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Gestão de Resíduos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Nilza Maria Coradi de Araújo Revisão Técnica: Prof.ª Dr.ª Marjolly Priscilla Bais Shinzato Revisão Textual: Prof.ª Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos 5 • Introdução • Tipos de Resíduos e as Tecnologias de Disposição • Considerações Finais · Compreender as diferentes tecnologias disponíveis para o tratamento e a destinação correta dos resíduos sólidos gerados em diferentes fontes de origem, a saber: resíduos sólidos urbanos, industriais, agrícolas, resíduos dos serviços de saúde, da construção civil e de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários. Também vamos conhecer as tecnologias utilizadas para os resíduos específicos, como pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, resíduo nuclear, lixo eletrônico e pneus. Nesta Unidade, abordaremos as tecnologias para o tratamento e a disposição dos resíduos sólidos gerados nas diferentes fontes - como os resíduos urbanos, industriais, agrícolas, resíduos de saúde, da construção civil, de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários – e também das tecnologias para os resíduos nucleares e os resíduos especiais, como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes. Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos 6 Unidade: Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos Contextualização Quando pensamos nos resíduos gerados atualmente pela sociedade, nos vêm uma quantidade imensa de tipos de resíduos como: resíduos urbanos, industriais, agrícolas, resíduos dos serviços de saúde, da construção civil, de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários, além de dos resíduos específicos, como pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, resíduo nuclear, lixo eletrônico e pneus. De acordo com o tipo de resíduo, o tratamento e a disposição final devem ser diferenciados, para evitar impactos ambientais. No Brasil, infelizmente, uma grande parte dos resíduos sólidos urbanos ainda tem como destinação final os lixões. Mas, existe uma exigência legal para que todos os lixões sejam extintos. Todos os lixões deveriam ser substituídos por aterros sanitários que neste momento representa a melhor opção ambientalmente adequada para a disposição final de rejeitos. Temos uma gama imensa de tecnologias aplicáveis ao tratamento e destinação dos resíduos sólidos. Algumas classes dos RSS, por exemplo, devem ser tratados e destinados conforme suas características, como por exemplo, a patogenicidade. Conhecendo o tipo e a origem do resíduo, assim como as várias alternativas de tratamento e disposição é possível decidir pela melhor tecnologia evitando impactos ambientais. 7 Introdução Os resíduos sólidos podem ser divididos em seis tipos, considerando, principalmente, sua origem: resíduos sólidos urbanos, resíduos sólidos industriais, resíduos de saúde ou hospitalares; resíduos agrícolas, resíduos da construção civil e, por fim, resíduos de portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários. Além desses resíduos caracterizados conforme sua origem, ao longo da história, o homem se deparou com resíduos específicos e complexos, exigindo uma maior atenção à sua destinação. Esses resíduos são: lixo radioativo ou resíduo nuclear; pilhas e baterias; lâmpadas fluorescentes, pneus e lixo tecnológico. Desde o início das atividades do homem na Terra, ele sempre afastou os resíduos do local onde habitava. Mesmo não conhecendo os perigos de uma possível contaminação por parte dos resíduos, o homem associava os resíduos e o mau cheiro resultante da putrefação a algo ruim, que deveria ser mantido longe. Porém, à medida que os resíduos passaram a conter elementos tóxicos e contaminantes, o homem percebeu que não bastava simplesmente manter esses resíduos afastados das suas atividades diárias. Após vários acidentes que resultaram na contaminação do meio ambiente e na intoxicação de pessoas, o homem viu-se na necessidade de buscar destinações mais confiantes para determinados resíduos e não somente o seu descarte no solo, longe das áreas urbanas. Vamos conhecer, agora, as principais tecnologias atuais utilizadas para a destinação dos tipos de resíduos que vimos acima. 8 Unidade: Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos Tipos de Resíduos e as Tecnologias de Disposição Resíduos sólidos urbanos e as tecnologias para sua disposição Os resíduos sólidos urbanos são gerados nas regiões urbanas pelas residências, comércios e escritórios. Na sua composição, há uma quantidade grande de resíduos orgânicos (restos alimentares), embalagens, latas de alumínio e aço, vidros, plásticos, papéis e papelão. Normalmente, os habitantes de um município descartam todo o lixo gerado na residência em um único saco de lixo para ser coletado pelo serviço municipal de limpeza urbana. Todo esse lixo, então, segue para o aterro sanitário do município ou, ainda, para lixões, caso o município ainda não tenha se adequado. Mas você sabe a diferença entre um lixão e um aterro sanitário? Lixões Podemos considerar que lixão é a forma mais simples de descartar resíduos urbanos, ou seja, é o lançamento direto de todo o resíduo urbano do município diretamente no solo, sem qualquer tipo de medida de contenção. Normalmente, os lixões eram afastados dos centros urbanos, porém acabaram sendo circundados pelos bairros de cidades grandes, provocando, ainda, mais impactos ao meio ambiente e à saúde da população. Em 2010, foi sancionada a Lei 12.305 sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelecia um prazo até 03 de agosto de 2014 para que fossem encerradas as atividades de todos os lixões em território nacional. Porém, em reportagem de 04 de maio de 2014 do Jornal O Globo, ainda havia 2000 lixões em funcionamento no Brasil, estando a três meses do prazo para serem encerrados. Veja a íntegra da reportagem abaixo para aprofundar seu conhecimento sobre essa problemática: País ainda tem 2 mil lixões a três meses de prazo fi nal http://oglobo.globo.com/brasil/pais-ainda-tem-2-mil-lixoes-tres-meses-de-prazo-final-12380501 O País precisa de uma inevitável reflexão sobre acontecimentos tão previsíveis como a incapacidade das prefeituras de lidar com o lixo. Reinaldo Canto A frase acima, de Reinaldo Canto, faz parte da reportagem editada em 15 de agosto de 2014, na Revista Carta Capital, logo após o vencimento do prazo para o encerramento das atividades dos lixões. Segundo a reportagem, ainda existiam 3.500 lixões em funcionamento no Brasil; 60,7% dos municípios brasileiros descumpriram o exigido por lei. Provavelmente, esse cenário não tenha mudado muito, mas o fato é que, quando há leis, as questões começam a exigir atenção por parte dos municípios. Talvez esse prazo tenha sido muito otimista, considerando toda a infraestrutura para encerrar um lixão. Talvez os prefeitos, sabendo da não punição imediata para isso, não tenham dado à questão a 9 prioridade necessária. Talvez tenha faltado toda uma força-tarefa, gerenciada pelo governo federal, com investimentos para os municípios conseguirem cumprir essa exigência. A análise dos motivos de não ter sido cumprida a determinação da lei é importante, e o Ministério do Meio Ambiente deverá fazer isso; e mais, buscar o atendimento, por parte dos municípios, para que a Lei 12.305 seja cumprida. Leia, abaixo, a reportagem de Reinaldo Canto sobre essa problemática: Lei de resíduos sólidos não foi cumprida. E agora? http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/lei-de-residuos-solidos-nao-foi-cumprida-e-agora-2697.html O Ministério do Meio Ambiente é mais otimista. Segundo ele, em reportagem de Rafaela Ribeiro, de 11 de agosto de 2014, pouco mais da metade do lixo produzido no Brasil tem uma destinação ambientalmente adequada. Além disso, o Ministério do Meio Ambiente não está priorizando a data limite para o término dos lixões, e sim soluções possíveis para todos os municípios,muitos dos quais remotos e com problemas para a gestão dos resíduos urbanos. Concluindo, segundo interpretação do Ministério do Meio Ambiente, os lixões já são considerados crime ambiental desde 1998, com base na Lei n. 9.605/98 sobre Crimes Ambientais, que determinou que lançar dejetos a céu aberto, contaminando o meio ambiente, é crime ambiental. Isso não significa que, porque estamos errados desde 1998, devamos continuar assim; é preciso buscar soluções técnicas acessíveis para essa questão. A seguir, veja a reportagem de Rafaela Ribeiro a fim de obter mais informações sobre a forma como o Ministério do Meio Ambiente está analisando e gerenciando essa situação referente ao prazo de encerramento dos lixões. Política de Resíduos Sólidos apresenta resultados em 4 anos: http://www.mma.gov.br/informma/item/10272-pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos-apresenta-resultados-em-4-anos Aterros Sanitários Podemos dizer que aterro sanitário é a evolução técnica do lixão. As primeiras práticas adotadas em relação a enterrar o lixo seguindo algum critério remontam à primeira metade do século XX, na Inglaterra e nos Estados Unidos. O procedimento conhecido como “controlled tipping” consistia em formar canteiros com lixo de 2,50 m de altura e 7,50m de comprimento. Eram, então, cobertos com terra no topo e nas laterais e, depois, gramados (EIGENHEER, 1993). Hoje os aterros sanitários já apresentam técnicas mais eficientes para evitar, principalmente, a contaminação dos solos e do lençol freático pelo lixiviado. Lixiviado é o líquido que incorpora o chorume, as águas pluviais, os componentes inorgânicos da lixiviação e da solubilização dos resíduos. Chorume é o líquido resultante da decomposição da matéria orgânica. É o lixiviado que é perigoso quando entra em contato com o solo e com os recursos hídricos. A imagem, abaixo, mostra um aterro sanitário esquematizado. O aterro sanitário é instalado em local apropriado com base em normas técnicas de engenharia, visando à não contaminação do meio ambiente. 10 Unidade: Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos Vamos entender um pouco essa tec- nologia. O primeiro passo para se cons- truir um aterro sanitário é definir uma área onde ele não altere o lençol freático que deve ficar abaixo de sua instalação. Toda a área a ser destinada ao aterro deverá ter um revestimento com uma manta de polietileno impermeabilizante sobre uma camada de argila compacta- da, o que garantirá que o lixiviado (subs- tância tóxica resultante da decomposi- ção dos resíduos) não alcance o lençol freático. Deve ser feito um sistema de drenagem desse líquido até uma esta- ção de tratamento, instalada no próprio aterro, para tratar quimicamente e biológicamente o lixiviado. Além da drenagem do lixiviado, também deve ser drenado os gases gerados pela de- composição dos resíduos, entre eles o gás metano, um gás importante para o efeito estufa. Aterros sanitários de cidades grandes podem, inclusive, analisar a possibilidade da utilização desse gás como combustível. Veja que, na figura, o aterro está dividido em três setores: um, já finalizado, com a plantação de vegetação de pequeno porte; a parte central é a área que está sendo preenchida com resíduos, ou seja, é a área em atividade; e a parte mais baixa está sendo preparada para o recebimento dos resíduos quando a parte central saturar. Na imagem abaixo, podemos ter uma ideia do funcionamento de um aterro sanitário. Fonte da imagem: jornaloexpresso.wordpress.com Mas será que todo o resíduo urbano gerado nos municípios deve seguir para o aterro sanitário? Será que nos resíduos que geramos no dia a dia não há materiais que são recicláveis? Se os municípios praticassem a coleta seletiva, a vida útil dos aterros não aumentaria? Fonte: .residuossolidos.al.gov.br 11 Para compreender melhor essas questões, leia, no site indicado a seguir, a entrevista com o Eng. Di Creddo sobre o problema dos resíduos sólidos urbanos. Lixo urbano: um desafio ambiental. Entrevista especial com Eleusis Di Creddo: http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/508034-lixo-urbano-um-desafio-ambiental-entrevista-especial-com-eleusis-di-creddo Coleta seletiva A Coleta Seletiva teve origem na Europa, sendo a Alemanha e a França os países pioneiros na adoção de medidas destinadas a equacionar a questão dos resíduos sólidos (SANTOS, 2011). No Brasil, a prática da coleta seletiva teve início em 1986, quando os catadores de lixo começaram a separar plásticos e, principalmente, latas de alumínio para vender como material reciclável. As primeiras iniciativas organizadas de coleta seletiva, no Brasil, tiveram início nesse ano de 1986. Destacam-se, a partir de 1990, aquelas nas quais as administrações municipais estabeleceram parcerias com catadores organizados em associações e cooperativas para a gestão e execução dos programas (RIBEIRO et BESEN, 2006). Fonte: iStock/Getty Images Nem todos resíduo é rejeito! Esse é um lema muito lembrado quando falamos de coleta seletiva, que é o processo de separar os materiais recicláveis, como vidros, plásticos, metais, papéis, entre outros, dos não recicláveis, compostos por grande parte dos resíduos orgânicos também são recicláveis, tanto que existe a tecnologia de compostagem para tais. Quando olhamos o lixo gerado em nossa casa, podemos ver que o maior volume do lixo é composto por materiais recicláveis, pois quase tudo que compramos hoje em dia é industrializado e comercializado em algum tipo de embalagem de plástico, vidro ou metal. No momento em que jogamos todos esses materiais num mesmo saco para ser coletado pelo serviço de limpeza urbana, estamos no caminho contrário ao conceito de sustentabilidade, pois estamos mandando para o aterro sanitário, ou até um lixão, caso nosso município não tenha aterro, materiais que deveriam ser reciclados. Caso a Lei 12305 fosse respeitada, com a destinação ambientalmente adequada para os resíduos, a vida útil dos aterros sanitários aumentaria, uma vez que eles passariam a receber somente rejeitos. Podemos também refletir que a recuperação dos resíduos recicláveis impactaria diretamente na redução da extração de recursos naturais para produção de novos produtos, embalagens, fertilizantes etc. Você já deve ter visto esse símbolo em muitas embalagens. Ele é o símbolo mundial utilizado para indicar reciclagem. Você pode verificar que, em quase todas as embalagens, esse símbolo está presente. Isso quer dizer que o material é reciclável. Esse símbolo pode ser mais específico no caso dos plásticos, por exemplo, pois há vários tipos de plásticos, a saber: 12 Unidade: Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos Tipo de plástico Utilização Símbolo PET – Polietileno tereftalato ou politereftalato de etileno Garrafas de refrigerantes e água, garrafas de detergentes, embalagens de produtos de limpeza, embalagens de cosméticos PEAD – Polietileno de alta densidade Composição de engradados de bebidas, embalagens rígidas para equipamentos, baldes, tambores, autopeças, sacolas plásticas, embalagens de cosméticos. PVC – Cloreto de polivinila Comum em tubos e conexões e garrafas para água mineral e mangueiras. PEBD – Polietileno de baixa densidade Embalagens de alimentos, � lmes plásticos, sacos plásticos pretos de lixo. PP – Polipropileno Embalagens de massas e biscoitos, potes de margarina, utilidades domésticas e embalagens de salgadinhos. PS – Poliestireno Fabricação de eletrodomésticos e copos descartáveis. Os plásticos diferem conforme sua composição química e devem ser separados a fim de facilitar o seu processo de reciclagem. Você sabia que uma empresa grande de salgadinhos, a Elma Chips, mediante a reciclagem das embalagens, fabricou displays (estantes onde ficam os salgadinhos) para os supermercados, bares e vendas? Confira, no artigo a seguir, algumas possíveis reciclagens a partir de embalagens plásticas. Embalagens metalizadas flexíveis I: http://embalagemsustentavel.com.br/2012/06/18/embalagens-metalizadas-i/Mas, além dos plásticos, temos outras matérias-primas nos resíduos urbanos, como vidros, papéis, latas de alumínio e aço. Inclusive as embalagens “tetra-pak”, compostas por papelão, filme plástico de polietileno e lâmina de alumínio podem ser recicladas, compondo telhas e alguns tipos de móveis. No Brasil, inclusive, já existem empresas especializadas na fabricação dessas telhas. 13 Biodigestão A biodigestão é um processo biológico anaeróbico de transformação do lixo orgânico em adubo. Quando temos uma quantidade muito grande de resíduos orgânicos nesse processo, podemos utilizar a biodigestão como processo energético para a produção do biogás, composto, principalmente, por gás metano (CH4) e gás carbônico (CO2). Esses dois gases são resultado do processo de decomposição dos resíduos orgânicos e, quando liberados na atmosfera, contribuem para o incremento do efeito estufa. É por isso que os aterros sanitários devem canalizar esses gases que se formam no processo de decomposição. Fonte: Wikimedia Commons Para o processo de biodigestão é necessário instalar biodigestores no local em que ocorrerá o processo biológico através de bactérias anaeróbicas (bactérias cujo metabolismo ocorre sem oxigênio). As bactérias já se encontram nos resíduos orgânicos e os biodigestores, normalmente na forma de cápsulas, permitem um meio apropriado para o processo. As duas imagens a seguir mostram dois processos de biodigestão. Resíduos sólidos industriais e as tecnologias para a sua disposição Os resíduos sólidos industriais apresentam uma gama muito diversificada de componentes, pois variam conforme o segmento industrial. Mas, dentre esse universo de resíduos, podemos destacar alguns deles como sendo os mais significativos: lodo de ETE, que é o lodo resultante do processo de tratamento de efluentes, ou seja, águas contaminadas resultantes de algum processo industrial e que devem ser tratadas antes de serem descartadas. O tratamento de qualquer tipo de efluente vai gerar um lodo, o qual deve ser destinado corretamente. Além do lodo de ETE, temos borras de óleo, pós de tintas, embalagens contaminadas, sucatas, entre outros. Mas como podemos destinar, de forma correta, todos os resíduos gerados numa indústria? Inicialmente, deve-se fazer um levantamento dos tipos e quantidades de resíduos gerados para, então, definir a destinação deles utilizando um dos três tipos de tecnologia a seguir apresentadas: 14 Unidade: Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos Incineração A Incineração é um processo de queima controlada do resíduo. Esse processo é muito utilizado pelas indústrias químicas e farmacêuticas para resíduos, cujo descarte em aterros é um risco alto. É importante salientar que alguns países, como a Suíça, por exemplo, utilizam o processo de incineração para uma grande quantidade de resíduos urbanos não recicláveis. A aplicação do processo de incineração para resíduos industriais está mais voltada para os resíduos perigosos, Classe I, conforme classificação pela Norma Técnica, NBR 10.004 – Classificação de Resíduos. Os resíduos perigosos são classificados assim por apresentarem uma ou mais das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Esses resíduos devem ter uma atenção especial voltada para a sua destinação e o processo de incineração é indicado para alguns tipos de resíduos perigosos. Mas como funciona a incineração? A incineração é a queima dos resíduos em um forno específico que opera a temperaturas entre 800 e 1000ºC. Os resíduos são lançados no forno e percorrem o interior deste num determinado período, promovendo sua queima. Os gases provenientes dessa queima são direcionados para um equipamento de prevenção de poluição, como, por exemplo, o lavador de gases. No fim do processo, as cinzas devem ser armazenadas para, depois, serem encaminhadas para um aterro. Quando é incineração de resíduo perigoso, deve encaminhar para aterro classe 1. Quando é incineração de resíduos não perigosos deve encaminhar para aterro sanitário. Toda a queima de resíduos gera dioxinas e furanos, entre outros gases tóxicos. O processo de incineração, quando controlado, evita que esses gases tóxicos sejam lançados na atmosfera. O maior problema enfrentado aqui no Brasil para disseminar a tecnologia da incineração, é que não temos estrutura adequada para fiscalização e monitoramento dos gases tóxicos. Apesar de existir legislação neste sentido para prevenção da poluição do ar, os métodos usados ainda são questionáveis e precisam amadurecer para a implantação de mais pólos de incineração que não irão prejudicar a saúde pública e o meio ambiente. Coprocessamento O coprocessamento é uma técnica de combustão de determinados resíduos sólidos em fornos de cimento, mais especificamente fornos de clínquer. Simplificadamente, o clínquer é o produto da combustão da argila ao qual será adicionado gesso para gerar cimento. Os fornos de clínquer devem operar em torno de 1500ºC a fim de transformar a argila em clínquer. Esse processo é oneroso, pois é gasta uma quantidade grande de combustíveis para manter essa temperatura. Normalmente, o combustível utilizado é o óleo. Alguns resíduos industriais, como borras de óleo, borrachas, entre outros, possuem um poder calorífico alto, ou seja, têm grande poder de combustão. Isso promoveu a possibilidade tecnológica de usar determinados resíduos como coadjuvantes na combustão. Em suma, os resíduos industriais podem participar do processo de fabricação do cimento de duas maneiras: ou sendo injetados junto com o material argiloso, passando pela combustão de 1500ºC e sendo integrado na composição química do clínquer ou como coadjuvante do combustível para a queima. Importante colocar que as indústrias cimenteiras, através de análises dos resíduos nos 15 seus laboratórios, determinam como estes podem participar do processo. Inclusive, alguns tipos de resíduos não são passíveis de coprocessamento, por causa de sua composição química. Por exemplo, resíduos com alto teor de cloro não podem ser coprocessados em fornos de cimento, pois geram uma alteração do material, que pode, até mesmo, danificar o forno. Aterros Classe I e II Vimos que os aterros sanitários são muito utilizados para os resíduos urbanos, porém também são utilizados para resíduos industriais. No entanto, resíduos perigosos, Classe I, devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos preparados para receber esse tipo de material. Ambos os tipos de aterros devem ser licenciados pelo órgão ambiental responsável e deve ser monitorado, inclusive após sua saturação e encerramento das atividades. Não existe uma padronização sobre o processo de encerramento de aterros. Infelizmente, esta ausência dificulta a avaliação do responsável pelo aterro, bem como das agências ambientais. Reprocessamento Alguns resíduos industriais, como alguns tipos de lodos resultantes do tratamento de efluentes, podem ser reprocessados e transformados em outros materiais. Por exemplo, o lodo resultante do tratamento do efluente gerado no processo de cromação é rico em cromo. Este lodo é utilizado, recuperando-se o cromo para dar a tonalidade verde em pisos cerâmicos. Também podem ser confeccionados tijolos refratários (tijolos que suportam grandes temperaturas como a de fornos de cimento) a partir do lodo do tratamento de efluentes industriais. Há empresas químicas especializadas no reprocessamento desses resíduos. Resíduos hospitalares e as tecnologias para a sua disposição De acordo com a Resolução n. 306/2004 da ANVISA – Agência Nacional da Vigilância Sanitária, os resíduos hospitalares estão divididos em 5 grupos, conforme a tabela abaixo, os quais devem ter destinações compatíveis com as suas características. Classifi cação Composição Classe A Resíduos infectantes – Que apresentam característica de patogenicidade; resíduos que podem conter agentes biológicos. Classe B Resíduos químicos – Queapresentam substâncias químicas que podem contaminar o meio ambiente e o ser humano. Classe C Resíduos radioativos - Oriundos de processos de radioterapia e medicina nuclear. Classe D Resíduos comuns - Sem riscos biológicos ou químicos; são os resíduos comparados aos resíduos domiciliares, oriundos dos refeitórios, áreas administrativas. Classe E Material perfurocortantes - Como agulhas, lâminas, vidros, lâminas de bisturi. Para os resíduos infectantes, são necessários processos que reduzam a carga microbiana. Esses processos podem ser incineração, autoclave ou inertização por micro-ondas. Após a inativação microbiológica e descaracterização física desses resíduos, os mesmos podem ser encaminhados para um aterro sanitário. Os resíduos químicos devem retornar ao fabricante ou serem incinerados ou, ainda, depositados em aterros para resíduos de Classe I – resíduos perigosos. Os resíduos radioativos devem ser manejados conforme instruções do CNEN. 16 Unidade: Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos Os resíduos comuns podem ser destinados conforme os resíduos sólidos urbanos, atentando para os programas de coleta seletiva. A destinação dos materiais perfurocortantes deve considerar se eles apresentam, também, características de patogenicidade ou radioatividade; em caso positivo, deve-se seguir o mesmo procedimento usado para resíduos com essas características. É importante ressaltar, que os recipientes para tais resíduos devem ser resistentes para evitar acidentes de perfuração de pessoas que os manejam. Caso os resíduos classe E passem por processos de inativação microbiológica, o mesmo deve ser descaracterizado (triturado) para também poder ser encaminhado para aterros sanitários. Resíduos Agrícolas e as tecnologias para a sua disposição Entre os resíduos agrícolas, vamos nos deter nas embalagens de fertilizantes químicos e agrotóxicos, que devem passar pelo processo de tríplice lavagem para garantir a sua descontaminação, conforme exigido pela Lei 7.802, de 11 de julho de 1989. O processo de tríplice lavagem consiste em lavar 3 vezes a embalagem que continha o agrotóxico. Após a lavagem, a embalagem deve ser perfurada, para evitar seu uso para outros fins, e devolvida ao local em que foi comprada. O comerciante deve recebê-la e devolvê-la ao fabricante, que deverá destiná-la corretamente. A água resultante das lavagens deve ser utilizada no equipamento de pulverização dos agrotóxicos. Resíduos da Construção Civil e as tecnologias para a sua disposição Conforme a resolução CONAMA n. 307 de 2002, os resíduos da construção civil estão divididos em 4 classes, a saber: Classe A Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados Resíduos oriundos dos processos de construção/ demolição como: tijolos, solos de terraplanagem, blocos, revestimentos cerâmicas, etc. Podem ser utilizados em outras construções ou seguir para uma área de transbordo e triagem, licenciada, onde poderá ser reutilizado em outras construções/obras. Classe B Resíduos recicláveis Resíduos recicláveis, como papel, papelão, plásticos, metais, vidros, madeiras e gessos. Devem ser encaminhados aos centros de coleta seletiva para serem reciclados. Classe C Resíduos não recicláveis Resíduos, como lã de vidro ou outro tipo de material, que não permitem a reciclagem. Devem ser dispostos em aterros sanitários. Classe D Resíduos perigosos Resíduos perigosos como: tintas, solventes, restos de tintas, entre outros prejudiciais ao meio ambiente ou à saúde humana. Devem ser destinados para aterros que recebam resíduos perigosos ou para processos como incineração ou coprocessamento. Resíduos de Portos, Aeroportos, Terminais Ferroviários e Rodovias e as Tecnologias para a sua disposição Conforme a Lei 12.305, de 2010, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos, os resíduos originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira são considerados resíduos de transportes. A Resolução CONAMA n. 05, de 1993, estabelece que o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deve ser elaborado pela administração dos estabelecimentos em questão e apresentado aos órgãos de meio ambiente e saúde para a aprovação. 17 Resíduos Específicos e as tecnologias para a sua disposição Além dos resíduos acima abordados, que são classificados conforme sua origem, temos resíduos específicos, como o lixo radioativo ou resíduo nuclear, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, lixo eletrônico e pneus, que são gerados pelos centros urbanos, pelas atividades industriais, por hospitais e demais atividades e devem ter uma destinação adequada. Lixo Radioativo ou Resíduo Nuclear Resíduos radioativos gerados nas usinas nucleares ou nas atividades de pesquisa e saúde continuam sendo radioativos por um longo período. Todo resíduo nuclear deve ser armazenado em cápsulas específicas e locais que impeçam o vazamento radioativo, a fim de que a radioatividade decline. As unidades I e II da usina nuclear localizada na cidade Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, utilizam duas sistemáticas para esse armazenamento: ou dentro da própria planta da usina ou em armazéns próximos para a disposição dos resíduos nucleares. Os resíduos de baixa ou média radioatividade, compostos por líquidos, filtros, roupas, equipamentos, entre outros contaminados, são isolados nos cilindros metálicos, normalmente com chumbo, dentro de áreas físicas de concreto, que evitam o vazamento na própria usina ou em depósitos nas imediações. Já os resíduos de alta radioatividade oriundos do processo de geração de energia - os discos de urânio, por exemplo - são armazenados em piscinas de resfriamento localizadas dentro da planta da Usina de Angra dos Reis por um período necessário para que sua radioatividade baixe. O homem está começando a desenvolver a tecnologia para o reprocessamento de lixo atômico, o que seria uma saída para esse resíduo. Leia a matéria a seguir que descreve um arrojado projeto de Bill Gates para o reprocessamento desse resíduo. http://www.pensamentoverde.com.br/economia-verde/bill-gates-investe-reator-movido-lixo-nuclear-fornecer-energia-800-anos/ Pilhas e Baterias A invenção das pilhas e baterias foi um grande avanço tecnológico na história da humanidade. Permite utilizar inúmeros equipamentos eletrônicos. Olhe, à sua volta, todos os equipamentos existentes e veja quantos utilizam pilhas ou baterias. Computadores, celulares, controles remotos, alarmes de carro e tantos outros equipamentos. No momento atual de nossa evolução tecnológica, é praticamente impossível viver sem pilhas e baterias. Mas tanto as pilhas comuns, as pilhas alcalinas que colocamos em controles remotos e outros equipamentos, quanto as baterias de celulares, computadores e outros equipamentos possuem metais pesados e outros componentes químicos que, quando lançados diretamente no solo, causam a contaminação deste. Repare que, nas baterias dos computadores e celulares, normalmente, há um símbolo indicando a proibição de jogá-las no lixo comum e há, também, informação sobre seus componentes químicos, como cádmio, zinco, níquel e chumbo. Mas o que fazer com as pilhas e baterias? A Resolução CONAMA n. 257, de 1999, estabelece que pilhas e baterias devem ser devolvidas ao fabricante. Obedecendo ao mecanismo da logística reversa, o consumidor final deve devolver ao ponto de compra, loja, mercados, que devem devolver ao fabricante para que este as destine corretamente. No Brasil, já existem empresas especializadas em recuperar os elementos químicos das pilhas e baterias, por meio do processo que chamamos de reprocessamento, pois esses componentes químicos, após serem recuperados, entram na composição de outros materiais. 18 Unidade: Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos Lâmpadas Fluorescentes As lâmpadas fluorescentes vêm sendo utilizadas cada vez mais pela sociedade, principalmente após ter sido proibida a fabricação,importação e comercialização das lâmpadas incandescentes desde 30 de junho de 2014. Esse ação teve como meta reduzir o consumo excessivo de energia pelas lâmpadas incandescentes, que consomem muita energia quando comparadas com as lâmpadas fluorescentes. Essa iniciativa ajudou a melhorar a questão de consumo de energia, mas promoveu a comercialização de lâmpadas que contêm, principalmente, o mercúrio como gás para promover seu funcionamento. Quando jogadas no solo ou mesmo quando dispostas em aterro, o mercúrio contamina o solo. No entanto, já existem empresas especializadas na recuperação desse mercúrio das lâmpadas. Mas como destinar essas lâmpadas de forma correta para que possam ser reprocessadas evitando a contaminação do meio ambiente e de pessoas? A maior parte de lojas de materiais de construção e muitas outras lojas possuem pontos de coleta dessas lâmpadas, que devem ser levadas sem ser quebradas para evitar que o gás de mercúrio contamine a atmosfera e seja inalado. Com as lâmpadas fluorescentes, também devemos praticar a logística reversa. Lixo Eletrônico O lixo eletrônico está adquirindo um volume cada vez maior dentro do lixo urbano, em vista da quantidade de equipamentos eletrônicos comercializados nas últimas décadas. Há empresas especializadas em recuperar metais, muitas vezes preciosos, como ouro e prata, que compõem placas eletrônicas. Novamente, o conceito da logística reversa deve ser aplicado, devolvendo esse tipo de material às lojas e centros comerciais, que o recebem e devolvem ao fabricante, que deverá se encarregar pela destinação correta. Pneus Os pneus usados já foram um grande problema ambiental. Atualmente, são diversas as tecnologias usadas para seu reprocessamento. Podem ser utilizados como combustível em fornos de cimento, mas, principalmente, estão sendo utilizados no recapeamento de rodovias. Normalmente, quando vamos a uma loja trocar os pneus do carro, a própria loja já armazena e devolve ao fabricante os pneus que trocamos, aplicando o conceito de logística reversa. 19 Considerações Finais Vimos que os resíduos são gerados em, praticamente, todas as atividades humanas, sendo diferenciados, principalmente, pela sua origem de geração. O ser humano avançou tecnologicamente e passou a produzir resíduos diferenciados, mas também vem aprimorando os processos para a correta destinação desses resíduos. Muitos resíduos específicos podem ser transformados em outros materiais através de reprocessamento. Cabe a todos nós, como sociedade, praticarmos a segregação dos resíduos e a logística reversa para que esses resíduos cheguem às mãos certas e possam ser reaproveitados. Muitos materiais que vão, hoje, para aterros sanitários ou mesmo para os lixões - visto que, no Brasil, ainda há uma quantidade considerável destes - poderiam ir para empresas especializadas em reprocessamento ou reciclagem. Nós, como cidadãos, podemos contribuir para evitar impactos ambientais e riscos à saúde, pois, conhecendo todas essas possibilidades tecnológicas de destinação, podemos contribuir praticando e disseminando práticas saudáveis na destinação dos resíduos que geramos. 20 Unidade: Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos Material Complementar Sites: País ainda tem 2 mil lixões a três meses de prazo final http://oglobo.globo.com/brasil/pais-ainda-tem-2-mil-lixoes-tres-meses-de-prazo-final-12380501 Lei de resíduos sólidos não foi cumprida. E agora? http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/lei-de-residuos-solidos-nao-foi-cumprida-e-agora-2697.html Política de Resíduos Sólidos apresenta resultados em 4 anos http://www.mma.gov.br/informma/item/10272-pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos-apresenta-resultados-em-4-anos Lixo urbano: um desafio ambiental. Entrevista especial com Eleusis Di Creddo http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/508034-lixo-urbano-um-desafio-ambiental-entrevista-especial-com-eleusis-di-creddo Embalagens metalizadas flexíveis I http://embalagemsustentavel.com.br/2012/06/18/embalagens-metalizadas-i/ Bill Gates investe em reator movido a lixo nuclear para fornecer energia durante 800 anos http://www.pensamentoverde.com.br/economia-verde/bill-gates-investe-reator-movido-lixo-nuclear-fornecer-energia-800-anos/ 21 Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 10.004 – Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004. BOCCHI, N.; FERRACIN, L. C. et BIAGGIO, S. R. Pilhas e baterias: funcionamento e impacto ambiental. Revista Química Nova na Escola. Vol. 11 Sociedade Brasileira de Química. São Paulo. Maio, 2000. BRASIL. Lei Nº 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Brasília, 1989. ______. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília, 2004. GESTÃO ambiental de resíduos da construção civil – A experiência do SINDUSCON SP - Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo; Tarcísio de Paulo Pinto, coordenador. SindusconSP. São Paulo, 2005. JARDIM et al. Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado. 1ª ed. IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas. CEMPRE – Compromisso Empresarial para a Reciclagem. São Paulo, 1995. RIBEIRO, H.; BESEN, G.R. Panorama da coleta seletiva no Brasil: desafios e perspectivas a partir de três estudos de caso. INTERFACEHS – Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente. SENAC. São Paulo, 2006. SANTOS, Z. Coleta seletiva e responsabilidade social: o caso da cooperativa de reciclagem trabalho e produção - CORTRAP, em Brasília. Faculdade Integrada da Grande Fortaleza. Brasília, 2011. 22 Unidade: Tecnologias de tratamento e disposição de resíduos sólidos Anotações
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