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Medidas antropométricas Altura: Quando o paciente é capaz de ficar em posição ortostática, a altura é aferida em balança com estadiômetro ou com fita métrica inextensível com precisão de 0,1 cm, afixada em superfície lisa, vertical e sem rodapé. Para uma medida precisa é importante que cinco pontos anatômicos estejam próximos à parede ou ao estadiômetro: calcanhares, panturrilha, glúteos, escápulas e ombros. Os joelhos devem estar esticados, os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo. A cabeça deve estar erguida, formando um ângulo de 90° com o solo, e os olhos mirando um plano horizontal à frente. Em seguida, o estadiômetro é baixado até que encoste na cabeça, com pressão suficiente para comprimir o cabelo. (O cabelo não pode estar preso por tiaras ou outros adornos, pois podem comprometer a acurácia da medida.) Em crianças até 2 anos de idade, recomenda-se medir a altura (comprimento) com ela deitada, utilizando uma régua antropométrica que possui uma base fixa no zero e um cursor. Após essa faixa etária, mede-se a altura (estatura) da criança em pé, comparando-se a altura obtida com tabelas pediátricas para a idade e sexo. Deve-se marcar o ponto na curva de crescimento que existe na caderneta de saúde da criança, que está disponível no site do Ministério da Saúde e também nas unidades de saúde do SUS e nas maternidades. No idoso, observa-se diminuição na altura com o passar dos anos devido ao encurtamento da coluna vertebral, em virtude da redução dos corpos vertebrais e dos discos intervertebrais. Além disso, há aumento da curvatura e/ou osteoporose. Dessa forma, para o idoso é mais adequado fazer a medida da altura, uma vez que aferida será quase sempre maior que a atual. Há algumas equações para estimar a altura a partir de medidas de segmentos corporais, tais como altura do joelho, da envergadura ou semienvergadura. Altura do joelho. A estimativa da estatura por meio da altura do joelho é a forma mais utilizada, pois não se altera com o aumento da idade. O paciente deve estar sentado, com os pés no chão. Contudo, nas situações em que não haja possibilidade de sentá-lo, ele deve ser disposto no leito em posição supina com a perna colocada perpendicularmente ao colchão. A medida é realizada tomando como referência o ponto ósseo externo, logo abaixo da rótula (cabeça da tíbia), até a superfície do chão ou colchão. Preferencialmente a medida deve ser realizada na parte interna da perna. Após a mensuração da altura do joelho, pode-se estimar a altura do paciente usando as fórmulas, que contemplam diferentes faixas etárias, sexo e etnias. Envergadura e semienvergadura do braço. Outra alternativa para estimar a altura é pela medida da envergadura ou semienvergadura do braço. Para isso, o paciente não pode estar com vestimentas que dificultem a total extensão do braço. Com o paciente de frente para o avaliador, em posição ereta, recostado na parede, tronco reto, ombros nivelados, braços abertos em abdução de 90°, mede-se a semienvergadura com uma fita métrica inextensível paralelamente à clavícula, verificando a distância entre o ponto médio do esterno e a falange distal do terceiro quirodáctilo. A medida da semienvergadura vezes dois corresponde à estatura real, obtida de acordo com a fórmula de Rabito. Altura recumbente Embora a altura recumbente possa superestimar a altura real (aproximadamente 3 cm no sexo masculino e 4 cm no sexo feminino), essa é uma opção para pacientes acamados em virtude de politrauma ou outras condições que inviabilizem a medida da altura do joelho e/ou da semienvergadura ou da envergadura. Semiotécnica. Com o paciente em posição supina, o leito em posição horizontal completa, a cabeça em posição reta, realizam-se as medidas pelo lado direito do corpo por meio da marcação no lençol na altura do topo da cabeça e da base do pé (pode ser utilizado um triângulo). Em seguida, mede-se o comprimento entre as duas marcas com fita métrica inextensível. Peso: O peso corporal é a soma de todos os componentes da composição corporal: água e tecidos adiposo, muscular e ósseo. Sua avaliação é útil para determinar e monitorar o estado nutricional, utilizado como marcador indireto da massa proteica e reserva de energia. Peso atual. Utiliza-se uma balança mecânica tipo plataforma ou digital. Antes da aferição, é necessário sempre calibrar a balança. O paciente deve ser pesado descalço, com a menor quantidade de roupa possível, posicionado no centro da balança, com os braços ao longo do corpo. Em paciente incapacitado de se colocar em posição ortostática ou de deambular, o peso pode ser aferido em cama-balança ou em balança para pesagem em leito, que não é muito usada pelo alto custo. É importante ressaltar que no momento da pesagem, algumas variáveis podem interferir, como: colchão casca de ovo ou pneumático, coxim, lençóis, cobertores, excesso de travesseiros, hastes para soro e medicamentos, bomba de infusão, bolsa para coleta de urina, entre outras. Se possível, a fim de evitar um peso superestimado, considerar apenas o peso da cama contendo um colchão comum, um travesseiro, um lençol e uma fronha. Para recém nascidos, utiliza-se a balança pediátrica. A criança deve estar sem fraudas e outras vestimentas, pois pequenos gramas podem resultar em alteração significativa na classificação do peso. Uma criança que nasce a termo deve ter peso superior a 2,5 kg. Em relação à criança, vale o mesmo já mencionado sobre o uso da caderneta de saúde e uso das curvas de peso para acompanhar o ganho de peso até os 10 anos de idade. Deve-se sempre explicar para os pais ou responsáveis como está a curva de peso para a idade da criança em relação às linhas coloridas: ◗ A linha verde significa a média ◗ Se a criança estiver entre a linha vermelha e a preta abaixo da média, está com baixo peso ◗ Se estiver entre a linha vermelha e a preta acima da média, está com sobrepeso ◗ Quanto mais perto os dados estiverem da linha vermelha, é necessário tomar as devidas providências, investigando as condições familiares e sociais, o aleitamento, a alimentação e os sinais e sintomas de problemas de saúde. Peso usual/habitual. Utilizado como referência na avaliação das mudanças recentes de peso e em casos de impossibilidade de medir o peso atual. Geralmente é o peso que se mantém por maior período de tempo. Peso ideal/desejável/teórico. É o peso definido de acordo com alguns parâmetros, tais como idade, biótipo, sexo e altura. Devido a variações individuais no adulto, o peso ideal pode variar 10% para abaixo ou para cima do peso teórico. A utilização do peso ideal no cálculo calórico do suporte nutricional para pacientes gravemente desnutridos deve ser individualizada, pois podem ser “superalimentados”, originando complicações respiratórias, metabólicas e hepáticas. Além disso, obesos podem ser “subalimentados”. Nos casos extremos de desnutrição é aconselhável a utilização do peso ideal ou atual estimado, enquanto nos obesos mórbidos, o peso ideal deve ter o seu valor ajustado. O peso ideal pode ser calculado a partir do IMC, pela seguinte fórmula: Peso ideal = altura 2 × IMC médio IMC ideal: homens: 22 kg/m 2 ; mulheres: 21 kg/m 2. Peso ajustado. É estimado a partir do peso atual (PA) e do ideal (PI). É bastante utilizado para realizar prescrições de dietas em pacientes ambulatoriais ou para suporte nutricional em pacientes hospitalizados. · Peso ajustado para obesidade: Peso ajustado = (PA – PI) × 0,25 + PI · Peso ajustado para desnutrição: Peso ajustado = (PI – PA) × 0,25 + PA Peso corrigido. Deve ser utilizado para pacientes amputados. Peso estimado. É o peso obtido a partir de fórmulas ou tabelas. É utilizado quando inexiste a possibilidade de obtenção do peso atual ou quando não se pode pesar o indivíduo. A fórmula mais aplicada é a que utiliza a altura do joelho e a circunferência do braço. A circunferência do braço é aferida no ponto médio entre o acrômio e o olécrano, com o braço estendido lateralmente ao tronco. Para encontrar o ponto médio, o cotovelo deve estarfletido em 90°. Peso seco. O peso corporal seco é o peso descontado de edema e ascite. O valor a ser descontado depende do local e grau do edema. Índice de massa corporal O índice de massa corporal (IMC) é amplamente utilizado como indicador do estado nutricional, por ser obtido de forma rápida e de fácil interpretação. É expresso pela fórmula: IMC = peso atual (kg)/altura 2 (m). Cumpre salientar que o IMC não distingue massa gordurosa de massa magra; assim, um paciente musculoso pode ser classificado com “excesso de peso”. Deve-se ainda estar atento ao biótipo do paciente. Um IMC entre 17 e 19 não necessariamente é indicativo de desnutrição, pois outros aspectos devem ser considerados no exame físico e na anamnese, como o histórico de evolução do peso. O IMC também é utilizado para crianças e adolescentes. Para adolescentes a partir de 15 anos é necessário avaliar o estágio de maturação sexual e se o mesmo já passou pela fase do estirão, ou seja, rápido crescimento em estatura. Circunferência da cintura A circunferência da cintura (CC) é utilizada para o diagnóstico de obesidade abdominal e reflete o conteúdo de gordura visceral, ou seja, aquela aderida aos órgãos internos. Essa gordura apresenta grande associação com a gordura corporal total, sendo o tipo de obesidade mais comumente associada à síndrome metabólica e às doenças cardiovasculares. Menos medida Semiotécnica. A medida da CC é determinada com uma fita métrica inextensível, em centímetros, posicionada no ponto entre a última costela e a crista ilíaca, sem fazer pressão, em plano horizontal. Indivíduos com CC muito aumentada têm maior risco cardiovascular e são classificados como apresentando obesidade abdominal (AO). 30-34,5: obeso 35-39,9: obesidade severa 40: obesidade mórbida Abdome: maior medida AO NÍVEL DA CICATRIZ UMBILICAL Quadril: glúteos ao quadril baixo risco:<94 e <80 risco aumentado: 94-101 e 80-87 risco muito aumentado: 102 ou + e 88 ou +
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