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FURB UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL DARIEL SOARES XAVIER ANÁLISE DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO NO PROCESSO DE DESMEMBRAMENTO RURAL E URBANO CONFORME A LEGISLAÇÃO VIGENTE BLUMENAU 2018 DARIEL SOARES XAVIER ANÁLISE DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO NO PROCESSO DE DESMEMBRAMENTO RURAL E URBANO CONFORME A LEGISLAÇÃO VIGENTE Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil do Centro Tecnológico, da Universidade Regional de Blumenau, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharelado em Engenharia Civil Prof. José Agnaldo da Silva – Orientador BLUMENAU 2018 DARIEL SOARES XAVIER ANÁLISE DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO NO PROCESSO DE DESMEMBRAMENTO RURAL E URBANO CONFORME A LEGISLAÇÃO VIGENTE Trabalho de Conclusão de Curso aprovada para obtenção do grau de Bacharelado em Engenheiro Civil, pela Banca examinadora formada por: Aprovado em: ___/___/_____ _____________________________________________________ Presidente: Prof. José Agnaldo da Silva, Especialista - Orientador. FURB _____________________________________________________ Membro: Prof. Emerson Lubitz, Mestrado, FURB ____________________________________________________ Membro: Prof. Nilton Speranzini, Especialista, FURB AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus em primeiro lugar, pois sem ele, não teria chegado até aqui. Agradeço a minha mãe por toda sua compreensão, carinho e bondade, por ser dona do maior coração que eu conheço. Ao meu pai, agradeço a oportunidade de estar aqui, cursando Engenharia Civil, de ser um exemplo de homem, pai, filho e profissional. Agradeço aos dois, pela educação que me deram e por me ensinarem ser quem sou. Tenho muito orgulho de ser filho de vocês, aos meus dois irmãos e irmã por serem parceiros e amigos durante a caminhada da vida. Agradeço a todos os meus amigos, que fazem minha vida mais alegre e leve. Aos que me acompanham já antes do ingresso na faculdade e aos que tive o prazer de conhecer durante o curso. Agradeço por todos os momentos compartilhados, sejam os de aula, estudo, dificuldades, divertimentos e descontrações. Grandes momentos de crescimento pessoal e/ou profissional. Agradeço ao meu amor, Julia, por estar sempre ao meu lado, dando-me forças e me mostrando o quanto sou capaz e toda a sua família, que de certa forma são a minha família também. Ainda agradeço а todos os professores por me proporcionarem о conhecimento não apenas racional, mas а manifestação de caráter no processo de formação profissional, por tanto que se dedicaram, não somente por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito obrigado! RESUMO Orientador: Prof. José Agnaldo da silva Defesa: 17/07/2018 às 14:10 horas, campus II, FURB, Blumenau. Parcelamento do solo é um dos principais fatores para o desenvolvimento urbano e rural tendo um controle e adequação de cada área a uma determinada função, podendo ser feito de duas maneiras, loteamento ou desmembramento. O procedimento é de caráter administrativo e qualquer pessoa que tenha este conhecimento pode realiza-lo, desde que tenha posse do levantamento georreferenciado e ART, memorial descritivo assinados por um profissional habilitado. Loteamento necessita da abertura de novos logradouros e construção de infraestruturas básicas e desmembramento não, utiliza as já existentes. Para fins de melhor ordenamento e organização existem leis, decretos e parâmetros a serem seguidos, para áreas urbanas tem leis federais, estaduais e municipais, já para rurais fica sob responsabilidade do INCRA para definir os parâmetros como o módulo rural onde é definido uma área mínima produtiva para cada região. As leis têm seus parâmetros básicos a serem seguidos, porém tem outros códigos a serem analisados, sempre utilizando os mais exigentes como o Código Florestal que requer faixa maior de APP em relação as leis. Outro aspecto muito importante onde deve ser tomado muita atenção é na hora de elaboração do levantamento georreferenciado, para terrenos situados no perímetro urbano se pede uma determinada precisão que é diferente dos terrenos rurais. Nem sempre quando um terreno se encontra dentro do perímetro urbano é considerado urbano, para ser feito o processo de desmembramento o que define isso é a utilização e destinação desta área. Palavras-chave: Parcelamento do solo. Desmembramento. Loteamento. Administrativo. Georreferenciado. ABSTRACT Advisor: José Agnaldo da silva Defense: 07/17/2018 at 2:10 pm, campus II, FURB, Blumenau. Land parceling is one of the main factors for urban and rural development having a control and adaptation of each area to a specific function, which can be done in two ways, allotment or dismemberment. This procedure is of an administrative nature and any person who has this knowledge can do it, as long as he has the geo-referenced survey and ART, a descriptive memo signed by a qualified professional. Allotment requires the opening of new sites and construction of basic infrastructure and unbundling, not using existing ones. For better planning and organization purposes there are laws, decrees and parameters to be followed, for urban areas there are federal, state and municipal laws, for rural areas is under the responsibility of INCRA to define the parameters as the rural module where a minimum productive area is defined for each region. The laws have their basic parameters to be followed, but there are other codes to be analyzed always using the more demanding ones such as the Forest Code that requires a greater range of APP in relation to the laws. Another very important aspect where much attention should be paid is at the time of preparing the geo- referenced survey, for lands located in the urban perimeter if one asks for a certain precision that is different from the rural lands. Not always when a land is within the urban perimeter is considered urban to be done the process of dismemberment what defines this is the use and destination of this area. Keywords: Land parceling. Dismemberment. Allotment. Administrative. geo-referenced LISTA DE FIGURAS Figura 1- Erro posicional esférico ............................................................................................ 36 Figura 2– Precisão e Acurácia .................................................................................................. 36 Figura 3- Controle das Estações e Poligonal ............................................................................ 42 Figura 4- Controle de Precisão da Poligonal com P41 e E09 ................................................... 43 Figura 5- Rio Benedito e APP .................................................................................................. 45 Figura 6- Distribuição dos Lotes Terreno 01 e Amarração ...................................................... 45 Figura 7- Distribuição dos Lotes Terreno 02 ........................................................................... 46 Figura 8- Mapa Geral Rua Apucarana ...................................................................................... 48 Figura 9- Precisão esperada para um levantamento estático (metros)...................................... 49 Figura 10- Dados do Processamento da Base ........................................................................... 50 Figura 11- Coordenadas SIRGAS ............................................................................................50 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Coordenadas das Estações da Poligonal ................................................................... 42 Tabela 2- Parâmetros de Controle e Compensados .................................................................. 43 Tabela 3- Coordenadas dos Pontos levantados......................................................................... 48 Tabela 4- Quadro das Áreas e Módulo fiscal ........................................................................... 51 Tabela 5- Cálculo do Custo/m² ................................................................................................. 51 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APP – Área de Preservação Permanente INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária CCIR – Certificado de Cadastro de Imóvel Rural DAP – Declaração de Aptidão ao Pronaf ZR1 – Zona Residencial 1 ABNT – Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ART – Anotação de Responsabilidade Técnica RRT – Registro de Responsabilidade Técnica NTGIR – Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais SGB – Sistema Geodésico Brasileiro SIRGAS – Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas UTM – Universal Transversa de Mercator RTK – Real Time Kinematic GNSS – Global Navigation Satellite System E01 – Estação 01 ha – Hectare m – metros m² - metros quadrados cm – centímetros mm – milímetros SUMÁRIO 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................... 12 1.1 PROBLEMA .................................................................................................................... 13 1.2 HIPÓTESE ....................................................................................................................... 13 1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 13 1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 13 1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 13 1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 14 1.5 ESTRUTURAÇÃO .......................................................................................................... 15 2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 16 2.1 PARCELAMENTO DO SOLO ....................................................................................... 16 2.1.1 PROCEDIMENTO DE REGISTRO DO PARCELAMENTO .................................. 18 2.2 LOTEAMENTO .............................................................................................................. 19 2.2.1 Loteamentos especiais ................................................................................................ 20 2.3 DESMEMBRAMENTO .................................................................................................. 21 2.3.1 Desmembramento rural ............................................................................................... 22 2.3.2 Parcelamento de área inferior a fração mínima .......................................................... 24 2.3.2.1 Possibilidade de desmembramento abaixo da fração mínima ................................. 25 2.4 LEGISLAÇÃO E NORMAS APLICÁVEIS ................................................................... 26 2.4.1 Lei Federal 6.766 de 1979 – parcelamento do solo urbano .......................................... 26 2.4.2 Lei estadual 6.063 de 1982 – parcelamento do solo urbano ......................................... 29 2.4.3 Lei municipal de timbó nº 483, de 26 de dezembro de 2016 ...................................... 32 2.4.4 Decreto Federal nº 9.310, de 15 de março de 2018 ....................................................... 35 2.4.5 Norma técnica para georreferenciamento de imóveis rurais Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001 ................................................................................................................................... 37 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 39 4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................. 40 4.1 LEVANTAMENTO URBANO ....................................................................................... 40 4.1.1 Rua Marechal Floriano Peixoto .................................................................................. 40 4.1.2 Rua Apucarana .............................................................................................................. 46 4.2 LEVANTAMENTO RURAL .......................................................................................... 49 4.3 COMPARATIVO DO CUSTO DO m² COM CADA EQUIPAMENTO ....................... 51 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 52 12 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS O parcelamento de solo urbano, refere-se à Política Urbana e é tratado pela primeira vez por texto constitucional na Carta Magna de 1988, presente no inciso VIII do artigo 30, embora só haja previsão constitucional em 1988, já em 1979 surgiu a Lei n.º 6.766 (19 de dezembro de 1979) dispondo sobre o parcelamento do solo urbano, onde a Constituição Federal de 1988 atribui competência aos municípios para promover no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso do parcelamento e da ocupação do solo urbano. Diante do exposto, pode-se concluir que a competência para legislar sobre normas gerais é federal ou estadual, mas somente por lei municipal (Plano Diretor) será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica. Leis que regem o parcelamento do solo têm uma grande importância relacionado a preocupação com crescimento e organização do espaço urbano, tendo um controle das disposições urbanísticas sobre aberturas de ruas, localização de indústrias e poluição, sendo necessário estes padrões. Dentre as leis urbanísticas, a Lei Federal 6.766/79 se destaca, por ser uma lei de abrangência nacional que dispões sobre o parcelamento do solo urbano e pelo estabelecimento de normas e parâmetros que vieram a nortear e determinar as novas posturas nas legislações estaduais e municipais, já que as leis municipais não podem se opor as leis estaduais e consequentemente as federais respeitando a abrangência territorial das respectivas competências. Já para imóveis rurais o órgão que fica responsável para controle do parcelamento é o INCRA, basicamente temos dois conceitos para os imóveis rurais sendo a primeira uma unidade econômica rural onde é definido o módulo rural definindo uma área mínima produtiva e a segunda para o registro, matricula, ou seja, propriedade imobiliária. Para o levantamento georreferenciado rural o INCRA disponibiliza a Norma técnica já estando na sua 3º (terceira) edição, contendo orientações sobre como proceder e descrição dos limites, ou seja, o que medir e a precisão aplicada em cada ponto de divisa ou matas e córregos. Portanto, este estudo tem por objetivo fazer uma análise sobre as leis que influenciam no parcelamento do solo dentro do perímetro urbanoe rural utilizando casos reais, assim auxiliando na capacitação e/ou que complemento para recém-formados que queiram atuar na área abordada, além de mostrar uma área de atuação que ainda é pouco elencada na engenharia civil, afim de nos abrir mais uma porta de entrada para o mercado de trabalho. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10714104/inciso-viii-do-artigo-30-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637721/artigo-30-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109566/lei-lehmann-lei-6766-79 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 13 1.1 PROBLEMA Considerando a demanda de profissionais qualificados nesta área e sua complexidade em questões mais burocráticas, sabendo que o engenheiro civil tem competência para realização deste serviço, porém sai da graduação com pouco conhecimento prático, fora da sala de aula. Desta forma, após a conclusão do curso aparecem vários questionamentos, como: onde procurar mais informações? Como proceder em cada caso? Sendo então, notável a necessidade de abordar esse tema e fazer um estudo de caso comparativo entre três situações. 1.2 HIPÓTESE A desmitificação de limitação de atuação do engenheiro civil, somente a parte técnica, sendo ele, legalmente habilitado a fazer também, a parte processual e burocrática do desmembramento. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo geral Análise do processo de desmembramento e levantamento topográfico de área urbana e rural e suas peculiaridades. 1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Analise de leis e normas especificas para o Parcelamento do Solo em áreas Urbanos e Rurais; Analisar precisão requerida para cada situação conforme dispositivos legais; Indicar método de levantamento para cada caso de forma a atender as precisões exigidas; Comparar o tempo gasto em campo e custo do levantamento por m² de acordo com cada método utilizado; 14 1.4 JUSTIFICATIVA O parcelamento do solo é um dos itens mais importantes para o desenvolvimento e controle dos centros urbanos, fazendo a separação de glebas em lotes para melhor aproveitamento e implantação de infraestrutura. O desenvolvimento urbano pode ser dado pelo crescimento vertical com a construção de edifícios e horizontal com a criação de novas áreas urbanas como loteamos/desmembramentos. Existem várias leis para ter esse controle, sendo elas: Lei Federal, Estadual, e a Municipal mais conhecida como Plano Diretor. Tem-se como base a Lei Federal, que se sobrepõem em relação a estadual e municipal. No contexto e na problemática do fenômeno da urbanização, o parcelamento do solo é hoje um dos itens de mais relevância, tanto sob o aspecto técnico quanto jurídico, no que se refere ao ordenamento da cidade, principalmente na organização espacial de novas áreas urbanas, utilizando a forma de loteamento ou desmembramento. Assim, o parcelamento do solo, em conformidade com a leis existentes proporcionam a sustentação das atividades que serão desempenhadas nessas novas áreas, devendo permitir o pleno desenvolvimento da população ali residente e integrar-se adequadamente à estrutura existente. 15 1.5 ESTRUTURAÇÃO Composto por cinco capítulos distribuídos da seguinte maneira: o capítulo primeiro introduz a pesquisa com as considerações iniciais, tendo como subtópicos o problema, a hipótese, os objetivos gerais e específicos, a justificativa do tema e a estruturação. No capítulo segundo será desenvolvida a fundamentação teórica com base nas leis e decretos que regem o parcelamento do solo, com subtópicos que abordam as exigências de cada uma, possibilidades de desmembramentos especiais ou abaixo das frações mínimas, diferença entre desmembramento urbano e rural, códigos florestais que delimitam área mínima de APP ou faixa não edificada e precisão exigida nos levantamentos. O terceiro capítulo apresentará a metodologia para a execução deste trabalho. O desenvolvimento é referenciado no quarto capítulo, onde caracteriza um estudo de caso sobre três situações distintas, duas dentro do perímetro urbano e uma rural. Por fim, o quinto capítulo relatará as considerações finais, uma análise sobre todo o trabalho e as observações do autor. Em sequência, as referências utilizadas para a construção deste estudo. 16 2 REVISÃO DE LITERATURA A Revisão Literária foi feita com base na legislação Federal, Estadual e Municipal sobre Parcelamento do Solo e os comentários complementares foram feitos pelo autor com contribuição de outros profissionais da área, através de depoimentos. 2.1 PARCELAMENTO DO SOLO O parcelamento do solo tem como objetivo atender a necessidade de desenvolvimento de diferentes atividades urbanas e rurais, com a concentração equilibrada dessas atividades e de pessoas no município, estimulando e orientando o desenvolvimento e o controle do uso e aproveitamento do solo. Ordenar o espaço destinado a habitação, como por exemplo a urbanificação de uma gleba, mediante sua divisão ou redivisão em parcelas destinadas ao exercício das funções elementares urbanísticos, dentro dos ditames legais. [...] as áreas destinadas a sistema de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. (Alteração da Lei 6.766/79, pela Lei nº 9.9.785/99) A partir de 1º de fevereiro de 1999, quando iniciou a vigência da Lei 9.785/99, os municípios podem exigir, por lei, o percentual que entenderem, bem como determinar as áreas mínimas e máximas dos lotes, e os coeficientes máximos de aproveitamento. Não será aprovado o parcelamento do solo para fins urbanos ou de expansão urbana, conforme Lei Federal n º 6.766/79 no seu parágrafo único do art. 3º e da Lei nº 6.063 de 24 de maio de 1982, as proibições são assim elencadas: I. Em terrenos alagadiços ou sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; II. Em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública em que sejam previamente saneados; 17 III. Em terreno com declividade igual ou superior de 30% (trinta por cento) IV. Em terreno onde as condições geológicas e topográficas desaconselhem a edificação V. Em área de proteção especial, definidas na legislação, e naquelas onde o parcelamento do solo passa causar danos relevantes à flora, fauna e outros recursos naturais. VI. Em áreas onde as condições ambientais ultrapassem os limites máximos dos padrões de qualidade ambiental ou onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis. Assim, a implantação do parcelamento do solo para fins urbanos, deve atender os termos das Lei federal 6.766/79, com as alterações advindas da Lei 9.785/99 e, também, à legislação municipal respectiva, isso quando estiver localizada em zona urbana ou extensão urbana, seguindo sempre a mesma sequência a ser analisada pela Lei Federal, Lei estadual e depois a Legislação Municipal. No caso de parcelamento de imóveis rurais para fins urbanos ou de expansão urbana, atendemos os termos do Decreto-Lei 58/37 e também à Instrução nº 17-b do INCRA, que dispõe sobre o parcelamento de imóveis rurais para fins urbanos ou de expansão urbana e outras modalidades de parcelamentosrurais. Sendo que o parcelamento se divide em: - Loteamento: tem necessidade de abertura, modificação ou ampliação de logradouros públicos na área - Desmembramento: aproveita o sistema viário existente, caso este que iremos trabalhar. [...] Art. 2º - O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e das legislações estaduais e municipais pertinentes. (Lei nº 6.766/79) 18 2.1.1 PROCEDIMENTO DE REGISTRO DO PARCELAMENTO O procedimento de registro do parcelamento do solo urbano tem a natureza administrativa, mas pode comportar uma fase jurisdicional. Geralmente, todos os requerimentos, documentos, exames e atos, estão atrelados a um procedimento administrativo que tramita perante o registro de imóveis competente, onde ficarão arquivados os respectivos autos depois de registrado o loteamento ou desmembramento. A natureza desse processo é administrativa, porém não se exclui a possibilidade de ocorrência de conflitos de interesses que acontece quando há impugnação do registro pretendido, nestes casos a solução será um processo jurisdicional, ou seja, não administrativo, como disposto no art. 19 e parágrafos da Lei 6.766/79. Em resumo, este processo tem duas fases, a primeira administrativa, que é necessária e a segunda é jurisdicional, que é eventual. Na esfera da legalidade, a aprovação pela Prefeitura está para o início das obras de infraestrutura básica, assim como o registro está para as vendas. O registro atua como ponto final da amarração do parcelamento, os lotes passam a existir autônoma e distintamente, também a separação das vias públicas e demais espaços livres, que nos termos do art. 22, da Lei nº 6.766/79, passam a integrar o domínio do município. O registro será procedido após intervalo de 15 dias, necessariamente decorrente da última publicação do edital do pedido de registro em 03 (três) dias consecutivos no Diário Oficial do Estado e num dos jornais de circulação diária, se na capital, ou um dos jornais locais, se no interior. Sendo aprovado o projeto de loteamento ou desmembramento, o responsável deverá realizar o registro imobiliário tendo um prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sob a pena de caducidade da aprovação, deverá entregar os seguintes documentos: I. Título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula, ressalvado o disposto nos §4º e §5º. II. Histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vinte) anos, acompanhados dos respectivos comprovantes; III. Certidões negativas: a) De tributos federais, estaduais e municipais sobre o imóvel; 19 b) De ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos; c) De ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a Administração Pública; IV. Certidões a) Dos cartórios de protesto de títulos, em nome do loteador, pelo período de 10(dez) anos; b) De ações pessoais relativas ao loteado, pelo período de 10(dez) anos; c) De ônus reais relativos ao imóvel; d) De ações penais contra o loteador, pelo período de 10(dez) anos; V. Cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de verificação pela Prefeitura Municipal ou pelo distrito federal, da execução das obras exigidas por legislação municipal que incluirão, no mínima, a execução das vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou da aprovação de um cronograma, com a duração máxima de quatro anos, acompanhado de competente instrumento de garantia para a execução das obras; VI. Exemplar do contrato padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de promessa de cessão, do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta Lei; VII. Declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento. (Art. 18, da Lei nº 6.766/79) 2.2 LOTEAMENTO É a primeira forma prevista na legislação de parcelamento do solo urbano. Dando sequência às definições, a Lei nº 6.766/79 esclarece o que entende por loteamento que do seu conceito: [...] Art. 2º, § 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. (Lei nº 6.766/79) As vezes pode ocorrer o reloteamento, que nada mais é do que o parcelamento do solo resultante de loteamento ou desmembramento já aprovado, com abertura de novas vias de circulação. Também pode ser entendido com uma divisão de uma gleba maior, separando em 20 lotes ou áreas públicas, terrenos servidos de estruturas básicas, cujas as dimensões são conhecidas e dentro das exigências da prefeitura ou Lei Estadual caso ainda não se tenha plano diretor a ser seguido. Se entende por gleba, terra crua, que nunca tenha sido submetida a um processo de parcelamento do solo sob a vigência da Lei. Seguindo esse sentido, quando a gleba adequada as leis brasileiras e regionais, atendendo as todos os requisitos e conformidades exigidas pelo plano diretor do município onde se encontra, esta passa a ser chamada de lote. Loteamentos só serão considerados legais, quando a planta e o projeto forem previamente aprovados pela Prefeitura Municipal, obedecida a legislação pertinente. Após a aprovação o loteamento deve ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis competente. A execução das obras de infraestrutura se dará segundo a respectiva aprovação. 2.2.1 Loteamentos especiais Também conhecido como “loteamento fechado”, está sendo um dos sistemas mais utilizados atualmente, por causa da insegurança em que a sociedade se encontra, visando garantir sua segurança e descongestionar as grandes cidades. O loteamento especial visa o fechamento de vias, construção de muros e instalação de guaritas, permitindo tão somente a entrada de moradores e pessoas autorizadas, por isso dando uma maior sensação de segurança para seus moradores. O que os diferencia dos loteamentos comuns são as vias que não são de uso comum do povo, sendo exclusivo apenas a utilização de seus moradores, contrariando as disposições especificadas pela Lei nº 6.766/79. Assim sendo classificados como CONDOMÍNIOS URBANOS, seguindo a Lei nº 4.591 de 1964, onde prevê que no mesmo imóvel podem existir edificações ou conjuntos de edificações de um ou mais pavimentos, sendo isoladas entre si para fins residenciais ou não. Art. 8º Quando, em terreno onde não houver edificação, o proprietário, o promitente comprador, o cessionário deste ou o promitente cessionário sobre ele desejar erigir mais de uma edificação, observar-se-á também o seguinte: a) em relação às unidades autônomas que se constituírem em casas térreas ou assobradadas, será discriminada a parte do terreno ocupada pela edificação e também aquela eventualmente reservada como de utilização exclusiva dessas casas, como jardim e quintal, bem assim a fração ideal do todo do terreno e 21 de partes comuns, que corresponderá às unidades; b) em relação às unidades autônomas que constituírem edifícios de dois ou mais pavimentos, será discriminada a parte do terreno ocupada pela edificação, aquela que eventualmente for reservada como de utilização exclusiva, correspondente às unidades do edifício, e ainda a fração ideal do todo do terreno e de partes comuns, que corresponderá a cada uma das unidades; c) serão discriminadas as partes do total do terreno que poderão ser utilizadas em comum pelos titulares de direito sobre os vários tipos de unidades autônomas; d) serão discriminadas as áreas que se constituírem em passagem comum para as vias públicas ou para as unidades entre si. (LEI FEDERAL Nº 4.591 DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964) 2.3 DESMEMBRAMENTO Desmembramento é a segundaforma prevista na legislação do parcelamento do solo, e significa o parcelamento do solo da terra em lotes, não sendo necessário à abertura de logradouros. Trata-se de uma espécie de parcelamento do solo urbano. Aí já se pode entrever alguma diferença entre os institutos destinados ao parcelamento do solo urbano. [...] a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificações ou ampliações dos já existentes (LEI FEDERAL, 6.766, BRASIL, 1979) Mais facilmente identificado porque é a divisão de uma gleba ou lote, não precisando de abertura de novas ruas ou estruturas, utilizando as já existentes. Um dos benefícios desse processo é o controle do crescimento dos centros urbanos, pois, foram estabelecidas fases distintas para processos de elaboração do parcelamento do solo, fases de projetos, aprovação, registro e execução, buscando diminuir a abertura de loteamentos irregulares contribuindo para a segurança dos adquirentes dos lotes. 22 Os desmembramentos são irregulares ou clandestinos quando o poder público competente não tem conhecimento de sua existência ou quando o processo é indeferido na análise e mesmo assim é executado, causando vários problemas, dentre eles o saneamento básico, não tendo um controle para fazer a coleta do esgoto prejudicando o Meio Ambiente e consequentemente prejudicando a saúde de seus moradores. 2.3.1 Desmembramento rural Imóvel rural, segundo a legislação agrária, é a área formada por uma ou mais matrículas de terras continuas, do mesmo titular (proprietário ou posseiro), localizada tanto na zona rural quanto urbana do município. O que caracteriza é a sua destinação agrícola, pecuária, extrativista vegetal, florestal ou agroindustrial. Da mesma forma pode acontecer ao contrário, ou seja, um imóvel situado na área rural, que não possua finalidade agropecuária, não se caracteriza como um imóvel rural. Outro exemplo é quando ocorre a descaracterização do imóvel rural, que é quando o imóvel está inserido no perímetro urbano e perdeu sua destinação agropecuária. Então o cadastro do imóvel no Sistema Nacional de Cadastro Rural deve ser cancelado, sendo obrigatoriamente informado ao cartório de registro de imóveis, alterando assim sua descrição da matrícula de rural para urbano. Art. 4º Para os efeitos desta Lei, definem-se: I - "Imóvel Rural", o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, quer através de planos públicos de valorização, quer através de iniciativa privada; II - "Propriedade Familiar", o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros; III - "Módulo Rural", a área fixada nos termos do inciso anterior; IV - "Minifúndio", o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar; V - "Latifúndio", o imóvel rural que: 23 a) exceda a dimensão máxima fixada na forma do artigo 46, § 1°, alínea b, desta Lei, tendo-se em vista as condições ecológicas, sistemas agrícolas regionais e o fim a que se destine; b) não excedendo o limite referido na alínea anterior, e tendo área igual ou superior à dimensão do módulo de propriedade rural, seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja, deficiente ou inadequadamente explorado, de modo a vedar-lhe a inclusão no conceito de empresa rural; (LEI FEDERAL nº 4.504 de 30 de Novembro de 1964) O termo continuo é usado para a área confrontante da mesma pessoa (física ou jurídica). Pode ser propriedade e/ou posse. Pode ter vários documentos, como registro, matrícula, escritura ou outra documentação. Pode haver interrupções físicas como estradas, rios e córregos, pode estar em um ou mais municípios ou estados e ainda assim é considerado um único imóvel rural. Logo, em um terreno onde foi executada uma retificação do registro do imóvel, cujo o qual é dividido ao meio por uma estrada. Neste caso os documentos deste terreno irão se dividir em glebas. Cada parte ou cada gleba terá um documento, porém mesmo com a interrupção física e com documentos separados, sendo do mesmo proprietário e para os mesmos fins, o imóvel será uma determinada área de terra constituída por diversas propriedades ou glebas, se transformando/mantendo em um único imóvel. Todo imóvel rural dever possuir cadastro no Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) com vários registros ou ainda com área apenas de posse (sem registro). É função do INCRA efetuar o cadastro rural, principalmente emitir a certificação que o imóvel georreferenciado não invada a área de outro imóvel certificado. Basicamente temos dois conceitos de imóvel rural: o primeiro para o INCRA que é uma unidade econômica rural, que abrange a áreas registradas e a as não registradas (de posse) e segundo, para o registro de imóveis, a matrícula, ou seja, a “propriedade imobiliária” juridicamente constituída. O cadastro do INCRA e auto declaratório e é baseado nas informações declaradas pelo proprietário/possuidor que geram o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), e o registro no cartório é que dá direito de propriedade ou outros direitos reais relativos ao imóvel rural comprovado por meio de certidão imobiliária. 24 Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), é o documento que comprova o cadastramento do imóvel rural junto à autarquia e que é indispensável para transferir, arrendar, hipotecar, desmembrar, partilhar (divorcio ou herança) e obter financiamento bancário. Art. 8º Para fins de transmissão, a qualquer título, na forma do artigo 65, da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, nenhum imóvel rural poderá ser desmembrado ou dividido em área de tamanho inferior à do módulo calculado para o imóvel ou da fração mínima de parcelamento fixada no § 1º deste artigo, prevalecendo a de menor área. (LEI FEDERAL 5.868, BRASIL, 1972) 2.3.2 Parcelamento de área inferior a fração mínima A Lei Federal 5.868/72 traz o seguinte conceito de fração mínima de parcelamento: § 1º A fração mínima de parcelamento será: a) o módulo correspondente à exploração hortigranjeira das respectivas zonas típicas, para os Municípios das capitais dos Estados; b) o módulo correspondente às culturas permanentes para os demais Municípios situados nas zonas típicas A, B e C; c) o módulo correspondente à pecuária para os demais Municípios situados na zona típica D. (LEI FEDERAL 5.868, BRASIL, 1972, ART 8º, PARAGRAGO 1º) A lei define a área mínima em que a gleba pode ser dividida, dada para cada cidade que a lei permite desmembrar, desde que o imóvel original também se mantenha com a área igual ou maior a fração mínima. A fração mínima tem sua importância na sociedade e no desenvolvimento de crescimento, pois ela não deixa o proprietário fracionar os imóveis em área menores pois seriam inviáveis, garantindo assim os direitos dos compradores para que não descumpram a função social do imóvel rural. 25 2.3.2.1 Possibilidade de desmembramento abaixo da fração mínima Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (2016) ''a legislação prevê três possibilidades de desmembramento abaixa da fração mínima''. Primeira: I - Aos casos em que a alienação da área destine-se comprovadamente a sua anexação ao prédio rústico, confrontante, desde que o imóvel do qual se desmembre permaneça com área igual ou superior àfração mínima do parcelamento; (Lei Federal 13.001, DE 20 DE JULHO DE 2014, Art. 27º) De forma simplificada, é quando um imóvel rural confrontante anexa a área desmembrada inferior à fração mínima de parcelamento, tendo que a área remanescente do imóvel antigo fique com área igual ou superior a fração mínima. Segunda: III - aos imóveis rurais cujos proprietários sejam enquadrados como agricultor familiar nos termos da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006; (Lei Federal 13.001, DE 20 DE JULHO DE 2014, Art. 27º) Conforme o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (2016), a comprovação do enquadramento do proprietário como agricultor familiar, se dá pela obtenção da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Para conseguir esta declaração, o proprietário deverá procurar o sindicato rural, que é uma entidade ou empresa de assistência técnica. O sindicato fará o enquadramento, depois de concluído o processo, o proprietário poderá retirar o extrato da declaração via internet. Terceira possibilidade: IV - Ao imóvel rural que tenha sido incorporado à zona urbana do Município. ” (NR) (Lei Federal 13.001, DE 20 DE JULHO DE 2014, Art. 27º) Isso acontece quando o imóvel rural está localizado no perímetro urbano do município, com frente para uma rua, tratando o desmembramento como urbano. Quando finalizado todo o processo, o proprietário deverá retificar o cadastro do imóvel rural, retirando a área desmembrada urbana. 26 2.4 LEGISLAÇÃO E NORMAS APLICÁVEIS 2.4.1 Lei Federal 6.766 de 1979 – parcelamento do solo urbano Art. 1º O parcelamento do solo para fins urbanos será regido por esta Lei. Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta Lei às peculiaridades regionais e locais. (LEI FEDERAL 6.766/79) Come explicado em seu primeiro artigo, esta lei que define parâmetros e medidas a serem seguidas para o parcelamento do solo em território Urbano, também descreve que os municípios poderão estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento para adequar o previsto nesta lei às particularidades de cada região. Esta lei é indispensável para o crescimento e organização do território urbano, preservando o meio ambiente pois dá atenção a limites estabelecidos para o desenvolvimento do parcelamento. Ela somente se aplica para loteamentos e desmembramento em solos urbanos, qualquer outro método de divisão de terra está fora do alcance dela. Esta lei mostra, de forma simples e didática, todos os procedimentos e a forma que deve ocorrer para aprovar um parcelamento do solo urbano. Mostra o papel do proprietário, da prefeitura, informação de cada região, o que deverá ser levado em consideração para a elaboração do projeto e memorial descritivo. Cita condições mínimas para que parcelamentos situados em zonas habitacionais, garantido todos os direitos dos moradores ou compradores, como prevenção da saúde pública e direito de ir e vir. § 6º A infraestrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de: I - Vias de circulação; II - Escoamento das águas pluviais; III - rede para o abastecimento de água potável; e IV - Soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica 27 domiciliar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.785, de 29/1/1999) (LEI FEDERAL 6.766/79) Art. 4º Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: I - As áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.785, de 29/1/1999) II - Os lotes terão área mínima de 125 m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando a legislação estadual ou municipal determinar maiores exigências, ou quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não- edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica; (Inciso com redação dada pela Lei nº 10.932, de 3/8/2004) IV - As vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. (LEI FERERAL 6.766/79, Art. 4) Para aprovação de projeto de Desmembramento, deve-se cumprir algumas exigências apresentando um requerimento na Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, junto com a certidão atualizada expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis, e planta do imóvel contendo: I - A indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos; II - A indicação do tipo de uso predominante no local; III - a indicação da divisão de lotes pretendida na área. (LEI FERERAL 6.766/79, Art. 10) http://www2.camara.gov.br/internet/legislacao/legin.html/textos/visualizarTexto.html?ideNorma=322240&seqTexto=1&PalavrasDestaque= http://www2.camara.gov.br/internet/legislacao/legin.html/textos/visualizarTexto.html?ideNorma=322240&seqTexto=1&PalavrasDestaque= http://www2.camara.gov.br/internet/legislacao/legin.html/textos/visualizarTexto.html?ideNorma=322240&seqTexto=1&PalavrasDestaque= http://www2.camara.gov.br/internet/legislacao/legin.html/textos/visualizarTexto.html?ideNorma=533184&seqTexto=16428&PalavrasDestaque= http://www2.camara.gov.br/internet/legislacao/legin.html/textos/visualizarTexto.html?ideNorma=533184&seqTexto=16428&PalavrasDestaque= 28 Logo depois da aprovação pela Prefeitura Municipal, segue-se ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena da caducidade da aprovação, trazendo a necessidade da apresentação dos seguintes documentos: I - Título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula, ressalvado o disposto nos §§ 4º e 5º; (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.785, de 29/1/1999) II - Histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vinte) anos, acompanhados dos respectivos comprovantes; III - certidões negativas: a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel; b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos; c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a Administração Pública. IV - Certidões: a) dos cartórios de protestos de títulos, em nome do loteador, pelo período de 10 (dez) anos; b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10 (dez) anos; c) de ônus reais relativos ao imóvel; d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos. V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de verificação pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da execução das obras exigidas por legislação municipal, que incluirão, no mínimo, a execução das vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou da aprovação de um cronograma, com a duração máxima de quatro anos, acompanhado de competente instrumento de garantia para a execução das obras; (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.785, de 29/1/1999) VI - Exemplar do contrato padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de promessa de cessão, do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta Lei; VII - declaração do cônjuge do requerente de que consente noregistro do loteamento. (LEI FERERAL 6.766/79, Art. 18) http://www2.camara.gov.br/internet/legislacao/legin.html/textos/visualizarTexto.html?ideNorma=322240&seqTexto=1&PalavrasDestaque= http://www2.camara.gov.br/internet/legislacao/legin.html/textos/visualizarTexto.html?ideNorma=322240&seqTexto=1&PalavrasDestaque= http://www2.camara.gov.br/internet/legislacao/legin.html/textos/visualizarTexto.html?ideNorma=322240&seqTexto=1&PalavrasDestaque= 29 Outro benefício desta lei é a segurança do comprador havendo a possibilidade de cancelamento da compra ou suspensão dos pagamentos caso o parcelamento esteja irregular como descrito nos artigos 37, 38 e 39. Art. 37. É vedado vender ou prometer vender parcela de loteamento ou desmembramento não registrado. Art. 38. Verificado que o loteamento ou desmembramento não se acha registrado ou regularmente executado ou notificado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, deverá o adquirente do lote suspender o pagamento das prestações restantes e notificar o loteador para suprir a falta. Art. 39. Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão de contrato por inadimplemento do adquirente, quando o loteamento não estiver regularmente inscrito. (LEI FERERAL 6.766/79, Art. 37,38 e 39) 2.4.2 Lei estadual 6.063 de 1982 – parcelamento do solo urbano Esta é a lei que rege o parcelamento do solo no Estado de Santa Catarina, porém não exclui as legislações federais e municipais e sim as complementam. A lei estadual dá providencias parecidas com a lei federal, dando também aos municípios a liberdade para estabelecer algumas regras. Fala sobre conceitos de desmembramento e loteamento, onde será permitido e onde não será permitido o parcelamento, mostra quais documentos devem compor o processo. Parágrafo único – Os Municípios, em consideração às características locais, poderão estabelecer, supletivamente, outras limitações desde que não conflitem com as disposições desta lei. (LEI ESTADUAL 6.063/82) Para cumprimento desta lei, ao se fazer o projeto e memorial descritivo, deve ficar atento a algumas exigências, tais como as expostas no Art. 5, § 2º e §3 descreve: § 2º - Os desenhos conterão pelo menos: I - A indicação do imóvel a ser loteado dentro da área municipal; II - A subdivisão das quadras em lotes, com respectivas dimensões e remuneração; 30 III - O sistema de vias com a respectiva hierarquia; IV - As dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, arcos, pontos de tangência e ângulos centrais das vias; V - Os perfis longitudinais e transversais de todas as vias de circulação e praça e praças públicas; VI - A indicação dos marcos de alinhamento nivelamento localizados nos ângulos de curvas e vias projetadas; VII - indicação em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das águas pluviais. § 3º - O memorial descritivo conterá: I - A descrição do loteamento com as suas características e a fixação das zonas de uso predominante; II - As condições urbanística do loteamento e as limitações que incidem sobre os lotes e suas construções; III - a indicação das áreas públicas que passarão ao domínio do município no ato de registro do loteamento; IV - A enumeração dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços públicos ou de utilidade pública já existentes no loteamento e adjacências. (LEI ESTADUAL 6.063/82, Art. 5) Já no art. 8º, esta Lei define qual a área mínima que pode ser desmembrada, e também a faixa de reserva legal: II - Os lotes terão áreas mínimas de 360m² (trezentos e sessenta metros quadrados) e frente mínima de 12m (doze metros), salvo quando a legislação municipal determinar maiores exigências, ou quando o loteamento se destinar à urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias, ferroviárias e dutos, é obrigatória a reserva de uma faixa “non aedificandi” de 15 m (quinze metros) de cada lado, salvo maiores exigências estabelecidas em lei federal ou municipal. (LEI ESTADUAL 6.063/82, Atr. 8) 31 Na alteração dada pela Lei Estadual 10.957/98, tanto a área mínima quanto a faixa de reserva legal tiveram algumas mudanças: NOVA REDAÇÃO II - Os lotes terão área mínima de 125 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando a legislação municipal determinar maiores exigências, ou quando o loteamento se destinar à urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; Este inciso, estabelece uma área mínima para cada lote de 360 m² (trezentos e sessenta metros quadrados), com frente mínima de 12 m (doze metros), podendo a legislação municipal, determinar áreas com esta metragem ou maiores, face ao peculiar interesse do município e por se tratar de norma urbanística. Aqueles municípios que tem legislação possibilitando lotes com área inferior a 360 m² (trezentos e sessenta metros quadrados) e frente mínima menor que 12 m (doze metros), estão com a legislação municipal automaticamente revogada por contrariar o dispositivo ora analisado. A alternativa dos loteamentos destinados à urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, é uma forma de urbanização especial, dependendo de caracterização específica de cada hipótese, previamente aprovada pelos órgãos competentes. No caso de lotes destinados a construções para famílias de baixa renda por programas do setor público, estes poderão ter tais requisitos mínimos reduzidos, atendendo as formas específicas de urbanização. O requisito previsto neste inciso III (lei estadual 6.063/82), da obrigatoriedade de uma reserva de faixa "non aedificandi" ao longo das águas correntes e dormentes, deve observar as determinações do Código Florestal (Lei nº 12651/12), por ser mais restritiva: 32 Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I - As faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: I - As faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II - As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; (Lei nº 12.651/2012, Art. 4º) 2.4.3 Lei municipal de timbó nº 483, de 26 de dezembro de 2016 Art. 1º Esta Lei Complementar dispõe sobre a divisão do território do Município de Timbó, seu uso e ocupação. (LEI 483/26, TIMBÓ SC) Esta é a Lei Municipal que regula o parcelamento do solo, no Município de Timbó seguindo as diretrizes estabelecidas pela Lei Federal nº 6.766 de 19 de dezembro de 1979, e a Lei Estadual nº 6.063 de 24 de maio de 1982. A Lei municipal complementa, e não se coloca acima da LeiFederal e Estadual, sugerindo a observação das diretrizes de cada uma. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12727.htm 33 Nesta lei, se observa todas as exigências sobre as disposições preliminares, os requisitos urbanísticos para fazer tal parcelamento, das vias de circulação, do projeto, da aprovação do projeto e as disposições finais. Como foi visto anteriormente, quando um imóvel está situado no perímetro urbano, porém tem atividades agropecuárias, pode ser considerado rural. Porém esta lei em seu Art. 8, §6 define alguns parâmetros para que tal atividade ocorra dentro do perímetro urbano com por exemplo a criação de suínos é proibida em todo perímetro urbano. § 6º O uso agropecuário, será considerado tolerado para adequação às zonas urbanas, independente do porte, mediante autorização da Vigilância Sanitária, na forma deste artigo, devendo respeitar as normas ambientais, de saúde pública, trato de animais, sossego e higiene da propriedade, inclusive o Código de Posturas, reservando-se o direito do Conselho da Cidade tornar inadequada a atividade em determinada área, após realizado o Estudo de Impacto de Vizinhança, sempre que requerido pelos moradores da área afetada, exceto para a criação de suínos, que fica proibida em todo o perímetro urbano. (LEI COMPLEMENTAR Nº 483/16, Art. 8) Para melhor ordenar o crescimento do território urbano, cada zona apresenta diferentes paramentos urbanísticos, considerando a infraestrutura existente e avaliando as possíveis tendências de crescimento, levando em conta a proteção ambiental e preservação do patrimônio histórico. Especificando a área mínima e máxima permitida para cada zona, recuo frontal em relação à edificação e vias públicas onde fica proibido edificar. Para toda macrozona rural, para efeito de desmembramento será adotado a gleba mínima equivalente ao módulo rural mínimo, previsto na norma federal. Tendo algumas observações quando for feito como descreve no Art. 31 e §4, “Ao longo as estradas estaduais e municipais, quando o desmembramento for para industrial ou apoio, comunitário ou institucional e de comércio ou serviços, será respeitado a faixa de domínio e a porção desmembrada será considerada da macrozona urbana. Art. 34 Poderá ser aprovado desmembramento rural que resulte até 1 (um) lote com testada de no mínimo 5,00m (cinco metros) com a rodovia desde que: I - Se obedeça a gleba mínima equivalente ao módulo rural; II - Possibilite a inserção de um círculo com diâmetro mínimo de 15,00m 34 (quinze metros) conforme representação gráfica do Anexo V; III - a testada e área das demais glebas adotem no mínimo os requisitos urbanísticos definidos em lei. (LEI COMPLEMENTAR Nº 483/16) Já no perímetro urbano, as zonas são separadas conforme o uso, infraestrutura, adensamento urbano e suas restrições topográficas e ao sitio natural. Neste caso temos a Zona Residencial 1 ou também conhecida como ZR1, além da ordem geral foram estabelecidas algumas especificações: I - Lote mínimo de: a) 300m² (trezentos metros quadrados), com testada mínima de 12,00m (doze metros), em lotes com declividade média natural da rua, em aclive ou declive, for de até 10% (dez por cento); b) 450m² (quatrocentos e cinquenta metros quadrados), com testada mínima de 15,00m (quinze metros), se a declividade média da rua, em aclive ou declive, for de 10% (dez por cento) até 15% (quinze por cento); c) 540m² (quinhentos e quarenta metros quadrados), com testada mínima de 18,00m (dezoito metros), se a declividade média da rua, em aclive ou declive, estiver acima de 15% (quinze por cento) até 20% (vinte por cento); d) 600m² (seiscentos metros quadrados), com testada mínima de 20,00m (vinte metros), se a declividade média da rua, em aclive ou declive, esver acima de 20% (vinte por cento); § 1º Os lotes de esquina deverão ter a área mínima do lote, assim como a testada mínima, acrescidos em, no mínimo, 20% (vinte por cento), conforme a declividade, exceto os lotes estabelecidos na alínea "a" do inciso I, os quais serão de no mínimo 400m². § 3º Quando atingido por área de preservação permanente (APP) o lote deverá ter área útil mínima de 300m² (trezentos metros quadrados). (LEI COMPLEMENTAR Nº 483/16, Art. 39) A lei explica também em seu Art. 40 e 41 que levando em consideração algumas observações poderá realizar o desmembramento que resulte até 1 (um) lote e testada de 5,00 (cinco) metros com a via pública de acesso, obedecendo a área mínima da zona, a inserção do círculo de 15,00 (quinze) metros, as testadas e a área dos outros lotes sigam o mínimo 35 estabelecido para cada zona. Para lotes localizados em términos de vias com testadas menores que o dimensionamento previsto desde que o lote tenha os requisitos mínimos e que aja possibilidade do prolongamento da via pública. Para zonas industriais e micro-pólos industriais tem os seguintes requisitos especificado no seu Art. 45: I - Lote mínimo de 1.000m² (mil metros quadrados); II - Lote máximo de 10.000m² (dez mil metros quadrados), para os micro- pólos industriais; III - testada mínima de 30,00m (trinta metros); § 1º O lote máximo não se aplica na Zona Industrial, apenas para os micro- polos; § 2º Os lotes de esquina deverão ter a área mínima do lote estabelecida para a zona, assim como a testada mínima, acrescidos em, no mínimo, 20% (vinte por cento). (LEI COMPLEMENTAR Nº 483/16, Art. 45) 2.4.4 Decreto Federal nº 9.310, de 15 de março de 2018 Este decreto institui normas e procedimentos aplicáveis a regularização Urbana, como as leis já citadas ele tem como princípio o desenvolvimento dos espaços urbanos, com princípios de sustentabilidade econômica, social e ambiental e ordenação territorial. Algo importante a ser analisado neste decreto é a faixa de APP, no Decreto fica descrito que ao longo dos rios ou de qualquer curso de água, será uma faixa de largura mínima de 15 m (quinze metros) de cada lado. Comparada com o Código Florestal citado no item da Lei 6.063/82, onde a faixa a ser deixada varia conforme a largura do rio, sendo entre 10 m (dez metros) a 600 m (seiscentos metros). No Art. 29, estabelece que todo levantamento topográfico georreferenciado devem ser realizados conforme as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, também o Disposto no Decreto n º 89.817, de 20 de junho de 1984, normas técnicas da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército Brasileiro, que serão acompanhados de ART e RRT. 36 Os §3º e §4, descrevem qual o erro esférico máximo do vértice definidor de limite, onde deverá ser igual ou menor a 8 (oito) centímetros de raio (Figura 01). Sendo que o erro posicional terá menor magnitude conforme a avaliação do impacto da propagação dos erros, onde o responsável técnico ficara responsável pela avaliação dos impactos da propagação dos erros previamente à execução do levantamento georreferenciado. Figura 1- Erro posicional esférico Fonte – Autor 2018 Para melhor entendermos sobre a precisão do Levantamento Topográfico Georreferenciado, podemos levar em conta dois paramentos, Precisão e Acurácia representado na figura a baixo: Figura 2– Precisão e Acurácia Fonte – Autor 2018 37 Precisão está ligada a repetibilidade de medidas sucessivas feitas em condições semelhantes, estando vinculada somente a efeitos aleatórios. Acurácia expressa o grau de aderência das observações em relação ao seu valor verdadeiro, estando vinculada a efeitos aleatórios e sistemáticos. 2.4.5 Norma técnica para georreferenciamento de imóveis rurais Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001 Disponibilizada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), foi atualizada estando totalmente voltada para a gestão da certificação por meio digital estando em sua 3º (terceira)edição. Contém orientações sobre como proceder a descrição dos limites dos imóveis rurais, ou seja, o que medir, não considerando o proprietário e sim o bem imóvel, sendo o Manual técnico de posicionamento que explica sobre como medir o imóvel. A presente norma trata das condições exigíveis para execução dos serviços de georreferenciamento de imóveis rurais, em atendimento ao que estabelecem os parágrafos 3º e 4º, do artigo 176, e o parágrafo 3º do artigo 225, da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, incluídos pela Lei no 10.267, de 28 de agosto de 2001. (Item 1, 3º NTGIR, 2013) A 3º NTGIR possibilita a utilização de novos métodos de posicionamento, utilizando sensoriamento remoto para limites naturais como rios, encostas, montanhas, elimina a obrigatoriedade de implantação de marcos físico em alguns casos. As principais mudanças da nova Norma técnica são: Sistema de coordenadas: Coordenadas geodésicas (lat., long. E altitude). As coordenadas dos vértices definidores dos limites devem ser referenciados ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), adotando-se o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS), com sua realização do ano 2000 (SIRGAS2000), conforma resolução nº 1, de 25 de fevereiro de 2005, do Presidente do IBGE Calculo de área: Sistema Geodésico Local Implantação de marco: em limites consolidados, fica a critério do agrimensor. 38 Posicionamento por sensoriamento remoto: possibilidade de utilização de acordo com a precisão do produto e o tipo de feição levantada (natural ou artificial) Os padrões estabelecidos na 3º NTGIR, estão descritos no item 4.4 da norma, onde os valores de precisão posicional a serem observados para vértices definidores de limites, compreendendo como limites artificiais, cercas, estradas, muros e naturais rios, grotas, linhas de cumeada. Os valores de precisão devem ser convertidos para valores lineares (UTM), sendo assim os valores devem sem expressos em metros. a) Para vértices situados em limites artificiais: melhor ou igual a 0,50 m; b) Para vértices situados em limites naturais: melhor ou igual a 3,00 m; e c) Para vértices situados em limites inacessíveis: melhor ou igual a 7,50 m. (3º NTGIR, 2013) Para a elaboração do Levantamento Topográfico Georreferenciado, o profissional deve estar devidamente habilitado para assumir a responsabilidade técnica, estando de acordo com o parágrafo 3º do artigo 176, da lei nº 6.015, de 1973. O credenciamento do profissional se faz junto ao INCRA requerendo seu certificado de imóveis rurais, em conformidade com parágrafo 5º do 176, da Lei nº 6.015, de 1973, incluído pela Lei nº 11.952, 25 de junho de 2009. Essa gestão de certificação tem por finalidade garantir a segurança para as informações certificadas, tornando os profissionais aptos a realizar o processo de certificação contemplando os seguintes itens: Desmembramento/Parcelamento; Remembramento; Retificação de certificação; Cancelamento de certificação; Análise de sobreposição; Sanções ao credenciado. 39 3 MATERIAIS E MÉTODOS O interesse por este tema deu-se pela análise feita no decorrer de todo o curso de Bacharelado em Engenharia Civil, onde pode perceber que a maioria dos acadêmicos formados não saem preparados para enfrentar as dificuldades do mercado de trabalho. Com isso surgiu a ideia de fazer uma análise dos problemas encontrado fora da sala de aula, analisando as leis federais, estaduais e municipais que interferem diretamente no parcelamento do solo, sendo que cada caso tem suas particularidades e condições para que possa fazer o desmembramento ou divisão das áreas. Foram elaborados três levantamentos georreferenciado para fazer a análise, se é possível ou não, e caminhos a serem tomados para fazer o processo administrativo. Os levantamentos foram feitos dentro dos parâmetros exigidos pelas leis e decretos, analisando as condições mínimas como APP, frente mínima e área. Serão avaliados três casos reais de levantamento e condições de elaboração do desmembramento, sendo eles, dois terrenos situados no perímetro urbano de Timbó um com observações de APP e outro com área inferior ao que consta na certidão de inteiro teor, comparando os instrumentos utilizados e tempo em campo em cada levantamento e outro situado em área rural, no município de Campo Belo do Sul, com intuito de desmembramento em 6 lotes, onde será avaliada a precisão do levantamento e tempo em campo e suas particularidades em relação ao valor do parcelamento da Gleba. 40 4 ESTUDO DE CASO Foi realizado três estudos de casos, sendo dois urbanos e um rural. O primeiro terreno urbano fora elaborado com Estação Total Topcon CTS 3007, e o segundo com RTK GNSS R6, assim foi possível notar as diferenças entre precisão e praticidade, eis que no terreno rural só foi viável a utilização do RTK. Desta forma, no decorrer do deste, ficaram expostas as comparações com os levantamentos supracitados. A precisão que poderá ser alcançada pelos equipamentos, primeiro Estação total Topcon CTS 3007 Precisão linear de 3 mm + 2ppm com alcance de 3.000 metros com 1 prima, e segundo RTK GNSS R6 pós-processada horizontal de 3 mm + 0,1PPM RMS e vertical de 3.5mm + 0.4 PPM RMS. Todavia, será ainda analisada a distribuição de lotes, contendo área e frente mínima necessárias, dentro do parâmetro da lei, bem como da faixa APP conforme a largura dos canais hídricos. Um dos levantamentos está localizado na Rua Marechal Floriano Peixoto e o outro na Rua Apucarana, ambos pertencentes ao município de Timbó. E o levantamento Rural, foi elaborado no interior do Município de Campo Belo do Sul, mais precisamente na localidade denominada Motas. 4.1 LEVANTAMENTO URBANO 4.1.1 Rua Marechal Floriano Peixoto Este levantamento teve suas particularidades, por ser uma área contendo 29.781,59 m², bem como por em alguns pontos serem de difícil acesso, no qual foi realizado com estação total para avaliar sua eficiência nessas condições, com o intuito de comparar futuramente com o RTK realizado em outro levantamento urbano e rural. O tempo gasto para realização deste trabalho com a Estação total, foi de aproximadamente 20 (vinte) horas contando apenas o trabalho de campo, compreendendo-se entre abrir caminhos e locação dos pontos das estações. Foi necessário posicionar 10 estações de controle, três delas auxiliares já que não havia acesso direto para fechamento de um poligonal, quais sejam, E01, E07 e E10, onde a E10 conforme demostrada na Figura 3, a estação foi colocada de tal forma para se obter a amarração do lote com a rua mais próxima, o que é necessário para o processo de 41 desmembramento. Obtendo um total de 105 pontos levantados entre pontos de controle e irradiados, demarcando toda a divisa do terreno e suas construções, centro da via principal (Marechal Floriano Peixoto), para conseguir processar futuramente o recuo necessário do eixo da via. O processo de cálculo da poligonal fora efetuado pelo software Topograph, usando alguns paramentos de tolerância, Angular de 0º00’30’’, Altimétrica 20 mm k1/2 e Relativa linear de 1:5.000, tudo isso para que a poligonal ficasse dentro do tolerância exigida pelo Decreto supracitado, de raio de 8 cm (oito centímetros), adotando mais um ponto de controle feito na estação E2, levantado um ponto irradiado (41) no mesmo ponto da E09 (Figura 04), determinando qual a diferença depois de calculado e compensado, verificando assim se ficou ou não dentro do aceitável. Analisando a Figura 04 com o ponto irradiado e a Estação 09, observa-se que o ponto a ser levantado está dentro do aceitável, pois é um círculo de 8 cm de raio. Porém analisando os valores da Tabela 2, o erro Linear ficou maior que o tolerado, sendo assim seria o correto fazerum novo levantamento tendo um maior controle dos pontos que apresentaram maiores erros, mesmo com a verificação feito na Figura 4, pois os outros pontos podem estar fora do erro esférico máximo aceitável. 42 Figura 3- Controle das Estações e Poligonal Fonte – Autor 2018 Tabela 1- Coordenadas das Estações da Poligonal Fonte – Autor 2018 43 Tabela 2- Parâmetros de Controle e Compensados Fonte – Autor 2018 Analisando os valores da Tabela 2, o erro Linear ficou maior que o aceitável, sendo assim seria o correto fazer um novo levantamento e tendo um maior cuidando com os pontos que apresentaram maior erro, mesmo com a verificação feito na Figura 4, os outros pontos podem estar fora do erro esférico máximo aceitável. Figura 4- Controle de Precisão da Poligonal com P41 e E09 Fonte – Autor 2018 Depois de realizado o levantamento e conferido seus valores, foi analisado o parcelamento, onde encontrou-se alguns pontos importantes, ambos os terrenos são do mesmo proprietário, porém tem o número de matrícula diferentes, já que existe uma estrada entre elas, contendo de um lado uma área de 21.410,98 m² (vinte e um mil, quatrocentos e dez 44 metros quadrados e noventa e oito centésimos de metro quadrado) que será denominada de Terreno 01 (ANEXO A), e o outro com 8.370,61 m² (oito mil, trezentos e setenta metros quadrados e sessenta e um centésimos de metro quadrado) denominado Terreno 02 (ANEXO B). Primeiro será analisado o Terreno 01, neste local passa o Rio Benedito nos fundos, o qual obtêm a largura de 30,0 m (trinta metros). Em relação a faixa “non aedificandi”, tanto para a Lei Federal quanto para a Estadual esta faixa deve ser de 15 m (quinze metros) para cada lado, porém fora utilizado o Código Florestal que é mais exigente, tendo em vista a largura do rio supracitado, a faixa é de 50 metros (cinquenta metros) conforme compreende- se da Figura 05, contendo uma área de 5.696,5 m² (cinco mil, seiscentos e noventa e seis metros quadrados e cinquenta centésimos de metro quadrado) descontando do valor total, totalizando no final apenas 15.714,48 m² (quinze mil, setecentos e quatorze metros quadrados e quarenta e oito centésimos de metro quadrado) para fazer o desmembramentos dos lotes, seguindo o Plano Diretor de Timbó, com medidas mínimas 15 metros de frente e 30 fundo, com área total 450 m². Realizada a distribuição dos lotes tiveram alguns ajustes para melhor aproveitamento da área, no Terreno 01 (Figura 06) ficou com área maior que a mínima, eis que a frente da Gleba não é em um ângulo reto, desta forma deve deixar uma maior área para seguir a metragem mínima de frente, com o intuito de deixar um lote padrão. No terreno 02 (Figura 07), se obteve um melhor resultado, vez que fora possível ter um melhor aproveitamento das frentes, pois o lado oposto da Rua Paineira, conforme pesquisa feita na Prefeitura Municipal de Timbó tem projeto de uma rua com acesso ao público, sendo assim caracteriza-se ainda como desmembramento e não loteamento, uma vez que usa vias já existentes no local. 45 Figura 5- Rio Benedito e APP Fonte – Autor 2018 Figura 6- Distribuição dos Lotes Terreno 01 e Amarração Fonte – Autor 2018 A Figura 6 mostra uma sugestão técnica de distribuição dos lotes caso o proprietário queira fazer o desmembramento pequenos lotes sem aproveitar toda a área, já para realizar um melhor aproveitamento de todo o terreno, o ideal seria fazer Loteamento, tendo assim a necessidade de abertura de novas vias e implantação de infra-estrutura. 46 Figura 7- Distribuição dos Lotes Terreno 02 Fonte – Autor 2018 Se analisado também a Figura 07, pode-se observar que possui um lago artificial, no qual caracteriza-se por ser de origem artificial, normalmente realizado para armazenamento de água em regiões de secas, ou para decoração de ambientes ou também construção de uma represa ou hidrelétrica. Segundo o Código Florestal os recursos hídricos devem possuir uma faixa de APP, porém no Novo Código Florestal, Lei nº 12651, de 25 de maio de 2012, em seu Art. 4º, §1º, diz que “ Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que decoram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais”, desta forma não precisa deixar um faixa não edificada ou no caso para o parcelamento. 4.1.2 Rua Apucarana Este levantamento fora realizado com o RTK, que tem em suas observações descritas no manual, em centros urbanos fica mais difícil de ser executado devido as grandes edificações, vez que alcança menor número de satélites do que em campos abertos. Porém o resultado em comparação ao levantamento Rural é outro, no qual tinha um espaço maior e limpo, o número varia entre 10 a 13 satélites, que no levantamento feito na cidade de Timbó ficou dentro da mesma faixa, claro, que analisando o tamanho da cidade e suas edificações considera-se uma cidade em desenvolvimento, possuindo pouco crescimento 47 verticalizado, gerando um levantamento mais preciso e rápido. O tempo em campo foi de apenas 45 minutos, meia hora para locar a base deixando captar o máximo de satélite, e 15 minutos para configurar o Rover e fazer o levantamento, precisando apenas de uma Estação (base) e levantado 7 pontos demarcando toda a divisa e 2 para amarração com a Rua Professor Alf. Girardi. Observa-se que a maior diferença está na agilidade e precisão, por exemplo o tempo gasto para fazer o levantamento foi menor em comparação a estação que precisa sempre de Ré e Vante e depois levantar os pontos de interesse, e o erro é localizado apenas no ponto levantado e não distribuído ao longo da poligonal. Os erros médios encontrados no levantamento foram de 0,004 metros na horizontal e 0,008 metros na Vertical, garantindo que todos os pontos estão dentro dos parâmetros exigidos pelo decreto. Já neste caso não se tem problemas com APP ou com faixa não edificada para analisar, sendo dois lotes já demarcados como 30 e 31, constantes na mesma matrícula, no qual será realizado o desmembramento após a realização de seu estudo. Realizado um novo levantamento topográfico constatou-se que os lotes não possuem a área ou frente iguais às que estavam descritas na Inteiro Teor (ANEXO C), que era área de 450 m² e testada de 15 m, portando o desmembramento poderá ser realizado conforme condição da Lei nº 483/16, Art. 39, item a), onde área necessária é 300 m² com testada mínima de 12 m e 25 m de fundo, possuindo declividade média natural da rua for até 10% (dez por cento). Para mais, a Lei Estadual com sua nova redação ficou igual a Lei Federal que dispões sobre os atributos mínimos, que devem ser, de frente com 5,00 metros de área, e 125 metros quadrados, assim o desmembramento supracitado será possível ser realizado. Além do mais, como envolve um acordo referente a partilha dos lotes 30 e 31, devidamente homologado pelo juiz, já transitado em julgado, o desmembramento é obrigatório. Tudo isso passando pelos mesmos passos citados neste trabalho. 48 Tabela 3- Coordenadas dos Pontos levantados Fonte – Autor 2018 Figura 8- Mapa Geral Rua Apucarana Fonte – Autor 2018 49 4.2 LEVANTAMENTO RURAL Para este levantamento foram necessários 81 pontos e uma estação base, totalizando um tempo de campo de 7 horas, possui área total de 30,51 ha como mostra a Tabela 04 e também a área da faixa de APP e área de mata nativa. Em comparação ao levantamento feito na Rua Marechal Floriano Peixoto onde foram necessárias 20 horas de trabalho no campo e possui menor área, fazendo esse comparativo podemos observar que quando se trata de levantamento de grandes áreas o melhor método de levantamento é com os equipamentos
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