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O Papel das Certificações e Auditorias na Gestão Ambiental Os Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO e a Economia Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Carlos Eduardo Martins Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin 5 Os Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO e a Economia Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao Tema • Orientações para Leitura Obrigatória Fonte: Thinkstock/Getty Im ages · Discutir sobre os Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da série ISO e a sua relação com a Economia 6 Unidade: Os Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO e a Economia Introdução ao Tema Os Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série Iso e a Economia O Sistema de Gestão Ambiental surgiu em um cenário de crise econômica e ecológica, na década de 1990. Como todo e qualquer paradigma do setor produtivo, o contexto indicava a necessidade de mudanças a fim de se buscar outro patamar de excelência e eficiência, isto é, uma mudança de rota no âmbito da competitividade mercadológica. A partir da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente, ocorrida no Rio de Janeiro, entre 3 e 14 de junho de 1992, conhecida como “Earth Summit” (Cúpula da Terra), ou simplesmente Eco-92, governos, instituições de financiamento e crédito, bem como os próprios consumidores, passaram a buscar saber, além dos itens costumeiros, se as organizações, produtos e serviços tinham algum tipo de preocupação com o Meio Ambiente. Esse comportamento diferenciado acabou repercutindo em organizações que começaram a se movimentar no sentido de considerar o Meio Ambiente na sua estrutura de funcionamento como, por exemplo, substituindo processos ou componentes poluentes por outros retornáveis ou recicláveis, além de buscar não conformidades, mitigando ou diminuindo seus impactos ambientais. O comportamento acima descrito levou a um marco histórico que foi o lançamento da ISO 14.001, em 1996 (NBR ISO 14.001, no Brasil), a gestão ambiental tornou-se um diferencial entre as empresas e um marco também na Economia moderna. Muito além dos sistemas de gestão que buscam maior qualidade, eficiência e produtividade, o SGA passou a impelir as organizações tanto no sentido do desempenho ambiental quanto para a minimização dos impactos no ambiente e a se certificarem a si próprias e a seus produtos mediante auditoria ambiental periódica e realizadas por uma empresa certificadora, credenciada e reconhecida por órgãos nacionais e internacionais. É nas auditorias ambientais de certificação que é avaliado o SGA da organização. Neste, o auditor interno é responsável pela identificação de não conformidades e/ou oportunidades de melhoria na área auditada. Quando o auditor identifica alguma não conformidade, ele a descreve no relatório de Auditoria, e a área auditada estabelece uma ação corretiva. O objetivo do processo é que as organizações aloquem recursos, atribuam responsabilidade ao pessoal, avaliem constantemente suas práticas, procedimentos e processos, buscando a melhoria permanente do seu desempenho ambiental. 7 Em pesquisa recente sobre a evolução das certificações ambientais pelo mundo, Georges e Benedicto (2014) divulgaram dados do total de certificações pelo mundo entre 1999 e 2010 (Figura 1). Figura 1. Certificados ISO 14.001 no Mundo Fonte: Georges e Benedicto (2014). Além dos dados referentes ao total de certificações, os autores supracitados também apresentaram dados do volume de países com certificados. A Figura 2 mostra os resultados da pesquisa por país. Figura 2. Países com certificação ISO 14.001 Fonte: Georges e Benedicto (2014) A análise dos gráficos das Figuras 1 e 2 mostra que o total de certificações apresentou aumentos nas duas dimensões consideradas, o que reflete a relevância do SGA na atualidade, no sentido da formação de uma rede de organizações certificadas, bem como de uma nova forma de se considerar a Economia, determinando mudanças também no cotidiano das pessoas. É bastante comum observarmos os consumidores nos corredores dos supermercados, escolhendo os produtos segundo critérios distintos, como: preço, quantidade por embalagem, validade, durabilidade, entre outros. De um tempo para cá, a atração dos consumidores também passou a se voltar para os produtos identificados como ecologicamente corretos. O problema é que muitas empresas, aproveitando-se do contexto em que a degradação do Meio Ambiente é um tema de grande relevância para boa parte da população, atuam de forma irresponsável, auto-rotulando seus produtos ou serviços como ambientalmente corretos. 8 Unidade: Os Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO e a Economia Há diversas formas de autoafirmar-se “verde” de forma inverídica. Rótulos que anunciam um produto como sendo “100% natural” reproduzem nada mais do que o óbvio, pois qualquer artefato que seja é, de uma forma ou de outra, é proveniente de um recurso natural. Assim, o consumidor é levado a crer que um produto difere dos outros neste sentido, mas mesmo os que não se declaram “naturais” o são, em certo sentido. Este tipo de conduta é chamado internacionalmente de greenwashing, isto é, a justaposição das palavras “green” (verde) e “washing” (limpeza, lavagem). Não se trata de um processo de higienização; pelo contrário, trata-se de ocultação ou camuflagem das reais condições de produção ou interação de um produto com o Meio Ambiente, em favor de um discurso que se apropria dos valores ecológicos, isto é, gerando uma imagem contextualizada. Estrategicamente, busca-se eliminar da memória da coletividade uma eventual degradação produzida anteriormente ou fixar atributos positivos aos produtos. São diversas as formas de greenwashing utilizadas por organizações impactantes ao Meio Ambiente. Contudo, o meio mais eficiente de sobrepor uma imagem positiva à negativa é a publicidade. As empresas poluidoras compram espaços de anúncios nos mais diversos veículos de comunicação, criam vinhetas que apelam ao emocional do ouvinte, além de patrocinarem eventos culturais e até de cunho ecológico para apagar o seu passado degradante ou associar a imagem do seu produto a algo de positivo. Para se ter uma ideia de até onde podem ir as práticas de greenwashing, os termos “eco”, “ecológico”, “menos poluente”, “sustentável” e “amigo da natureza” maquiam a embalagem de um artigo com dizeres que omitem as formas como a empresa produz esse bem, muitas vezes utilizando-se de trabalho escravo, infantil ou penoso. Em outros casos, infringem leis ambientais degradando o local de produção, omitem o uso de componentes poluentes, tóxicos ou perigosos nos produtos que comercializam, mentem ao utilizar indevidamente símbolos de instituições certificadoras, além de enganarem o consumidor fazendo uso de expressões técnico-científicas incompreensíveis. 9 Orientações para Leitura Obrigatória Caro aluno(a) Para o entendimento do tema tratado nesta Unidade, leia o Capítulo 7, “Rotulagem ambiental e ciclo de vida do produto”, do livro Gestão Ambiental, entre as páginas 132 e 148. Ali você encontrará os assuntos trabalhados nesta Unidade, bem como algumas informações adicionais. Para localizar o livro, entre na “área do aluno”, “serviços”, e “biblioteca (documentos eletrônicos)”. Em seguida, clique sobre “E-books - Bib. Virtual Universitária”. Na janela de busca, digite o título “Gestão Ambiental”. Deve aparecer uma lista de livros nos quais você deve encontrar um com a capa mostrada na ilustração ao lado. Utilizando-se do mesmo caminho feito para acessar o livro anterior, repita os passos para localizar o livro “Gestão ambiental no mercado empresarial”. Leia no capítulo 2, “Meio Ambiente e mercado internacional”, da página 47 a 67, A importância sobre a Economia sob o viés do Meio Ambiente. 10 Unidade: Os Sistemas de Gestão, Certificaçãoe Auditoria Ambiental da Série ISO e a Economia Material Complementar Sites: Sobre a ISO 14.001: http://www.iso.org/iso/home/standards/management-standards/iso14000.htm Sobre a ABNT: http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-a-abnt Sobre o INMETRO: http://www.inmetro.gov.br/ Leituras: Sobre a NBR ISO 14.001: http://www.labogef.iesa.ufg.br/labogef/arquivos/downloads/nbr-iso-14001-2004_70357.pdf 11 Referências ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR ISO 14001:2004. BERTÉ, Rodrigo. Gestão socioambiental no Brasil Uma análise ecocêntrica. Curitiba: InterSaberes, 2014. CURI, Denise (consultora técnica). Gestão Ambiental. São Paulo: Academia Pearson, 2011. GEORGES, M. R. R.; Benedicto, S. C. Certificação ambiental, panorama da certificação isso 14001 no Mundo. São Paulo: ENGEMA/USP-SP, 2014. KLUCZKOVSKI, Alana Marielle Rodrigues Galdino. Introdução ao estudo da poluição dos ecossistemas. Curitiba: InterSaberes, 2015. MAZZAROTTO, Ângelo; Berte, Rodrigo. Gestão ambiental no mercado empresarial. Curitiba: IBPEX, 2010. MORAES, Clauciana Schmidt Bueno de et al. Auditoria e certificação ambiental. Curitiba: InterSaberes, 2014. PHILIPPI JR., Arlindo; ROMÉRO, Marcelo de Andrade; BRUNA, Gilda Collet. Curso de Gestão Ambiental. 4.reimp. São Paulo:USP, 2010. SILVA, Cesar Aparecido da; PRZYBYSZ, Leane Chamma Barbar. Sistema de gestão ambiental. Curitiba: InterSaberes, 2014. capas IV_Teorico capas
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