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*Contador pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas UDC, Analista Administrativo na empresa Boldrini Serviços de Energia Elétrica Ltda. E-mail: jjgriebeler@gmail.com, Foz do Iguaçu – PR/Brasil A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA NA GESTÃO E TOMADA DE DECISÃO DAS EMPRESAS JEVERSON MACARINI GRIEBELER* RESUMO Hoje, diante da grande concorrência entre as organizações, mais do que nunca empresas de todos os portes necessitam da utilização de várias ferramentas para se manterem competitivas no mercado. Diversas tecnologias estão à disposição dos administradores, entretanto, sem sombra de dúvidas, a melhor ferramenta são as pessoas que atuam nas corporações, uma vez que são esses os responsáveis em alimentar bancos de dados com os quais análises são realizadas. Uma dessas pessoas em questão é o contador ou o setor contábil, é a partir dele que informações sobre a saúde de uma empresa são emitidas, informações essas que são cruciais e importantes em uma tomada de decisão. Este estudo tem por objetivo demonstrar o quão importante é a contabilidade e seus resultados no auxílio da tomada de decisão em uma organização. Palavras Chaves: Empresas, Contabilidade Gerencial, Tomada de Decisão. INTRODUÇÃO Nos primórdios, o profissional de contabilidade era conhecido como “guarda- livros”, origem desse nome se deu, pois sua principal função era a de escriturar e manter em boa ordem os livros mercantis das empresas comerciais. Ainda hoje muitos empresários consideram o escritório contábil como sendo apenas mais uma despesa que o governo impõe para a realização da sua atividade, seja ela comercial, industrial ou de prestação de serviços; o contador fica sendo aquele que apenas retransmite normas e exigências do governo, como a adequação de sistemas; além disso, a pior de todas as funções do contador: a geração de impostos. O crescimento irregular de uma organização pode render conseqüências graves em seu fluxo financeiro, gerando em muitos casos endividamentos desnecessários e com isso precarizar sua consolidação no mercado. “A contabilidade é objetivamente um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização”. (IUDÍCIBUS, GELBKI E MARTINS, 2006, P. 47) A contabilidade assim como a administração de empresas, não só no Brasil, mas no mundo todo, tem evoluído diante das constantes mudanças na economia mundial. Com isso a contabilidade se mostra como instrumento de gestão suprindo os gestores de informações onde se é demonstrado a situação econômica e financeira da organização, tornando assim, indispensável para o triunfo das empresas. A partir do correto registro dos fatos contábeis, a contabilidade passa a ser uma ferramenta que permite a emissão de relatórios contábeis que têm por objetivo fornecer a posição financeira da empresa para os grupos de pessoas e de interesses que necessitam da informação contábil, (IUDÍCIBUS, 2008). Diante disso, com base em referenciais bibliográficos e documentos disponíveis na rede mundial de computadores, será demonstrada nesse artigo a importância da contabilidade num gerenciamento coeso e com riscos mínimos de falhas com a interpretação correta de dados emitidos pela contabilidade e sua aplicabilidade na tomada de decisão. DESENVOLVIMENTO A contabilidade vai muito além da escrituração de notas de entrada e saída e da geração de guias de impostos como muitos imaginam, apesar de toda a gama de funções atribuídas à contabilidade muitas empresas, principalmente as micro, atribuem à ela apenas como uma nova despesa com a qual tem o objetivo de apurar impostos concentrando nas relações com o fisco. Ela, a contabilidade, além de controlar o patrimônio de uma entidade por meio dos registros de transações financeiras, produz relatórios gerenciais que dão subsidio para a avaliação da real situação financeira e econômica das instituições. A verificação de prejuízos, lucros, disponibilidades, solvência, desenvolvimento da cadeia contábil, coleta e repasse de dados estatísticos para todos os usuários, formulação de uma base financeira e o controle de resultados são as principais funções da contabilidade. A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões. (MARION, 2006, p.24) Registros contábeis adequados oferecem maior controle financeiro e encômio à empresa, com isso, facilita a captação de recursos através de diversas linhas de crédito tanto com bancos quanto com fornecedores, permite aos sócios uma visão da situação patrimonial. Em suma, a contabilidade é um grande instrumento auxiliador na tomada de decisão para os gestores. No intuito de satisfazer às necessidades de informação, se faz necessário verificar a qualidade das informações e levar em conta algumas características, conforme o Quadro 01: Quadro 01: Características da Informação Relevância Quando reduz a incerteza, melhora a habilidade dos administradores em fazer previsões e permite corrigir ou confirmar suas expectativas. Confiabilidade Quando a informação disponibilizada é atual, correspondendo à realidade que representa, sem erros. Completude Quando inclui tudo o que o usuário precisa saber, sem omissão de aspectos importantes ou prolixa sobre a situação em questão. Conveniência Quando é útil e oportuna. Apropriada Quando possui um nível de detalhamento e formato adequado. Verificável Quando permite que dois ou mais usuários tenham a mesma interpretação sobre o mesmo fato. Fonte: MARION, 2001 A contabilidade pode ser dividida em dois grandes grupos, a Contabilidade Financeira e a Contabilidade de Gestão, também conhecida como Contabilidade Gerencial. A elaboração da Contabilidade Financeira é obrigatória por lei, é nela onde são geradas as demonstrações contábeis e suas obrigações acessórias. As principais demonstrações contábeis são o BP (Balanço Patrimonial); a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício); a DMPL (Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido); a DLPA (Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados; a DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos); a DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa); a DVA (Demonstração de Valor Adicionado) e a DLPA (Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados). Em relação às obrigações acessórias podemos destacar, os SPEDs (Sistema Publico de Escrituração Contábil) que são divididos em SPED Contábil que é formado pelos Livros Diário, Razão e Balancete; SPED Fiscal onde são registradas as entradas e saídas de notas fiscais e com isso a devida apuração dos impostos ICMS e IPI e SPED Contribuições onde demonstra o cálculo dos impostos PIS e COFINS, a mais nova obrigação acessória implantada no Brasil em 2018 é o SPED E-Social, um aplicativo que lê e valida as informações da folha de pagamentos das instituições. A Contabilidade Financeira “comunica aos agentes externos as conseqüências das decisões e das melhorias dos processos executados por administradores e funcionários.” Atkinson et al (2000 p. 37). A Contabilidade Financeira é externa, ou seja, apresenta informações para agentes que estão fora da organização, tem por objetivo a elaboração de demonstrações financeiras para terceiros, como credores, acionistas, investidores, fornecedores, clientes etc. Levando-se o fato que ela serve para análise externa, a mesma esta condicionada a requisitos fiscais e determinações legais. As demonstrações baseadas na Contabilidade Financeira são elaboradas para um ano calendário a fim de permitir que o usuário compare a situação financeira, rentabilidadee o desempenho da empresa entre períodos passados. A contabilidade financeira é uma técnica utilizada dentro do sistema contábil, proporcionando ações que contribui na aplicação da proposta teórica e prática, representando ações benéficas ao direcionamento da gestão financeira do capital aplicado às organizações e gerando dados suficientes para elaboração das demonstrações financeiras, mediante princípios geralmente aceitos pela contabilidade. (MARQUES, 2013, p. 112) Em suma, a contabilidade financeira é regulamentada por legislações específicas e pelos princípios fundamentais de contabilidade. De outra forma, seus processos são influenciados por órgãos reguladores, pelo governo e por exigências da auditoria independente. Nela a maior preocupação é com a demonstração dos resultados econômico-financeiros aos usuários externos, e a observância dos princípios contábeis impostos por normativas. Por outro lado, temos Contabilidade Gerencial, é ela que produz as informações necessárias para a geração de informações auxiliadoras na tomada de decisão. Atkinson et al (2000, p.21) afirma que “a Contabilidade Gerencial é o processo de identificar, mensurar, reportar e analisar as informações sobre os eventos econômicos das empresas”. Para Pizzolato (2000, p. 195) a Contabilidade Gerencial “produz informação útil para a administração, a qual exige informações para vários propósitos, tais como: auxílio no planejamento; na medição a avaliação de desempenho; na fixação de preços de venda e na análise de ações alternativas”. A Contabilidade Financeira, que podemos denominar de Contabilidade Tradicional, é entendida basicamente como instrumento contábil essencial para a feitura dos relatórios para usuários externos e necessidades regulamentadas. A Contabilidade Gerencial é vista principalmente como supridora de informações para usuários internos da empresa, (PADOVEZE, 2010, p. 11). Padoveze (2010, p.38) também aponta: Os métodos da contabilidade financeira e da contabilidade gerencial foram desenvolvidos para diferentes propósitos e para diferentes usuários das informações financeiras. A Contabilidade Gerencial se deu da necessidade das empresas interpretarem as informações fornecidas pelos seus Sistemas de Contabilidade, e por essa razão que ela fornece dados aos usuários internos. Segundo Carlberg, (2003, p. 168) “para usar as informações contábeis para a tomada rotineira de decisão, não é preciso explorar em profundidade as nuanças e os detalhes técnicos da profissão da contabilidade. O importante é entender essas informações o suficiente para usá-las rotineiramente.” Iudícibus (2009, p. 25) expõe que: A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório. A função-objetivo da Contabilidade Gerencial na criação de valor para os acionistas é um conceito objetivo, pois pode ser mensurado economicamente. A criação de valor para o acionista centra-se na geração de lucro empresarial, que, por sua vez, é transferido para os proprietários da entidade, que genericamente estamos denominando como acionistas, (PADOVEZE, 1999, p. 2). Faz-se necessário expor as diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial em suas principais perspectivas. Quadro 02: Comparativo entre Contabilidade Financeira e Gerencial Comparativo entre Contabilidade Financeira e Gerencial Fator Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial Objetivos dos relatórios e seus destinatários Facilitar a análise financeira dos usuários externos. Facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisões pelos usuários internos (sócios e gestores). Espécies e forma dos relatórios BP, DRE, DLPA (DMPL), DFC e DVA, conforme os moldes legais, elaborados de forma resumida, preocupando-se precipuamente com a entidade como um todo. Orçamentos, relatórios de desempenho, de custos e outros não rotineiros para facilitar a tomada de decisões, elaborados de forma detalhada, com especificidades de partes da entidade, como produtos, departamentos etc. e liberdade quanto á forma de elaboração. Freqüência dos relatórios e seu horizonte temporal Relatórios anuais, semestrais ou trimestrais, conforme legislação, com abrangência desse período. Relatórios produzidos sempre que necessários pela administração, com horizonte temporal variável, que vai desde horas à vários anos. Enfoque temporal dos valores utilizados Primariamente históricos (orientação para o passado). Históricos e esperados (orientação para o futuro). Uso formal de registros históricos e orçamentos. Bases de mensuração dos dados Moeda corrente. Várias bases (moeda corrente, estrangeira - moeda forte, medidas físicas etc.) Restrições nas informações Princípios Fundamentais de Contabilidade Sem restrições, salvo as determinadas pela própria administração, como custos ou relevância das informações Arcabouço técnico e teórico Ciência Contábil Ciência Contábil, Economia, Finanças, Estatística, pesquisa operacional e comportamental etc. Características da informação Somente para mensuração financeira e econômica, sendo objetiva (sem viés), verificável, relevante e tempestiva. Engloba a mensuração física e operacional (processos, tecnologia, fornecedores, competidores etc.). Deve ser relevante e tempestiva verificabilidade e precisão, desde que isso não prejudique a qualidade da informação. Perspectiva dos relatórios Orientação histórica Orientação para o futuro (planejamento, avaliação de desempenho e estabelecimento de metas) e histórica (avaliação de resultados obtidos para orientar a tomada de decisões futura). Implicações comportamentais Preocupação em mensurar e comunicar fenômenos econômicos, tendo as considerações comportamentais dos executivos, importância secundária. Preocupação com a influência que as mensurações e os relatórios exercerão sobre o comportamento cotidiano dos gestores. Fonte: LIMA A. A., 2013 A composição entre a Contabilidade Financeira e Gerencial resulta na ciência contábil, seus componentes não são exclusivos, ou seja, informações da Contabilidade Gerencial são utilizadas na Contabilidade Financeira e do mesmo ao contrário, é uma via de mão dupla. Levando em conta que decisões empresariais devem ser tomadas a partir de análises contábeis, a Contabilidade Gerencial é um elo entre o planejamento e a tomada de decisão. Padoveze (2010, p. 36) nos diz que “se temos a contabilidade, se temos a informação contábil, mas não usamos no processo administrativo, no processo gerencial, então não existe gerenciamento contábil, não existe Contabilidade Gerencial”. O sistema de controle gerencial é a integração lógica das técnicas para reunir e usar as informações a fim de tomar decisões de planejamento e controle. (HORNGREN, 2004, p.30) Para Atkinson et al (2000 p. 582) os contadores gerenciais desempenham três papéis, que são eles: ajudar uma empresa à ficar sob controle; identificar quando o processo esta fora do controle; e dar suporte à aprendizagem da empresa. Conhecendo a finalidade da Contabilidade Gerencial, fica fácil entender porque as informações geradas por ela auxiliam os administradores nas suas tomadas de decisões. (OSNI, MARION, 2011) Em estudo realizado em 2013 foi apontado que 24,4% de novas empresas fecham as portas com menos de dois anos de existência. E esse percentual pode chegar a 50% nos estabelecimentoscom menos de quatro anos. Ao abrir a empresa, parte dos empreendedores não levanta informações importantes sobre o mercado como clientes, concorrente e fornecedores, e mais da metade não realiza o planejamento estratégico antes do início das atividades do estabelecimento, o que pode ser prejudicial ao negócio. Planejar-se auxilia a precaver quaisquer imprevistos que surgirem pelo caminho. (SEBRAE, 2017) A partir do exposto se pode verificar diversas técnicas de análise contábil, a primeira delas é a Analise de Taxa de Retorno, nesta análise se faz a avaliação do negócio, no intuito de verificar se a operação da organização esta rendendo lucro, que é seu principal objetivo. Seu cálculo é simples, da se subtraindo o ganho obtido em um investimento pelo valor investido, depois disso divide-se o resultado pelo valor investido. Sua fórmula é TR= (ganho – investimento) / investimento, um exemplo simples seria um investimos de $40.000 com um ganho de $200.000, TR= (200.000 – 40.000) / 40.000= 4, significa isso que o retorno foi de 4 vezes maior que o valor investido. Levando-se em conta que a TR é expressa em %, multiplica-se por 100 resultando numa de TR de 400%. Marion (2006, P. 12) expõe que “a empresa só terá razão de continuidade se der lucro, ou seja, retorno de um investimento. A gerência é considerada eficiente quando a administração da empresa gerar lucro.” Uma segunda análise disponível e a Análise dos Indicadores Financeiros e Econômicos, esses indicadores, aqui denominados por índice, têm por objetivo expor a atual posição financeira da empresa e mostrar o que pode acontecer no futuro caso a administração não desenvolva mudanças caso esses índices não sejam favoráveis. O importante não é o cálculo de grande numero de índices, mas sim de um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa. (MATARAZZO, 2008, P. 146). O primeiro índice é o de Liquidez, nesse se é verificado a capacidade da empresa de pagar suas contas, esse índice é subdividido em Geral, Corrente e Seca, seus valores são apurados através dos dados emitidos pelo Balando Patrimonial, que segue: Quadro 03: Exemplificação dos Índices de Liquidez Liquidez Geral (ILG) AC+RLP / PC+PNC (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Passivo não Circulante) Quanto maior o ILG melhor é a saúde financeira no curto e longo prazo da empresa. Liquidez Corrente (ILC) AC/PC (Ativo Circulante/Passivo Circulante) Faz a análise de quanto de dinheiro mais bens e direito realizáveis no próximo exercício em relação a suas obrigações no mesmo período.Se o ILC for maior que 1, indica que o capital circulante é positivo, se for menor que 1, o capital circulante líquido será negativo, o que implica que a curto prazo a empresa não apresenta liquidez. Liquidez Seca (ILS) (AC-ESTQ) / PC (Ativo Circulante – Estoque) / Passivo Circulante Não utiliza o estoque no cálculo desse índice, pois o estoque é a parte do ativo circulante menos líquida. Ele é importante para avaliar a situação de liquidez da empresa sem levar em conta o estoque, assim pode partir do pressuposto que caso o estoque torne-se inutilizável qual seria a possibilidade da empresa saldar suas dívidas com o disponível e duplicatas a receber. Fonte: Adaptação CORREA, 2007 Em seguida temos o Índice de Endividamento, nele como o próprio nome sugere, mensura o endividamento de uma empresa, verificando também se a mesma utiliza mais recursos dos proprietários ou de terceiros. Assim quanto menor o índice, melhor o resultado. O cálculo é feito com a divisão do Passivo Circulante pelo Passivo Circulante somado ao Exigível a Longo Prazo, PC / (PC+ELP). Por terceiro, o Índice de Atividade, nesse se é avaliado a evolução da atividade operacional da empresa, através da rotatividade do estoque; recebimento de vendas; e pagamentos de compras. Esse índice também tem subdivisões, que seguem: Quadro 4: Exemplificação dos Índices de Atividade Prazo Médio de Recebimento (PMR) (Duplicatas à Receber / Vendas) x 360 Quanto mais prazo é concedido e quanto maior é o volume de vendas a prazo, o período de recebimento será precário, dificultando o fluxo de caixa da empresa. Prazo Médio de Pagamento (PMP) (Fornecedores / Compras) x 360 Se da pelo espaço de tempo entre a compra de mercadoria e seu devido pagamento. Giro de Estoque Custo do Produto Vendido / Estoque Médio (soma estoque inicial com estoque final e dividindo por dois) Tempo que a mercadoria fica estocada entre sua compra e o momento da venda. Giro do Ativo Vendas Líquidas / Ativo Médio Mostra quantas vezes o ativo foi recuperado a partir das vendas efetuada em um período, quanto maior o índice, melhor. Fonte: Adaptação CORREA, 2007 Outras duas análises comumente realizadas juntas como forma de comparação, são a Análise Vertical e a Análise Horizontal. A Análise Vertical nos proporciona saber em qual ativo a empresa mais investe, ou até mesmo comparar se esse ativo recebe mais investimento em relação às empresas concorrentes, o calculo é formado a partir da divisão do valor da conta (a ser analisada) pelo valor total do Ativo ou Passivo, o resultado deve ser multiplicado por cem para que se obtenha o índice em porcentagem. Já na Análise Horizontal o comparativo é entre mesmas contas, porém em períodos diferentes, calculo é a divisão do valor atual da conta pelo valor da conta em outro período específico, o resultado também deve ser multiplicado por cem para que se obtenha o índice em porcentagem. Iudícibus (2008, p. 84) e Padoveze (2010, p. 143) comentam sobre Análise Vertical e Análise Horizontal consecutivamente, “Análise Vertical é importante para avaliar a estrutura de composição de itens e sua avaliação no tempo”, “A análise horizontal é o instrumental que calcula a variação ocorrida de um período para o outro, buscando evidenciar se houve crescimento ou não do item avaliado”. Por último temos a Análise da DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa), a origem de todo numerário que foi suprido no caixa e a destinação de todo o numerário que foi sangrado do caixa em um determinado espaço de tempo é evidenciado na DFC, Demonstração do Fluxo de Caixa. Com essa ferramenta o usuário pode analisar a necessidade de contrair um empréstimo para suprir eventual vácuo de recurso ou quando do excesso de recurso disponível para assim realizar uma aplicação em ativos. Após ter em mãos resultados dos dados conseguidos através das análises, o administrador consegue orientar à gestão qual a melhor maneira de corrigir ou até mesmo eliminar erros, para tal, se faz necessário o uso de relatórios que de forma clara e precisa atendam as necessidades dos gestores. O ponto principal para alcançar o objetivo geral e saber gerenciar, ter habilidades para estabelecer o equilíbrio das áreas e identificar as principais necessidades de cada área. (OLIVEIRA, 2012) Para a geração de todas essas informações se faz necessário o uso de sistemas tecnológicos de processamento de dados, ou seja, ponto crucial na obtenção de dados, uma vez que tais programas/softwares agilizam todo o processo de escrituração fisco-contábil-financeiro. Para Iudícibus e Marion (2007, p. 52) “a abordagem sistêmica é base para a contabilidade que pode ser conceituada como o método de identificar e mensurar, permitindo decisões e julgamento adequados por parte dos usuários das informações contábeis”. (...) um sistema que se propõe a dar suporte a todos os processos e áreas funcionais de uma empresa, valendo-se de uma base de dados única, na qual todas as transações estejam interligadas é composto por módulos integrados que atendem a cada área funcional ou processo, como finanças, produção, custos, vendas, RH e demais setores. (GIROTO, 2009, p. 11) Gil (1999, p. 16) aponta como da seprocesso da geração da informação contábil, DADO (as informações à serem escrituradas), seguido do PROCESSAMENTO (lançamentos e conciliações) e por fim, INFORMAÇÃO (os relatórios com dados já processados). No intuído de agilizar o processo por um todo, foram criados os ERPs, neles, todos os sistemas de uma empresa são interligados, um alimenta o banco de dados do outro, dessa forma otimizando a fase do processamento. ERP é uma sigla em Inglês que significa Enterprise Resource Planning, que nada mais é, em português Planejamento dos Recursos da Empresa. Podemos entender que o software ERP é um sistema de informática responsável por cuidar de todas as operações diárias de uma empresa, desde o faturamento até o balanço contábil, de compras a fluxo de caixa, de apuração de impostos a administração de pessoal, de inventário de estoque às contas a receber, do ponto dos funcionários a controle do maquinário da fábrica, enfim, todo o trabalho administrativo e operacional feito numa empresa. (PORTAL DO ERP, 2018). Alguns dos sistemas mais importantes de um ERP são: Quadro 5: Principais Sistemas de um ERP SIG - Sistemas de Informações Gerenciais É um sistema que processa dados de entrada e elabora relatórios gerais de acordo com a necessidade do gerenciador. Ele auxilia na tomada de decisão e apóia no recurso de dados. SIC - Sistema de Informações Contábeis É um sistema com o objetivo de prover informações para análise das atividades contábil-financeiras, além e também projetar as necessidades financeiras futuras. SIE - Sistema de Informações Executivas É um sistema voltado para a tomada de decisões, entretanto ele além de reunir todos os dados da empresa, ele reúne também dados externos como dados da economia nacional, impostos, juros, etc. Com isso, ele é capaz de formular respostas de acordo não só com a atual situação da empresa, mas também da parte externa dela. SAD- Sistema de Apoio à Decisão É o sistema mais voltado para tomada de decisões, com ele é possível definir uma variedade de caminhos a serem seguidos pelo administrador. No caso, ele levanta hipóteses através de uma análise de dados da empresa e tenta demonstrar inúmeras ações possíveis. Dá maior agilidade e segurança ao processo de decisão. Fonte: Adaptação SCHMIDT, 2002 Mesmo com os mais avançados sistemas, nenhum programa emite dados confiáveis se não a partir dos lançamentos realizados por um profissional competente e entendedor do assunto, é a partir das informações fornecidas pelo contador que os usuários da contabilidade tomam decisões. O profissional contábil produz informações que afetam diretamente a vida das entidades, de investimentos, do Fisco, de clientes e credores além dos demais usuários, e isso, sem detrimento de um para o beneficiamento de outro. Cabe a ele, o contador, o parecer final sobre a situação fisco-financeira da organização, com esses dados são gerados indicadores que facilitam o planejamento da entidade. O contador gerencial deve esforçar-se para assegurar que a administração tome as melhores decisões estratégicas para o longo prazo. O desafio é propiciar informações úteis e relevantes que facilitarão encontrar as respostas certas para as questões fundamentais, em toda a empresa, com um enfoque constante sobre o que deve ser feito de imediato e mais tarde. É necessário que os contadores gerenciais ultrapassem a informação contábil para serem proativos no fornecimento, para suas equipes de administração, de dados pertinentes e oportunos sobre essas questões empresariais mais amplas. (CREPALDI, 2008, p.8) O contador tem responsabilidade pelas informações por ele divulgadas, com isso, é de extrema importância que a realidade à ser escriturada seja fidedigna para que assim num futuro, as tomadas de decisão não sejam errôneas e tão pouco que tais informações gerem obstáculos junto ao Fisco. CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento deste estudo possibilitou demonstrar o quão a contabilidade é ao mesmo tempo uma ciência complexa, porém necessária para a sociedade. O contador deixou de ser um gerador de impostos para se tornar peça fundamental no sucesso financeiro de uma organização. A partir do processamento de dados recebidos pela contabilidade, relatórios são gerados através de programas computadorizados e a partir dos resultados apresentados e realizando análise dos mesmos, a contabilidade instrui os administradores quanto ao futuro da empresa, baseando-se em eventos passados recentes projetando-os para o futuro. Propõe-se como sugestão para novos estudos demonstrar a partir de pesquisas de campo, quais tipos de empresas realmente faz uso dos dados emitidos pela contabilidade na hora de tomar decisões, evidenciando porte das empresas, grau de instrução dos proprietários e também qual a participação na contabilidade em relação à entrega de informações em tempo hábil. As decisões efetuadas em uma empresa resultam em interferências tanto no meio interno quanto externo da organização. Os contadores gerenciais têm por obrigação desenvolver relatórios que atendam as expectativas dos usuários tanto internos quanto externos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINSON, Anthony A. [et al.]. Contabilidade Gerencial. Tradução André Olímpio Mosselman Du Chenoy Castro; revisão técnica Rubens Famá. São Paulo: Atlas, 2000. CARLBERG, C. Administrando a Empresa em Excel. São Paulo: Makron Books, 2003. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2008. CORREA NETO, J. 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