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1FOTOGRAFIA
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Presidência da República Federativa do Brasil
Ministro da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Este material foi produzido pela Direção de Educação a Distância do Instituto Federal de Brasília – IFB 
Reitora 
Luciana Miyoko Massukado
Pró-Reitora de Ensino
Yvonete Bazbuz da Silva Santos
Equipe DEaD
Diretora de Educação a Distância
Eliziane Rodrigues de Queiroz
Pedagoga
Carolina Novaes Xavier de L. Reynaldo
Apoio Administrativo
Cláudia Sabino Fernandes
Joscélia Moreira de Azevedo
Noeme César Gonçalves
Equipe de Produção
Coordenador Geral
Hênio Delfino Ferreira de Oliveira
Coordenadora-adjunta de Produção de Conteúdos Educacionais para EaD
Sylvana Karla da Silva de L. Santos
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Autores Conteudistas
Raphael Irerê
Coordenadora de Curso e Revisora Técnica de Conteúdo
Camilla Vidal Shinoda
Produtor Audiovisual
Alexandre de Souza Garcia
Produtor Multimídia
Bruno Soares Maciel
Erika Ventura Gross
Fábio Lucas
Gestora de Ambiente Virtual de Aprendizagem
Daniele Cadête de Araújo Lima
Apoio
Douglas Fernandes Brito de Faria
Catalogação na fonte pela Biblioteca do instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Brasília 
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 
NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. 
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Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5
UNIDADE 1 - HISTÓRIA .................................................................................... 7
1.1. Antes da foto ...................................................................................... 9
1.2. Cinema ............................................................................................ 21
ATIVIDADES ............................................................................................ 29
UNIDADE 2 - TÉCNICAS ................................................................................... 30
2.1. O Olho Humano .................................................................................. 32
2.2. A máquina fotográfica .......................................................................... 36
UNIDADE 3 - COMPOSIÇÃO ............................................................................... 76
UNIDADE 4 - ESTILO .....................................................................................109
REFERÊNCIAS .............................................................................................138
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Compartilhar momentos, contar histórias, manter a memória, esses 
são alguns dos motivos que levam a produção de imagens ao longo do 
desenvolvimento da humanidade. Das pinturas em cavernas, passando 
por quadros renascentistas, cubistas até as manipulações digitais, a 
humanidade possui uma necessidade de relação com a imagem criando 
novas técnicas e inclusive modificando a forma de utilizá-las.
A disciplina de fotografia no curso de operador de Formação Inicial 
Continuada em Operador de Câmera de Vídeo tem por objetivo utilizar 
as técnicas de fotografia para transformar a ideia na cabeça e do roteiro 
em um trabalho atrativo e bem elaborado.
O curso será dividido em quatro unidades que irão ser os primeiros 
passos para entender como contar uma história sem palavras. Na primeira 
unidade, será apresentada a história da fotografia, como a técnica foi 
desenvolvida, como as imagens paradas começaram a ser animadas e o 
surgimento do cinema até as formas atuais de produção de imagem digital.
Introdução
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Na segunda unidade, serão abordadas as partes técnicas de funcionamento do equipamento para a filmagem, já 
que tanto máquinas fotográficas, filmadoras e celulares possuem o mesmo princípio. Dessa forma, entender como 
o aparelho funciona, vai permitir conhecer a máquina e usar tanto as limitações quanto os recursos disponíveis 
a seu favor.
A partir da terceira unidade, serão discutidas as estéticas da foto, como pensar a composição, o enquadramento 
melhor para destacar o assunto, quais técnicas podem ser utilizadas de acordo com seu objetivo. Vamos trabalhar 
também os planos, movimentos de câmera e algumas orientações sobre como transformar um roteiro em imagens.
Por fim, a quarta unidade será uma orientação básica sobre a fotografia em diversos estilos e gêneros do cinema 
ao longo da história. Apresentaremos alguns dos gêneros de fotografia com orientações para que possam te 
ajudar a desenvolver seu estilo próprio em qualquer gênero que escolher para contar a sua história.
Ao término desta unidade esperamos atingiro seguinte objetivo: conhecer os fundamentos históricos e tecnológicos 
sobre fotografia e cinema.
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 História
Cena do filme Blow Up, de Michelangelo Antonioni. 
Disponível em https://goo.gl/qyrRHF
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Nesta unidade, iremos ver como ocorreu o desenvolvimento tecnológico que permite termos 
fotografias e vídeos, seja em celulares ou em câmeras profissionais e vamos conhecer alguns estilos 
cinematográficos que impactaram, não somente as artes em geral, mas nosso comportamento.
Já estamos bem acostumados a fazer vídeos toda hora e de quase tudo.
Você sabia que o vídeo é na verdade uma sequência de fotos?
Mesmo os vídeos feitos por celular! Já ouviu falar que alguns vídeos têm 30fps? O FPS significa 
frames por segundo, poderíamos até dizer fotos por segundo. 
Agora faça as contas: quantas fotos seriam necessárias para o último filme dos Vingadores, por 
exemplo?
Já que falamos de fotos, vamos ver qual a relação entre foto e cinema?
 História
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1.1. Antes da Foto
Não é fácil dizer quem inventou a fotografia e quem foi o primeiro a pensar sobre isso; atribui-se a primeira foto 
a Joseph Niepce, mas antes ele precisou de alguns conhecimentos científicos. 
Nossa história começa em 400 a.C., na China, uma época de grande prosperidade acadêmica; algumas dessas 
escolas você já ouviu falar, como o taoísmo e o confucionismo. Um pouco menos conhecida é o Mohismo fundada 
por Mo Di, filósofo, cientista, engenheiro e estrategista. Assim como o confucionismo e taoísmo, o Mohismo pensa 
sobre as atitudes das pessoas, sobre a moral, a ética. 
Além disso, as maiores contribuições de Mo Di são os tratados sob a ótica linear, as imagens e as sombras, reflexo 
da luz espelhos e a primeira ideia da câmera obscura, também conhecida como câmera pinhole.
Aristóteles, filósofo grego, por volta de 340 a.C., rejeita a ideia de Platão, que foi seu professor, sobre a 
ótica. Platão dizia que os olhos emitiam feixes que ao encontrarem os objetos permitiam a sensação visual. 
Aristóteles diz que o que ocorre é diferente: quando o fogo (a luz da vela, do sol) estimula um meio (ar, água) 
ele se torna transparente e permite que os objetos sejam vistos. Se estiver em repouso, sem o estímulo do fogo, 
existe a escuridão e as cores dependem da quantidade de atividade do meio.
Parece confuso, mas os gregos entendiam que a explicação das coisas estava em simplesmente observar a natureza 
e como ela se comporta e esses foram os passos iniciais para a nossa ciência atual.
Mais ou menos na mesma época, o matemático grego Euclides desenvolveu outros conceitos de ótica, estudou 
sobre a formação de imagens por meio de espelhos e lentes. Esta foi a versão inicial da Lei de reflexão e era 
baseada nas ideias de Aristóteles.
Em Alexandria, no Egito, alguns anos depois, o matemático e astrônomo Ptolomeu descreve o fenômeno da 
refração, o desvio que a luz faz ao sair de um meio e entrar em outro e explicou o porquê e como vemos os 
objetos de acordo com as variações dos meios.
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Disponível em: https://pixabay.com/en/teacup-cup-of-tea-tea-drink-1121646/> Acesso em: 20 de fev.2018.
Efeito da refração:
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Outros estudos foram importantes, como os árabes. Ibn al-Haytam (por volta de 900 d.C.) demonstrou a influência 
da curvatura da lente para aumentar ou diminuir a imagem e desenvolveu efetivamente a primeira câmera 
obscura (ou pinhole) ao perceber o comportamento da luz ao atravessar um buraco,ele percebeu que quanto 
menor o buraco, mais definida fica a imagem.
Disponível em: <http://www.ibnalhaytham.com/discover/who-was-ibn-al-haytham/>. Acesso em: 20 de fev.2018.
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 Mas afinal o que é pinhole?
Do inglês: Pin - agulha/alfinete Hole - buraco/furo
Você já deve ter ouvido falar de câmera pinhole, a figura acima mostra um pouco como ela funciona. A câmera 
obscura consiste em um pequeno buraco (do tamanho do furo de uma agulha) em uma parede de um lugar muito 
escuro. Pode ser uma caixa ou um quarto. A luz do lado de fora vai formar uma imagem invertida na parede 
oposta, como na imagem acima aparecem os prédios no tecido. A ideia da câmera obscura é muito importante 
para o cinema e logo voltaremos a ela.
Para saber mais, fazer a sua pinhole e ver um filme projetado do outro lado da caixa assista ao vídeo do Manual 
do Mundo, no qual o Iberê Thenório ensina a fazer uma com uma caixa de papelão.
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=9JBs4T-sd6E>
Várias teorias científicas, descobertas e invenções foram importantes para o entendimento de como funciona a 
luz, as cores, as lentes. Destacamos alguns:
● 1420 - Joahannes de Fontana desenvolveu o protótipo daquilo que viria a ser o projetor de cinema que 
ficou conhecido como Lanterna Mágica.
● 1589 - Dois estudiosos, Leonardo da Vinci e Giovanni Della Porta, estudam de maneira separada e chegam 
a conclusões próximas sobre a câmera obscura, uso de lentes na abertura e técnicas de construção.
● 1600 - Johannes Kepler utiliza a ideia da câmera obscura para observação dos planetas.
● 1652 - Jean-Francoise Niceron demonstra a relação do tamanho da imagem com a distância entre o objeto 
e a lente.
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● 1665 - Jan Veermer van Delft usa a câmera obscura para pintura.
● 1670 - Sir Isaac Newton estuda sobre a divisão das cores ao passarem por um prisma.
● 1814 - Joseph von Fraunhofer estuda sobre o comprimento de onda que permitiu o desenvolvimento de 
lentes melhores e estudos astronômicos mais precisos.
Por volta de 1800, já eram famosas as apresentações conhecidas como Phantasmagoria, que, além de técnicas de 
teatro e circo, usavam a lanterna mágica como projetores portáteis, fumaça e mecanismos que moviam metais 
para produzir sons assustadores.
Disponível em: http://deliveryimages.
acm.org/10.1145/2510000/2500096/figs/
f2.jpg Acesso em: 20 de fev.2018.
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Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/101190322863180639/>>. Acesso em: 20 de fev.2018.
1781 - Philippe de Loutherbourg desenvolve o Eidophusikon, um aparelho de mais ou menos meio metro quadrado 
com tecidos transparentes, cujos desenhos eram iluminados. As imagens iam se sobrepondo e as luzes iam sendo 
projetadas conforme o efeito, movimento e distância desejada. 
Esse efeito de luzes, transparência e sombras é usado hoje em dia em algumas luminárias como as da foto. 
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1787 - Foi Robert Baker o primeiro a chamar uma 
imagem de panorâmica. Assim como as fotos 
panorâmicas de hoje que temos uma visão, às 
vezes até de 360 graus de uma localidade, ele 
fez isso, mas com uma pintura nas paredes de um 
prédio; conforme as pessoas iam passeando pela 
construção, iam vendo a continuação da imagem.
1810 - John Banvard e Moses Gomperz fazem o Panorama em 
Movimento, um desenho panorâmico que com a ajuda de carretéis, ia 
exibindo a imagem toda.
Disponível em: <https://www.janeausten.co.uk/the-barker-family-
panorama-painters/>. Acesso em: 20 de fev.2018.
Disponível em: <https://www.pinterest.co.uk/
pin/111534528247958924/>. Acesso em: 20 de fev.2018.
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1816 - Joseph Niepce já havia feito algumas tentativas de fixar a imagem de uma câmera obscura, mas foi só depois de se 
juntar a outro pesquisador, Louis Daguerre, que usava um material que servia para impermeabilizar e envernizar madeira e 
pavimentar ruas, o betume, em uma placa de estanho, que ele obteve êxito. Eles colocaram a placa com betume, dentro 
de uma câmera obscura para que a luz do sol pudesse sensibilizar a placa formando a imagem. Esse processo levou oito 
horas. Eles retiraram a placa protegendo-a da luz e em um quarto escuro a lavaram com produtos químicos retirando o 
betume. A marca que ficou resultou nessa imagem:
Point de vue du Gras (Vista da janela em Le Gras)
Disponível em: <http://www.photo-museum.org/
wp-content/uploads/2015/01/catalogue-Niepce-
View_Le_Gras-300x209.jpg>. Acesso em: 20 de 
fev.2018.
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Esse processo foi chamado de Heliografia, “a escrita do sol”; parece um pouco difícil entender o que é, não é mesmo? 
Talvez uma imagem produzida em computador baseada na foto ajude a entender melhor:
Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-zsn89BG3a2s/UHl86yhLVRI/AAAAAAAAAyI/
OMJlXaJpxSc/s1600/niepce+museum+uitsnede.jpg>. Acesso em: 20 de fev.2018.
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Somente após a morte de Niepce que Daguerre desenvolve outro processo. Ele utiliza uma placa de prata com iodeto de 
prata, coloca em uma câmera obscura e deixa por 30 minutos. Após isso, coloca a placa em vapores de mercúrio e lava 
com água salgada. 
Ele faz um acordo com o governo francês e liberou a patente em troca de uma pensão vitalícia. Assim várias pessoas 
puderam utilizar o processo.
Assim que foi anunciada a patente livre, Henry Talbot reivindica a descoberta do processo de fixação de imagens a partir 
da câmera obscura. O processo consistia em utilizar um papel com nitrato de prata e ácido gálico e precisava de um 
minuto de exposição. Depois o papel era colocado em uma solução de hipossulfito de sódio. Assim, tinha um negativo e 
bastava colocar um papel com o mesmo processo em contato com o negativo para poder ter a imagem real, isso permitia 
a reprodução em várias cópias.
A imagem branca é o negativo e a preta é o positivo, a 
imagem real que Talbot conseguiu.
Aqui uma foto da mesma janela feita em 2008
Fonte: <Disponível em: https://www.pinterest.pt/pin/114138171789697062/>. 
Acesso em: 20 de fev.2018.
Fonte: Disponível em:<http://www.dorsetcamera.co.uk/
html/lacock.html>. Acesso em: 20 de fev.2018.
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Quem primeiro utilizou o termo 
“fotografia” foi o Hercule Florence, 
francês, radicado no Brasil e morando 
em São Paulo. Ele, inicialmente, se 
interessa por tentar criar formas 
mais rápidas de reprodução de textos 
e desenhos, mas ao realizar alguns 
testes com a câmera obscura e nitrato 
de prata, ele consegue reproduzir 
a imagem em papel. Mas devido as 
suas dificuldades técnicas de estudo 
e desenvolvimento do equipamento 
fotográfico e os produtos químicos 
necessários para revelação e fixação 
da imagem, ele não tenta disputar 
com Daguerre ou Talbot a descoberta 
do processo.
Fotografia de rótulos de remédios
Fonte: Disponível em: <http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/1777>. 
Acesso em: 20 de fev.2018.
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1877- Eadweard Muybridge já era fotógrafo quando o ex-governador da Califórnia, Leland Stanford, o convida para ajudá-
lo a provar, cientificamente, uma afirmação que tinha feito em uma conversa: que todas as patas de um cavalo saem do 
chão quando ele corre.
Muybridge desenvolveu o processo e precisou de 24 câmeras em sequência para filmar um cavalo correndo e conseguir 
mostrar que Stanford estava certo
Disponível em: <https://i1.wp.com/upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/Muybridge_race_
horse_gallop.jpg>. Acesso em: 20 de fev.2018.
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1.2. Cinema
1895 - Auguste e Louis Lumière eram filhos de um fotógrafo, por isso já conheciam equipamentos e técnicas fotográficas e 
tiveram acesso a invenções como a de Léon Bouly: uma câmera fotográfica que tinha um filme girado por uma manivela, e 
a película desenvolvida por Thomas Edson e aproveitaram esses conhecimentos e melhoraram os projetos.
No seu dispositivo, os irmãos usaram uma manivela para mover um rolo de película pela máquina. Esse rolo possuía 35mm 
de largura e 17mm de comprimento com furos laterais que se engatam nos pinos que a manivela movia e também serviam 
para marcar os frames. A cada segundo era preciso girar a manivela em duas voltas completas o que permitia 16 framespor 
segundo; a manivela acionava um leque que destampava o buraco por onde entrava luz na máquina, sensibilizando, assim, 
o filme. A película era guardada em um compartimento protegido da luz. Após a revelação do filme era possível utilizar uma 
fonte de luz na mesma máquina para a projeção da imagem, usando a manivela para passar o filme.
Você Sabia?
Em uma das sua primeiras exibições, os irmãos Lumière exibiram um trem chegando à estação; 
o impacto na época foi tão grande que o público levantou das cadeiras correndo pensando 
que o trem realmente ia sair da tela. E isso porque a imagem não tinha uma boa definição e 
o filme não tinha som!
Assista:https://www.youtube.com/watch?v=1dgLEDdFddk
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Disponível em: <https://gabrielamollina.files.wordpress.
com/2014/10/lumiere_2.jpg>. Acesso em: 20 de fev.2018.
Disponível em: <https://abrilmundoestranho.files.wordpress.
com/2016/08/56b23cea0e21630a3e110f3ecinematografo1.
jpeg?quality=70&strip=all&strip=info>. Acesso em: 20 de fev.2018.
1 - tripé
2 - compartimento com o filme novo
3 - manivela
4 - compartimento com o filme sensibilizado
5 - projeção do filme
6 - fonte de luz no aparelho
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1896 - Georges Méliès era um ilusionista; conhecia bastante de teatro e da phantasmagoria, que vimos antes e assistiu à 
apresentação do primeiro filme dos irmãos Lumière. Ele começou a utilizar o cinematógrafo e filmava cenas cotidianas 
como um jogo de cartas; contudo, um dia, a câmera travou e, com algum esforço,ele conseguiu destravá-la e continuou a 
filmar. Ao revelar o filme, percebeu que a ação tinha pulado, ele deu o nome de stop-trick (arrêt de caméra, em francês).
Em um dos seus primeiros filmes, “Escamotage d’une Dame au Theatre Robert Houdin” (Desaparecimento de uma Dama 
na casa de Robert Houdin), de 1965,ele mesmo interpreta o Houdin e faz uma moça desaparecer e, em seu lugar, surgir 
um esqueleto. Outro filme famoso em que ele usa este mesmo recurso é “Le Chateau Hanté” (O castelo assombrado), de 
1896, mas o seu filme mais conhecido é “Le Voyage Dans La Lune” (A viagem à lua),de 1902. A fotografia de seus filmes é 
direta, como se filmasse uma apresentação 
de teatro; os gestos são exagerados, ele 
não faz mudança de planos nem movimento 
de câmera e não tem som, uma vez que a 
banda sonora na película ainda não havia 
sido desenvolvida. No filme “Un homme 
de têtes” (Um homem de várias cabeças), 
de 1898,ele faz a primeira montagem 
multiplicando suas cabeças.
Meliès foi o primeiro também a construir um 
estúdio. Ele preparou suportes parecidos 
com os de um teatro e as paredes e telhados 
tinham muito vidro para entrar o máximo de 
luz possível. O filme “A invenção de Hugo 
Cabret” (2011) é inspirado na história desse 
grande cineasta.
https://viajento.com/2016/08/09/georges-melies/
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A partir de Meliès, o cinema virou negócio e começaram a surgir novos aparelhos e tecnologias; surgiram as exibições nos 
teatros de Vaudeville, que tinham diversas apresentações de dança, malabarismo, comediantes e filmes. Após isso, foram 
surgindo outras formas, entre elas as salas de exibição só para filmes que ficaram conhecidas como Nickelodeons (do Inglês 
estadunidense: nickel = moeda de 5¢, Grego: Odeion = teatro coberto). Estes espaços eram pequenas salas onde eram 
exibidos filmes de até 25 minutos; durante cada filme, um pianista realizava a trilha sonora ao vivo de acordo com a cena. 
Estes eventos foram muitos famosos e duraram de 1905 a 1915 até a chegada dos longas-metragens, como “O nascimento 
de uma nação” (1915).
Espaços maiores e mais respeitados eram as casas do filme (MovieHouse), um prédio projetado especificamente para a 
exibição de filmes, com assentos estofados e controles climáticos. Os “palácios do cinema” (Movie Palace) eram ainda mais 
sofisticados, muito bem decorados, com apresentações tão diversas como as apresentações Vaudeville, mas com uma maior 
exigência em cenografia, figurino e roteiro; os filmes também começaram a ser mais longos e com histórias destinadas a 
esse novo público.
Saiba mais!
Veja os filmes de George Meliès na página Internet Archive:
https://archive.org/details/georgesmelies
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Hollywood se destaca durante a primeira e a segunda guerra mundial, já que os cinemas europeus foram destruídos; os 
produtores estadunidenses se mudaram de Nova York para um povoado chamado Hollywoodland, na Califórnia. Com muitos 
dias de sol, praticamente o ano todo, e com um fácil acesso a pessoas de várias etnias, a Meca do cinema se desenvolve e 
os estúdios de cinema (Fox, Universal, Paramount e MGM) se consolidam.
Em 1922, o primeiro filme em cores foi “The Toll of the Sea” e apareceu, também, o primeiro filme em 3D,“The Power 
of Love” O som no cinema vai surgir em 1927 com o filme “The Jazz Singer” (O cantor de Jazz), com músicas e alguns 
sons sincronizados, contudo boa parte dos filmes, ainda, continuava sem som. O primeiro filme totalmente sonorizado é 
“The Lights of New York” (As luzes de Nova Iorque), de 1928. Em 1929, Hitchcock lança o primeiro filme inglês totalmente 
sonorizado “Blackmail” (Chantagem e confissão). Essa mudança foi mostrada no filme “Singing 
in the rain” (Cantando na Chuva), em 1952, mostrando a dificuldade das 
equipes e de atores e atrizes de se adaptarem à nova tecnologia. Em 
1932, o filme “Love me tonight” (Ama-me esta noite) foi o 
primeiro a utilizar lente com zoom. Em 1935,“Becky 
Sharp” (Vaidade e Beleza) foi o primeiro filme a utilizar 
o sistema de cor Technicolor. Em 1947, Robinson Crusoé 
é o primeiro filme 3D em cores e é um filme soviético. 
Em 1953, o Filme “The Robe” (Manto Sagrado) é o 
primeiro a utilizar a tecnologia widescreen do sistema 
CinemaScope.
O primeiro filme a utilizar um negativo de 70mm, o 
sistema IMAX, foi “Tiger Child”, em 1970. Em 1977, 
as inovações acontecem nos efeitos visuais, usando 
controles do movimento de câmera automatizado; 
foram desenvolvidos filtros para as lentes, novas 
formas de pós-produção e inclusive um novo formato 
de áudio, tudo isso para o filme “Star Wars: Episode IV - 
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A New Hope” (Guerra nas estrelas: Episódio IV - Uma nova Esperança). O filme “Looker”, em 1980, é o primeiro a utilizar 
CGI (sigla em inglês para Imagens Geradas por Computador) para realizar a animação de um personagem humano. Em 2000, 
a primeira projeção de cinema digital aconteceu na Europa para o lançamento de “Toy Story2”.
Em outra unidade nos deteremos em como a fotografia se desenvolveu no cinema, por enquanto, é importante salientar 
que a forma de filmar mudou ao longo do tempo. Os filmes de então, não eram mais com atores e atrizes fazendo um 
teatro filmado: movimentos de câmera, cortes, mudança de pontos de vista, cores; até o som impactaram na fotografia. 
Pensar em como evitar microfones no enquadramento, como a luz funciona em relação ao brilho de objetos, reflexos e 
como a luz mudava a cor das pessoas e coisas; enfim, como se preocupar com a fotografia de forma que entretenha, mostre 
corretamente o que precisa ser mostrado e crie o ar de espetáculo para o público são algumas das questões que continuam 
acontecendo.
Hoje em dia, temos uma diversidade de possibilidade de captura e distribuição de imagens e, por conta disso, uma forma 
diferente de pensar a fotografia e enquadramento de vídeos. O primeiro ponto é entender qual será o dispositivo final. 
Filmar para uma tela do tamanho do celular é extremamente diferente de filmar para o computador e ainda mais diferente 
quando pensamos em cinema. Webséries, óculos de realidade virtual 3D, vídeos sob demanda são formatos novos e que 
podem ser explorados, porém ainda estamos presos a algumas limitações técnicas que o desenvolvimento da tecnologia 
em breve deve resolver.
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Fique ligado!
Quando formos pensar em filmar, fotografar ou produzir uma imagem, é importante termos 
consciência de qual será o dispositivo final.
As imagens produzidas para uma tela pequena de celular devem privilegiar imagens 
mais próximas e com um menor movimento.Se estivermos pensando em um vídeo em 
tempo real, devemos levar em conta a largura de banda da transmissão de internet que 
nosso público pode ter. Vídeos muito pesados ou com movimentos rápidos podem ficar 
prejudicados com uma velocidade pequena de envio e recebimento de dados. Podemos aproveitar o tamanho de tela de 
cinema para explorar imagens com um maior movimento ou mais distantes. Falaremos melhor sobre isso mais para frente.
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Bora rever!
A fotografia e o cinema estão muito próximos um do outro; a tecnologia desenvolvida 
em busca de fixar uma imagem parada resultou na fotografia. As ilusões de movimento 
realizadas com desenhos e ilustrações produzem a sensação de movimento. Quando 
a fotografia surgiu e foi possível fazer a seqüência de imagens, percebeu-se que esta 
seqüência produzia uma sensação de movimento que hoje chamamos de cinema.
Os movimentos de câmera e as variações de ângulos são recursos que vieram acontecendo 
com o tempo e continuam sendo modificados. O desenvolvimento da tecnologia não é 
responsável apenas por melhorar a definição da imagem ou do som, mas traz novos desafios de como fazer com que as 
pessoas contracenem com personagens digitais ou inserir digitalmente o cenário e os figurantes.
A forma de distribuição e compartilhamento dos filmes também vem sendo modificada com o passar do tempo. E não só 
isso, existe a possibilidade de o público produzir alguma imagem a partir da sua imagem inicial ou em homenagem a um 
produto que é fã.
Ainda não temos respostas prontas e, quem sabe, não é você que nos mostrará uma nova fazer vídeos depois que aprender 
o básico aqui?
29
Fazer um filme ao estilo do filme “Desaparecimento de uma Dama na casa de Robert Houdin”, usando o seu celular. Não 
precisa de nenhum programa de edição!
Você vai precisar: de duas pessoas e alguma coisa para ficar no lugar do esqueleto. Se você tiver acesso a um esqueleto que 
usam para estudos de anatomia, ótimo! Mas não se preocupe se não o tiver. Você pode utilizar um manequim ou mesmo 
um boneco grande. Utilize, ainda, um tripé para deixar o celular parado.
Siga o roteiro; quando a moça for desaparecer, dê 
uma pausa na filmagem e peça para quem estiver 
interpretando o mágico ficar parado. A outra pessoa sai 
de cena. Então volte a filmar. Quando o esqueleto for 
aparecer, pare de filmar, coloque o boneco. Faça outra 
pausa quando a outra pessoa for reaparecer, retire o 
boneco e volte a filmar.
Veja o filme em:
https://www.youtube.com/watch?v=1RnJag-2WCw
ATIVIDADES

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