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APOSTILA - técnica legislativa

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CURSO DE TÉCNICA LEGISLATIVA
APOSTILA TEXTO
CURSO
“TÉCNICA LEGISLATIVA”
 ÍNDICE
1. Introdução ................................................................................. 3
2. Técnica Legislativa e Legística .................................................... 3
3. Espécies Normativas .................................................................. 5
4. Atos Administrativos Normativos .............................................. 8
5. Etapas da elaboração da proposição ........................................ 11
6. Partes da proposição ............................................................... 15
7. Articulação do texto legal ........................................................ 17
8. Regras básicas para redação legislativa ................................... 18
9. Elaboração de Normas infralegais ........................................... 19
10. Alteração e consolidação de leis .............................................. 20
11. Justificação dos textos normativos .......................................... 21
12. Indicação de leitura ................................................................. 22
13. Anexo ....................................................................................... 24
1. INTRODUÇÃO
No âmbito do Direito podemos dizer que a lei é uma regra tornada obrigatória pela força coercitiva de autoridade legítima, que constitui os direitos e deveres numa comunidade. A lei atribui efeitos jurídicos aos atos e fatos da vida em sociedade, buscando primordialmente a solução de conflitos e a promoção da paz entre os seres humanos. 
A lei possui efeito erga omnis, isto é, atinge indistintamente todos os indivíduos de uma determinada população ou membros de uma organização. Daí que sua elaboração exige, acima de tudo, bom senso e responsabilidade, a partir da análise minuciosa e desapaixonada da situação a ser regulada, levando em conta o interesse do conjunto da sociedade, sem privilegiar interesses particulares ou de segmentos específicos. 
Além disso, é preciso que se tenha a clareza de que nem todos os problemas podem ou devem ser resolvidos por lei. Muitas vezes, é necessário aguardar que o conflito ou problema atinja um determinado ponto de maturação junto à sociedade. Procurar resolvê-lo prematuramente por meio de uma lei pode causar engessamento no processo de discussão democrática, além de possibilitar soluções equivocadas.
2. TÉCNICA LEGISLATIVA E LEGÍSTICA
Por definição, temos que a técnica legislativa é o conjunto de procedimentos e normas redacionais, que regem o modo de elaboração dos textos normativos, a bem de sua compreensão e aplicabilidade. Trata, portanto, de como fazer as leis.
A Legística, por sua vez, trata de como bem fazer as leis. Define-se como sendo a área do conhecimento ou ciência que se ocupa da elaboração das normas de forma metódica e sistemática, buscando dar qualidade aos atos normativos. Para tanto, incorpora outras áreas à elaboração legislativa, como a ciência política, a ciência administrativa, a economia, a linguística, a psicologia, entre outras.
Relativamente recente, consta que a Legística surgiu na Suíça há cerca de quatro décadas, a partir de obra escrita pelo Professor Peter Noll, que, considerando a observação dos impactos das leis na sociedade e as críticas de movimentos sociais de várias partes do mundo sobre as deficiências e fragilidades do arcabouço legislativo, ultrapassou a concepção extremamente focada na redação legislativa, dando destaque para os conteúdos normativos e para a metodologia de preparação das decisões legislativas.
Alemanha, Suíça, França, Itália, Áustria, Portugal, e também o Canadá, são países que tem se aprofundado no estudo e na aplicação da Legística, principalmente depois que a União Europeia, após realização de pesquisa, concluiu que a qualidade das leis é fator importante para o desenvolvimento econômico e social dos países. 
No Brasil, o destaque fica para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que vem adotando práticas de aperfeiçoamento do processo de produção legislativa há mais de vinte anos com base nas metodologias ditadas pela Legística. 
Vale também ressaltar iniciativas importantes no âmbito do Governo Federal, como a publicação do Manual de Redação da Presidência da República, elaborado de acordo com as regras ditadas pela Legística, e a edição da Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998 e do Decreto nº 4.176, de 28 de março de 2002, ambos tratando das regras para redação de leis e atos normativos. 
No estado de São Paulo, entre outras ações, a realização de consolidação da legislação paulista, em 2006, foi iniciativa que propiciou maior segurança jurídica e a consequente recomendação a investidores externos pela OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
De fato, a insegurança jurídica provocada pelo excesso de leis, complexidade do direito aplicável, contradição entre normas e vigência de normas que já não atendem aos objetivos pretendidos, geram receios que inibem investimentos externos. De outro lado, são fatores que incentivam esses investimentos a boa qualidade das leis, os textos legais consolidados, as regras claras, a perenidade das leis e a boa relação custo-benefício.
Os autores costumam dividir a Legística em:
· Legística material – que se preocupa com o planejamento, a necessidade, a utilidade, a harmonização da norma com o sistema jurídico vigente e a avaliação legislativa.
· Legística formal – que estuda a redação do ato legislativo propriamente dito, de forma a garantir clareza e coerência à norma, tornando-a compreensível e linguisticamente correta.
É certo que as regras de legística não vinculam quem tem de elaborar os atos normativos. A não observância dessas regras não causa, por si só, nulidade do ato normativo. Devemos considerar que existem limitações de ordem temporal, política e orçamentária que impossibilitam àqueles que devem elaborar um texto legal, seguir de forma rigorosa as regras da legística. 
No entanto, o conhecimento e a aplicação, mesmo que parcial, das regras de legística é essencial para se desenhar um processo de feitura da lei que contribua para o enraizamento de uma cultura de responsabilidade e de cuidado no preparo da legislação. 
Para isso, a observância dos princípios que norteiam a boa elaboração legislativa, é medida que se impõe. São eles: 
· Princípio da necessidade - determina que um ato normativo só deve ser adotado se for absolutamente essencial para a aplicação de uma nova política.
· Princípio da proporcionalidade - o ato normativo deve guardar equilíbrio entre as vantagens que oferece e os condicionamentos que impõe, ou seja, deve passar pela análise de custo/benefício.
· Princípio da transparência - todo o processo de produção da legislação deve poder ser de conhecimento público. A participação e a consulta a todas as partes interessadas ou envolvidas antes da fase de redação constituem a primeira exigência do princípio da transparência. 
· Princípio da responsabilidade - preocupação que deve existir com a aplicabilidade dos atos normativos. Devem ser de conhecimento público as autoridades de que emanam as políticas e os atos normativos, de maneira que se possa informar a tais autoridades as dificuldades de adoção das políticas ou dos atos normativos, com vista à sua alteração ou revogação.
· Princípio da inteligibilidade - a legislação deve ser coerente, compreensível e acessível àqueles a quem se destina. É necessário que haja um esforço particular de comunicação por parte dos poderes públicos envolvidos, para que os cidadãos possam fazer valer os seus direitos.
· Princípio da simplicidade - os atos normativos devem ser tão pormenorizados quanto necessário, e tão simples quanto possível. A compreensão do ato normativo é um requisito indispensável para que os cidadãos façam uso eficaz dos direitos que lhes são conferidos. 
3. ESPÉCIES NORMATIVAS (no âmbito estadual)
3.1. Emenda à Constituição
· Exige votação em dois turnos e aprovação por 2/3 dosmembros da Assembleia Legislativa. 
· Não pode ser feita na vigência de intervenção federal, estado de emergência ou estado de sítio. 
· Pode ser apresentada por 1/3, no mínimo, dos membros da Assembleia Legislativa, pelo Governador ou por sessenta por cento das Câmaras Municipais, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria dos seus membros.
· É promulgada pela Mesa da Assembleia, não sendo encaminhada para apreciação do Poder Executivo. Portanto, não existe possibilidade de sanção ou veto à Emenda à Constituição.
3.2. Lei Complementar e Lei Ordinária – na hierarquia das leis ambas encontram-se no mesmo nível. Isto porque a hierarquia é a circunstância de uma norma encontrar sua nascente, seu engate lógico numa norma superior. Nesse sentido, não é verdade que a lei ordinária encontre seu engate lógico numa lei complementar, mas sim no próprio texto constitucional, assim como ocorre com as leis complementares.
· À lei complementar compete regular matérias que foram privilegiadas pelo legislador constituinte como sendo matérias de maior relevância. Em geral, reserva-se à lei complementar a competência para elaborar leis orgânicas, estatutos e códigos. Exige quórum de maioria absoluta (cinquenta por cento mais um do total de membros da Assembleia) para ser aprovada.
· À lei ordinária cabe o campo residual, isto é, aquele que não foi expressamente reservado à lei complementar, decreto legislativo ou resolução. Exige quórum para aprovação de maioria simples (maioria de votos, presente a maioria absoluta dos membros da Assembleia).
3.3. Medida Provisória - ato normativo com força de lei que pode ser editado pelo Governador em caso de relevância e urgência. Tal medida deve ser submetida de imediato à deliberação da Assembleia Legislativa.
As Medidas Provisórias perdem a eficácia desde a edição se não forem convertidas em lei no prazo de 30 dias. Neste caso, o Poder Legislativo deverá disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas decorrentes da medida provisória. A Constituição do Estado do Tocantins é silente sobre a possibilidade de o Poder Legislativo não serem disciplinadas pela Assembleia Legislativa. Nos ditames da Constituição Federal, no entanto, se tal regulamentação não ocorrer, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante a vigência da medida provisória conservar-se-ão por ela regidas.
Importante ressaltar decisão do STF no sentido da constitucionalidade da adoção de medidas provisórias pelos estados, “com a condição inafastável de que esse instrumento esteja expressamente previsto na Constituição Estadual e nos mesmos moldes impostos pela Constituição Federal, tendo em vista a necessidade da observância simétrica do processo legislativo federal”.
Nesse sentido, importa observar que a Constituição Federal veda a edição de medida provisória sobre matérias:
· reservadas à lei complementar            
· já disciplinadas em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República         
· Relativas a:
·  Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral         
· Direito penal, processual penal e processual civil         
· Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros 
· Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento
· Créditos adicionais e suplementares, exceto quando for para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública 
· que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro               
· para regulamentação da exploração dos serviços locais de gás canalizado, de competência dos Estados 
Além disso, o Decreto federal nº 4.176/02, que “estabelece normas e diretrizes para a elaboração, a redação, a alteração, a consolidação e o encaminhamento ao Presidente da República de projetos de atos normativos de competência dos órgãos do Poder Executivo Federal” acrescenta a esse rol as seguintes hipóteses:
·  para detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro
· que possa ser aprovada dentro dos prazos estabelecidos pelo procedimento legislativo de urgência previsto na Constituição
3.4. Lei Delegada - ato normativo elaborado e editado pelo Chefe do Poder Executivo em virtude de autorização do Poder Legislativo, expedida mediante resolução e dentro dos limites nela traçados. Raramente é utilizada.
A Constituição Federal (art. 68, § 1o) estabelece que não podem ser objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
· Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
· Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
· Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
3.5. Decreto Legislativo – regula matérias de interesse geral e de competência do Legislativo, sem a sanção do Governador. Ex.: aprovação das contas do Governador, sustação dos efeitos de contrato da Administração Pública julgado irregular pelo Tribunal de Contas (art. 19 CE). Também é objeto de Decreto Legislativo a disciplina das relações jurídicas decorrentes de Medida Provisória não convertida em lei (ar.t 63, §3º, Constituição Federal). Seu processo de criação não foi estabelecido pela Constituição Federal, cabendo ao Regimento Interno de cada Casa Legislativa sua normatização. A deflagração do processo formativo pode ser feita pelo Presidente da Assembleia Legislativa, pelos Deputados ou pelas Comissões da Assembleia Legislativa.
3.6. Resolução – regula com eficácia de lei ordinária, mas sem necessidade de sanção do Governador, matérias de competência exclusiva e no âmbito do Poder Legislativo, de caráter político, processual, legislativo ou administrativo. Ex.: matérias de natureza regimental, organização administrativa da Casa.
4. ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS
Regulamento é ato administrativo geral (e nisto se identifica com a lei), que traduz a vontade da Administração. Dentro dos limites do interesse público, a vontade da Administração pode consistir numa permissão, autorização, concessão, admissão, sanção, dispensa ou orientação (conteúdos), formalizadas por atos administrativos que tomam nomes variados: avisos, circulares, instruções, decretos, portarias, despachos, homologações. A doutrina não é pacífica ao estabelecer a relação entre conteúdo e forma, de maneira que existem inúmeros casos em que o mesmo conteúdo pode ser veiculado, indiferentemente, por várias modalidades de atos. 
Em sentido formal, o ato administrativo classifica-se em:
· Geral - cuja declaração diz respeito a uma pluralidade de pessoas ou casos indeterminados e indetermináveis, ou seja, é geral e abstrata (regulamentos, circulares).
· Especial - cuja declaração se refere a uma ou mais pessoas ou casos individualmente determinados ou determináveis, ou seja, concreta (decretos ou portarias de nomeação de vários ou de um só administrado; demissões; concessão de licença; aplicação de punição a funcionário). 
Da mesma maneira como a lei não pode conflitar com disposição expressa do texto constitucional, o regulamento não pode ofender o texto legal regulamentado, sob pena de nulidade.
Sendo manifestação da atividade administrativa interna, os atos normativos administrativos não vinculam, em princípio, o particular ao seu cumprimento, mas unicamente os servidores subordinados às autoridades que os expedirem. 
No entanto, a doutrina admite que os atos normativos administrativos, embora dirigidos aos agentes da Administração, possuem eficácia reflexa, atingindo relações entre a Administração e os particulares, desde que compatíveis com a legislação a que se destinem a complementar.
No âmbito tributário a tarefa legislativa é complementada pelos atos administrativos normativos, como fontes secundáriasde direito. O Código Tributário Nacional (artigo 100) considera normas primárias ou principais as leis, os tratados e as convenções internacionais, e os decretos. Por outro lado, considera fontes formais secundárias, como normas complementares, os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas, as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas e os convênios que entre si celebram a União, os Estados, Distrito Federal e os Municípios.
4.1. Decretos - atos administrativos da competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a prover situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de modo expresso ou implícito, na lei. 
4.1.1. Decretos singulares - contêm regras concretas (decretos de nomeação, de aposentadoria, de abertura de crédito, de desapropriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de nacionalidade, etc.).
4.1.2. Decretos Regulamentares - atos normativos subordinados ou secundários, que não inovam o ordenamento jurídico, como o faz a lei, mas tão somente fixam regras para a execução dos princípios e determinações emanados da lei.
4.2. Portarias - instrumento pelo qual Ministros, Secretários Estaduais e ou outras autoridades correlatas expedem instruções sobre a organização e funcionamento de serviço e praticam outros atos de sua competência. É o aspecto formal da maioria das decisões de ordem interna (nomear, demitir, suspender, reintegrar ou licenciar um funcionário, punir funcionário administrativamente).
No direito brasileiro não existe portaria autônoma, independente. Desse modo, a portaria vem sempre apoiada em lei, decreto ou regulamento anterior.
Oswaldo Aranha BANDEIRA DE MELLO ressalta que a portaria é "usada para baixar instruções sobre andamento dos serviços ou para transmitir determinações aos cidadãos em geral ou a particulares diretamente interessados, conforme o assunto em foco, dando-lhes conhecimento do procedimento a seguir em casos especificados, nos termos da lei. Publicam-se na porta da repartição, ou na repartição do Governo, bem como em órgão de divulgação dos atos oficiais" (Princípios gerais de direito administrativo. 1969. v. 1, p. 484). 
Ao contrário do regulamento, que se classifica somente entre os atos administrativos especiais, a portaria tanto pode ser geral como especial.
4.2.1. Portaria geral - consiste em declaração dirigida, de maneira abstrata, a uma pluralidade de pessoas, funcionários ou não, e a casos indeterminados e indetermináveis. “Neste caso, a portaria traça normas, como se fosse regulamento ou lei. Na órbita exterior, dirigindo-se ao público, reúne a portaria traços de generalidade e coatividade, mas não de novidade. Portaria não inova, não cria, não extingue direitos, não modifica, por si, qualquer impositivo da ordem jurídica em vigor. Não dispõe contra legem, mas atua secundum legem. Interpreta o texto legal com fins executivos, desce a minúcias não explicitadas em lei. Pela portaria, por exemplo, disciplina-se o trânsito, indicando as mãos, os estacionamentos, desviando-se os movimentos de pedestres e veículos, em casos de festas, comícios, incêndios. Também pela portaria fixam-se preços a gêneros alimentícios, impõe-se um teto para serviços particulares prestados ao público" (CRETELLA JUNIOR, Tratado de direito administrativo. 1966. v. 2, p. 137).
4.2.2. Portaria especial - dirige-se a pessoa determinada, administrado ou agente público. 
Diz-se que as Portarias, quando internas a Administração, são “baixadas”: é ato dirigido do superior ao subordinado. Já quando externas, ou seja, quando se trata de portaria dirigida ao público, que não está ligado à autoridade por meio de qualquer vínculo de subordinação, a portaria é “expedida”. Ambas, porém, revestem-se do traço da coatividade e de auto-executoriedade.
4.3. Instruções Normativas - “forma mediante a qual os superiores expedem normas gerais, de caráter interno, que prescrevem o modo de atuação dos subordinados em relação a certo serviço”. (Diógenes GASPARINI – Direito Administrativo). No âmbito tributário, os Tribunais definem as Instruções Normativas como sendo uma espécie de regulamento, uma norma complementar administrativa, com o objetivo de aclarar os preceitos legais para a melhor aplicação da norma. A Instrução Normativa não pode colidir com leis ou decretos, e nem inovar no ordenamento jurídico, devendo restringir-se aos limites legalmente dados, sob pena de ferir o princípio da estrita legalidade.
   
5. ETAPAS DA ELABORAÇÃO DA PROPOSIÇÃO
5.1. DEFINIÇÃO DA MATÉRIA A SER NORMATIZADA
· Identificar o problema - diagnóstico da situação julgada insatisfatória. É necessário cuidado, pois muitas vezes a percepção do problema que motiva a demanda toma o lugar da definição do problema, por pressão de grupos de interesse e/ou da mídia, por exemplo. 
· Problematizar o impulso legiferante – a quem atribuir o problema? Em que condições ele surgiu e quais são suas causas? O problema é permanente ou temporário? Pode-se observar uma evolução do problema (ciclos, regularidade, agravamento)? Quem é afetado pelo problema e de que maneira, direta ou indiretamente?
5.2. DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS DA NORMA
· A identificação precisa do que se pretende alcançar com a medida proposta condiciona as estratégias a serem adotadas nas etapas seguintes. 
· Nessa etapa é necessária a definição da forma de alcançar os objetivos identificados, escolhendo-se os meios aptos a gerar os efeitos pretendidos e identificando as diversas alternativas para a solução do problema. 
· Aqui cabe também a análise da possibilidade, necessidade e oportunidade de legislar. Ou seja, é necessário: (i) prospectar se a norma seria viável para a solução do problema, verificando-se a existência de fatores de ordem natural, econômica e jurídica que possam inviabilizar o alcance dos objetivos da norma (avaliação legislativa ex ante); (ii) analisar a necessidade da norma, em face de alternativas que permitam o alcance dos objetivos pretendidos sem a intervenção do legislador; (iii) avaliar se o momento de legislar é oportuno, ou se existem dificuldades conjunturais que possam inviabilizar o alcance dos objetivos da lei.
· Vencidas estas etapas, passa-se à determinação do conteúdo material da lei, com a delimitação do campo de intervenção e definição do tipo de proposição legislativa a ser utilizada. O legislador, neste ponto, deve decidir se é preferível impor uma conduta por meio de prescrições, ou instituir estímulos que a favoreçam; se deve proibir uma conduta ou regular sua atividade.
5.3. VERIFICAÇÃO DA POSSIBILIDADE JURÍDICA
· Nesta etapa deve-se proceder à análise sobre a possibilidade de inserção da norma no ordenamento jurídico, sem ferir a ordem constitucional ou atingir ato jurídico perfeito, coisa julgada e direito adquirido, que conferem a necessária segurança jurídica ao ato normativo. 
· No Brasil, as normas não existem de forma isolada; elas são unidas por um sistema, e distribuídas em faixas de hierarquia, que se escalonam a partir da norma fundamental, ou seja, da nossa Carta Magna, até as normas individuais. 
· O controle de constitucionalidade implica em reconhecer o afastamento, anulação, eliminação ou neutralização das normas contrárias à Constituição, impossibilitando que um ato incompatível seja preservado.
·  A Constituição Federal é a norma responsável por estabelecer a organização do Estado, a proteção de direito individuais e coletivos, as competências de cada ente da Federação, as premissas básicas de educação, família, meio-ambiente, e outros tópicos, devendo os demais atos infraconstitucionais não conflitar com as suas disposições.
·  Obedecendo a essa hierarquia, toda espécie normativa, para estar de acordo com a norma superior que a regula, deve obedecer a requisitos formais (observância do devido processo legislativo interno ou externo) e materiais (o conteúdo da norma deve obedecer ao que está previsto na Constituição),garantindo sua validade.
· Além disso, deve ser respeitada a imutabilidade das cláusulas pétreas, quais sejam: (i) a forma federativa de Estado; (ii) voto direto, secreto, universal e periódico; (iii) separação dos Poderes; e (iv) direitos e garantias individuais.
· Observância dos princípios fundamentais (Título I da CF).
· Respeito aos direitos e garantias fundamentais (Título II CF) – direitos individuais, coletivos, sociais, políticos, de nacionalidade e organização partidária.
· Respeito às competências legislativas
· Privativa da União (art. 22 CF)
· Comum - União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 23 CF)
· Concorrente – União dita normas gerais, estados podem suplementá-las (art. 24 CF) 
· Estados - residual, além de instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões (art. 25 CF).
· Municípios (art. 30 CF)
· Observância da Iniciativa legislativa 
· Privativa do Governador - criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo ou aumento de sua remuneração; servidores públicos do Executivo, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; criação e extinção de Secretarias e órgãos da administração pública.
· Exclusiva do Poder Executivo - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais. 
· Privativa do Poder Legislativo – dispor sobre a organização das suas funções legislativas e fiscalizadoras e de seu funcionamento; criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração; sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar; Regimento Interno; emendas à Constituição.[footnoteRef:1] [1: A diferença entre competência exclusiva e competência privativa é que a exclusiva é indelegável e a privativa é delegável. O art. 22 da Constituição Federal, por exemplo, trata de competência privativa, porque dá competência à União para legislar sobre diversos assuntos, mas permite, por força de seu parágrafo único, que tal competência seja delegada aos Estados. No art. 49, por outro lado, é indicada a competência exclusiva do Congresso Nacional. O art. 84 trata de matéria de competência privativa do Presidente da República, porque seu parágrafo único permite delegar algumas das atribuições ali arroladas.] 
5.4. ESTUDO DA MATÉRIA
· Verificar se há lei pré-existente ou consolidação acerca da matéria;
· Pesquisar se existe jurisprudência sobre o assunto;
· Observar regras de revogação (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - Decreto-lei nº 4.657/42, alterado pela Lei nº 12.376/13);
· Fazer avaliação prospectiva da proposta legislativa, ou seja, a averiguação da possibilidade de que os efeitos a serem produzidos pela legislação sejam aptos a realizar os fins implícitos ou declarados por ela: 
· Existem recursos financeiros, infraestrutura técnica e corpo técnico capacitado para zelar pelo cumprimento da norma?
· O destinatário da lei haverá como encontrar meios de burlar a norma? (por ex.: se o aumento de alíquota tributária, ao invés de contribuir para melhorar a arrecadação financeira, acabará por estimular a sonegação, em razão da baixa probabilidade de se fiscalizar e punir o sonegador).
5.5. ELABORAÇÃO DE ANTEPROJETO/ REVISÃO DO ANTEPROJETO/ REDAÇÃO FINAL DA PROPOSIÇÃO
O momento entre a elaboração do anteprojeto e a redação final da proposição é de suma importância para a qualidade da norma, pois é o momento em que se pode testar a clareza, inteligibilidade e simplicidade do texto, com vistas ao seu aperfeiçoamento, tanto em relação ao conteúdo quanto à forma. 
Isto porque, não raro, ficamos tão envolvidos com a elaboração da norma, que não percebemos se algum ponto ficou obscuro ou dúbio para as pessoas que não estão envolvidas diretamente no processo e, principalmente, para pessoas leigas no assunto.
5.6. AVALIAÇÃO LEGISLATIVA RETROSPECTIVA – Não é comumente praticada no Brasil, embora altamente recomendada pela legística e pela legislação que trata da elaboração das leis. Mas é de suma importância que se faça a avaliação, após decorrido determinado espaço de tempo, acerca dos efeitos produzidos pela lei, sua eficácia e eficiência, por meio de indicadores que possam demonstrar se o problema foi satisfatoriamente resolvido, ou se há necessidade de eventuais adequações, ou mesmo de revogação da lei. 
6. PARTES DA PROPOSIÇÃO
6.1. PARTE PRELIMINAR
6.1.1. Epígrafe - propicia identificação numérica singular à lei e é formada pelo título designativo da espécie normativa (Projeto de lei, Projeto de lei complementar, Projeto de resolução, Proposta de emenda à Lei Orgânica, Projeto de decreto legislativo), pelo número respectivo e pelo ano de promulgação.
6.1.2. Ementa – deve resumir com clareza o conteúdo do ato, para efeito de arquivo e, principalmente, pesquisa, devendo, caso altere norma em vigor, fazer referência ao número e ao objeto desta. 
6.1.3. Fórmula de promulgação ou preâmbulo – deve indicar a autoridade ou o órgão legiferante e descrever a ordem de execução, traduzida pelas formas verbais "decreta", "resolve" e "promulga".
6.2. PARTE NORMATIVA - Texto das normas de conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada.
6.3. PARTE FINAL
6.3.1. Cláusula orçamentária
6.3.2. Cláusula de vigência: Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, “não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”.
As fórmulas de vigência são: “esta lei entra em vigor na data de sua publicação” ou “... entra em vigor após decorridos “x” dias de sua publicação”. 
Na ausência da cláusula de vigência, vale a regra da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que estabelece que a lei inicia sua vigência 45 dias após a publicação. A Lei complementar federal n° 95/98, que “dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis”, determina que a fórmula de início de vigência da lei na data de sua publicação somente seja utilizada para leis de pequena repercussão. 
No caso de republicação para correção do texto legal, antes da entrada em vigor, a contagem para vigência se inicia após essa última publicação.[footnoteRef:2] [2: Importante destacar a diferença entre vigência, validade e efeitos da lei: validade - atendimento aos aspectos formais e materiais exigidos (quórum de votação, iniciativa, etc); vigência – publicidade da lei junto a seus destinatários; eficácia – possibilidade de a lei, uma vez válida e publicada, produzir efeitos práticos junto a seus destinatários. É possível a lei entrar em vigor, mas não produzir efeitos imediatamente (ex. legislação tributária – princípio da anterioridade da lei).] 
Nos projetos de lei ou de medida provisória que instituam ou majorem tributo, devem ser observados os princípios da irretroatividade e da anterioridade tributárias, estabelecidos no art. 150 da Constituição Federal. 
Excetuam-se da regra da anterioridade tributária, os projetos que visem à majoração dos impostos sobre:
· Importação de produtos estrangeiros;
· Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados;
· Produtos industrializados;
· Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a tributos ou valores mobiliários;
· Impostos extraordinários, no caso de iminência ou ocorrência de guerra externa.
Nos projetos de lei ou de medida provisória que instituam ou majorem contribuição social, deve constar dispositivo com a previsão de cobrança do tributo somente após noventa dias da data da publicação do ato normativo.
6.3.3. Cláusula revogatória: deve indicar expressamente as leis ou os dispositivos legais revogados. Em caso de consolidação de leis, a redação da cláusula será: "são formalmente revogados, por consolidação e sem interrupção de sua força normativa...“. 
6.3.4. Disposições preliminares, gerais ou finais - reúnem preceitos (i) comuns a mais de um capitulo do texto, (ii) autônomos e desvinculados das demais divisões do texto, (iii) destinados a operacionalizar a aplicação da nova lei.
6.3.5. Disposiçõestransitórias: tratam de circunstâncias que exijam disciplina especial em face do novo regramento proposto. Têm numeração própria. 
6.4. JUSTIFICATIVA – embora não faça parte do texto da lei propriamente dita, a Justificativa é parte importante e imprescindível das proposições. Por meio dela é possível ao autor da proposição apresentar dados técnicos e outros elementos de convencimento necessários para subsidiar a discussão da matéria. 
7. ARTICULAÇÃO DO TEXTO LEGAL
É importante observar inicialmente que o texto legal deve obedecer a uma concatenação lógica, de maneira que os dispositivos que tratam dos diversos aspectos do tema normatizado fiquem agrupados por identidade, facilitando, assim, a leitura e a interpretação da lei. Com essa mesma finalidade os dispositivos podem ser subdivididos ou agrupados. 
Segundo as regras estabelecidas pela Lei complementar federal nº 95/98, os artigos desdobram-se em parágrafos ou em incisos (algarismos romanos); os parágrafos em incisos; os incisos em alíneas (letras minúsculas) e as alíneas em itens (algarismos arábicos).
7.1. ARTIGO – frase que encerra um comando normativo. Tem numeração ordinal até o 9º e cardinal a partir deste. Quando se tratar de um só artigo, será grafado como “Artigo único”.
· Deve conter um único comando normativo, fixado em seu caput. 
· As exceções e os complementos devem ser fixados em suas divisões (parágrafos e incisos).
· As palavras em língua estrangeira devem ser destacadas (itálico, negrito, aspas).
· Suas frases iniciam-se com letras maiúsculas e terminam com ponto final.
7.2. PARÁGRAFO – é a fórmula de umas das divisões do artigo e deve completar o sentido ou abrir exceções à norma contemplada no caput do artigo. É representado pelo sinal gráfico "§", seguido de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste. Se houver um só parágrafo, será grafado como “Parágrafo único”.
7.3. INCISO – usado para exprimir enumerações relacionadas ao caput do artigo ou aos parágrafos. É expresso em algarismo romano e seu texto deve ser iniciado com letra minúscula terminando com ponto e vírgula, salvo o último inciso do artigo, que termina com ponto final.
7.4. ALÍNEA – usada para enumerações relativas ao texto do inciso, é grafada em letra minúscula seguida de parênteses. Seu texto inicia-se com letra minúscula e termina com ponto e vírgula, com exceção da última alínea do inciso.
7.5. ITEM – é usado para enumerações relativas ao texto das alíneas. É grafado por algarismos arábicos, na forma cardinal. Seu texto deve iniciar com letra minúscula e terminar em ponto e vírgula, com exceção do último item da alínea.
7.6. AGRUPAMENTO DE DISPOSITIVOS é utilizado para a divisão de temas em leis muito extensas, facilitando sua leitura e aplicação. O agrupamento de artigos pode constituir Subseções; o de Subseções, a Seção; o de Seções, o Capítulo; o de Capítulos, o Título; o de Títulos, o Livro e o de Livros, a Parte. 
· Os Capítulos, Títulos, Livros e Partes são grafados em letras maiúsculas e identificados por algarismos romanos, podendo estas últimas desdobrar-se em Parte Geral e Parte Especial ou ser subdivididas em partes expressas em numeral ordinal, por extenso. 
· As Subseções e Seções são identificadas em algarismos romanos, grafadas em letras minúsculas e postas em negrito ou caracteres que as coloquem em realce.
8. REGRAS BÁSICAS PARA REDAÇÃO LEGISLATIVA
8.1. PARA CLAREZA E PRECISÃO DO TEXTO
· Usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma versar sobre assunto técnico, hipótese em que se empregará a nomenclatura própria da área em que se esteja legislando;
· Usar frases curtas e concisas;
· Construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo, neologismo e adjetivações dispensáveis;
· Buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do presente;
· Usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos de caráter estilístico;
· Articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensão do objetivo da lei e a permitir que seu texto evidencie com clareza o conteúdo e o alcance que o legislador pretende dar à norma;
· Expressar a ideia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico;
· Evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto;
· Usar termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território nacional, evitando o uso de expressões locais ou regionais;
· Usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu significado;
· Grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número de lei e nos casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto; 
· Indicar expressamente o dispositivo objeto de remissão, em vez de usar as expressões ‘anterior’ e ‘seguinte’, ou equivalentes.
8.2. PARA A OBTENÇÃO DE ORDEM LÓGICA
· Reunir sob as categorias de agregação - subseção, seção, capítulo, título e livro - apenas as disposições relacionadas com o objeto da lei;
· Restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único assunto ou princípio;
· Expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por este estabelecida;
· Promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, alíneas e itens.
9. ELABORAÇÃO DE NORMAS INFRALEGAIS
Decretos, Portarias e Instruções Normativas possuem a mesma estrutura das leis – preâmbulo, texto ou corpo da norma e fecho – e seguem a mesmas regras de redação.
Os decretos de caráter singular, que tratem de nomeação ou designação para cargo público, não necessitam ter ementa.
É importante ressaltar, no entanto, que o excesso de normas no país e a constante alteração das mesmas, especialmente no campo tributário, geram insegurança normativa, que é uma das principais responsáveis pela majoração do “custo Brasil” (conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encareçam os investimentos no país, dificultando a competitividade do mercado nacional). 
Por isso, é necessário que o procedimento normativo infralegal tributário tenha parâmetros claros, confiáveis e simples, primando pela qualidade e não pela quantidade das normas, como forma de evitar problemas relacionados à inadimplência, à informalidade e à evasão tributária.
É preciso que o processo de elaboração das normas infralegais tributárias seja o mais transparente possível, respeitando o pacto federativo e as regras de segurança jurídica, e prevendo sempre mecanismos de rápido e fácil ajuste posterior, a depender da repercussão econômica e social da medida tributária implementada.     
10. ALTERAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS
10.1. ALTERAÇÃO DAS LEIS 
· Pode se dar por revogação integral, quando se tratar de alteração considerável, com a reprodução integral em novo texto; por revogação parcial (derrogação), ou, ainda, pela substituição, no próprio texto da lei, do dispositivo alterado ou acréscimo de dispositivo novo.
· Mesmo que não declare expressamente, a lei que dispuser de forma diversa do previsto em lei anterior, ou que regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, opera a revogação da mesma. 
· São regras básicas para alteração legal, além das regras de redação já expostas:
· Impossibilidade de renumeração de artigo ou unidade superior ao artigo (capítulo, título, etc), devendo-se usar o mesmo número do artigo (ou unidade imediatamente superior), seguido de letras maiúsculas em ordem alfabéticas (ex.: Artigo 5º-A, Artigo 5º-B, Artigo 5º-C).
· Possibilidade de reordenamento interno das unidades em que se desdobra o artigo, devendo ser o artigo assim modificado identificado ao final, uma única vez, com as letras (NR)
· Impossibilidade de reaproveitamento do número de dispositivo revogado, vetado ou declarado inconstitucional, devendo essa indicação ser mantidajunto ao dispositivo da lei modificada.
10.2. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS
Altamente recomendada pela Legística como forma de proporcionar maior transparência e segurança jurídica ao arcabouço legislativo, a consolidação de leis é prevista constitucionalmente e regulamentada, em nível federal, pela Lei Complementar nº 95/98, consistindo na “integração de todas as leis pertinentes a determinada matéria num único diploma legal, revogando-se formalmente as leis incorporadas à consolidação, sem modificação do alcance nem interrupção da força normativa dos dispositivos consolidados”.
A consolidação deve preservar o conteúdo normativo original dos dispositivos consolidados, podendo promover as seguintes alterações nos projetos de lei de consolidação: 
· Introdução de novas divisões do texto legal base;
· Diferente colocação e numeração dos artigos consolidados;
· Fusão de disposições repetitivas ou de valor normativo idêntico
· Atualização da denominação de órgãos e entidades da administração pública;
· Atualização de termos antiquados e modos de escrita ultrapassados;
· Atualização do valor de penas pecuniárias, com base em indexação padrão;
· Eliminação de ambiguidades decorrentes do mau uso do vernáculo;
· Homogeneização terminológica do texto;
· Supressão de dispositivos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal;
· Indicação de dispositivos não recepcionados pela Constituição Federal;
· Declaração expressa de revogação de dispositivos implicitamente revogados por leis posteriores.
· A consolidação de legislação precisa ser aprovada pelo Poder Legislativo, mediante apresentação de projeto de lei de consolidação de normas que tratem da mesma matéria ou de assuntos a ela vinculados, pelo Chefe do Poder Executivo, pela Mesa da Câmara Municipal ou por qualquer membro ou Comissão da Câmara Municipal.
· Também é possível a consolidação de leis destinada exclusivamente à: 	
· Declaração de revogação de leis e dispositivos implicitamente revogados ou cuja eficácia ou validade encontre-se completamente prejudicada; 
· Inclusão de dispositivos ou diplomas esparsos em leis preexistentes, revogando-se as disposições assim consolidadas.
11. A JUSTIFICAÇÃO DOS TEXTOS NORMATIVOS
O texto normativo submetido à apreciação do Poder Legislativo, quer seja de iniciativa parlamentar, quer seja de iniciativa do Governador ou de qualquer autoridade que detenha a prerrogativa de deflagrar o processo legislativo, como o Presidente do Tribunal de Justiça ou o Procurador-Geral de Justiça, deverá estar acompanhado de justificação. 
O texto, que é colocado após o fecho da proposição, nos casos de iniciativa parlamentar, não é articulado e deve trazer a exposição dos argumentos que demonstrem, de forma detalhada, a necessidade e os benefícios da iniciativa.
No caso em que a autoria dos projetos couber ao chefe dos outros Poderes, a fundamentação estará contida na exposição de motivos que integra a mensagem em que se encaminha a proposição ao Poder Legislativo.
Quanto à justificação dos atos administrativos normativos, situa-se na parte inicial do texto, após o preâmbulo e toma a forma de considerando.
Como bem ressalta Celso Antônio Bandeira de Mello, a motivação “integra a “formalização” do ato, sendo um requisito formalístico dele. É a exposição dos motivos, a fundamentação na qual são enunciados (a) a regra de Direito habilitante, (b) os fatos em que o agente se estribou para decidir e, muitas vezes, obrigatoriamente, (c) a enunciação da relação de pertinência lógica entre os fatos ocorridos e o ato praticado. Não basta, pois, em uma imensa variedade de hipóteses, apenas aludir ao dispositivo legal que o agente tomou com base para editar o ato. Na motivação transparece aquilo que o agente apresenta como “causa” do ato administrativo [...]”.
12. INDICAÇÃO DE LEITURA 
Endereços eletrônicos úteis ao aprofundamento dos estudos sobre Legística, Processo Legislativo e Técnica Legislativa (Obs.: copie o endereço e cole no mecanismo de busca, caso o link não abra).
CONGRESSO DE LEGÍSTICA. Textos referências. O que é Legística? www.almg.gov.br
DELLEY, Jean-Daniel, “Pensar a Lei. Introdução a um Procedimento Metódico”. http://www.almg.gov.br/export/sites/default/consulte/publicacoes_assembleia/periodicas/cadernos/arquivos/pdfs/12/delley.pdf
CASTRO, Marcílio França. “Entre o Texto e o Contexto: a Técnica Legislativa Além da Regra”. http://www.al.sp.gov.br/StaticFile/ilp/a_tecn_legis_alem_da_regra_-_marcilio_castro.pdf
CONSTITUIÇÃO FEDERAL com jurisprudência do STF http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/constituicao.asp
MENDES, Gilmar. “Questões Fundamentais de Técnica Legislativa”. http://www.direitodoestado.com.br/artigo/gilmar-mendes/questoes-fundamentais-de-tecnica-legislativa 
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA http://www.bibiloteca.presidencia.gov.br/publicacoes-oficiais-1/catalogo/orgao-essenciais/casa-civil/subchefia-de-assuntos-juridicos/centro-de-estudos-juridicos-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/view
MANUAL DE REDAÇÃO PARLAMENTAR E LEGISLATIVA DO SENADO FEDERAL http://www12.senado.gov.br/senado/institucional/conleg/manuais/manual-de-redacao-parlamentar-e-legislativa
MANUAL DE REDAÇÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/5684/manual_redacao.pdf
MANUAL DE REDAÇÃO PARALMENTAR DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS  https://www.almg.gov.br/export/sites/default/consulte/publicacoes_assembleia/cartilhas_manuais/arquivos/pdfs/manual_parlamentar/manual_de_redacao_parlamentar3.pdf
MANUAL DE REDAÇÃO DE PROPOSIÇÕES DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO http://www.al.sp.gov.br/arquivos/documentacao/estudos-e-manuais/manual-processo-legislativo/manual_proclegis_1.pdf
SOARES, Fabiana de Menezes. Legística e desenvolvimento: a qualidade da lei no quadro da otimização de uma melhor legislação. http://www.polos.ufmg.br/revista/index.php/revista/article/viewFile/31/29
PARLAMENTO PORTUGUES – REGRAS DE LEGÍSTICA A SEREM OBSERVADAS NA ELABORAÇÃO DAS LEIS. http://www.parlamento.pt/arquivodocumentacao/documents/ar_regras_legistica.pdf
ANEXO
LEGISLAÇÃO
LEI COMPLEMENTAR Nº 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998
	
	Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que   o    Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o A elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis obedecerão ao disposto nesta Lei Complementar.
Parágrafo único. As disposições desta Lei Complementar aplicam-se, ainda, às medidas provisórias e demais atos normativos referidos no art. 59 da Constituição Federal, bem como, no que couber, aos decretos e aos demais atos de regulamentação expedidos por órgãos do Poder Executivo.
Art. 2o (VETADO)
§ 1o (VETADO)
§ 2o Na numeração das leis serão observados, ainda, os seguintes critérios:
I - as emendas à Constituição Federal terão sua numeração iniciada a partir da promulgação da Constituição;
II - as leis complementares, as leis ordinárias e as leis delegadas terão numeração seqüencial em continuidade às séries iniciadas em 1946.
CAPÍTULO II
DAS TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO, REDAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS LEIS
Seção I
Da Estruturação das Leis
Art. 3º A lei será estruturada em três partes básicas:
I - parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, o preâmbulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de aplicação das disposições normativas;
II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada;
III - parte final, compreendendo as disposições pertinentes às medidas necessárias à implementação das normas de conteúdo substantivo, às disposições transitórias, se for o caso, a cláusula de vigência e a cláusula de revogação, quando couber.Art. 4º A epígrafe, grafada em caracteres maiúsculos, propiciará identificação numérica singular à lei e será formada pelo título designativo da espécie normativa, pelo número respectivo e pelo ano de promulgação.
Art. 5º A ementa será grafada por meio de caracteres que a realcem e explicitará, de modo conciso e sob a forma de título, o objeto da lei.
Art. 6º O preâmbulo indicará o órgão ou instituição competente para a prática do ato e sua base legal.
Art. 7º O primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação, observados os seguintes princípios:
I - excetuadas as codificações, cada lei tratará de um único objeto;
II - a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão;
III - o âmbito de aplicação da lei será estabelecido de forma tão específica quanto o possibilite o conhecimento técnico ou científico da área respectiva;
IV - o mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei, exceto quando a subseqüente se destine a complementar lei considerada básica, vinculando-se a esta por remissão expressa.
Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.    (Incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’ .    (Incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Art. 9º A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas.    (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Parágrafo único. (VETADO)     (Incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Seção II
Da Articulação e da Redação das Leis
Art. 10. Os textos legais serão articulados com observância dos seguintes princípios:
I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abreviatura "Art.", seguida de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste;
II - os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos, os incisos em alíneas e as alíneas em itens;
III - os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico "§", seguido de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste, utilizando-se, quando existente apenas um, a expressão "parágrafo único" por extenso;
IV - os incisos serão representados por algarismos romanos, as alíneas por letras minúsculas e os itens por algarismos arábicos;
V - o agrupamento de artigos poderá constituir Subseções; o de Subseções, a Seção; o de Seções, o Capítulo; o de Capítulos, o Título; o de Títulos, o Livro e o de Livros, a Parte;
VI - os Capítulos, Títulos, Livros e Partes serão grafados em letras maiúsculas e identificados por algarismos romanos, podendo estas últimas desdobrar-se em Parte Geral e Parte Especial ou ser subdivididas em partes expressas em numeral ordinal, por extenso;
VII - as Subseções e Seções serão identificadas em algarismos romanos, grafadas em letras minúsculas e postas em negrito ou caracteres que as coloquem em realce;
VIII - a composição prevista no inciso V poderá também compreender agrupamentos em Disposições Preliminares, Gerais, Finais ou Transitórias, conforme necessário.
Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica, observadas, para esse propósito, as seguintes normas:
I - para a obtenção de clareza:
a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma versar sobre assunto técnico, hipótese em que se empregará a nomenclatura própria da área em que se esteja legislando;
b) usar frases curtas e concisas;
c) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo, neologismo e adjetivações dispensáveis;
d) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do presente;
e) usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos de caráter estilístico;
II - para a obtenção de precisão:
a) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensão do objetivo da lei e a permitir que seu texto evidencie com clareza o conteúdo e o alcance que o legislador pretende dar à norma;
b) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico;
c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto;
d) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território nacional, evitando o uso de expressões locais ou regionais;
e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu significado;
f) grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número de lei e nos casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto;     (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
g) indicar, expressamente o dispositivo objeto de remissão, em vez de usar as expressões ‘anterior’, ‘seguinte’ ou equivalentes;     (Incluída pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
III - para a obtenção de ordem lógica:
a) reunir sob as categorias de agregação - subseção, seção, capítulo, título e livro - apenas as disposições relacionadas com o objeto da lei;
b) restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único assunto ou princípio;
c) expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por este estabelecida;
d) promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, alíneas e itens.
Seção III
Da Alteração das Leis
Art. 12. A alteração da lei será feita:
I - mediante reprodução integral em novo texto, quando se tratar de alteração considerável;
II – mediante revogação parcial;    (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
III - nos demais casos, por meio de substituição, no próprio texto, do dispositivo alterado, ou acréscimo de dispositivo novo, observadas as seguintes regras:
a) revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
b) é vedada, mesmo quando recomendável, qualquer renumeração de artigos e de unidades superiores ao artigo, referidas no inciso V do art. 10, devendo ser utilizado o mesmo número do artigo ou unidade imediatamente anterior, seguido de letras maiúsculas, em ordem alfabética, tantas quantas forem suficientes para identificar os acréscimos;      (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
c) é vedado o aproveitamento do número de dispositivo revogado, vetado, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal ou de execução suspensa pelo Senado Federal em face de decisão do Supremo Tribunal Federal, devendo a lei alterada manter essa indicação, seguida da expressão ‘revogado’, ‘vetado’, ‘declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal’, ou ‘execução suspensa pelo Senado Federal, na forma do art. 52, X, da Constituição Federal’;     (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
d) é admissível a reordenação interna das unidades em que se desdobra o artigo, identificando-se o artigo assim modificado por alteração de redação, supressão ou acréscimo com as letras ‘NR’ maiúsculas, entre parênteses, uma única vez ao seu final, obedecidas, quando for o caso, as prescrições da alínea "c".      (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Parágrafo único. O termo ‘dispositivo’ mencionado nesta Lei refere-se a artigos, parágrafos, incisos, alíneas ou itens.      (Inciso incluído pela Lei Complementarnº 107, de 26.4.2001)
CAPÍTULO III
DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS E OUTROS ATOS NORMATIVOS
Seção I
Da Consolidação das Leis
Art. 13. As leis federais serão reunidas em codificações e consolidações, integradas por volumes contendo matérias conexas ou afins, constituindo em seu todo a Consolidação da Legislação Federal.   (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
§ 1º A consolidação consistirá na integração de todas as leis pertinentes a determinada matéria num único diploma legal, revogando-se formalmente as leis incorporadas à consolidação, sem modificação do alcance nem interrupção da força normativa dos dispositivos consolidados.     (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
§ 2º Preservando-se o conteúdo normativo original dos dispositivos consolidados, poderão ser feitas as seguintes alterações nos projetos de lei de consolidação: (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
I – introdução de novas divisões do texto legal base;    (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
II – diferente colocação e numeração dos artigos consolidados;    (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
III – fusão de disposições repetitivas ou de valor normativo idêntico;    (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
IV – atualização da denominação de órgãos e entidades da administração pública;    (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
V – atualização de termos antiquados e modos de escrita ultrapassados;    (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
VI – atualização do valor de penas pecuniárias, com base em indexação padrão;     (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
VII – eliminação de ambigüidades decorrentes do mau uso do vernáculo;    (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
VIII – homogeneização terminológica do texto;     (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
IX – supressão de dispositivos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, observada, no que couber, a suspensão pelo Senado Federal de execução de dispositivos, na forma do art. 52, X, da Constituição Federal;     (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
X – indicação de dispositivos não recepcionados pela Constituição Federal;     (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
XI – declaração expressa de revogação de dispositivos implicitamente revogados por leis posteriores.     (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
§ 3º As providências a que se referem os incisos IX, X e XI do § 2o deverão ser expressa e fundadamente justificadas, com indicação precisa das fontes de informação que lhes serviram de base.    (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Art. 14. Para a consolidação de que trata o art. 13 serão observados os seguintes procedimentos:     (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
I – O Poder Executivo ou o Poder Legislativo procederá ao levantamento da legislação federal em vigor e formulará projeto de lei de consolidação de normas que tratem da mesma matéria ou de assuntos a ela vinculados, com a indicação precisa dos diplomas legais expressa ou implicitamente revogados;    (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
II – a apreciação dos projetos de lei de consolidação pelo Poder Legislativo será feita na forma do Regimento Interno de cada uma de suas Casas, em procedimento simplificado, visando a dar celeridade aos trabalhos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
III – revogado.    (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
§ 1º Não serão objeto de consolidação as medidas provisórias ainda não convertidas em lei.     (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
§ 2º A Mesa Diretora do Congresso Nacional, de qualquer de suas Casas e qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional poderá formular projeto de lei de consolidação.     (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
§ 3º Observado o disposto no inciso II do caput, será também admitido projeto de lei de consolidação destinado exclusivamente à:    (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
I – declaração de revogação de leis e dispositivos implicitamente revogados ou cuja eficácia ou validade encontre-se completamente prejudicada;   (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
II – inclusão de dispositivos ou diplomas esparsos em leis preexistentes, revogando-se as disposições assim consolidadas nos mesmos termos do § 1o do art. 13.    (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
§ 4º (VETADO)     (Incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Art. 15. Na primeira sessão legislativa de cada legislatura, a Mesa do Congresso Nacional promoverá a atualização da Consolidação das Leis Federais Brasileiras, incorporando às coletâneas que a integram as emendas constitucionais, leis, decretos legislativos e resoluções promulgadas durante a legislatura imediatamente anterior, ordenados e indexados sistematicamente.
Seção II
Da Consolidação de Outros Atos Normativos
Art. 16. Os órgãos diretamente subordinados à Presidência da República e os Ministérios, assim como as entidades da administração indireta, adotarão, em prazo estabelecido em decreto, as providências necessárias para, observado, no que couber, o procedimento a que se refere o art. 14, ser efetuada a triagem, o exame e a consolidação dos decretos de conteúdo normativo e geral e demais atos normativos inferiores em vigor, vinculados às respectivas áreas de competência, remetendo os textos consolidados à Presidência da República, que os examinará e reunirá em coletâneas, para posterior publicação.
Art. 17. O Poder Executivo, até cento e oitenta dias do início do primeiro ano do mandato presidencial, promoverá a atualização das coletâneas a que se refere o artigo anterior, incorporando aos textos que as integram os decretos e atos de conteúdo normativo e geral editados no último quadriênio.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
 Art. 18. Eventual inexatidão formal de norma elaborada mediante processo legislativo regular não constitui escusa válida para o seu descumprimento.
 Art. 18 - A (VETADO)      (Incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
Art. 19. Esta Lei Complementar entra em vigor no prazo de noventa dias, a partir da data de sua publicação.
Brasília, 26 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Iris Rezende
DECRETO Nº 4.176, DE 28 DE MARÇO DE 2002
	
	Estabelece normas e diretrizes para a elaboração, a redação, a alteração, a consolidação e o encaminhamento ao Presidente da República de projetos de atos normativos de competência dos órgãos do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de 1998,
        DECRETA:
        Objeto e Âmbito de Aplicação
        Art. 1o  Este Decreto estabelece normas e diretrizes para a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação de atos normativos a serem encaminhados ao Presidente da República pelos Ministérios e órgãos da estrutura da Presidência da República.
        Parágrafo único.  Consideram-se atos normativos para efeitos deste Decreto as leis, as medidas provisórias e os decretos.
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES REGULAMENTARES
	Capítulo I
		DA NUMERAÇÃO DOS ATOS NORMATIVOS
        Leis
        Art. 2o  As leis complementares, ordinárias e delegadas terão numeração sequencial em continuidade às séries iniciadas em 1946.
        Medidas Provisórias
        Art. 3o  As medidas provisórias terão numeração sequencial, iniciada a partir da publicação da Emenda Constitucional no 32, de 11 de setembro de 2001.
        Decretos
        Art.4o  Somente os decretos de caráter normativo terão numeração, que se dará sequencialmente em continuidade às séries iniciadas em 1991.
        § 1o  Os decretos pessoais e os de provimento ou de vacância de cargo público serão identificados apenas pela data.
        § 2o  Os demais decretos serão identificados pela data e pela ementa, elaborada na forma do art. 6o.
Capítulo II
DA ELABORAÇÃO, DA ARTICULAÇÃO, DA REDAÇÃO E DA
ALTERAÇÃO DOS ATOS NORMATIVOS
Seção I
Das Regras Gerais de Elaboração
        Estrutura
        Art. 5o  O projeto de ato normativo será estruturado em três partes básicas:
        I - parte preliminar, com a epígrafe, a ementa, o preâmbulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de aplicação das disposições normativas;
        II - parte normativa, com as normas que regulam o objeto definido na parte preliminar; e
        III - parte final, com as disposições sobre medidas necessárias à implementação das normas constantes da parte normativa, as disposições transitórias, se for o caso, a cláusula de vigência e a cláusula de revogação, quando couber.
        Art. 6o  A ementa explicitará, de modo conciso e sob a forma de título, o objeto do ato normativo.
        Objeto e Assunto
        Art. 7o  O primeiro artigo do texto do projeto indicará o objeto e o âmbito de aplicação do ato normativo a ser editado.
        § 1o  O âmbito de aplicação do ato normativo será estabelecido de forma específica, em conformidade com o conhecimento técnico ou científico da área respectiva.
        § 2o  O projeto de ato normativo terá um único objeto, exceto quando se tratar de projeto de codificação.
        § 3o  Os projetos de atos normativos não conterão matéria estranha ao objeto a que visa disciplinar, ou a este não vinculado por afinidade, pertinência ou conexão.
        Art. 8o  Idêntico assunto não será disciplinado por mais de um projeto de ato normativo da mesma espécie, salvo quando um se destinar, por remissão expressa, a complementar o outro, considerado básico.
        Art. 9o  Evitar-se-á projeto de ato normativo de caráter independente quando existir em vigor ato normativo que trate do mesmo assunto.
        Parágrafo único. Na hipótese do caput será preferível a inclusão dos novos dispositivos no texto do ato normativo em vigor.
        Autorização Legislativa
        Art. 10.  O projeto de lei não estabelecerá autorização legislativa pura ou incondicionada.
        Lei Penal
        Art. 11.  O projeto de lei penal manterá a harmonia da legislação em vigor sobre a matéria, mediante:
        I - a compatibilização das novas penas com aquelas já existentes, tendo em vista os bens jurídicos protegidos e a semelhança dos tipos penais descritos; e
        II - a definição clara e objetiva de crimes.
        Parágrafo único.  A formulação de normas penais em branco deverá ser evitada.
        Lei Tributária
        Art. 12.  No projeto de lei ou de medida provisória que institua ou majore tributo, serão observados os princípios da irretroatividade e da anterioridade tributárias, estabelecidos, respectivamente, nas alíneas "a" e "b" do inciso III do art. 150 da Constituição.
        Parágrafo único.  O disposto no caput, quanto ao princípio da anterioridade tributária, não se aplicará aos projetos que visem à majoração dos impostos previstos nos arts. 153 incisos I, II, IV e V e 154, inciso II da constituição.
        Art. 13.  No projeto de lei ou de medida provisória que institua ou majore contribuição social, incluir-se-á dispositivo com a previsão de cobrança do tributo somente após noventa dias da data da publicação do ato normativo.
        Art. 14.  No projeto de lei ou de medida provisória que institua ou majore taxa, o valor do tributo deverá ser proporcional ao custo do serviço público prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
        Lei Processual
        Art. 15.  As manifestações da Advocacia-Geral da União serão obrigatórias quando se tratar de projeto de lei processual.
        Regulamentação de Lei ou de Medida Provisória
        Art. 16.  Os projetos de atos normativos regulamentares não estabelecerão normas que ampliem ou reduzam o âmbito de aplicação da lei ou da medida provisória a ser regulamentada ou que sejam estranhas ao seu objeto.
        Decreto Autônomo
        Art. 17.  Serão disciplinadas exclusivamente por decretos as matérias sobre:
        I - extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; e
        II - organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
        § 1o  O projeto de decreto que dispuser sobre extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos, não disciplinará nenhuma outra matéria.
        § 2o  O projeto de decreto que tratar da matéria referida no inciso II do caput não deverá regulamentar disposições de lei ou de medida provisória.
        § 3o  Quando impossível ou inconveniente a observância do disposto no § 2o, os dispositivos que tratam da matéria referida no inciso II do caput serão separados daqueles que têm natureza regulamentar e agrupados por meio de especificação temática do seu conteúdo.
        Remissão a Normas
        Art. 18.  A remissão a normas de outros atos normativos far-se-á, de preferência, mediante explicitação mínima de seu conteúdo e não apenas por meio da citação do dispositivo.
        Vigência e Contagem de Prazo
        Art. 19.  O texto do projeto indicará de forma expressa a vigência do ato normativo.
        § 1o  A cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" somente será utilizada nos projetos de ato normativo de menor repercussão.
        § 2o  Nos projetos de ato normativo de maior repercussão, será:
        I - estabelecido período de vacância razoável para que deles se tenha amplo conhecimento; e
        II - utilizada a cláusula "esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial".
        Art. 20.  A contagem do prazo para entrada em vigor dos atos normativos que estabeleçam período de vacância far-se-á incluindo a data da publicação e o último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.
        Cláusula de Revogação
        Art. 21.  A cláusula de revogação relacionará, de forma expressa, todas as disposições que serão revogadas com a entrada em vigor do ato normativo proposto.
Seção II
Da Articulação
        Art. 22.  Os textos dos projetos de ato normativo observarão as seguintes regras:
        I - a unidade básica de articulação é o artigo, indicado pela abreviatura "Art.", seguida de numeração ordinal até o nono e     cardinal, acompanhada de ponto, a partir do décimo;
        II - a numeração do artigo é separada do texto por dois espaços em branco, sem traços ou outros sinais;
        III - o texto do artigo inicia-se com letra maiúscula e termina com ponto ou, nos casos em que se desdobrar em incisos, com dois-pontos;
        IV - o artigo desdobra-se em parágrafos ou em incisos e o parágrafo, em incisos;
        V - o parágrafo único de artigo é indicado pela expressão "Parágrafo único", seguida de ponto e separada do texto normativo por dois espaços em branco;
        VI - os parágrafos de artigo são indicados pelo símbolo "§", seguido de numeração ordinal até o nono e cardinal, acompanhada de ponto, a partir do décimo;
        VII - a numeração do parágrafo é separada do texto por dois espaços em branco, sem traços ou outros sinais;
        VIII - o texto do parágrafo único e dos parágrafos inicia-se com letra maiúscula e termina com ponto ou, nos casos em que se desdobrar em incisos, com dois-pontos;
        IX - os incisos são indicados por algarismos romanos seguidos de hífen, o qual é separado do algarismo e do texto por um espaço em branco;
        X - o texto do inciso inicia-se com letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio, e termina com:
        a) ponto-e-vírgula;
        b) dois pontos, quando se desdobrar em alíneas; ou
        c) ponto, caso seja o último;
        XI - oinciso desdobra-se em alíneas, indicadas com letra minúscula seguindo o alfabeto e acompanhada de parêntese, separado do texto por um espaço em branco;
        XII - o texto da alínea inicia-se com letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio, e termina com:
        a) ponto-e-vírgula;
        b) dois pontos, quando se desdobrar em itens; ou
        c) ponto, caso seja a última e anteceda artigo ou parágrafo;
        XIII - a alínea desdobra-se em itens, indicados por algarismos arábicos, seguidos de ponto e separados do texto por um espaço em branco;
        XIV - o texto do item inicia-se com letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio, e termina com:
        a) ponto-e-vírgula; ou
        b) ponto, caso seja o último e anteceda artigo ou parágrafo;
        XV - o agrupamento de artigos pode constituir subseção; o de subseções, seção; o de seções, capítulo; o de capítulos, título; o de títulos, livro; e o de livros, parte;
        XVI - os capítulos, os títulos, os livros e as partes são grafados em letras maiúsculas e identificados por algarismos romanos;
        XVII - a parte pode subdividir-se em parte geral e parte especial, ou em partes expressas em numeral ordinal, por extenso;
        XVIII - as subseções e seções são indicadas por algarismos romanos, grafadas em letras minúsculas e postas em negrito;
        XIX - os agrupamentos referidos no inciso XV podem também ser subdivididos em "Disposições Preliminares", "Disposições Gerais", "Disposições Finais" e "Disposições Transitórias";
        XX - utiliza-se um espaço simples entre capítulos, seções, artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens;
        XXI - o texto deve ter dezoito centímetros de largura, com margem esquerda de dois centímetros e direita de um, ser digitado em "Times New Roman", corpo 12, em papel de tamanho A4 (vinte e nove centímetros e quatro milímetros por vinte e um centímetros);
        XXII - as palavras e as expressões em latim ou em outras línguas estrangeiras são grafadas em negrito;
        XXIII - a epígrafe, formada pelo título designativo da espécie normativa e pela data de promulgação, é grafada em letras maiúsculas, sem negrito, de forma centralizada; e
        XXIV - a ementa é alinhada à direita, com nove centímetros de largura.
Seção III
Da Redação
        Art. 23.  As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica, observado o seguinte:
        I - para a obtenção da clareza:
        a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma versar sobre assunto técnico, hipótese em que se pode empregar a nomenclatura própria da área em que se está legislando;
        b) usar frases curtas e concisas;
        c) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo, neologismo e adjetivações dispensáveis;
        d) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, de preferência o tempo presente ou o futuro simples do presente; e
        e) usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos de caráter estilístico;
        II - para a obtenção da precisão:
        a) articular a linguagem, técnica ou comum, com clareza, de modo que permita perfeita compreensão do objetivo, do conteúdo e do alcance do ato normativo;
        b) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico;
        c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto;
        d) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território nacional, evitando o uso de expressões locais ou regionais;
        e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu significado;
        f) indicar, expressamente, o dispositivo objeto de remissão, por meio do emprego da abreviatura "art." seguida do correspondente número, ordinal ou cardinal;
        g) utilizar as conjunções "e" ou "ou" no penúltimo inciso, alínea ou item, conforme a seqüência de dispositivos seja, respectivamente, cumulativa ou disjuntiva;
        h) grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número de ato normativo e casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto;
        i) expressar valores monetários em algarismos arábicos, seguidos de sua indicação por extenso, entre parênteses;
        j) empregar nas datas as seguintes formas:
        1. 4 de março de 1998 e não 04 de março de 1998; e
        2. 1o de maio de 1998 e não 1 de maio de 1998;
        l) grafar a remissão aos atos normativos das seguintes formas:
        1. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, na ementa, no preâmbulo, na primeira remissão e na cláusula de revogação; e
        2. Lei no 8.112, de 1990, nos demais casos; e
        m) grafar a indicação do ano sem o ponto entre as casas do milhar e da centena;
        III - para a obtenção da ordem lógica:
        a) reunir sob as categorias de agregação – subseção, seção, capítulo, título e livro – apenas as disposições relacionadas com a matéria nelas especificada;
        b) restringir o conteúdo de cada artigo a um único assunto ou princípio;
        c) expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por este estabelecida; e
        d) promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, das alíneas e dos itens.
Seção IV
Da Alteração
        Art. 24.  A alteração de atos normativos far-se-á mediante:
        I - reprodução integral em um só texto, quando se tratar de alteração considerável;
        II - revogação parcial; ou
        III - substituição, supressão ou acréscimo de dispositivo.
        Parágrafo único.  Nas hipóteses do inciso III, serão observadas as seguintes regras:
        I - a numeração dos dispositivos alterados não pode ser modificada;
        II - é vedada toda renumeração de artigos e de unidades superiores a artigo, referidas no inciso XV do art. 22, devendo ser utilizados, separados por hífen, o número do artigo ou da unidade imediatamente anterior e as letras maiúsculas, em ordem alfabética, tantas quantas forem necessárias para identificar os acréscimos;
        III - é permitida a renumeração de parágrafos, incisos, alíneas e itens, desde que seja inconveniente o acréscimo da nova unidade ao final da seqüência;
        IV - é vedado o aproveitamento de número ou de letra de dispositivo revogado, vetado, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal ou cuja execução tenha sido suspensa pelo Senado Federal com fundamento no art. 52, inciso X, da Constituição;
        V - nas publicações subseqüentes do texto integral do ato normativo, o número ou a letra de dispositivo revogado, vetado, declarado inconstitucional ou cuja execução tenha sido suspensa devem ser acompanhados tão-somente das expressões "revogado", "vetado", "declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal", ou "execução suspensa pelo Senado Federal, na forma do art. 52, X, da Constituição Federal";
        VI - nas hipóteses do inciso V, devem ser inseridas na publicação notas de rodapé explicitando o dispositivo e a lei de revogação, a mensagem de veto do Presidente da República, a decisão declaratória de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Tribunal Federal ou a resolução de suspensão da execução do dispositivo editada pelo Senado Federal; e
        VII - o artigo com alteração de redação, supressão ou acréscimo no caput ou em seus desdobramentos deve ser identificado, somente ao final da última unidade, com as letras "NR" maiúsculas, entre parênteses.
        Art. 25.  O projeto que alterar significativamente ato normativo existente conterá, ao final de seu texto, artigo determinando a republicação do ato normativo alterado, com as modificações nele realizadas desde a sua entrada em vigor.
Capítulo III
DA CONSOLIDAÇÃO DOS ATOS

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