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MATEUS VOLTAR Introdução Capítulo 1 Capítulo 8 Capítulo 15 Capítulo 22 Capítulo 2 Capítulo 9 Capítulo 16 Capítulo 23 Capítulo 3 Capítulo 10 Capítulo 17 Capítulo 24 Capítulo 4 Capítulo 11 Capítulo 18 Capítulo 25 Capítulo 5 Capítulo 12 Capítulo 19 Capítulo 26 Capítulo 6 Capítulo 13 Capítulo 20 Capítulo 27 Capítulo 7 Capítulo 14 Capítulo 21 Capítulo 28 Introdução Mateus, também chamado Levi, antes de sua conversão era um publicano, ou cobrador de impostos, sujeito aos romanos em Cafarnaum. De maneira geral se reconhece que ele escreveu seu evangelho antes de quaisquer dos demais evangelistas. O conteúdo deste evangelho e a prova dos escritores antigos mostram que foi escrito primordialmente para o uso da nação judaica. O cumprimento da profecia era considerado pelos judeus como uma prova firme, portanto, Mateus usa este feito de forma especial. Aqui há partes da história e dos sermões de nosso Salvador, particularmente selecionados por adaptar-se melhor para despertar a nação judaica a ter consciência de seus pecados; para eliminar suas expectativas errôneas de um reino terrestre; derrubar o orgulho e engano existentes em si mesmos; para ensinar-lhes a natureza e magnitude espiritual do Evangelho; e para prepará-los para admitir os gentios na Igreja. Mateus 1 Versículos 1-17: A genealogia de Jesus; 18-25: Um anjo aparece a José. Vv. 1-17. Acerca desta genealogia de nosso Salvador, observe a intenção principal. Não é uma genealogia desnecessária, nem foi Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 2 elaborada por vanglória como costuma ser a dos grandes homens. Demonstra que nosso Senhor Jesus Cristo é da nação e família da qual iria surgir o Messias. A promessa da benção foi feita a Abraão e sua descendência; a do domínio, a Davi e sua descendência. Foi prometido a Abraão que Cristo descenderia dele (Gn 12.3; 22.18), e a Davi que descenderia dele (1 Sm 7.12, SI 89.3; 132.11); portanto, a menos que Jesus seja filho de Davi e filho de Abraão, não é o Messias. Isto se prova nesta passagem com registros bem conhecidos. Quando o Filho de Deus quis tomar a nossa natureza, Ele se aproximou de nós em nossa condição caída e miserável, porém estava perfeitamente livre de pecado; e enquanto lemos os nomes de sua genealogia não nos esqueçamos de quão baixo se inclinou o Senhor da glória para salvar a raça humana. Vv. 18-25. Vejamos as circunstâncias em que o Filho de Deus entrou neste mundo inferior, até que aprendamos a desprezar as honras vãs deste mundo, quando as comparamos com a piedade e santidade. O mistério de Cristo feito homem deve ser adorado; não devemos inquirir nisto por curiosidade. Foi assim ordenado que Cristo participasse de nossa natureza, mas puro da contaminação do pecado, em que toda a raça de Adão havia andado. Observe que Deus guiará aqueles que pensam, e não aqueles que não pensam. o tempo de Deus para chegar com instrução ao seu povo se dá quando estão perdidos. os consolos divinos confortam mais a alma quando esta está pressionada por pensamentos que confundem. Foi dito a José que Maria traria o Salvador ao mundo, e que ele poria no menino o nome de Jesus, o Salvador. O nome Jesus tem o mesmo significado de Josué. A razão deste nome é clara, porque aqueles a quem Cristo salva, salva-os dos pecados deles, da culpa do pecado pelo mérito de sua morte e do poder do pecado pelo espírito de sua graça. Ao salvá-los do pecado, salva-os da ira e maldição e de toda desgraça, aqui e depois. Cristo veio salvar o seu povo não nos pecados deles, mas dos Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 3 pecados deles, e assim redimi-los de entre os homens para si. Ele que é separado dos pecadores. José fez como ordenou o anjo do Senhor, rapidamente e sem demora, com júbilo, sem discutir. Aplicando as regras gerais da Palavra escrita, devemos seguir a direção de Deus em todos os passos de nossa vida, particularmente em suas grandes mudanças, que são dirigidas por Deus, e encontraremos que isto é seguro e consolador. Mateus 2 Versículos 1-8: Os magos buscam a Cristo; 9-12: Os magos adoram a Jesus; 13-15: Jesus é levado ao Egito; 16-18: Herodes ordena que se matem as crianças de Belém; 19-23: Morte de Herodes. Jesus é trazido a Nazaré. Vv. 1-8. Os que vivem completamente afastados dos meios da graça, costumam usar a máxima diligência e aprendem a conhecer o máximo de Cristo e de sua salvação. Porém, nenhuma habilidade especial, e nenhum aprendizado puramente humano, são capazes de levar os homens a Ele. Devemos aprender de Cristo obedecendo a palavra de Deus, como luz que brilha em um lugar escuro, e buscando os ensinos do Espírito Santo. Aqueles em cujos corações se levanta o sol da manhã, para dar-lhes o necessário conhecimento de Cristo, fazem de sua adoração sua atividade preferida. Ainda que Herodes fosse muito velho, e nunca houvesse mostrado afeto por sua família, e sendo improvável que vivesse até que o recém nascido chegasse à idade adulta, começou a turbar-se com o temor de um rival. Não compreendeu a natureza espiritual do reino do Messias. Acautelemo-nos da fé morta. o homem pode estar persuadido por muitas verdades e ainda odiá-las, pelo fato de elas interferirem em sua ambição ou libertinagem. Tal crença o incomodará, e este se decidirá mais a opor- se à verdade e à causa de Deus; e pode ser muito néscio para esperar ter êxito nisto. Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 4 Vv. 9-12. Ninguém sabe tão bem quanto gozo sentiram estes sábios ao avistarem a estrela, como aqueles que depois de uma longa e triste noite de tentação e abandono, sob o poder de um espírito de escravidão, finalmente recebem o Espírito de adoção, dando testemunho ao espírito de cada um que são filhos de Deus. Podemos pensar que desilusão foi para eles quando descobriram que uma cabana era seu palácio, e a única serva que tinha era a própria e pobre mãe. Contudo, estes magos não se sentiram impedidos, porque havendo encontrado o Rei que buscavam, ofereceram-lhe seus presentes. Quem humildemente busca a Cristo não tropeçará se encontrá-lo, com seus discípulos em cabanas escuras, depois de tê-lo buscado em vão em palácios e cidades populosas. Existe uma alma ocupada em buscar a Cristo? Desejará adorá-lo e dizer-lhe: "Sim, sou uma criatura pobre e néscia e nada tenho a oferecer"? Claro que não! Não tem um coração ainda indigno dEle, escuro, duro, néscio? Ofereça-o tal como é, e prepare-se para que Ele o utilize e o disponha da maneira como apraza a Ele; Ele o tomará, e o fará melhor, e nunca se arrependerá de havê-lo dado. Ele o modelará à sua semelhança, e Ele mesmo será dado, e será seu para sempre. Os presentes dos magos eram ouro, incenso e mirra. A providência divina os mandou como socorro oportuno para José e Maria, em sua atual condição de pobreza. Assim nosso Pai celestial, que sabe de que necessitam seus filhos, usa a alguns como mordomos para suprir a necessidade dos demais e dar-lhes o provimento desde os confins da terra. Vv. 13-15. O Egito havia sido uma casa de escravidão para Israel, e particularmente cruel para as crianças de Israel; porém, seria um lugar de refúgio para o Santo menino Jesus. Quando é do agrado de Deus, Ele pode fazer com que o pior dos lugares sirva ao melhor dos propósitos. Esta foi uma prova da fé de José e Maria. Porém, a fé deles, sendo provada, foi achada firme. Se nós e nossos filhos estamos com problemas em qualquer tempo, recordemos os apertos em que Cristo esteve quando era uma criança. Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 5 Vv. 16-18. Herodes não matou somente todos os meninos de Belém, mas também a todos aqueles que moravam nas aldeias que pertenciama esta cidade. A ira desenfreada, armada com um poder ilícito, às vezes leva os homens a crueldades absurdas. Não foi uma atitude injusta de Deus permitir isto; cada vida é entregue à sua justiça assim que nasce. As enfermidades e a morte dos pequenos não são prova do pecado original. o assassinato destes meninos foi um martírio. Como começou cedo a perseguição contra Cristo e seu reinado! Herodes cria que obstruíra as profecias do Antigo Testamento, e os esforços dos magos para encontrarem a Cristo; porém, o conselho do Senhor permanecerá, por mais astutas e cruéis que sejam as artimanhas dos corações dos homens. Vv. 19-23. O Egito pôde servir por um tempo como estada ou refúgio, mas não de forma permanente, para viver ali. Cristo foi enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel, e a elas deve retornar. Se observarmos o mundo como o nosso Egito, o lugar de nossa escravidão e exílio, e só o céu como nossa Canaã, nosso lar e nosso repouso, deveremos nos levantar rapidamente e partir daqui quando formos chamados, como José saiu do Egito. A família deveria estabelecer-se na Galiléia. Nazaré era um lugar tido em pouca estima, e Cristo foi crucificado com esta acusação: Jesus Nazareno. onde quer que a providência nos designe os [imites de nossa habitação, devemos partilhar o vitupério de Cristo; ainda que possamos nos gloriar em ser chamados por seu nome, asseguremo-nos de que se sofrermos com Ele, também com Ele seremos glorificados. Mateus 3 Versículos 1-6. João Batista – sua pregação, seu estilo de vida, e o batismo; 7-12: João reprova os fariseus e os saduceus; 13-17: O batismo de Jesus. Vv. 1-6. Depois de Malaquias não houve profeta até João Batista. Este apareceu primeiro no deserto da Judéia. Não era um deserto Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 6 desabitado, mas sim uma parte do país, não densamente povoado nem muito ilhado. Nenhum lugar é tão remoto a ponto de excluir-nos das visitas da graça divina. João pregava a doutrina acerca do arrependimento: "Arrependei- vos". A palavra aqui usada implica completa mudança do modo de pensar: uma mudança de juízo, da disposição e dos afetos, uma inclinação diferente e melhor da alma. Considerem seus caminhos, mudem seus pensamentos; se pensaram mal, pensem de novo, e pensem bem. os verdadeiros penitentes têm pensamentos; de Deus e de Cristo, do pecado e da santidade, deste mundo e do outro, diferentes dos que tiveram anteriormente. A mudança do pensamento produz uma mudança de caminho. Este é o arrependimento do qual fala o Evangelho, o qual se produz ao ver a Cristo, ao sentir seu amor e a esperança do perdão por meio dEle. É um grande estímulo para que nós nos arrependamos; arrependei-vos porque vossos pecados serão perdoados se vos arrependerdes. Voltai-vos a Deus pelo caminho do dever, e Ele por meio de Cristo se voltará a vós pelo caminho da misericórdia. É agora tão necessário que nos arrependamos e humilhemos para preparar o caminho do Senhor, quanto o era então. Há muito que fazer para abrir caminho a Cristo em uma alma, e nada mais necessário que o descobrimento do pecado, e a convicção de que não podemos ser salvos por nossa própria justiça. o caminho do pecado e de Satanás é um caminho retorcido, mas para se preparar um caminho para Cristo é necessário endireitar as veredas (Hb 12.13). Aqueles que têm como atividade chamar aos demais a lamentar o pecado e a mortificá-lo, devem levar uma vida séria, de abnegação e desprezo para com o mundo. Dando aos demais este exemplo, João preparou o caminho para Cristo. Muitos foram ao batismo de João, mas poucos mantiveram a profissão de fé feita. Pode haver muitos ouvintes interessados, mas poucos crentes verdadeiros. A curiosidade e o amor pela novidade e variedade podem levar muitos a ouvir uma boa pregação, sendo afetados Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 7 momentaneamente; há muitas pessoas que nunca se submetem à sua autoridade. Aqueles que receberam a doutrina de João, testificaram seu arrependimento confessando os seus pecados. Somente os que são levados com tristeza e vergonha, a reconhecer sua culpa, estarão prontos para receber a Jesus Cristo como sua justiça. os benefícios do reino dos céus, agora já muito próximo, foram-lhes selados pelo batismo. João os purificou com água, em sinal de que Deus os limparia de todas as suas iniqüidades, dando a entender com isto que, por natureza e costume, todos estavam contaminados e não podiam ser recebidos em meio ao povo de Deus, a menos que fossem lavados de seus pecados no manancial que Cristo abriria (Zc 13.1). Vv. 7-12. Dar aos ouvintes o sentido prático é a vida da pregação, e assim foi a pregação de João. os fariseus davam ênfase principal em observâncias exteriores, descuidando dos assuntos de mais peso na lei moral, e do significado espiritual de suas cerimônias legais. Outros eram hipócritas detestáveis, que faziam com suas pretensões de santidade um manto para sua iniqüidade. os saduceus estavam no extremo oposto, negando a existência dos espíritos e do estado futuro. Eles eram os infiéis escarnecedores dessa época e nesse país. Há uma grande ira vindoura. o grande interesse de cada um é fugir da ira. Deus, que não se deleita em nossa ruína, nos tem advertido pela palavra escrita, através dos ministros e pela consciência. Aqueles que dizem lamentar-se por seus pecados e persistem neles, não são dignos do nome de penitentes, nem de seus privilégios. Convém aos penitentes ser humildes e pequenos a seus próprios olhos, agradecer pela mínima misericórdia, ser pacientes nas grandes aflições, estar alerta contra toda a aparência do mal, abundarem todo dever, e ser caridosos ao julgar ao próximo. Aqui há uma palavra de cautela para não se confiar nos privilégios exteriores. Existem muitos cujos corações carnais são dados a seguir o que eles mesmos dizem dentro de si, e deixam de lado o poder da Palavra de Deus, que convence do pecado e de seu poder. Há multidões Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 8 que não chegam ao céu por repousarem sobre as honras e nas simples vantagens de serem membros de uma igreja. Aqui está uma palavra de terror para o negligente e confiado. Nossos corações corruptos não podem dar bons frutos, a menos que o Espírito regenerador de Cristo implante a boa Palavra de Deus neles. Contudo, toda árvore com muitos dons e honras, por mais verde que pareça em sua profissão e desempenho exterior, se não der bons frutos, dignos de arrependimento, é cortada e lançada ao fogo da ira de Deus, que é o lugar mais apropriado para as árvores estéreis. Para que mais servem? Se não dão fruto, são boas como combustível. João mostra o propósito e a intenção da aparição de Cristo, a qual eles agora esperam com prontidão. Não há formas externas que possam limpar-nos. Nenhuma ordenança, independente de quem a administre ou a sua modalidade, é capaz de suprir a necessidade do batismo no Espírito Santo e com fogo. Somente o poder purificador do Espírito Santo pode produzir a pureza do coração, e os santos afetos que acompanham a salvação. Cristo é quem batiza com o Espírito Santo. Isto foi feito com os extraordinários dons do Espírito enviados aos apóstolos (At 2.4). Isto Ele faz com a graça e a consolação do Espírito, dados a todos que lhe pedem (Lc 11.13; Jo 7.58,39; At 11.16). Observe-se aqui, a igreja na era de Cristo (Is 21.10). os crentes verdadeiros são o trigo, substanciosos, úteis e valiosos; os hipócritas são como palha, levianos e vazios, inúteis, sem valor, levados por qualquer vento. Estão misturados bons e maus, na mesma comunhão exterior, mas virá o dia em que a palha e o trigo serão separados. o juízo final será o dia que fará a diferença, quando os santos e os pecadores serão separados para sempre. No céu os santos serão reunidos, e não mais separados; estarão a salvo e já não mais expostos; separados da corrupção exterior e interior. o inferno é o fogo inextinguível, quecertamente será a porção e o castigo dos hipócritas e incrédulos. Aqui a -vida e a morte, o bem e o mal, são postos diante de nós; como somos agora no campo, assim o seremos na árvore. Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 9 Vv. 13-17. As condescendências da graça de Cristo são tão surpreendentes, que mesmo os crentes mais firmes apenas podem acreditar nelas a princípio; tão profundas e misteriosas que mesmo os que conhecem bem a sua mente estarão prontos a oferecer objeções contra a vontade de Cristo. Aqueles que são cheios do Espírito de Deus, enquanto estão aqui, percebem que precisam pedir mais de Cristo. Não há dúvida de que João tinha necessidade de ser batizado por Ele, porém Jesus declarou que Ele deveria ser batizado por João. Cristo estava naquela ocasião em estado de humilhação. Nosso Senhor Jesus considerou conveniente, para cumprir toda justiça, apropriar-se de cada instituição divina, e mostrar sua disposição para cumprir com todos os justos preceitos de Deus. Em Cristo e por meio dEle, os céus estão abertos para os filhos dos homens. A descida do Espírito sobre Cristo, demonstra que estava dotado sem medida com seus poderes sagrados. O fruto do Espírito Santo é amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. No batismo de Jesus houve uma manifestação das três Pessoas da Santa Trindade. o Pai confirmando o Filho como Mediador; o Filho que solenemente se encarregada da obra; o Espírito Santo que desce sobre Ele para ser comunicado ao povo por seu intermédio. NEle os nossos sacrifícios espirituais são aceitáveis, porque Ele é o altar que santifica todo dom (1 Pe 2.5). Para aqueles que estão fora de Cristo, Deus é um fogo consumidor; para aqueles que estão em Cristo, um Pai reconciliado. Este é um resumo do Evangelho, o qual devemos abraçar com júbilo por fé. Mateus 4 Versículos 1-11: A tentação de Cristo; 12-17: O começo do ministério de Cristo na Galiléia; 18-22: O chamado de Simão e dos outros; 23-25: Jesus ensina e faz milagres. Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 10 Vv. 1-11. Com referência à tentação de Cristo, observe que Ele foi tentado logo depois de ser declarado Filho de Deus e Salvador do mundo. Os grandes privilégios e os sinais especiais do favor divino não asseguram a ninguém que não possa vir a ser tentado. Porém, se o Espírito Santo dá testemunho de que temos sido adotados como filhos de Deus, isso contestará todas as sugestões do espírito mal. Cristo foi levado ao combate. Se nos envaidecermos por nossa própria força e desafiarmos o Diabo a nos tentar, provocaremos uma situação em que Deus nos deixará à mercê de nossa própria sorte. Outros são tentados quando desviados por seus próprios desejos, e são seduzidos (Tg 1.14); o Senhor Jesus não tinha natureza corrupta, portanto, Ele foi tentado somente pelo Diabo. Na tentação de Cristo se observa que nosso inimigo é sutil, mal-intencionado e muito atrevido, mas é possível resisti-lo. Um consolo para nós é que Cristo sofreu sendo tentado, porque assim manifesta-se que nossas tentações, enquanto não cedemos a elas, não são pecado, mas tão somente aflições. Em todas as suas tentações, Satanás atacava para que Cristo pecasse contra Deus. 1. Ele tentou fazê-lo perder a esperança em relação à bondade de seu Pai, e a não confiar no cuidado divino. Um dos ardis de Satanás é tirar proveito de nossa condição exterior; e os que são postos em apertos precisam redobrar sua guarda. Cristo respondeu todas as tentações de Satanás com um "Está escrito", para dar-nos o exemplo ao apelar ao que está escrito na Bíblia ; Devemos adotar este método cada vez que formos tentados a pecar. Aprendamos a não seguir rumos equivocados para a nossa provisão, conforme nossas próprias opiniões, quando nossas necessidades forem muito prementes: o Senhor proverá de uma ou de outra forma. 2. Satanás tentou a Cristo a que suspeitasse do poder e proteção de seu Pai em termos de segurança. Não há extremos mais perigosos do que o desespero e a presunção, especialmente no que se refere aos assuntos de nossa alma. Satanás não se intimida de assaltar até em lugares sagrados. Não baixemos a guarda em nenhum lugar. A cidade santa é o Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 11 lugar onde, com a maior vantagem, ele tenta os homens ao orgulho e à presunção. Todos os altos são lugares escorregadios; o avanço no mundo expõe o homem a tornar-se um alvo, para que Satanás dispare contra ele os seus dardos de fogo. Satanás está tão bem versado nas Escrituras que é capaz de citá-las facilmente? Sim, ele está. É possível que um homem tenha sua cabeça cheia de noções das Escrituras, e sua boca cheia de expressões das Escrituras, enquanto seu coração esteja cheio de inimizade inflamada contra Deus e contra toda bondade. Satanás citou mal as palavras. Se sairmos de nosso caminho, abandonaremos a promessa e nos colocaremos fora da proteção de Deus. Esta passagem (Dt 8.3) é feita contra o tentador, portanto ele omitiu uma parte. Esta promessa é firme e resiste bem. No entanto seguiremos no pecado para que a graça abunde? Não. 3. Satanás tentou a Cristo quanto à idolatria, oferecendo-lhe os reinos do mundo e a glória deles. A glória do mundo é a tentação mais encantadora para quem não pensa e não se dá conta; isto é o que mais facilmente vence os homens. Cristo foi tentado a adorar Satanás. Recusou a proposta com repulsa e respondeu: "Vai-te daqui Satanás". Algumas tentações são abertamente más; e não devem ser simplesmente resistidas, mas reprovadas de imediato. Bom é ser rápido e firme para resistir à tentação. Se resistirmos ao Diabo este fugirá de nós. Porém a alma que se entrega a ele deliberadamente está vencida. Encontramos somente alguns que podem resistir de modo resoluto às práticas carnais oferecidas pelo Diabo; mas de que aproveita a um homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Cristo foi socorrido depois da tentação para que fosse estimulado a seguir em seu esforço, e para que fôssemos estimulados a confiar nEle, porque sabia por experiência o que é sofrer sendo tentado, de modo que também sabia o que é ser socorrido na tentação; portanto, podemos esperar não somente que Ele sinta por seu povo quando este é tentado, mas que Ele mesmo se apresente com o socorro necessário e oportuno. Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 12 Vv. 12-17. É justo que Deus retire o Evangelho e os meios da graça daqueles que os desprezam e os lançam para longe de si. Cristo não permanecerá por muito tempo onde não seja bem-vindo. os que estão sem Cristo estão em trevas, e instalados nesta condição, preferem-na mais do que a luz; são voluntariamente ignorantes. Quando vem o Evangelho, vem a luz; quando o Evangelho chega à qualquer parte, à uma alma, aí se faz dia. A luz revela e dirige; assim faz o Evangelho. A doutrina do arrependimento é um bom princípio apresentado pelo Evangelho. Não só o austero João Batista, mas também o bondoso Senhor Jesus, pregou o arrependimento. Ainda existe a mesma razão para fazê-lo deste modo. Não foi reconhecido por completo que o reino dos céus havia chegado, até a vinda do Espírito Santo, depois da ascensão de Cristo. Vv. 18-22. Quando Cristo começou a pregar, reuniu discípulos que deveriam ser ouvintes, e logo depois pregadores de sua doutrina; que deviam ser testemunhas de seus milagres, e logo depois testificar sobre eles. Não foi à corte de Herodes, nem a Jerusalém, ou aos sumos sacerdotes, nem aos anciãos, mas ao mar da Galiléia, aos pescadores. o mesmo poder que chamou a Pedro e a André poderia ter trazido a Anás e Caifás, porque nada é impossível para Deus. Porém, Cristo escolhe o néscio deste mundo para confundir o sábio. A diligência é um chamado honesto para agradar a Cristo, e não é um obstáculo para uma vida santa. As pessoas ociosas estão mais suscetíveis às tentações de Satanás do que aos chamados de Deus. É algo feliz e esperançoso ver filhos que,cuidamde seus pais e cumprem o seu dever. Quando Cristo vier, é bom que sejamos achados fazendo assim. Estou em Cristo? É uma pergunta muito necessária que devemos fazer a nós mesmos, e logo a seguir devemos nos perguntar: Estou vivendo de acordo com a minha chamada? Haviam seguido anteriormente a Cristo como discípulos constantes (Jo 1.37); agora devem deixar seu ofício. Os que seguem bem a Cristo devem, por sua ordem, deixar todas as coisas Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 13 para segui-lo e disporem-se a separar-se delas. Esta instância do poder do Senhor Jesus nos exorta a depender de sua graça. Ele fala e está feito. Vv. 23-25. Onde ia, Cristo confirmava sua missão divina por meio de milagres, que foram o símbolo do poder de curar que tem a sua doutrina e do poder do Espírito que o acompanhava. Há ocasiões em que somos milagrosamente curados pelo poder do Salvador, mas se formos também curados pela medicina, o louvor deve ser igualmente dEle. Aqui se usam três palavras gerais. Ele curou todas as enfermidades ou doenças: nenhuma foi demasiadamente má ou demasiadamente terrível para que Cristo não pudesse curar com uma palavra. Nomeiam-se três enfermidades: a paralisia, que é a máxima debilidade do corpo; a loucura, que é a maior enfermidade da mente; e a possessão demoníaca, que é a maior de todas as desgraças e calamidades; porém Cristo curou a todos, e assim ao curar as enfermidades do corpo, demonstrou que sua grande missão no mundo era curar os males espirituais. o pecado é uma terrível doença e tormento da alma: Cristo veio tirar o pecado e assim curar a alma. Mateus 5 Versículos 1, 2: O sermão do monte; 3-12: Quem são os bem- aventurados; 13-16. Exortações e advertências; 17-20: Cristo veio confirmar a lei; 21-26: O sexto mandamento; 27-32: O sétimo mandamento; 33- 37: O terceiro mandamento; 38-42: A lei de Talião; 43-48: A lei do amor explicada. Vv. 1,2. Ninguém achará felicidade neste mundo ou no vindouro se não a buscar em Cristo através do governo de sua Palavra. Ele lhes ensinou o que era o mal que eles deveriam aborrecer, qual é o bem que devem buscar e em qual abundar. Vv. 3-12. Aqui nosso Salvador dá oito características da gente bem- aventurada, que para nós representam as principais graças do cristianismo. Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 14 1. Os pobres de espírito são bem-aventurados. Estes levam suas mentes à sua condição quando esta é baixa. São humildes e pequenos segundo seu próprio critério. Enxergam a sua necessidade, condoem-se por sua culpa e têm sede de um Redentor. O reino da graça é dos tais; o reino da glória é para eles. 2. Os que choram são bem-aventurados. Parece que aqui se trata desta tristeza santa, que realiza verdadeiro arrependimento, vigilância, mente humilde e dependência contínua para ser aceito pela misericórdia de Deus em Cristo Jesus, com a busca constante do Espírito Santo, para limpar o mal restante. O céu é o gozo de nosso Senhor; um monte de gozo, pelo qual nosso caminho atravessa um vale de lágrimas. Tais doentes serão consolados por seu Deus. 3. Os mansos são bem-aventurados. São aqueles que submetem-se silenciosamente a Deus; os que podem tolerar insultos; são calados e respondem com respostas brandas; os que, em sua paciência, conservam o domínio de suas almas, quando raramente possuem alguma outra coisa. Estes mansos são bem-aventurados mesmo neste mundo. A mansidão aumenta a riqueza, o conselho e a segurança ainda neste mundo. 4. Os que têm fome e sede de justiça são bem-aventurados. A justiça está posta aqui por causa de todas as bênçãos espirituais. Estas são compradas para nós pela justiça de Cristo, confirmadas pela fidelidade de Deus. Nossos desejos de bênçãos espirituais devem ser fervorosos. Ainda que todos os desejos de graça não sejam graça, contudo, um desejo como este é um desejo daqueles que são criados por Deus, e Ele não abandonará a obra de suas mãos. 5. Os misericordiosos são bem-aventurados. Devemos não somente suportar as nossas aflições com paciência, mas também devemos fazer tudo que pudermos para ajudar aqueles que estão passando por situações de miséria. Devemos ter compaixão pela alma do próximo, e ajudar-lhes; compadecermo-nos dos que estão em pecado e procurar tirá-los como tições para fora do fogo. Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 15 6. Os limpos de coração são bem-aventurados, pois verão a Deus. Aqui são plenamente descritas e unidas a santidade e a felicidade. os corações devem ser purificados pela fé e mantidos por Deus. "Cria em mim, ó Deus, um coração limpo". Ninguém senão o limpo é capaz de ver a Deus, e o céu não está prometido para o impuro. Assim como Deus não tolera ver a iniqüidade, assim eles não podem ver a sua pureza. 7. Os pacificadores são bem-aventurados. Eles amam, desejam e se deleitam na paz; e para eles é agradável estar quietos. Conservam a paz para que não seja destruída, e recuperam-na quando é quebrantada. Se os pacificadores são bem-aventurados, ai daqueles que destroem a paz! 8. Aqueles que são perseguidos por causa da justiça são bem- aventurados. Este dito é peculiar do cristianismo; e se enfatiza com mais intensidade do que os demais. Não há nada em nossos sofrimentos que possa ser considerado mérito diante de Deus; porém, Ele verá que aqueles que perdem algo por amor a Ele, mesmo que seja a própria vida, não sofrerão nenhuma perda final por causa dEle. Bendito Jesus, quão diferentes são suas as tuas máximas das dos homens deste mundo! Eles chamam ditoso ao orgulhoso, e admiram ao alegre, ao rico, ao poderoso e ao vitorioso. Alcancemos misericórdia do Senhor; que possamos ser reconhecidos como seus filhos, e herdemos o reino. Com estes deleites e esperanças podemos dar boas vindas com alegria às circunstâncias difíceis ou dolorosas. Vv. 13-16. Vós sois o sal da terra. A humanidade, na ignorância e pecados, era como um grande monte pronto para apodrecer, mas Cristo enviou seus discípulos para conservá-la e temperá-la com suas vidas e doutrinas, como conhecimento e a graça. Se não são como deveriam, assemelham-se ao sal que perdeu seu sabor. Se um homem adota a confissão de Cristo, e permanece sem a graça, nenhuma outra doutrina e meio serão proveitosos para ele. Nossa luz deve brilhar fazendo boas obras, sendo elas tais que os homens possam vê-las. O que há entre Deus e nossas almas deve ser guardado para nós mesmos; devemos procurar fazer com que aquilo que por si só Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 16 permanece exposto à vista dos homens, esteja em conformidade com aquilo que professamos e que seja louvável. Devemos mostrar a glória de Deus. Vv. 17-20. Que ninguém suponha que Cristo permite que seu povo brinque com qualquer dos mandamentos da santa lei de Deus. Nenhum pecador participa da justiça justificadora de Cristo, até que se arrependa de suas más obras. A misericórdia revelada no Evangelho guia o crente a uma renúncia ainda mais profunda de si mesmo. A lei é a regra do dever do cristão, e este se deleita nela. Se alguém que pretende ser discípulo de Cristo permitir a si mesmo qualquer desobediência à lei de Deus, ou ensina ao próximo a fazê-lo, qualquer que seja sua situação ou reputação entre os homens, não pode ser verdadeiro discípulo. A justiça de Cristo, que nos é imputada somente pela fé, é necessária para todos os que entram ao reino da graça ou da glória, mas a criação do novo coração para a santidade produz uma mudança radical no temperamento e na conduta do homem. Vv. 21-26. Os mestres judeus haviam ensinado que nada, salvo o homicídio, era proibido pelo sexto mandamento. Assim, eliminaram seu significado espiritual. Cristo mostrou o significado completo deste mandamento; conforme ao qual devemos ser julgados no futuro e, portanto, já deve ser obedecido agora. Toda ira precipitada é homicídio no coração. Por nosso irmão aqui descrito, devemos entender qualquer pessoa, ainda que esteja em uma condiçãomuito inferior à nossa, porque somos todos feitos de um mesmo sangue. "Néscio" é uma palavra de zombaria que vem do orgulho; "Tu és um néscio" é uma palavra de desdém que vem do ódio. A calúnia e as censuras maliciosas são veneno que matam secreta e lentamente. Cristo disse-lhes que por mais desprezíveis que tenham considerado estes pecados, certamente seriam levados a juízo por causa deles. Devemos conservar cuidadosamente o amor e a paz cristãos com todos os nossos irmãos; e, se em algum momento houver uma dissensão, devemos confessar nossa falta, nos humilharmos perante nosso irmão, fazendo ou Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 17 oferecendo uma satisfação pelo mal cometido por palavra ou por obra, e devemos fazer isto rapidamente, porque até que o façamos, não estaremos prontos para nossa comunhão com Deus nas santas ordenanças. Quando estamos nos preparando para algum exercício religioso, é bom que façamos disto uma ocasião para nos examinar e refletirmos com seriedade. O que foi dito aqui é muito aplicável a nosso ser, reconciliados com Deus por meio de Cristo. Enquanto estamos vivos, estamos a caminho de seu trono de juízo; depois da morte, será tarde demais. Quando consideramos a importância do caso, e a incerteza da vida, nos damos conta de quão necessário é buscar a paz com Deus sem demora! Vv. 27-32. A vitória sobre os desejos do coração deve ser acompanhada de exercícios dolorosos, e devem ser feitos. Todas as condições rios são dadas para nos salvarmos de nossos pecados, e não neles. Todos os nossos sentidos e faculdades devem evitar as coisas que nos conduzem a transgredir. Aqueles que levam aos demais à tentação de pecar, seja pela roupa ou por qualquer outra forma, ou deixam-nos nesta condição, ou expõem-nos a esta, fazem-se culpados por seus pecados, e serão considerados responsáveis por dar contas por eles. se as pessoas submetem-se a cirurgias dolorosas para salvar a vida, do que a nossa mente deveria se reter quando o que está em jogo é a salvação de nossa alma? Existe terna misericórdia após todos os requisitos divinos, e as graças e consolos do Espírito nos capacitarão para cumpri-los. Vv. 33-37. Não há razão para considerar que são maus os votos solenes em um tribunal de justiça, ou em outras ocasiões apropriadas, sempre e quando sejam formulados com a devida reverência. Porém, todos os votos feitos sem necessidade ou na conversação comum, são pecaminosos, como assim também todas as expressões que apelam a Deus, ainda que as pessoas pensem que por estes se eximam da culpa de jurar. Quanto piores forem os homens, menos comprometidos estarão pelos votos; quanto melhores sejam, menos necessidade há dos votos. Nosso Senhor não indica os termos precisos com que temos de afirmar Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 18 ou negar, mas que o cuidado constante com a verdade tornaria os votos e os juramentos desnecessários. Vv. 38-42. A simples instrução é: suporta qualquer injúria que possas sofrer por amor à paz, encomendando tuas preocupações aos cuidados do Senhor. o resumo de tudo é que os cristãos devem evitar as disputas e as acusações. se alguém diz que carne e sangue não podem passar por tais afrontas, que se recordem que carne e sangue não herdarão o reino de Deus, e os que atuam sobre a base dos princípios justos terão suprema paz e consolo. Vv. 43-48. Os mestres judeus entendiam por "próximo" somente os que eram de seu próprio país, nação e religião, aos que os agradava considerar amigos. o Senhor Jesus ensina que devemos fazer toda a bondade verdadeira que possamos a todos, especialmente às suas almas. Devemos orar por eles. Enquanto muitos retribuirão bem por bem, devemos retribuir bem por mal; e isto falará de um princípio mais nobre, no qual se baseia a maioria dos homens para agir. outros saúdam a seus irmãos, e abraçam aos de seu próprio partido, costume e opinião; nós, porém, não devemos limitar o nosso respeito desta forma. O dever dos cristãos é desejar e apontar a perfeição, e seguir adiante em graça e santidade. Ali devemos ter a intenção de nos conformarmos com o exemplo de nosso Pai celestial (1 Pe 1.15,16). Seguramente espera-se mais dos seguidores de Cristo que dos demais; seguramente se achará mais neles que nos demais. Roguemos a Deus que nos capacite para nos comportarmos como filhos seus. Mateus 6 Versículos 1-4: Contra a hipocrisia ao dar esmolas; 5-8: Contra a hipocrisia ao orar; 9-15: Como orar; 16-18: Respeitar o jejum; 19-24: O mal de pensar conforme o mundo; 25-34: Ordena-se que confiemos em Deus. Vv. 1-4. Em seguida, nosso Senhor advertiu contra a hipocrisia e o fingimento exterior nos deveres religiosos. o que quer que façamos, Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 19 devemos fazer a partir de um princípio interior de ser aprovados por Deus, não em busca de elogios de homens. Nestes versículos nos é advertido contra a hipocrisia de dar esmola. Atenção a isto, pois é um pecado sutil; e a vanglória se infiltra no que fazemos, antes mesmo de nos darmos conta. o dever não é menos necessário nem menos excelente, porque os hipócritas abusam dele para servirem a seu orgulho. A condenação que Cristo dita parece primeiro uma promessa, porém, é sua recompensa; não é a recompensa que Deus promete aos que fazem bem, mas a recompensa que os hipócritas prometem a si mesmos, e que pobre recompensa é. Eles o fizeram para serem vistos pelos homens, e são vistos por eles. Quanto menos notamos nossas boas obras, Deus as nota muito mais. Ele te recompensará; não como o Senhor que dá a seu servo o que ganha, e nada mais, mas como Pai que dá abundantemente a seu filho que o serve. Vv. 5-8. Dá-se por certo que todos aqueles que são discípulos de Cristo oram. Pode ser mais rápido encontrar um homem vivo que não respire, do que a um cristão que não ore. Se não há oração, então não há graça. os escribas e os fariseus eram culpáveis de duas grandes faltas na oração: A vanglória e a vã repetição. "Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão", se em algo tão grande entre nós e Deus, quando estamos orando, podemos ter em conta uma coisa tão pobre como o afago dos homens, é justo que esta seja toda a nossa recompensa. Não existe um cochichar secreto e repetido em busca de Deus que Ele não veja. Ela é chamada recompensa e é de graça, e não como uma dívida; que mérito pode haver em mendigar? Se Ele não dá a seu povo o que lhe pedem, isto se deve a que Ele sabe que não o necessitam ou que não é para seu bem. Deus está tão longe de ser convencido pela duração ou pelas palavras que utilizamos em nossas orações, que as intercessões mais fortes são aquelas que se fazem com gemidos inexprimíveis. Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 20 Estudemos bem o que mostra a atitude mental em que devemos fazer nossas orações, e aprendamos diariamente com Cristo como devemos orar. Vv. 9-15. Cristo viu que era necessário mostrar a seus discípulos qual deve ser normalmente o tema e o método de sua oração. Não se trata de que estejamos presos a usar sempre uma mesma oração, porém, sem dúvida alguma, é muito bom orar segundo um modelo. Dizer muito em poucas palavras; pode ser utilizado em forma aceitável, mas com entendimento e sem vãs repetições. Seis são as petições; as primeiras três se relacionam mais expressamente a Deus e sua honra; as outras três, às nossas preocupações temporais e espirituais. Esta oração nos ensina a buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas as demais coisas nos serão acrescentadas. Depois das coisas da glória, do reino e da vontade de Deus, oramos pelo sustento e consolo necessários à vida presente. Aqui, cada palavra contém uma lição. Pedimos pão; isso nos ensina sobriedade e temperança: e só pedimos pão, e não o que não necessitamos. Pedimos por nosso pão; isto nos ensina honestidade e trabalho; não devemos pedir o pão dos demais, nem o pão do engano, (Pv 20.17) nem o pão do ócio,(Pv 31.27), mas o pão honestamente obtido. Pedimos por nosso pão diário, o que nos ensina a depender constantemente da providência divina. Rogamos a Deus que no-los dê, não que o venda nem o empreste, mas que nos dê. o maior dos homens deve dirigir-se à misericórdia de Deus para que tenha o seu pão diário. oramos: "Dá-nos". Isto nos ensina compaixão pelos pobres. Também que devemos orar com nossa família. oramos pedindo que Deus nos dê o necessário para este dia, o que nos ensina a renovar os desejos de nossas almas quanto a Deus, como são renovadas as necessidades de nossos corpos. Ao amanhecer o dia, devemos orar a nosso Pai celestial e reconhecer que poderíamos passar o dia muito bem sem comida, mas não sem oração. Nos é ensinado a odiar e aborrecer o pecado enquanto esperamos misericórdia, a não confiar em nós mesmos e a confiar na Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 21 providência e na graça divinas, para que Ele nos impeça de pecar, e a estarmos preparados para resistir ao tentador, e não nos tornarmos tentadores dos demais. Aqui há uma promessa. Se perdoares, também teu Pai celestial te perdoará. Devemos perdoar porque esperamos ser perdoados. os que desejam alcançar misericórdia de Deus, devem mostrar misericórdia a seus irmãos. Cristo veio ao mundo como o grande pacificador, não só para nos reconciliar com Deus, mas também uns com os outros. Vv. 16-18. O jejum religioso é um dever requerido aos discípulos de Cristo, porém não é tanto um dever em si mesmo, mas como meio para nos dispormos para outros deveres. Jejuar é humilhar a alma, (Sl 35.13), e esta é a face interna do dever; portanto, que seja teu principal interesse. E quanto à face externa, não permita que seja vista cobiça. Deus vê em secreto, e te recompensará em público. Vv. 19-24. A mentalidade mundana é sintoma fatal e comum da hipocrisia, porque por nenhum pecado Satanás pode ter um suporte mais seguro e mais firme na alma, do que sob o manto de uma profissão de fé. A alma terá de enxergar algo como sendo o melhor naquilo em que se compraz e confia, acima de todas as demais coisas. Cristo nos aconselha que tenhamos como nossas melhores coisas os gozos e as glórias do mundo porvir; as coisas que não se vêem, que são eternas e que depositemos a nossa felicidade nelas. Há tesouros no céu. A nossa sabedoria é colocar toda diligência para assegurar nosso direito à vida eterna por meio de Jesus Cristo, e ver todas as coisas daqui da terra como indignas de serem comparadas com aquelas, e a não nos contentarmos com nada menos do que elas. É uma felicidade superior e mais além das mudanças e dos infortúnios do tempo; é uma herança incorruptível. O homem mundano erra em seu primeiro princípio; portanto, todas as suas argumentações e ações que daí surgem devem ser más. Isto se aplica igualmente à falsa religião: o que é considerado luz, é a escuridão mais densa. Este é um exemplo espantoso, mas comum; portanto devemos examinar cuidadosamente nossos princípios e diretrizes à luz Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 22 da Palavra de Deus, pedindo em oração fervorosa o ensino de seu Espírito. Um homem pode servir um pouco a dois senhores, mas somente pode consagrar-se ao serviço de um destes. Deus requer todo o coração, e não o compartilhará com o mundo. Quando dois senhores se opõem entre si, nenhum homem pode servir a ambos. Ele se apega e ama o mundo, e deve desprezar a Deus; o que ama a Deus deve abandonar a amizade do mundo. Vv. 25-34. Dificilmente há um outro pecado contra o qual o nosso Senhor Jesus Cristo advirta mais seus discípulos do que as preocupações inquietantes, desconfiadas e que distraem a atenção pelas coisas desta vida. Às vezes isto serve como armadilha ao pobre, tanto como o amor à riqueza, no caso do rico. É nosso dever não nos preocuparmos demasiadamente com as coisas temporais, e não devemos levar a um extremo estas preocupações que são lícitas. Não andeis inquietos por vossa vida, nem pela extensão dela, mas dedicando-a a Deus para que a prolongue ou abrevie de acordo com a sua vontade. Nossos tempos estão em suas mãos, e estão em boas mãos. Não vos apegueis nem mesmo ao conforto desta vida; deixe que Deus a amargue ou a adoce segundo a sua vontade. Deus nos tem prometido a comida e as vestes, portanto podemos esperá-los. Não penseis no amanhã, nos dias vindouros. Não vos inquieteis pelo futuro, como vivereis o próximo ano, ou a velhice, ou o que deixareis como herança. Assim como não devemos presumir de nós mesmos sobre o amanhã, assim também não devemos nos preocupar pelo amanhã ou por seus acontecimentos. Deus nos tem dado a vida, e nos tem dado o corpo. E o que não poderia fazer por nós aquEle que fez isto? Se nos preocupamos com nossas almas e com a eternidade, que são mais do que o corpo e esta vida, podemos deixá-las nas mãos de Deus, que nos proverá a comida e o vestido, que são menos importantes. Consideremos isto como exortação a confiarmos em Deus. Devemos nos conformar com nosso patrimônio no mundo, assim como o fazemos com nossa estatura. Não podemos alterar as disposições da Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 23 providência; portanto, devemos nos submeter e nos resignar a elas. o cuidado considerado por nossas almas é o melhor remédio para os cuidados que preocupam o mundo. Buscai primeiro o reino de Deus, e fazei da religião a vossa ocupação. Não digais que este é o modo de tornar-se faminto; esta é a maneira de estar bem abastecido, mesmo neste mundo. A conclusão de todo o assunto é que a vontade e o mandamento do Senhor Jesus, é que através das orações diárias possamos obter forças para nos sustentarmos sob os nossos problemas cotidianos, e nos armarmos contra as tentações que os acompanham, e não deixarmos que nenhuma destas coisas nos comovam. Bem-aventurados os que tomam o Senhor como seu Deus, e dão plena prova disto, confiando-se totalmente à sua sábia disposição. Que teu Espírito nos dê convicção do pecado na necessidade dessa disposição, e retire de nossos corações tudo aquilo que for mundano. Mateus 7 Versículos 1-6. Cristo reprova o julgamento precipitado; 7-11: Exortações à oração; 12-14: O caminho largo e o caminho estreito; 15- 20: Contra os falsos profetas; 21-29: Sede cumpridores da Palavra, e não somente ouvintes. Vv. 1-6. Devemos nos julgar a nós mesmos, e julgar a nossos próprios atos; porém, sem fazer de nossa palavra uma lei para alguém. Não devemos julgar duramente a nossos irmãos sem ter base para isto. Não devemos tomá-los os piores dentre todas as pessoas. Aqui há uma repreensão justa para todos os que contendem com seus irmãos por faltas pequenas, enquanto eles se permitem as grandes. Alguns pecados são leves como ciscos, outros são pesados como vigas; alguns são como um mosquito, enquanto outros são como um camelo. Não é que exista pecado pequeno, se é como um estilhaço ou um cisco está no olho, se é como um mosquito está na garganta: ambos são dolorosos e perigosos, e não podemos estar bem nem confortáveis até que sejam retirados. o que Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 24 a caridade nos ensina a chamar de algo pequeno como palha no olho alheio, o arrependimento e a santa tristeza nos ensinarão a chamá-lo de viga em nossos próprios olhos. É estranho que um homem possa estar em um estado pecaminoso e miserável, e não dar-se conta disto, como um homem que tem uma viga em seu olho e não leva isso em conta; o Deus deste mundo lhes cega o entendimento. Aqui há uma boa regra para os que julgam aos demais: primeiro concerta-te a ti mesmo. Vv. 7-11. A oração é o meio designado para conseguirmos o que necessitamos. Oremos, e freqüentemente; façamos da oração a nossa ocupação, e sejamos sérios e fervorosos nela. Peçamos como um mendigo pede esmola. Peçamos, como o viajante que pergunta pelo caminho. Busquemos, como se busca uma coisa de alto valor, que perdemos; ou como o mercador que busca boas pérolas. Batamos, comobate à porta o que deseja entrar na casa. o pecado fechou a porta e trancou-a com chave contra nós; mas pela oração batemos. Seja pelo que for que orardes, vos será dado de acordo com a promessa, se Deus vir que será bom para vós ; o que mais poderíeis desejar? Isto está feito para ser aplicado a todos aqueles que oram bem; todo o que pede recebe, seja judeu ou gentio, jovem ou velho, rico ou pobre, servo ou Senhor, alto ou baixo, douto ou indouto, todos da mesma maneira são bem-vindos ao trono da graça, se a ele forem por fé. Isto é explicado comparando com os pais terrenos e suas aptidões para dar aos seus filhos o que pedem. Os pais costumam ser afetuosos de modo néscio, porém, Deus é onisciente; Ele sabe o que necessitamos, o que desejamos e o que é bom para nós. Nunca suponhamos que o Pai celestial nos pediria que orássemos, e em seguida se negaria a ouvir ou nos daria algo que nos prejudicasse. Vv. 12-14. Cristo veio ensinar-nos não só o que ternos de saber e crer, mas o que temos de fazer, não só para com Deus, mas também para com os homens; não só para os que são de nosso partido e denominação, mas para com todos os homens em geral, com todos aqueles com quem Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 25 nos relacionamos. Devemos fazer ao nosso próximo aquilo que sabemos ser bom e razoável. Em nosso trato com os homens, devemos nos colocar no mesmo caso e circunstâncias com aqueles com os quais nos relacionamos, e agir em conformidade com isto. Não existem senão dois caminhos: o certo e o errado, o bom e o mal, o caminho ao céu e o caminho ao inferno; todos vamos caminhando por um ou outro; não há um lugar intermediário no porvir; não há um caminho neutro. Todos os filhos dos homens são santos ou pecadores, bons ou maus. Observe que no caminho do pecado e dos pecadores, a porta é larga e está aberta. Podeis entrar por esta porta com todas as luxúrias que a rodeiam; ela não refreia apetites nem paixões. É um caminho largo; há muitas veredas nele, há opções de caminhos pecaminosos. Há multidões neste caminho. Porém, que proveito há em estar disposto a ir para o inferno com os demais, porque eles não irão ao céu conosco? o caminho para a vida eterna é estreito. Não chegamos ao céu assim que passamos pela porta estreita. Precisamos negar o nosso eu, manter nosso corpo sob controle e mortificar as corrupções. Devemos resistir às tentações diárias e cumprir os deveres. Devemos vigiar em todas as coisas e andar com cuidado, e teremos que passar por muitas tribulações. Não obstante, este caminho nos convida a todos; nos conduz à vida, ao consolo presente no favor de Deus, que é a vida da alma; à bênção eterna, cuja esperança ao final de nosso caminho deve facilitar todas as dificuldades do caminho. Esta simples declaração de Cristo tem sido rejeitada por muitos que se tem dado ao trabalho de fazê-la desaparecer com explicações, mas em todas as épocas, o verdadeiro discípulo de Jesus tem sido visto como uma personalidade singular, que está fora de moda; e todos os que se puseram do lado da grande maioria têm ido pelo caminho largo para a destruição. Se servimos a Deus, devemos ser firmes em nossa religião. Vez por outra, podemos ouvir sobre a porta estreita e o caminho estreito, e que são poucos os que os encontram, sem nos condoermos por nós mesmos ou sem considerar se entramos pelo caminho estreito; qual é o avanço que estamos fazendo neste aspecto? Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 26 Vv. 15-20. Nada impede tanto aos homens de entrarem pela porta estreita e chegarem a ser verdadeiros seguidores de Cristo, como as doutrinas carnais, apaziguadoras e que afagam aqueles que se opõem à verdade. Estes podem ser conhecidos por seu ímpeto e pelos efeitos de suas doutrinas. Uma parte de seus temperamentos e condutas é contraria à mente de Cristo. As opiniões que levam a pecar não vêm de Deus. Vv. 21-29. Aqui o Senhor nos mostra que não bastará reconhecê-lo como nosso Senhor só de palavra e língua. É necessário, para nossa felicidade, que creiamos em Cristo, que nos arrependamos do pecado, que vivamos uma vida santa, que nos amemos uns aos outros. Esta é a sua vontade, a nossa santificação. Tenhamos o cuidado de não nos apoiarmos em privilégios e obras exteriores, para que não aconteça que nos enganemos e pereçamos eternamente com uma mentira em nossa destra, como multidões o fazem. Que cada um que invoca o nome de Cristo se afaste de todo pecado. Há outros cuja religião descansa no puro ouvir, sem ir mais além; suas cabeças estão cheias de noções vazias. Estas duas classes de ouvintes estão representadas pelos dois construtores. Esta parábola nos ensina a ouvir e a cumprir os ensinos do Senhor Jesus; alguns destes podem parecer duros para carne e sangue, mas devem ser cumpridos. Cristo está posto como fundamento, e tudo que esteja fora de Cristo é areia. Alguns constroem suas esperanças na prosperidade mundana; outros, em uma profissão exterior de religião. Sobre estas se arriscam, porém, todas estas são areia, demasiadamente fracas para suportar algo como as nossas esperanças quanto ao céu. Há uma tempestade que chegará e provará a obra de todo o homem. Quando Deus tira a alma, onde está a esperança do hipócrita? A casa foi destruída pela tempestade quando o construtor mais precisava dela, e esperava que fosse um refúgio. Caiu quando era tarde demais para construir outra. Que o Senhor nos faça construtores sábios para a eternidade. Então, nada nos separará do amor de Cristo Jesus. Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 27 As multidões ficavam atônitas diante da sabedoria e poder da doutrina de Cristo. Este sermão, tão freqüentemente lido, é sempre novo. Cada palavra prova que seu Autor é divino. Sejamos cada vez mais decididos e fervorosos, e façamos de cada uma destas bem-aventuranças e graças cristãs, o tema principal de nossos pensamentos por semanas seguidas. Não repousemos sobre desejos gerais e confusos a este respeito, pelos quais podemos captar tudo, mas sem reter nada. Mateus 8 Versículos 1: Multidões seguem a Cristo; 2-4: A cura de um leproso; 5-13: A cura do servo de um centurião; 14-17: A cura da sogra de Pedro; 18-22: A promessa entusiasmada do escriba; 23-27: Cristo em uma tempestade; 28-34: A libertação de dois endemoninhados. V. 1. Este versículo se refere ao final do sermão anterior. Aqueles a quem Cristo se tem dado a conhecer desejam saber mais sobre Ele. Vv. 2-4. Nestes versículos encontramos o relato da limpeza de um leproso feita por Cristo; o leproso se aproximou dEle e o adorou como a alguém que está investido de poder divino. Esta purificação não só nos guia a irmos rapidamente à presença de Cristo, que tem todo o poder para curar todas as enfermidades físicas; também nos ensina a maneira de apelar a Ele. Quando não podemos estar seguros da vontade de Deus, podemos estar seguros de sua sabedoria e misericórdia. Por maior que seja a culpa, no sangue de Cristo existe o poder para expiá-la; nenhuma corrupção é tão forte que não haja na graça de Cristo o que possa subjugá-la. Para sermos purificados devemos no,s encomendar à sua piedade; não podemos reivindicá-la como dívida; devemos pedi-la humildemente como um favor. Aqueles que por fé apelam a Cristo por misericórdia e graça, podem estar seguros de que Ele estará lhes dando livremente a misericórdia e a graça que eles assim buscam. Benditas sejam as aflições que nos levam a conhecer a Cristo, e nos fazem buscar sua ajuda e sua salvação. Aqueles Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 28 que são limpos de sua lepra espiritual devem ir aos ministros do Senhor para exporem o seu caso, para que sejam aconselhados, consolados e recebam oração. Vv. 5-13. Este centurião era pagão, um soldado romano. Mesmo sendo um soldado, não obstante, era um bom homem. Nenhuma vocação nem posição do homem servirá de desculpa para a incredulidade e o pecado. observe como expõe o caso de seu servo.Devemos nos interessar pelas almas de nossos filhos e servos espiritualmente enfermos, que não sentem os males espirituais e não conhecem o que é espiritualmente bom; devemos levá-los a Cristo por meio da fé e da oração. Observe sua humilhação. Em uma situação como esta, as almas humildes tornam-se mais humildes pela graça de Cristo. observe sua grande fé. Quanto menos confiarmos em nós mesmos, mais forte será nossa confiança em Cristo. Aqui, o centurião o reconhece com autoridade e pleno poder divino sobre todas as criaturas e poderes da natureza, como um Senhor sobre seus servos. Todos devemos ser para com Deus como este tipo de servo. Devemos ir e vir conforme as ordens de sua Palavra e as disposições de sua Providência. Quando o Filho do Homem vier, encontrará pouca fé e haverá pouco fruto. Uma profissão pública de nossa fé faz com que sejamos chamados de filhos do reino, porém, se nos acomodarmos a esta situação e não pudermos mostrar nada mais, seremos reprovados. o servo obteve a cura de sua enfermidade e o seu Senhor obteve a aprovação de sua fé. o que foi dito a ele é dito a todos: Creia e receberá; tão somente creia. Observe o poder de Cristo e o poder da fé. A cura de nossas almas é imediato, o efeito e a prova de nosso interesse pelo sangue de Cristo. Vv. 14-17. Pedro tinha uma esposa, mesmo sendo apóstolo de Cristo, o que demonstra que Jesus aprovava o matrimônio, sendo bondoso com a mãe da esposa de Pedro. A igreja de Roma, que prole que seus ministros se casem, contradiz este apóstolo, sobre o qual tanto se apóia. Tinha a sua sogra morando consigo em sua família, o que é um Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 29 exemplo para que sejamos bons para nossos pais. Na cura espiritual, a Escritura diz a palavra, e o Espírito dá o toque, toca o coração e a mão. Aqueles que se recuperam de uma febre costumam estar fracos por algum tempo; porém, para mostrar que esta cura estava acima do poder da natureza, a mulher estava tão bem que de imediato dedicou-se aos afazeres da casa. Os milagres que Jesus realizou foram amplamente publicados, de modo que muitos se acotovelavam vindo a Ele. E Ele curou a todos os que estavam enfermos, mesmo quando o paciente estivesse muito fraco e o caso fosse o pior possível. Muitas são as enfermidades e as calamidades do corpo a que estamos sujeitos; e há mais nessas palavras do Evangelho, que dizem que Jesus Cristo levou nossas enfermidades e nossas dores, para nos sustentar e consolar quando estamos submetidos a elas, do que em todos os escritos dos filósofos. Não nos queixemos pelo trabalho, pelo problema ou pelo gasto ao fazermos o bem ao próximo. Vv. 18-22. Um dos escribas se apressou a comprometer-se; declarou-se ser um fiel e próximo seguidor de Cristo. Parece muito decidido. Muitas decisões religiosas são produzidas por uma súbita convicção do pecado, e assumidas sem uma devida reflexão; estas não levam a nada. Quando este escriba se ofereceu a seguir a Cristo, alguém poderia pensar que Jesus deveria ter se sentido animado; um escriba poderia dar mais crédito e prestar um maior serviço do que doze pescadores; porém, Cristo viu seu coração, e respondeu a seus pensamentos, e ensina a todos como devem ir a Ele. Sua decisão parece surgir de um princípio mundano e cobiçoso. Cristo não tinha onde reclinar sua cabeça, e se o seguisse, não deveria esperar que com ele seria melhor. Temos razões para pensar que este escriba tenha se afastado. outro era lento demais. A demora em agir é, por um lado, tão má quanto a pressa para resolver. Pediu permissão para ir enterrar seu pai, e logo se poria a serviço de Cristo. Isto parecia razoável, mesmo não sendo justo. Não tinha o zelo verdadeiro pela obra. Enterrar o morto, especialmente um pai morto, é uma boa obra, mas não é a sua obra neste momento. Se Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 30 Cristo requer nosso serviço, devemos abrir mão até mesmo do afeto pelos parentes mais próximos e queridos, e pelas coisas que não são nosso dever. Para a mente sem disposição nunca faltam desculpas. Jesus lhe disse: "Segue-me", e sem dúvida, saiu poder desta palavra tanto para ele como para os demais; seguiu a Cristo e não se apartou dEle. O escriba disse, eu te seguirei; a este outro homem, Cristo disse: "Segue- me". Comparando estes casos, podemos concluir que somos levados a Cristo pela força de seu chamado pessoal (Rm 9.16). Vv. 23-27. O consolo para aqueles que se lançam ao mar em barcos, e costumam ali passar por perigos, é pensar que têm um Salvador em quem podem confiar e ao qual orar, e que sabe o que é estar no mar e em tormentas. os que estão passando com Cristo pelo oceano deste mundo devem esperar tormentas. Sua natureza humana, semelhante a nós em tudo, mas sem pecado, estava fatigada e neste momento Ele dormiu para provar a fé de seus discípulos. E em seu temor, eles recorreram ao seu Mestre. E assim acontece com a alma; quando as luxúrias e as tentações se levantam e rugem, e Deus parece estar adormecido em relação ao que está acontecendo, isto nos leva quase ao desespero. Então clamamos por uma palavra de seus lábios: Senhor Jesus, não permaneça calado ou estarei perdido. Há muitos que mesmo tendo a fé verdadeira, são fracos nela. os discípulos de Cristo tinham a tendência a inquietarem-se com temores em um dia tempestuoso; atormentavam a si mesmos, como se a situação lhes estivesse desfavorável, e com pensamentos desalentadores de que aconteceria algo pior. As grandes tormentas da dúvida e o temor na alma sob o poder do espírito de escravidão, costumam terminar em uma calma maravilhosa, criada e dirigida pelo Espírito de adoção. Eles ficaram estupefatos. Nunca tinham visto uma tormenta ser imediatamente acalmada e com tamanha perfeição. AquEle que fez isto pode fazer qualquer coisa, o que nos estimula a ter confiança e consolo nEle no dia mais tempestuoso, seja em nosso interior, seja nas condições exteriores à nossa vida (Is 26.4). Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 31 Vv. 28-34. Os demônios nada têm a ver com Cristo, nem esperam qualquer benefício dEle! Que profundidade neste mistério do amor divino: o homem caído tem tanto a ver com Cristo, enquanto os anjos caídos nada têm a ver com Ele! (Hb 2.16). Com toda certeza sofreram aqui um tormento, ao serem forçados a reconhecer a excelência que há em Cristo, e ainda assim não terem parte com Ele. Os demônios não desejam ter nada a ver com Cristo como Rei. Observe a linguagem daqueles que não têm nada a ver com o Evangelho de Cristo. Não é verdade, porém, que os demônios não tenham nada a ver com Cristo como Juiz, porque têm a ver, e eles o sabem; e assim também é no caso de todos os filhos dos homens. Satanás e seus instrumentos não podem ir mais além do que o Senhor permita; eles devem deixar a possessão quando Ele ordena. Não podem romper o cerco de proteção em torno de seu povo; nem sequer podem entrar em um porco sem a sua permissão. Receberam a permissão. Às vezes Deus permite, por sábios e santos objetivos, os esforços da ira de Satanás. Assim, o Diabo apressa as pessoas a pecar, para que executem as suas más decisões, das quais estão conscientes que lhes trarão vergonha e sofrimento: a condição dos que são levados cativos por ele, e conforme a vontade dele, é miserável. Há muitos que preferem seus porcos ao Salvador, e assim não alcançam a Cristo e a salvação por meio dEle. Eles desejam que Cristo se vá de seus corações, e não suportam que a sua Palavra tenha lugar neles, porque Ele e a sua Palavra destruíram as suas concupiscências brutais, que são entregues aos porcos como alimento. Justo é que Cristo abandone aos que estão cansados dEle, e depois diga: "Apartai-vos", malditos, àqueles que agora dizem ao Todo poderoso: Vai-te de nós. Mateus 9 Versículos 1-8: Jesus regressa a Cafarnaum e cura um paralítico; 9: O chamado de Mateus; 10-13: Mateus, ou a festa de Levi; 14-17: As objeções dos discípulos deJoão; 18-26: Cristo ressuscita a filha de Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 32 Jairo e cura a mulher do fluxo de sangue; 27-31: Cura dois cegos; 32- 34: Cristo expulsa um espírito mudo; 35-38: Os apóstolos são enviados. Vv. 1-8. A fé dos amigos do paralítico ao levá-lo a Cristo era uma fé firme; eles criam firmemente que Cristo podia e queria curá-lo. Uma fé forte não considera os obstáculos ao ir em busca de Cristo. Era uma fé humilde; eles o levaram a esperar em Cristo. Era uma fé ativa. O pecado pode ser perdoado, porém, não ser eliminada a enfermidade; a enfermidade pode ser curada, e não ser perdoado o pecado: se temos o consolo da paz com Deus, com o consolo da recuperação da enfermidade, isto fará com que sem dúvida a cura seja uma misericórdia. Isto não é exortação para pecar. Será bom que você leve os seus pecados a Jesus Cristo, assim como as suas enfermidades e desgraças, pois será curado e liberto. Se vamos ao encontro do Senhor levando-os como seus amores e deleites, pensando ainda em retê-los e ao mesmo tempo receber a Cristo, é um grande erro, um miserável engano. A grande intenção do bendito Jesus na obra da redenção que realizou, é separar nossos corações do pecado. Nosso Senhor Jesus tem perfeito conhecimento de tudo o que dizemos dentro de nós mesmos. Há muitos males em nossos pensamentos pecaminosos que são muito ofensivos para o Senhor Jesus. É o interesse de Cristo mostrar que sua grande missão no mundo era salvar o seu povo dos pecados deles. Deixou o debate com os escribas e pronunciou as palavras de saúde ao enfermo. Além de não ter mais a necessidade de que o levassem em seu leito, o paralítico passou a ter forças para carregar o seu próprio leito. Deus deve ser glorificado em todo o poder que é dado para fazer o bem. V. 9. Mateus teve seu chamado como os demais que Cristo chamou. Como Satanás vem com suas tentações ao ocioso, assim vem Cristo com seus chamados aos que estão ocupados. Muitos dentre nós têm uma aversão natural a ti, ó Deus; chama-nos a seguir-te; atraia-nos por tua poderosa Palavra, e correremos ao teu encontro. Fale através da Palavra Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 33 do Espírito Santo aos nossos corações; o mundo não pode nos reter, Satanás não pode deter nosso caminho, e nos levantaremos e te seguiremos. Cristo, como autor, e sua Palavra como meio, realiza uma mudança na alma. Nem o cargo de Mateus, nem seus ganhos, puderam detê-lo quando Cristo o chamou. Ele deixou tudo, e ainda que depois, ocasionalmente, os discípulos que eram pescadores foram encontrados pescando outra vez, nunca mais encontramos Mateus em seus ganhos pecaminosos. Vv. 10-13. Algum tempo depois de sua chamada, Mateus procurou levar seus antigos sócios a ouvirem a Cristo. Sabia por experiência o que a graça de Cristo era capaz de fazer, e não perdeu a esperança a este respeito. os que são eficazmente levados a Cristo não podem senão desejar que os demais também sejam levados a Ele. Aqueles que supõem que suas almas estão sem enfermidade não recorrerão ao Médico espiritual. Este era o caso dos fariseus; eles desprezaram a Cristo porque se julgavam íntegros; porém, os pobres publicanos e pecadores sentiam que lhes faltava instrução e correção. É fácil e comum dar as piores interpretações sobre as melhores palavras e ações. Podemos suspeitar com justiça que aqueles que não têm a graça de Deus, não se comprazem em que outros a alcancem. Aqui pode ser chamado misericórdia o fato de Cristo conversar com os pecadores, porque aumentar a conversão das almas é o maior ato de misericórdia. O chamado do Evangelho é um chamado ao arrependimento; um chamado para que mudemos nosso modo de pensar e nossos caminhos. Se os filhos dos homens não fossem pecadores, não seria necessário que Cristo viesse a eles. Examinemos se temos investigado nossa enfermidade e se temos aprendido a seguir as ordens de nosso grande Médico. Vv. 14-17. Nesta época João estava preso; suas circunstâncias, caráter e a natureza da mensagem que foi enviado a entregar, dirigiu aqueles que estavam peculiarmente afeiçoados a ele, a realizarem jejuns Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 34 freqüentes. Cristo referiu-se ao testemunho que João dá a respeito dEle (Jo 3.29). Mesmo que não caiba nenhuma dúvida de que Jesus e seus discípulos viveram de maneira sóbria e modesta, seria impróprio que seus discípulos jejuassem enquanto tinham o consolo de sua presença. Quando está com eles, tudo está bem. A presença do sol faz o dia, e sua ausência produz a noite. Nosso Senhor os faz recordar imediatamente as regras comuns da prudência. Não se costumava pegar um pedaço de pano de lã crua, que nunca havia sido usada, para com ela consertar um traje velho, porque não se uniria bem com a roupa velha e suave, mas esta se rasgaria ainda mais, e o estrago seria ainda maior. Nem tão pouco os homens deitavam vinho novo em odres velhos, que iam apodrecer, e se quebrariam pela fermentação do vinho; ao colocar o vinho novo em odres novos e fortes, ambos seriam preservados. Requer-se grande prudência e cautela, para que os novos convertidos não recebam idéias sombrias e proibitivas a respeito do serviço ao nosso Senhor; antes, devem ser bem estimulados nos deveres, à medida que sejam capazes de suportá-los. Vv. 18-26. A morte de nossos familiares deve levar-nos a Cristo, que é a nossa vida. Uma grande honra para os maiores reis é esperar no Senhor, e os que recebem misericórdia de Cristo devem honrá-lo. A variedade de métodos que Cristo usou para fazer seus milagres talvez se devesse às diferentes disposições mentais e temperamentos, com que vinham os que a Ele recorriam. AquEle que esquadrinha os corações conhecia tudo isto perfeitamente. Uma pobre mulher apelou a Cristo e recebeu dEle misericórdia, ao passar pelo caminho. Se somente tocarmos, por assim dizer, na orla da túnica de Jesus, com fé viva, nossos piores males serão curados; não há outra cura verdadeira, nem temos que temer que Ele conheça aquilo que nos traz dor e uma carga, e que não contaríamos a nenhum amigo na terra. Quando Cristo entrou na casa do principal da sinagoga, disse: "Retirai-vos". Às vezes, quando prevalece a dor do mundo, é difícil que Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 35 Cristo e suas consolações entrem. A filha do principal da sinagoga estava realmente morta, porém não para Cristo. A morte do justo, de maneira especial, deve ser considerada somente um sono. As palavras e as obras de Cristo podem não ser entendidas a princípio; mesmo assim, não devem por isso ser desprezadas. o povo foi fortalecido. os escarnecedores que zombam daquilo que não entendem não são testemunhas apropriadas das maravilhosas obras de Cristo. As almas mortas não são ressuscitadas à vida espiritual, a menos que Cristo as tome pela mão. Isto será feito no dia do seu poder. Se somente este caso em que Cristo ressuscitou a um morto recente aumentou tanto a sua fama, que grande glória será quando todos os que estão nos sepulcros ouvirem sua voz e saírem; os que fizeram bem, para a ressurreição da vida, e os que fizeram mal para a ressurreição da condenação! Vv. 27-31. Nessa época os judeus esperavam que o Messias aparecesse; estes cegos souberam e proclamaram nas ruas de Cafarnaum que Ele havia chegado, e que era Jesus. os que pela providência de Deus têm perdido a sua vista física, pela graça de Deus podem ter os olhos de seu entendimento plenamente iluminados. Sejam quais forem as nossas necessidades e cargas, não necessitamos mais de provisão e apoio do que participar da misericórdia do nosso Senhor Jesus. Em Cristo há o suficiente para todos. Eles o seguiram gritando em voz alta. Jesus ia provar a sua fé, e nos ensinaria a orar sempre e não desanimar, ainda que a resposta não chegue de imediato. Eles seguiram a Cristo e seguiram-no clamando. A grande pergunta é: "Crede vós?" A natureza pode nos tornar fervorosos, mas somente a graçaé capaz de gerar a fé. Cristo tocou os seus olhos. Ele dá vista às almas cegas pelo poder de sua graça, que vai unida à sua Palavra e realiza a cura com base na fé deles. os que apelam a Cristo serão tratados não conforme as suas fantasias nem no que professam crer, mas conforme a sua fé. Às vezes Cristo ocultava seus milagres porque não queria dar ocasião ao engano que prevalecia entre os judeus, de que seu Messias Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 36 seria um príncipe transitório, e assim dar ocasião a que o povo intentasse promover tumultos e sedições. Vv. 32-34. De ambos, melhor é um demônio mudo do que um que blasfeme. As curas de Cristo vão à raiz, e eliminam o efeito e a causa; abrem os lábios desfazendo o poder de Satanás na alma. Nada pode convencer a quem está sob o poder do orgulho. Crerão em qualquer coisa, por mais falsa ou absurda que seja, ao invés de crerem nas sagradas Escrituras; assim mostram a inimizade de seus corações contra o santo Deus. Vv. 35-38. Jesus não visitou somente as cidades grandes e ricas, mas também as aldeias pobres e obscuras, e ali pregou e curou. As almas dos mais vis do mundo são muito preciosas para Cristo, e devem ser também para nós, quanto as almas dos que são mais ilustres. Havia sacerdotes, levitas e escribas em toda a terra, porém, eram pastores de ídolos (Zc 11.17). Portanto, Cristo teve compaixão do povo como ovelhas desamparadas e dispersas, como homens que perecem por falta de conhecimento. Hoje há enormes multidões que são como ovelhas sem pastor, e devemos ter compaixão e fazer tudo o que pudermos para ajudá-las. As multidões desejosas de instrução espiritual formavam uma colheita abundante, que necessitava muitos obreiros ativos; porém, poucos mereciam este ofício. Cristo é o Senhor da ceifa. Oremos para que muitos sejam levantados e enviados a trabalhar para levar as almas a Cristo. É sinal de que Deus está por conceder alguma misericórdia especial a um povo, quando convida outros a orar por ele. As missões designadas aos obreiros como respostas à oração, são as que mais provavelmente terão êxito. Mateus 10 Versículos 1-4: A chamada dos apóstolos; 5-15: Os apóstolos são instruídos e enviados; 16-42: Instruções para os apóstolos. Vv. 1-4. A palavra "apóstolo" significa mensageiro; eles eram os mensageiros de Cristo, enviados a proclamar o seu reino. Cristo deu-lhes Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 37 poder para curar todos os tipos de enfermidades. Na graça do Evangelho há um balsamo para cada chaga, um remédio para cada doença. Não existe enfermidade espiritual para a qual não haja poder em Cristo para curá-la. Seus nomes estão escritos e isso é a sua honra; porém, eles tinham as maiores razões para regozijarem-se em que seus nomes estivessem escritos no céu, enquanto os nomes dos grandes e poderosos da terra estão enterrados no pó. Vv. 5-15. Não se deveria levar o Evangelho aos gentios até que os judeus o tivessem rejeitado. Esta [imitação dada aos apóstolos foi válida somente para a sua primeira missão. Onde quer que fossem, deveriam proclamar que o reino dos céus está às portas. Eles pregaram para estabelecer a fé; pregaram o reino para animar a esperança; pregaram sobre os céus para inspirar o amor às coisas celestiais e o desprezo pelas terrestres. o reino tem se aproximado para que os homens se prepararem sem tardança. Cristo deu-lhes poder para fazerem milagres, como confirmação de sua doutrina. Isto ainda é necessário em nossos dias, mesmo o reino de Deus já estando entre nós. Mostra que a intenção da doutrina que pregaram era curar as almas enfermas e ressuscitar os que estavam mortos no pecado. Ao proclamar o Evangelho da graça gratuita para cura e salvação das almas dos homens, não podemos mesclar a mensagem com interesses financeiros. Foi-lhes dito o que fazer nas cidades e entre povos desconhecidos. o servo de Cristo é embaixador da paz em qualquer parte onde seja enviado. Sua mensagem vai até os pecadores mais vis, ainda que tenham por obrigação buscar as melhores pessoas de cada lugar. Nos convém orar de todo coração a favor de todos, e nos conduzirmos de modo cortês para com todos. Ele lhes dá instruções sobre como deveriam agir em relação àqueles que os rejeitassem. Todo o conselho de Deus deve ser declarado, e aos que não escutam a mensagem da graça, deve ser mostrado que seu estado Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 38 é perigoso. Isto deve ser levado muito a sério por todos os que ouvem o Evangelho, para que não aconteça que seus privilégios lhes sirvam somente para aumentar a sua condenação. Vv. 16-42. Nosso Senhor adverte a seus discípulos que se preparem para a perseguição. Eles teriam de evitar todas as coisas que dessem vantagem a seus inimigos, toda intromissão nos afãs políticos ou mundanos, toda a aparência do mal ou egoísmo, e as medidas clandestinas. Cristo predisse dificuldades não só para que os transtornos não fossem surpresa, mas para que eles pudessem ter a sua fé confirmada. Disse-lhes que deveriam sofrer, e por parte de quem viria o sofrimento. Assim, Cristo nos tem tratado fielmente e de modo justo, dizendo-nos o que de pior podemos encontrar em seu serviço; e quer que assim tratemo-nos a nós mesmos, ao nos assentarmos para calcular o que isto nos custará. os perseguidores são piores do que as feras, porque fazem como presa aos de sua própria espécie. os laços de amor e dever mais sólidos, muitas vezes têm sido destruídos pela inimizade contra Cristo. Os sofrimentos causados por amigos e parentes são muito dolorosos, e nada fere mais. Parece que todos aqueles que desejam viver de modo piedoso em Cristo Jesus padecerão perseguições; e devemos esperar que através de muitas tribulações entremos no reino de Deus. Nesta predição de problemas há conselhos e consolo para os momentos de prova. Os discípulos de Cristo são odiados e perseguidos como serpentes, e se procura sua ruína; portanto, devem ter a sabedoria da serpente e a simplicidade das pombas. Que não causem dano a ninguém, e que também não tenham má vontade para com ninguém. Devem ter prudência, mas não devem deixar-se dominar por pensamentos de angústia e confusão; que esta preocupação seja deixada sobre o Senhor Deus. os discípulos de Cristo devem preocupar-se mais em fazer o bem, do que em falar bem. No caso de grande perigo, os discípulos de Cristo devem sair do caminho perigoso, mas não do caminho do dever. Não se deve usar meios pecaminosos e ilícitos para escapar; isto não será uma porta aberta por Deus. O temor ao homem Mateus (Comentário Bíblico de Matthew) 39 lhes coloca uma armadilha, uma armadilha de confusão que perturba nossa paz; uma armadilha que enreda, pela qual somos atraídos ao pecado; portanto, deve-se lutar e orar contra isso. A tribulação, a angústia e a perseguição não podem tirar-lhes o amor de Deus por eles, ou o amor deles por Deus. Temei antes aquEle que pode destruir o corpo e a alma no inferno. Eles devem entregar a sua mensagem publicamente, porque todos estão profundamente preocupados com a doutrina do Evangelho. Todo o conselho de Deus deve ser trazido ao conhecimento das pessoas (At 20. 27). Cristo mostra-lhes porque devem ter bom ânimo. Seus sofrimentos testificam contra os que se opõem ao seu Evangelho. Quando Deus nos chama a falar dEle, podemos depender dEle para que nos ensine o que devemos dizer. Uma perspectiva fiel do final de nossas aflições será muito útil para nos sustentar quando estivermos submetidos a elas. o poder será conforme o dia. É de grande alento, para aqueles que estão fazendo a obra de Deus, saber que esta certamente será feita. Observe como o cuidado da providência estende-se a todas as criaturas, até aos passarinhos. Isto deve acalmar todos os temores do povo de Deus: "Mais valeis vós do que muitos passarinhos". "E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados". Isto denota a consideração que Deus tem e mantém
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