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Bentos da Plataforma Continental

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Bentos da Plataforma Continental
Plataforma Continental 
A plataforma continental é delimitada pelo início do sublitoral até o ponto de inflexão abrupta que indica o início da zona batial. 
OBS. A plataforma continental vai em média até os 200m de profundidade. 
Características Gerais da Plataforma Continental 
· Largura variável – Inexistente em partes das Austrália. O mar do norte se encontra sobre uma plataforma continental. A média de tamanho é de 65 km com uma largura máxima de 650 km no ártico. 
· Profundidade – De 0 m a 200 m (o ponto até onde a luz penetra na água). Média de 135 m com uma máxima de 350 m na Antártica. 
· Topografia altamente variável – Apresentando cânions, vales e canais.
· Comunidades dominadas por animais 
· Luz insuficiente para organismos fotossintetizantes – Exceto em regiões costeiras onde há a presença de microalgas e macroalgas. 
· Interação das comunidades pelágicas com os bentos – Podem ser dividas em diferentes interações
1. Do ciclo de vida das espécies – Animais do bentos, lançam para a coluna d’água seus ovos e larvas, que por sua vez serão consumidos pelo zooplâncton e peixes (que também consumirão o zooplâncton).
2. Das cadeias alimentares – Os animais de fundo podem acabar se tornando alimento de animais bento-pelágicos (organismos bentônicos que se alimentam do sedimento de fundo), como arrais e linguados por exemplo. 
3. Da morte e precipitação de animais pelágicos – Ao morrer, um organismo pelagial acaba afundando, de forma que seu corpo serve de alimento para organismos bentônicos.
4. Da precipitação de fezes de animais pelágicos – As fezes dos animais pelágicos se precipitam na coluna d’água, se enchem de bactérias e nutrientes de forma que servem como alimento para os organismos bentônicos.
Importância econômica da plataforma oceânica 
· Concentração da pesca de espécies de interesse comercial - peixes, moluscos e crustáceos.
· Contém importantes habitats de reprodução - Abrigas as gramíneas marinhas submersas, rochas submersas e vários outros locais que contém micro hábitats que podem ser ambientes reprodutivos para várias espécies. 
OBS. A plataforma continental é onde se concentra a maior parte da ação antrópica como perturbação por redes de arrasto, deposição de dragagem, perfuração de poços de petróleo ou gás, derrames de óleo, entre outras. 
Principais fatores que atuam sobre as comunidades bentônicas da plataforma continental 
· Profundidade – Influi diretamente na estabilidade ambiental, quanto mais rasa a plataforma, mais instável é o ambiente, à medida que a profundidade aumenta, fatores como a temperatura, ação das ondas, luz e suprimento de alimentos se tornam mais estáveis. A plataforma é um gradiente físico/químico em relação a profundidade. 
A plataforma pode ser dividida, de acordo com as mudanças de declividade, em:
· Interna – Limite ao redor de 50 m de profundidade. As variações são medidas em escalas semanais. 
· Média – As variações são medidas em escalas intra-anuais. 
· Externa – As variações são medidas em escalas anuais.
· Tipo de sedimento – A maior parte das plataformas continentais é coberta por sedimentos que abaixo da superfície são anóxicos (sem oxigênio), ricos em sulfeto de hidrogênio, metano e íons ferrosos formados por atividade bentônica.
A matéria orgânica que sedimenta sore o fundo é decomposta pro bactérias. 
· Em áreas com oxigênio, o mesmo é utilizado diretamente na respiração e decomposição. 
· Onde o teor de O2 é menor que a demanda, compostos orgânicos e inorgânicos funcionam como receptores de hidrogênio nos processos de respiração e fermentação (processos anaeróbicos). 
Sedimentos lamacentos – Pouca oxigenação, muita matéria orgânica. Camada aeróbica superficial com poucos milímetros de espessura. Presença de depositivoros de superfície (animais da epifauna que se alimentam da matéria orgânica acumulada).
Sedimentos arenosos – Permeáveis, baixo teor de matéria orgânica, possui camada aeróbica até vários centímetros abaixo no sedimento. 
· Efeitos de rios (alterações químicas e geoquímicas)
· Efeito de ondas e tempestades
· Dinâmica das massas de água
· Luz
· Disponibilidade de alimento
Associações da macrofauna
Os trabalhos pioneiros sobre a fauna de sedimentos de plataforma foram realizados pelo dinamarquês Johannes Petersen (entre 1914 e 1924). 
Esse foi o primeiro trabalho quantitativo com macrofauna de fundos inconsolidados rasos, coletada ao redor de ilhas da Dinamarca e Suécia.
· Utilizou um pegador de fundo (0.1 e 0.5 m₂).
· Observou 
1. Havia Associação de espécies semelhantes em vários locais estudados.
2. Poucas espécies eram responsáveis pela maior parte do número de indivíduos e biomassa encontrada. 
3. Usando ideia similar à de classificação das associações de espécies de costão rochoso, designou essas associações como sendo comunidades e designou-as por suas espécies constantes e dominantes. 
O pesquisador Thorson observou que em diferentes regiões do mundo eram encontrados juntos organismos do mesmo gênero, mesmo que de espécies diferentes. Esse agrupamento recebeu o nome de Comunidades paralelas. 
Sedimento e estabelecimento das populações dos bentos 
Em 1950 se iniciou um estudo, feito pelo Thorson, das larvas e do assentamento larval. Ele percebeu que as larvas dos animais bentônicos tinham duas fases principais de escolha, de forma que a comunidade só seria bem sucedida em ter um grande número de indivíduos adultos, se as larvas que saíram pudessem retornar aquele substrato. O retorno da larva para a população adulta foi dividido em duas grandes fases.
1. Quando a larva se encontra na coluna d’água e tem que perceber estímulos luminosos, de profundidade, de pressão, estímulos químicos, velocidade das correntes e salinidade. Essas respostas comportamentais complexas levam o organismo a perceber que deve deixar a coluna d’água e descer ao substrato.
2. A percepção e resposta à um estímulo favorável do substrato promove o assentamento do organismo no local escolhido. 
Distribuição latitudinal dos tipos de sedimento
Os sedimentos são mais variáveis na plataforma interna do que na externa. 
Essa distribuição reflete a influência da contribuição de sedimentos do continente.
· Lama e coralinos são mais abundantes nos trópicos.
· Areia é globalmente abundante 
· Nas altas latitudes predominam o cascalho e a rocha.
Bancos lamosos – são formados pela grande proporção de lama nas proximidades dos grandes rios dos trópicos. Em especial os sistemas de delta do Amazonas, Orinoco, Mekong e Ganges. O excesso de sedimento desses bancos é tão grande que nada consegue se fixar neles, de forma que são desprovidos de vida. Podem ter até 2m de espessura e são extremamente pobres em oxigênio.
Efeito de grandes rios 
O despejo de água doce e de sedimento em suspensão de grandes rios sobre as comunidades bentônicas de plataforma continental pode causar:
· Hipóxia – Baixo teor ou até ausência de oxigênio.
· Soterramento e redução da fauna – No momento em que chega a carga sedimentar em determinada época do ano, a quantidade pode ser tão grande e chegar de maneira tão rápida que muitos indivíduos podem acabar soterrados e com seus mecanismos de respiração e alimentação entupidos. 
· Fundo instável – Os bancos lamosos são tão fluidos que seu fundo não permite fixação de indivíduos, de forma que a fauna não consegue se assentar e a sua presença acaba gerando uma redução na biomassa, na diversidade e na densidade populacional. 
Ação das ondas e turbulência
Em águas muito rasas, as ondas revolvem o fundo da plataforma, de forma a provocar um deslocamento paralelo 
· Provavelmente o fator físico mais importante na plataforma rasa.
· Turbulência pode ser provocada por ondas, correntes de maré e ressurgência. 
· A turbulência impede a estratificação térmica da água e os componentes ficam disponíveis para o fitoplâncton.
· A ação das ondas revolve o sedimento do fundo e remove a fauna. Geralmente esses ambientes muito revolvidos abrigam umafauna de tamanho pequeno e ciclo de vida curto. Ex. Poliquetas espionídeos e Anfípodes. 
Efeito da dinâmica de massas d’água nos bentos 
· Alteração sazonal da temperatura do fundo causa alteração na ocorrência de espécies. Espécies adaptadas a ambientes mais frios não sofrem problemas, enquanto aquelas adaptadas a ambientes mais quentes podem acabar morrendo com a entrada de águas mais frias, ou pelo menos se mudam para regiões mais rasas. 
· O siri Portunus spinicarpus está ligado a um ambiente aquático de 18⁰ C ou menor. Ele vivem na plataforma externa de toda a região sul/sudeste do Brasil, quando chega uma frente térmica, ele a acompanha e conforme a água esfria o animal passa a ocupar temporariamente novas regiões mais rasas.
· Existem espécies características da água Costeira, mais quente e menos salina, como o Xiphopenaeus kroyeri (camarão sete barbas). Esse camarão ocupa águas de mais ou menos 25⁰ C assim como a plataforma continental.
Estudos na Ilha de São Sebastião 
· Ao longo de São Sebastião a megafauna reflete a presença das massas de água, o teor da matéria orgânica e o tipo de sedimento.
· Ao longo de Ubatuba, a macrofauna reflete a profundidade, o gradiente de massas d’água e o tipo de sedimento. 
· A Área Interna (10m – 50m) apresenta maior diversidade (heterogeneidade de sedimento) e biomassa (intrusão ACAS). 
· A Área externa (50m – 100m) apresentou duas vezes maior densidade. 
A maior parte dos organismos de plataforma se distribuem em MANCHAS
As causas desse processo são:
· Interação Organismo X Fatores Ambientais 
· Interação Organismo X Organismo
Essas interações ocorrem em escala horizontal e vertical.
Classificação dos organismos nas comunidades 
Os organismos nas comunidades são divididos em dois grandes grupos:
· Estabilizadores de sedimento – Espécies que procuram estabilizar o sedimento em seu entorno com a construção de estruturas para se fixar. 
· Desestabilizadores de sedimento – Espécies que escavam o solo e remobilizam o sedimento constantemente. 
OBS. Membros de um grupo não conseguem viver no mesmo ambiente que o outro, esse é um dos fatores que faz com que ocorra a divisão por manchas. 
Bioturbação 
Perturbação do sedimento que não é causa por marés ou turbulência de ondas, mas sim pela atividade dos animais. 
Animais Biopertubadores retrabalham o sedimento, criam estruturas por meio de escavação, enterramento e atividade alimentar (construção de tubo, irrigação de tubo, seleção de partícula e produção de fezes). 
Interação entre os membros da comunidade
· Em fundo inconsolidados os animais não lutam por espaço
 
· No lodo a uma maior quantidade de depositivoros e na areia de suspensivoros. 
Teoria do amensalismo trófico
Organismos depositivoros que se enterram e produzem uma superfície não compacta de pelotas fecais. Está é uma lama instável que inibe o assentamento larval e impede a presença de suspensivoros.
Teoria da facilitação 
Não é em todo caso que a presença de depositivoros exclui os suspensivoros do ambiente. A presença de espécies construtoras de tubos em sedimentos finos pode estabilizar o sedimento e permitir a presença de espécies suspensivoras. 
A luz é um fator limitante crítico para plantas que vivem no fundo: limita a distribuição de microalgas bentônicas. 
Na plataforma rasa a produção é maior devido à proximidade com a luz do sol e a sua produção pelágica acaba indo para o fundo de forma a oferecer um grande suprimento de alimento.
· Algas unicelulares e filamentosas podem viver apenas na superfície de sedimentos nas zonas mais costeiras onde a zona eufótica atinge o fundo.
· As microalgas bentônicas tem adaptações fisiológicas para realizar fotossíntese em menor quantidade de luz (abaixo de 1% de radiação incidente na superfície).
· Estimativas mostram que a produção de microalgas pode ocorrer de 0 a 66 metros de profundidade. 
Disponibilidade de alimento 
· Produção de pelotas fecais provenientes do zooplâncton, que podem ser colonizadas por bactérias ou organismos gelatinosos que formam conglomerados chamados de neve marinha. 
· Carcaças de animais grandes (peixes de grande porte, baleias e golfinhos), que se precipitam pela coluna d’água e vão parar no fundo.
Seis grupos tróficos mais comumente encontrados na macrofauna e megafauna 
· Na plataforma interna a relação entre grupos tróficos dos bentos e as fontes de alimentos é fortemente afetada pela variação sazonal dos fatores oceanográficos da área que influenciam direta e indiretamente a quantidade e qualidade do alimento na área.

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