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AULA 09 - Economia Ambiental

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DISCIPLINA
ECONOMIA AMBIENTAL
AULA 09
VALORAÇÃO AMBIENTAL
AUTOR
JUDICLEIDE DE AZEVEDO NASCIMENTO
TECNÓLOGO 
EM GESTÃO 
AMBIENTAL
DISCIPLINA
ECONOMIA AMBIENTAL
AULA 09
VALORAÇÃO AMBIENTAL
AUTOR
JUDICLEIDE DE AZEVEDO NASCIMENTO
TECNÓLOGO 
EM GESTÃO 
AMBIENTAL 
GOVERNO DO BRASIL
Presidente da República
DILMA VANA ROUSSEFF
Ministro da Educação
RENATO JANINE RIBEIRO
Diretor de Educação a Distância da CAPES
JOÃO CARLOS TEATINI
Reitor do IFRN
BELCHIOR DE OLIVEIRA ROCHA
Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação 
JOSÉ YVAN PEREIRA LEITE
Coordenador da Editora do IFRN
PAULO PEREIRA DA SILVA
Diretor do Campus EaD/IFRN
ERIVALDO CABRAL
Diretora Acadêmica do Campus EaD/IFRN
ANA LÚCIA SARMENTO HENRIQUE
Coordenadora Geral da UAB /IFRN
ILANE FERREIRA CAVALCANTE
Coordenadora Adjunta da UAB/IFRN
MARLI TACCONI 
Coordenadora do Curso 
de Tecnologia em Gestão Ambiental
MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA
ECONOMIA AMBIENTAL
AULA 09 
Valoração ambiental
Professora Pesquisadora/Conteudista
JUDICLEIDE DE AZEVEDO NASCIMENTO
Direcão da Produção de Material Didático
(em substituição eventual)
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Coordenação de Produção de Mídia Impressa
(em substituição eventual)
WAGNER RAMOS CAMPOS
Coordenação de Revisão
WAGNER RAMOS CAMPOS
Revisão ABNT
EDINEIDE MARQUES
Revisão Linguística
ELIZETH HERLEIN
Revisão Pedagógica
KALINA PAIVA
Projeto Gráfico
BRENO XAVIER
Diagramação 
GEORGIO NASCIMENTO
Ficha Catalográfica
N244t Nascimento, Judicleide de Azevedo.
Tecnólogo em Gestão Ambiental : Economia Ambiental : Aula 09 : 
Valorização ambiental / Judicleide de Azevedo Nascimento. – Natal : IFRN 
Editora, 2015.
19f. : il. color.
1. Gestão Ambiental. 2. Meio Ambiente – Economia. 3. Valoração Ambiental. 
4. Gestão Ambiental. 5. Educação a Distância. I. Título.
RN/IFRN/EaD CDU 504
Ficha elaborada pela bibliotecária Edineide da Silva Marques, CRB 15/488
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VALORAÇÃO AMBIENTAL
APRESENTANDO A AULA
Caro aluno
Vimos, na última aula, que a Política Nacional do Meio 
Ambiente foi criada para proteger os recursos naturais do 
nosso país que estavam sendo apropriados sem nenhuma 
regulamentação. Mesmo depois da criação dessa política, 
ainda registramos um desmatamento de forma acentuada que 
vem comprometendo o equilíbrio dos nossos ecossistemas e a 
permanência da população em determinados lugares. Dando 
continuidade à discussão da disciplina de Economia Ambiental, 
trataremos, nesta aula, da Valoração Ambiental que consiste 
em atribuir valores aos recursos naturais em relação aos bens 
econômicos. Nessa perspectiva, trataremos dos métodos 
utilizados na valoração ambiental, destacando seus pontos 
positivos e negativos. 
Bons estudos!
DEFININDO OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
•	 conhecer as características da valoração ambiental e os 
motivos que justificam a necessidade de valorar os bens 
naturais;
•	 analisar a importância da valoração ambiental para a 
Gestão Ambiental;
•	 entender os métodos da valoração ambiental.
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ECONOMIA AMBIENTAL
DESENVOLVENDO O CONTEÚDO
Conhecendo a definição de valoração ambiental
Nos últimos anos, temos observado que os recursos naturais estão sendo 
usados de modo desordenado para atender às necessidades do sistema econômico 
capitalista. Então, é importante que os gestores incorporem a necessidade de proteger 
os recursos naturais para que possamos ter um futuro mais justo para todos. Pensando 
nessa perspectiva, determinaram-se alguns métodos de valoração econômica dos 
recursos naturais na Gestão Ambiental para que fossem determinados custos e 
benefícios ambientais com a instalação de algum empreendimento ou investimento.
Então, antes de aprofundarmos o conhecimento sobre valoração ambiental, 
vamos entender o que é valorar.
Valorar é quando se atribui valor a um recurso natural, 
considerando uma série de características e a importância do 
mesmo para a sociedade. Assim, “determinar o valor econômico 
de um recurso ambiental é estimar o valor monetário deste em 
relação aos outros bens e serviços disponíveis na economia” 
(MOTTA, 1997, p. 1). Isso significa que quando atribuímos 
valores aos recursos naturais estamos comparando-os a bens 
e serviços que fazem parte da Economia, o que pressupõe a 
necessidade de levarmos em consideração o aspecto de proteção desses recursos 
para as futuras gerações.
Mas é possível atribuir valor a um recurso natural? Você concorda com essa 
valoração dos recursos naturais? Reflita sobre esse assunto e responda a esses 
questionamentos no final dessa seção textual.
Voltando mais uma vez à discussão sobre valoração ambiental, para Furtado 
(2010, p. 12), essa valoração tem como objetivo “[...] incorporar os custos e benefícios 
gerados pelas atividades econômicas, para que os agentes econômicos possam 
tomar decisões mais coerentes no que diz respeito à utilização dos recursos naturais”. 
Assim, para garantir uma valoração, é necessária a incorporação de custos e benefícios 
Fig. 01 - Valor
Fo
nt
e:
 N
as
ci
m
en
to
 (2
01
5)
.
7
VALORAÇÃO AMBIENTAL
ambientais. Vamos entender essa questão de custo e benefício usando um exemplo 
bem prático: Uma pessoa vai comprar uma geladeira para sua residência e começa 
a fazer uma pesquisa nas lojas de eletrodomésticos para averiguar os valores desse 
bem. Depois de um dia exaustivo de consultas, percebe que existem várias marcas no 
mercado, com valores diversos e precisa decidir sobre qual marca é a mais adequada 
à sua realidade doméstica. Então, nesse caso, o consumidor está realizando uma 
relação entre custo e benefício, ou seja, está averiguando o que vai gastar e quais 
benefícios essa geladeira proporcionará para ela e sua família.
Relacionando esse exemplo prático com a questão inerente à valoração 
ambiental, é importante que se leve em consideração a análise dos custos e dos 
benefícios ambientais produzidos por uma atividade econômica para que se possa 
decidir sobre o que é mais adequado para a proteção do meio ambiente e para a 
sociedade. Para Tolmasquim (2009, p. 328), no custo-benefício “[...] são comparados 
os custos de uma operação ou de um projeto (em presença de medidas de proteção 
do meio ambiente) e os benefícios correspondentes (aqui os danos evitados) em 
uma unidade monetária comum”. Com efeito, a análise desses custos e benefícios, 
na instalação de um investimento, permite reduzir os transtornos ambientais e ainda 
garante um uso adequado de recursos raros. 
ATIVIDADE 01
1. Exercite sua escrita definindo o termo valoração 
ambiental.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
2. Na sua opinião, é possível atribuirmos valores aos recursos naturais? 
Defenda seu posicionamento e estabeleça com seus colegas, na plataforma 
virtual de aprendizagem, um diálogo a respeito desse tema.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
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ECONOMIA AMBIENTAL
Os métodos de valoração econômico-ambiental
Vimos, anteriormente, que, para determinar a valoração ambiental, é preciso 
levar em consideração os custos e os benefícios de qualquer ação realizada no 
ambiente. Os métodos de valoração econômica ambiental, por sua vez, são 
considerados instrumentos de análise que levam em consideração o custo e o 
benefício de um determinado projeto, ação e até mesmo de uma política pública 
que pode ser implantada em uma área. 
De acordo com Furtado (2010), os primeiros métodos de valoração ambiental 
surgiram nos Estados Unidos, tendo sido utilizados para avaliar a implantação de 
projetos hídricos. Com a obtenção de resultados positivos com essa análise, esses 
métodos foram sendo amplamente utilizados e começaram a ser introduzidos na 
Gestão Ambiental. 
Mas é importante lembrarmos que,antes de conhecermos esses métodos de 
valoração ambiental, é preciso entender que os recursos naturais são bens de valores 
inestimáveis, pois são imprescindíveis para a sobrevivência da humanidade e para a 
manutenção da vida no planeta Terra, por isso a dificuldade em estabelecer valores.
Mesmo assim, alguns métodos foram criados para possibilitar a valoração 
desses recursos. É importante lembrar que, geralmente, utilizamos o instrumento 
denominado Valoração Econômica dos Recursos Ambientais (VERA) que é formado 
por valores de uso e de não uso (MOTTA, 1997). De acordo com esse autor, para 
entendermos melhor essa questão, é preciso mensurar que esse método pode ser 
definido pela seguinte expressão:
VERA = (VUD + VUI + VO) + VE
Dessa forma, a Valoração Econômica dos Recursos Ambientais (VERA) equivale 
ao Valor de Uso Direto (VUD), ao Valor de Uso Indireto (VUI), ao Valor de Opção (VO) 
e, ainda, ao Valor de Existência (VE), conforme pode ser visualizado no fluxograma a 
seguir.
9
VALORAÇÃO AMBIENTAL
Fig. 02 - Representação da Valoração Econômica dos Recursos 
Ambientais
Fo
nt
e:
 M
ot
ta
 (1
99
7)
.
Vimos, também, que a Valoração Econômica dos Recursos Ambientais (VERA) 
é formada pelo valor de uso e de não uso (MOTTA, 1997). Para conhecermos mais 
detalhadamente as características de cada um desses itens, vamos ler as informações 
contidas no quadro 1.
VALORAÇÃO ECONÔMICA DO RECURSO AMBIENTAL
Valor de Uso Valor de Não-Uso
Valor de Uso 
Direto
Valor de Uso 
Indireto
Valor de Opção Valor de 
Existência
Bens e serviços 
ambientais 
apropriados 
diretamente 
da exploração 
do recurso e 
consumidos 
hoje
Bens e serviços 
ambientais 
que são 
gerados 
de funções 
ecossistêmicas 
e apropriados 
e consumidos 
indiretamente 
hoje
Bens e serviços 
ambientais de 
usos diretos e 
indiretos a serem 
apropriados e 
consumidos no 
futuro
Valor não associado 
ao uso atual ou 
futuro e que reflete 
questões morais, 
culturais, éticas ou 
altruísticas
Fonte: Motta (1997, p. 11).
Quadro 1: Taxonomia geral do valor econômico do recurso ambiental 
10
ECONOMIA AMBIENTAL
Conforme já visto, o valor de uso direto é aquele em que o indivíduo está 
recebendo benefícios diretamente por utilizar os recursos, seja através da visitação 
turística ou do extrativismo de algum recurso vegetal ou mineral. 
O valor de uso indireto é aquele que recebemos quando preservamos um 
lugar, como, por exemplo, quando garantimos a preservação de uma área verde nas 
cidades para que tenhamos um ar mais saudável e quando protegemos os mananciais 
hídricos da poluição. 
O valor de uso de opção concentra o uso direto e indireto ao mesmo tempo, de 
modo que define valores para recursos que serão usados futuramente. 
Por outro lado, o valor de não uso corresponde ao valor de existência, ou seja, 
somente o fato do recurso existir já lhe atribui um valor. Isso quer dizer que somente 
o fato do recurso existir já designa um valor que deve ser mensurado sempre que 
formos utilizar os recurso naturais.
Vimos que, para determinarmos a valoração ambiental, é preciso determinar o 
valor do recurso natural considerando diversos aspectos. Mas é importante estarmos 
atentos ao fato de que um uso pode excluir outro, tornando difícil a compreensão 
acerca da valoração econômica dos recursos naturais. Vejamos um exemplo: 
considere que uma área é destinada ao extrativismo mineral, com isso, essa atividade 
impossibilita seu uso para a proteção ambiental, gerando, assim, um conflito nos tipos 
de uso. Considerando esse exemplo, podemos afirmar que a tarefa de determinar 
a valoração ambiental é muito difícil, pois precisamos estar atentos a todas essas 
pecualiridades que envolvem o presente e o futuro desses bens, como os conflitos 
de uso e a determinação desses valores. 
Assim, para que possamos determinar valores aos recursos naturais, é preciso 
visualizar o objetivo da valoração, suas hipóteses, a disponibilidade de dados e 
o conhecimento acerca do objeto que está sendo valorado. De modo geral, esses 
métodos são classificados em: métodos da função de produção, função de demanda 
e de valoração contingente (MOTTA, 1997) que estudaremos a seguir.
11
VALORAÇÃO AMBIENTAL
Métodos de função de produção
Os métodos de função de produção levam em consideração o valor de um 
recurso natural pela sua contribuição como insumo ou substituto para fabricação de 
um bem. Para conhecermos com mais detalhes esse método, vamos ler o box abaixo.
Caracterização do método da função de produção
“Uma das técnicas de valoração mais simples e, portanto, largamente 
utilizada, é o método da função de produção. Nesse método, observa-se 
o valor do recurso ambiental E pela sua contribuição como insumo ou 
fator na produção de um outro produto Z, isto é, o impacto do uso de E 
em uma atividade econômica.
Assim, estima-se a variação de produto de Z decorrente da variação 
da quantidade de bens e serviços ambientais do recurso ambiental E 
utilizado na produção de Z. Esse método é empregado sempre que é 
possível obterem-se preços de mercado para a variação do produto Z 
ou de seus substitutos. Duas variantes gerais podem ser reconhecidas: 
método da produtividade marginal e método dos bens substitutos. 
[...] 
Para entender melhor as premissas dos métodos com base em 
função de produção, vamos elaborar em mais detalhes sua construção 
analítica. Suponha uma função de produção de Z, tal que o nível de 
produção de Z é dado pela seguinte expressão:
Z = F(X,E)
Onde X é um conjunto de insumos formado por bens e serviços 
privados e E representa um bem ou serviço ambiental gerado por um 
recurso ambiental que é utilizado gratuitamente, ou seja, seu preço de 
mercado pE é zero. Note que E representa, assim, um valor de uso para na 
produção de Z.
12
ECONOMIA AMBIENTAL
Sendo pZ e pX os preços de Z e X, a função do lucro (p) na produção 
de Z seria:
π = pz Z - pxX - pE E = pZ F(X,E) - pX.X
O produtor ajusta, assim, a utilização do seu insumo de forma 
a maximizar o seu lucro. Assumindo que a variação de Z é marginal e, 
portanto, não altera seu preço, a variação de lucro seria:
∂π/∂X = pZ ∂F/∂X - pX = 0 (5)
e
∂π/∂E = pZ ∂F/∂E
Ou seja, a variação de lucro do usuário de E é igual ao preço de Z 
multiplicado pela variação de Z quando varia E”.
Fonte: Trecho retirado de Motta (1997, p. 15-16).
De modo geral, pode-se afirmar que os métodos de função da produção 
consideram os recursos naturais como insumos que garantem a produção de bens 
para a sociedade, sendo necessário considerar os custos, benefícios e consequências 
destes para todos. Para Furtado (2010, p. 61):
Na função produção os custos ou benefícios são calculados a partir 
da alteração dos recursos utilizados e das consequências destes para 
a sociedade. Podemos tomar como exemplo a erosão do solo que 
pode ser valorada a partir da diminuição da produtividade agrícola, 
resultante da degradação do solo e das consequências do assorea-
mento de rios (FURTADO 2010, p. 61).
Considerando o exemplo citado, podemos concluir que a valoração é 
fundamental, tendo em vista que precisamos nos conscientizar sobre o limite no uso 
dos recursos naturais. No Brasil, por exemplo, temos enfrentado problemas no ano de 
13
VALORAÇÃO AMBIENTAL
2014 com o abastecimento de água, devido às secas que estão afetando não apenas 
a região Nordeste, mas regiões que registravam elevados índices pluviométricos. 
Todas essas mudanças nos alertam sobre a necessidade de cuidar do meio ambiente, 
pois os recursos naturais são finitos e precisam ser preservados. O desmatamento 
da Amazônia e de outros biomas no Brasil é um fato que precisa ser controlado, pois 
dependemos do equilíbrio desses ambientes para vivermos. 
De modo geral, os métodos de função da produção consideram que os 
recursos naturais são indispensáveis para garantir a manutenção da produção, sendo 
necessário valorá-los com base nos valores de uso e de nãouso.
Métodos de função de demanda
Os métodos de função de demanda consideram que quando ocorre mudança 
na disponibilidade de recursos naturais há uma modificação no comportamento dos 
consumidores no que diz respeito a pagar por esses bens. Como diz Motta (1997, p. 
14), “estes métodos assumem que a variação da disponibilidade do recurso ambiental 
altera a disposição a pagar ou aceitar dos agentes econômicos em relação aquele 
recurso ou seu bem privado complementar”. Vale destacar que, nesse método, a 
análise é feita no excedente disponível para o consumidor, de modo que os cálculos 
são feitos considerando os “[...] custos ou benefícios de mudanças na disponibilidade 
de recursos naturais a partir da sua demanda no mercado de bens ou serviços ou 
ainda a partir de mercados hipotéticos construídos para a valoração” (FURTADO, 2010, 
p. 61). A seguir, veremos um quadro que traz algumas informações complementares 
a respeito desse método.
Caracterização do método da função de demanda
“Os métodos de função de demanda, por outro lado, admitem que 
a variação da disponibilidade do recurso E altera o nível de bem-estar das 
pessoas e, portanto, é possível identificar as medidas de disposição a pagar 
14
ECONOMIA AMBIENTAL
(ou aceitar) das pessoas em relação a estas variações. Identificada a função de 
demanda D para E, o valor econômico de uma variação de E seria dada pela 
variação do excedente do consumidor (DEC), tal que:
∆EC = ∫P1Ddp
onde p1 e p2 são as medidas de disposição a pagar (ou aceitar) relativas à 
variação da disponibilidade de E.
Duas variantes desse método podem ser generalizadas: métodos dos 
bens complementares (preços hedônicos e custo de viagem) e método da 
valoração contingente”.
Fonte: Trecho retirado de: Motta (1997, p. 22).
P2
Assim, o método de demanda usa formas diretas de estimar valores econômicos 
para os bens ambientais, levando em consideração a disponibilidade dos agentes 
econômicos em pagar por esses bens. 
Métodos de valoração contingente
Os métodos de valoração contigente têm sido bastante procurados nos últimos 
anos porque são capazes de estimar o valor existencial de um bem natural, tendo em 
vista que os entrevistados opinam sobre o valor que um recurso natural apresenta 
de acordo com sua concepção. De acordo com Motta (1997, p. 32), a vantagem desse 
método é aproximar o entrevistado de uma situação real, tendo em vista que:
busca-se simular cenários, cujas características estejam o mais 
próximo possível das existentes no mundo real, de modo que as 
preferências reveladas nas pesquisas reflitam decisões que os agentes 
tomariam de fato caso existisse um mercado para o bem ambiental 
descrito no cenário hipotético. As preferências, do ponto de vista da 
15
VALORAÇÃO AMBIENTAL
teoria econômica, devem ser expressas em valores monetários. Estes 
valores são obtidos através das informações adquiridas nas respostas 
sobre quanto os indivíduos estariam dispostos a pagar para garantir 
a melhoria de bem-estar, ou quanto estariam dispostos a aceitar em 
compensação para suportar uma perda de bem-estar (MOTTA, 1997, 
p. 32).
De modo geral, pode-se afirmar que esse método de valoração contingente 
leva em consideração valores de uso que os métodos de função da produção e de 
demanda não conseguem analisar como, por exemplo, o valor de uso de existência. 
Nesse método, as pessoas são consultadas sobre sua disponibilidade em pagar ou 
receber sobre um serviço ambiental. 
Como vimos, os métodos de valoração ambiental são fundamentais para 
atribuirmos valores a um conjunto de bens e serviços ambientais. Nesse contexto, a 
importância da valoração reside no fato de configurar-se como um fator estratégico 
no levantamento dos custos e benefícios de uma ação, buscando promover o 
desenvolvimento sustentável de forma mais igualitária para todos. 
ATIVIDADE 02
1. Os métodos de valoração ambiental são 
fundamentais para mensurar os impactos ambientais, 
como também para identificar os custos e benefícios 
causados pelas atividades humanas. 
a) Vimos que a Valoração Econômica dos Recursos 
Ambientais (VERA) corresponde ao Valor de Uso Direto (VUD), ao Valor de 
Uso Indireto (VUI), ao Valor de Opção (VO) e ainda ao Valor de Existência 
(VE). Com base nos seus conhecimentos, escreva uma definição para cada 
um desses termos. 
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______________________________________________________________
____________________________________________________________
16
ECONOMIA AMBIENTAL
b) Qual desses valores é o mais difícil de estimar? Justifique sua resposta.
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2. Vimos, nesta aula, os métodos de função de produção, de demanda e de 
valoração contingente. Pesquise em sites na internet ou livros, revistas, anais 
de eventos sobre os benefícios e as críticas estabelecidas a respeito desses 
métodos e escreva suas conclusões sobre o assunto estudado. 
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
3. Agora vamos refletir sobre a situação ambiental, ao longo do tempo, do 
município onde você mora:
a) Tratando-se dessa realidade, quais valores de uso e não uso você atribuiria 
aos recursos naturais disponíveis no seu município?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
b) Além da valoração, quais medidas devem ser implantadas para reduzir as 
problemáticas geradas com as atividades humanas no seu município ou 
até mesmo no seu estado? 
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______________________________________________________________
______________________________________________________________
17
VALORAÇÃO AMBIENTAL
RESUMINDO
Nesta aula, você estudou os vários métodos de 
valoração ambiental que são usados para determinar valores 
aos recursos e bens disponíveis na natureza. A valoração 
econômica de recursos ambientais leva em consideração 
os valores de uso direto, indireto, de opção e de existência, 
sendo que há uma dificuldade em usar alguns métodos que 
não conseguem avaliar todos esses valores conjuntamente. 
Os métodos de produção, de demanda e de valoração 
contingente foram apresentados em suas particularidades, 
de modo que o último tem sido o mais utilizado, tendo em 
vista a possibilidade de averiguar os valores de existência, 
quando as pessoas são questionadas.
EITURAS COMPLEMENTARES
Recomenda-se, como complemento fundamental 
para o aprofundamento dos conteúdos analisados na aula, 
a seguinte leitura:
MOTTA, Ronaldo Seroa da. Manual para valoração eco-
nômica de recursos ambientais. Rio de Janeiro: IPEA/
MMA/PNUD/CNPQ, 1997.
Nesse texto, o autor faz uma análise aprofundada sobre 
os métodos utilizados na valoração ambiental, associando 
esse conceito com algumas experiências realizadas no 
Brasil.
18
ECONOMIA AMBIENTAL
AVALIANDO SEUS CONHECIMENTOS
1) Pesquise sobre os avanços que a Valoração 
Econômica dos Recursos Ambientais vem alcançando nos 
últimos anos. Os métodos vêm sendo incorporados na 
economia? O que precisa melhorar?
2) Faça uma análise sobre os métodos de produção, 
de demanda e de valoração contingente, identificando sua 
importância para a proteção dos recursos naturais. 
19
VALORAÇÃO AMBIENTAL
CONHECENDO AS REFERÊNCIAS
FURTADO, Rosilene de Oliveira. O papel da economia na gestão ambiental: os métodos 
de valoração como suporte à formulação de políticas públicas ambientais. 2010. 118 f. 
Dissertação (Mestrado em Direito Ambiental e Políticas Públicas) – UniversidadeFederal do 
Amapá, Amapá, 2010.
MOTTA, Ronaldo Seroa da. Manual para valoração econômica de recursos ambientais. 
IPEA/MMA/PNUD/CNPQ: Rio de Janeiro, 1997. 
TOLMASQUIM, Mauricio Tiomno. Economia do meio ambiente: forças e fraquezas. In: 
CAVALCANTI, Clóvis (Org.). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade 
sustentável. 5. ed. São Paulo: Cortez; Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2009.
LISTA DE FIGURAS
Fig. 01 - Nascimento (2015).
Fig. 02 - Motta (1997).

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