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LIVRO DIDÁTICO_Empreendedorismo

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Prévia do material em texto

Mileide Marlete Ferreira Leal Sabino
EMPREENDEDORISMO
Florianópolis – SC
AERO TD
2019
Copyright © Faculdade de Tecnologia AERO TD 2019
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta 
instituição.
Edição – Livro Didático
Professor Conteudista
Mileide Marlete Ferreira Leal Sabino
Design Instrucional
Sandra Mazutti
ISBN
Projeto Gráfico e Capa
Marcos Elias
Diagramação
Marcos Elias
Revisão
Juçá Fialho Vazzata Dias
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Arlete Ferreira da Silva. CRB: 14/1493
Sabino, Mileide Marlete Ferreira Leal.
 
 Empreendedorismo / Mileide Marlete Ferreira Leal Sabino - 
Florianópolis: Publicações AERO TD, 2019.
 
 Inclui Bibliografia. 
 1. Empreendedorismo. 2. Processo Empreendedor. I. Título.
 CDU: 65.017.3
SUMÁRIO
UNIDADE I - O EMPREENDEDORISMO E O PROCESSO EMPREENDEDOR ............................6
1.1 CONCEITUANDO EMPREENDEDORISMO ..................................................................................................................6
1.2 COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR E INTRAEMPREENDEDOR .................................................................7
1.3 O PROCESSO EMPREENDEDOR .................................................................................................................................10
1.4 CARACTERÍSTICAS DO INTRAEMPREENDEDORISMO ......................................................................................13
1.5 A IMPORTÂNCIA DO INTRAEMPREENDEDORISMO NO AMBIENTE EMPRESARIAL ...........................18
UNIDADE II - O DESENVOLVIMENTO DE UM EMPREENDIMENTO ....................................25
2.1 DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM NEGÓCIO .......................................................................25
UNIDADE III - MODELAGEM DE NEGÓCIOS ..................................................................34
3.1 UTILIZANDO O PLANO DE NEGÓCIOS PARA CARACTERIZAR A NOVA EMPRESA ................................34
3.2 A FERRAMENTA CANVAS PARA A MODELAGEM DE NEGÓCIOS ................................................................38
3.3 COMPARANDO AS DUAS FERRAMENTAS: PLANO DE NEGÓCIOS E CANVAS .......................................43
3.4 ETAPAS DO PLANO DE NEGÓCIOS .........................................................................................................................45
5
APRESENTAÇÃO
 Caro estudante, SEJA BEM-VINDO!
 Olá! Esta é a disciplina de EMPREENDEDORISMO, na qual serão apresentados os diversos 
contextos em que o empreendedorismo se insere. A proposta principal é contextualizar o tema 
de maneira que você tenha condições de compreender do que se trata e de que modo você 
pode utilizar o empreendedorismo em sua prática e escolha profissional.
 Ela tem por objetivos: a) Compreender conceitos, características e abrangência do 
empreendedorismo; b) Identificar as etapas e elaborar um Plano de negócios.
 Abordaremos conteúdos desde o empreendedorismo voltado aos negócios com fins 
lucrativos, que tem por objetivo principal o lucro destinado aos seus sócios até uma outra 
modalidade de empreendedorismo que é aquele voltado para a área social: os negócios sociais, 
que também apresentam finalidades lucrativas, mas tem como pano de fundo a necessidade 
de resolver um problema social. 
 Você terá a oportunidade de pensar mais sobre isso no decorrer do estudo das unidades. 
Lembre-se de que você não estará só nesse processo. Estarei com você em cada unidade, 
motivando-o na sua caminhada, prestando as orientações, alimentando você com informações 
e sanando as dúvidas que poderão surgir no decorrer da disciplina.
 Encontro você nas webs-aulas, nos nossos encontros previamente agendados na sala de 
aula virtual e no polo de apoio presencial. 
 Esta disciplina está dividida nas seguintes unidades de estudo:
 Unidade I: O empreendedorismo e o processo empreendedor 
 Unidade II: O desenvolvimento de um empreendimento 
 Unidade III: Modelagem de Negócios
 
 Espera-se que, ao final da disciplina, você tenha compreendido os diferentes contextos 
nos quais se inserem a geração de negócios e de que modo você poderá definir sua futura 
carreira profissional. Essa definição certamente envolverá a escolha por seguir uma carreira 
dentro de uma empresa ou organização da sociedade civil ou abrir seu próprio negócio tanto 
na área econômica tradicional, quanto na área dos negócios sociais.
 Bons estudos! 
 Profª. Mileide Marlete Ferreira Leal Sabino
6
UNIDADE I 
O EMPREENDEDORISMO E O PROCESSO EMPREENDEDOR
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE I
 Olá! 
 Para iniciar seus estudos, nesta unidade você conseguirá compreender os diferentes 
contextos nos quais se inserem o empreendedorismo e o processo empreendedor. A geração de 
negócios ocorre tanto na área econômica tradicional, na qual se inserem a maioria das empresas, 
quanto na área dos negócios sociais, que são aqueles voltados à transformação social. 
 Então vamos lá?
Objetivos de aprendizagem: 
• Contextualizar o empreendedorismo e as diversas maneiras de empreender, tanto no 
âmbito dos negócios quanto na perspectiva da transformação social.
1.1 CONCEITUANDO EMPREENDEDORISMO
 É a perfeita implementação de oportunidades levando à criação de negócios de sucesso 
(DORNELAS, 2012). Schumpeter (1949) já dizia: “o empreendedor é aquele que destrói a ordem 
econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas 
de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais” (DORNELAS, 2012, p. 28).
Luecke (2007, p.29) define o empreendedor como sendo “aquele que combina recursos, trabalho, 
materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes”. Também é aquele que introduz 
mudanças, inovações e uma nova ordem.
O empreendedor vive no futuro, nunca no passado, raramente no presente. É mais 
feliz quando livre para construir imagens de “e se” e de “e quando”. O empreendedor é 
a personalidade criativa, sempre lidando melhor com o desconhecido, perscrutando 
o futuro, transformando possibilidades em probabilidades, caos em harmonia 
(GERBER, 1992, p. 22).
 Podemos identificar um empreendedor de acordo com as suas características, as quais, 
segundo Dornelas (2012), podem ser:
• São visionários, ou seja, possuem visão de futuro do seu negócio.
• Sabem tomar decisões, pois não se sentem inseguros.
• São indivíduos que fazem a diferença, ou seja, transformam algo que parece ser difícil em 
uma ideia, possibilidades em realidades.
7
• Sabem explorar ao máximo as oportunidades, são curiosos e atentos às informações 
identificando oportunidades.
• São determinados e dinâmicos, pois apresentam suas ações com muito comprometimento 
ultrapassando obstáculos com muita vontade de fazer acontecer; são inconformistas.
• São dedicados, são pessoas que se dedicam 24 h por dia, comprometendo até seus 
relacionamentos com amigos, família e até com a sua própria saúde, pois são incansáveis.
• São otimistas e apaixonados pelo que fazem; o amor é o combustível que move todo esse 
entusiasmo e o otimismo faz com que enxerguem o sucesso ao invés do fracasso.
• São independentes e constroem o próprio destino, querem estar à frente das mudanças e, 
ao invés de serem empregados, querem ser donos do seu próprio rumo. 
• Ficam ricos, como consequência do sucesso dos negócios.
• São líderes e formadores de equipes, são pessoas que conquistam seus funcionários, pois 
sabem valorizá-los.
• São bem relacionados (networking), pois sabem construir uma excelente rede de 
relacionamentos.
• São organizados, pois sabem alocar recursos de forma racional.
• Planejam, sabem que cada passo deverá ser planejado para avaliar os riscos e construir 
cenários com estratégias de negócio.
•Possuem conhecimento, pois sabem que quanto maior o domínio sobre um ramo de 
negócio, melhor será seu êxito.
• Assumem riscos calculados, sendo uma das características mais predominantes, ou seja, 
gerenciar e avaliar riscos e, quanto maior o desafio, mais estimulante será.
• Criam valor para a sociedade, pois dinamizam a economia com suas inovações e criatividade.
 Sendo assim, o empreendedor é aquele que consegue captar uma oportunidade latente 
e/ou uma ideia, cria um negócio assumindo riscos, utilizando sua paixão pelo que faz e de forma 
criativa, transformando a sociedade em seu entorno.
SAIBA MAIS!
Deixo aqui para você a dica do portal da “Endeavor”, 
que aborda inúmeros assuntos voltados para o tema do 
empreendedorismo, bem como os temas de interesse 
do próprio empreendedor, como o seu desenvolvimento 
pessoal, autoconhecimento, etc. O site também 
disponibiliza uma série de materiais para download 
gratuito, aproveite!!!
Link: <https://endeavor.org.br/>
1.2 COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR E INTRAEMPREENDEDOR
 Quando falamos sobre o empreendedorismo, geralmente são exploradas as características 
mais voltadas àqueles que criam e gerenciam suas empresas. Mas existe outra modalidade, que 
vem sendo valorizada, que é o intraempreendedorismo, esse voltado ao colaborador que possui 
fortes características empreendedoras e as aplica dentro de uma empresa. Vamos conhecer?
8
Para Dornelas (2005, p. 39), o
 
empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução 
de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela 
exploração de novos recursos e materiais, transformando tudo em geração de 
oportunidades nas mais diversas áreas.
SAIBA MAIS!
Apresento a você uma pequena listagem com as sinopses 
de três filmes que certamente poderão te inspirar na área 
do empreendedorismo, pois demonstram claramente os 
perfis e características de empreendedores de sucesso!
Um ótimo filme para abordar noções de 
empreendedorismo, trabalho em equipe, competência e 
inovação é Kigtnky Boots: fábrica de sonhos, direção de 
Julian Jarrold, EUA/Reino Unido, 2005, Miramax Filmes, 
107 min. Para reagirem diante de um quadro de falência, 
eles precisam criar novas alternativas de mercado, 
compreendendo novos segmentos e oportunidades.
À Procura da Felicidade – Principal mensagem: 
persistência. 
Sinopse: Baseado na história real de Chris Gardner, o 
filme mostra Chris em busca da carreira que acredita e do 
sustento da família. Ele enfrenta o pior momento de sua 
vida, desempregado, abandonado pela mulher e lutando 
para criar seu filho pequeno, acaba não tendo onde 
morar, mas persegue um sonho que é o que o motiva. 
Esse filme é exatamente o que um empreendedor precisa 
assistir antes de começar um negócio, pois mostra que o 
sucesso vem com muita persistência (GOMES, 2015).
Jobs – Principal mensagem: ter coragem para apostar em 
suas ideias, inovar e ter paixão pelo que faz.
Sinopse: O filme Jobs (2013), estrelado por Ashton 
Kutcher, conta a trajetória de Steve Jobs, fundador de 
uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. 
Jobs teve parte de sua vida revelada neste filme. É 
interessante ver como blefes podem gerar resultado, ter 
ambição pode trazer lucro e o lema de “vendo depois 
crio” é uma constante no universo dos magnatas da 
tecnologia (GOMES, 2015).
9
 Para Chiavenato (2008, p. 7) o empreendedor é aquele que consegue transformar algo 
num negócio rentável, visando os objetivos pessoais e/ ou também os interesses da comunidade. 
Vale comentar que essa explicação vale para os empreendedores das empresas vinculadas à 
economia tradicional, também para os empreendedores sociais do terceiro setor e para os líderes 
dos negócios sociais.
O empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois 
é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade 
de identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma ideias em 
realidade, para benefício próprio e para benefício da comunidade.
 De acordo com a citação acima, perceba o quanto os diversos perfis empreendedores tem 
condições de criar negócios, lucrativos ou não, que acabam contribuindo para o desenvolvimento 
da região. Esse empreendedor transforma suas ideias em realidade, dissimula seu propósito para 
dedicar suas habilidades à transformação do seu empreendimento mudando a realidade local. 
Nesse contexto vale a reflexão:
 Por exemplo: Uma nova panificadora no bairro, que foi instalada onde já havia outra 
panificadora. Dessa forma essa nova empresa trouxe concorrência e fez com que a que já existia 
na região tivesse que inovar, oferecer novos produtos e serviços para não perder uma parcela 
significativa no mercado. 
 Nos casos das empresas que não inovam e não prestam atenção em seus concorrentes, 
certamente correm o risco de sucumbir ao longo dos anos. É muito importante prestar atenção 
ao que acontece em volta, pois sempre é possível pensar em algo novo para ser implantado na 
empresa. É claro, vale comentar que o empreendedor não precisa inovar só quando a concorrência 
bate à sua porta, não é mesmo? Ele pode e deve inovar constantemente.
 O autor Peter Drucker afirma que uma das possibilidades de mudança e atualização de 
um negócio pode ocorrer por meio da inovação. Para esse autor, a inovação e os processos que 
derivam desse método são instrumentos muito utilizados pelos empreendedores, pois, dessa 
forma, eles têm condições de criar opções novas de produtos ou serviços com mais frequência e 
colocá-las à disposição do mercado.
 Vejam então que um negócio pode sofrer mudança, e essa vem por meio de uma inovação 
implementada e que pode ser percebida pelos consumidores, pela concorrência e que acaba 
trazendo benefícios e desenvolvimento econômicos para o território e consequentemente para 
a região. O mercado tem se tornado cada vez mais competitivo, e qualquer gargalo pode criar 
grandes oportunidades de negócios e por isso o empreendedor deve se manter conectado com 
esses possíveis gargalos.
PARA PENSAR!
Você consegue identificar um empreendimento no seu 
bairro, cidade e/ou região que mudou a economia local? 
10
PARA PENSAR!
Uma crise econômica é conhecida como maléfica para 
os negócios, porém, segundo estudos, de uma crise 
pode-se tirar grande oportunidade tanto na criação de 
empreendimentos como também soluções dentro do 
âmbito empresarial. 
 A chave é acreditar no seu sonho, empreender, correr riscos calculados e iniciar as mudanças, 
as quais não apenas definem situações para que isso ocorra. O empreendedor também imagina 
visões sobre o que deseja alcançar. Sua tarefa principal parece ser a de imaginar e definir o que 
quer fazer e, quase sempre, como irá fazê-lo e com quem irá contar para estas mudanças.
1.3 O PROCESSO EMPREENDEDOR
 Quando um indivíduo ou grupo de indivíduos decide empreender, essa atitude, segundo 
Dornelas (2005), é influenciada por fatores externos, ambientais e sociais, a aptidões pessoais ou a 
um somatório de todos esses fatores, que são determinantes para o surgimento, implementação 
e crescimento de uma nova empresa, conforme pode ser visualizado na Figura 1. “O processo 
empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações associadas com a criação da empresa” 
(DORNELAS, 2012, p. 29).
Figura 1 – Fatores determinantes para o processo empreendedor.
Fonte: Adaptado de Dornelas, 2012.
11
 Dornelas (2012) apresenta as fases do processo empreendedor como:
• Identificar e avaliar a oportunidade;
• Desenvolver o plano de negócios;
• Determinar e captar os recursos necessários; e
• Gerenciar a empresa criada. 
 As fases são dispostas em sequência, mas por vezes desenvolvidas paralelamente, sem a 
necessidade de conclusão de uma fase para iniciar outra (Figura 2). De acordo com o autor, cada 
fase poderá ser aprimorada.
 Na sequência, são detalhadas essas fases para que você possa perceber os detalhes que as 
envolvem. 
 A fase de Identificar e avaliar a oportunidade caracteriza-sepela etapa de identificação 
das necessidades do mercado. Destacamos alguns pontos:
• quanto à criação e abrangência da oportunidade;
• quanto aos valores percebidos e reais da oportunidade;
• quanto aos riscos e retornos da oportunidade;
• quanto à oportunidade versus habilidades e metas pessoais;
• quanto à situação dos competidores.
 Essa é considerada uma fase exigente, por vezes difícil, na qual o conhecimento e a 
percepção do empreendedor são fundamentais para a continuidade do processo, sendo esta a 
identificação da oportunidade e o encontro entre oportunidade e competência.
 Após analisar o mercado e identificar a real oportunidade de negócio, a fase seguinte do 
processo empreendedor é a de Desenvolver o Plano de Negócios, o qual será visto na Unidade 
III: Modelagem de Negócios.
 Nessa etapa, segundo Dornelas (2005), é importante considerar alguns itens essenciais 
como:
 
• Sumário Executivo; 
• Conceito do negócio; 
• Equipe de Gestão; 
Figura 2 – As etapas do processo empreendedor
Fonte: Adaptado de Dornelas, 2012.
12
• Mercado e Competidores; 
• Marketing e Vendas; 
• Estrutura e Operação; 
• Análise estratégica; e
• Plano Financeiro.
 Por vezes cansativo, é a etapa de estudo e de alinhamento do processo criativo do 
empreendimento, pois requer dedicação e conhecimento do mercado em que se deseja 
empreender. Podemos dizer que essa etapa também serve de pré-teste do empreendimento, uma 
vez que é muito comum o empreendedor exercitar a concretização daquela ideia em cada etapa 
de elaboração do Plano de Negócios. É a oportunidade inclusive de revisar e até mesmo de alterar 
alguns objetivos que inicialmente pareciam fáceis ou viáveis, pois, enquanto ocorre a descrição 
das ideias, o empreendedor constata que é necessário aprimorar ou até mesmo abandonar 
determinada ideia.
 A outra etapa consiste em Determinar e captar os recursos necessários para implementar 
a ideia de negócio. Recursos esses que podem ser humanos e financeiros, materiais e imateriais. 
Outro ponto que se planeja nessa etapa é relacionada a quais fontes serão utilizadas nessa 
captação. As fontes poderão ser reservas pessoais do empreendedor e seus sócios, recursos de 
terceiros, por exemplo, empréstimos de familiares, amigos e pessoas próximas, ou recursos de 
instituições financeiras, como empréstimos para capital de giro e estoque que, dependendo das 
políticas econômicas, possuem taxas de juros atraentes e que incentivam o empreendedorismo.
 Essa etapa é essencial para a viabilização da ideia, pois sabemos que as finanças representam 
o coração do negócio, e para que se alcance o sucesso é necessário manter uma ótima saúde 
financeira, com riscos calculados para que não não ocorram surpresas indesejadas. Todo esse 
planejamento financeiro é possível de prever porque ele estará vinculado ao planejamento geral 
do negócio, ou seja, em cada etapa, existirá previsão de gastos e em contrapartida é necessária a 
previsão de receita ou de reserva financeira para cobrir determinada despesa.
 Por fim, Dornelas (2005) apresenta Gerenciar a empresa criada, ou seja, operacionalizar a 
ideia. Nessa fase, é implantada uma série de tarefas para que a empresa entre em funcionamento. 
Entre elas é possível destacar que, a partir da definição do modelo e estilo gerencial do 
empreendedor, ele implantará as ferramentas necessárias para acompanhar o funcionamento da 
empresa. Em geral, essas ferramentas servirão para acompanhamento dos resultados esperados e 
alcançados, metas futuras, encontrar soluções para os problemas que surgiram da implementação, 
adotar medidas e processos de melhoria contínua do empreendimento.
PARA PENSAR!
Essas ferramentas servirão para acompanhamento 
dos resultados esperados e alcançados, metas futuras, 
encontrar soluções para os problemas que surgiram da 
implementação, adotar medidas e processos de melhoria 
contínua do empreendimento.
13
1.4 CARACTERÍSTICAS DO INTRAEMPREENDEDORISMO
 Os estudos sobre intraempreendedorismo se iniciaram nos anos de 1980 e ganharam mais 
destaque a partir dos anos 2000. De acordo com os diversos estudos, o intraempreendedor é o 
indivíduo que desempenha suas atividades vinculadas a uma empresa. Ele possui caracterísiticas 
diferenciadas e consegue empreender dentro da própria organização, ou seja, intraempreender. 
Geralmente cabe a esse funcionário a responsabilidade por implantar projetos que necessitem de 
gestores com essas características arrojadas que fazem parte do perfil empreendedor.
O termo intraempreendedorismo foi cunhado na década de 1980 pelo consultor 
de administração Gifford Pinchot III. Quase duas décadas mais tarde, os dicionários 
passaram a apresentar o termo intrapreneur, que designa a pessoa que, dentro de 
uma grande corporação, assume a responsabilidade direta de transformar uma 
ideia ou projeto em produto lucrativo através da inovação e de assunção de riscos 
(LANA, 2010, p. 27).
 Para Lana (2010, p. 36), o “intraempreendedor adota uma forma de pensar diferente do 
típico empregado. Intraempreendedorismo, em qualquer nível, envolve assumir responsabilidades, 
operar como dono do projeto”. Note, então, que nem todos os funcionários possuem essas 
características e para alguns tipos de empresa elas são essenciais.
 Diante dessas peculiaridades, vem sendo formuladas inclusive capacitações específicas 
para preparar os colaboradores de empresas que necessitam realizar contratações de funcionários 
com esse perfil. Além disso, nota-se também o surgimento de diversas iniciativas em instituições 
como Sebrae, Endeavor, entre outras, voltadas para o estudo e desenvolvimento do tema junto às 
empresas com as mais diversas necessidades e perfis.
 Das características específicas e peculiares dos intraempreendedores, Lana (2010, p. 32) 
destaca em seu estudo as que constam na lista abaixo:
• São confiantes: sentem-se confortáveis com eles mesmos e com suas ideias e opiniões; 
• Possuem boas habilidades políticas e de negócios: sabem como as coisas são feitas na 
organização e como exercer sua influência através de diversos níveis e funções. Além disso, 
têm uma visão macro do negócio. Sabem qual é a agenda de prioridades da organização; 
• São ”networkers”: sabem quem devem conhecer, como encontrar e usar recursos e 
construir relações benéficas ativamente. Dão apoio a quem precisa e não estão pensando 
apenas neles mesmos. Pensam em colaboração e não em isolamento;
• São inovadores: enxergam oportunidades para melhorar, mudar ou introduzir ideias 
novas radicais e diferentes formas de pensar. Conseguem galvanizar apoio e realizar suas 
ideias.
 Para isso é importante compreender que existem dimensões distintas nesse campo de 
estudo. Essa visão é defendida por alguns autores, conforme apontado no Quadro1.
14
A primeira dimensão seria a inovação e a criação de novos 
negócios;
A segunda dimensão seria a renovação estratégica.
Zahra (1996)
O intraempreendedorismo se manifesta em ações 
coletivas surgidas a partir de ideias individuais, através do 
gerenciamento de incertezas.
Chung e Gibbons 
(1997)
O intraempreendedorismo é uma maneira de justificar a revi-
talização do desempenho das empresas em âmbito organiza-
cional.
Antoncic e Hisrich 
(2001)
Quadro 1 – Dimensões do intraempreendedorismo
Fonte: Adaptado de LANA, 2010, p. 28.
 Outra questão interessante a ser percebida é a mudança de comportamento dentro da 
organização que passa a tratar o funcionário de uma maneira diferente, pois esse deve receber 
estímulos para criar oportunidades que beneficiem a empresa. São essas pequenas iniciativas 
que, se somada a tantas outras, fazem com que a esse novo perfil de colaborador seja valorizado 
e, claro, fazem com que a empresa obtenha êxito.
Uma organização que estimula o intraempreendedorismo procura criar condições 
para que o funcionário se comporte como dono do negócio, construindo uma 
estrutura e um clima organizacional que apoiem e que permitam o desenvolvimento 
da inovação (LANA, 2010, p. 28).
 Contudo,um ponto importante levantado por Lana (2010, p. 28) é de que essa nova 
forma de agir na organização, essa espécie de revitalização, “deve estar condicionada não só aos 
objetivos organizacionais, mas também aos objetivos e aspirações pessoais dos funcionários”. Por 
isso, reforço a importância do autoconhecimento dos funcionários para que tenham condições de 
se desenvolver de acordo com seus propósitos pessoais e profissionais.
SAIBA MAIS!
Assista à inspiradora e bem humorada história de 
Robinson Shiba e de como surgiu a ideia da comida 
chinesa numa caixinha.
“Acredite em você, sempre!”, frase de Robinson Shiba 
fundador da empresa “China in Box”.
Tem que acreditar que vai dar certo. “Mas só acreditar 
sem implantação, sem ação, não funciona”. 
Para assistir ao depoimento dele acesse o link:
https://www.youtube.com/watch?v=POAfq1FyFBM
15
 Em um estudo desenvolvido por Lana (2010, p. 31-32) é recomendável inclusive 
que a empresa adote métodos para recompensar, estimular e valorizar o comportamento 
intraempreendedor e a inovação conforme lista a seguir:
• Recompensar o tipo de comportamento almejado: se a empresa busca, por exemplo, um 
comportamento voltado para inovação, deve recompensar boas ideias e sua implementação 
bem sucedida;
• Fazer com que seja adequado que as pessoas assumam riscos: para muitas organizações, 
isso pode ser bastante amedrontador, já que significa que as pessoas terão carta branca 
para cometerem erros. Contudo é preciso levar em conta que muitas ideias inovadoras são 
arriscadas, mas podem oferecer retornos financeiros proporcionais ao risco que se corre, 
caso deem certo. 
• Dar controle às pessoas: criar um ambiente aberto e de responsabilidade no qual 
intraempreendedores tenham controle sobre o conteúdo e o processo para que possam 
fazer as coisas como bem entenderem. 
• Promover transparência no negócio: deixar claro qual é a estratégia do negócio, onde 
está o foco para crescimento e desenvolvimento de novos produtos e como a inovação é 
uma peça-chave no futuro do negócio. 
• Fazer com que o aprendizado seja uma parte inerente ao negócio: a inovação pode 
ocorrer em ”bolsões” por função, região geográfica ou área de atuação. Para obter o 
máximo de vantagem sobre o sucesso e aprendizagem, é preciso que haja alguns processos 
para gestão do conhecimento e ideias, que devem ser abertos, acessíveis a todos e 
frequentemente usados e revisados para que a aprendizagem possa ser disseminada pela 
organização.
 Se as empresas souberem valorizar adequadamente esse funcionário, certamente 
os ganhos serão ainda maiores. E é interessante perceber nos estudos sobre o tema que o 
intraempreendedor se comporta e defende a empresa como se fosse o dono, o fundador. Por isso 
tudo, esse perfil de funcionário certamente é diferenciado.
 Por outro lado, desenvolver esse tipo de funcionário é algo novo para as empresas. É 
algo novo por duas razões. A primeira é porque nem sempre a inovação faz parte da empresa e 
funcionários que irão trabalhar com esses processos estarão mais preparados para isso. E, em 
segundo lugar, as empresas vêm fazendo uma série de alterações nos níveis hierárquicos e o perfil 
desse funcionário é bem interessante para que liderem processos, por isso acredito que será algo 
importante para as empresas se adaptarem futuramente.
SAIBA MAIS!
Aprenda mais sobre o intraempreendedorismo no portal 
da Endeavor, por meio do link:
https://endeavor.org.br/intraempreendedorismo-inovacao-
empresa/ 
https://endeavor.org.br/intraempreendedorismo-inovacao-empresa/ 
https://endeavor.org.br/intraempreendedorismo-inovacao-empresa/ 
16
 Todos esses esforços são para manter a empresa em funcionamento, mantendo o lucro 
e tendo condições de honrarem todos os compromissos perante governo, clientes, funcionários, 
fornecedores e a sociedade. 
 E mesmo sabendo que o foco é buscar retorno financeiro mantendo, valorizando e 
aumentando o Capital Financeiro e o Capital Físico, cabe aqui destacar outros tipos de capitais 
que vêm sendo inseridos nas discussões do ambiente empresarial. Esses outros tipos de capitais 
são o Capital Humano, Capital Social e o Capital Psicológico. Em um estudo apresentado por Lima 
e Nassif (2016, p. 4), eles buscaram compreender de que maneira ocorre o comportamento dos 
empreendedores e de que modo esses capitais se distinguem. No Quadro 2, são apresentados os 
fatores dessa distinção:
 Quando as relações internas na empresa são bem constituídas, indiferente do patrimônio 
financeiro que se estabelece, todos os estudos apontam para a importância desses capitais 
intangíveis que se formam nas empresas.
Enquanto o capital social está associado às questões sociais e culturais, o capital 
humano versa sobre as questões voltadas ao conhecimento, capacidades, educação 
e experiência. E o Capital Psicológico, por sua vez, representa quem os indivíduos 
são e em quem podem se tornar. (LIMA; NASSIF, 2016, p. 4)
 Por isso, além de incentivar o empreendedorismo, se a empresa investir na formação e 
fortalecimento do seu capital psicológico, certamente haverá novos ganhos. Um dos principais 
ganhos certamente é a perenidade da empresa, ou seja, a longevidade e sucesso da empresa ao 
longo dos anos, afinal, o empreendedor não sonha e cria a empresa para que ela exista por pouco 
tempo, não é mesmo?
Quadro 2 – Fatores que distinguem capital humano, capital social e capital psicológico
Fonte: Lima e Nassif, 2016, p. 4.
17
 Todos os que se dedicam ao sonho de empreender, querem obter êxito, mesmo sem saber 
ao certo como será o que vem pela frente. Por isso, para aprimorar os trabalhos com as equipes 
das empresas, cada vez mais os gestores de recursos humanos procuram implantar técnicas 
de psicologia positiva que “é centrada nos estudos das forças, das virtudes e dos aspectos mais 
positivos da vida, com vista ao desenvolvimento da autorrealização e do significado de vida das 
pessoas já saudáveis e felizes” (LIMA; NASSIF, 2016, p. 3).
 Acredito que esse será o futuro da gestão de recursos humanos nas empresas, pois cada 
vez mais as empresas têm essa necessidade de alterar a forma como isso vem ocorrendo. Veja 
que além de cumprir todas as exigências legais com seus funcionários, é necessário ir além... E 
essa abertura para essas questões novas é, sim, um diferencial perante seus concorrentes.
 No fechamento do estudo de Lima e Nassif (2016, p. 14), são evidenciadas as confirmações 
sobre a importância de investirmos mais em estudos e práticas que possam aplicar o Capital 
Psicológico também para entender o comportamento do empreendedor e do intraempreendedor. 
Entre as constatações que fizeram, eles citam:
• Componentes como esperança e otimismo podem contribuir com o enfrentamento dos 
desafios.
• Com a autoeficácia, é possível desenvolver estratégias e buscar caminhos que conduzem 
ao sucesso.
• Com a capacidade de resiliência, os empreendedores podem superar dificuldades em 
ambientes adversos.
• Usam o capital psicológico para enfrentarem as ameaças com comportamentos de 
superação.
 Os autores inclusive sugerem que o tema do capital Psicológico possa ser incluído em 
programas sobre empreendedorismo nos quais os participantes possam ser despertados para essa 
potencialidade “que poderá trabalhar a favor de seu crescimento e desenvolvimento, contribuindo 
desta maneira com seu processo empreendedor” (LIMA; NASSIF, 2016, p. 14). Afinal, essa 
recomendação faz todo sentido, pois na maioria das vezes o empreendedor trilha um caminho 
solitário em que a automotivação tem que ser frequente. Por isso, ele também necessita de apoio 
e incentivo e a psicologia positiva pode ser muito válida de ser aplicada com eles. É claro que, 
naturalmente, eles conseguem se automotivar, mas os seres humanos são passíveis de falhas e 
fraquezas, não é mesmo?
 Porque não adotar técnicas externas que possam vir para contribuir, melhorar e em alguns 
casos criar novas condições para que o empreendedor siga sempre motivado e fortalecidoem seu 
caminho? Sim, isso é possível e recomendável, inclusive com processos de Coaching, mentoria, 
entre outros.
 Nesta unidade, vimos as peculiaridades do comportamento empreendedor e 
intraempreendedor. Para cada um desses, abordamos sobre o processo criativo e a formação 
das ideias, bem como as dimensões e suas características. Outro ponto importante que foi 
abordado diz respeito aos tipos de capitais que passam a ser reconhecidos e valorizados: 
capital humano, social e psicológico. Por fim, destaco sobre a importância de as empresas 
se adaptarem tanto para a inovação quanto para estimularem um ambiente que propicie o 
desenvolvimento do intraempreendedorismo, pois certamente essa prática irá contribuir para 
melhorar a competitividade e a lucratividade. No próximo tópico, iremos entender a importância 
do intraempreededorismo no ambiente empresarial. Vamos lá?
18
1.5 A IMPORTÂNCIA DO INTRAEMPREENDEDORISMO NO AMBIENTE 
EMPRESARIAL
Figura 4 – O intraempreendedorismo
Fonte: Centro de Inovação de Maringá (2019)
 Na unidade anterior, você aprendeu sobre o significado, perfil e as características do 
intraempreendedorismo e de que maneira as empresas podem criar o ambiente favorável para 
que ele seja desenvolvido. Então, para essa unidade, eu gostaria de abordar com você sobre a 
importância desse incentivo e quais os benefícios para as empresas.
 Primeiro, é importante que as empresas compreendam o perfil do intraempreendedor, pois 
dessa forma será mais fácil aproveitar o resultado da produtividade que é apresentada por esses 
funcionários; lembrando que, da mesma forma que o empreendedorismo pode ser aprendido, 
o intraempreendedorismo também pode, ou seja, qualquer funcionário pode desenvolver esse 
perfil.
 Tendo como base as afirmações abaixo, dos estudos de Lana (2010, p. 27-29), vamos 
relembrar algumas características do empreendedor e que acabam sendo uma diretriz também 
seguida pelo intraempreendedor:
• a atitude empreendedora inclui o desenvolvimento e a melhora de velho ou novo produto, 
serviço, mercado, técnica de administração e tecnologias para desempenhar as funções 
organizacionais assim como mudanças em estratégias, nas suas organizações;
• a atitude empreendedora também influencia na forma como a empresa lida com os 
competidores num âmbito mais amplo;
 Na sequência, tendo como balizador os estudos desenvolvidos por Lana (2010, p. 27-29), 
são citadas diversas características diferenciadas do intraempreendedor:
• intraempreendedor é sempre o sonhador que apresenta a capacidade de transformar uma 
ideia em realidade;
• a atitude intraempreendedora é definida como a determinação em busca da solução nova 
ou criativa para desafiar e confrontar as velhas práticas da empresa;
• o intraempreendedorismo refere-se a um processo interno de uma empresa existente, 
independentemente do seu tamanho, e lida não somente com novos negócios, mas 
19
também com outras atividades e orientações inovadoras;
• os indivíduos intraempreendedores perseguem oportunidades independentemente dos 
recursos que controlam;
• no intraempreendedorismo, há o estímulo da criação de um ambiente em que 
inovações encontrem terreno fértil para surgir e transformar trabalhadores comuns em 
empreendedores de sucesso;
• o intraempreendedor é uma pessoa que foca em inovação e criatividade e que transforma 
um sonho ou ideia em um negócio rentável, ao mesmo tempo em que opera dentro do 
ambiente de uma organização;
• o intraempreendedorismo busca otimizar os benefícios dos principais stakeholders, 
aumentando, assim, o valor corporativo no longo prazo;
• no intraempreendedorismo, o pressuposto considerado é o de que reside nos trabalhadores 
da organização considerável parte da capacidade inovadora dela; e
• o intraempreendedorismo se manifesta em ações coletivas surgidas a partir de ideias 
individuais, através do gerenciamento de incertezas.
 Então, conforme citado acima, qualquer colaborador pode desenvolver essas habilidades, 
basta que ele queira se desenvolver e também que tenha o ambiente apropriado para isso. Há 
ainda grandes ideias de intraempreendedorismo que surgem por acidente. Um dos cientistas 
da 3M, pesquisando um adesivo para aplicação em tecnologia aeroespacial, acabou criando um 
produto com outro foco. Hoje, esse produto da 3M é conhecido como um papel adesivo que não 
deixa resíduos quando afixado. São os famosos Post-its. O processo de ideias é incremental. Sem 
um programa inteligente, possivelmente esse projeto seria considerado um fracasso, pois não 
gerou o resultado esperado. Foi preciso persistência e outros colaboradores que desenvolvessem 
um produto que aproveitasse a ideia inicial com sucesso (BRASIL, AEVO, 2018).
 Conforme aponta Lana (2010, p. 29), o “conhecimento necessário para a atividade 
intraempreendedora reside nas pessoas. São elas quem de fato identificam problemas e criam 
soluções para eles, visando ganhos para a organização“.
SAIBA MAIS!
E que tal pensarmos em algo diferente, por exemplo, não 
seguir os conselhos que você recebe ao longo da vida. 
Sim, alguns deles desmotivam o empreendedor. Para 
exemplificar isso, trouxe aqui o depoimento de Salim 
Mattar, fundador da Localiza Rent a Car.
“Quando 1 louco se junta com outros 5 para contar o 
momento de virada da sua jornada empreendedora, o 
resultado só pode ser uma noite histórica”.
“Os conselhos que não segui” 
https://www.youtube.com/watch?v=U0MrwFlLCCo 
20
 Nessas iniciativas intraempreendedoras, esses trabalhadores possuem habilidades para 
identificar imperfeições que surgem no ambiente de trabalho. E é como se captassem um tipo de 
desequilíbrio que surge a partir das informações internas e externas e têm condições de propor 
soluções e/ou melhorias que alcancem como resultado final ganhos econômicos ou financeiros 
para a empresa.
 Alguns pesquisadores estabeleceram uma classificação para as empresas que incentivam 
o empreendedorismo de maneira formal ou informal. No modelo formal, a empresa entende a 
importância e incentiva esse comportamento do funcionário. Já no modelo informal, a empresa 
não cria esse embiente e é o funcionário que tenta quebrar as barreiras para empreender. Vamos 
ver o detalhamento no Quadro 3 a seguir:
PARA PENSAR!
O intraempreendedorismo está mais vinculado à iniciativa 
individual, pois essa pessoa, por possuir comportamento 
autônomo e, de certo modo, um comportamento mais 
estratégico, sobrepõe-se quando é comparado a outros 
trabalhadores que têm mais dificuldades em desenvolver 
essas habilidades. 
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
Intraempreendedorismo 
Formal
Em geral, as organizações:
• Facilitam e incentivam o surgimento de empreendedores;
• Estimulam suas iniciativas;
• Promovem um ambiente de trabalho prazeroso;
• criam recompensas adequadas para esse perfil de 
funcionário;
• procuram eliminar ou minimizar barreiras que dificultam 
essas iniciativas;
• se esforçam por manter uma estrutura ampla e aberta 
de comunicação.
Intraempreendedorismo 
Informal
Esse tipo de intraempreendedorismo geralmente surge em 
empresas que não se dedicam a criar ambientes favoráveis a 
ideias novas.
Então, os empreendedores que se desenvolvem nesse tipo de 
ambiente mais agressivo, em condições mais rígidas, têm suas 
habilidades manipuladas por essas circunstâncias.
Quadro 3 – Classificação do intraempreendedorismo
Fonte: Adaptado de Lana, 2010, p. 29.
21
 Estamos vendo que estimular as atividades empreendedoras e intraempreendedoras 
pode fazer com a que a empresa obtenha ganhos estratégicos, de mercado, destacando-se em 
relação aos seus concorrentes. Por isso, um dos grandes desafios para as empresas, de qualquer 
porte e que atuam em qualquer segmento, é o de “criar meios e dar oportunidades para que seus 
intraempreendedores persigam e realizem essas visões, que devem estar alinhadas à estratégia 
da empresa” (LANA, 2010, p. 30).
 Em tempos de crise econômica, por exemplo, nem sempre as empresas conseguem 
manter as equipes e em algunscasos optam por terceirizar a mão de obra. Para esse tipo de 
ambiente, no qual se espera promover o intraempreendedorismo, essa atitude não é indicada, 
pois acaba colocando as estratégias nas mãos de funcionários que não estão tão vinculados ao 
core business da empresa, fazendo com que haja uma redução no nível de produtividade e atém 
mesmo de competitividade da organização. Por isso, a contratação de funcionários que estejam 
comprometidos com a empresa e com o “fazer” para que uma determinada ideia seja de fato 
implantada em muitos casos é bem mais indicada do que até mesmo criar planos de ação incríveis 
e quem nem sempre são implantados.
 Alguns autores defendem que esse “fazer” do intraempreendedor pode estar ligado à criação 
de novas iniciativas, projetos e negócios, mas também abrange as atividades administrativas, como 
as áreas funcionais “como RH, contabilidade, finanças, dentre outras áreas que não estão ligadas 
diretamente ao negócio” (LANA, 2010, p. 33). 
 Um dos autores pioneiros na definição sobre o intraempreendedorismo, Gifford Pinchot 
(1985, apud LANA, 2010, p. 33-34) indica uma lista com uma espécie de 10 mandamentos que 
podem ser utilizadas pelo empreendedor que quer realizar suas ações:
1) Faça qualquer trabalho que precise fazer para que seu projeto funcione 
independentemente da descrição de seu cargo; 
2) Divida o mérito sabiamente; 
3) Lembre-se de que é mais fácil pedir perdão do que permissão; 
4) Venha trabalhar a cada dia disposto a ser demitido, ou seja, trabalhe focado em 
executar ações sem temer a demissão ou represálias e seja consciente que inovação 
sempre gera resistência no ambiente que está inserida.
5) Peça conselhos antes de pedir recursos; 
6) Siga sua intuição com relação às pessoas; construa um time com os melhores; 
7) Crie uma coalizão discreta para trabalhar em sua ideia; fazer propaganda muito cedo 
ativa o sistema imunológico da corporação; 
8) Nunca aposte em uma corrida a não ser que você mesmo esteja competindo nela; 
9) Seja fiel a seus objetivos, mas realista a respeito das formas de como alcançá-los; e 
10) Honre seus patrocinadores
Core business corresponde à atividade principal da empresa, ou seja, o ponto forte 
e estratégico da organização (CHIARA, 2010).
22
 Embora essa lista dos 10 mandamentos possa ser considerada superficial e um tanto 
romântica, vem servindo de base tanto para compreender o perfil intraempreendedor e inspirar 
esses funcionários quanto em pesquisas nessa área que ainda é considerada nova e pouco 
estudada: o intraempreendedorismo.
 Então, cabe ao empreendedor, junto com os gestores de cada área, mostrar aos funcionários 
que eles têm o poder e a habilidade de inovar, verificando de que modo pretendem incentivar esse 
tipo de comportamento intraempreendedor, pois, como vimos, ele é benéfico para a empresa e 
para os colaboradores. Por outro lado, a empresa tem que estar preparada para querer criar esses 
ambientes, pois sem eles o intraempreendedor não tem condições de se desenvolver.
 Finalizamos esse item sobre o intraempreendedorismo e espero que esses novos tópicos 
tenham lhe ajudado a compreender a importância desse novo perfil de funcionário que acaba 
estimulando até mesmo um novo perfil de empresa, não é mesmo?
 Nesta unidade, vimos diversas características que ressaltam a importância do 
intraempreendedorismo especialmente para as empresas contemporâneas. Se a empresa souber 
utilizar estratégias e criar ambientes favoráveis para que esse perfil de funcionário certamente 
conseguirá ganhos em lucratividade e competitividade.
 No próximo tópico, veremos sobre os aspectos de desenvolvimento e implementação de 
uma empresa.
REFERÊNCIAS
ANTONCIC, B.; HISRICH, R. D. Intrapreneurship: construct 
refinement and cross cultural validation. Journal of 
Business Venturing, EUA v. 16, p. 495-527, 2001.
BRASIL, AEVO. 6 exemplos de intraempreendedorismo 
para se inspirar. Disponível em: https://blog.aevo.
com.br/6-exemplos-de-intraempreendedorismo-para-se-
inspirar/ Acesso em: 20 jun.2019.
CHIARA, Marco Modotte. Estudo das melhores 
alternativas para expansão de empresas do varejo no 
setor de vestuário. Ribeirão Preto: [s.n.], 2010. 151 f.
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas 
ao espírito empreendedor. 3. ed. - São Paulo: Saraiva, 2008.
CHUNG, L. H.; GIBBONS, P. T. Corporate entrepreneurship: 
the roles of ideology and social capital. Group & 
Organization Management, EUA, v. 22, n. 1, p. 10-30, mar. 
1997.
DORNELAS, José Carlos Assis. Transformando idéias em 
negócios. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
23
DRUCKER, F. P. Inovação e espirito empreendedor, 
prática e princípios. São Paulo: Thomson-Pioneira, 2003.
ENDEAVOR. Disponível em: <https://endeavor.org.br/>. 
Acesso em 08 de janeiro de 2017.
FREDER, Schirlei Mari; FREITAS, Vinicius Zamboni; 
MINGHINI, Luciano. Os 5 Ps do Empreendedorismo: 
um estudo de caso. Revista Cátedra Ozires Silva de 
Empreendedororismo e Inovação Sustentáveis. v. 1, n. 
1, 2016. Disponível em: < http://revista.isaebrasil.com.br/>. 
Acesso em 28 de dezembro de 2016.
GIMENEZ, Fernando Antonio Prado. Empreendedorismo, 
Sustentabilidade a vida de professor: prosa e poesia. 
Curitiba: Edição do Autor, 2015.
HISRICH, Robert D; PETERS, Michael P; SHEPHERD, Dean A. 
Empreendedorismo. Tradução Teresa Felix de Souza. 7. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. 
LANA, Bruno Maia Heringer. Intraempreendedorismo: 
uma análise das percepções do gestor sobre o perfil de 
seus funcionários. Faculdade de Ciências Empresariais. 
Universidade FUMEC. Dissertação de Mestrado. Belo 
Horizonte, 2010.
LIMA, Luciano Gonçalves de; NASSIF, Vânia Maria Jorge. 
Capital psicológico e comportamento empreendedor: 
uma análise da trajetória de mulheres empreendedoras. 
EGEPE, Passo Fundo, 16 a 18 de março de 2016. Disponível 
em: <http://www.egepe.org.br/2016/artigos-egepe/291.
pdf>. Acesso em: 21 de janeiro de 2017.
NAKAGAWA, M. H. Faça diferente, faça a diferença. São 
Paulo: Senac, 2013.
SILVA, Ozires. Cartas a um jovem empreendedor: realize 
seu sonho, vale a pena. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
YUNUS BRASIL. Disponível em: < http://www.
yunusnegociossociais.com/o-que-so-negcios-sociais>. 
Acesso em: 08 de janeiro de 2017.
ZAHRA, S. A. Governance, ownership, and corporate 
entrepreneurship: the moderating impact of industry 
technological opportunities. Academy of management 
journal, EUA, v. 39, n. 6, p.1713-1735, 1996.
24
 Chegamos ao final da primeira unidade de estudos, onde você compreendeu os diferentes 
contextos nos quais se inserem o empreendedorismo e o processo empreendedor. 
 Na próxima unidade você terá acesso a informações a respeito de como uma nova empresa 
entra em funcionamento. 
 Vamos adiante!
NA PRÓXIMA UNIDADE
25
UNIDADE II
O DESENVOLVIMENTO DE UM EMPREENDIMENTO
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE II
 Nesta unidade, você terá acesso a informações a respeito da maneira que uma nova 
empresa é desenvolvida e implantada, ou seja, como ela entra em funcionamento. 
 Vamos conferir?
2.1 DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM NEGÓCIO 
 Depois de termos estudado nas unidades anteriores de que maneira o empreendedor 
imagina e cria suas ideias de negócios, neste item, iremos acessar quais são os passos necessários 
para o desenvolvimento e criação de uma nova empresa ou negócio. É claro que existem inúmeras 
dicas e vários modelos de roteiros a serem seguidos, por isso cada empreendedor escolhe um que 
melhor atenda seu método de trabalho e também que seja adequado ao tipo de negócio que está 
sendo implantado.
 Um dos modelos mais seguidos é a do Plano de Negócios, pois é mais completo e aborda 
itens que vão desde a parte societária, jurídica, comercial, até financeira e estratégica. Outro modelo 
que vem sendo difundido mais recentemente e que veremos em outra unidade é a modelagem 
de negócios por meio da ferramenta Canvas. Essa opção faz outras abordagens interessantes que 
fazem o futuro empreendedor pensar em itens diferenciadosquando comparamos com o Plano 
de Negócios. Enquanto o Plano de Negócios é organizado num formato de documento, o Canvas 
é uma ferramenta mais visual e dinâmica em que o empreendedor consegue preencher de uma 
maneira até mais lúdica.
 
 Mas veja bem, os dois modelos citados servem de ferramentas que facilitam, e muito, a 
organização das ideias para esse futuro negócio e podem ser preenchidos inclusive de maneira 
complementar uma a outra. Certamente uma experiência muitíssimo interessante, pois trará 
inúmeros elementos diferentes para que o empreendedor se questione em relação a todos os 
aspectos dessa ideia que está prestes a se tornar uma empresa.
 Iniciando, então, o detalhamento de algumas fases, os autores Hisrich e Peters (2004) 
sugerem que sejam seguidas quatro grandes etapas ou fases para empreender:
• Identificação e avaliação da oportunidade
• Desenvolvimento do plano de negócios 
• Determinação dos recursos necessários
• Administração da empresa
26
 Essas etapas são essenciais para que a empresa seja implantada, pois instiga o empreendedor 
a pensar e realizar diversos processos-chave para que enfim a empresa inicie as atividades. No 
Quadro 4 estão explicitadas quais são essas fases.
 As quatro fases estão no topo de cada coluna e abaixo de cada uma delas é possível ver os 
itens a serem preenchidos ou pensados pelo empreendedor.
 As fases não podem ser preenchidas isoladamente, pois não farão sentido uma vez que 
elas são interdependentes. Por exemplo, ao “identificar e avaliar uma oportunidade (FASE 1), 
o empreendedor deve ter em mente o tipo de negócio desejado (FASE 4) já que é isto que vai 
nortear o tipo de negócio no qual o empreendedor estará buscando uma oportunidade para se 
estabelecer” (DIAS, 2010, p. 23). 
 Outro exemplo, na FASE 2, ao preencher o plano de negócios no item 4.0, o empreendedor 
deve preencher sobre o plano financeiro. Essa etapa está vinculada com todas as etapas da fase 3: 
recursos existentes do empreendedor, ausência de recursos e fornecedores disponíveis e acesso 
aos recursos necessários. 
 Em síntese, o empreendedor deve decidir de onde virão esses recursos. São recursos 
próprios? Seja de reservas pessoais ou reservas feitas para um futuro empreendimento? Ou são 
recursos de terceiros? Empréstimos ou financiamentos bancários, aceleradoras ou incubadoras, 
recursos trazidos por algum sócio, etc.
 Então, se analisarmos o passo a passo de cada fase apresentada no Quadro 4, será possível, 
ao final do processo, ter a visão global da empresa que está prestes a entrar em operação. 
Surgem, então, algumas perguntas: quanto tempo devo me dedicar para elaborar um plano de 
abertura de uma empresa? Isso depende e muito, principalmente, do tempo disponível do futuro 
empreendedor. Em geral, se ele dedicar tempo integral para preencher o documento com todas as 
informações, podemos dizer que em média levará de 20 a 30 dias. Mas, veja, não há um padrão de 
tempo e, sim, é importante pensar no preenchimento correto e sincero de todas as informações, 
pois, vale relembrar, é melhor que o erro aconteça no papel do que na vida real, não é mesmo?
Quadro 4 – Fases do empreendedorismo
Fonte: Hisrich e Peters, 2004, p. 55.
27
 Aqui no Brasil, uma das maiores organizações que disponibiliza orientações para o 
empreendedorismo, o Sebrae, realiza uma série de programas e projetos ao longo do ano, sempre 
disponibilizando o que tem de mais atual no mercado. Atualmente, existem alguns materiais 
disponíveis e num deles o Sebrae indica ao menos seis passos para se iniciar uma empresa. Vamos 
ver a seguir, no Quadro 5
 Os passos a serem seguidos são parecidos com as fases para empreender, que vimos 
no item acima. Mas, ao acessar o site do Sebrae, é possível encontrar os links que trazem mais 
detalhes atuais sobre o assunto.
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
1. Saiba que negócio abrir
Você quer se tornar um empreendedor mas não sabe por onde 
começar ou que negócio abrir? Então, faça pesquisas sobre 
Ideias de negócios e Tipos e Ramos de Negócios.
2. Veja se você tem perfil
Para tornar um negócio realidade, é preciso ter perfil em-
preendedor, conhecer a realidade do mercado e organizar um 
plano de negócios.
3. Reúna informações 
sobre o negócio
Em seguida, você precisa coletar informações para dar 
subsídio consistente à criação da empresa.
4. Organize-se A terceira iniciativa é organizar as informações coletadas.
5. Saiba como obter 
crédito para o seu 
negócio
É importante planejar como viabilizar o negócio com es-
tratégias financeiras, seja com reservas pessoais ou com 
financiamentos externos.
6. Coloque a mão na 
massa
A última etapa é registrar o negócio e torná-lo realidade 
por meio da formalização do empreendimento.
Quadro 5 – Seis passos para abrir a empresa
Fonte: Sebrae, 2017.
SAIBA MAIS!
Conheça o Programa do Sebrae “Começar Bem”. É 
indicado para desenvolver os futuros empresários 
que possuem uma ideia de negócio e munir os 
empreendedores de conhecimentos e técnicas essenciais 
para iniciar e desenvolver uma empresa competitiva, 
lucrativa e sustentável.
O vídeo pode ser acessado no link: 
https://www.youtube.com/embed/eVlKGkzfwVo
28
 Ao iniciar o processo de formalização, é necessário que o empreendedor tenha dados atuais 
em mãos, pois as leis mudam com frequência, então, contar com ajuda profissional evita erros e 
despesas desnecessárias. Além do mais, todo esse desenho e planejamento da futura empresa 
são essencias para que sejam escolhidas as melhores opções que vão desde a área econômica, 
tipo societário e principalmente a escolha da classificação tributária.
 Dependendo do volume de faturamento, a empresa pode se enquadrar na categoria 
Simples Nacional, criado nos últimos dez anos para incentivar a formalização e consequentemente 
aumentar a arrecadação de impostos. A repercussão tem sido muito positiva e, com muita 
frequência novas categorias de empresas recebem permissão para acessar essa modalidade. 
Porém, vale destacar que esse tipo de incentivo pode sofrer alteração ao longo do tempo e em 
alguns casos pode até ser extinto. Isso se deve ao fato de que esses benefícios muitas vezes são 
lançados como pacotes de medidas para incentivar a economia no sentido em que as empresas se 
formalizam, contribuindo para melhorar os índices econômicos incluindo a geração de emprego.
 Nos momentos nos quais a economia se estabiliza outros programas e projetos 
governamentais podem ser implantados, por isso não há garantia de continuidade desses 
benefícios.
 No entanto, mesmo com o apoio de outras assessorias, é muito importante que o 
empreendedor se aproprie e se interesse em conhecer esses processos, pois a responsAbilidade 
jurídica, seja cível, trabalhista, tributária e até criminal, é do empreendedor.
SAIBA MAIS!
Mais informações sobre o Simples Nacional no Portal do 
Governo Federal, no link:
https://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/
Default.aspx
Figura 5 – O processo burocrático
Fonte: Saraiva (2016)
29
 Por isso, trago um último quadro desta unidade (Quadro 6), adaptado dos estudos de 
Dias (2010), o qual indica outros 18 passos para formalizar a empresa. Veja! Nada mais é do que 
a sequência de procedimentos após a elaboração do Plano de Negócios, ou do Canvas. Outra 
informação importante é que no momento de decidir formalizar, é necessária a contratação de 
uma empresa contábil, pois a maioria desses processos é feita por esses profissionais.
 Ao cumprir esses passos, a empresa começa a funcionar e poderá abrir contas bancárias, 
contratar funcionários, emitir notas fiscais de suas vendas, receber mercadorias dos fornecedores, 
etc. Em geral, são procedimentos desconhecidos pelos empreendedores e como consequência 
temos a falsa informação de que é muito complicado e burocrático todo esse processo de 
formalização e em alguns casos esse é um dos motivos pelos quais o número de empresas 
formalizadas é baixo.
PASSOS A SEREM 
SEGUIDOS CATEGORIAS DA EMPRESA
1) Determinação do tipojurídico
• Sociedade Simples
• Sociedade Empresarial
• Empresa individual
• Empresa por Cotas ou de Responsabilidade Limitada
• Sociedade Anônima
• Sociedade em Comandita Simples
• Sociedade em Comandita por Ações
• Sociedade em Nome Coletivo
• Sociedade sem Fins Lucrativos
• Microempresa
• Empresa de Pequeno Porte
Definir, também, qual é o setor econômico da empresa:
 9 Setor Primário: empresas atuantes no setor agrícola. 
 9 Setor Secundário: empresas que atuam nas indústrias. 
 9 Setor Terciário: empresas atuantes na prestação de 
serviços. 
2) Consulta comercial A consulta comercial tem como objetivo a aprovação para o local de funcionamento da empresa, pela Prefeitura Municipal.
3) Busca de um nome 
comercial
Consiste em uma consulta na Junta Comercial para verificar se já 
existe alguma outra empresa registrada com o nome comercial 
pretendido.
Dependendo do tipo de empresa, o nome do fundador pode se 
tornar o nome da empresa, veja a seguir:
1. Firma Individual: o nome comercial será o nome do proprietário 
ao qual pode, ou não, ser acrescida a especificação da atividade;
2. Denominação: É um termo criado ao qual é acrescido o 
objetivo da empresa e o seu tipo jurídico que pode ser abreviado 
ou por extenso;
3. Razão Social: Consiste na utilização do nome de sócios.
Quadro 5 – Seis passos para abrir a empresa
Fonte: Sebrae, 2017.
30
4) Arquivamento do 
contrato social
O Contrato Social é o instrumento constitutivo, o item mais 
importante no começo de uma empresa, é como se fosse a 
certidão de nascimento de uma pessoa jurídica, decorrendo 
deste ato todos os seus direitos e obrigações. É a partir dele que 
a empresa passa a existir para a sociedade.
5) Solicitação do CNPJ
Para uma empresa, ter um número de CNPJ significa estar 
incluída no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas. É como se 
fosse o CPF da empresa.
6) Alvará de licença
O alvará de licença é o documento que permite o desempenho 
de atividades comerciais, industriais, agrícolas e de prestação de 
serviços, bem como sociedades e associações de qualquer tipo, 
sendo elas de pessoas físicas ou jurídicas.
7) Inscrição Estadual É o registro no Cadastro de Contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, da Receita Estadual.
8) Alvará Sanitário
A Licença Sanitária, ou também Alvará Sanitário, deve ser 
solicitada por todo estabelecimento que irá produzir, manipular, 
comercializar, armazenar ou transportar produtos e serviços 
que exerçam influência sobre a saúde humana, como farmácias 
e consultórios médicos ou odontológicos.
9) Matrícula no Cadastro
Específico do INSS (CEI): Segundo a Previdência Social, “todas 
as pessoas, físicas ou jurídicas, consideradas ou equiparadas 
a empresas pela legislação previdenciária, estão obrigadas à 
matricula, que se caracteriza como ato de cadastramento para 
identificação do contribuinte na SRP (Secretaria da Receita 
Previdenciária)”.
10) Inscrição Municipal – 
IM
É o número de identificação do contribuinte no Cadastro 
Tributário Municipal.
11) Autorização da 
Secretaria do Meio 
Ambiente
Para obter o licenciamento ambiental, o empreendimento 
deverá atender a algumas medidas de controle e restrições.
12) Autorização do Corpo 
de Bombeiros
De acordo com a atividade a ser desenvolvida, as prefeituras 
podem exigir uma vistoria técnica do estabelecimento e um 
Alvará de Licença do Corpo de Bombeiros atestando que 
as condições de segurança e proteção contra incêndios são 
adequadas às normas de segurança.
13) Vistoria de higiene e 
segurança do trabalho
Para fazer a solicitação da vistoria de higiene e segurança basta o 
empreendedor ir à Delegacia Regional do Ministério do Trabalho 
e preencher um formulário de solicitação.
14) Inscrição na Delegacia 
Regional do Trabalho – 
DRT
No caso de admissão ou demissão de empregados, estas 
deverão ser comunicadas à Delegacia Regional do Trabalho, por 
meio do preenchimento de um formulário lá fornecido.
15) Inscrição no Fundo de 
Garantia por Tempo de 
Serviço – FGTS
Para se inscrever no FGTS, o responsável pela empresa deve 
procurar uma agência da Caixa Econômica Federal.
31
16) Inscrição no sindicato 
patronal
A empresa deverá se inscrever no sindicato patronal da atividade 
a qual ela desempenha, iniciando o recolhimento do Imposto 
Sindical Patronal.
17) Livros fiscais exigidos Os livros fiscais devem ser autenticados antes do início das atividades da empresa ou a cada livro novo.
18) Impressão das notas 
fiscais
Para dar início às atividades da empresa, também será 
necessário, além da autenticação dos livros fiscais, a impressão 
das notas fiscais.
 De todos esses passos, boa parte deles são processos que o próprio contador encaminha, 
pois está dentro das competências desse profissional. Mesmo assim, é importante que o 
empreendedor acompanhe de perto essas etapas e que procure esclarecer suas dúvidas, sempre! 
Isso se justifica para o caso de ocorrer uma substituição de profissionais em sua equipe, etc., por 
isso é bem importante o envolvimento do empreendedor nesses processos burocráticos.
 Depois de todos os cadastros realizados vai ser importante a empresa manter em dia os 
pagamentos de todos os impostos, taxas e contribuições, pois somente dessa forma será possível 
emitir as Certidões Negativas de Débito – CNDs. As CNDs são essenciais para manter convênios 
e contratos, angariar financiamentos e empréstimos, inclusive ampliar a carteira de clientes, pois 
demonstra a idoneidade da empresa. E essa regra para as CNDs vale para as empresas vinculadas 
à economia tradicional, para o terceiro setor e também para os negócios sociais, pois todos 
têm CNPJ, demais inscrições junto a órgãos municipais, estadual e federal, bem como todas as 
responsabilidades fiscais e trabalhistas.
 Todas essas organizações são formais perante a legislação e perante a sociedade. E 
mesmo que estejam “informais”, acabam respondendo judicialmente. É um erro pensar que as 
iniciativas empreendedoras, mesmo sem a formalização, não têm nenhuma responsabilidade 
perante a sociedade. Tem, sim, e quando não ocorre a formalização, quem responde é a pessoa 
física, vinculada ao CPF, que acaba qualificando-a como microempreendedor ou alguma categoria 
equivalente.
 Esse é um dos grandes dilemas vividos pelos empreendedores brasileiros. Formalizar 
ou não formalizar? Eis a questão... Nas últimas décadas vem ocorrendo diversas mudanças nas 
legislações. E temos visto casos de empreendedores que, mesmo não formalizados, acabam 
respondendo judicialmente caso ocorra alguma situação, seja com fornecedor, funcionário ou 
cliente. 
 De outro lado, a não formalização impede o empreendedor de crescer, de angariar novos 
projetos. A orientação mais adequada é sempre pela formalização, por mais que seja um caminho, 
às vezes, complicado e burocrático. Os benefícios e vantagens são incontáveis e acima de tudo, a 
tranquilidade e segurança jurídica são indicadores que dificilmente conseguimos mensurar, pois 
são muito positivos.
 Então, conforme as pesquisas apontam, vale a pena iniciar os processos de formalização! 
Esses processos têm sido facilitados e acabam oferecendo inúmeras vantagens ao empreendedor, 
tais como: aumento de faturamento, permissão para participar de licitações, empréstimos, contratar 
funcionários, utilizar benefícios fiscais, participar de processos de importação e exportação, se 
beneficiar em relação à concorrência, entre tantos outros.
32
 Por fim, para encerrarmos, sugiro que você acesse a dica a seguir, na qual está postada 
uma série de vídeos com entrevistas com especialistas de diversas áreas. Nessas entrevistas, 
você poderá esclarecer dúvidas que quase sempre aparecem nas mais diversas etapas de um 
negócio. Além disso, é sempre muito positiva a iniciativa de capacitação continuada para todos os 
profissionais, especialmente para o empreendedor, pois é uma forma de manter-se atualizado e 
dessa forma inserir sua empresa sempre à frente da concorrência.
 Essas dicas einformações são gratuitas e de fácil acesso aos empreendedores e certamente 
trazem ganhos internos e externos para a empresa. Internos, pois propõem reflexões e melhorias 
contínuas nas áreas da empresa; e, externos, pois promovem a atualização de mercado, tanto 
junto aos concorrentes e o que eles têm feito, quanto à legislação e demais atualizações em seu 
ramo de atuação. Por fim, são inúmeros detalhes a serem tratados quando abordamos o tema de 
abertura das empresas, e afirmo que o tema e as dicas não se esgotam aqui. Mas, de modo geral, 
espero ter repassado um grande resumo dos principais tópicos que envolvem essas etapas e fases 
essenciais para colocar uma empresa em funcionamento no mercado.
SAIBA MAIS!
Conheça O Programa do Sebrae “Papo de Especialistas: 
Empreendedorismo”. É indicado para esclarecer dúvidas 
e buscar inspiração em casos reais de empreendedores 
brasileiros.
O vídeo pode ser acessado no link:
https://youtu.be/Hh12fRh8sh4
REFERÊNCIAS
DIAS, H. S. Guia para abertura de empresas. Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Administração. 
TCC em Administração. Porto Alegre, 2010.
HISRICH, R. D. PETERS, M. P. Empreendedorismo. Porto 
Alegre: Editora Bookman, 2004.
LANA, Bruno Maia Heringer. Intraempreendedorismo: 
uma análise das percepções do gestor sobre o perfil de 
seus funcionários. Faculdade de Ciências Empresariais. 
Universidade FUMEC. Dissertação de Mestrado. Belo 
Horizonte, 2010.
SEBRAE. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/
PortalSebrae/sebraeaz/6-passos-para-iniciar-bem-o-seu-
novo-negocio,a28b5e24d0905410VgnVCM2000003c74010aR
CRD>. Acesso em: 23 de janeiro de 2017.
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 Nesta unidade, vimos os passos e as fases para que uma empresa entre em funcionamento. 
Aos que pretendem empreender e aos que pretendem intraempreender, boa sorte! 
 Até nossa próxima unidade!
NA PRÓXIMA UNIDADE
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UNIDADE III
MODELAGEM DE NEGÓCIOS
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE III
 Nesta unidade, você irá se aprofundar um pouco mais sobre o que é, e de que modo 
você pode utilizar duas das ferramentas mais utilizadas para a criação de novas empresas: o 
Plano de Negócios e o Canvas. As duas ferramentas podem ser utilizadas para negócios iniciais 
ou para empresas já em funcionamento. E, é claro, são ferramentas que você, decidindo ser 
intraempreendedor, também poderá utilizar. 
 Vamos conferir?
3.1 UTILIZANDO O PLANO DE NEGÓCIOS PARA CARACTERIZAR A NOVA 
EMPRESA
 O Plano de Negócios é a ferramenta mais difundida no campo do empreendedorismo e 
da gestão de empresas. Ela foi adaptada para diversos perfis e tipos de empreendimento, sendo 
levada até a área dos negócios sociais, entre outras áreas.
 Quando comparada com o Canvas, ambas apresentam vantagens e desvantagens, e podem 
até ser utilizadas concomitantemente. Apenas são necessários alguns cuidados, pois, em dado 
momento, as ferramentas abordam os mesmos itens e, em outros, as ferramentas abordam itens 
totalmente diferentes, fazendo com que seja necessário um esforço maior para conciliar os dois 
métodos.
 Nesse primeiro item, para que possamos detalhar de que modo é possível preencher o 
Plano de Negócios, citamos o livro de Salim et al (2003) que é uma referência quando se trata do 
tema. Inclusive, para aprofundamento, recomendamos a busca desse material, pois é um livro 
“manual” com detalhamentos preciosos que auxiliarão na elaboração do Plano de Negócios.
 Vale comentar também que quando se fala do Plano de Negócios não existe um único 
modelo. Existem roteiros elaborados por autores e pesquisadores no campo da administração 
e gestão. Existem modelos adaptados para realidades e segmentos empresariais distintos. Por 
exemplo, um Plano de Negócios utilizado para uma empresa de comércio será diferente para uma 
empresa de serviços e bem diferente para uma indústria.
 Da mesma forma, se formos elaborar um Plano de Negócios para uma organização cultural, 
de saúde, que desenvolverão atividades no campo social, também haverá diferenças consideráveis. 
Então, você pode adotar um modelo que melhor atenda às suas necessidades. Inclusive é possível 
trazer novos itens para um determinado modelo que eventualmente não atenda à expectativa do 
negócio ou organização que está sendo idealizada.
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 Afinal, o que é um Plano de Negócios? “[...] é um documento que contém a caracterização do 
negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado 
e as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros” (SALIM et al, 2003, p. 3).
 Na Figura 6, é possível visualizar o resumo, ou síntese, de um negócio. São as perguntas 
essenciais para começar o processo de ideação que representa o pontapé inicial de todo o 
preenchimento da ferramenta do Plano de Negócios. Isso significa que, de um modo muito simples, 
essas são as primeiras perguntas a serem respondidas pelo empreendedor.
 Após essa primeira fase de reflexão, inicia-se então a etapa completa que é o preenchimento 
de todos os campos de um Plano de Negócios. Vamos ver as descrições no Quadro 7a seguir.
Figura 6 – Resumo do Plano de Negócios
Fonte: Salim et al, 2003, p. 61.
Quadro 7 – Detalhamento do Plano de Negócios
ITEM A SER PREENCHIDO O QUE É? E O QUE DEVE SER PREENCHIDO?
Sumário Executivo
“É um extrato competente e motivante do Plano de Negócios (p. 42) ”.
• Geralmente é o último item a ser preenchido;
• Informa de maneira clara e objetiva sobre o negócio.
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Resumo da Empresa
• Explica o que a empresa oferece;
• Informa quem são os proprietários, currículos e funções na 
empresa.
Produtos e Serviços
• Detalha quais produtos ou serviços a empresa irá oferecer;
• O empreendedor deve descrever com clareza e detalhes cada 
um dos itens que serão vendidos;
• Nessa etapa, é fundamental todo levantamento de custos e 
preço de venda dos itens e/ou serviços.
Análise de Mercado
• Deve ser feita projeção e análise de mercado e dos segmentos 
em que a empresa irá atuar;
• Nessa etapa também é feita a análise da concorrência;
Estratégia do Negócio
Para criar a estratégia, o empreendedor deve considerar:
• Quais segmentos deve se concentrar prioritariamente?
• Há alguma empresa na mesma área que tenha obtido sucesso?
• O que será ofertado ao mercado, em qual região, com qual 
preço?
• Estabelecer os argumentos de venda, seus pontos fortes e 
fracos.
Organização e Gerência 
do Negócio
• Definir a equipe de trabalho, nos diversos níveis;
• Estabelecer as áreas da empresa e suas atribuições;
• Se possível, desde o início estabelecer o plano de cargos e 
salários.
Planejamento Financeiro
• Elaborar projeções financeiras;
• Preparar análise de viabilidade do negócio;
• Comparar o plano financeiro com outras empresas 
concorrentes ou da mesma área;
• Calcular o ponto de equilíbrio econômico-financeiro;
• Fluxo de Caixa;
• Projeção do Balanço da Empresa;
• Indicadores Financeiros.
 Note que são diversos itens a serem preenchidos, o que leva muitos empreendedores a 
desistir do processo ou acharem que a ferramenta é muito difícil e demorada para ser preenchida. 
Sim, dependendo do nível de envolvimento do empreendedor com a área que pretende iniciar o 
negócio, o tempo de preenchimento pode variar de 30 dias a 6 meses. Mas, veja bem, ainda vale 
aquela consideração que já comentamos anteriormente: é bem melhor que o erro aconteça antes, 
no papel, não é verdade?
 Por isso, a insistência em destacarmos a importância dessa ferramenta. Por mais difícil que 
seja e em alguns momentos até chega a ser complicado o seu preenchimento, mas é imprescindível 
insistir na pesquisa, inserção dos dados. Ao fazer isso, o empreendedor reflete, se questiona, busca 
soluções e caminhos que muitas vezes, no cotidiano da empresa, ele não consegue visualizar essas 
questões.
 Vamos reforçar esse aconselhamento com a justificativa de Salim et al (2003, p. 116): 
[...] fica muito mais fácil administrar com todo o caminho a ser seguido 
tendo sido pensado antes e, da mesma forma, corrigir os rumos caso haja 
desviosdo planejado ou erros de avaliação. Diante disso, mesmo empresas 
que passaram muito tempo funcionando sem ter feito um Plano de Negócios 
podem perceber que vale a pena começar um. Ainda é tempo de mudar.
Fonte: Salim et al, 2003, p. 41-103.
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 Os autores Salim et al (2003, p. 242-246) fornecem cinco dicas importantes a serem 
seguidas nesse momento de abertura da empresa. Penso que no mínimo essas cinco dicas devem 
ser seguidas, não é mesmo? Vamos acessá-las no Quadro 8 a seguir:
PARA PENSAR!
Muito bem, após todo o esforço na elaboração e 
planejamento da nova empresa, tudo certo, chega o 
momento de implantar o negócio! Mas... papel aceita tudo, 
por isso, mais do que nunca, chega o momento de muito 
cuidado e zelo para que cada passo seja dado com muita 
segurança e tranquilidade.
O QUE FAZER? COMO FAZER?
1. Estabeleça um cronograma 
mensal para as tarefas e 
metas a serem cumpridas.
• Definir o que será feito no primeiro ano da empresa;
• Subdividir esses objetivos em metas e tarefas mensais;
• Estabelecer os responsáveis e os prazos para cada meta e 
tarefas;
• Definir momentos e reuniões para acompanhar o andamento 
dos processos;
• A definição de cronograma auxilia no cumprimento de prazos.
2.Detalhar os processos da 
empresa.
• Definir como começa e como termina cada fluxo e processo, 
dessa forma se definem normas de trabalho;
• Definir o responsável para cada processo;
• A vantagem é evitar que cada um crie seus próprios processos;
• Estabelecer regras para atendimento ao público (ao telefone e 
pessoalmente);
• Criar procedimento para a prestação de serviços;
• Adotar modelo para proposta comercial.
3. Acompanhar o processo 
burocrático de abertura da 
empresa.
• O contrato social é elaborado por um advogado e contador;
• Contratar um contador ou escritório contábil;
• Prever situações de desavenças dos sócios, criando um 
documento chamado acordo de sócios ou acionistas;
• Discutir esses assuntos polêmicos nessa etapa prevê 
problemas futuros.
4. Seguir as normas 
contábeis.
• Toda a orientação sobre enquadramento fiscal e tributário 
acontece nessa etapa;
• Após essa definição, essas informações estarão em 
consonância com o contrato social;
• Prever de que maneira ocorrerá a entrada e saída de recursos, 
seja em dinheiro como também em patrimônio;
• Prever de que maneira ocorrerá a entrada de mercadoria, 
pagamento de fornecedores, etc. Tudo deve estar alinhado 
com a legislação vigente.
Quadro 8 – Implantando o Plano de Negócios
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5. Planejar o processo de 
abertura da empresa
• Dependendo do número de sócios, é importante estabelecer o 
cronograma de como a abertura da empresa ocorrerá;
• Estabelecer as datas de reuniões de acompanhamento, que no 
início podem ser semanais, depois mensais;
• Definir claramente o papel de cada sócio. Qual deles de fato irá 
trabalhar na empresa, pois, em alguns casos, alguns sócios não 
se envolvem com o negócio e, sim, entram com patrimônio;
• Evitar “apagar incêndio” no cotidiano da empresa. A maioria 
dos problemas podem ser resolvidos com planejamento;
• Lembrar de seguir o guia: Plano de Negócios, consultando 
sempre que necessário.
Fonte: Adaptado de Salim et al, 2003, p. 242-246.
 Para abrir a empresa, essas são dicas mínimas a serem seguidas e, é claro, existem muitas 
outras variáveis e possíveis situações. Por isso, o perfil empreendedor fala mais alto. Esse indivíduo 
não tem medo dos desafios e dos obstáculos, é movido pelo sonho de ter seu próprio negócio e 
esse é o principal combustível do sucesso. 
 Finalizamos aqui essa primeira parte do nosso conteúdo e agora seguimos para o segundo 
item: a ferramenta Canvas. Vamos lá?
SAIBA MAIS!
Para acessar um outro manual de preenchimento do 
Plano de Negócios, indico o link abaixo. É um material 
preparado pelo Sebrae em 2013:
Link: http://www.bibliotecas.sebrae.com.
br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.
nsf/5f6dba19baaf17a98b4763d4327bfb6c/$File/2021.pdf
3.2 A FERRAMENTA CANVAS PARA A MODELAGEM DE NEGÓCIOS
 Vamos conversar agora sobre a ferramenta Canvas. Você já ouviu falar? Ela tem sido 
difundida pelos autores Alexander Osterwalder e Yves Pigneur, que em 2011 lançaram o livro 
“Business Model Generation: Inovação em Modelos de Negócios”. Nesse livro, eles detalham 
todo o conceito do modelo e como aplicá-lo. E a própria elaboração e escrita do livro também é 
inovadora, pois foi escrito por coautoria, envolvendo 470 pessoas de 45 países, cada um com sua 
visão de mundo e visão de negócios.
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 Canvas é uma ferramenta dinâmica, mais visual, por meio da qual o processo e o modelo do 
negócio vão sendo construídos ao longo do tempo. É como se fosse um quadro, que é visual mesmo, 
em o modelo de negócios da empresa vai sendo elaborado quase como se fosse desenhado.
 É indicado para as empresas que iniciais ou empresas que já estão em funcionamento. 
E a aplicação dessa ferramenta pode ser feita para qualquer tipo e porte de empresa, seja uma 
panificadora, frutaria, um açougue, uma indústria, uma empresa que trabalha com criatividade, 
um consultório médico ou odontológico, enfim, é possível uma infinidade de aplicações.
 Os autores Osterwalder e Pigneur justificam a utilização da ferramenta e explicam que os 
modelos de negócios mudaram ao longo do tempo. Entendo que os modelos mudaram em todas 
as áreas: comércio, serviço e indústria.
Tradicionalmente, a maioria das indústrias era caracterizada por um Modelo 
de Negócio dominante. Isso mudou radicalmente. Hoje temos muito mais 
opções ao projetar um novo Modelo de Negócios. Atualmente, diferentes 
modelos competem nos mesmos mercados, e as fronteiras entre as indústrias 
se misturam - ou desaparecem totalmente (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011, 
p. 136).
 
 Outro ponto muito importante que os autores comentam, e que também abordamos 
nas unidades anteriores, é a respeito da inovação. Ela não significa somente se preocupar com 
a concorrência, também não é copiar nem comparar o que sua empresa oferece ao mercado ou 
com o que a outra empresa está fazendo. Vai muito além disso! É um novo jeito de olhar o cliente, 
o mercado e as infinitas oportunidades.
Figura 7 – Ideia de um novo plano de negócios
Fonte: Ismagilov (2019).
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A inovação em Modelos de Negócios não tem nada a ver com observar a 
concorrência, já que inovar não é copiar ou comparar, mas criar novos 
mecanismos de criação de valor e receitas. Ao contrário, inovação em 
Modelos de Negócios significa desafiar as ortodoxias para projetar modelos 
originais que atendam a clientes insatisfeitos, novos ou que nem haviam sido 
considerados (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011, p. 136).
 Por isso, a ferramenta Canvas vem ganhando espaço quando comparada com o Plano de 
Negócios. Ela é mais dinâmica e dá mais abertura para criações coletivas, ou as cocriações. E 
empresas que trabalham com processos de inovação necessitam desses ambientes e também 
métodos diferenciados.
 Iniciando a explicação da ferramenta Canvas, ela se divide em nove blocos (veja como é 
visual) que também podemos chamar de etapas. E quando se conclui o preenchimento, tem-se o 
entendimento do que é a operação da empresa e, principalmente, qual é a proposta de valor a ser 
repassada para o mercado. 
 Geralmente, é preenchido com pequenos papeis colantes (post it) que podem ser mudados 
de lugar ou dar lugar a novas ideias, enquanto o Canvas vai sendo preenchido. Na Figura 8, vemos 
com detalhes quais são os itens a serem preenchidos para que se tenha a visão do negócio.
 Seguindo para a parte prática, para utilizar a ferramenta, é possível imprimir o modelo 
em papel de tamanho A0 (A zero) ou A1 (A um) pois é um grande formato que, fixado na parede, 
permite a visão completa da construção da modelagem do negócio. A partir da fixação do papel 
na parede, inicia-se o preenchimento dos papéis colantes respondendo item a item. Nessa 
etapa, sugerem-se algumas dinâmicas de equipe, envolvendo várias pessoas, pois a proposta é 
também a geração de ideias de forma coletiva, cocriando

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