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Historiografia Brasileira: Resenhas de Textos

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FAMOSP- FACULDADE MOZARTEUM SÃO PAULO
Fabiola Aparecida Vieira Soares Teixeira
Atividades com base nas leituras de três textos: Aspectos da Historiografia da Cultura Sobre o Brasil Colonial escrito por Laura de Mello e Souza, Anos Trinta e Política: História e Historiografia – Vavy Pacheco Borges e Capistrano de Abreu na historiografia brasileira.
 
São Paulo /São Paulo
2020
FAMOSP- FACULDADE MOZARTEUM SÃO PAULO
Fabiola Aparecida Vieira Soares Teixeira
Atividades com base nas leituras de três textos: Aspectos da Historiografia da Cultura Sobre o Brasil Colonial escrito por Laura de Mello e Souza, Anos Trinta e Política: História e Historiografia – Vavy Pacheco Borges e Capistrano de Abreu na historiografia brasileira.
Atividades apresentadas para a disciplina de
Historiografia Brasileira, no curso de 
Licenciatura em História, na 
Universidade FAMOSP.
Orientador: Professor Vinicius Silva Pereira
 
São Paulo /São Paulo
2020
Atividade 1 - (Nota de 0 – 5): 
1. Em relação ao primeiro livro - Historiografia brasileira em perspectiva - faça uma resenha do texto Aspectos da Historiografia da Cultura Sobre o Brasil Colonial escrito por Laura de Mello e Souza – Parte I
O texto de Laura de Mello traz informações ricas para entendermos como a história do Brasil foi construída no que se refere à cultura e contada na américa portuguesa. Logo no início de seus textos a autora explica a definição de cultura, tendo em vista que a cultura é vista de muitas maneiras diferentes, principalmente no início da construção historiográfica do Brasil.
Relata com detalhes como os moradores da América Portuguesa herdavam traços peculiares aos indígenas e africanos, no modo de falar, de se portar e até mesmo de andar. Alguns males eram tradicionalmente imputados a mestiçagem, doenças, moralidade, apatia, aversão ao trabalho,contudo, para a historiadora Laura de Mello e Souza (2001, p. 20), as análises da cultural brasileira seriam inauguradas somente em 1933 com o clássico de Gilberto Freyre, Casa Grande & Senzala. Merece destaque na produção do autor da obra anterior e dos posteriores Sobrados e Mucambos (1936) e Nordeste (1937), a utilização de fontes escritas de diversos tipos (hemerográficas, correspondências, imagéticas, discursos das tradições orais etc.). Apesar das posteriores e constantes críticas às suas dificuldades na aplicação de alguns conceitos ou categorias caras à sua obra, o método e os temas abordados tornam seus estudos referência para diversas gerações de pesquisadores.
Com uma sensível mudança na representação do tempo histórico, os Annales aproximam-se das Ciências Sociais e de outras Ciências Humanas numa perspectiva hoje considerada transdisciplinar e elaboram críticas às perspectivas historiográficas baseada no Positivismo, no Marxismo e no Historicismo.
Para além dessas perspectivas de análises, merecem menção as contribuições dos pesquisadores adeptos do materialismo histórico ou outras vertentes de abordagens economicistas.
Antonio Candido nos seus estudos sobre a constituição de uma literatura brasileira também contribui para a compreensão da nossa história por ver a literatura em intima ligação com a sociedade. Literatura que é diferente de manifestação literária (SOUZA, 2001, p. 28).
Ainda e finalmente para Laura de Mello e Souza, as abordagens contemporâneas sobre a História da Cultura no Período Colonial na América portuguesa, podem ser divididas em: “os que destacam grupos de pessoas suas idéias e obras; os que incidem sobre a publicação de livros, sua circulação e influência; os que atêm a sistema de crenças na América portuguesa; os que refletem as trocas culturais entre Europa e América.” (SOUZA, 2001, p. 33-37).
De acordo com essa classificação os pesquisadores e pesquisadoras Ronaldo Vainfas, João Adolfo Hansen, Alcir Pécora, Kátia de Queirós Mattoso, Afonso Carlos Marques dos Santos, István Iancsó, Rubens Borba de Moraes, Eduardo Frieiro, Silvio Gabriel Diniz, Luís Carlos Villalta, Luís Mott, Marlyse Meyer, Ronald Raminelli, Plínio Freire Gomes e a própria autora, que escreveu o Diabo e a Terra de Santa Cruz, são citados.
Pelo exposto e pelas palavras da autora, a sua prioridade no artigo é enfocar os primeiros passos de uma escrita da história da cultura brasileira através de autores nacionais. Dentre todos – é a sua opinião – Sérgio   Buarque de Holanda ainda não fora superado pelo seu grande brilho, apesar de ser pioneiro nessa empreitada e de uma compreensão de cultura conforme conceituada pela antropologia.
2. Ainda em relação ao primeiro livro faça uma resenha do texto Anos Trinta e Política: História e Historiografia – Vavy Pacheco Borges – Parte I
O texto inicia trazendo uma época importante de ser lembrada, outubro de 1930. Ilustra com riqueza de detalhes a Erva Vargas, marcada por forte presença política, e de como a história é voltada a descrever a vida e obra do papel desempenhado por grandes personagens históricos.
Época marcada por forte insensibilidade por vivo debate político, a república estava em crise. E pode-se perceber o nascimento de uma biografia nacional, vendo a construção da nação brasileira a partir de um “descobrimento”, e nota-se que a história política vivida é uma e a história política escrita por moralista e historiadores é outra.
Uma palavra muito dita na época é REVOLUÇÃO, quase sempre adjetivada como “brasileira”. O texto chega a assustar de tão atemporal, em vários momentos pude perceber que realmente a história se repete, e muitos da nossa nação foram enganados pela promessa do “NOVO”, novo esse que leva muitos à morte e que atualmente, enfrentamos uma pandemia sem precedentes, e o “novo” quer utilizar do momento para benefícios próprios, o que isso tem de novo¿ 
É evidente que a luta travada entre chavões, crenças mundanas e uma forte ideologia popular desse período (anos 30) antes de tudo era uma guerra pelo poder, pela supremacia de ideias, briga que ainda hoje é a tônica de muitos embates. Não posso deixar de comentar embora fugindo do texto um pouco que esses anos foram muitos próximos de grandes acontecimentos revolucionários como o Russo, e de outras nações, assim contagiando os brasileiros a também organizar uma revolução, pois a efervescência era enorme.
O grande parceiro da revolução, em todas as falas apontado como seu legitimador, era o "povo", tanto no movimento militar como para as propostas futuras. O novo sempre traz ao povo a esperança de mudança, de prosperidade assim sendo o clamor pela mudança em qualquer época e sempre um chamariz interessante.
Um ponto a ser observado é a velha teoria que o fundamento da revolução se deu devido a centralização do poder central, devido a certos problemas regionais que se agigantaram. Isto em parte é correto pois as mudanças sempre partem de regiões as vezes periféricas para o "centro, para o todo" um bom exemplo foi a revolução federalista ocorrida em 1894, originada no Rio Grande do Sul que foi descendo, descendo etc.
É bem obvio que esses movimentos para ganhar poder precisa sempre do incentivo das oligarquias regionais. A primeira ruptura foi a intenção forte e bem sucedida que constituiu a história oficial de que a ruptura perdeu certas revisões que se pretendiam radicais, ou seja é trabalhado a ideia oposta da negação da ruptura ou da visão de continuidade O autor nos mostra que as referências às interpretações da revolução, a partir do conceito de ideologia, devem passar, para um enfoque mais amplo, em torno do conceito de representação.
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Os construtores da história como bem sabemos a moldam conforme uma série grande de fatores e interesses. Uma verdade seria que a dita revolução teve um sentido claro de ruptura do o estabelecido.
Vavy P. Borges conclui dizendo que "A pluralidade, por consequente, se colocava tanto do ponto de vista do objeto, quanto do ponto de vista da concepção de história". Infelizmente a retomada da memória dos vencidos não esteve entre as preocupações teórico-metodologica que impulsionou o dito final das conclusões,discussões referentes ao período.
3. Em relação ao segundo livro - Aproximações: Estudos de História e Historiografia - faça uma resenha do texto: Capistrano de Abreu na historiografia brasileira – Segunda Parte: Historiografia.
João Capistrano Honório de Abreu (Maranguape, 23 de outubro de 1853 — Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1927) foi um historiador brasileiro. 
Um dos primeiros grandes historiadores do Brasil, produziu ainda nos campos da etnografia e da linguística. A sua obra é caracterizada por uma rigorosa investigação das fontes e por uma visão crítica dos fatos históricos e suas pesquisas fazem contraponto à de Francisco Adolfo de Varnhagen.
Historiador. João Capistrano Honório de Abreu nasceu na cidade de Maranguape, em 23 de outubro de 1853. Fez seus primeiros estudos em rápidas passagens por várias escolas. Em 1869, viajou para Recife, onde cursou humanidades, retornando ao Ceará dois anos depois. Em Fortaleza, foi um dos fundadores da Academia Francesa, órgão de cultura e debates, progressista e anticlerical, que durou de 1872 a 1875.
Neste último ano, viajou para o Rio de Janeiro e aí se fixou em um sobrado situado no bairro de Botafogo; hoje esta Rua leva seu nome por homenagem póstuma, tornando-se empregado da Editora Garnier. Foi aprovado em concurso público para bibliotecário da Biblioteca Nacional durante a gestão de Ramiz Galvão. Em 1879, foi nomeado oficial da Biblioteca Nacional. Lecionou Corografia e História do Brasil no Colégio Pedro II, nomeado por concurso em que apresentou tese sobre O descobrimento do Brasil e o seu desenvolvimento no século XVI. Eleito para a Academia Brasileira de Letras, recusou-se a tomar posse.
Dedicou-se ao estudo da história colonial brasileira, elaborando uma teoria da literatura nacional, tendo por base os conceitos de clima, terra e raça, que reproduzia os clichês típicos do colonialismo europeu acerca dos trópicos, invertendo, todavia, o mito pré-romântico do “bom selvagem”. Morreu no Rio de Janeiro, aos 74 anos, em 13 de agosto de 1927. É patrono da cadeira 15 da Academia Cearense de Letras e da cadeira 23 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
Um de seus primeiros trabalhos na Corte foi uma sequência de artigos em que avalia e situa definitivamente a obra de Varnhagen. 
Capistrano percebeu o estágio incipiente de nossa historiografia, pois o levantamento documental não chegara ainda àquele ponto que permite o ensaio de síntese, mas ao mesmo tempo, compreendia que a visão sintética é indispensável para orientar as prospecções tópicas.
O texto nos traz que a historiografia brasileira inicia-se com a fundação, em 1838, do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, criado em meio às revoltas do período regencial, no momento crucial da consolidação do estado Nacional.
A grande obra de Varnhagen depura e consolida toda a produção da primeira fase da nossa historiografia, e com a crítica e promoção de sua superação, Capistrano encerra aquela fase, dando passagem para o que se poderia chamar de historiografia brasileira moderna, a partir dos anos 30.
Atividade 2 - (Nota de 0 – 5): 
Para esta atividade o aluno deverá assistir ao seguinte vídeo:
Pedro Puntoni: História e Historiografia do Brasil - https://www.youtube.com/watch?v=DtqYG_k_KuY
4. Elabore uma resenha com base no vídeo.
Atividade final (Cada questão vale 2,5)
Após a leitura, execução e reflexão das atividades propostas realize a atividade final abaixo: 
Explique as semelhanças e diferenças do trabalho historiográfico de caio Prado Jr. Sérgio Buarque de Hollanda e Gilberto Freyre e sua contribuição para a historiografia brasileira. A consistência teórico-metodólogica ausente em Freyre é notável em Sérgio Buarque de Holanda influenciado pela sociologia cultural de procedência alemã, nos aparatos teóricos da sociologia, bem como na etnologia. Souza (2001, p. 23) conseguiu identificar “afinidade e coincidência temática” entre o autor de Raízes do Brasil (1936), Monções (1945) e Caminhos e fronteiras (1957) e os fundadores da revista Annales d’Histoire Economique et Sociale acima referida.      
Retomando Sérgio Buarque de Holanda, Laura de Mello e Souza (2001, p. 24-28) destaca as abordagens transdiciplinares daquele historiador que pautam suas tentativas de compreender os “mecanismos das trocas, sínteses e soluções culturais” e destaque seu caráter inovador citando sua capacidade de atribuir funções culturais aos sentidos e a percepção humana, antes de Carlo Ginzburg, representante da micro-história italiana, tornar conhecido o método indiciário.
        Inovou Sérgio Buarque de Holanda ao explorar a mentalidade do colonizador luso em comparação com aquela atribuída pelo autor aos exploradores espanhóis da América. Tais complexos mentais foram considerados como elementos de constituição das relações dos colonizadores com os espaços geográficos explorados inclusive nos desenhos das cidades construídas por portugueses e espanhóis em território americano.
Pautam-se esses estudos, desde Sérgio Buarque de Holanda, pela compreensão da cultura como conceito abrangente mais distante dos marxistas e mais próximo de antropólogos. Essa posição é defendida por Maria Beatriz Nizza da Silva em Cultura e sociedade no Rio de Janeiro.
1. 
2. Explique a importância de Von Martius para o desenvolvimento historiográfico brasileiro e suas semelhanças na forma de pensar de Varnhagen.
3. Qual a contribuição de Varnhagen para o desenvolvimento historiográfico brasileiro e suas diferenças em relação ao trabalho de Capistrano de Abreu.
4. Qual a importância de D.Pedro II para o desenvolvimento historiográfico do século XIX e quais seus objetivos como o apoio a esse movimento?

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