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Vigilância Epidemiológica e Sanitária · Vigilância em Saúde · EM 2009 FORAM APROVADAS AS DIRETRIZES PARA EXECUÇÃO E FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE PELA UNIÃO, ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS (PORTARIA 3.252, DE 22/12/2009). · Seção I - Da Vigilância em Saúde · Art. 1º A Vigilância em Saúde tem como objetivo a análise permanente da situação de saúde da população, articulando-se num conjunto de ações que se destinam a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde. · Art. 2º A Vigilância em Saúde constitui-se de ações de promoção da saúde da população, vigilância, proteção, prevenção e controle das doenças e agravos à saúde, abrangendo: · I - Vigilância epidemiológica · II - Promoção da saúde · III -Vigilância da situação de saúde · IV - Vigilância em saúde ambiental · V - Vigilância sanitária · VI – Vigilância da saúde do trabalhador (Portaria 3.252, de 22/12/2009) · VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA · É o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças. (Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90) · Definição: Conjunto de ações que proporciona: Conhecimento, detecção, prevenção ( qualquer mudança nos fatores determinantes da saúde ( Recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças · Objetivos - Vigilância Epidemiológica 1. Detectar a ocorrência de surtos ou aglomerados 2. Identificar tendência ou mudanças na ocorrência de problemas relacionados à saúde 3. Estabelecer prioridades e programas de saúde pública 4. Monitorar a efetividade de programas de prevenção e controle 5. Caracterizar a história natural da doença 6. Estimular pesquisas analíticas · Abordagem da Saúde Pública Vigilância: Qual é o problema? ( Identificação fator de risco: Qual é a causa? ( Intervenção: o que fazer para eliminar o fator de risco? ( Implantação: Como fazer? Problema --------------------------------------------------------------------------------------------------( resposta · Definição Coleta, análise, interpretação e disseminação de dados de programas de saúde pública, de forma contínua e sistemática visando a implementação de ações para redução da morbimortalidade. · Vigilância · Informação precisa e oportuna · Vincular vigilância clínica, laboratorial e entomológica · Sensibilidade (capacidade de detectar casos) · Especificidade (capacidade de excluir não casos) · Reprodutibilidade · Sistema de Vigilância · Bases históricas · Primeiras intervenções no campo da prevenção e controle de doenças: · Tratamento em massa com fármacos · Controle de doenças que comprometiam o trabalho · Avanço da era bacteriológica · Imunização · Combate de vetores · Vigilância Epidemiológica no Mundo · 430 a.C - Praga de Atenas: · Relato de doença desconhecida dizimou aproximadamente um terço da população daquela cidade. · Sintomas: “calorões na cabeça, inflamação nos olhos, dores na garganta e na língua” (historiador acometido pela doença) · Idade Média: · Práticas de isolamento das pessoas doentes, principalmente leprosos e acometidos pela peste. · 1384 – Veneza, o porto da Europa: · Quarentena para tentar impedir que a Peste Negra ou Bubônica, chegasse até a Europa. · Instituída, pela primeira vez, a notificação obrigatória dessa doença. · Estabelecidas medidas de isolamento para as pessoas, as embarcações e as mercadorias, fazendo surgir a vigilância exercida sobre as pessoas doentes. · Vigilância Epidemiológica no Brasil · Século XVII – Adoção de medidas para conter uma epidemia de febre amarela no porto de Recife. · 1808 – Quarentena devido à transferência da Coroa Portuguesa. · 1889 – Primeira Regulamentação dos Serviços de Saúde dos Portos, para tentar prevenir a chegada de epidemias e possibilitar um intercâmbio seguro de mercadorias. · Década de 50 · Campanha de Erradicação da Malária · Surge a expressão “vigilância epidemiológica” no Brasil · “ A observação sistemática e ativa de casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis e de seus contatos” · Qual a operação? Quarentena e isolamento. Obs.: Não era uma atividade para a coletividade · Década de 60: Programa de Erradicação da Varíola · Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica · É um subsistema do SUS; · Baseado na informação-decisão-controle de doenças e agravos específicos. · Seus principais objetivos são elaborar, recomendar e avaliar as medidas de controle e o planejamento. · Lei 6.259 e Decreto 78.231/76 1977: Primeiro Manual de Vigilância Epidemiológica Art.8º: ‘É dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência de fato, comprovado ou presumível, de caso de doença transmissível, sendo obrigatória a médicos e outros profissionais de saúde, no exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino, a notificação de casos suspeitos ou confirmados de doenças e agravos.’ · Objetivos da VE · Fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde. · Disponibilizar as informações atualizadas sobre a ocorrência de doenças, bem como fatores causais, numa área geográfica ou população definida. · Funções da VE · Coleta de dados; · Processamento de dados coletados; · Análise e interpretação dos dados processados; · Recomendação das medidas de controle apropriadas; · Promoção das ações de controle apropriadas; · Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; · Divulgação de informações pertinentes. (uma forma é através de boletim epidemiológico) · De quem é a competência? · Todas as esferas do sistema de saúde: municipal, estadual e federal; · Graus de especificidade variáveis: · Ações executivas: nível municipal (conhecimento do problema) · Ações de caráter estratégico e de longo alcance: nacional e estadual · Coleta de dados e informações · O cumprimento das funções de vigilância epidemiológica depende da disponibilidade de dados. · A qualidade da informação depende da adequada coleta de dados gerados no local onde ocorre o evento. · A coleta de dados ocorre em todos os níveis de atuação do sistema de saúde. · A força e o valor da informação dependem da precisão com que o dado é gerado · Magnitude do problema existente: · A VE deve abranger o maior número possível de fontes geradoras · Não é possível, nem necessário, saber a totalidade dos casos · Selecionar fontes confiáveis possibilita acompanhar as tendências de doenças. · Tipo de dados · Demográficos, ambientais e socioeconômicos · Morbidade · Laboratórios, farmácias e indústrias farmacêuticas · Imprensa e comunidade · Mortalidade · Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos: · Quantificar grupos populacionais (denominadores para o cálculo de taxas); · Caracterização da dinâmica populacional e das condições gerais de vida. · Fontes: censos demográficos ( IBGE; SINASC ( DATASUS · Dados de morbidade: · Medem a ocorrência de doenças · Detecção imediata ou precoce de problemas sanitários · Dados oriundos da notificação de casos, de serviços ambulatoriais e hospitalares, de investigações epidemiológicas, busca ativa de casos... · Notificação: Comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde feita à autoridade sanitária por profissionais da saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes. · Listagem das doenças de notificação nacional · Fontes: SINAN, DATASUS · Dados de mortalidade: · Indicadores da gravidade do problema; · Declarações de óbitos, padronizadas e processadas nacionalmente. · Fonte: SIM · Busca ativa de casos · Área e situações de risco · Laboratórios, farmáciase indústrias farmacêuticas: · Confirmação diagnóstica · Monitoramento de algumas doenças · Curva de produção e consumo de determinados medicamentos e outros produtos. · Imprensa e comunidade: · Primeiro alerta para um início de surto · Uma nova forma de fazer vigilância: Health Map · A Epidemiologia orienta a vigilância · Informação ( Ação: Pessoa, lugar, tempo, como, porque ( ATIVIDADES DE CONTROLE ( Bloqueio (vacina), limpeza de lixo, comunicação, educação em saúde, mobilização social, atençã0 Informação ( Ação · Fluxo de um sistema de vigilância · Investigação epidemiológica · A lista de doenças sob investigação epidemiológica passa por atualizações periódicas visando atender a complexidade da dinâmica do processo saúde-doença. Exemplo: As doenças pós-transfusionais não estavam sob investigação, mas após o aparecimento da AIDS passaram a ser investigadas · Instrumento: Ficha Individual de Investigação · Roteiro específico para cada doença de notificação compulsória · Aspectos da notificação · Notificar a suspeita da doença, oportunamente · A notificação tem de ser sigilosa · O envio dos instrumentos de coleta de notificação · Notificação negativa: informar a não-ocorrência de doenças de notificação compulsória (demonstra alerta) · A listagem das doenças de notificação nacional é estabelecida pelo Ministério da Saúde entre as consideradas de maior relevância sanitária para o país. Os dados correspondentes compõem o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). · Doenças de notificação compulsória · Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública Agravos de notificação imediata (em até 24h) ao Ministério da Saúde · Critérios para definição das doenças · Magnitude (prevalência, mortalidade) · Potencial de disseminação (transmissibilidade) · Severidade (hospitalizações, sequelas) · Relevância social (estigmatização, medo) · Relevância econômica (restrições comerciais, custos do tratamento) · Vulnerabilidade (instrumentos de prevenção e controle) · Epidemias, surtos e agravos inusitados · Regulamento sanitário internacional · Vigilância Epidemiológica · Tipos de vigilância: · Ativa · Passiva · Sentinela · Âmbito hospitalar · Vigilância ativa · Iniciada pelos responsáveis pela vigilância · Autoridades de saúde pública buscam informações nas unidades e profissionais de saúde, sobre: casos secundários, caso índice, faltosos · Custo elevado com grande consumo de tempo dos responsáveis · Geralmente utilizada para problemas específicos ou um número pequeno de doenças · Situações alarmantes ou programas prioritários (sarampo, rubéola, HIV/aids, dengue, poliomielite, tuberculose) · Vigilância passiva · Iniciada pelo atendimento de pacientes · Não utiliza mecanismo ativo para a obtenção de informações · Notificações voluntárias e espontâneas que ocorrem na rotina dos serviços de saúde · Custo menor e de maior facilidade operacional · Pode subestimar a real ocorrência de diversos agravos · Limitações de sistemas baseados em notificações · Subnotificação / Supernotificação · Preenchimento incompleto * Se a rotina utilizada na vigilância é consistente, os dados vão indicar tendências apesar da subnotificação · Vigilância Sentinela · Grupo definido de profissionais / unidades são selecionados para atividades de vigilância · Notificam os eventos de interesse na população (Ex. Influenza) · A população e unidades / profissionais de saúde são representativos da população sob risco · Taxas de notificação tendem a ser melhores do que o sistema passivo · Vigilância Epidemiológica Hospitalar · Detecção de casos de agravos suspeitos ou confirmados de doenças de notificação compulsória atendidos em âmbito hospitalar · Portaria MS/GM no 2.529, 23 novembro de 2004 e Portaria nº 2.254, de 5 de agosto de 2010 · Núcleos hospitalares de epidemiologia (NHE) em hospitais de referência no Brasil · Aumento da sensibilidade e da oportunidade na detecção de doenças de notificação compulsória (DNC). · VIGILÂNCIA SANITÁRIA · Definição: · Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde; · Capacidade de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. (Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90) · Funções da Vigilância Sanitária · Normatização e controle sanitário: · Bens e substâncias de interesse à saúde e todos os processos envolvidos, desde sua produção, até seu consumo; · Tecnologias médicas, sangue, tecidos e órgãos; · Serviços direta ou indiretamente relacionados à saúde; · Portos, aeroportos e fronteiras · Aspectos do meio ambiente, processos de trabalho e saúde do trabalhador · Definido pela Lei nº 9.782 de 26 de janeiro de 1999 · Engloba unidades nos três níveis de governo · Sistema Nacional de Vigilância Sanitária · Federal: · Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) · Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/FIOCRUZ) · Estadual: · Órgãos da VS · Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) · Municipal: · VISA (Centros de VS municipais) · Ações da Vigilância Sanitária · Fiscalização · Antes e durante · Controle qualidade da produção · Diretrizes e normas: boas práticas de fabricação e instruções de uso · Garantir segurança · Minimizar os riscos · Vigilância: · Durante o uso · Após comercialização · Detectar eventos adversos · Infecções hospitalares · Hemovigilância: sangue, hemoderivados · Tecnovigilância: artigos médicos, equipamentos · Famacovigilância: medicamentos, imunobiológicos · Campo de abrangência: Composto por dois subsistemas: I – Bens e serviços: produção de bens de consumo e serviços de saúde, que interferem direta ou indiretamente na saúde da comunidade. · Tecnologias de alimentos e processos de produção de alimentos; · Tecnologias de beleza, limpeza e higiene · Tecnologias de produção industrial e agrícola · Tecnologias médicas · Tecnologias do lazer · Tecnologias da educação e convivência Campos de abrangência: alimentos, serviços de saúde, produtos para saúde, medicamentos, saneantes, cosméticos II – Meio ambiente: refere-se ao conjunto de elementos naturais e daqueles que resultam da construção humana e suas relações sociais. · Meio natural, correspondente a água, terra, ar; · Meio construído, referente às edificações e formas do uso do solo; · Ambiente de trabalho, relativo às condições dos locais de trabalho. · Ex: “sancionada lei que proíbe fumo em local fechado em todo país” · Vigilância Sanitária das Tecnologias de alimento · Brasil: · Conhecida falta de higiene na produção de alimentos · Abate clandestino, produção de leite cru e pasteurizado... · Objetivo: · Controle e garantia dos produtos alimentícios a serem consumidos pela população, atuando na fiscalização dos estabelecimentos que fabricam e manipulam alimentos · Os alimentos mais denunciados são: Queijos, Maionese, Carne bovina, Carne suína, conservas · Os agentes mais frequentes: Salmonella sp, Clostridium perfringens, Staphilococus aureus, Bacillus cereus, E coli · Programa Nacional de Monitoramento da qualidade Sanitária de Alimentos (PNMQSA) · Criado em 2000. · Objetivo: controle e fiscalização de amostras de diversos alimentos expostos ao consumo. · 27 categorias de alimentos · Elevado consumo por parte da população; Maior risco epidemiológico; Disponibilidade no mercado local; Histórico de freqüentes irregularidades; · Vigilância Sanitária das Tecnologias médica · Tecnologias médicas: · Métodos e técnicas de intervenção direta sobre o corpo humano, visando a prevenção, cura ou alívio da doença. · Medicamentos, soros, vacinas, equipamentos e outros dispositivos médico-hospitalares, cuidados médicos e cirúrgicos e toda a organização de serviços de saúde. · Procedimentos médico-cirúrgicos: · Inspeção de estabelecimentos que fabricam ou vendem equipamentos e dispositivos médico-hospitalares; · A inspeção sanitária tem como objetivo avaliar as condiçõesde produção até o consumo final; · O controle sanitário nesta área tem sido feito através da fiscalização dos serviços de saúde. · O estabelecimento que realizar procedimentos inadequados ou sem comprovação científica está sujeito a penalidades impostas pela Vigilância Sanitária. · Organizações de Atenção à saúde: · Objetivo de garantir a qualidade técnica da prestação de serviços de saúde, evitando lesões e danos à saúde · Exercício profissional · Clínicas ambulatoriais · Hospitais · Serviços hemoterápicos · Serviços de terapia renal substitutiva · Radiação ionizante · Exercício Profissional: · Regulação do exercício das profissões tem origem nas primeiras ações da “polícia sanitária” nos séculos XVIII e XIX no Brasil; · Decreto nº 20.931, de 11 de janeiro de 1932 – profissionais da saúde; · Regula o exercício da medicina, entre outras áreas de saúde; · Registro obrigatório do diploma; · Notificação do endereço de clínicas, residências ou consultórios. · Conceitos relacionados · Evento adverso: Agravos à saúde ocasionados a um paciente após o uso de um dos produtos sob vigilância sanitária · Queixa técnica: Irregularidade identificada em relação a um produto ou ao seu fabricante (desvio da qualidade, sem registro, falsificação) – potencial risco · Objetivos de uma investigação · Determinar a extensão e a causa · Controlar a disseminação da doença · Identificar casos não reconhecidos (assintomáticos) e seus contatos · Identificar uma fonta de infecção e veículo de transmissão da doença · Saber mais sobre a doença · Quais os motivos da investigação de um surto? Controlar o surto e identificar: · Etiologia da doença · Fonte de infecção Estudo descritivo · Modo de transmissão · Grupos e fatores associados ao risco ( Estudo analítico · Quais os motivos da investigação de um surto? · Confirmar o diagnóstico · Determinar as principais características epidemiológicas · Prevenir novos surtos · Reduzir Morbidade e/ou mortalidade · Interesse público, legal ou político · Investigação de surtos Para Estabelecer a existência de um surto: · Determinar o número de casos esperados • Registro de vigilância do departamento de saúde • Registros hospitalares • Estatística de mortalidade · Comparar com o número de casos observados Etapas da investigação de surto ▪ Estabelecer a existência de um surto ▪ Verificar o diagnóstico ▪ Definir e identificar casos ▪ Organizar os dados em Tempo, Lugar e Pessoa ▪ Determinar quem está sob risco ▪ Levantar hipóteses ▪ Testar hipóteses ▪ Refinar hipóteses e/ou estudos adicionais ▪ Implementar medidas de controle ▪ Comunicar os resultados – preparar relatórios Medidas de Frequência Indicadores de Saúde · Descrição dos dados epidemiológicos • Dimensões: · Pessoa: Quem foram afetados? · Tempo: Quando foram afetados? · Lugar: Onde foram afetados? · Representação dos dados Taxas, Razões e Proporções · Importância • Medir a frequência de um evento • Compreender a situação de saúde • Fundamental para: caracterizar risco, estimar magnitude, comparar diferentes populações, planejar estratégias de prevenção e controle · Taxas · Definição: Em saúde pública, as taxas são freqüências de um evento de saúde (ou doença) numa população, durante um período de tempo específico · As taxas são calculadas baseadas em: · Numerador · Denominador · Elementos de tempo (dia, semana, mês, ano) · Numerador: representa um número de um evento de interesse durante um período de tempo. Exemplos: · Casos de dengue de janeiro a junho de 2017 · Número de cirurgias realizadas em 2016 · Óbitos por acidentes de trânsito · Denominador: representa a população na qual o evento de saúde (numerador) ocorreu · Tipos de taxas: · Taxas de incidência → doenças agudas · Taxas de ataque · Exposição específica (alimento, medicamento) · Taxas de prevalência → doenças crônicas · Incidência: Expressa o número de casos novos de uma doença durante um período definido, numa população sob o risco de desenvolver a doença · Taxa de incidência “... é uma estimativa direta da probabilidade (risco) de desenvolver uma doença num período de tempo específico.” DE Lillienfeld, Foundations of Epidemiology, 1994 · Exemplo: Incidência de hepatites A em Santa Catarina, 2010 Dados de vigilância: 1.220 casos confirmados de hepatite B em 2010 Censo: população de Santa Catarina em 2010 (N=6.248.436) Taxa de incidência= Numerador (nº de casos)/ Denominador (população)( = 1.220 casos/ 6.248.436 = 1,95 /10.000 hab. · Incidência · Incidência é uma medida de risco. · Denominador representa o número de pessoas em risco para o desenvolvimento da doença. · Qualquer pessoa do denominador pode tornar-se numerador. · Exemplo: incidência de câncer de útero – Utilizar no denominador apenas mulheres · Sempre especificar o tempo · Incidência cumulativa · Denominador: população em risco no início do estudo. · Utiliza o número de pessoas no início do acompanhamento. · Não considera o tempo de acompanhamento de cada indivíduo. · Densidade de incidência · Denominador: pessoas-ano em risco · Cada indivíduo é acompanhado por um período diferente · A DI considera este tempo (A incidência cumulativa assume que toda a população de risco (ou exposta) no início do período do estudo foi seguida por um período específico (A densidade de incidência cumulativa (DIC) tem no seu numerador também o número de casos novos. Entretanto, o denominador é a soma de cada tempo de cada indivíduo. · Taxa de ataque (TA) · Semelhante à incidência, porém por um tempo mais limitado, como em situações de surto · N◦ pessoas que adoeceram numa população (coorte) durante um determinado período (surtos) · Exemplo A: 33 de 110 pessoas expostas ao medicamento A apresentaram reação adversa TA= 33 pessoas com reação/ 110 pessoas (total de expostas) TA (pessoas exportas ao medicamento A) = 30 % · Taxa de Prevalência N° de casos conhecidos (casos novos + casos antigos ainda presentes) da doença em uma população, num determinado período · Prevalência Mais utilizada para doenças crônicas • Prevalência pontual: Total de casos (novos + já existentes) num ponto no tempo (Ex: janeiro de 2013) · Em algum ponto do tempo · Exemplo: prevalência de uso de ansiolítico hoje entre os estudantes de medicina da 4ª fase • Prevalência por período: Total de casos (novos + já existentes) durante um específico período de tempo (Ex: 1 de janeiro a 30 de junho de 2013) · Durante um período · Exemplo: prevalência de uso de ansiolítico no semestre 01/2017 entre os estudantes de medicina da 4ª fase Prevalência · Duração da doença · Imigrações e emigrações · Curas · Óbitos · Relações entre incidência e prevalência Tanque – comunidade. Liquido – prevalência Incidência aumenta Prevalência AUMENTA Mortes e/ou curas constante Incidência constante Prevalência DIMINUI Mortes e/ou curas aumenta Incidência constante Prevalência CONSTANTE Mortes e/ou curas constante · Exercício: população= 40 pessoas Curso da doença Qual a Tx prevalência T1 (pontual)? (02/40)*100 = 5% Qual a Tx prevalência T2 (pontual)? (02/40)*100 = 5% Qual a Tx prevalência T1-T2? (09/40)*100 = 22,5% Qual a Tx incidência T1-T2? (07/40)*100 = 17,5% · ATENÇÃO!! • Problemas com os numeradores: – Definição da doença: · Critérios diagnósticos bem definidos; · Aplicados a todos os indivíduos – Como achar os casos? · Utilizar dados já coletados ou realizar um estudo específico – Problemas com dados hospitalares: · Importante fonte de dados em estudos epidemiológicos · As internações hospitalares são seletivas · Podem apresentar registros incompletos ou mal preenchidos · Problemas com o denominador: · Base populacional · Contagem adequada do grupo estudado · Exemplo: incidência de câncer de útero ( Denominador: deve retirar as mulheres que foram submetidas a histerectomia. · As taxas: · São calculadas com base no numerador e denominador· Incidência e prevalência · São as medidas mais utilizadas na epidemiologia · Constituem indicadores de Morbidade, assim como a taxa de internação hospitalar • E quais são as outras? · Indicadores de Saúde Os Indicadores servem para comparar um dado referente a determinado local com o observado em outros locais, assim como em diferentes tempos. • analisar a situação atual de saúde • fazer comparações • avaliar mudanças ao longo do tempo · Indicadores Epidemiológicos 1) Número Absoluto: São utilizados em situações onde as populações são pequenas ou quando se trata de eventos raros – eventos localizados em tempo e espaço definidos. Além disso, também é utilizado no gerenciamento em serviços de saúde. · Exemplos • número de casos novos de leucemia no Brasil em 2017 • número de internações hospitalares por acidente vascular cerebral Não levam em conta o tamanho da população 2) Número Relativo: Índices Calculado pela relação entre entidades de distintas naturezas Indicadores Epidemiológicos · Razão: É a fração em que o denominador não faz parte do numerador. Exemplo: Razão de Sexo ( Nº de homens/ Nº de mulheres · Proporção : O numerador está contido no denominador Exemplo: Mortalidade proporcional por câncer de mama em 2016 ( Número de óbitos por câncer de mama em 2016/ Número total de óbitos em 2016 (x100) Relembrando matemática... Razão · Uma fração na qual o numerador NÃO é parte do denominador. · Exemplo: Razão de morte fetal ( Mortes fetais/nascidos vivos Proporção · É uma fração na qual o numerador é parte do denominador. · Exemplo: Taxa de mortes fetais ( Mortes fetais/todos os nascimentos Exemplo: Razão de mortalidade materna • Avalia a cobertura e qualidade do atendimento prestado à mulher durante a gestação e parto. RMM = óbitos por causas maternas* (gestação, parto e puerpério) / nº nascidos vivos • Obs.: É uma estimativa da taxa de mortalidade materna, e por isso, muitas vezes é utilizado o termo taxa, mas o numerador não está incluído no denominador *morte materna = até 42 dias após término da gestação Proporção • Comparar número de casos em determinada categoria com o tamanho total da distribuição • No cálculo da proporção o numerador está incluído no denominador Exemplo: Proporção de casos de síndrome da rubéola congênita (SRC) com a tríade (cardiopatia + catarata + surdez) em Recife no período de 2000-2001 · Numerador: casos com a tríade = 9 · Denominador: total de casos de SRC = 31 · Proporção = 9 / 31 = 29% Indicadores Epidemiológicos · Taxas ou coeficientes: · Prevalência: Considera o total de casos (casos acumulados) · Incidência: É o risco de um indivíduo na população adquirir a doença num período específico de tempo. Considera apenas casos novos. · Taxa de mortalidade: É o risco de um indivíduo na população morrer por determinado problema. · Taxa de Mortalidade Infantil: É a probabilidade de que uma criança nascida viva tem de morrer antes de completar um ano de idade. · Coeficiente de letalidade: É a probabilidade de uma pessoa doente morrer devido à doença. · Taxa bruta de mortalidade · Refere-se a toda uma população · Não levam em conta a probabilidade de morte segundo características das pessoas (sexo, idade, etnia, condições sociais) · A taxa bruta de mortalidade é influenciada pela composição da população (segundo idade, sexo, estado civil, ocupação) · Dificulta a comparação entre períodos e regiões distintas · A padronização deve ser feita em virtude de as taxas de mortalidade aumentarem com o envelhecimento da população. · Padronização: Tem o objetivo de controlar o efeito de diferentes estruturas etárias sobre a taxa de mortalidade • Direta: utilizando a distribuição etária de uma população padrão; Ex:Brasil 2010 ou OMS ( taxas de mortalidade padronizadas (ou ajustadas) pela idade • Indireta: utiliza o número de óbitos de uma população padrão · Coeficiente de mortalidade específico • sexo, • idade • determinada doença • ... · Coeficiente de mortalidade proporcional geral De todas as mortes, que proporção foi devida à doença X? · Coeficiente de mortalidade infantil • Indicador sensível que permite avaliar as condições de vida e saúde de uma comunidade. • Tipos: – Coeficiente de mortalidade infantil (< 1 ano) · Coeficiente de mortalidade neonatal precoce: 0 – 6 dias · Coeficiente de mortalidade neonatal tardia: 7 – 27 dias · Coeficiente de mortalidade pós-neonatal: 28 a 364 dias – Coeficiente de mortalidade em menores de 5 anos · Taxa letalidade: idéia de gravidade • Qual a porcentagem de pessoas diagnosticadas com a doença que morreram em um certo tempo após o diagnóstico? • O risco de uma pessoa doente morrer Resumindo... · Indicadores de saúde INDICADORES DE MORBIDADE INDICADORES DE MORTALIDADE · Medidas de ocorrência de doenças: · Incidência · Prevalência · Coeficiente de mortalidade geral · Mortalidade específica · Mortalidade proporcional · Coeficiente de mortalidade infantil · Coeficiente de mortalidade materna · Letalidade · Importância das Taxas • Podem ser calculadas por sexo, idade, grupo étnico ou qualquer outro fator • Permitem comparação das doenças ajustadas pelo tamanho ou estrutura da população • Possibilitam formular hipótese sobre causalidade • Possibilitam avaliar o impacto da doença em subgrupos • Permitem identificar grupos de alto risco para focalizar estratégias de prevenção e controle Números absolutos Números relativos • Devem ser usados com cautela quando se fizer comparações entre populações diferentes. • Exemplo: número de fumantes em uma comunidade. • Permitem comparação direta com outras populações. • Exemplo: proporção de fumantes em uma comunidade. · Números absolutos X Taxas Dados apresentados através do número absoluto representam uma forma simples de determinar a magnitude do evento. Exemplos: Febre amarela, Raiva humana, Hantavirose, Sarampo * Comparar com informações históricas se os casos representarem todos casos na população · Vantagem: Taxa x N. absoluto As taxas se ajustam para o tamanho da população · Mudanças na população: Migrações, Crescimento populacional · Estimativa de risco em grupos populacionais específicos: Indígenas, Sem-terra, Menores de 1 ano Permite comparar grupos ajustando por população · Estrutura etária diferente: Comunidades com populações idosas · Diferenças regionais :Ajustar por estrutura da população ( Padronização Direcionar esforços de prevenção e controle para os grupos sob risco (planejamento) Exercício Analise atentamente o gráfico abaixo sobre duas cidades hipotéticas afetadas pela cólera. Tabela 1 – Relato de casos novos de cólera em duas cidades. Na cidade A foram reportados 60 novos casos de cólera em 1997, enquanto na cidade B foram reportados 39 novos casos em 1996 e 1997. Pensando apenas nestas informações, poderíamos inferir que existem mais novos casos de cólera na cidade A do que na cidade B. Correto? A frequência deve levar em consideração o período de tempo e a população da cidade. Assim, devemos considerar que a cidade A relatou casos no período de 1 ano, enquanto a cidade B por um período de 2 anos. Também precisamos considerar que a população da cidade A é 3,5 vezes maior que a cidade B. Para facilitar e permitir a comparação entre as taxas calculadas para diferentes locais, ou para o mesmo local em diferentes períodos de tempo, utiliza-se sempre uma referência comum (100, 1.000, 10.000, 100.000, 1.000.000), que pode ser representada por uma potência de base 10 (10n). Cálculo da freqüência: Com a adoção de premissas que permitem a comparação entre o número de casos da doença em diferentes cidades, é possível notar que a cidade B tem um número maior de casos novos de cólera comparada à cidade A.
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