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M. Eduarda – Odontologia Nassau Odontopediatria Terapêutica medicamentosa em odontopediatria A prescrição adequada de fármacos exige do profissional um conhecimento profundo das substâncias, seus mecanismos de ação, indicações e contraindicações, bem como posologia e possíveis efeitos colaterais. Analisar fatores importantes 1. Histórico de saúde do paciente 2. Possíveis interações medicamentosas 3. Interação (CD – paciente – responsáveis) Os pais podem medicar a criança em casa com vários medicamentos na tentativa de sessar a dor, e quando chega no consultório, não comunica o dentista, que pode passar outro medicamento e causar interação. 4. Análise de possíveis efeitos adversos 5. Alergias Pacientes que tomam a medicação pela primeira vez pode desenvolver alergia, sendo necessário explicar aos responsáveis a possível intolerância, geralmente ocorre entre 30 minutos após a ingestão do fármaco. Acompanhamento é fundamental Medicação A medicação será um recurso auxiliar, nunca vai ser um recurso definitivo de tratamento. Ex: nos casos de abscesso, onde as condições clinicas interferem, temos a medicação atuando de forma auxiliar, para promover condições favoráveis para atuação do dentista. Há uma diversidade de drogas no mercado, e o clinico analisará qual se encaixa melhor no quadro do paciente Será que uma criança tem o mesmo suporte de defesa e comportamento de um adulto ante os diversos medicamentos existentes? Não, a criança não é um adulto em miniatura. Suas variações não são decorrentes de uma diferença de idade e sim por condições fisiológicas e estruturais manifestadas de acordo com a evolução do seu desenvolvimento. Situações perigosas 1. Prescrição demasiada 2. Automedicação (responsáveis) Ex: administração de medicamentos que sobraram de outra necessidade, como o caso de antibióticos, podendo desenvolver uma resistência aos fármacos, e quando precisar usar frente a uma patologia, não terá efeito almejado Ex: Os pais procuram um médico pediatra, que pode prescrever antibiótico para situações inapropriadas. Ex paciente da prof.: Uma criança apresentava uma cárie enorme com abscesso facial, e a mãe misturou muitos antibióticos administrados via oral, e também aplicou injeção, paralisando a perna da criança de tão forte que a medicação se encontrava, depois voltou ao normal, mas o tratamento pendurou muito tempo pela insistência da mãe em medicar de forma aleatória, sem dá ouvidos aos profissionais 3. Efeitos adversos indesejáveis Não é sempre que precisa prescrever a medicação. Não é toda infecção que se administra antibiótico. Ex: abscesso relativamente grande, mas SEM manifestação clinica infecciosa, como edema facial, ou febre, não há necessidade de passar o antibiótico. Pois ele não serve para dor, e sim para quadros infecciosos sistêmicos. Fatores importantes A imaturidade da criança se classifica além da idade, abrange fatores morfológicos, bioquímicos, fisiológicos e psicológicos. Há uma fisiologia especial, pois é considerado um ser em constante formação, e quanto menor for sua idade, maior deve ser este cuidado. Alguns fármacos podem causar alterações desagradáveis, não necessariamente alergias. Alguns antibióticos quando administrados a longo prazo, a criança pode ter diarreia, falta de apetite, e outras características. As modificações vão agir no sistema nervoso central, podendo causar convulsão, promoção de toxicidade e imaturidade do sistema hepático e real, visto que as medicações são metabolizadas nesses órgãos. Dose ideal A diferença entre o remédio e o veneno está na dose administrada. Calculo da dose ideal em odontopediatria Parâmetros obtidos a partir do peso corporal da criança Medicamentos via oral 1. Apresentação em gotas, suspensão, ou xaropes para facilitar a administração. Segundo a literatura, a partir de 40kg a criança pode usar dose de adulto, porém nem toda criança ao atingir esse peso não conseguem ingerir comprimidos 2. Peso e altura são essenciais: é bom ter uma balança no consultório 3. Pais que chegam relatando as caries no filho devido ao antibiótico. Qualifica-se com a quantidade de açúcar presente na medicação e falta de escovação da criança, não justifica a carie devido a medicação. 4. Pacientes que tomam medicações fortes para tratamento de câncer, radioterapia, e podem causar alterações bucais, como xerostomia, baixa do ph, e pode facilitar a colonização bacteriana. Controle das infecções em odontopediatria Antibioticoterapia É ainda hoje a melhor opção terapêutica disponível para tratar infecções odontogênicas É importante: 1. Uso racional para diminuir a incidência de resistência bacteriana 2. Diagnóstico da causa da infecção com manifestação sistêmica 3. Determinação de tratamento específico para a causa Infecções de origem pulpar Abscessos 1. Ausência de circulação da polpa dental 2. Alteração no ciclo de defesa (Imunidade + inflamação) 3. Ambiente propício de abrigo às bactérias Tratamento coadjuvante Não deve ser recomendado como terapia isolada ou definitiva, remove-se a causa e a medicação auxilia Há casos que precisa usar a medicação primeiro para favorecer condições ao profissional atuar no tratamento mecânico Aplicação clínica da odontopediatria Em casos de crianças saudáveis com ausência dos sinais de disseminação do processo infeccioso com a remoção do agente causador, a antibioticoterapia pode ser dispensada. Ex: abscesso sem sinais de disseminação, realiza-se apenas o tratamento endodôntico A função específica do antibiótico é auxiliar nos mecanismos de defesa do organismo. Devendo ser aplicado como um fator auxiliar no tratamento das infecções. O seu uso não anula a necessidade de tratamento específico do problema odontológico. Indicação da antibioticoterapia 1. Falhas no sistema de defesa do hospedeiro 2. Sinais de disseminação sistêmica: linfonodos palpáveis, febre, edema, celulite facial, disfagia, mal estar, pacientes com leucemia, diabetes 3. Risco aumentado de contaminação Avaliar 1. Traumas dentais 2. Edema facial agudo de etiologia odontológica 3. Doença periodontal Mantém a medicação de 7 a 10 dias. Antibioticoterapia em odontopediatria: Penicilinas 1. Antibiótico de 1º escolha 2. Abrangem a (lise) (morte) de um maior número de microrganismos. 3. Bactericidas 4. Toxicidade quase nula ao ser humano. Porém é uma medicação com maior probabilidade de desenvolvimento de reações alérgicas É indispensável que haja uma anamnese criteriosa junto aos responsáveis, para o descobrimento de possíveis alergias ou histórico de experiências anteriores ao uso de todo e qualquer medicamento, bem como a orientação adequada para os casos onde a criança possa não ter tido contato ainda com tais substâncias. 1. Situações agudas – imediato 2. Anafiláticas – após 30 minutos 3. Podem promover – broncoconstricção, urticaria, angioedema, choques anafiláticos. Nos casos severos deve procurar ambiente hospitalar. 4. Situações mais tardias, 2h após a ingestão pode ter erupções cutâneas moderadas, ou reações inflamatórias locais 5. A perturbação a flora intestinal, podendo causar náuseas, vômitos, diarreia e não entra como alergia. Antibióticos Amoxicilina, nome comercial amoxil Dose pediátrica – 50mg/kg de 8/8h ou seja 1ml por kg dividido em 3 doses. Ou seja, peso da criança dividido por 3. Se a criança tem 21kg, fica 7ml de 8/8h Caso a criança estiver com secreção purulenta, resistência a amoxicilina comum, ou casos de infecções mais severa pode usar o clavulin (amoxicilina + clavulanato de potássio). Também vai dividir o peso da criança por 3 e de 8/8hs Alérgicos a penicilina, administra-se – Clindamicina: o peso da criança será dividido por 4 e administrada de 6/6hs Atenção às doses em casos de profilaxia antibiótica. Recomendada o dobro da dose inicial Antibióticos não recomendados para o uso infantil/gestantes, é a tetraciclina, cloranfenicol e minoglicosidios, pois pode causar: 1. Pigmentação endógena das coroas dentárias 2. Redução do crescimento ósseo 3. Hepatoxicidade 4. Comprometimento damedula óssea 5. Trombocitopenia e neutropenia intensas Controle da dor em odontopediatria O medo de sentir dor, é ainda a maior barreira para uma criança que necessita de tratamento odontológico Dores odontogênicas 1. Origem inflamatória, carie, ou acometimento gengival 2. Variação do grau de intensidade (leve, moderada, grave) 3. Duração média de variação de 5h Os níveis de dor variam de acordo com o tempo de inflamação local e seu desenvolvimento. A redução da dor ocorre pela inibição direta dos mediadores bioquímicos da dor no local da lesão – todos os analgésicos e anti-inflamatórios de ação periférica são, em graus diferentes, inibidores do sistema enzimático das ciclo-oxigenagese (COX 1 e COX 2) Para pacientes que nunca usaram analgésicos, o paracetamol bebê reduz o risco de alergias.