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A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA NA GESTÃO E TOMADA DE DECISÃO DAS EMPRESAS

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*Contador pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas UDC, Analista Administrativo na empresa Boldrini 
Serviços de Energia Elétrica Ltda. E-mail: jjgriebeler@gmail.com, Foz do Iguaçu – PR/Brasil 
A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA NA GESTÃO E TOMADA DE 
DECISÃO DAS EMPRESAS 
 
JEVERSON MACARINI GRIEBELER* 
 
RESUMO 
Hoje, diante da grande concorrência entre as organizações, mais do que nunca 
empresas de todos os portes necessitam da utilização de várias ferramentas para se 
manterem competitivas no mercado. Diversas tecnologias estão à disposição dos 
administradores, entretanto, sem sombra de dúvidas, a melhor ferramenta são as 
pessoas que atuam nas corporações, uma vez que são esses os responsáveis em 
alimentar bancos de dados com os quais análises são realizadas. Uma dessas 
pessoas em questão é o contador ou o setor contábil, é a partir dele que 
informações sobre a saúde de uma empresa são emitidas, informações essas que 
são cruciais e importantes em uma tomada de decisão. Este estudo tem por objetivo 
demonstrar o quão importante é a contabilidade e seus resultados no auxílio da 
tomada de decisão em uma organização. 
Palavras Chaves: Empresas, Contabilidade Gerencial, Tomada de Decisão. 
 
INTRODUÇÃO 
 Nos primórdios, o profissional de contabilidade era conhecido como “guarda-
livros”, origem desse nome se deu, pois sua principal função era a de escriturar e 
manter em boa ordem os livros mercantis das empresas comerciais. Ainda hoje 
muitos empresários consideram o escritório contábil como sendo apenas mais uma 
despesa que o governo impõe para a realização da sua atividade, seja ela 
comercial, industrial ou de prestação de serviços; o contador fica sendo aquele que 
apenas retransmite normas e exigências do governo, como a adequação de 
sistemas; além disso, a pior de todas as funções do contador: a geração de 
impostos. O crescimento irregular de uma organização pode render conseqüências 
graves em seu fluxo financeiro, gerando em muitos casos endividamentos 
desnecessários e com isso precarizar sua consolidação no mercado. 
 
“A contabilidade é objetivamente um sistema de informação e 
avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e 
análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, 
com relação à entidade objeto de contabilização”. (IUDÍCIBUS, 
GELBKI E MARTINS, 2006, P. 47) 
 
 A contabilidade assim como a administração de empresas, não só no Brasil, 
mas no mundo todo, tem evoluído diante das constantes mudanças na economia 
mundial. Com isso a contabilidade se mostra como instrumento de gestão suprindo 
os gestores de informações onde se é demonstrado a situação econômica e 
financeira da organização, tornando assim, indispensável para o triunfo das 
empresas. 
 A partir do correto registro dos fatos contábeis, a contabilidade passa a ser 
uma ferramenta que permite a emissão de relatórios contábeis que têm por objetivo 
fornecer a posição financeira da empresa para os grupos de pessoas e de 
interesses que necessitam da informação contábil, (IUDÍCIBUS, 2008). 
 Diante disso, com base em referenciais bibliográficos e documentos 
disponíveis na rede mundial de computadores, será demonstrada nesse artigo a 
importância da contabilidade num gerenciamento coeso e com riscos mínimos de 
falhas com a interpretação correta de dados emitidos pela contabilidade e sua 
aplicabilidade na tomada de decisão. 
 
DESENVOLVIMENTO 
 A contabilidade vai muito além da escrituração de notas de entrada e saída e 
da geração de guias de impostos como muitos imaginam, apesar de toda a gama de 
funções atribuídas à contabilidade muitas empresas, principalmente as micro, 
atribuem à ela apenas como uma nova despesa com a qual tem o objetivo de apurar 
impostos concentrando nas relações com o fisco. 
Ela, a contabilidade, além de controlar o patrimônio de uma entidade por meio 
dos registros de transações financeiras, produz relatórios gerenciais que dão 
subsidio para a avaliação da real situação financeira e econômica das instituições. A 
verificação de prejuízos, lucros, disponibilidades, solvência, desenvolvimento da 
cadeia contábil, coleta e repasse de dados estatísticos para todos os usuários, 
formulação de uma base financeira e o controle de resultados são as principais 
funções da contabilidade. 
 
A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a 
tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos 
mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os 
em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem 
sobremaneira para a tomada de decisões. (MARION, 2006, p.24) 
 
Registros contábeis adequados oferecem maior controle financeiro e encômio 
à empresa, com isso, facilita a captação de recursos através de diversas linhas de 
crédito tanto com bancos quanto com fornecedores, permite aos sócios uma visão 
da situação patrimonial. Em suma, a contabilidade é um grande instrumento 
auxiliador na tomada de decisão para os gestores. 
No intuito de satisfazer às necessidades de informação, se faz necessário 
verificar a qualidade das informações e levar em conta algumas características, 
conforme o Quadro 01: 
 
Quadro 01: Características da Informação 
Relevância Quando reduz a incerteza, melhora a habilidade dos administradores em fazer previsões e permite corrigir ou confirmar suas expectativas. 
Confiabilidade Quando a informação disponibilizada é atual, correspondendo à realidade que representa, sem erros. 
Completude Quando inclui tudo o que o usuário precisa saber, sem omissão de aspectos importantes ou prolixa sobre a situação em questão. 
Conveniência Quando é útil e oportuna. 
Apropriada Quando possui um nível de detalhamento e formato adequado. 
Verificável Quando permite que dois ou mais usuários tenham a mesma interpretação sobre o mesmo fato. 
Fonte: MARION, 2001 
 
A contabilidade pode ser dividida em dois grandes grupos, a Contabilidade 
Financeira e a Contabilidade de Gestão, também conhecida como Contabilidade 
Gerencial. A elaboração da Contabilidade Financeira é obrigatória por lei, é nela 
onde são geradas as demonstrações contábeis e suas obrigações acessórias. As 
principais demonstrações contábeis são o BP (Balanço Patrimonial); a DRE 
(Demonstração do Resultado do Exercício); a DMPL (Demonstração das mutações 
do Patrimônio Líquido); a DLPA (Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados; 
a DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos); a DFC 
(Demonstração de Fluxo de Caixa); a DVA (Demonstração de Valor Adicionado) e a 
DLPA (Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados). Em relação às 
obrigações acessórias podemos destacar, os SPEDs (Sistema Publico de 
Escrituração Contábil) que são divididos em SPED Contábil que é formado pelos 
Livros Diário, Razão e Balancete; SPED Fiscal onde são registradas as entradas e 
saídas de notas fiscais e com isso a devida apuração dos impostos ICMS e IPI e 
SPED Contribuições onde demonstra o cálculo dos impostos PIS e COFINS, a mais 
nova obrigação acessória implantada no Brasil em 2018 é o SPED E-Social, um 
aplicativo que lê e valida as informações da folha de pagamentos das instituições. 
A Contabilidade Financeira “comunica aos agentes externos as 
conseqüências das decisões e das melhorias dos processos executados por 
administradores e funcionários.” Atkinson et al (2000 p. 37). A Contabilidade 
Financeira é externa, ou seja, apresenta informações para agentes que estão fora 
da organização, tem por objetivo a elaboração de demonstrações financeiras para 
terceiros, como credores, acionistas, investidores, fornecedores, clientes etc. 
Levando-se o fato que ela serve para análise externa, a mesma esta 
condicionada a requisitos fiscais e determinações legais. As demonstrações 
baseadas na Contabilidade Financeira são elaboradas para um ano calendário a fim 
de permitir que o usuário compare a situação financeira, rentabilidadee o 
desempenho da empresa entre períodos passados. 
 
A contabilidade financeira é uma técnica utilizada dentro do sistema 
contábil, proporcionando ações que contribui na aplicação da 
proposta teórica e prática, representando ações benéficas ao 
direcionamento da gestão financeira do capital aplicado às 
organizações e gerando dados suficientes para elaboração das 
demonstrações financeiras, mediante princípios geralmente aceitos 
pela contabilidade. (MARQUES, 2013, p. 112) 
 
Em suma, a contabilidade financeira é regulamentada por legislações 
específicas e pelos princípios fundamentais de contabilidade. De outra forma, seus 
processos são influenciados por órgãos reguladores, pelo governo e por exigências 
da auditoria independente. Nela a maior preocupação é com a demonstração dos 
resultados econômico-financeiros aos usuários externos, e a observância dos 
princípios contábeis impostos por normativas. 
Por outro lado, temos Contabilidade Gerencial, é ela que produz as 
informações necessárias para a geração de informações auxiliadoras na tomada de 
decisão. Atkinson et al (2000, p.21) afirma que “a Contabilidade Gerencial é o 
processo de identificar, mensurar, reportar e analisar as informações sobre os 
eventos econômicos das empresas”. Para Pizzolato (2000, p. 195) a Contabilidade 
Gerencial “produz informação útil para a administração, a qual exige informações 
para vários propósitos, tais como: auxílio no planejamento; na medição a avaliação 
de desempenho; na fixação de preços de venda e na análise de ações alternativas”. 
A Contabilidade Financeira, que podemos denominar de Contabilidade 
Tradicional, é entendida basicamente como instrumento contábil essencial para a 
feitura dos relatórios para usuários externos e necessidades regulamentadas. A 
Contabilidade Gerencial é vista principalmente como supridora de informações para 
usuários internos da empresa, (PADOVEZE, 2010, p. 11). 
Padoveze (2010, p.38) também aponta: 
 
Os métodos da contabilidade financeira e da contabilidade gerencial 
foram desenvolvidos para diferentes propósitos e para diferentes 
usuários das informações financeiras. 
 
A Contabilidade Gerencial se deu da necessidade das empresas 
interpretarem as informações fornecidas pelos seus Sistemas de Contabilidade, e 
por essa razão que ela fornece dados aos usuários internos. Segundo Carlberg, 
(2003, p. 168) “para usar as informações contábeis para a tomada rotineira de 
decisão, não é preciso explorar em profundidade as nuanças e os detalhes técnicos 
da profissão da contabilidade. O importante é entender essas informações o 
suficiente para usá-las rotineiramente.” 
Iudícibus (2009, p. 25) expõe que: 
 
A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, 
como um enfoque especial conferido a várias técnicas e 
procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade 
financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de 
balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de 
detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e 
classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das 
entidades em seu processo decisório. 
 
A função-objetivo da Contabilidade Gerencial na criação de valor para os 
acionistas é um conceito objetivo, pois pode ser mensurado economicamente. A 
criação de valor para o acionista centra-se na geração de lucro empresarial, que, por 
sua vez, é transferido para os proprietários da entidade, que genericamente estamos 
denominando como acionistas, (PADOVEZE, 1999, p. 2). 
Faz-se necessário expor as diferenças entre a Contabilidade Financeira e a 
Contabilidade Gerencial em suas principais perspectivas. 
 Quadro 02: Comparativo entre Contabilidade Financeira e Gerencial 
Comparativo entre Contabilidade Financeira e Gerencial 
Fator Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial 
Objetivos dos relatórios e 
seus destinatários 
Facilitar a análise financeira 
dos usuários externos. 
Facilitar o planejamento, 
controle, avaliação de 
desempenho e tomada de 
decisões pelos usuários 
internos (sócios e gestores). 
Espécies e forma dos 
relatórios 
BP, DRE, DLPA (DMPL), DFC 
e DVA, conforme os moldes 
legais, elaborados de forma 
resumida, preocupando-se 
precipuamente com a entidade 
como um todo. 
Orçamentos, relatórios de 
desempenho, de custos e 
outros não rotineiros para 
facilitar a tomada de decisões, 
elaborados de forma 
detalhada, com 
especificidades de partes da 
entidade, como produtos, 
departamentos etc. e liberdade 
quanto á forma de elaboração. 
Freqüência dos relatórios 
e seu horizonte temporal 
Relatórios anuais, semestrais 
ou trimestrais, conforme 
legislação, com abrangência 
desse período. 
Relatórios produzidos sempre 
que necessários pela 
administração, com horizonte 
temporal variável, que vai 
desde horas à vários anos. 
Enfoque temporal dos 
valores utilizados 
Primariamente históricos 
(orientação para o passado). 
Históricos e esperados 
(orientação para o futuro). Uso 
formal de registros históricos e 
orçamentos. 
Bases de mensuração dos 
dados Moeda corrente. 
Várias bases (moeda corrente, 
estrangeira - moeda forte, 
medidas físicas etc.) 
Restrições nas 
informações 
Princípios Fundamentais de 
Contabilidade 
Sem restrições, salvo as 
determinadas pela própria 
administração, como custos ou 
relevância das informações 
Arcabouço técnico e 
teórico Ciência Contábil 
Ciência Contábil, Economia, 
Finanças, Estatística, pesquisa 
operacional e comportamental 
etc. 
Características da 
informação 
Somente para mensuração 
financeira e econômica, sendo 
objetiva (sem viés), verificável, 
relevante e tempestiva. 
Engloba a mensuração física e 
operacional (processos, 
tecnologia, fornecedores, 
competidores etc.). Deve ser 
relevante e tempestiva 
verificabilidade e precisão, 
desde que isso não prejudique 
a qualidade da informação. 
Perspectiva dos relatórios Orientação histórica 
Orientação para o futuro 
(planejamento, avaliação de 
desempenho e estabelecimento 
de metas) e histórica (avaliação 
de resultados obtidos para 
orientar a tomada de decisões 
futura). 
Implicações 
comportamentais 
Preocupação em mensurar e 
comunicar fenômenos 
econômicos, tendo as 
considerações 
comportamentais dos 
executivos, importância 
secundária. 
Preocupação com a influência 
que as mensurações e os 
relatórios exercerão sobre o 
comportamento cotidiano dos 
gestores. 
Fonte: LIMA A. A., 2013 
 
 A composição entre a Contabilidade Financeira e Gerencial resulta na ciência 
contábil, seus componentes não são exclusivos, ou seja, informações da 
Contabilidade Gerencial são utilizadas na Contabilidade Financeira e do mesmo ao 
contrário, é uma via de mão dupla. 
 Levando em conta que decisões empresariais devem ser tomadas a partir de 
análises contábeis, a Contabilidade Gerencial é um elo entre o planejamento e a 
tomada de decisão. Padoveze (2010, p. 36) nos diz que “se temos a contabilidade, 
se temos a informação contábil, mas não usamos no processo administrativo, no 
processo gerencial, então não existe gerenciamento contábil, não existe 
Contabilidade Gerencial”. 
 
O sistema de controle gerencial é a integração lógica das técnicas 
para reunir e usar as informações a fim de tomar decisões de 
planejamento e controle. (HORNGREN, 2004, p.30) 
 
Para Atkinson et al (2000 p. 582) os contadores gerenciais desempenham 
três papéis, que são eles: ajudar uma empresa à ficar sob controle; identificar 
quando o processo esta fora do controle; e dar suporte à aprendizagem da empresa. 
Conhecendo a finalidade da Contabilidade Gerencial, fica fácil entender 
porque as informações geradas por ela auxiliam os administradores nas suas 
tomadas de decisões. (OSNI, MARION, 2011) 
Em estudo realizado em 2013 foi apontado que 24,4% de novas empresas 
fecham as portas com menos de dois anos de existência. E esse percentual pode 
chegar a 50% nos estabelecimentoscom menos de quatro anos. Ao abrir a 
empresa, parte dos empreendedores não levanta informações importantes sobre o 
mercado como clientes, concorrente e fornecedores, e mais da metade não realiza o 
planejamento estratégico antes do início das atividades do estabelecimento, o que 
pode ser prejudicial ao negócio. Planejar-se auxilia a precaver quaisquer imprevistos 
que surgirem pelo caminho. (SEBRAE, 2017) 
A partir do exposto se pode verificar diversas técnicas de análise contábil, a 
primeira delas é a Analise de Taxa de Retorno, nesta análise se faz a avaliação do 
negócio, no intuito de verificar se a operação da organização esta rendendo lucro, 
que é seu principal objetivo. Seu cálculo é simples, da se subtraindo o ganho obtido 
em um investimento pelo valor investido, depois disso divide-se o resultado pelo 
valor investido. Sua fórmula é TR= (ganho – investimento) / investimento, um 
exemplo simples seria um investimos de $40.000 com um ganho de $200.000, TR= 
(200.000 – 40.000) / 40.000= 4, significa isso que o retorno foi de 4 vezes maior que 
o valor investido. Levando-se em conta que a TR é expressa em %, multiplica-se por 
100 resultando numa de TR de 400%. 
 Marion (2006, P. 12) expõe que “a empresa só terá razão de continuidade se 
der lucro, ou seja, retorno de um investimento. A gerência é considerada eficiente 
quando a administração da empresa gerar lucro.” 
 Uma segunda análise disponível e a Análise dos Indicadores Financeiros e 
Econômicos, esses indicadores, aqui denominados por índice, têm por objetivo 
expor a atual posição financeira da empresa e mostrar o que pode acontecer no 
futuro caso a administração não desenvolva mudanças caso esses índices não 
sejam favoráveis. O importante não é o cálculo de grande numero de índices, mas 
sim de um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa. 
(MATARAZZO, 2008, P. 146). O primeiro índice é o de Liquidez, nesse se é 
verificado a capacidade da empresa de pagar suas contas, esse índice é subdividido 
em Geral, Corrente e Seca, seus valores são apurados através dos dados emitidos 
pelo Balando Patrimonial, que segue: 
 
Quadro 03: Exemplificação dos Índices de Liquidez 
Liquidez Geral 
(ILG) 
AC+RLP / PC+PNC (Ativo 
Circulante + Realizável a Longo 
Prazo) / (Passivo Circulante + 
Passivo não Circulante) 
Quanto maior o ILG melhor é a 
saúde financeira no curto e longo 
prazo da empresa. 
Liquidez Corrente 
(ILC) 
AC/PC (Ativo Circulante/Passivo 
Circulante) 
Faz a análise de quanto de dinheiro 
mais bens e direito realizáveis no 
próximo exercício em relação a suas 
obrigações no mesmo período.Se o 
ILC for maior que 1, indica que o 
capital circulante é positivo, se for 
menor que 1, o capital circulante 
líquido será negativo, o que implica 
que a curto prazo a empresa não 
apresenta liquidez. 
 Liquidez Seca 
(ILS) 
(AC-ESTQ) / PC (Ativo Circulante 
– Estoque) / Passivo Circulante 
Não utiliza o estoque no cálculo 
desse índice, pois o estoque é a 
parte do ativo circulante menos 
líquida. Ele é importante para 
avaliar a situação de liquidez da 
empresa sem levar em conta o 
estoque, assim pode partir do 
pressuposto que caso o estoque 
torne-se inutilizável qual seria a 
possibilidade da empresa saldar 
suas dívidas com o disponível e 
duplicatas a receber. 
Fonte: Adaptação CORREA, 2007 
 
Em seguida temos o Índice de Endividamento, nele como o próprio nome 
sugere, mensura o endividamento de uma empresa, verificando também se a 
mesma utiliza mais recursos dos proprietários ou de terceiros. Assim quanto menor o 
índice, melhor o resultado. O cálculo é feito com a divisão do Passivo Circulante pelo 
Passivo Circulante somado ao Exigível a Longo Prazo, PC / (PC+ELP). 
 Por terceiro, o Índice de Atividade, nesse se é avaliado a evolução da 
atividade operacional da empresa, através da rotatividade do estoque; recebimento 
de vendas; e pagamentos de compras. Esse índice também tem subdivisões, que 
seguem: 
 
Quadro 4: Exemplificação dos Índices de Atividade 
Prazo Médio de 
Recebimento 
(PMR) 
(Duplicatas à Receber / Vendas) x 
360 
Quanto mais prazo é concedido e 
quanto maior é o volume de 
vendas a prazo, o período de 
recebimento será precário, 
dificultando o fluxo de caixa da 
empresa. 
Prazo Médio de 
Pagamento (PMP) (Fornecedores / Compras) x 360 
Se da pelo espaço de tempo entre 
a compra de mercadoria e seu 
devido pagamento. 
Giro de Estoque 
Custo do Produto Vendido / 
Estoque Médio (soma estoque 
inicial com estoque final e dividindo 
por dois) 
Tempo que a mercadoria fica 
estocada entre sua compra e o 
momento da venda. 
Giro do Ativo Vendas Líquidas / Ativo Médio 
Mostra quantas vezes o ativo foi 
recuperado a partir das vendas 
efetuada em um período, quanto 
maior o índice, melhor. 
Fonte: Adaptação CORREA, 2007 
 
 Outras duas análises comumente realizadas juntas como forma de 
comparação, são a Análise Vertical e a Análise Horizontal. A Análise Vertical nos 
proporciona saber em qual ativo a empresa mais investe, ou até mesmo comparar 
se esse ativo recebe mais investimento em relação às empresas concorrentes, o 
calculo é formado a partir da divisão do valor da conta (a ser analisada) pelo valor 
total do Ativo ou Passivo, o resultado deve ser multiplicado por cem para que se 
obtenha o índice em porcentagem. Já na Análise Horizontal o comparativo é entre 
mesmas contas, porém em períodos diferentes, calculo é a divisão do valor atual da 
conta pelo valor da conta em outro período específico, o resultado também deve ser 
multiplicado por cem para que se obtenha o índice em porcentagem. Iudícibus 
(2008, p. 84) e Padoveze (2010, p. 143) comentam sobre Análise Vertical e Análise 
Horizontal consecutivamente, “Análise Vertical é importante para avaliar a estrutura 
de composição de itens e sua avaliação no tempo”, “A análise horizontal é o 
instrumental que calcula a variação ocorrida de um período para o outro, buscando 
evidenciar se houve crescimento ou não do item avaliado”. 
 Por último temos a Análise da DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa), a 
origem de todo numerário que foi suprido no caixa e a destinação de todo o 
numerário que foi sangrado do caixa em um determinado espaço de tempo é 
evidenciado na DFC, Demonstração do Fluxo de Caixa. Com essa ferramenta o 
usuário pode analisar a necessidade de contrair um empréstimo para suprir eventual 
vácuo de recurso ou quando do excesso de recurso disponível para assim realizar 
uma aplicação em ativos. 
 Após ter em mãos resultados dos dados conseguidos através das análises, o 
administrador consegue orientar à gestão qual a melhor maneira de corrigir ou até 
mesmo eliminar erros, para tal, se faz necessário o uso de relatórios que de forma 
clara e precisa atendam as necessidades dos gestores. 
 
O ponto principal para alcançar o objetivo geral e saber gerenciar, ter 
habilidades para estabelecer o equilíbrio das áreas e identificar as 
principais necessidades de cada área. (OLIVEIRA, 2012) 
 
Para a geração de todas essas informações se faz necessário o uso de 
sistemas tecnológicos de processamento de dados, ou seja, ponto crucial na 
obtenção de dados, uma vez que tais programas/softwares agilizam todo o processo 
de escrituração fisco-contábil-financeiro. Para Iudícibus e Marion (2007, p. 52) “a 
abordagem sistêmica é base para a contabilidade que pode ser conceituada como o 
método de identificar e mensurar, permitindo decisões e julgamento adequados por 
parte dos usuários das informações contábeis”. 
 
(...) um sistema que se propõe a dar suporte a todos os processos e 
áreas funcionais de uma empresa, valendo-se de uma base de 
dados única, na qual todas as transações estejam interligadas é 
composto por módulos integrados que atendem a cada área 
funcional ou processo, como finanças, produção, custos, vendas, RH 
e demais setores. (GIROTO, 2009, p. 11) 
 
 Gil (1999, p. 16) aponta como da seprocesso da geração da informação 
contábil, DADO (as informações à serem escrituradas), seguido do 
PROCESSAMENTO (lançamentos e conciliações) e por fim, INFORMAÇÃO (os 
relatórios com dados já processados). 
 No intuído de agilizar o processo por um todo, foram criados os ERPs, neles, 
todos os sistemas de uma empresa são interligados, um alimenta o banco de dados 
do outro, dessa forma otimizando a fase do processamento. 
 ERP é uma sigla em Inglês que significa Enterprise Resource Planning, que 
nada mais é, em português Planejamento dos Recursos da Empresa. Podemos 
entender que o software ERP é um sistema de informática responsável por cuidar de 
todas as operações diárias de uma empresa, desde o faturamento até o balanço 
contábil, de compras a fluxo de caixa, de apuração de impostos a administração de 
pessoal, de inventário de estoque às contas a receber, do ponto dos funcionários a 
controle do maquinário da fábrica, enfim, todo o trabalho administrativo e 
operacional feito numa empresa. (PORTAL DO ERP, 2018). Alguns dos sistemas 
mais importantes de um ERP são: 
 
 Quadro 5: Principais Sistemas de um ERP 
SIG - Sistemas de Informações Gerenciais 
É um sistema que processa dados de 
entrada e elabora relatórios gerais de acordo 
com a necessidade do gerenciador. Ele 
auxilia na tomada de decisão e apóia no 
recurso de dados. 
SIC - Sistema de Informações Contábeis 
É um sistema com o objetivo de prover 
informações para análise das atividades 
contábil-financeiras, além e também projetar 
as necessidades financeiras futuras. 
SIE - Sistema de Informações Executivas 
É um sistema voltado para a tomada de 
decisões, entretanto ele além de reunir todos 
os dados da empresa, ele reúne também 
dados externos como dados da economia 
nacional, impostos, juros, etc. Com isso, ele 
é capaz de formular respostas de acordo 
não só com a atual situação da empresa, 
mas também da parte externa dela. 
SAD- Sistema de Apoio à Decisão 
É o sistema mais voltado para tomada de 
decisões, com ele é possível definir uma 
variedade de caminhos a serem seguidos 
pelo administrador. No caso, ele levanta 
hipóteses através de uma análise de dados 
da empresa e tenta demonstrar inúmeras 
ações possíveis. Dá maior agilidade e 
segurança ao processo de decisão. 
Fonte: Adaptação SCHMIDT, 2002 
 
 Mesmo com os mais avançados sistemas, nenhum programa emite dados 
confiáveis se não a partir dos lançamentos realizados por um profissional 
competente e entendedor do assunto, é a partir das informações fornecidas pelo 
contador que os usuários da contabilidade tomam decisões. O profissional contábil 
produz informações que afetam diretamente a vida das entidades, de investimentos, 
do Fisco, de clientes e credores além dos demais usuários, e isso, sem detrimento 
de um para o beneficiamento de outro. Cabe a ele, o contador, o parecer final sobre 
a situação fisco-financeira da organização, com esses dados são gerados 
indicadores que facilitam o planejamento da entidade. 
 
O contador gerencial deve esforçar-se para assegurar que a 
administração tome as melhores decisões estratégicas para o longo 
prazo. O desafio é propiciar informações úteis e relevantes que 
facilitarão encontrar as respostas certas para as questões 
fundamentais, em toda a empresa, com um enfoque constante sobre 
o que deve ser feito de imediato e mais tarde. É necessário que os 
contadores gerenciais ultrapassem a informação contábil para serem 
proativos no fornecimento, para suas equipes de administração, de 
dados pertinentes e oportunos sobre essas questões empresariais 
mais amplas. (CREPALDI, 2008, p.8) 
 
 O contador tem responsabilidade pelas informações por ele divulgadas, com 
isso, é de extrema importância que a realidade à ser escriturada seja fidedigna para 
que assim num futuro, as tomadas de decisão não sejam errôneas e tão pouco que 
tais informações gerem obstáculos junto ao Fisco. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O desenvolvimento deste estudo possibilitou demonstrar o quão a 
contabilidade é ao mesmo tempo uma ciência complexa, porém necessária para a 
sociedade. O contador deixou de ser um gerador de impostos para se tornar peça 
fundamental no sucesso financeiro de uma organização. A partir do processamento 
de dados recebidos pela contabilidade, relatórios são gerados através de programas 
computadorizados e a partir dos resultados apresentados e realizando análise dos 
mesmos, a contabilidade instrui os administradores quanto ao futuro da empresa, 
baseando-se em eventos passados recentes projetando-os para o futuro. 
 Propõe-se como sugestão para novos estudos demonstrar a partir de 
pesquisas de campo, quais tipos de empresas realmente faz uso dos dados emitidos 
pela contabilidade na hora de tomar decisões, evidenciando porte das empresas, 
grau de instrução dos proprietários e também qual a participação na contabilidade 
em relação à entrega de informações em tempo hábil. 
As decisões efetuadas em uma empresa resultam em interferências tanto no 
meio interno quanto externo da organização. Os contadores gerenciais têm por 
obrigação desenvolver relatórios que atendam as expectativas dos usuários tanto 
internos quanto externos. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ATKINSON, Anthony A. [et al.]. Contabilidade Gerencial. Tradução André Olímpio 
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