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DISCIPLINA ECONOMIA AMBIENTAL AULA 09 VALORAÇÃO AMBIENTAL AUTOR JUDICLEIDE DE AZEVEDO NASCIMENTO TECNÓLOGO EM GESTÃO AMBIENTAL DISCIPLINA ECONOMIA AMBIENTAL AULA 09 VALORAÇÃO AMBIENTAL AUTOR JUDICLEIDE DE AZEVEDO NASCIMENTO TECNÓLOGO EM GESTÃO AMBIENTAL GOVERNO DO BRASIL Presidente da República DILMA VANA ROUSSEFF Ministro da Educação RENATO JANINE RIBEIRO Diretor de Educação a Distância da CAPES JOÃO CARLOS TEATINI Reitor do IFRN BELCHIOR DE OLIVEIRA ROCHA Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação JOSÉ YVAN PEREIRA LEITE Coordenador da Editora do IFRN PAULO PEREIRA DA SILVA Diretor do Campus EaD/IFRN ERIVALDO CABRAL Diretora Acadêmica do Campus EaD/IFRN ANA LÚCIA SARMENTO HENRIQUE Coordenadora Geral da UAB /IFRN ILANE FERREIRA CAVALCANTE Coordenadora Adjunta da UAB/IFRN MARLI TACCONI Coordenadora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA ECONOMIA AMBIENTAL AULA 09 Valoração ambiental Professora Pesquisadora/Conteudista JUDICLEIDE DE AZEVEDO NASCIMENTO Direcão da Produção de Material Didático (em substituição eventual) LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA Coordenação de Produção de Mídia Impressa (em substituição eventual) WAGNER RAMOS CAMPOS Coordenação de Revisão WAGNER RAMOS CAMPOS Revisão ABNT EDINEIDE MARQUES Revisão Linguística ELIZETH HERLEIN Revisão Pedagógica KALINA PAIVA Projeto Gráfico BRENO XAVIER Diagramação GEORGIO NASCIMENTO Ficha Catalográfica N244t Nascimento, Judicleide de Azevedo. Tecnólogo em Gestão Ambiental : Economia Ambiental : Aula 09 : Valorização ambiental / Judicleide de Azevedo Nascimento. – Natal : IFRN Editora, 2015. 19f. : il. color. 1. Gestão Ambiental. 2. Meio Ambiente – Economia. 3. Valoração Ambiental. 4. Gestão Ambiental. 5. Educação a Distância. I. Título. RN/IFRN/EaD CDU 504 Ficha elaborada pela bibliotecária Edineide da Silva Marques, CRB 15/488 5 VALORAÇÃO AMBIENTAL APRESENTANDO A AULA Caro aluno Vimos, na última aula, que a Política Nacional do Meio Ambiente foi criada para proteger os recursos naturais do nosso país que estavam sendo apropriados sem nenhuma regulamentação. Mesmo depois da criação dessa política, ainda registramos um desmatamento de forma acentuada que vem comprometendo o equilíbrio dos nossos ecossistemas e a permanência da população em determinados lugares. Dando continuidade à discussão da disciplina de Economia Ambiental, trataremos, nesta aula, da Valoração Ambiental que consiste em atribuir valores aos recursos naturais em relação aos bens econômicos. Nessa perspectiva, trataremos dos métodos utilizados na valoração ambiental, destacando seus pontos positivos e negativos. Bons estudos! DEFININDO OBJETIVOS Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: • conhecer as características da valoração ambiental e os motivos que justificam a necessidade de valorar os bens naturais; • analisar a importância da valoração ambiental para a Gestão Ambiental; • entender os métodos da valoração ambiental. 6 ECONOMIA AMBIENTAL DESENVOLVENDO O CONTEÚDO Conhecendo a definição de valoração ambiental Nos últimos anos, temos observado que os recursos naturais estão sendo usados de modo desordenado para atender às necessidades do sistema econômico capitalista. Então, é importante que os gestores incorporem a necessidade de proteger os recursos naturais para que possamos ter um futuro mais justo para todos. Pensando nessa perspectiva, determinaram-se alguns métodos de valoração econômica dos recursos naturais na Gestão Ambiental para que fossem determinados custos e benefícios ambientais com a instalação de algum empreendimento ou investimento. Então, antes de aprofundarmos o conhecimento sobre valoração ambiental, vamos entender o que é valorar. Valorar é quando se atribui valor a um recurso natural, considerando uma série de características e a importância do mesmo para a sociedade. Assim, “determinar o valor econômico de um recurso ambiental é estimar o valor monetário deste em relação aos outros bens e serviços disponíveis na economia” (MOTTA, 1997, p. 1). Isso significa que quando atribuímos valores aos recursos naturais estamos comparando-os a bens e serviços que fazem parte da Economia, o que pressupõe a necessidade de levarmos em consideração o aspecto de proteção desses recursos para as futuras gerações. Mas é possível atribuir valor a um recurso natural? Você concorda com essa valoração dos recursos naturais? Reflita sobre esse assunto e responda a esses questionamentos no final dessa seção textual. Voltando mais uma vez à discussão sobre valoração ambiental, para Furtado (2010, p. 12), essa valoração tem como objetivo “[...] incorporar os custos e benefícios gerados pelas atividades econômicas, para que os agentes econômicos possam tomar decisões mais coerentes no que diz respeito à utilização dos recursos naturais”. Assim, para garantir uma valoração, é necessária a incorporação de custos e benefícios Fig. 01 - Valor Fo nt e: N as ci m en to (2 01 5) . 7 VALORAÇÃO AMBIENTAL ambientais. Vamos entender essa questão de custo e benefício usando um exemplo bem prático: Uma pessoa vai comprar uma geladeira para sua residência e começa a fazer uma pesquisa nas lojas de eletrodomésticos para averiguar os valores desse bem. Depois de um dia exaustivo de consultas, percebe que existem várias marcas no mercado, com valores diversos e precisa decidir sobre qual marca é a mais adequada à sua realidade doméstica. Então, nesse caso, o consumidor está realizando uma relação entre custo e benefício, ou seja, está averiguando o que vai gastar e quais benefícios essa geladeira proporcionará para ela e sua família. Relacionando esse exemplo prático com a questão inerente à valoração ambiental, é importante que se leve em consideração a análise dos custos e dos benefícios ambientais produzidos por uma atividade econômica para que se possa decidir sobre o que é mais adequado para a proteção do meio ambiente e para a sociedade. Para Tolmasquim (2009, p. 328), no custo-benefício “[...] são comparados os custos de uma operação ou de um projeto (em presença de medidas de proteção do meio ambiente) e os benefícios correspondentes (aqui os danos evitados) em uma unidade monetária comum”. Com efeito, a análise desses custos e benefícios, na instalação de um investimento, permite reduzir os transtornos ambientais e ainda garante um uso adequado de recursos raros. ATIVIDADE 01 1. Exercite sua escrita definindo o termo valoração ambiental. _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ 2. Na sua opinião, é possível atribuirmos valores aos recursos naturais? Defenda seu posicionamento e estabeleça com seus colegas, na plataforma virtual de aprendizagem, um diálogo a respeito desse tema. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 8 ECONOMIA AMBIENTAL Os métodos de valoração econômico-ambiental Vimos, anteriormente, que, para determinar a valoração ambiental, é preciso levar em consideração os custos e os benefícios de qualquer ação realizada no ambiente. Os métodos de valoração econômica ambiental, por sua vez, são considerados instrumentos de análise que levam em consideração o custo e o benefício de um determinado projeto, ação e até mesmo de uma política pública que pode ser implantada em uma área. De acordo com Furtado (2010), os primeiros métodos de valoração ambiental surgiram nos Estados Unidos, tendo sido utilizados para avaliar a implantação de projetos hídricos. Com a obtenção de resultados positivos com essa análise, esses métodos foram sendo amplamente utilizados e começaram a ser introduzidos na Gestão Ambiental. Mas é importante lembrarmos que,antes de conhecermos esses métodos de valoração ambiental, é preciso entender que os recursos naturais são bens de valores inestimáveis, pois são imprescindíveis para a sobrevivência da humanidade e para a manutenção da vida no planeta Terra, por isso a dificuldade em estabelecer valores. Mesmo assim, alguns métodos foram criados para possibilitar a valoração desses recursos. É importante lembrar que, geralmente, utilizamos o instrumento denominado Valoração Econômica dos Recursos Ambientais (VERA) que é formado por valores de uso e de não uso (MOTTA, 1997). De acordo com esse autor, para entendermos melhor essa questão, é preciso mensurar que esse método pode ser definido pela seguinte expressão: VERA = (VUD + VUI + VO) + VE Dessa forma, a Valoração Econômica dos Recursos Ambientais (VERA) equivale ao Valor de Uso Direto (VUD), ao Valor de Uso Indireto (VUI), ao Valor de Opção (VO) e, ainda, ao Valor de Existência (VE), conforme pode ser visualizado no fluxograma a seguir. 9 VALORAÇÃO AMBIENTAL Fig. 02 - Representação da Valoração Econômica dos Recursos Ambientais Fo nt e: M ot ta (1 99 7) . Vimos, também, que a Valoração Econômica dos Recursos Ambientais (VERA) é formada pelo valor de uso e de não uso (MOTTA, 1997). Para conhecermos mais detalhadamente as características de cada um desses itens, vamos ler as informações contidas no quadro 1. VALORAÇÃO ECONÔMICA DO RECURSO AMBIENTAL Valor de Uso Valor de Não-Uso Valor de Uso Direto Valor de Uso Indireto Valor de Opção Valor de Existência Bens e serviços ambientais apropriados diretamente da exploração do recurso e consumidos hoje Bens e serviços ambientais que são gerados de funções ecossistêmicas e apropriados e consumidos indiretamente hoje Bens e serviços ambientais de usos diretos e indiretos a serem apropriados e consumidos no futuro Valor não associado ao uso atual ou futuro e que reflete questões morais, culturais, éticas ou altruísticas Fonte: Motta (1997, p. 11). Quadro 1: Taxonomia geral do valor econômico do recurso ambiental 10 ECONOMIA AMBIENTAL Conforme já visto, o valor de uso direto é aquele em que o indivíduo está recebendo benefícios diretamente por utilizar os recursos, seja através da visitação turística ou do extrativismo de algum recurso vegetal ou mineral. O valor de uso indireto é aquele que recebemos quando preservamos um lugar, como, por exemplo, quando garantimos a preservação de uma área verde nas cidades para que tenhamos um ar mais saudável e quando protegemos os mananciais hídricos da poluição. O valor de uso de opção concentra o uso direto e indireto ao mesmo tempo, de modo que define valores para recursos que serão usados futuramente. Por outro lado, o valor de não uso corresponde ao valor de existência, ou seja, somente o fato do recurso existir já lhe atribui um valor. Isso quer dizer que somente o fato do recurso existir já designa um valor que deve ser mensurado sempre que formos utilizar os recurso naturais. Vimos que, para determinarmos a valoração ambiental, é preciso determinar o valor do recurso natural considerando diversos aspectos. Mas é importante estarmos atentos ao fato de que um uso pode excluir outro, tornando difícil a compreensão acerca da valoração econômica dos recursos naturais. Vejamos um exemplo: considere que uma área é destinada ao extrativismo mineral, com isso, essa atividade impossibilita seu uso para a proteção ambiental, gerando, assim, um conflito nos tipos de uso. Considerando esse exemplo, podemos afirmar que a tarefa de determinar a valoração ambiental é muito difícil, pois precisamos estar atentos a todas essas pecualiridades que envolvem o presente e o futuro desses bens, como os conflitos de uso e a determinação desses valores. Assim, para que possamos determinar valores aos recursos naturais, é preciso visualizar o objetivo da valoração, suas hipóteses, a disponibilidade de dados e o conhecimento acerca do objeto que está sendo valorado. De modo geral, esses métodos são classificados em: métodos da função de produção, função de demanda e de valoração contingente (MOTTA, 1997) que estudaremos a seguir. 11 VALORAÇÃO AMBIENTAL Métodos de função de produção Os métodos de função de produção levam em consideração o valor de um recurso natural pela sua contribuição como insumo ou substituto para fabricação de um bem. Para conhecermos com mais detalhes esse método, vamos ler o box abaixo. Caracterização do método da função de produção “Uma das técnicas de valoração mais simples e, portanto, largamente utilizada, é o método da função de produção. Nesse método, observa-se o valor do recurso ambiental E pela sua contribuição como insumo ou fator na produção de um outro produto Z, isto é, o impacto do uso de E em uma atividade econômica. Assim, estima-se a variação de produto de Z decorrente da variação da quantidade de bens e serviços ambientais do recurso ambiental E utilizado na produção de Z. Esse método é empregado sempre que é possível obterem-se preços de mercado para a variação do produto Z ou de seus substitutos. Duas variantes gerais podem ser reconhecidas: método da produtividade marginal e método dos bens substitutos. [...] Para entender melhor as premissas dos métodos com base em função de produção, vamos elaborar em mais detalhes sua construção analítica. Suponha uma função de produção de Z, tal que o nível de produção de Z é dado pela seguinte expressão: Z = F(X,E) Onde X é um conjunto de insumos formado por bens e serviços privados e E representa um bem ou serviço ambiental gerado por um recurso ambiental que é utilizado gratuitamente, ou seja, seu preço de mercado pE é zero. Note que E representa, assim, um valor de uso para na produção de Z. 12 ECONOMIA AMBIENTAL Sendo pZ e pX os preços de Z e X, a função do lucro (p) na produção de Z seria: π = pz Z - pxX - pE E = pZ F(X,E) - pX.X O produtor ajusta, assim, a utilização do seu insumo de forma a maximizar o seu lucro. Assumindo que a variação de Z é marginal e, portanto, não altera seu preço, a variação de lucro seria: ∂π/∂X = pZ ∂F/∂X - pX = 0 (5) e ∂π/∂E = pZ ∂F/∂E Ou seja, a variação de lucro do usuário de E é igual ao preço de Z multiplicado pela variação de Z quando varia E”. Fonte: Trecho retirado de Motta (1997, p. 15-16). De modo geral, pode-se afirmar que os métodos de função da produção consideram os recursos naturais como insumos que garantem a produção de bens para a sociedade, sendo necessário considerar os custos, benefícios e consequências destes para todos. Para Furtado (2010, p. 61): Na função produção os custos ou benefícios são calculados a partir da alteração dos recursos utilizados e das consequências destes para a sociedade. Podemos tomar como exemplo a erosão do solo que pode ser valorada a partir da diminuição da produtividade agrícola, resultante da degradação do solo e das consequências do assorea- mento de rios (FURTADO 2010, p. 61). Considerando o exemplo citado, podemos concluir que a valoração é fundamental, tendo em vista que precisamos nos conscientizar sobre o limite no uso dos recursos naturais. No Brasil, por exemplo, temos enfrentado problemas no ano de 13 VALORAÇÃO AMBIENTAL 2014 com o abastecimento de água, devido às secas que estão afetando não apenas a região Nordeste, mas regiões que registravam elevados índices pluviométricos. Todas essas mudanças nos alertam sobre a necessidade de cuidar do meio ambiente, pois os recursos naturais são finitos e precisam ser preservados. O desmatamento da Amazônia e de outros biomas no Brasil é um fato que precisa ser controlado, pois dependemos do equilíbrio desses ambientes para vivermos. De modo geral, os métodos de função da produção consideram que os recursos naturais são indispensáveis para garantir a manutenção da produção, sendo necessário valorá-los com base nos valores de uso e de nãouso. Métodos de função de demanda Os métodos de função de demanda consideram que quando ocorre mudança na disponibilidade de recursos naturais há uma modificação no comportamento dos consumidores no que diz respeito a pagar por esses bens. Como diz Motta (1997, p. 14), “estes métodos assumem que a variação da disponibilidade do recurso ambiental altera a disposição a pagar ou aceitar dos agentes econômicos em relação aquele recurso ou seu bem privado complementar”. Vale destacar que, nesse método, a análise é feita no excedente disponível para o consumidor, de modo que os cálculos são feitos considerando os “[...] custos ou benefícios de mudanças na disponibilidade de recursos naturais a partir da sua demanda no mercado de bens ou serviços ou ainda a partir de mercados hipotéticos construídos para a valoração” (FURTADO, 2010, p. 61). A seguir, veremos um quadro que traz algumas informações complementares a respeito desse método. Caracterização do método da função de demanda “Os métodos de função de demanda, por outro lado, admitem que a variação da disponibilidade do recurso E altera o nível de bem-estar das pessoas e, portanto, é possível identificar as medidas de disposição a pagar 14 ECONOMIA AMBIENTAL (ou aceitar) das pessoas em relação a estas variações. Identificada a função de demanda D para E, o valor econômico de uma variação de E seria dada pela variação do excedente do consumidor (DEC), tal que: ∆EC = ∫P1Ddp onde p1 e p2 são as medidas de disposição a pagar (ou aceitar) relativas à variação da disponibilidade de E. Duas variantes desse método podem ser generalizadas: métodos dos bens complementares (preços hedônicos e custo de viagem) e método da valoração contingente”. Fonte: Trecho retirado de: Motta (1997, p. 22). P2 Assim, o método de demanda usa formas diretas de estimar valores econômicos para os bens ambientais, levando em consideração a disponibilidade dos agentes econômicos em pagar por esses bens. Métodos de valoração contingente Os métodos de valoração contigente têm sido bastante procurados nos últimos anos porque são capazes de estimar o valor existencial de um bem natural, tendo em vista que os entrevistados opinam sobre o valor que um recurso natural apresenta de acordo com sua concepção. De acordo com Motta (1997, p. 32), a vantagem desse método é aproximar o entrevistado de uma situação real, tendo em vista que: busca-se simular cenários, cujas características estejam o mais próximo possível das existentes no mundo real, de modo que as preferências reveladas nas pesquisas reflitam decisões que os agentes tomariam de fato caso existisse um mercado para o bem ambiental descrito no cenário hipotético. As preferências, do ponto de vista da 15 VALORAÇÃO AMBIENTAL teoria econômica, devem ser expressas em valores monetários. Estes valores são obtidos através das informações adquiridas nas respostas sobre quanto os indivíduos estariam dispostos a pagar para garantir a melhoria de bem-estar, ou quanto estariam dispostos a aceitar em compensação para suportar uma perda de bem-estar (MOTTA, 1997, p. 32). De modo geral, pode-se afirmar que esse método de valoração contingente leva em consideração valores de uso que os métodos de função da produção e de demanda não conseguem analisar como, por exemplo, o valor de uso de existência. Nesse método, as pessoas são consultadas sobre sua disponibilidade em pagar ou receber sobre um serviço ambiental. Como vimos, os métodos de valoração ambiental são fundamentais para atribuirmos valores a um conjunto de bens e serviços ambientais. Nesse contexto, a importância da valoração reside no fato de configurar-se como um fator estratégico no levantamento dos custos e benefícios de uma ação, buscando promover o desenvolvimento sustentável de forma mais igualitária para todos. ATIVIDADE 02 1. Os métodos de valoração ambiental são fundamentais para mensurar os impactos ambientais, como também para identificar os custos e benefícios causados pelas atividades humanas. a) Vimos que a Valoração Econômica dos Recursos Ambientais (VERA) corresponde ao Valor de Uso Direto (VUD), ao Valor de Uso Indireto (VUI), ao Valor de Opção (VO) e ainda ao Valor de Existência (VE). Com base nos seus conhecimentos, escreva uma definição para cada um desses termos. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ____________________________________________________________ 16 ECONOMIA AMBIENTAL b) Qual desses valores é o mais difícil de estimar? Justifique sua resposta. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 2. Vimos, nesta aula, os métodos de função de produção, de demanda e de valoração contingente. Pesquise em sites na internet ou livros, revistas, anais de eventos sobre os benefícios e as críticas estabelecidas a respeito desses métodos e escreva suas conclusões sobre o assunto estudado. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 3. Agora vamos refletir sobre a situação ambiental, ao longo do tempo, do município onde você mora: a) Tratando-se dessa realidade, quais valores de uso e não uso você atribuiria aos recursos naturais disponíveis no seu município? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ b) Além da valoração, quais medidas devem ser implantadas para reduzir as problemáticas geradas com as atividades humanas no seu município ou até mesmo no seu estado? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 17 VALORAÇÃO AMBIENTAL RESUMINDO Nesta aula, você estudou os vários métodos de valoração ambiental que são usados para determinar valores aos recursos e bens disponíveis na natureza. A valoração econômica de recursos ambientais leva em consideração os valores de uso direto, indireto, de opção e de existência, sendo que há uma dificuldade em usar alguns métodos que não conseguem avaliar todos esses valores conjuntamente. Os métodos de produção, de demanda e de valoração contingente foram apresentados em suas particularidades, de modo que o último tem sido o mais utilizado, tendo em vista a possibilidade de averiguar os valores de existência, quando as pessoas são questionadas. EITURAS COMPLEMENTARES Recomenda-se, como complemento fundamental para o aprofundamento dos conteúdos analisados na aula, a seguinte leitura: MOTTA, Ronaldo Seroa da. Manual para valoração eco- nômica de recursos ambientais. Rio de Janeiro: IPEA/ MMA/PNUD/CNPQ, 1997. Nesse texto, o autor faz uma análise aprofundada sobre os métodos utilizados na valoração ambiental, associando esse conceito com algumas experiências realizadas no Brasil. 18 ECONOMIA AMBIENTAL AVALIANDO SEUS CONHECIMENTOS 1) Pesquise sobre os avanços que a Valoração Econômica dos Recursos Ambientais vem alcançando nos últimos anos. Os métodos vêm sendo incorporados na economia? O que precisa melhorar? 2) Faça uma análise sobre os métodos de produção, de demanda e de valoração contingente, identificando sua importância para a proteção dos recursos naturais. 19 VALORAÇÃO AMBIENTAL CONHECENDO AS REFERÊNCIAS FURTADO, Rosilene de Oliveira. O papel da economia na gestão ambiental: os métodos de valoração como suporte à formulação de políticas públicas ambientais. 2010. 118 f. Dissertação (Mestrado em Direito Ambiental e Políticas Públicas) – UniversidadeFederal do Amapá, Amapá, 2010. MOTTA, Ronaldo Seroa da. Manual para valoração econômica de recursos ambientais. IPEA/MMA/PNUD/CNPQ: Rio de Janeiro, 1997. TOLMASQUIM, Mauricio Tiomno. Economia do meio ambiente: forças e fraquezas. In: CAVALCANTI, Clóvis (Org.). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. 5. ed. São Paulo: Cortez; Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2009. LISTA DE FIGURAS Fig. 01 - Nascimento (2015). Fig. 02 - Motta (1997).
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