo funcionário responsável pelo laboratório. Nesta sala também são 
realizadas as reuniões pedagógicas com os professores e a equipe pedagógica.
h) Quadra
As atividades de Educação Física, os teatros, as danças, as apresentações, as 
festas, entre outras, são realizadas nas duas quadras que o Colégio possui: uma com 
cobertura e outra com sombrite adquirido com o programa anjos da escola.
Objetivos Gerais
Para atingirmos nossas metas se faz necessário a elaboração de um P.P.P. 
onde a Educação Escolar possua um currículo organizado com base no contexto social 
e com uma gestão realmente democrática, pois somente assim ocorrerá uma 
aprendizagem transformadora e participativa.
Pretendemos com este P.P.P. estudar conceitos e conteúdos básicos das várias 
áreas do conhecimento, em seus aspectos específicos e interdisciplinares interligando 
as propostas metodológicas as disciplinas, pois esta contribuição permitirá fazer as 
intervenções necessárias na realidade a fim de transformá-la.
Têm por finalidade estimular no professor uma postura perspicaz, investigadora 
e criativa diante de seus alunos, colegas e, é claro, diante do próprio conhecimento e 
das práticas pedagógicas com as quais trabalha. Acreditamos que, assim, o professor
7
 poderá conhecer um pouco mais sobre o modo de ser e viver de seus alunos, suas 
raízes, seu presente e seu futuro.
Mostrar com clareza a fundamental importância que a escola tem com o 
programa educativo podendo de fato se constituir em uma unidade com maior grau de 
autonomia onde todos que dela fazem parte sejam comprometidos em atingir as metas 
a que se propuseram.
A Escola através do trabalho pedagógico terá como objetivo direcionar a 
aprendizagem para a compreensão ampla de ideias e valores indispensáveis no 
momento atual. É importante termos conhecimentos e habilidades cognitivas e que 
assegurem o desenvolvimento profissional, de acordo com os novos padrões 
tecnológicos e com as formas de trabalho a eles associadas formando hábitos e 
valores que favoreçam a cultura e para que desenvolva a solidariedade e a rejeição às 
desigualdades sociais, valorizando suas formas próprias de pensar, de agir e de se 
expressar, sem desconsiderar o intercâmbio entre as diferentes culturas, oferecendo 
oportunidades para que possa apropriar-se delas.
Marco Situacional.
II – Histórico da realidade
Ainda vivemos numa sociedade organizada injustamente em que impera o 
capitalismo e o preconceito; bem como desprovida de princípios éticos, morais e 
culturais. Almejamos uma sociedade mais organizada que vise à solidariedade, à 
igualdade, à valorização humana e a cultura como bem maior da Pátria. Uma 
sociedade alicerçada na seriedade de seus órgãos públicos com fidedignidade aos 
direitos do cidadão.
A Escola, por sua vez, transformou-se em uma instituição assistencialista com 
muitas regras burocráticas e conceitos utópicos. Vive em busca de uma objetividade 
em seus ensinamentos referentes ao futuro do aluno do Ensino Médio; no entanto, é 
participativa na sociedade usando de dinamismo, atrativos e métodos diversificados 
para a aprendizagem e formação do caráter crítico do aluno. A necessidade nos dias 
atuais é da Escola resgatar a sua função primeira que é de ensinar e transmitir 
conhecimentos científicos incorporando nos alunos e este por sua vez, os transforme 
em benefícios para a sociedade na qual ele vive.
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Histórico da Instituição
Diante das concepções e paradigmas pertinentes a Escola é de fundamental 
necessidade evidenciar um pouco da história do Colégio Estadual Miguel Dias – Ensino 
Fundamental e Médio, da cidade de Joaquim Távora – Paraná, sito a Rua Dr. Lincoln
 Graça nº 746, CEP 86455-000, Telefone (43) 3559-1596, Fax (43) 3559-1260, mantido 
pelo poder público e administrativo, pela Secretaria de Estado da Educação.
Os primeiros registros disponíveis em nosso acervo datam de janeiro de 1928, 
quando o Professor Francisco Benedetti assinou o termo de compromisso na função de 
diretor do ”Grupo Escolar de Afonso Camargo”, pois assim era denominado o povoado 
que deu origem à cidade de Joaquim Távora.
O Grupo Escolar estava situado na antiga Prefeitura Municipal. O Capitão Miguel 
Dias, pioneiro na região, com o aumento da população, criou uma escola particular em 
sua propriedade, contratando professores de outras cidades, para que as crianças 
recebessem instrução escolar.
Mais tarde, esta escola passou a ser “Escola Isolada” pertencente ao município 
de Santo Antônio da Platina. A partir de 1929 os documentos já nomeiam a primeira 
escola da comunidade de “Grupo Escolar Miguel Dias”. Contava o prédio com 4 salas. 
A construção do prédio era de madeira.
Com o Decreto nº 2743 de 31 de março de 1930, a Escola passou a denominar-
se Grupo Escolar Miguel Dias.
Data de 06 de novembro de 1948 a instauração do novo prédio sob a direção do 
Professor Dalton Frederico de Mello. Esteve presente no Ato, o Senhor Governador do 
Estado do Paraná, Moisés Lupion que solenemente o inaugurou.
O prédio, em alvenaria possuía 8 salas de aula, cantina, instalação sanitária, 
gabinete do diretor, sala de professores, cooperativa, almoxarifado, biblioteca, sala 
museu, gabinete médico e dentista.
Neste estabelecimento funcionou o Ginásio Estadual Professor Francisco 
Benedetti, desde 1950 até 1962 e a Escola Normal de Grau Colegial “Prudente de 
Moraes”, desde o ano de 1956 até 1963. Ambas as Escolas desligaram-se deste, para 
o novo prédio do Ginásio Estadual “Professor Francisco Benedetti”.
Pelo Decreto nº 7272 de 21/12/56, do Sr. Moisés Lupion, Governador do Estado, 
foi criada a Escola Técnica de Comércio de Joaquim Távora, funcionando no mesmo 
prédio do Grupo Escolar Miguel Dias.
9
A partir de 1962 passou-se a denominar Colégio Comercial Estadual de Joaquim 
Távora e Escola Reordenada de 2º Grau depois, de unirem-se veio à denominação de 
Colégio Estadual “Miguel Dias” Ensino de 1º e 2º Graus.
Em 1998 houve nova alteração com a Del. 003/98 com a denominação de 
Colégio Estadual Miguel Dias – Ensino Fundamental e Médio.
Caracterização da Comunidade Escolar 
O que se observa hoje, em relação aos alunos, especificamente da nossa 
escola, é que a maioria é oriunda das várias camadas sociais (zona urbana e rural): 
interessados e desinteressados, educados e mal-educados, estudiosos e preguiçosos, 
enfim, produto das estruturas morais, emocionais e afetivas provenientes das suas 
famílias. Percebe-se a pouca valorização que dão à escola como suporte para a 
ascensão social e pessoal, as mesmo assim devido à falta de emprego em nossa 
sociedade os alunos têm no estágio renumerado oportunidades de conseguir um 
trabalho de acordo com a legislação vigente. O que se pretendeentão é que os alunos 
descubram na escola uma perspectiva de futuro melhor, através dos conhecimentos 
nela adquiridos. Que sejam conscientes de sua cidadania e empenhados a participar 
da sociedade sendo agentes transformadores em seu meio.
Assim como os alunos, nossos professores são marcados por características 
próprias que definem seus modos de pensar e agir dentro da comunidade escolar. 
Como cada um tem sua individualidade, a maneira de encarar o processo educativo é 
peculiar a cada um. No entanto, o que se percebe em nossa escola, de maneira geral, 
é que o conjunto de professores é muito persistente, dinâmico, criativo, comprometido 
realmente com a formação integral do aluno, apesar de em alguns momentos se 
remeterem a sentimentos de desilusão, frustração e estresse diante de determinadas 
situações. Nossos professores são conscientes de que a escola espera deles 
dedicação e comprometimento, assim como a promoção da ética e da união dentro do 
estabelecimento, mas também almejam respeito e valorização pelo seu trabalho.
Nossos funcionários também têm consciência da importância do seu papel para 
a comunidade escolar e também de como devem desempenhá-lo. Compartilham 
também como os professores, do desejo de terem seu trabalho reconhecido e 
respeitado.
Os pais são provenientes de várias camadas sociais, assim como já foi colocado 
sobre os alunos. Podemos considerar que a maioria dos pais pertence a uma classe 
10
social média. Ainda assim, temos uma parte dos pais que pertencem à baixa, como 
consequência, muitas vezes não possuem estruturas necessárias para fazer um bom 
acompanhamento da vida escolar de seus filhos. 
Analisando de maneira crítica os dados estatísticos do colégio no que diz 
respeito à evasão e repetência (2006 – 2007 - 2009), percebeu-se que o índice de 
reprovação foi maior nas 5ªs séries talvez isso se explique pelo fato do impacto que os 
alunos de 4ª série sofrem ao chegar na 5ª série. Tudo é novo: muitos professores, 
muitas disciplinas, metodologias diferentes, espaço físico, geralmente, maior, muitos 
alunos na sala, enfim, é uma mudança brusca na vida escolar desses pequenos que, 
muitas vezes encontram-se perdidos, desorientados. 
Nosso colégio tem procurado fazer um trabalho diferenciado com as 5ªs séries: 
reuniões com os pais, alunos e professores, por turma, mostrando a importância da 
participação familiar na vida escolar dos alunos, bem como salientar os problemas 
enfrentados pelos professores em determinada turma para, em conjunto, apontarem as 
saídas. Além disso, é feito pela Equipe Pedagógica um trabalho de conversa individual 
com os pais, onde na troca de informações se procura adotar ações efetivas na 
resolução dos problemas.
Organizou-se o Projeto FICA para atendimento aos alunos menores de 12 anos 
e implantou-se a sala de apoio e recursos para os alunos com dificuldades de 
aprendizagem. Foi desenvolvido também um trabalho sobre o ECA pela Equipe 
Pedagógica, onde o objetivo foi mostrar que todo cidadão possui direitos, mas também 
deveres.
Com base ainda nos dados estatísticos dos últimos anos, percebeu-se também 
que o índice de transferência e evasão foi muito elevado. Muitos de nossos alunos do 
noturno optaram por transferir-se para a EJA, onde segundo eles, encontrariam mais 
facilidades quanto ao ensino, uma vez que, alunos que trabalham durante o dia não 
têm tempo para se dedicar ao ensino mais complexo. Este assunto tem sido um tema 
constante nas reuniões entre os profissionais da Educação deste colégio durante o ano 
letivo. Os professores concordaram que há necessidade de adequar a metodologia à 
realidade do ensino noturno com o intuito de tornar o aprendizado mais interessante e 
concreto, mais atraente e acessível, condizente com o que o aluno busca. Por se tratar 
de alunos com defasagem idade/série a preocupação deve recair em um programa 
teórico-metodológico especial direcionado à realidade desses educandos sem prejuízo 
ao ensino de qualidade.
11
É importante ressaltar a importância que tem a ação do professor dentro do 
processo ensino-aprendizagem, não só neste caso do Ensino Noturno, 
especificamente, mas em toda a ação dentro do processo educativo. O professor é 
peça fundamental, é ele quem contracena com nosso personagem principal: o aluno. É 
através do contato com o professor e sua maneira de ser e ensinar que o aluno 
aprende ou não. O que se percebe é que muitas teorias sobre como ensinar são 
escritas, todas condizentes com o momento em que se vive e todas muito eficientes, no 
entanto, se não houver quem as tire do papel e realmente as coloque em prática, seu 
sucesso não estará realmente garantido. Há necessidade de que o professor interiorize 
o processo de mudança da sua prática, pois o mesmo só ocorrerá de dentro para fora.
Através da formação continuada: cursos, capacitações, reuniões, palestras 
pretende-se uma maior comoção de todos os profissionais da Educação no sentido de 
que percebam que os alunos são a razão de existir da escola sem eles, não estaríamos 
aqui. Sendo assim, nossa obrigação de executar um bom trabalho é para com eles e, 
consequentemente para a sociedade de uma maneira geral, pois a partir do momento 
que conseguirmos formar um aluno pensante e agente, o mesmo contribuirá 
positivamente para a realidade na qual está inserido, modificando-a sempre que houver 
necessidade. Em nossas reuniões pedagógicas temos procurado enfatizar a 
importância das boas relações de trabalho entre todos os profissionais da Educação e 
da necessidade de se envolver toda comunidade escolar em nossas atividades. Uma 
vez que, percebemos que nossos pais têm certa resistência nessa participação e 
envolvimento.
Quanto ao horário das disciplinas, se obedece às 4 horas de efetivo trabalho, 
previstas na LDB, em cada período. Sendo que as aulas são de 50 minutos e o 
intervalo é de 15 minutos. Os materiais pedagógicos são adequados às disciplinas, 
quando não há, são adquiridos pela direção, na medida do possível.
No processo de distribuição de aulas aos professores em efetivo exercício de 
regência de classe é observado o percentual de 20% (vinte por cento) da jornada de 
trabalho, destinado à hora atividade.
A hora atividade é destinada para planejamento, reuniões pedagógicas, 
correção de tarefas dos alunos, estudos e reflexões sobre os conteúdos curriculares e 
ações, projetos e propostas metodológicas, troca de experiências, atendimento de 
alunos e pais e outros assuntos educacionais de interesse dos professores. À hora 
atividade em nosso colégio está organizada da seguinte maneira: 
12
2ª feira: professores de História, geografia, filosofia, e sociologia Ensino 
Religioso;
3ª feira: professores de Matemática e Física;
4ª feira: professores de Artes, Educação Física;
5ª feira: professores de Ciências, Biologia e Química;
6ª feira: professores de Português, Inglês.
Com relação às normas de convivência escolar, as mesmas estão dispostas nos 
Direitos e Deveres contidos no Regimento Escolar, o qual é entregue e comentado 
pelos professores com os alunos no início do ano escolar, principalmente com os 
alunos das 5ªs séries.
No decorrer do ano letivo, os pais dos alunos com problemas disciplinares e de 
aprendizagem recebem bimestralmente um comunicado informando-os sobre o 
comportamento, aprendizado e faltas que seu filho apresentou nesse período. Esse 
comunicado é elaborado de acordo com as anotações diárias dos professores em 
fichas de ocorrências, por série; também se observa as anotações feitas pela Equipe 
Pedagógica na ficha individual de cada aluno. Cada turma tem um caderno organizado 
em fichas individuais dos alunos; nessas fichas, além das anotações das fichas deocorrências, também constam as advertências (orais ou escritas) e as suspensões, 
quando o aluno infringiu o regulamento previsto no Regimento Interno dessa escola. 
Quando isso acontece o pai é comunicado e pede-se que ele compareça à escola para 
juntos, resolvermos o problema. Os pais também são comunicados pela escola através 
de telefonemas, convites, visitas pessoais, serviço de informações e até pelo Conselho 
Tutelar, em casos especiais.
Visando a uma gestão democrática, os pais participam de reuniões da APMF, do 
Conselho Escolar e da construção e aprovação do PPP.
Quanto aos alunos, cada sala tem 02 (dois) líderes de turma cujo papel é ser o 
porta – voz da turma diante de indagações, reivindicações e esclarecimentos junto à 
equipe escolar. Procura-se, por parte de toda a organização escolar, respeitar as 
diferenças individuais dos alunos, promoverem uma maior integração professor-aluno 
escola, colhendo opiniões e ideias na Ata de Conselho de Classe, espaço onde os 
mesmos avaliam o desempenho dos professores bem como o desempenho da turma 
de maneira geral, além de darem sugestões para melhoria das dificuldades e 
problemas encontrados.
Além dos programas Líderes de Turma, Ficha Individual dos Alunos, Fichas de 
Ocorrência, Ata de Conselho de Classe, Ficha da FICA, programas estes com 
13
resultados positivos e incorporados ao cotidiano da escola, outros programas estão 
sendo criados e desenvolvidos com o objetivo de tornar o ensino mais atraente e 
concreto para os discentes que serão relacionados a seguir:
a) Influência da Língua Inglesa em nosso cotidiano;
b) A hora da leitura;
c) Água é Saúde
d) Ética e Cidadania;
e) ECA.
Visando a uma educação de qualidade que atenda a intencionalidade da escola, 
continua-se buscando novas formas e práticas, por parte de toda a comunidade 
escolar, que sejam compatíveis à realidade da escola, tendo sempre como norte o tipo 
de cidadão que queremos formar para agir nessa mesma realidade que poderá então, 
perpetuar-se ou transformar-se. Ressalta-se aqui a importância das boas relações de 
trabalho entre todos os profissionais da Educação, os pais e a comunidade em geral.
A inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino regular tem sido 
tema de discussão em nossas reuniões pedagógicas. Como sabemos: “... A inclusão 
educacional é um processo gradativo, dinâmico e em transformação que exige do 
Poder Público o absoluto respeito às diferenças individuais dos alunos e a 
responsabilidade quanto à oferta e manutenção dos serviços e apoios especializados 
mais apropriados ao atendimento de cada educando, tanto no âmbito da escola regular 
quanto da escola especial”. (SEED/DEE. Diretrizes Curriculares da Educação Especial 
– Curitiba: SEED. 2005). No entanto, é de conhecimento geral que a Escola não 
apresenta condições estruturais físicas, humanas e epistemológicas para receber 
alunos com necessidades especiais: mental, física, surdez, condutas típicas de 
quadros neurológicos, psiquiátricos e psicológicos graves e altas habilidades / 
superdotado. A escola conta com sala de recursos, mas há necessidade que tenha à 
disposição os serviços da Educação Especial que compõem a rede de apoio à 
inclusão, tais como: centro de atendimento especializado, professor de apoio 
permanente, profissional intérprete, instrutor surdo, entre outros. Além disso, há 
necessidade de que os órgãos responsáveis preparem o espaço físico, a capacitação 
dos profissionais da educação e toda a comunidade escolar, visando à socialização 
dos alunos que serão inclusos aos alunos que já frequentam o ensino regular e vice-
versa.
Traduzindo esse conjunto de reflexões para nossa realidade, a inclusão de todos 
os alunos com deficiência Especial contemplada nos princípios norteadores das ações 
14
da escola no que se refere ao acolhimento e reconhecimento das diferenças desses 
alunos no contexto escolar, contribuindo para a efetivação de seu processo de 
aprendizagem e participação especial. Nossa escola tem alguns alunos com 
deficiência física, visual e auditiva.
Marco Conceitual.
III - Filosofia do Colégio
A escola tem como tarefa difundir conteúdos concretos, indissociáveis da 
realidade pertinente, valorizando a apropriação do saber elaborado, mas, partindo do 
senso comum trazido pelo aluno, o senso proveniente da vivência da realidade 
econômica – social - cultural na qual o aluno está inserido, minimizando a seletividade 
social para a transformação da sociedade como um todo.
A escola não deve ser para o aluno mais uma experiência amarga, excludente, 
destrutiva de sua auto-estima. Tanto a escola, como a prática docente não tem que 
reproduzir necessariamente a sociedade injusta e discriminatória que aí está. Há 
necessidade de que a escola se torne mais humana, pois somente em um clima 
humano nos tornamos humanos. As condições que impedem ou permitem as 
aprendizagens são materiais, mas também são de estrutura, de organização e de clima 
humano ou de relações sociais, humanas, culturais. Podemos ter escolas em boas 
condições físicas, equipadas, salários e condições de trabalho razoáveis e faltar clima 
humano. Nessas condições materiais e de trabalho os alunos poderão até aprender 
nossas matérias, passar, porém não aprenderão uma matéria, a principal, a serem 
humanos. Sendo assim, uma das dimensões básicas da ação educativa é aprender a 
ser, desenvolver-se no convívio com semelhantes e diversos em temporalidades do 
fazer-nos humanos, no convívio com sujeitos respeitados para expressar significados e 
aprender significados no convívio próprio de seu tempo cultural. Nosso ofício é revelar 
as leis da natureza, a produção do espaço, da vida, ensinar matérias, mas sobretudo 
revelar-nos às novas gerações, revelar a humanidade, a cultura, os significados que 
aprendemos e que vêm sendo aprendidos na história do desenvolvimento cultural.
A educação deve orientar-se para o pleno desenvolvimento da personalidade e 
da dignidade humana, fortalecendo o respeito pelos direitos e liberdades inerentes a 
todos os seres humanos, independente da classe social a que pertença. A educação 
deve estar voltada para vida, preparando o aluno para exercer um papel atuante na 
comunidade em que vive, promovendo espaço para reflexões sobre acontecimentos e 
15
desenvolvendo competências para mudanças. Uma educação que leve o indivíduo a 
atuar na sociedade vislumbrando novas perspectivas de transformação social e 
promoção da consciência cidadã. Uma educação que prime à cultura da leitura como 
base de toda relação interpessoal e compreensão do mundo.
 A ferramenta de trabalho do professor e, por conseguinte, de todos os 
profissionais da Educação é o ser humano, nada mais pertinente então que todos os 
envolvidos no processo ensino-aprendizagem tenham a concepção de que o homem é 
um ser social.
 O homem age na natureza transformando-a segundo suas necessidades e para 
além delas. Nesse processo de transformação, ele envolve múltiplas relações em 
determinado momento histórico, assim, acumula experiências e em decorrência destas, 
ele produz conhecimentos. Sua ação é intencional, planejada e direcionada (ação – 
reflexão – ação), mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não materiais 
que são apropriados de diferentes formas por ele mesmo e por outros homens. É na 
divulgação da produção dos bens não-materiais que os profissionais da Educação 
encontram seu objetivo, uma vez que, fazendo com que o aluno se veja como sujeito 
histórico do seu momento e, em contrapartida, relacione com a produção histórica de 
outros sujeitos superando sua condição de objeto, caminhando na direção de suaemancipação como participante da histórica coletiva.
A escola tem como tarefa formar o aluno crítico, participativo, responsável, 
criativo... para atuar na sociedade. Mas que sociedade? Temos uma opinião formada 
sobre como é a sociedade em que vivemos?
Há necessidade de que todos os envolvidos com a Educação tenham bem claro 
que tipo de sociedade têm, e mais importante ainda, que tipo de sociedade queremos. 
Para Pinto (1994), “a sociedade configura todas as experiências individuais do homem, 
transmite-lhe resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do grupo 
e recolhe as constituições que o poder de cada indivíduo engendra e que oferece a sua 
comunidade”. Segundo Demerval Saviani, para entender o modo como funciona a 
sociedade é necessário compreender as leis que regem o desenvolvimento da 
sociedade, leis que não são naturais, obviamente, mas sim leis que se constituem 
historicamente. Infelizmente, como consequência de nossas leis, temos uma sociedade 
heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades de todo o tipo: 
classe, etnia, gênero, religião... Uma sociedade em que a grande parte da população 
está excluída e condenada à marginalidade por não ter possibilidade de inserção no 
mercado de trabalho, devido também em grande parte, ao avanço tecnológico e 
16
científico no modo de produção contemporâneo. Diz-se que vivemos numa democracia, 
no entanto, uma sociedade democrática não é aquela na qual os governantes são 
eleitos pelo voto, mas sim aquela onde o conjunto dos membros tem a possibilidade de 
participação em todos os processos decisórios que dizem respeito à sua vida, é a 
democracia participativa. É preciso ter claro que não há verdades eternas e absolutas 
nas relações entre sociedade e o Estado e que estas se fazem e se refazem pelo 
protagonizo dos seres sociais e que a busca de uma democracia substantiva, 
participante, regida por princípios éticos de liberdade e igualdade social, continua 
sendo um horizonte histórico, em resumo, uma utopia para a humanidade. 
 0 A escola hoje vai além da formação técnica que minimiza o conhecimento, 
prima pela formação crítica do aluno que permite ao estudante uma análise sobre os 
modos de produção e assim possa atuar no mundo do trabalho de forma mais 
autônoma, consciente e crítica.
Mesmo não sendo uma educação técnica a escola inserida no social compartilha 
a necessidade dos jovens de inserir-se no mundo do trabalho.
Nesta perspectiva e de acordo com a lei nº 11788/08 art. 1º o estágio não 
obrigatório visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e a 
contextualização curricular.
O estágio não obrigatório permite a apropriação de saberes práticos que podem 
ou devem ser inseridos e se necessário transformados na escola, sempre 
acompanhado pela equipe pedagógica, mediando os conceitos históricos e os tácitos, 
de forma a promover uma educação de qualidade e transformadora.
Que tipo de educação se faz necessária para transformar a sociedade em que 
vivemos?
“A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade 
e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do 
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho”. 
A educação é uma prática social, uma atividade específica dos homens 
situando-os dentro da história – ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser 
mudado pela sua ação na sociedade e nas suas relações de trabalho. Segundo Boff 
(2000) se faz necessário desenvolver uma educação que nos abra uma democracia 
integral, capaz de produzir um tipo de desenvolvimento socialmente justo e 
ecologicamente sustentado. Nesse sentido, com o objetivo de formar o ser humano 
para gestar uma democracia aberta, a educação visa:
17
a) a apropriação pelo cidadão e pela comunidade dos instrumentos adequados para 
pensar a prática individual e social, ganhando uma visão globalizante da realidade que 
poderá orientá-lo em sua vida;
b) a apropriação pelo cidadão e pela comunidade do conhecimento científico, político, 
cultural acumulado pela humanidade ao longo da história para garantir-lhe a satisfação 
de suas necessidades, bem como realizar suas opiniões;
 A apropriação por parte dos cidadãos e da comunidade, dos instrumentos de 
avaliação crítica do conhecimento acumulado, reciclá-lo e acrescentar-lhe novos 
conhecimentos através de todas as faculdades cognitivas humanas.
 Vista como processo de desenvolvimento da natureza humana, a educação tem 
suas finalidades voltadas para o aperfeiçoamento do homem que dela necessita para 
constituir-se e transformar a realidade.
De acordo com a LDB 9394/96, art. 3º, o ensino será ministrado com base nos 
seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o 
pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; 
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII – valorização do profissional da educação escolar;
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação 
dos sistemas de ensino;
IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização da experiência extra-escolar;
XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
A escola é a ponte de ligação entre a sociedade e a educação. É nela que o 
processo educativo acontece. É nela que situações econômicas, políticas, sociais, 
culturais, emocionais... são reveladas. A tarefa da escola é difundir conteúdos 
concretos, indissociáveis da realidade pertinente, produzidos historicamente, fazendo 
com que o aluno também se perceba como sujeito histórico de seu momento; no 
entanto, percebe-se que a escola tem executado uma tarefa muito maior: resgatar o 
cultivo de valores que os pais não passam mais aos filhos; conscientizar os alunos da 
18
sua condição de cidadão portador de direitos e deveres; estimular o aluno a valorizar a 
escola como meio de ascensão pessoal e social. Enfim, hoje, a tarefa da escola não 
está sendo ensinar, mas educar. A escola está cumprindo o papel da família em muitos 
aspectos, muitos pais delegam à escola funções que são pertinentes a si próprios. É 
preciso que a família retome seu papel na formação da personalidade de seus filhos e 
que, juntamente com a escola, venham a somar forças.
É na escola que o aluno tem acesso ao saber elaborado que é confrontado com 
o senso comum que ele traz da realidade em que vive. Sendo assim, é importante que 
a escola, assim como todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, saiba 
que tipo de conhecimento é adequado para atingir os objetivos a que a escola se 
propõe.
O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das 
condições sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam 
as necessidades do homem a cada momento, implicando necessariamente nova forma 
de ver a realidade, novo modo de atuação para obtenção de conhecimento, mudando, 
portanto a forma de interferir na realidade. Essa interferência traz consequências para 
a escola, cabendo a ela garantir a socialização do conhecimento que foi expropriado do 
trabalho nas suas relações. O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera 
simplificação do conhecimento científico adequado à determinada faixa etária e aos 
interesses dos alunos. O conhecimento escolar é resultado de fatos, conceitos, 
generalizações (confronto entre senso comum e saber elaborado), sendo, portanto, oobjeto de trabalho do professor.
Conforme Freire, “o conhecimento é sempre conhecimento de alguma coisa”, é 
sempre “intencionado, isto é, está sempre dirigido para alguma coisa”. Portanto, há de 
se ter clareza com relação ao conhecimento escolar, pois como destaca Severino, 
“educar contra-ideologicamente é utilizar, com a devida competência e criatividade, as 
ferramentas do conhecimento, as únicas de que efetivamente o homem dispõe para 
dar sentido às práticas mediadoras de sua existência real”. 
Vivemos em um mundo onde a dependência científico-tecnológica pode 
determinar a dependência econômica e a perda de soberania, além de se impor como 
um elemento perpetuador da pobreza e da injustiça social. Sabemos que a Ciência e a 
Tecnologia representam fatores básicos e essenciais de produção nos tempos atuais. 
Diante disso, há necessidade de propostas alternativas em prol das crianças, 
adolescentes, jovens e adultos que buscam na educação básica e superior, possíveis 
espaços de cidadania que possam estar contemplados e atendidos no PEE.
19
A educação científico-tecnológico representa uma das possibilidades de 
melhorias no quadro da educação, uma vez que este conhecimento é necessário à 
compreensão dos processos produtivos e do desenvolvimento da sociedade, conforme 
pontua o Art. 35 da LDB 9.394/96. “O ensino médio, etapa final da educação básica, 
com duração mínima de três anos, terá como finalidades: - a compreensão dos 
fundamentos científicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, 
no ensino de cada disciplina”.
Devido à concentração de renda, a Ciência e a Tecnologia estão a serviço da 
manutenção do poder, restringindo-se a poucas empresas que financiam e investem 
nestas áreas. Como afirma o professor Doutor Domingos Leite de Lima Filho: “Se... por 
um lado, o modelo de produção capitalista generaliza a exigência do conhecimento 
sistematizado (educação escolar), por outro, baseia-se na propriedade privada dos 
meios de produção (e se nessa forma histórica de produção social o conhecimento é 
convertido em potência material, isto é, em meio de produção, ele também precisa ser 
apropriado distintamente pela sociedade). Decorre daí a fragmentação dos saberes e 
da escola: conteúdos e instituições escolares conforme o percurso social”.
As proposições do PEE na temática “Ciências e Tecnologia” enfatizam que estas 
devem produzir e estar a serviço da sociedade, para atender especialmente as 
camadas sociais menos favorecidas. O impasse está justamente na compreensão de 
que, se queremos uma ciência e tecnologia a serviço das camadas desfavorecidas, o 
investimento deve vir para instituições públicas, onde o compromisso do governo 
estabeleça as prioridades e metas de investimento para sanar os problemas 
diagnosticados. O cientista e pesquisador moderno é um indivíduo que, além de buscar 
novos fatos, opera também como decodificador, capaz de, em sua especialidade, 
extrair e tornar acessível ao público os avanços na sua área específica de trabalho.
Assim, fica claro, que ter no currículo, uma concepção de educação tecnológica 
não será suficiente para o acesso a todos, da Escola Pública, sem que haja uma 
vontade e ação política que possibilite investimento para que esses recursos 
tecnológicos (elementares e sofisticados) existam e possam ser ferramentas que 
contribuam para o desenvolvimento do pensar, sendo um meio de estabelecer relações 
entre o conhecimento científico, tecnológico e sócio-histórico, possibilitando articular 
ação, teoria e prática.
Historicamente, o Brasil foi construído de cima para baixo e de fora para dentro, 
poderes coloniais, elites proprietárias, Estado realimentando as desigualdades e 
agravando as inclusões. Neste momento, se quer construir uma outra base social, 
20
constituída por aqueles excluídos da história brasileira que, organizando-se na 
sociedade civil e nos diferentes movimentos sociais, acumularam forças e conseguem 
expressar-se, tomando as rédeas do seu destino, criando uma nação soberana e 
aberta ao diálogo e à participação.
“A discussão do tema cidadania ocupa cada vez mais espaço nos meios de 
comunicação, nos segmentos sociais, políticos, culturais e religiosos. Todos, de 
diferentes tendências ideológicas, em seus vários matizes, exibem arroubos de fé 
democrática e cidadã. Até o homem comum a discute para reivindicar direitos. Mas, 
basta olhar em volta para perceber que, nas democracias burguesas, a cidadania 
coexiste, contraditoriamente, com as desigualdades. Os direitos são reconhecidos 
como naturais; porém, pelas relações de poder e exploração, não é assegurado seu 
exercício ao cidadão.” (Martins, R.B.).
O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se tornar 
cidadão consciente, (sujeito de direitos), organizados e participativos do processo de 
construção político-social e cultural.
Angel Pino in (Boff SEVERINO A.J. ZALVARA e outros. 1992, p 15-25), 
consideram que “o conceito de cidadania traduz ao mesmo tempo, um direito de 
exercício desse direito. Sem este, aquele é mera fórmula”. Portanto, a educação como 
um dos principais instrumentos de formação da cidadania deve ser entendida como a 
concretização dos direitos que permitem ao indivíduo sua inserção na sociedade.
Em relação ao ensino – aprendizagem, sabemos que o aluno não aprende só na 
escola, desde o nascimento ele inicia esse processo que se desenrola por toda vida. 
Todavia, é na escola, através dos conhecimentos científicos que são ensinados, que o 
aluno vai analisar os conceitos que já possui e reconstruí-los. Como diz Gasparin: “a 
função principal da escola é fazer com que o aluno desaprenda”. Isto não quer dizer 
que o professor deva desprezar o que o aluno já sabe, pelo contrário, esses conceitos 
devem servir como meios de problematização para que se crie no aluno o interesse em 
querer aprender. O aluno só aprenderá se sentir necessidade. É preciso que o 
professor consiga desenvolver, criar em seu aluno essa necessidade. Aprendizagem 
significa “crescimento” do aluno. O importante na aprendizagem é o que o aluno vai 
fazer, na prática, com o que aprendeu. Sendo assim, o conteúdo deve servir para fora 
da sala de aula, seja num pequeno fazer, seja numa prática profissional.
A educação deve acontecer dentro de um processo dialético: ação-reflexão; 
prática – teoria – prática; síntese – análise – síntese. Nesse processo de troca, 
professor e aluno ensinam e aprendem. O objetivo do professor deve ser no sentido de 
21
levar o aluno a ver com outros olhos, outro espírito, aquilo que ele já sabe, por isso 
dizemos que ele reaprende, reconstrói e o importante: atua, na prática, de acordo com 
esta nova maneira de ver a realidade, de acordo com sua nova leitura do mundo.
“O compromisso com uma escola democrática, articulada a um projeto de 
emancipação social, alimenta o cotidiano de muitos professores e professoras por todo 
o país, nos convidando a formular propostas que redefinam o sentido excludente que 
marca a escola brasileira. Uma proposta tem se mostrado polêmica: a não-retenção 
dos alunos e alunas ao longo da escolarização, que em muitos contextos tem sido 
denominada promoção automática e em outra progressão continuada. Há, inclusive, 
quem proponha significados diferentes para essas expressões. Argumentos a favor e 
contra a incorporação dessa prática têm sido apresentados tanto no cotidiano escolar, 
quanto nos debates acadêmicos.
A promoção automática redefine o sentido da avaliação enfatizando seu caráter 
processual, dialógico e cooperativo, deixando para trás as práticas que vinculam este 
processo à dinâmica de seleção, controlee exclusão que orienta a reprovação escolar. 
Tal redefinição inscreve-se em um projeto de escolarização que coloca a centralidade 
no sujeito que aprende, vinculando a prática pedagógica à vida. Portanto, também os 
conteúdos escolares precisam ser revistos, redefinidos e ressignificados para que se 
articulem aos conhecimentos da vida. O trabalho pedagógico precisa ser configurado, 
pois a preocupação não é que o aluno ou aluna “passe de ano” ou “tire boa nota”, mas 
que aprenda. Aprendizagem não se refere apenas à retenção de determinados 
conteúdos para o momento em que serão verificados por meio dos exames, mas 
representa a apreensão de conhecimentos emancipatórios que ampliem a 
possibilidade de compreender, interpretar, analisar, atuar, enfim, interagir crítica e 
produtivamente com o mundo no qual o sujeito vive.
A avaliação não se reduz a “dar nota” ao aluno, amplia-se como um movimento 
de compreensão do processo educacional, o que não pode ser feito sem compreensão 
dos processos de seus alunos e alunas, para propor procedimentos favoráveis à 
ampliação de conhecimentos em sua sala de aula. A avaliação deixa de se ocupar 
meramente do rendimento do aluno, passa a tratar da complexidade de dinâmica 
aprendizagem-ensino visando à produção de um processo pedagógico que propicie a 
aprendizagem e o desenvolvimento de todos.
Produzir um novo sistema de avaliação, vinculado ao objetivo de democratizar a 
escola como parte de um amplo processo de democratização e emancipação social, 
demanda uma profunda, constante e coletiva reflexão sobre a cultura de avaliação 
22
consolidada na escola e na sociedade. Portanto, indica a necessidade de um amplo 
debate sobre a reorganização da escola, as práticas cotidianamente realizadas em seu 
interior e as ações e definições governamentais; debate que não pode estar restrito aos 
profissionais da escola, mas tem que se abrir aos alunos e seus responsáveis.
A defesa da não retenção dos alunos e alunas tem se confundido, par alguns 
com o desconhecimento de que a aprovação automática não elimina os profundos 
problemas, de natureza socioeconômica, mas também pedagógica enfrentados 
cotidianamente na escola brasileira. Com tal preocupação, salienta-se que sua adoção 
não significa a transformação automática no trabalho pedagógico e no projeto curricular 
de modo a favorecer uma melhor incorporação da diferença, tecida nos múltiplos 
contextos em que vivemos à prática escolar. A potencialidade da aprovação automática 
no enfrentamento dessa questão tem sido vista de modos diferentes, embora haja 
consenso de que ela, por si mesma, não resolve os enormes desafios postos à 
democratização da escola brasileira, embora seus defensores a vejam como parte de 
uma concepção de educação e de projeto pedagógico que encaminham possibilidades 
de sua transformação”. (Maria Teresa Esteban).
Sabemos que argumentos contra ou a favor da reprovação dos alunos não 
faltam numa perspectiva de democratização da escola e de ampliação de sua 
qualidade. Esse debate continua e a necessidade de transformar a escola também.
“A nova ordem mundial se reflete diretamente no sistema educacional, em 
especial na gestão da educação, num contexto de novas exigências de recursos 
humanos qualificados e sintonizados com as necessidades da democratização da 
sociedade. Nesse processo, não se pode desvincular a gestão democrática da escola 
do projeto pedagógico mais amplo”. (Jarbas José Cardoso).
Uma reflexão que está se processando no campo educacional refere-se à 
passagem de uma administração mais centrada na concepção autoritária para uma 
administração centrada nos princípios democráticos. Esse processo demanda, 
especialmente, uma mudança no enfoque teórico e no conteúdo da administração e da 
própria natureza e prática social da escola. Os conceitos de democracia e prática 
democrática precisam ser compreendidos e interpretados no interior da escola para, a 
partir daí, estabelecer um processo de gestão que, fundamentalmente, esteja vinculado 
aos objetivos pedagógicos, políticos e culturais da escola.
O conceito e a prática de gestão democrática ainda, não estão insuficientemente 
desenvolvidos nas organizações e instituições educacionais. Tanto o conceito de 
gestão quanto o de democracia não se originaram no interior da escola. No entanto, a 
23
escola como campo privilegiado de intervenção política e ideológica traz na sua 
essência pedagógica a possibilidade de construção de novos paradigmas e práticas 
que priorizem a via democrática na escola e na sociedade.
Não se pode desvincular a gestão democrática do processo pedagógico 
educativo mais amplo. A escola educa e forma o cidadão por suas relações 
pedagógicas. O processo social mais amplo de democratização do Estado e da 
sociedade demanda que as instituições sociais sejam governadas de forma 
democrática. Identifica-se, então, um movimento em relação à passagem da 
concepção tecnocrática à democrática. A primeira entende que as decisões cabem 
apenas aqueles que detêm os conhecimentos específicos; a segunda pressupõe a 
participação no processo de gestão.
A participação do cidadão e o exercício de sua cidadania no campo educacional 
e, mais especialmente, na gestão da escola, estão ligados a um processo mais amplo 
de extensão da cidadania social à cidadania educacional. Nesse sentido, o 
pressuposto democrático da escola está ligado à sua função social.
Não é possível à escola autoritária desenvolver uma gestão democrática. A 
gestão democrática tem uma dimensão exógena e endógena. A primeira está ligada à 
função social da escola, à sua vocação democrática no sentido de democratizar o 
conhecimento produzido e socializado por ela. A segunda refere-se à forma de 
organização interna da escola, contemplando os processos administrativos, a 
participação tanto da comunidade escolar quanto da sociedade civil nos projetos 
pedagógicos, político e administrativo da escola, ou seja, a forma como é administrada 
a escola.
A escolha de diretores escolares por meio de eleições constitui um elemento 
importante de descentralização do poder e de construção da autonomia da escola. O 
processo eletivo representa uma dimensão democrática importante. No entanto, não se 
pode tomar como determinante de gestão democrática apenas a forma de escolha do 
diretor por meio de processo eletivo. A gestão constitui um processo pedagógico e 
apresenta um caráter dinâmico, dialético e que se dá no movimento político-
administrativo da escola. O processo de gestão democrática constrói-se no interior da 
escola, na correlação de forças entre o instituído politicamente e o construído 
democraticamente. Não existem fórmulas de gestão democrática; ela se constrói no 
processo político e cultural da escola.
A gestão democrática não se limita ao administrativo. Pressupõe autonomia 
administrativa financeira, assim como a autonomia para que cada escola possa 
24
construir seu próprio projeto político pedagógico e estabelecer seu próprio sistema de 
avaliação.
Com base nessa concepção organizativa a escola pode concretamente adotar 
um novo conteúdo e uma nova prática de gestão flue fundamentalmente priorizem a 
dimensão participativa. Alguns exemplos de concepções que priorizem a participação 
estão centrados na co-gestão, na administração colegiada, na democracia participante 
e na autogestão.
A co-gestão está ligada ao princípio da co-decisão. Uma decisão só pode ser 
tomada por concordância das partes. A co-gestão busca o equilíbrio de poderes e de 
participação dos segmentos no interior da escola. Aadministração colegiada pressupõe 
a participação da comunidade nas decisões do processo de educação, representa uma 
instância coletiva de tomada de decisão e de análise dos problemas da escola. Seu 
objetivo é que os problemas da comunidade sejam considerados na política 
institucional do governo e do Estado. A democracia participante baseia-se no princípio 
de que seus membros elegem delegados para representar seus interesses. Só os 
delegados legitimamente escolhidos entre os constituintes têm autoridade para votar 
sobre assuntos a serem decididos. A auto-gestão pressupõe que todos os cidadãos se 
tornem administradores diretos de suas organizações. Seus membros formam um 
grupo que se auto-governa. Numa organização de auto-gestão a coletividade exerce os 
poderes do governo por meio de ação direta. No campo educacional procede a 
assertiva de que o sentido de democratização pode se verificar a democracia social, ou 
seja, à democracia de acesso à escola e à igualdade de oportunidades. Essa igualdade 
de oportunidades ocorre na formação do cidadão como ser social histórico e sujeito de 
relações.
““. . . a escola precisa ser concebida não mais como organização burocrática, 
mas como instância de articulação de projetos pedagógicos partilhados pela direção, 
professores, alunos e comunidade. (. . .) Nela todos os envolvidos são considerados 
cidadãos, atores participantes de um processo coletivo de fazer educação. Educação 
que constrói a partir de suas organizações e processos, a cidadania e a democracia”. 
(Bordignon, 1993:85-6).
Ao se firmar como prática política essencialmente democrática, a administração 
compartilhada preocupa-se em instituir uma forma de organização escolar que enfrente 
e supere os conflitos por meio da síntese superadora resultante das convergências e 
sintonias dos diferentes grupos que integram a escola, por meio da participação 
coletiva. Elimina-se assim o espírito corporativo e competitivo existente no interior do 
25
espaço escolar e inicia-se um processo permanente de participação na construção de 
uma educação comprometida com a transformação social.
Isso exige uma escola emancipadora que propicie aos alunos, além das 
condições de domínio do saber sistematizado, o efetivo exercício democrático de 
participação nas decisões da vida escolar. E, através do desenvolvimento desse 
espírito cooperativo, os agentes educativos estarão contribuindo para que os 
educandos se tornem elementos ativos da transformação da sociedade.
A eleição para Diretor de Escola adquire caráter ético-político: dirigir um PPP 
que constitui a identidade de luta concreta daqueles que buscam a inserção crítica da 
escola no processo de construção de uma sociedade justa e democrática. O 
entrecruzamento do projeto político da sociedade com os projetos pessoais e 
existentes dos educandos, educadores e pais instauram no PPP os fundamentos para 
o exercício da autoridade, da participação democrática, da disciplina, da organização 
das tarefas administrativas e do direito à apropriação do conhecimento que “por ser 
construtiva da condição humana, é um direito fundamental e, por isso mesmo uma 
exigência da cidadania”. (PINO, 1992, p.22)
Este projeto determina o perfil do Diretor de Escola que pressupõe “capacidade 
de saber ouvir, alinhavar idéias, questionar, inferir, traduzir posições e sintetizar uma 
política de ação com propósito de coordenar efetivamente o processo educativo (. . .)
o cumprimento da função social e política da educação escolar, que é a formação do 
cidadão participativo, responsável, crítico e criativo, através da transmissão e 
socialização da herança cultural acumulada’. (PRAIS, 1990, p.82-86).
O candidato a Diretor da Escola deve revelar experiência pessoal e profissional, 
sensibilidade para lidar com situações adversas e estimular a interação entre os 
semelhantes e os diversos, na perspectiva do direito ao conhecimento, à amizade, aos 
valores, às ações que constroem a ética, a democracia e a justiça social. 
A eleição de Diretor de Escola constitui um momento privilegiado para reflexão 
coletiva de educação que reforça os processos de exclusão e de desumanização a que 
a população vem sendo submetida fora, e, muitas vezes, dentro da escola.
A universalização do acesso e da permanência do aluno com vistas à 
aprendizagem de qualidade de todos exige uma inclusão efetiva de todos os sujeitos 
no processo educativo. É nesta perspectiva que se reconfigura o perfil de Diretor de 
Escola. É no diálogo com a categoria dos trabalhadores em Educação, e no 
aprofundamento de vínculos entre poder, escola, recursos públicos, escolarização 
básica de qualidade e afirmação dos direitos sociais do ser humano que se explicita o 
26
perfil do Diretor que se identifica com o ideário político de uma sociedade justa, 
solidária e democrática.
IV - Organização Curricular
 
O Colégio Estadual Miguel Dias – Ensino Fundamental e Médio, de acordo com 
a LDB 9394/96, estabelece a proposta de séries anuais obedecendo à carga horária 
mínima de 800 horas distribuídas por um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho 
escolar.
Serão ministrados, nos períodos diurno e noturno, hora aula de 50 minutos, que 
somados na Matriz Curricular totalizará no Ensino Fundamental 3.840 h/a e 3.200 
horas relógio, sendo que a carga horária da Base Nacional será de 2.880 h/a, no 
Ensino Médio perfazerá 2.880 h/a e 2.400 horas relógio, sendo que a carga horária da 
base Nacional compreenderá 2.160 h/a 720 h/a.
“O currículo deve ser programado a partir da cultura universal acumulada, 
selecionado em forma de disciplinas que correspondam à realidade atual. Deve 
contemplar o básico para garantir a formação integral do aluno e o específico para 
garantir a diversidade. Sendo flexível, pode ser analisado e modificado pelo professor 
quando houver necessidade de adequação à realidade dos educandos”. (Professores 
CEMD - Capacitação – Julho de 2005). 
Os Estudos Culturais permitem – nos conceber o currículo como um campo de 
luta em torno da significação e da identidade. A partir dos Estudos Culturais, podemos 
ver o conhecimento e o currículo como campos culturais, como campos sujeitos à 
interpretação, nos quais os diferentes grupos tentam estabelecer sua hegemonia. 
Nessa perspectiva, o currículo é um artefato cultural em pelo menos dois sentidos: 1) a 
“instituição” do currículo é uma invenção social como qualquer outra; 2) o “conteúdo” do 
currículo é uma construção social. Como toda construção social, o currículo não pode 
ser compreendido sem uma análise das relações de poder que fizeram e fazem com 
que tenhamos esta definição determinada de currículo e não outra, que fizeram e 
fazem com que o currículo inclua um tipo determinado de conhecimento e não outro.
No primeiro sentido, uma análise da instituição “currículo” inspirada nos Estudos 
Culturais descreveria o currículo, de modo geral, como o resultado de um processo de 
construção social. Não estamos muito longe aqui da idéia que era à “Nova Sociologia 
da Educação”, de que o currículo é um artefato social como qualquer outro. Com os 
Estudos Culturais, essa compreensão, entretanto, modificada e, ao mesmo tempo, 
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radicalizada. Sob a influência do pós-estruturalismo, uma análise do caráter construído 
do currículo enfatizaria o papel da linguagem e do discurso nesse processo de 
construção. Finalmente, uma análise cultural não deixaria de destacar as estreitas 
conexões entre a natureza construída do currículo e a produção de identidades 
culturais e sociais.
No segundo sentido, uma perspectiva culturalista sobre o currículo procuraria 
descrever as diversas formasde conhecimento corporificadas no currículo como o 
resultado de um processo de construção social. Essa perspectiva procuraria incorporar 
ao currículo as diversas pesquisas e teorizações feitas no âmbito mais amplo dos 
Estudos Culturais – pesquisas que buscam focalizar as diversas formas de 
conhecimento como “epistemologias sociais”. Nessa visão, o conhecimento não é uma 
revelação ou um reflexo da natureza ou da realidade, mas o resultado de um processo 
de criação e interpretação social. Todas as formas de conhecimentos são vistas como 
o resultado dos aparatos-discursos, práticas, instituições, instrumentos, paradigmas – 
que fizeram com que fossem construídos como tais.
Uma vantagem de uma concepção de currículo inspirada nos Estudos Culturais 
é que as diversas formas de conhecimento são de certa forma, equiparadas. Não há 
uma separação rígida entre o conhecimento tradicionalmente considerado como 
escolar e o conhecimento cotidiano das pessoas envolvidas no currículo. Ao ver todo 
conhecimento como um objeto cultural, uma concepção de currículo inspirada nos 
Estudos Culturais, equipararia de certa forma, o conhecimento propriamente escolar 
com, por exemplo, o conhecimento explícita ou implicitamente transmitido através do 
anúncio publicitário. Do ponto de vista dos Estudos Culturais, ambos expressam 
significados social e culturalmente construídos, ambos buscam influenciar e modificar 
as pessoas, ambos envolvidos em complexas relações de poder. Em outras palavras, 
ambos os tipos de conhecimento estão envolvidos numa economia do afeto que busca 
produzir certo tipo de subjetividade e identidade social.
“A influência dos Estudos Culturais na elaboração de políticas de currículo e no 
currículo do cotidiano das salas de aula é mínima. A epistemologia dominante é 
fundamentalmente realista: o conhecimento é algo dado, natural. O conhecimento é um 
objeto pré-existente: ele já está lá; a tarefa da pedagogia e do currículo consiste em 
simplesmente revelá-lo”. (SILVA, Tomaz Tadeu Da. Documentos de Identidade: uma 
introdução às teorias do currículo. 1999).
(. . .) O currículo pode ser descrito como um projeto educacional planejado e 
desenvolvido a partir de uma seleção da cultura e das experiências das quais deseja-
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se que as novas gerações participem, a fim de socializá-las e capacitá-las para serem 
cidadãs e cidadãos solidários, responsáveis e democráticos. Toda instituição escolar 
quer estimular e ajudar o aluno a compreender e comprometer-se com experiências 
acumuladas pela humanidade e, mais concretamente, com a sociedade na qual vive.
Em cada instituição escolar será efetuada uma reinterpretação peculiar desse 
legado cultural, em função das experiências prévias, conhecimentos, expectativas dos 
professores e dos estudantes que interagem nas salas de aula e no centro escolar, 
bem como dos recursos aos quais têm acesso, das condições de trabalho e da 
formação do corpo docente. A instituição educacional precisa proporcionar um 
conhecimento reflexivo e crítico da arte, da ciência, da tecnologia e da história cultural, 
não só como produtos do desenvolvimento alcançado pela humanidade em seu dever 
sócio-histórico, mas principalmente como instrumentos, procedimentos de análises, de 
transformação e criação de uma realidade natural e social concreta. 
A questão é como selecionar o organizar a cultura e a ciência da humanidade 
para que possa ser assimilada e para que também sejam construídas as destrezas, 
habilidades, procedimentos, atitudes e valores que ajudarão esses alunos e alunas a 
incorporar-se à sociedade, como membros de pleno direito. Vivemos em uma 
sociedade na qual muitas pessoas não são capazes de imaginar outras possibilidades 
de seleção e organização dos conteúdos escolares diferentes dos modelos tradicionais 
que experimentaram pessoalmente.
Sem dúvidas, a forma mais clássica de organização do conteúdo, ainda 
predominante atualmente, é o modelo linear disciplinar, ou conjunto de disciplinas 
justapostas, na maioria das vezes de uma forma bastante arbitrária. Isso ocasiona o fim 
originário da educação como conhecimento, compreensão do mundo e capacitação 
para viver ativamente no mesmo. 
Em uma organização escolar de disciplinas, o domínio de cada matéria como 
requisito para a mobilidade dentro do sistema educacional, para aprovar e ascender 
dentro da dinâmica de ciclos e etapas na qual está estruturada a permanência nas 
instituições educacionais passa, com demasiada frequência, a converter-se na 
verdadeira e única meta educacional. O currículo linear-disciplinar acaba configurando-
se, na maioria dos casos, como um currículo quebra-cabeças ou tipo coleção, 
conforme a terminologia de Brasil Bernstein (1988). Nesta modalidade de 
enquadramento, agentes externos à sala de aula é que “controlam totalmente a 
seleção, organização, ritmo, critérios de comunicação e a posição... além da disposição 
da localização física (Bernstein, B., 1993, p. 48). Nesta perspectiva de interação, 
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aqueles que trabalham e convivem nas salas de aula e instituições docentes, 
professores e estudantes, não dispõem de uma margem de opções possíveis para 
decidir que conteúdos devem selecionar, nem sua forma de organização. Os resultados 
deste tipo de proposta curricular, não, entre outros, a incompreensão daquilo que é 
estudado à força, por coerção mais ou menos manifesta, pois tal fragmentação de 
conhecimentos causa dificuldade para compreender o que foi estudado – memorizado.
Em um modelo de organização linear-disciplinar, as crianças costumam 
considerar os conteúdos escolares, como um elemento a mais a ser consumido, como 
qualquer outro objeto desta sociedade de consumo e acumulação. A capacidade 
crítica, de reflexão, sobre os pontos de vista conflituosos que se manifestam no 
conhecimento científico e popular e sobre o contexto e os condicionantes sociais de 
toda pesquisa e modo de conhecer é relegada a um lugar muito secundário, chegando 
mesmo a ser esquecida e acumulada. Não são incentivadas atividades, destinadas a 
constatar que todo conhecimento é produzido em um contexto social, econômico e 
político específico, que o mediatiza e condiciona.
Outra característica importante deste currículo centrado nas matérias é que o 
professor ou a professora dirigem e controlam em todos os momentos as interações 
consideradas admissíveis. A transmissão passa a ocupar o primeiro lugar, enfatizando-
se aspectos como “domínio verbal” e relegando-se dimensões imprescindíveis, como a 
pesquisa, discussão e reflexão, para lugares muito secundários, ou inclusive anulando-
as.
É preciso, além de analisar o conhecimento selecionado, ver a que interesse ele 
serve, que linha científica representa, analisando também as ausências temáticas, os 
temas ou parcelas da realidade que são ocultados, pretendendo que não existam. 
Também se ensina através daquilo que se oculta.
“A cultura não é um acúmulo de prioridades universais, válidos desde e para 
sempre, mas uma permanente construção sócio-histórica, fruto das confrontações de 
grupos com interesses econômicos, culturais, políticos, militares e religiosos 
específicos. Por isso, tampouco podemos analisar escolas e colégios como instituições 
isoladas, sem ligações diretas com o contexto econômico, cultural, político, militar e 
religioso no qual estão inseridas”. (Torres Santomé, J. , 1991) .
Uma instituição escolar e professores que esqueçam as considerações sobre o 
perigo inerente a um currículo organizado e desenvolvido mediante a justaposição de 
disciplinas, correm o risco de gerar um modelo de “educação bancária”, segundo a 
terminologia de Paulo Freire, em que o mais importante passa a ser a acumulação 
30somatória do conhecimento. Este passa a ser considerado algo que serve apenas para 
ser possuído, deixando-se de lado seus objetivos primordiais: a funcionalidade 
liberadora.
“Quanto mais os educadores forem exercitados no arquivo dos depósitos que 
lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a consciência crítica da qual 
resultaria sua inserção no mundo como transformadores dele. Como sujeitos do 
mesmo”. (Freire, P., 1973, p. 79).
Ante as críticas ao modelo de currículo de disciplinas, enquanto são destacados 
as vantagens da pesquisa e do estudo interdisciplinar e a necessidade de adequação 
às peculiaridades psicológicos dos alunos e alunas, (especialmente aos requisitos de 
globalização e significatividade dos conteúdos), adquire força a alternativa de um 
currículo integrado.
Uma das razões que vêm sendo utilizadas para defender currículos integrados é 
que eles são uma forma de equilibrar um ensino excessivamente centrado na 
memorização de conteúdos, possibilitando assim que se implantem os processos. A 
educação da pessoa também precisa incluir a capacidade de tratar e aplicar os 
conhecimentos, estimar suas limitações e desenvolver os meios para superá-las.
Junto com a revalorização do papel da experiência também se coloca a 
necessidade de realçar a importância dos processos na aprendizagem. Assim, surgem 
numerosas listas daqueles processos que a escolarização precisa favorecer. Entre 
eles, incluem-se as destrezas básicas como as de observação, comunicação, dedução, 
medição, classificação, previsão e outros processos mais complexos, como: organizar 
a informação, tomar decisões, analisar variáveis, comparar e contrastar, sintetizar, 
avaliar etc.
A opção por projetos curriculares integrados trata de criar as condições 
necessárias para propiciar a motivação pela aprendizagem, ao existir uma maior 
liberdade para selecionar questões de estudo e pesquisa mais familiares e assuntos ou 
problemas mais interessantes para os estudantes. Os alunos e alunas vêem que as 
atividades diárias da sala de aula, os usos de metodologias científicas, estruturas 
conceituais, a realização de determinadas experiências etc., servem para solucionar 
seus problemas na vida real. Deste modo podem chegar a compreender essa realidade 
cotidiana, e ir revisando e superando seus próprios conceitos errôneos sobre a 
realidade. 
O desenvolvimento do pensamento crítico de meninos e meninas, bem como 
sua socialização em geral, são favorecidos com os programas integrados, ao 
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facilitarem a compreensão das relações entre os distintos saberes e a sociedade: ao 
ajudá-los a refletir, compreender e criticar os valores e interesses promovidos e 
favorecidos por um determinado conhecimento, ou forma de conhecimento. 
A partir de perspectivas sociológicas, a integração é defendida como uma forma 
de educação que propicia visões da realidade nas quais as pessoas aparecem como 
sujeito da história, como as peças – chave para entender o mundo; consequentemente, 
como uma boa estratégia para estimular o compromisso de alunos e alunas com sua 
realidade e para obrigar-se a uma participação mais ativa, responsável, crítica e 
eficiente na mesma.
Não se deve esquecer que o currículo integrado, como conceito e proposta de 
trabalho, na prática pode se reduzir a um simples slogan, servindo, portanto, a fins 
sócio-políticos ocultos. Fins que muitos professores não chegam a desentranhar e que 
são incentivados por decisões e intervenções elaboradas em outras instâncias 
superiores à sala de aula: administração educacional, editoras, direções escolares, etc. 
Nesse sentido, os professores poderiam afirmar que trabalham com base nos 
currículos integrados, mas na verdade, em suas finalidades ocultas, eles são similares 
aos de qualquer outro mais tradicional e disciplinar, isto é, refletindo valores e fins 
reprodutores de desigualdades sócio-econômicos e culturais, embora avalizados 
socialmente por um slogan progressista e prestigioso como o de “currículo integrado”.
Pode-se dizer que os projetos curriculares, nos quais se trabalha com conteúdos 
culturais mais inter – relacionados ou integrados, têm a finalidade de responder 
questões como as seguintes:
1 – Que alunos e alunas enfrentem a cada momento conteúdos relevantes. 
2 – Que os conteúdos que se encontram nas fronteiras das disciplinas, aqueles 
que são objeto de atenção em várias áreas do conhecimento e disciplinas, possam 
realmente ser abordados.
3 – Contribuir para pensar na interdisciplinaridade, para criação de hábitos 
intelectuais que obriguem a levar em consideração as intervenções humanas de todas 
as perspectivas e ponto de vista possíveis, é outra das finalidades dos projetos 
curriculares integrados.
4 – A integração curricular também favorece a visibilidade dos valores, 
ideologias e interesses presentes em todas as questões sociais e culturais.
5 – Trabalhar com base em projetos curriculares integrados favorece a 
“colegialidade” nas instituições escolares.
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6 - Educação baseada na interdisciplinaridade também permite que alunos e 
alunas possam se adaptar a uma inevitável mobilidade nos futuros empregos.
7 – Esta modalidade de organização do currículo, na medida em que desperta o 
interesse e a curiosidade dos estudantes, pois o que se estuda, sempre está vinculado 
a questões reais e práticas estimulam os sujeitos a analisar os problemas nos quais se 
envolvem e a procurar alguma solução para eles. Consequentemente, é um tipo de 
educação que incentiva a formação de pessoas criativas e inovadoras. 
Nesta sociedade da informação em que vivemos as maiores dificuldades não 
estão relacionadas com a sua obtenção, mas em saber integrá-la e analisá-la 
criticamente.
Visando a uma maior integração curricular, considera-se válida a opção de 
apresentar o marco para a seleção cultural obrigatória do currículo em uma série de 
áreas do conhecimento e experiência. Essas áreas do conhecimento e experiência 
tratam de identificar as principais vias pelas quais os seres humanos conhecem 
experimentam, constroem e reconstroem a realidade; como organizam e sistematizam 
suas consecuções mais importantes e necessárias. Tais áreas podem ir se 
concretizando e diferenciando de forma progressiva ao longo do sistema educacional, 
conforme as características psicológicas e culturais dos alunos e alunas permitam e 
possibilitem uma maior especificação e aprofundamento no conhecimento.
No desenvolvimento do currículo, na prática cotidiana na instituição escolar, as 
diferentes áreas do conhecimento e experiência deverão entrelaçar-se complementar-
se e reforçar-se mutuamente, para contribuir de modo mais eficaz e significativo com 
esse trabalho de construção e reconstrução dos conhecimentos e dos conceitos, 
habilidades, atitudes, valores, hábitos que uma sociedade estabelece 
democraticamente ao considerá-los necessários para uma vida mais digna, ativa, 
autônoma, solidária e democrática. 
Educação das Relações Étnico – Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro – 
Brasileira e Africana.
A Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e a Lei nº 11.646, de 10 de março de 
2008 altera a Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a 
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena e dá outras 
providências.
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Art. 1º - A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida 
dos seguintes arts. 26-A, 79-A, e 79-B. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e 
Médio, oficiais e particulares,

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