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Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
Prof. Denize Dias de Carvalho 
Engenharia do Meio Ambiente 
 
Referências Bibliográficas 
 
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em Refinarias de Petróleo”. Anais do IX Congresso Brasileiro de Energia, v. l I. p. 39-45 
2002. 
2. BOND, R.G., STRAUB,C.P.- HANDBOOK OF ENVIRONMENT CONTROL; SOLID WASTE, 1973 
– Cleveland, Ohio CRC Press. 
3. BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prantice Hall, 2002. 
4. CALDERONI, S. Os bilhões perdidos no lixo. 2ª ed. São Paulo: Humanitas Editora, 
5. CETESB/ASCETESB.,1985 - “Resíduos Sólidos Industriais“. Vol I, São Paulo, SP. 
6. D’ALMEIDA ET AL, 2000 – Manual de gerenciamento integrado , IPT/CEMPRE/SP. 
7. Introduction Environmental Engineering - Mackenzie L.Davis & David A. Cornwell - 
MacGraw Hill - Second edition - 1991. 
8. OLIVEIRA, L. B., ROSA, L. P. Brazilian waste potential: energy, environmental, social and 
economic benefits. Energy Policy, Brasil, v.31, p.1481-1491. 2003. 
9. PENIDO, J.H. Compostagem de resíduos sólidos urbanos. Trabalho técnico; 1995 
10. PENIDO, J.H., 2002, - Avaliação dos resultados da pesquisa nacional sobre saneamento 
básico PBSB-2000. Trabalho técnico, www.resol.com.br 
11. Resíduos Sólidos Industriais, Volume I, CETESB, São Paulo, 1985. 
12. SISINNO, C. L. S. E OLIVEIRA, R.M, 2000 – Resíduos sólidos, ambiente e saúde – uma 
visão multidisciplinar., Editora Fiocruz, RJ. 
13. TCHOBANOGLOUS, G, THEISEND,H. VIGIL,S., 1993 – Integrated solid waste management. 
Engineering principles and management issues. Singapora, Mc Graw-Hill. 
14. VALVERDE, M. 1995 - , Avaliação dos métodos de disposição final de resíduos Dissertação 
de mestrado PPE/COPPE/UFRJ. 
15. VOIGT, N. et al. Gestão ambiental de Resíduos. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ. 
16. BARROS, Bettina. Cimenteira troca coque por "lixo" nos fornos e reduz custo. 
Disponível em http://www.abc.gov.br/lerNoticia.asp?id_Noticia=259. Acesso em 28 set 
2007. 
17. BEL, Diógenes Del. Políticas públicas para resíduos industriais – A visão do setor de 
tratamento. Abetre – Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos. 2007. 
Disponível em www.senado.gov.br/web/comissoes/cma/ap/. Acesso em 30 set 2007. 
 
18. CESAR, Prof. Julio. Como tratar Resíduos Industriais em Co-processamento. 
Disponível em http://www.clickmacae.com.br/?sec=256&cod=554&pag=coluna, acesso 
em 26 de set 2007. 
 
 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
Prof. Denize Dias de Carvalho 
Engenharia do Meio Ambiente 
 
 
2)Técnicas baseadas em materiais pozolânicos(não incluindo Cimento) 
 
Cinzas, poeiras de forno de cimento ou escória de alto forno –produtos residuais 
com pequeno ou nenhum valor comercial. 
 
3) Técnicas baseadas em termoplásticos 
 
Os resíduos são secos, aquecidos e dispersos através de uma matriz plástica 
aquecida, mistura esta normalmente disposta em uma contenção secundária 
(p.ex., tambor de aço). 
 
4) Técnicas de polímeros orgânicos 
Sistema uréia-formaldeído(UF). 
 
Resíduos secos ou úmidos são misturados com um pré-polímero. Adiciona-se um 
catalisador e vaza-se a mistura para um container. O material polimerizado não se 
combina quimicamente com o resíduo, mas forma uma massa esponjosa que 
captura as partículas sólidas 
 
 
5) Técnicas de encapsulamento 
 
Encapsulamentopropriamente dito é aquele no qual os resíduos são 
inicialmente aglomerados e, a seguir, envoltos por uma camisa de material 
inerte (em geral o polietileno). 
 
6) Técnicas de auto-solidificação (cal) 
 
Resíduos industriais proveniente da dessulfurizaçãoou os lodos de limpeza de 
exaustão. Estes resíduos contêm grandes quantidades de sulfato ou sulfeto de 
cálcio. 
 
Resíduo é parcialmente desidratado e hidratado novamente para a 
formação de uma agamassa 
 
Exigências para uma Solidificação/Estabilização 
 
Testes de estabilidade dos resíduos encapsuladosUm processo de fixação 
ideal torna os constituintes nocivos quimicamente não reativos ou estáveis, 
de forma a se obter uma disposição final segura, sem qualquer contenção 
secundária. Para ser completamente eficaz, o processo de tratamento deve 
gerar um produto final com boa estabilidade dimensional, resistência às 
intempéries, ao ataque de agentes biológicos e elevada capacidade de 
suporte.NBR 10.004, 10.005, 10.006 
 
Compatibilidade dos Resíduos e Aditivos 
 
Como em qualquer operação de manuseio de resíduos perigosos, devem 
ser tomados cuidados durante os processos de estabilização/solidificação, 
evitando a mistura de materiais que possam reagir entre si de forma 
danosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
Prof. Denize Dias de Carvalho 
Engenharia do Meio Ambiente 
 
A homogeneização, responsável pela melhora do contato entre os contaminantes e os 
microrganismos, assim como uma maior interação com o oxigênio, é realizada através de aragem 
por meio de tratores. 
 Para acelerar e otimizar o processo, nutrientes (fontes de nitrogênio, fósforo e potássio - NPK) e 
corretivos de pH devem ser periodicamente analisados e adicionados conforme a necessidade e 
relações pré-estabelecidas. 
 Todo um preparo da área das células de tratamento é exigido, a fim de que se reduza, ao mínimo, 
os riscos de contaminação dos lençóis freáticos por lixiviação de poluentes. O material lixiviado é 
passível de recirculação, tratamento em outra unidade e/ou coleta para posterior retirada de 
compostos orgânicos voláteis. 
 
O custo envolvido no processo depende das condições especificas do local, da exigência ou não de 
impermeabilização, da extensão da área de escavação requerida e da obrigatoriedade ou não do 
tratamento da água e dos compostos orgânicos voláteis emitidos. 
Tipicamente, o período de tratamento varia entre 2 e 6 meses. 
 Sendo bem monitoradas e operadas, as células de “landfarming” podem oferecer elevadas taxas 
de biodegradação de ampla faixa de compostos orgânicos. 
 NBR – 13894 – Tratamento no Solo (landfarming) ABNT – junho de 1997. Fixa as condições 
exigíveis para o tratamento no solo de resíduos sólidos industriais suscetíveis à biodegradação. 
 
 
 
 
Solidificação 
 
 
Técnicas de Fixação Química e Solidificação 
 
•Atentar para a Compatibilidade dos Resíduos e Aditivos 
 
Tecnologias Desenvolvidas e Aplicadas 
 
1)Técnicas baseadas em cimento 
 
Adição de cimento Portland ou outros produtos inorgânicos semelhantes. Devido 
ao pH obtido na mistura, diversos cátions são convertidos em carbonatos e 
hidróxidos insolúveis. 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
Prof. Denize Dias de Carvalho 
Engenharia do Meio Ambiente 
 
Landfarming 
 
O solo possui, naturalmente, diversos microrganismos com atividades metabólicas bastante 
variadas. Sendo assim, uma das maneiras mais simples de se proceder no tratamento de um 
resíduo consiste em misturá-lo ao solo e deixar que a flora microbiana nativa atue. 
Esse procedimento, conhecido como landfarming, é amplamente utilizado pela indústria de 
petróleo no tratamento de seus resíduos, mas, também pode ser utilizado na descontaminação de 
solos contaminados por petróleo e derivados (WONG et al., 1997). 
Técnica empregada para tratamento de resíduos sólidos, onde se adicionam nutrientes e espalha-
se a mistura sobre o solo. 
 
Microrganismos: contidos em camada superficial (15-20 cm) de solo não contaminado. 
Processos envolvidos: decomposição, lixiviação dos componentes solúveis em água, volatilização e 
incorporação à matriz do solo. 
Aplicação: resíduos da indústria petroquímica e solos contaminados com petróleo e derivados. 
Resíduos não devem conter componentes como microrganismos patogênicos, componentes 
radiativos, tóxicos ou altamente reativos. 
Operação: necessidade de revolvimento ou misturas periódicas para aerar o solo e promover o 
contato entre o resíduo e o solo. O pHdeve ser controlado e, se necessário, adiciona-se cal. 
 
Landfarming - Tem sido praticado pela indústria petroquímica há bastante tempo na disposição de 
resíduos sólidos oleosos (borra depetróleo). 
As principais vantagens deste método de disposição de resíduos sólidos são: 
1. Efetividade a um custo razoável 
2. Relativa segurança ambiental 
3. Uso de processos materiais que reciclam o resíduo 
4. Relativa simplicidade de processo, não requerendo equipamento que necessitam de constante 
manutenção ou que sejam à prova de falhas 
5. Possível melhoramento da estrutura e fertilidade do solo. 
 
Essa tecnologia pode apresentar algumas desvantagens: 
· Deficiência dos solos - pois, apesar de disponibilizar quantidades apreciáveis de carbono capazes 
de sustentar uma numerosa população microbiana, os solos, geralmente, apresentam baixos 
teores de nitrogênio e fósforo (além de outros nutrientes inorgânicos). Por isso, freqüentemente, 
utilizam-se fertilizantes para suprir a deficiência do solo. 
 
· O problema de espaço, pois no landfarming aproveita-se apenas os 20cm superiores do solo, 
exigindo grandes extensões de terra. 
 
 Condições climáticas - o tratamento é altamente dependente das condições climáticas 
(temperaturas baixas inibem o processo, umidade e vento também afetam) e do tipo de solo. 
 
· Os contaminantes voláteis, como os solventes, devem ser pré-tratados, para evitar a emissão 
destes para a atmosfera, causando assim a poluição do ar. 
 
· O “landfarming” vem levantando preocupações quanto ao risco de contaminação de águas 
subterrâneas e liberação de odores. 
 
A maior vantagem dessa técnica é o baixo custo com equipamentos, construção e operação. 
Como o consumo de oxigênio aumenta de acordo com a quantidade de carbono orgânico 
disponível e a taxa de difusão do oxigênio através do solo é muito baixa, podendo não haver 
oxigênio suficiente para sustentar a atividade aeróbia dos microrganismos. 
Para contornar esse problema, o solo deve ser revolvido, promovendo a aeração de todo o seu 
volume. Um outro fator limitante desse processo é a umidade, pois pode ocorrer um ressecamento 
na superfície. 
Desta forma é necessário que se adicione água ao sistema para manter níveis de umidade 
propícios à atividade microbiana. O solo pode ser tanto irrigado, através de dispersores, ou 
drenado, se a umidade for excessiva. 
 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
Prof. Denize Dias de Carvalho 
Engenharia do Meio Ambiente 
 
O sistema duplo de impermeabilização deverá ser instalado de forma a cobrir toda a área útil do 
aterro, inclusive as paredes laterais de cada célula do aterro, de modo que o percolado não entre 
em contato com solo natural. O percolado drenado e removido da área do aterro, deverá atender 
às normas de lançamento de efluentes em corpos receptores (CIMM, 2005). A figura 3 apresenta 
o desenho esquemático de um sistema de impermeabilização inferior para resíduo classe I 
(perigoso). 
 
Figura . Desenho esquemático de um sistema de impermeabilização inferior para resíduo classe I 
(perigoso). 
 
Na implantação da impermeabilização de aterros, deverão ser considerados os seguintes aspectos: 
preparação de uma base de assentamento estável; execução da impermeabilização segundo a 
melhor tecnologia disponível para cada material empregado e execução de uma proteção eficiente 
contra esforços mecânicos e intempéries (CIMM, 2005). Um sistema de impermeabilização deverá 
possuir os seguintes requisitos: estanqueidade; durabilidade; resistência mecânica; resistência a 
intempéries e compatibilidade com os resíduos a serem aterrados (CIMM, 2005). 
 
Impermeabilização Superior (Cobertura Final) de Aterros Industriais 
 
Quando do fechamento de cada célula de um aterro industrial, a impermeabilização superior a ser 
aplicada deverá garantir que a taxa de infiltração na área tão pequena quanto possível. Desta 
forma, esta impermeabilização deverá ser no mínimo tão eficaz quanto o sistema de 
impermeabilização inferior empregado (CIMM, 2005). 
O sistema de impermeabilização superior deverá compreender as seguintes camadas, de cima para 
baixo: 
1. Camada de solo original de 60 centímetros, para garantir o recobrimento com vegetação nativa 
de raízes não axiais; 
2. Camada drenante de 25 centímetros de espessura, com coeficiente de permeabilidade maior ou 
igual a 1,0 x 10-3cm/s; 
3. Manta sintética com a mesma especificação utilizada no sistema de impermeabilização inferior 
e 
4. Camada de argila compactada de 50 centímetros de espessura, com coeficiente de 
permeabilidade menor ou igual a 1,0 x 10-7cm/s (CIMM, 2005). 
 
 
 
 
 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
Prof. Denize Dias de Carvalho 
Engenharia do Meio Ambiente 
 
1. Resíduos inflamáveis ou reativos, a menos que sejam previamente tratados (neutralização, 
absorção, etc.), de forma que a mistura resultante deixe de apresentar essas características; 
2. Resíduos com menos de 30% de sólidos totais (em massa); 
3. Resíduos que contenham contaminantes que podem ser facilmente transportados pelo ar, a 
menos que sejam previamente tratados; 
4. Resíduos ou mistura de resíduos que apresentem solubilidade em água superior a 20% em 
peso, a menos que sejam devidamente tratados de forma a reduzir sua solubilidade; 
5. Resíduos constituídos por compostos orgânicos halogenados e não halogenados e 
6. Resíduos incompatíveis entre si. Estes não devem ser dispostos em uma mesma célula, a 
menos que se tomem as devidas precauções para evitar reações adversas. 
 
Localização de Aterros Industriais Classe I (Perigosos) 
 
Deverão ser selecionados, preferencialmente, áreas naturalmente impermeáveis, para construção 
de aterros de resíduos industriais. Estas áreas se caracterizam pelo baixo grau de saturação, pela 
relativa profundidade do lençol freático e pela predominância, no subsolo, de material argiloso 
(CIMM, 2005). O subsolo não deverá ser constituído essencialmente por material com coeficiente 
de permeabilidade (k) maior que 1x10-4cm/s. 
Não é possível instalar aterros industriais em áreas inundáveis, de recarga de aqüíferos, em áreas 
de proteção de mananciais, mangues e habitat de espécies protegidas, ecossistemas de áreas 
frágeis ou em todas aquelas definidas como de preservação ambiental permanente, conforme 
legislação em vigor (CIMM, 2005). 
Deverão ser respeitadas as distâncias mínimas estabelecidas em norma, a corpos d’água (300 
metros), núcleos urbanos (1000 metros), rodovias e ferrovias (50 metros), quando da escolha da 
área do aterro (CIMM, 2005). 
A construção de aterros em ares cujas dimensões não possibilitem uma vida útil para o aterro 
igual ou superior a 20 anos, não deverá ser executada (CIMM, 2005). 
Na seleção da área do aterro, deverão ser considerados os seguintes aspectos: grau de 
urbanização; valor comercial do terreno; condições de acesso; caracterização hidrogeológica; 
potencial de contaminação das águas superficiais e subterrâneas e localização quanto a mananciais 
de abastecimento de água (CIMM, 2005). A seguir serão mostradas algumas considerações 
geológicas adequadas para um subsolo: deverá ser constituído por um depósito extenso e 
homogêneo de solo argiloso, com coeficiente de permeabilidade menor ou igual a 1 x 10-7cm/s; 
deverá apresentar uma porcentagem superior a 30% de partículas passando pela peneira n0 200; 
deverá apresentar um pH maior ou igual a 7 e não sofrer alterações na sua permeabilidade em 
função dos resíduos (CIMM, 2005). 
 
 
Impermeabilização Inferior de Aterros Industriais 
 
Os aterros industriais deverão possuir sistema duplo de impermeabilização inferior composto de 
manta sintética sobreposta a uma cama de argila compactada, de forma a alcançar coeficiente de 
permeabilidade menor ou igual a 1,0 x 10-7cm/s, com espessura mínima de 60 centímetros, 
devendo ser mantida uma distância mínima de 2 metros entre a superfície inferior do aterro e o 
nível mais altodo lençol freático (CIMM, 2005). Sobre o material sintético deverá ser assentada 
uma camada de terra com espessura mínima de 50 centímetros (CIMM, 2005). Na escolha da 
manta sintética a ser aplicada, deverão ser observados os seguintes aspectos: resistência química 
aos resíduos a serem dispostos, assim como o envelhecimento à ozona, à radiação, à ultravioleta e 
aos microorganismos, essas características devem ser comprovadas através de ensaios de 
laboratório; resistência à intempéries para suportar os ciclos de umidecimento; secagem; 
resistência a tração, flexibilidade e alongamento, suficiente para suportar os esforços de instalação 
e de operação; resistência à laceração, abrasão e punção de qualquer material pontiagudo ou 
cortante que possa estar presente nos resíduos e facilidade para execução de emendas e reparos 
em campo, em quaisquer circunstâncias (CIMM, 2005). 
O sistema duplo de impermeabilização deverá ser construído de modo a evitar rupturas devido a 
pressões hidrostáticas e hidrogeológicas, condições climáticas, tensões da instalação, da 
impermeabilidade ou aquelas originárias da operação diária (CIMM, 2005). 
O sistema duplo de impermeabilização deverá ser assentado sobre uma base ou fundação capaz 
de suportá-lo, bem como resistir aos gradientes de pressão acima e abaixo da impermeabilização 
de forma a evitar sua ruptura por assentamento com pressão ou levantamento do aterro (CIMM, 
2005). 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
Prof. Denize Dias de Carvalho 
Engenharia do Meio Ambiente 
 
mínimo três furos para sondagens de reconhecimento e um furo com amostra 
indeformada. 
 
 
MÉTODO CONSTRUTIVO DO ATERRO: determinação da forma do aterro 
 
Uma vez determinadas e analisadas as características da área e dos resíduos, deve-se proceder à 
determinação da forma do aterro. Existem 3 formas: 
 
 Método Trincheira - Consiste na abertura de trincheiras no solo onde o resíduo é disposto 
no fundo, compactado e posteriormente coberto com solo. 
 
 Método Rampa - Conhecido também como método de escavação progressiva, é 
empregado em áreas planas onde o solo natural oferece boas condições para ser 
escavado e utilizado como material de cobertura. Usado em terrenos secos e planos onde 
se procura mudar a topografia através de terraplanagem construindo-se uma rampa onde 
se coloca os resíduos formando células. A rampa é escavada no próprio solo e o resíduo é 
disposto e compactado pelo trator, operando no sentido ascendente, formando assim a 
célula e posteriormente coberto com solo. O método é vantajoso pois economiza o 
transporte de material de cobertura de fora do sistema. 
 
 Método da Área – Empregado em locais de topografia irregular e lençol freático no limite 
máximo. A formação da célula exige o transporte e aquisição de terra para cobertura. 
Usada onde o terreno já apresenta características favoráveis e não é necessário nenhum 
trabalho de preparo e pode-se aproveitar para recuperar alguma área degradada. 
 
Os aterros industriais para resíduos Classe I e II, não são muito difundidos no Brasil, devido a dois 
fatores principais: o atraso geral que o Brasil apresenta quanto as soluções para os resíduos 
industriais e a síndrome do “nimby” (not in my backyard) onde a tentativa de implantar aterros 
industriais é recebida com hostilidade pelas comunidades locais e com reserva pelos órgãos 
ambientais. 
 
É absolutamente essencial determinar o volume, a taxa de produção, as propriedades físicas e 
químicas do resíduo. Os resíduos devem ser compatíveis, isto é, não devem tornar-se explosivos, 
corrosivos, reativos ou tóxicos, ou liberarem gases perigosos quando misturados. (ver norma NBR 
13896/1997). 
Forma de disposição final especialmente projetado e implantado para a disposição de resíduos 
sólidos industriais, garantindo um confinamento seguro em termos de poluição ambiental e 
proteção à saúde pública. Este aterro possui, no mínimo, todas as infra-estruturas de um aterro 
sanitário. Para resíduos perigosos, o conceito construtivo é o de contenção total, o que significa 
impermeabilizar tanto a parte inferior (no caso, com impermeabilização dupla) quanto à parte 
superior do aterro. 
 
Resíduos que não devem ser dispostos em aterros 
 
Nem todos os resíduos podem ser dispostos em aterros industriais, a seguir serão mostrados os 
resíduos que não devem ser dispostos em aterros industriais: 
 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
Prof. Denize Dias de Carvalho 
Engenharia do Meio Ambiente 
 
• Ter jazidas acessíveis de material para cobertura. 
• Ter solo de baixa permeabilidade, caso contrário o terreno deve ser preparado com 
uma camada de argila ou outro material inerte. 
. Operar todos os sistemas de drenagem e de monitoramento normalmente durante pelo 
menos 20 anos após o encerramento. 
•Apresentar posicionamento adequado em relação a ventos dominantes. 
. Impedir o acesso de pessoas não autorizadas 
. Garantir a operação do aterro sob quaisquer condições 
• Discussão com a comunidade. 
 
 
Aterros Industriais 
 
Os aterros para resíduos, tanto domésticos quanto industriais são obras de disposição final mais 
baratas e de tecnologias mais conhecidas no Brasil. Entretanto deve-se ter em mente que esses 
aterros não servem para disposição de todos os tipos de resíduos industriais. 
Existem três correntes básicas que norteiam a concepção dos aterros: 
 
• A primeira, oriunda dos EUA, afirma que os efluentes de um aterro não devem nunca 
atingir as águas subterrâneas. Isto implica em aterros completamente confinados ou, 
então em aterros completamente drenados. 
• A segunda, que vem da Inglaterra, afirma que os solos tem uma capacidade de atenuação 
de poluentes e sua utilização deve ser permitida. Isto implica em aterros parcialmente 
confinados, podendo uma parcela do percolado ir parar nas águas subterrâneas, após ter 
atravessado uma camada do solo. 
• A terceira, que se originou na Suíça , recomenda que se drenem as águas do freático 
juntamente com os líquidos percolados para posterior tratamento. 
 
No Brasil se da preferência ao primeiro tipo, porém e aceitável uma outra concepção, desde que 
seja justificada através de uma análise de impacto ambiental. 
A escolha da área mais apropriada é um processo que permitira sensível diminuição de custos de 
investimentos e também minoração dos efeitos adversos sobre o meio ambiente. 
Além das características do solo (elevado teor de argila (56 – 30%), baixa permeabilidade (6,4 x 
10-4 – 7,1 x10-6 )), para escolha procede-se uma analise econômica onde serão avaliados os 
custos: do terreno, de implementação de acessos, e de transportes. Aquela que apresentar menor 
custo total por unidade de volume ou de massa deve ser a escolhida. 
Uma vez escolhida a área do aterro, determinam-se todas as condicionantes necessárias à 
execução do projeto. Desse modo deve-se obter dados sobre os resíduos a serem dispostos, dados 
topográficos, dados de sondagem do terreno e dados meteorológicos da região. 
 
1. Resíduos - os resíduos devem ter suas características físicas, físico-quimicas, químicas e 
infecto-contagiosas muito bem definidas. Esse conhecimento condicionara a escolha da 
forma do aterro, dos materiais (que devem ser compatíveis com os resíduos), o projeto 
dos sistemas de impermeabilização, de coleta e tratamento do percolado, do 
monitoramento, os planos de seguranca e a própria operação do aterro. 
 
2. Topografia – é necessário que pelo menos duas plantas sejam feitas em escalas de 1:1000 
ou 1:2000 e outra em 1:5000, com curvas de nível mostrando os detalhes significativos do 
terreno. 
 
3. Sondagens – e necessário para se obter dados sobre as características do solo (curva 
granulométrica, umidade, massa especifica, porosidade, coeficiente de permeabilidade) e 
distância do lençol freático. Não existe uma regra geral para se determinar o numero ideal 
de furos de sondagem, quanto menor a área e mais homogêneofor o subsolo, menor será 
o numero de furos necessários para a sua caracterização. Entretanto, recomenda-se no 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
Prof. Denize Dias de Carvalho 
Engenharia do Meio Ambiente 
 
técnica de tratamento se denomina de aterro sanitário celular quando se opta pela construção e 
operação do aterro em unidades separadas de tratamento, a saber, as células. 
 
Forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos, fundamentado em critérios de engenharia e 
normas operacionais específicas, proporcionando o confinamento seguro dos resíduos e evitando 
danos à saúde pública e minimizando os impactos ambientais. Esses aterros possuem as 
seguintes infra-estruturas: cercamento; cinturão verde; guarita; balança; escritório; refeitório; 
vestiário; drenagem de águas pluviais; impermeabilização da base, drenagem e tratamento de 
percolados, drenagem de gases, e poços de monitoramento; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Algumas Vantagens: 
 
 • No caso de se dispor de terrenos baratos é o método mais econômico. 
 • Devido a decomposição do lixo se obtém um terreno rico em "humus" e após 2-5 anos do 
encerramento do aterro sanitário, pode-se utilizar o terreno para parques, jardins, estágios 
esportivos, etc. 
 
Algumas Desvantagens: 
 
• Problema social-comunidade. 
• Não se recupera os subprodutos (quando não se realiza coleta seletiva e 
reciclagem de materiais . 
• Tem que haver uma vigilância rigorosa. 
• Possibilidade de contaminação das águas e do solo. 
• Produção de biogás (~ 60% metano - Pode passar a ser vantagem, desde que 
seja feita a recuperação dos gases). 
 
Condições necessárias para implantação de um aterro: 
 
•Estar afastado de aeroportos . 
•Estar afastado no mínimo 2 Km de zonas residenciais. 
•Estar próximo da zona de coleta (+/-30 Km p/ida e volta – (5 a 20 Km)). 
• Apresentar vias de acesso em boas condições de tráfico para os caminhões. 
• Estar afastado de cursos d'água, nascentes e poços (no mínimo 200 metros, 
minimizar problemas com contaminação). 
. Garantir que os recursos hídricos superficiais ou subterrâneos não sejam atingidos. 
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Fase Líquida 
 
A fase líquida, isoladamente, caracteriza a umidade do solo e é representada pela água ou solução 
do solo, contendo íons como H2PO4
-, SO4
2-, NO3
-, Na+, K+, Cl-, Ca2+, H+, NH4
+ etc. 
A disponibilidade da água é o fator físico-químico que mais afeta os microrganismos do solo, os 
quais requerem uma alta atividade de água (aw) para seu desenvolvimento. 
Atividade de água pode ser definida como a razão entre a pressão de vapor do ar em equilíbrio 
com a substância ou solução e a pressão de vapor da água pura. 
 
 
Fase Gasosa 
 
A fase gasosa caracteriza a porosidade de aeração do solo ou porosidade livre de água, a qual 
contém gases como CO2, O2, NH3 e vapor de água. 
 
Como o ar e a água dividem os mesmos espaços entre os micro hábitats, a composição gasosa do 
solo pode ser facilmente manipulada pela alteração no conteúdo de água. 
 
CCaarraacctteerrííssttiiccaass MMiiccrroobbiioollóóggiiccaass 
 
O solo contém uma grande população de bactérias, fungos, algas, protozoários, nematóides e 
vírus. A flora microbiana do solo está distribuída em todos os tipos de solo com ligeiras 
modificações: os microrganismos são cosmopolitas e sua distribuição apresenta algumas variações 
de acordo com o tipo de solo e com a profundidade do mesmo. 
 
Nesse hábitat heterogêneo, ocorrem interações biológicas intensas e processos bioquímicos 
associados à degradação da matéria orgânica, além de ocorrerem transformações de elementos 
minerais, importantes para a nutrição das plantas como N, P, S, Fe e Mn. 
 
As bactérias, que formam o grupo de microrganismos mais abundante nos solos, são seres 
unicelulares, procariontes e possuem parede celular. São os organismos mais comuns no planeta, 
presentes em todas as regiões. 
 
AAtteerrrroo CCoommuumm oouu LLiixxããoo 
 
D’ALMEIDA e VILHENA, 2000 definem aterro comum ou lixão como a forma mais inadequada de 
disposição dos resíduos sólidos, se resumindo a simples descarga sobre o solo, sem a preocupação 
dos impactos gerados por essa atividade tanto ao meio-ambiente quanto à saúde pública. 
Esse tipo de disposição pode ser considerado como o mais primitivo, onde não se há controle 
algum do que está sendo depositado, nem mesmo ocorre uma separação dos resíduos sólidos 
urbanos, dos de saúde e dos industriais. 
 
Essa forma de disposição facilita a proliferação de vetores, a geração de maus odores, e a poluição 
das águas superficiais e subterrâneas pelo percolado (mistura do líquido gerado pela degradação 
da matéria orgânica com a água da chuva). É, sob todos os aspectos, a pior forma de disposição 
de resíduos sólidos; 
 
AAtteerrrroo CCoonnttrroollaaddoo Segundo Bidone e Povinelli,1999 aterro controlado é uma forma de disposição 
final de resíduos sólidos urbanos no solo, na qual preocupações tecnológicas executivas adotadas 
durante o desenvolvimento do aterro, como recobrimento dos resíduos com argila, aumentam a 
segurança do local, minimizando os riscos de impactos ao meio ambiente e a à saúde pública. 
Embora seja uma técnica preferível ao lançamento a céu aberto, não substitui o aterro sanitário; é 
uma solução compatível (não completamente adequada) para municípios pequenos, que não 
dispõem de equipamentos compactadores e de recursos para implementação de sistemas de 
drenagem adequados. 
AAtteerrrroo SSaanniittáárriioo 
 
Pode-se definir um aterro sanitário de resíduos sólidos como sendo a forma de disposição final de 
resíduos sólidos no solo, segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou 
riscos à saúde pública e à segurança, minimizando impactos ambientais, ABNT,(1984). Esta 
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Os solos podem ser caracterizados de acordo com suas propriedades físico-químicas e 
microbiológicas. 
 
Fase Sólida 
Fração Mineral - originada da desintegração das rochas, corresponde a menos de 50% do volume 
do solo: e contribui, juntamente com a matéria orgânica para a formação de agregados e para a 
estruturação do solo. Essa fração exerce grande importância na disponibilidade de nutrientes, na 
aeração, na retenção e movimento da água. 
 
As partículas sólidas minerais do solo são divididas em três frações texturais: areia, silte e argila. 
Existem uma série de classificações adotadas, para definir as escalas de tamanho dessas 
partículas, as duas mais adotadas são: a escala proposta pela Sociedade Internacional de Ciência 
do Solo (ISSC), que segue a escala originalmente proposta por Atterberg, e a escala proposta pelo 
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) adotada pela Sociedade Brasileira de 
Ciência do Solo (SBCS). 
 
 
A fração mineral do solo é constituída quimicamente por aluminosilicatos, óxidos, carbonatos, 
sulfatos e minerais argilícos. Apresenta propriedades químicas e atividades variáveis de acordo 
com o tamanho das partículas. 
 
Dentre esses materiais que constitui a fração mineral, as argilas apresentam maior reatividade, e 
uma complexa constituição química. A areia e as outras partículas minerais são formadas por 
quartzo, feldspatos, micas e outros silicatos. Sua atividade química é quase nula e se decompõe 
lentamente liberando seus elementos constituintes. 
 
A argila é constituída por silicatos e óxidos de Al e Fe que caracterizam-se por apresentar 
propriedades coloidais, com predomínio de cargas eletrostáticas negativas. São formadas por 
minerais secundários (decomposição) do grupo da montmorilonitas, ilitas, caolinitas, etc. 
 
Fração Orgânica - Matéria Orgânica - Materiais orgânicos de origem animal ou vegetal, 
decompostos por atividade microbiana,constituem a matéria orgânica presente no solo. 
 
A população microbiana produz enzimas tais como desaminases, fosfatases e sulfatases, as quais 
atuam na liberação de nitrogênio, fósforo, enxofre e outros nutrientes que estejam presentes como 
constituintes de moléculas orgânicas. 
 
Diferentes tipos de matéria orgânica presentes no solo estão associados a diferentes composições 
da microfauna e da microflora. A matéria orgânica que não é completamente degradada contribui 
para a formação de húmus. 
 
,002 0,05 0,1 0,25 0,5 1,0 2,0 mm 
 
muito 
fina 
fina média grossa muito 
grossa 
argila silte 
Areia 
cascalho
Segundo USDA 
 
 
 0,002 0,02 0,2 2,0 mm 
 
fina grossa argila silte 
areia 
cascalho
Segundo ISSC 
 
Figura 2.1 – Principais escalas (em mm) de tamanhos de partículas 
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 Na seleção manual são empregadas correias transportadoras planas (esteiras rolantes), de onde 
são retirados materiais não fermentáveis e aproveitáveis, como vidros, latas, peças de alumínio, 
zinco, chumbo, níquel e cobre, plástico, trapos, etc. 
 
O material separado é encaminhado para prensagem e ensacamento e, quando possível, posterior 
comercialização. 
 
2) Fermentação: 
2.1) Fermentação clássica/natural ou fermentação em leiras com reviramento: 
Processo muito utilizado, no qual o resíduo fresco triturado e selecionado é disposto em áreas 
preferivelmente pavimentadas, em montes/pilhas ou em leiras. Em regiões frias ou úmidas, é 
conveniente que o local de disposição das leiras seja coberto. 
 
A temperatura de fermentação é regulada pela quantidade de oxigênio nas leiras, que, por sua 
vez, é adicionado simplesmente pelo reviramento das leiras. 
As experiências realizadas na UFV indicam que um ciclo de reviramento satisfatório deve ser feito 
a cada três dias, na fase de degradação ativa e na fase de maturação as leiras não devem ser 
reviradas. Cabe ressaltar que este procedimento pode sofrer modificações em função da qualidade 
dos resíduos, processamento utilizado e de fatores ambientais. 
 
O reviramento pode ser manual ou mecânico, com escavadora ou equipamento especialmente 
projetado para isto. 
 
A temperatura é medida por sonda termométrica todos os dias a 50 - 60 cm da superfície no 
centro da leira. 
Quando a temperatura cai abaixo de 50oC, é necessário virar as leiras. Quando, após o 
reviramento, a temperatura não sobe mais, considera-se que o composto está pronto, o que 
ocorre em torno de 75 a 90 dias. 
 
É sugerido que as leiras devam ter seção triangular, com as seguintes dimensões: 
- largura da base = 2,40 m e 3,60m (4–5 m) 
- altura = 1,20 m e 1,60 m (2 m) 
- comprimento em torno de 100 m. 
 
 
Disposição final 
 
 
Entende-se como disposição final à colocação dos resíduos industriais em aterros sanitários ou 
industriais, sem duvida são os processos ainda mais utilizados no mundo, apesar das diretrizes 
apontadas pela Agenda 21 em 1992. 
 
É indispensável no desenvolvimento de projetos de aterros, algum conhecimento sobre as 
propriedades do solo, principalmente quando se considera o solo como atenuador de poluição. 
Alem disto, uma serie de outras propriedades devem ser conhecidas para garantir um projeto de 
aterro dentro das normas vigentes pela legislação, tais como: massa específica aparente e 
aparente seca, textura, granulometria, forma dos grãos, plasticidade, troca irônica, coesão, 
estrutura das argilas, porosidade, percolação das águas. 
 
 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS 
 
O solo pode ser definido como um sistema multicomponente constituído por três fases: sólida, 
líquida e gasosa. Juntas, as fases líquida e gasosa chegam a ocupar uma grande parte do volume 
do solo e compõem a porosidade total. 
A fase sólida é constituída de partículas minerais e de substâncias orgânicas. Esses compostos 
orgânicos e os minerais sólidos constituem o que se chama matriz do solo e apresentam-se de 
várias formas e tamanhos com diferentes composições químicas. 
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Tabela 3 – Resumo da classificação do processo de compostagem 
 
 
 
Quanto à biologia 
Aeróbio – presença de O2, temp. de decomposição elevada, 
desprendimento de CO2 e vapor d’água; 
Anaeróbio – ausência de O2, temp. de decomposição baixa, 
desprendimento de CH4 e H2S e outros gases 
Misto - combinação dos dois processos (processo chinês) 
Quanto à temperatura Psicofílica – temperatura normal ambiente 
Mesofílica – 35 –55 oC 
Termofílica – 55 –70 oC 
Quanto ao ambiente Aberto – céu aberto, pátio de maturação 
Fechado – digestores, bioestabilizadores, biorreatores (possui 
melhor controle das fases) 
 
Classificação 
 
da 
 
compostagem 
Quanto ao processa-
mento 
Natural – revolvimentos peródicos 
Acelerado – Dinâmico- reatores 
 Estático – leiras com sistema de aeração 
forçada 
 
 
MMiiccrroobbiioollooggiiaa ddoo pprroocceessssoo 
 
A compostagem é uma bio-oxidação da matéria orgânica conduzida por uma variedade de 
microrganismos. A diversidade, sobretudo de bactérias, fungos e actinomicetos favorece uma boa 
compostagem. 
- Bactérias: sempre presentes no processo, predominantes na fase de degradação dos 
compostos biodegradáveis, desenvolvem-se rapidamente no início do processo, liberam 
energia na forma de calor, necessitam de umidade e são ativas numa larga faixa de 
pH. 
- Fungos – dominantes quando existe uma alta relação C/N no meio (materiais 
celulosicos), suportam baixos teores de umidade e larga faixa de variação de pH (2-9) 
- Actnomicetos – atacam as substâncias não degradadas por bactérias e fungos (baixa 
relação C/N), desenvolvem-se sobretudo na fase final da maturação. 
- 
Para um bom rendimento nas diferentes etapas da compostagem e para a obtenção de um 
composto aceitável, o processo, deve ser feito em uma sequência de 4 fases: 
- tratamento preliminar dos resíduos sólidos, com triagem e seleção de materiais aproveitáveis; 
 - fermentação propriamente dita; 
- tratamento secundário do produto fermentado; 
- armazenamento e fermentação lenta do composto obtido. 
 
1) Tratamento preliminar do resíduos sólidos: 
Na entrada de uma usina de compostagem, os caminhões contendo os resíduos sólidos são 
pesados e, a seguir, vazam a carga nas fossas de recepção. 
 
Das fossas de recepção, o resíduo é transportado fresco através de correias transportadoras para o 
tratamento primário que consiste de: 
- crivagem para eliminação de elementos de maior dimensão, que prejudicam os processos 
posteriores; 
- trituração e homogeneização, para facilitar a fermentação; 
 - triagem e seleção mecânica ou manual de elementos aproveitáveis. 
 
Os crivos geralmente são peneiras vibratórias, que deixam passar o material pequeno, geralmente 
decomponível por fermentação . 
 
A trituração é conseguida, com o emprego de moinhos de martelo, que tem como objetivo obter 
uma granulometria uniforme para a massa do resíduo, que será enviada à fermentação. 
 
A seleção mecânica á realizada por separadores eletromagnéticos, que separam as latas e chapas 
ferrosas, e por flotadores, que recuperam os papéis e outros materiais celulósicos. 
 
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Inconvenientes: 
- necessita de mais espaço que a incineração; 
- a descarga do lixo libera odores que devem ser eliminados por instalações para ventilação; 
- a qualidade do composto varia em função da composição do lixo fresco; 
- devido aos grandes gastos com transporte no preço final do composto, sua venda ainda é 
limitada. 
• É afetada por diversos fatores(pH, temperatura, aeração, umidade, tamanho das 
partículas, concentração de nutrientes e segregação de materiais (coleta seletiva)) 
• É um processo ainda lento ⇒ até 60 dias. 
• É sensível à produtos tóxicos ou não biodegradáveis (Ex.:celulosídicos), e não processa 
metais pesados 
• Caso não haja rigoroso controle do processo, poderão surgir impactos ambientais, com 
emanação de odores e produção de chorume 
• Exige boa coleta seletiva e análise da matéria-prima antes do início do processo 
• Necessita de espaço 
 
 
LLeeggiissllaaççããoo 
 
As características dos materiais comercializados como fertilizantes devem obedecer às 
especificações da legislação existente, que dispõem sobre a inspeção e a fiscalização da produção 
e comércio de fertilizantes e corretivos agrícolas e aprovam normas sobre especificações, garantias 
e tolerâncias. 
• Decreto-lei 86.955 de 18/12/82 
• Portaria MA 84 de 29/3/82 
• Portaria 01 da Secretaria de Fiscalização Agropecuária do MA de 4/3/83 
 
OO ccoommppoossttoo oorrggâânniiccoo éé eennqquuaaddrraaddoo nnaa lleeii ccoommoo ffeerrttiilliizzaannttee oorrggâânniiccoo oouu mmaaiiss eessppeecciiffiiccaammeennttee ccoommoo 
ffeerrttiilliizzaannttee ccoommppoossttoo.. 
 
Tabela 2 – Valores estabelecidos como parâmetros de controle para o composto orgânico, 
conforme legislação brasileira. 
 
 
 
 
Parâmetro 
 
Valor 
 
Tolerância 
 
pH 
 
Mínimo de 6,0 
 
Até 5,4 
 
Umidade 
 
Máximo de 
40% 
Até 44% 
 
Mat. Org. 
 
Mínimo de 40%
 
Até 36% 
 
Nitrogênio total 
 
Mínimo de 
1,0% 
Até 0,9% 
 
Relação C/N 
 
Máximo de 18/1
 
Até 21/1 
 
 
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FFaasseess ddaa ccoommppoossttaaggeemm 
 
Fase I - fase inicial – início da decomposição da matéria orgânica, apresenta aquecimento rápido, 
desprendimento de calor e vapor d’água, fitotoxicidade com formação de ácidos 
(acético, fórmico, propriônico, butírico, capróico e cáprico - queda do pH ~ 4,5) e 
toxinas de curta duração – 12 a 24 horas. 
 
Fase II - fase de semicura ou bioestabilização – degradação ativa – é nesta fase que ocorre as 
reações bioquímicas mais intensas. É uma fase essencialmente termofílica (65 oC) – 
tempo duração: 24 horas a 8 dias (biorreatores) , 45 – 70 – 90 dias (leiras), depende de 
fatores ambientais, natureza dos resíduos, tamanho e natureza da população 
microbiana, balaço de nutrientes e do tipo de processo escolhido. 
 
Fase III - fase de resfriamento – tempo duração: 2 a 5 dias 
 
Fase IV - fase de cura, maturação ou humificação (formação de ácidos húmicos) e de mineralização 
- tempo duração: 30 a 60 dias 
 
 
 
A compostagem não pode ser empregada sozinha. Para um bom rendimento, e para a obtenção de 
um composto aceitável, o processo, então, é feito em uma sequência de 4 fases: 
 - tratamento preliminar do lixo, com triagem e seleção de materiais aproveitáveis; 
 - fermentação propriamente dita; 
 - tratamento secundário do produto fermentado; e 
 -armazenamento e fermentação lenta do composto obtido. 
 
 
Vantagens: 
- aproveitamento do lixo para se obter um produto final útil para o solo; 
- é o meio mais econômico para se produzir um composto húmico; 
- não ocorre a contaminação do ambiente durante o processo; 
- necessita de área muito menor que os aterros sanitários; 
- pode tornar-se rentável ao se conjugar a venda do composto com a coleta de lixo municipal. 
 
• Baixo Custo Operacional e de Instalação, em comparação a outros processos (por ex: 
incineração) 
• Pode ser realizado na própria fonte geradora do resíduo, evitando despesas com o 
transporte. 
• Pode ser uma boa solução para destinar o lodo produzido nas ETE`s. 
• Possui a flexibilidade de processar volumes grandes ou pequenos de resíduos 
• Produz um composto com excelente aplicação na agricultura. 
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Bactéria Mínima* Ótima* Máxima* 
Mesofílica 15 a 25 25 a 40 43 
Termofílica 25 a 45 50 a 55 85 
 
pH 
Na fase inicial da compostagem, a acidez do material tende a aumentar em virtude da formação de 
ácidos orgânicos, atingindo valores de pH próximos de 4,5. A partir daí, o processo toma o sentido 
inverso, observando-se um crescente aumento do pH, que chega a atingir valores superiores a 
8,0. Normalmente deve ser mantido na faixa de 8,0 a 9,0; 
 
Umidade 
A faixa ideal de operação fica entre 40- 60%, abaixo desta poderemos ter inibição do processo 
microbiano, pois os microrganismos necessitam, para sua plena atividade metabólica, de uma 
certa quantidade de água, que funciona como importante veículo de nutrientes e via de excreção 
dos metabólitos e acima podemos favorecer o processo anaeróbio. 
Aeração 
Deve ser tal que seja fornecida a quantidade de oxigênio necessária para que o processo de 
oxidação-redução transcorra favoravelmente com a liberação da energia necessária; 
 
• A compostagem deve ser um processo essencialmente aeróbio. 
• Má aeração favorece a formação de chorume e vetores. 
• A aeração pode ser por revolvimento das leiras ou forçada. 
Relação C/N 
Os microrganismos para manterem ativo o processo de compostagem exigem, além do substrato 
orgânico, uma quantidade mínima de outros elementos necessários à sua constituição celular. 
Entretanto, suas maiores necessidades são o carbono, como fonte de energia e o nitrogênio, como 
importante formador da estrutura celular. Para o início do processo, aceita-se como ótima uma 
relação de 30 partes de carbono para cada parte de nitrogênio (30 : 1); 
 
• Sofre grande variação no decorrer do processo. 
• Inicialmente, o ideal está em torno de 30/1, terminando o processo com cerca de 10/1. 
• Se a relação estiver alta é corrigida, deve ser feita uma correção adicionando fonte de N (ex: 
lodo ou fertilizantes) 
• Se estiver baixa ocorre liberação do N na forma de amônia. 
• Desta forma, é muito importante que o composto aplicado no solo esteja realmente 
maturado, C/N 10/1. 
 
TTiippoollooggiiaa ddooss rreessíídduuooss 
Tipos de resíduos sólidos que podem ser utilizados no processo de compostagem: restos agrícolas, 
estercos de animais, resíduos urbanos (fração orgânica), resíduos agro-industriais e lodos gerados 
em plantas de ETE’s separados ou combinados com agentes estruturantes. 
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Histórico: 
A compostagem é praticada desde antigüidade, principalmente pelos orientais, as técnicas 
empregadas eram artesanais e o composto orgânico obtido empregado na produção de cereais. 
Só após 1920, Sir Albert Horward desenvolveu o processo Indore, na Índia, definindo 
procedimentos para o estudo da fermentação de resíduos sólidos, resultando na utilização de leiras 
sobre o solo. 
Uma série de outros processos foram surgindo: 
• 1922 - Giovanni Beccari - reduziu o período de fermentação de 180 para 40 dias 
• 1929 – Jean Bordoim propôs modificações no processo Beccari 
• 1932 – O holandês Van Manhen, propôs modificações no processo Albert 
A partir de então, surgiram inúmeros processos: Dumfries, Windrow, Dano, Frazer-Eweson, Riker, 
Jersey, Earp-Thomas, Triga, Kneen, Prat, Nusoil, dentre outros. 
A avanço tecnológico permite que muitos dos atuais sistemas instalados sejam totalmente 
operados e controlados por computadores. 
 
Definição: “É um processo aeróbio e controlado de decomposição biológica e estabilização da 
matéria orgânica em condições que permitam o desenvolvimento de temperaturas termofílicas 
(65oC) resultantes de uma produção calorífica de origem biológica, com obtenção de um produto 
final estável, higiênico, rico em compostos húmicos e cuja utilização, no solo, não ofereça riscos ao 
meioambiente”. 
 
O fato da decomposição do resíduo ser controlada é que difere a compostagem da putrefação 
natural, sendo esse controle em suma, o objeto de todos os estudos sobre o assunto. 
 
CCoommppoossttoo oorrggâânniiccoo 
• “O vocábulo “compost”, da língua inglesa deu origem à palavra composto, usada para indicar 
um fertilizando orgânico preparado a partir de restos vegetais e animais através de um 
processo denominado de compostagem”. 
• “É um produto homogênio obtido por um processo biológico, pelo qual a matéria orgânica 
existente em resíduos é convertida em outra mais estável pela ação de microrganismos. Os 
resíduos podem se restos agrícolas, estercos de animais ou resíduos urbanos, separados ou 
combinados”. 
• “É formado de húmus e proteínas resultantes da compostagem da matéria orgânica”. 
“É a denominação genérica dada ao fertilizante orgânico resultante do processo de compostagem”. 
 
Fatores que Afetam a Compostagem 
Temperatura 
• O processo de compostagem ocorre em diversas temperaturas. Seu controle é 
absolutamente necessário. Para melhores resultados, deve ser mantida entre 50 e 55oC 
nos primeiros dias e entre 55 e 60oC no restante do período de compostagem. Se deixar 
aumentar a temperatura acima de 70oC por um período significativo de tempo, a atividade 
biológica será reduzida. 
 
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Fig. – Processo de co-processamento 
Fonte: CIMPOR Brasil (Oliveira, 2006) 
 
Resumindo, o coprocessamento em cimenteiras apresenta as seguintes vantagens: 
• Altas temperaturas e longos tempos de residência: mais de 5" > 1800 °C 
• Elevado índice de destruição: Orgânicos totalmente destruídos; Metais incorporados e 
fixados no produto final 
• Dupla valorização de produtos orgânicos e minerais 
• Alta eficiência e Recuperação: total 1 MJ resíduo = 1 Mj fuel tradicional 
• Redução das emissões globais: CO2 global é reduzido 
 
Compostagem 
 
A crescente preocupação com os problemas ambientais, associada à escassez de recursos naturais 
tem levado o homem a pensar mais seriamente sobre a questão dos resíduos sólidos. 
 
A compostagem é considerada um método de tratamento com aproveitamento de resíduos sólidos 
orgânicos, embora seja uma prática remota, surge atualmente como fonte de produção de um 
fertilizante orgânico/ composto/condicionador de solos para a agricultura. 
 
A crescente procura de produtos mais saudáveis e produzidos sem a adição de fertilizantes 
químicos provoca certos estímulos na agricultura mundial, tornando o composto orgânico uma 
alternativa viável e conciliatória para dois grandes problemas mundiais: a produção de alimentos e 
a poluição ambiental. 
 
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A vantagem do blend é ser um produto homogêneo, preparado fora das instalações da industria 
que utiliza o produto, eliminando os problemas ambientais e operacionais do co-processamento. As 
desvantagens são os custos e a redução dos ganhos da cimenteira. 
 
Caracterização dos fornos de cimento 
 
Os fornos de cimento reúnem algumas características que os recomendam como possíveis 
instalações para a eliminação de resíduos perigosos, principalmente se esses resíduos forem 
combustíveis e puderem ser destruídos por reação com o oxigênio atmosférico. Dado o seu caráter 
perigoso a queima destes resíduos tem de ser realizada de modo que a sua remoção e destruição 
(DRE- Destruction and Removal Efficiency) seja elevada. Usualmente as Normas para o tratamento 
térmico de resíduos perigosos impõem DRE melhores que 99,99% (ou 99,9999% para 
dioxinas/furanos). 
 
Fig. – Sistema de filtração 
Fonte: CIMPOR Brasil (Oliveira, 2006) 
 
Os gases no forno de clínquer atingem temperaturas máximas de 2000 ºC no queimador principal 
e permanecem a temperaturas acima dos 1200 ºC por períodos de 4-6 segundos. Por sua vez o 
clínquer sai do forno a temperaturas na ordem dos 1450 ºC. Estas temperaturas são das mais 
elevadas encontradas em qualquer processo industrial e o tempo de residência dos gases a alta 
temperatura é também bastante superior ao conseguido em outros processos de combustão 
alternativos, como a incineração dedicada. Assim um forno de clínquer é um local com condições 
ótimas para uma queima ou destruição eficaz de qualquer resíduo orgânico que se possa 
oxidar/decompor com a temperatura. 
 
Devido à quantidade elevada de matéria prima existente no interior do forno, este tem uma inércia 
térmica superior ao de muitas outras instalações industriais a alta temperatura. Esta característica 
é vantajosa quando se queimam substâncias com composição e poder calorífico variável como são 
os resíduos industriais. 
 
É necessário tomar algumas precauções em relação ao modo como o material é adicionado ao 
forno. O local de injeção mais apropriado é o queimador principal junto à saída do clínquer, porque 
nestas condições a temperatura e o tempo de residência são maximizados. Substâncias líquidas ou 
sólidos triturados são normalmente queimados neste ponto do forno. 
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Engenharia do Meio Ambiente 
 
 Mecanismo de operação de um sistema de incineração. 
O forno de fluxo descendente é composto por duas câmaras, a primária e a de pós-combustão, 
que oferecem tempo de residência total de 4 segundos a 1.200ºC. Entre as duas câmaras há uma 
restrição que melhora a turbulência dentro do forno de modo a garantir uma boa mistura entre o 
combustível, constituído pelo próprio resíduo em processo de carbonização, e o ar. No topo do 
forno ficam dois queimadores e, na sua parte inferior, um terceiro. 
Ao final do percurso formado pelas duas câmaras o resíduo orgânico é transformado em CO e CO2. 
Restam os resíduos organoclorados, a esta altura em forma de gases clorados. Esses gases, à 
medida que o processo avança, são parcialmente absorvidos pela própria água de resfriamento e 
da absorção resulta uma solução contendo cerca de 15% de ácido clorídrico. 
Os clorados contidos nos gases quentes chegam ao Quencher, onde sua temperatura, mediante 
contato com a resfriadora solução de ácido clorídrico, é reduzida de 1.250ºC para cerca de 90ºC, 
aumentando, paralelamente, o teor de ácido clorídrico na solução. O HCl e Cl2 persistentes na 
forma gasosa são retidos na torre de absorção. A seguir são neutralizados com soda cáustica e 
tratados com uréia industrial e sulfito de sódio, removendo-se o material particulado. O gás 
neutralizado segue para um tanque onde ocorre a separação das partículas líquidas e se impede 
por um separador de névoa o arraste de partículas menores. 
 
Co-processamento 
 
O Co-processamento de resíduos sólidos, utiliza a decomposição térmica, via oxidação, com 
finalidade de tornar o resíduo atóxico através de sua incorporação química às matérias-primas, ou 
ainda, elimina-lo sob a forma de gás carbônico e água, através de sua queima. 
 
A prática do Co-processamento de resíduos sólidos vem sendo amplamente explorada e 
incentivada como forma de destruição térmica de resíduos perigosos e não perigosos em vários 
países do mundo. 
 
Co-processamento, à princípio, pode ser realizado em qualquer indústria desde que esta prática 
seja capaz de aproveitar os compostos inorgânicos dos rejeitos e destruir os orgânicos, detendo as 
condições operacionais para o processo e seu controle sem alterar a qualidade do produto final. 
 
No Brasil, o co-processamento de resíduos vem sendo praticado, principalmente em fornos 
cimenteiros nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. 
 
O Co-processamento tem se apresentado como uma das alternativas tecnológicas mais viáveis no 
gerenciamento de resíduos, por ser um processo fechado, custo relativamente baixo, destruição de 
resíduos e retençãode cinzas na matriz do clínquer. 
 
TIPOS DE RESÍDUOS QUE PODEM USADOS NO CO-PROCESSAMENTODados da literatura 
apresentam como uma alternativa de tratamento o co-processamento para os seguintes os 
resíduos industriais: 
· Resíduos oleosos: borras, lodos, óleos e graxas· Catalisadores gastos· Materiais de 
refino e resíduos de refinarias de petróleo· Pneus· Lodos de ETE· Solventes· 
Plásticos· Madeira· Tintas, vernizes, resinas, corantes· Substâncias inorgânicas· 
Produtos fora da especificação e da validade· Resíduos sólidos municipais · 
 Resíduos ambulatoriais 
 
Pela Resolução CONAMA Nº 264 DE 26/08/99, excetua-se do processo de licenciamento de 
forno rotativo de produção de clínquer, para atividades de co-processamento de resíduos, os 
resíduos domiciliares brutos, resíduos de serviço de saúde, radioativos, explosivos, 
organoclorados, agrotóxicos e afins. 
O “blend” energético é uma evolução do co-processamento, na sua modalidade de resíduos com 
conteúdo energético. Nesse caso, uma empresa especializada, coleta os resíduos com teores 
energéticos acima de 3.000 kcal/kg e prepara uma mistura energética que pode ser admitida como 
combustível auxiliar nos fornos cimenteiros. 
 
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• destruição total da parcela orgânica dos resíduos 
• monitoramento on-line de todo o processo 
• flexibilidade na forma de recebimento dos resíduos (tambores, bombonas, caixas, fardos, 
sacos e big bags)•redução do volume•recuperação energética; 
•alternativa para não recicláveis 
 
Desvantagens: 
•custos•pessoal especializado•possível emissão de gases tóxicos•metais pesados (cinzas e 
gases) 
Legislação 
• NBR 11.175 (Teste de queima, Padrões de emissão: HCl, HF, CO, SOx, NOx e material 
particulado, Monitoramento) 
• Resolução CONAMA No. 316, 29/10/2002 (Dispõe sobre procedimentos e critérios para o 
funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos) 
 
A regulamentação brasileira se baseia na norma NBR 11.175, de dezembro de 1989, de padrões 
de desempenho de incineração de resíduos perigosos. Na norma, por exemplo, estão os padrões 
de emissão de HCl , HF, CO, SOx, NOx, e materiais particulados. Também define o monitoramento 
contínuo, requisitos de operação e orienta a respeito do chamado teste de queima. 
 
No teste de queima, normalmente feito de dois em dois anos, o incinerador opera sob as piores 
condições. “Se nesse teste a empresa conseguir ter seus padrões de emissão dentro dos limites, 
em qualquer outra operação ela diretamente estará apta”, afirmou o gerente do setor de ar, ruído 
e vibrações da Cetesb, Carlos Eduardo Komatsu. O resíduo utilizado no teste será então de baixo 
poder calorífico e com alta emissão de material particulado e dos outros poluentes. “Ele deverá 
provar que consegue aliar o controle de emissões com capacidade de destruição”, completa. Caso 
passem no teste, realizado também quando são ampliados, os incineradores recebem atestado de 
eficiência de 99,9999%. 
 
 
Figura- Foto de um sistema de incineração. 
 
O controle sobre a formação de dioxinas e furanos (compostos organo-clorados) é feito em um 
equipamento chamado Quencher, capaz de reduzir em menos de 1 segundo a temperatura de 
1.200ºC, dos gases finais da incineração, para 80ºC. A medida evita originar compostos 
cancerígenos, normalmente produzidos em temperatura na faixa dos 700ºC. Evitando-se a 
formação das dioxinas e furanos pelo resfriamento lento, impossível de ocorrer em razão da 
rapidez do Quencher, que opera com grande quantidade de água. 
 
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Capacidade total está sendo ampliada para 7000 t/ano 
Os sete incineradores comerciais do Brasil estão operando a plena carga e quase não dão conta da 
demanda de cerca de 50 mil t/ano de resíduos perigosos. Concentrados em São Paulo, Rio, Bahia e 
Alagoas, a procura pelos serviços desses fornos rotativos e fixos para destruição de sólidos, 
líquidos e pastosos tem aumentado em proporção direta às exigências das leis ambientais. Diante 
desse quadro, vários proprietários começam a anunciar ou planejar ampliações de capacidade. 
No caso da Teris, o incinerador está para ser licenciado pela Cetesb para poder queimar as 
polifenilas bicloradas (PCBs), o famoso ascarel, óleo isolante para transformadores elétricos. Até o 
momento, apenas a Cetrel, a Cinal e a Bayer podem fazer o mesmo. 
 
O investimento nessa área é muito alto tanto na isntalaçao como na operação dos incineradores, 
cobrando preço médio oscilante de R$ 1,50 a R$ 3,00 por kg de resíduo incinerado. 
 
O preço médio cobrado pelos incineradores, de acordo com Bert Neumeier, varia principalmente 
conforme o poder calorífico da carga (quanto menor mais energia demanda), a quantidade de 
resíduo, de cinza gerada, de cloro e de enxofre. E em seu preço estará embutido não só a queima, 
mas também os custos com análises químicas, com embalagens para os resíduos (fibra de papelão 
e plástico reciclado) e com a disposição em aterros da escória (residual inorgânico classe II) e das 
cinzas (classe I). 
 
 
RESÍDUOS PASSÍVEIS DE INCINERAÇÃO 
• resíduos sólidos, pastosos, líquidos e gasosos 
• resíduos orgânicos clorados e não-clorados (borra de tinta, agrodefensivos, borras oleosas, 
farmacêuticos, resíduos de laboratório, resinas, entre outros) 
• resíduos inorgânicos contaminados com óleo, água contaminada com solventes, entre 
outros) 
• resíduos ambulatoriais 
 
RESÍDUOS NÃO-PASSÍVEIS 
• radioativos 
• resíduos totalmente inorgânicos 
• resíduos hospitalares (centro cirúrgico) 
 
VANTAGENS DA INCINERAÇÃO 
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TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
Define-se tratamento de resíduos como qualquer processo que altere suas características, 
composição ou propriedades, de maneira a tornar mais aceitável sua disposição final ou 
simplesmente sua destruição. Estes métodos se processam por uma ou mais das seguintes 
formas: 
 
• convertendo os constituintes agressivos em formas menos perigosas ou insolúveis; 
• destruindo quimicamente produtos indesejáveis; 
• separando da massa de resíduos os constituintes perigosos, com conseqüente redução do volume 
a ser disposto; e 
• alterando a estrutura química de determinados produtos, tornado mais fácil sua assimilação pelo 
meio ambiente. 
 
TTiippooss ddee ttrraattaammeennttoo 
 
No Brasil, têm sido utilizados os seguintes métodos de tratamento e /ou disposição final: 
 
Resíduos urbanos Resíduos Industriais 
Aterros controlados Incineração 
Vazadouros Co-processamento 
Compostagem natural Blend energético 
Usinas de compostagem Aterros 
Reciclagem 
 
Outros (land-farming, incorporação 
em cerâmica, estocagem, lixões) 
 
Um breve histórico sobre os métodos de tratamento e/ou disposição final. 
 
Incineração 
 
“Processo de tratamento que utiliza a decomposição térmica de resíduos, em elevadas 
temperaturas, com objetivo de tornar um resíduo menos volumoso e menos tóxico.” 
 
Nesta tecnologia ocorre a decomposição térmica via oxidação à alta temperatura da parcela 
orgânica dos resíduos, transformando-a em uma fase gasosa e outra sólida, reduzindo o volume, o 
peso e as características de periculosidade dos resíduos. 
Todos os materiais provenientes deste processo são tratados com as mais modernas tecnologias 
antes de sua destinação final. 
As escórias e cinzas são dispostas em Aterro próprio, os efluentes líquidos são encaminhados para 
estação de tratamento, onde 100% retorna ao processo, e os gases oriundos da queima são 
tratados e monitorados on-line, sob os seguintes parâmetros: vazão, temperatura, níveis de O2,CO 
etambém índices de NOx, SOx e materiais particulado. 
A incineração vem sendo praticada, principalmente para resíduos perigosos líquidos com poder 
calorífico acima de 3.000 kcal/kg. A maioria dos incineradores disponível no país é de propriedade 
de empresas multinacionais, e foram construídos principalmente para resolver o problema próprio 
de cada empresa. Essas empresas procuram vender para outras indústrias a sua capacidade de 
incineração excedente. 
 
OS INCINERADORES DE RESÍDUOS PERIGOSOS DO BRASIL 
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O filtro opera em regime de batelada. O lodo quimicamente condicionado é bombeado para dentro 
dos espaços entre as placas. Pressões de 100 - 150 psi são aplicadas. Os sólidos preenchem o 
espaço entre duas placas enquanto o líquido é forçado através do meio. Ao término do período de 
desidratação, as placas são separadas e a torta de lodo removida. 
 
Aplicados na filtração de lodos municipais e de industrias de polpa de papel, ou de lodos contendo 
água e óleo. A pressão é suficiente para prevenir o entupimento do filtro por finos. Filtros prensa 
60 - 70 % de umidade. 
 
SSEECCAAGGEEMM DDOO LLOODDOO 
 
Secagem natural se dá em unidades denominadas leitos de secagem.VANTAGENS 
É o método mais simples e mais barato utilizado em secagem de lodos, devendo ser escolhido 
sempre que possível. 
DESVANTAGENS 
Dependência de condições climáticas favoráveisNecessidade de grandes áreas disponíveisEmprego 
de mão de obra para remoção do lodo secoSó pode receber lodo estabilizado. 
Leitos de secagem compreendem tanques rasos de piso drenante, geralmente retangulares, 
projetados para receber lodo úmido até uma altura de 30 cm. A perda de umidade de água ocorre 
através de 2 mecanismos: 
 * percolação através da camada drenante * evaporação através da superfície exposta ao ar 
 
CAMADA SUPORTE – 
 
É constituída de tijolos maciços assentados com afastamento de 2 a 3 cm, preenchido com areia 
grossa. 
 
 
MEIO FILTRANTE – 
 
É constituído de camadas de pedras de granulometria diferentes e arrumadas, de modo que a 
camada inferior tenha granulometria maiores do que as da camada superior 
SISTEMA DE DRENAGEM – 
 
É constituído de canalizações convenientemente dispostas, abaixo do meio filtrante, de modo a 
recolher o líquido drenado que é enviado à entrada da ETE. Em condições normais de secagem, o 
lodo poderá ser removido depois de um período que varia de 20 a 40 dias, cuja umidade atinge 
valores de 70 a 60 %. 
SECAGEM ARTIFICIAL 
 A secagem artificial do lodo pode ser feita em equipamentos do tipo moinhos rotativos, 
evaporadores de multi-efeito e de leito fluidizado. O teor de sólidos pode alcançar até 90%. 
 
Em março de 2004 foi realizado no Rio de Janeiro um encontro sobre Tratamento de lodos – 
utilização de tratamento térmico para secagem de lodos. 
Foi apresentado o primeiro secador de lodos em operação no Brasil, solução já adotada na Europa, 
nos Estados Unidos e no Japão e que segundo os palestrantes oferece várias vantagens 
econômicas e técnicas relacionadas com a economia de espaço de instalação, facilidade e 
versatilidade de operação . 
O Secador Térmico apresentado é da firma italiana Pieralisi é do tipo de troca térmica direta, ou 
seja, os gases quentes provenientes da combustão entram em contato com o lodo para aquece-lo 
e remover a água, podendo operar continuamente ou intermitentemente.A desinfecção ou 
higienização do lodo é uma operação necessária se seu destino for à reciclagem agrícola, já que os 
processos de digestão anaeróbia ou aeróbia podem não reduzirem o nível de patógenos a 
patamares aceitáveis. 
 
 
 
 
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 A desidratação do lodo tem um importante impacto nos custos de transporte e destino final do 
lodo, já que o comportamento mecânico varia com o teor de umidade, e a diminuição de volume 
otimiza o transporte do lodo para seu destino final, visto que na maioria dos países, incluindo o 
Brasil, as estações de tratamento de esgoto/efluente têm como principal meio de locomoção da 
carga de lodo, o sistema rodoviário e a utilização de frota de caminhões. 
 
DDeessiiddrraattaaççããooO propósito da desidratação é remover líquido suficiente do lodo espessado de forma 
a produzir uma torta com conteúdo de sólidos e propriedades de manuseio ótimos para 
subsequente processamento ou disposição. 
 
CentrifugaçãoUma centrífuga de sólidos consiste de um tambor rotativo que concentra e 
desidrata o lodo, separando em uma torta e uma corrente diluída. A torta se forma no interior do 
tambor e é descarregada deste por intermédio de um parafuso condutor, que gira dentro do deste 
a uma velocidade levemente menor. 
 
O fluido sobrenadante corre para a extremidade oposta do tambor onde é coletado. A capacidade 
da centrífuga está relacionada com seu tamanho (diâmetro e comprimento do tambor). 
Através da centrifugação pode-se obter um lodo com teor de umidade na ordem de 70 - 80%. 
 
FFiillttrraaççããoo àà vvaaccuuoo 
Um típico filtro à vácuo consiste de um tambor rotativo parcialmente submerso em um vaso 
contendo a lama. Filtros à vácuo 70% de umidade. Os dois tipos de filtros á vácuo mais comuns 
são o de tambor rotativo e o de correia rotativa. Desde o desenvolvimento da filtração contínua, o 
filtro à vácuo com tambor convencional tem sido mais usado . Isto se deve principalmente à sua 
flexibilidade operacional e habilidade para manusear várias qualidades de lodos. 
 
A principal desvantagem destes filtros é o progressivo processo de colmatação do meio filtrante. 
Quando esta colmatação alcança um ponto crítico, o meio deve ser substituído ou regenerado com 
uma lavagem ácida ou alcalina.Um outro problema é a descarga da torta. Ela deve ter uma 
espessura mínima e secura suficiente para ser desgarregada por completo. Pode ter uma zona de 
sopro antes da descarga. O uso de filtros do tipo correia rotativa elimina ou reduz bastante os 
problemas de colmatação e espessura da torta. 
 
O meio filtrante é uma correia sem fim que atravessa do tambor para um rolo de descarga da torta 
e, então,para uma câmara de lavagem onde sprays de alta pressão borrifam fluido em ambos os 
lados do tecido. 
 
A descarga da torta se dá pela passagem do meio filtrante por um rolo de menor diâmetro, o que 
muda abruptamente o raio de curvatura do meio causando o despreendimento da torta. 
FFIILLTTRRAAÇÇÃÃOO eemm PPRRÉÉ--CCAAMMAADDAA 
A filtração à vácuo em pré- camada é usada para aplicações de difícil filtração em que sérios 
problemas de descarga da torta são esperados ou quando as características da alimentação variam 
consideravelmente. 
O filtro de pré-camada é semelhante ao filtro à vácuo de tambor rotativo. Uma torta do material 
de pré-camada (como terra de diatomácea) é formada sobre o meio filtrante . A filtração 
prossegue continuamente pela raspagem de uma porção da pré-camada sobre o filtro junto com a 
torta de lodo. À medida que a filtração continua, a lâmina de raspagem avança em direção à 
superfície do tambor. A pré-camada pode durar por várias horas ou dias, dependendo das 
condições operacionais. 
 
Filtração em correia horizontal. 
Filtros de correia horizontal são melhor aplicados a lamas contendo sólidos granulares que forma 
tortas rapidamente e têm altas taxas de desidratação. O sistema permite a lavagem contínua da 
torta e da correia, minimizando problemas de colmatação. As vantagens deste método sobre os 
outros métodos são a simplicidade operacional e o baixo consumo de energia. 
 
Filtração sob pressão. 
Filtros prensa do tipo placa e quadro ou placas paralelas consistem de uma série de placas 
retangulares arranjadas face a face na vertical. O meio filtrante é disposto sobre a face de cada 
placa. As placas são comprimidas e /ou parafusadas parase manterem juntas durante a 
desidratação. 
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de contribuir substancialmente para o aumento de volume do lodo, o que acarreta problemas na 
desidratação. Os floculantes orgânicos (polieletrólitos) podem ser classificados como: catiônicos, 
aniônicos ou não-iônicos. Eles são mais específicos e eficazes, porém são também, mais sensíveis 
as alterações de pH e são mais caros. 
 
EEssppeessssaammeennttoo oouu AAddeennssaammeennttoo 
 
O adensamento ou espessamento é um processo físico de concentração de sólidos e consiste em 
basicamente reduzir o volume do lodo, pela redução de sua umidade, o que facilita as etapas 
seguintes de tratamento. 
 
As taxas de espessamento dependem: 
• propriedades da alimentação, 
• concentração de sólidos na alimentação, 
• tempo de retenção, 
• qualidade requerida na alimentação da desidratação e 
• qualidade do sobrenadante requerida para disposição ou reciclo. 
Geralmente o espessamento por sedimentação gravitacional ou flotação. 
SSeeddiimmeennttaaççããoo 
 
A configuração mais comum é um tanque circular com profundidade de 3 m e diâmetros de 3 - 4,5 
m. 
 
As unidades são semelhantes a decantadores primários. Equivale a uma decantação cujo objetivo 
principal não é a clarificação do líquido sobrenadante, porém a concentração dos sólidos no fundo. 
 
A eficiência depende muito do lodo. Lodo primário pode ser espessado por gravidade até cerca de 
90% de umidade, enquanto lodo misto é de 95 a 92%.O espessamento de lodos orgânicos 
(particularmente de lodo ativado) é complicado pela ação anaeróbica. Se a temperatura for 
propícia, as bactérias no lodo começam a decompor a matéria orgânica, liberando gases. Isto 
acarreta problemas de flotação, impede a compactação e cria odores desagradáveis. 
 
FFlloottaaççããoo O espessamento por flotação é empregado para lamas contendo sólidos que: 
•flutuam melhor que decantam, 
• têm baixas taxas de decantação ou pobre compactação. 
•A maioria dos espessadores por flotação usa a pressurização do reciclo. A alimentação do flotador 
é misturada com o reciclo pressurizado na entrada do mesmo. Podem ser retangulares 
(usualmente para pequenas aplicações) ou circulares. Ambos os tipos são equipados com 
escumadeiras na superfície e raspadores no fundo. As escumadeiras removem o material 
flutuante do tanque de espessamento para um reservatório. Os raspadores removem os sólidos 
mais pesados que não podem flotar. 
 
EEssttaabbiilliizzaaççããoo 
A estabilização visa a atenuar o mau odor no tratamento e manuseio do lodo. Redução de 
organismos patogênicos e redução de volume de sólidos voláteis. 
A estabilização biológica do lodo, que é praticada com frequência antes da desidratação ou 
disposição, pode ser anaeróbia ou aeróbia. 
A digestão anaeróbia têm as vantagens de baixo consumo energético e produção de metano. 
 As bacias de digestão aeróbia, com tempo e retenção de 10 -20 dias, reduzem em até 40 % os 
sólidos voláteis. 
 
Na digestão anaeróbia os orgânicos do lodo são reduzidos a CH4, CO2 , NH3 e H2S. O CH4 pode 
ser recuperado e aproveitado para geração de energia ou outros propósitos. A digestão depende 
da temperatura, na faixa mesofílica (0- 35 ºC), o tempo de digestão é de 20 -55 dias, enquanto 
que na faixa termofílica (38 - 60 °C), o tempo é de 15 - 20 dias. 
 
A fase subseqüente é a desidratação ou desaguamento do lodo, que pode ser realizada por 
métodos naturais ou mecânicos, tendo como objetivo remover água e reduzir ainda mais o 
volume, produzindo um lodo com comportamento mecânico próximo ao dos sólidos. 
 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
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Engenharia do Meio Ambiente 
 
 
 
Lodos gerados nas ETE’s 
 
O termo “lodo” tem sido utilizado para designar os subprodutos sólidos do tratamento de Estações 
de Tratamento de Esgotos ou de Efluentes Industriais. 
 
Nos processos biológicos de tratamento, parte de matéria orgânica é absorvida e convertida, 
fazendo parte da biomassa microbiana, denominada de lodo biológico ou secundário, composto 
principalmente de sólidos biológicos, por isso é denominada de bbiioossssóólliiddoo; porém para este termo 
ser adotado é necessária uma estabilização do lodo, tornando as características químicas e 
biológicas compatíveis a uma utilização, como por exemplo na agricultura. 
 
No Brasil, já temos exemplos concretos da utilização de Biossólido como fertilizante em plantações 
de milho em pesquisa realizada pela Embrapa, na região de Jaguariúna SP; porém ainda não 
temos uma legislação específica para permitir e normalizar a utilização de biossólido na 
agricultura. 
TTrraattaammeennttoo ddee llooddoo 
O gerenciamento de lodo proveniente de estações de tratamento é uma atividade de grande 
complexidade, responsabilidade e alto custo, e se for mal executado pode comprometer os 
benefícios ambientais e sanitários esperados do sistema. Portanto a gestão do lodo prevê a 
redução de sua produção e o aumento máximo da reutilização e da reciclagem. 
 A arte de gerenciar está em combinar as diferentes soluções possíveis de maneira que resulte 
numa seqüência de processos de baixo custo e boa confiabilidade. Se falhar o tratamento, a 
disponibilidade de locais de armazenagem se esgotará rapidamente e a eficiência depuradora da 
estação fica reduzida pela necessidade de descarregar lodo com o efluente.Todo o esforço feito 
para tratar os efluentes líquidos pode ser comprometido por um tratamento inadequado do lodo 
gerado nesses processos. O lodo é considerado um resíduo sólido (semi-sólido) 
Na estação de tratamento fica retido um lodo aquoso, cuja quantidade pode ser avaliada em cerca 
de 1% a 2% do volume total de esgoto/efluente tratado por isso é importante se achar uma 
utilização economicamente viável, pois o custo com o lodo pode ficar entre 20% e 60% do total 
gasto com a operação de uma estação de tratamentos. 
O lodo biológico produzido em unidades (lagoas aeradas, lodo ativado ) tem um teor de sólidos de 
0,5 - 1,5 % após descarga do decantador secundário. Espessamento é essencial para reduzir este 
volume antes das operações de desidratação. Se o tratamento primário produz um volume de lodo 
muito maior que o do tratamento secundário, os lodos podem ser misturados e desidratados 
juntos. Contudo, são frequentemente mantidos separados para um melhor controle da 
desidratação e disposição. 
 
Os lodos primários variam amplamente em densidade, estabilidade química e biológica, 
solubilidade, toxidez e tamanho de partícula. Já o lodo secundário, é geralmente semelhante para 
todas as indústrias. 
 
O lodo primário removido do decantador tem cerca de 97% de umidade. 
 
Quantidade de Lodo 
A quantidade de lodo produzida por uma estação assim como as características físicas e químicas 
deste lodo dependem diretamente: do tipo de ação, ou melhor, da seqüência de processos 
unitários empregados no tratamento como um todo. 
PPrréé--ttrraattaammeennttoo 
Coagulação química (condicionamento químico) O condicionamento é um processo de preparação 
de lodo, através da adição de produtos químicos (coagulantes e polieletrólitos) para aumentar sua 
aptidão a desidratação e melhorar a captura de sólidos nos sistemas de desidratação do lodo. 
 
A maioria dos lodos requer um condicionamento químico anterior ao espessamento e desidratação. 
A adição de coagulantes químicos facilita a coalescência das partículas mais finas do lodo 
melhorando sua filtração. Os coagulantes mais comuns são o cloreto férrico, cal e polieletrólitos. 
 
Coagulação química (condicionamento químico ) Os coagulantes inorgânicos são amplamente 
utilizados e, na maioria dos casos, capturam com eficiência os colóides. Eles têm a desvantagem 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos urbanos e industriais. 
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