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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA AMANDA DA ROSA ROSADO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE ALEGRETE 2019 AMANDA DA ROSA ROSADO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE Relatório de Estágio Curricular Supervisionado em Reprodução de Bovinos de Corte, apresentado ao Curso de Medicina Veterinária, do Centro Universitário da Região da Campanha Campus Universitário de Alegrete, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Medicina Veterinária. Orientador: Professor M. V. D.r Sergio Farias Vargas Junior Supervisor: M.V Rodolfo Braseiro e M.V João Luís Mosselin ALEGRETE 2019 0 AGRADECIMENTOS Aos meus pais: Luiz Mareo e Clara Rosado, por terem me dado à dádiva da vida, pela educação que jamais me foi negada, por todos os ensinamentos que me fizeram ser a pessoa que sou hoje, por me mostrar o caminho e incentivar a conquistar o que almejo, por abrir mão dos seus sonhos para que eu pudesse realizar os meus, e não medindo esforços para que eu realizasse essa conquista. Serei eternamente grata pelo carinho e amor dedicados. Amo muito vocês. A toda minha família principalmente meus irmãos, por me incentivarem a seguir sempre em frente e alcançar meus sonhos, vocês são a minha essência. Aos meus verdadeiros amigos que estiveram presente em todos os momentos, me motivando em todas as dificuldades que a vida me propôs e compartilharam junto comigo todas as minhas alegrias e dificuldades. Aos colegas e grandes amigos que adquiri durante minha graduação, levarei vocês para toda a vida, foi uma dádiva ter conhecido vocês. Ao GEEPRU, a minha imensa gratidão por todos os momentos em que batalhamos para que o grupo chegasse aonde chegou, a todas as tempestades e conquistas, as quais não foram poucas, hoje posso dizer que tenho a honra e o orgulho de dizer que eu sou e sempre serei GEEPRU sigam sempre em frente. A todos os professores do Curso de Medicina Veterinária da URCAMP, por todo o ensinamento e sabedoria que me foi transferido, pela formação profissional, por toda confiança que me foi depositada, por todas as oportunidades que me foram oferecidas, não tenho palavras pra agradecer a cada um de vocês, obrigada por cada incentivo e cada puxão de orelha de que recebi, sem vocês o caminho não teria sido o mesmo! 1 Ao meu orientador, Sergio Vargas por toda paciência e disponibilidade para me auxiliar durante o estágio e a realização deste relatório. A Cabaña Macedo que me proporcionou a oportunidade de realização de estágio com toda atenção e confiança na qual sempre fui tratada. Aos meus Supervisores de estágio Rodolfo Braseiro e João Luis Mosselin, pela confiança, paciência e dedicação que me foi depositada, o meu muito obrigada! A Deus, por ter me permitido chegar até aqui com saúde e com muita vontade de viver e realizar este sonho, que esta apenas começando. A todos que de alguma forma fizeram parte desta conquista, e que continuarão presentes durante a a minha história. A todos vocês, Muito Obrigada! 2 LISTA DE FIGURAS Figura 1- A. Departamento de Artigas – Uruguai. B. Localização da “Cabaña Macedo”. ..................................................................................................................... 10 Figura 2-Cabaña Macedo-Localizada na Ruta 30km 162 -Departamento de Artigas Ururguai..........................................................................................................................11 Figura 3 - Animais da Cabaña Macedo ....................................................................... 12 Figura 4 - Animais Brangus da Cabaña Macedo ......................................................... 12 Figura 5 - Dispositivo Intravaginal de Progesterona 0,6g, monouso Dispocel® .......... 22 Figura 6- Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, realizado durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. ................................................................................................. 23 Figura 7 - Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. ........................................................................................................................... 23 Figura 8 - Protocolo J-Synch de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. .............................................................................................................. 24 Figura 9 - A. Adesivo Boviflag® para detecção de cio aplicado em D6. B. Adesivo Boviflag® apresentando mudança de cor em D9 ........................................................ 24 Figura 10 - Porcentagem de Animais que demonstraram ou não cio durante o protocolo J-Synch realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. .................. ..25 Figura 11 – Gráfico comparativo dos Protocolos de Inseminação Artificial realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. ................................................................................ 26 3 Figura 12 - Descongelador de Sêmen Bovino LICHT-BIOTEC® modelo WP-100 .. ....26 Figura 13 - Fichas de Controle de diagnóstico de gestação realizados na Cabaña Macedo. ...................................................................................................................... 34 Figura 14 - Aparelho de Ultrassom SonoScape A6v ................................................... 35 Figura 15 - Diagnóstico de gestação por ultrassonografia .......................................... 35 Figura 16 - Imagem do ultrassom durante diagnóstico de gestação apresentando presença de fluidos uterinos e feto. ............................................................................. 36 Figura 17 - Imagem do Ultrassom durante diagnóstico de gestação apresentando CL cavitário e Folículos......................................................................................................36 Figura 18 - Explicativo do brinco de sistema de rastreabilidade individual do Uruguai 39 TABELAS LISTA DE TABELAS 4 LI SLISTA DE TABELAS TABELA 1 – Descrição das atividades relacionadas durante o estágio Curricular Supervisionado realizado na “Cabaña Macedo” o período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. ............................................................................................................ 13 TABELA 2- Atividades de Manejo Sanitário realizadas durante o estágio Curricular Supervisionado realizado na “Cabaña Macedo” o período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019 ............................................................................................................. 13 TABELA 3- Resumo dos diagnósticos de gestações realizados durante o estágio Curricular Supervisionado realizado na “Cabaña Macedo” o período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019 ................................................................................................... 13 TABELA 5 - Principais características que servem de suporte para o diagnóstico de prenhes e a estimativa de seu perfil em bovinos. ...................................................... 29 TABELA 6 - Características físico-morfológicas, em bovinos, eu servem de parâmetro para diagnóstico nas fases iniciais do período de prenhez por meio da ultra-sonografia ......................................................................................................... 32 0 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS µg – Microgramas CE- Ciprionato de Estradiol CL – Corpo Lúteo D0 – Dia zero D6 – Dia seis D8 – Dia oito D9- Dia nove D10 – Dia dez ECC – Escore de Condição Corporal eCG – Gonadotrofina Coriônica Equina GnRH – Hormônio de Liberação de Gonadotrofina Hrs – Horas IA – Inseminação Artificial IATF- Inseminação Artificial em Tempo Fixo Kg- Quilogramas LH- Hormônio Luteinizante PGF2α – Prostaglandina US – Ultrassom i.m- Intramuscular UI – Unidades Internacionais VE- Valerato de Estradiol DEPs - Diferenças Esperadas na Progênie ECP - Cipionato de Estradiol 1 LISTA DE SÍMBOLOS ® - Marca Registrada α – Alfa Cº - Grau célsius 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9 1. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO ................................................... 10 2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO ....................... 13 2.1 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO ......................................... 14 2.1.1 Revisão de Literatura ............................................................................... 14 2.1.1.1 Gonadotrofina Corionica Equina (eCG) ...................................................... 15 2.1.1.2 Progestágenos ........................................................................................... 16 2.1.1.3 Estrógenos ................................................................................................. 17 2.1.1.4 Prostaglandinas .......................................................................................... 18 2.1.1.5 Hormônio liberador de Gonadotrofinas ....................................................... 19 2.1.1.6 Protocolos a base de Progesterona (P4) .................................................... 20 2.1.1.7 Protocolo J-Synch ...................................................................................... 21 2.1.2 Descrição .................................................................................................... 22 2.1.3 Discussão ................................................................................................... 26 2.2 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO EM BOVINOS ......................................... 28 2.2.1 Revisão de Literatura ................................................................................ 28 2.2.1.1 Diagnóstico de Gestação por Palpação Retal ............................................. 29 2.2.1.2 Diagnóstico de Gestação por Ultrassonografia ........................................... 31 2.2.2 Descrição .................................................................................................... 33 2.2.2.1 Diagnóstico por Palpação Retal .................................................................. 33 2.2.2.2 Diagnóstico por Ultrassonografia ................................................................ 34 2.2.3 Discussão ................................................................................................... 37 2.3 MANEJO SANITÁRIO .................................................................................. 38 2.3.1 Revisão de Literatura ................................................................................. 38 2.3.1.1 Vacinas Reprodutivas .................................................................................. 38 2.3.1.2 Quimioprofilaxia á Tristeza Parasitária Bovina ............................................. 38 2.3.1.3 Sistema de Rastreabilidade .......................................................................... 39 2.3.2 Descrição ..................................................................................................... 39 2.3.3 Discussão .................................................................................................... 40 CONSIDERAÇES FINAIS ......................................................................................... 42 REFÊRENCIAS ......................................................................................................... 43 9 INTRODUÇÃO Este relatório tem como finalidade descrever as atividades desenvolvidas durante o período de estágio, assim como exaltar o conhecimento adquirido junto a Cabaña Macedo e os médicos veterinários responsáveis. O estágio foi realizado na Cabaña Macedo e em atendimentos autônomos e junto aos médicos veterinários responsáveis pelo manejo reprodutivo da cabanha, no período de 7 janeiro de 2019 a 1 de maio de 2019, totalizando 550 horas. O presente estágio curricular teve como principal objetivo colocar em prática todo o aprendizado adquirido nas diversas disciplinas estudadas durante a graduação em Medicina Veterinária, bem como ampliar o conhecimento relacionado à reprodução de bovinos de corte. A propriedade com a utilização da inseminação artificial, além da concentração dos nascimentos em épocas favoráveis e lotes de terneiros mais homogêneos. As atividades de exames reprodutivos eram realizadas através de palpação retal e ultrassonografia, para diagnósticos de gestação bem como para diagnóstico de problemas reprodutivos. O estágio tem importante papel junto à formação profissional e pessoal futura, pois possibilita a interação com as práticas realizadas bem como com a realidade vivida pelo profissional. Sendo de grande valia por apresentar desafios e questionamentos que instigam a pesquisa e contribuem para o amadurecimento de ideias, para manter um padrão de qualidade dos serviços, e sempre tendo em vista a responsabilidade, conduta ética e moral. Com isso, o objetivo deste relatório foi descrever as principais atividades realizadas durante o período de estágio nas áreas de reprodução de bovinos de corte realizando o acompanhamento de protocolos de IATF e diagnóstico de gestação. 10 1. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO A “Cabaña Macedo”, localizada ao norte do Uruguai, no departamento de Artigas (Figura 1), Ruta 30 km 162, Uruguay, entre os arroios Catalán e Sauce de Macedo. Apresenta solos de basalto superficial, boas aguadas e montes naturais. Data de inicio de 1939, trabalhando em ciclo completo de bovinos e ovinos. Posteriormente iniciaram-se empreendimentos de agricultura e mineração. Trata-se de uma empresa familiar, dedicada à produção de bovinos em condições pastoris. Localizada na Republica Oriental do Uruguai sendo este um país localizado na parte Centro-Sul limitado ao Norte pela Republica Federativa do Brasil, a leste pelo Oceano Atlântico, a Sul pelo Rio da Prata e a Oeste pela Argentina. Com extensão de 170.417 Km², de clima temperado, relativamente quente. A vegetação do Uruguai tem como paisagem natural as pradeiras, ricas em gramíneas, enquanto as florestas, na forma de matas ciliares, cobrem uma parte muito pequena da área total. O principal componente da economia do Uruguai é a criação de bovinos e ovinos e a exportação de seus subprodutos. As principais raças criadas são Hereford e Aberdeen Angus. Figura 01– A. Departamento de Artigas – Uruguai. B. Localização da “Cabaña Macedo”. Fonte: Google Maps (2019). A “Cabaña” (Figura 2) trabalha para o desenvolvimento de animais superiores com base nos padrões de morfologia das raças Angus e Brangus que se adaptem as condições do norte do Uruguai ao clima e a forragem presentes na região. Priorizando a estreita seleção de matrizes que sejam eficientes em condições pastoris que desmamem terneiros sadios e pesados corretos em sua conformação. Apenas depois de ter desenvolvido essa clara dinâmica dentro do setor de cria, a empresa empreendeu para o programa de transferência de embriões com o 11 objetivo de maximizar a genética das femêas e poder oferecer aos clientes reprodutores superiores e melhoradores em qualquer propriedade. FIGURA 2 - Cabaña Macedo –Localizada na Ruta 30km 162 - Departamento de Artigas / Ururguai A empresa decidiu incorporar a genética angus Argentina e Brasileira quando visualizou matrizes com excelentes desempenhos em condições ambientais muito semelhantes a da região em que a propriedade se localiza. No ano de 2012 iniciou- se um intercambio genético com a Cabanha Corticeira localizada em Itaqui/RS. Encontrou-se em suas doadoras um equilíbrio muito delicado na capacidade de produzir tanto animais de elite para exposições como para reprodutores muito corretos para trabalhar a campo. Quando iniciou-se o projeto Brangus a empresa buscou inserir na região a adaptação, as excelentes características maternas e resistência da raça. O Brangus possui uma alta taxa de desenvolvimento pós desmama e respondem com maior ganho de peso em pastagens melhoradas ou confinamento. A raça combina uma habilidade superior em marmoreio proveniente do Angus e herdou do Brahman, devido a uma rigorosa seleção natural, desenvolveu resistência a enfermidades e sobretudo rusticidade. O desempenho dos animais desta raça é sobressaliente O plantel de Brangus da Cabaña Macedo se iniciou com a importação de embriões da Argentina da “Cabaña La Sultana”. O programa genético é dirigido com auxilio do Eng. Mauricio Groppo. Fonte: ROSADO, A. R (2019) 12 FIGURA 3 - Animais Angus da Cabaña Macedo No ano de 1996 se iniciou o plantel da raça Angus(Figura 3), que hoje compreende a maior parte do rodeio comercial do estabelecimento, graças a um rígido trabalho de seleção nos planteis e gado geral. Selecionando animais por fertilidade DEPs e fenótipo dos animais. A cabanha trabalha para oferecer aos clientes, reprodutores férteis, sadios com genética consistente. Selecionando animais com DEPs balanceadas e boas características físicas que permitem ter um melhor desempenho produtivo frente às diversidades que oferece o ambiente realizando remates anuais na pista de remates localizada dentro da própria propriedade. FIGURA 4 - Animais Brangus da Cabaña Macedo Fonte: ROSADO, A. R (2019) Fonte: ROSADO, A. R (2019) 13 2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO As principais atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na “Cabaña Macedo”, no período de 7 de Janeiro de 2019 a 01 de maio de 2019 estão descritas nas Tabelas 1. TABELA 1 – Descrição das atividades relacionadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. Atividades Acompanhadas Total de animais Percentual (%) Auxilio ao parto 1 0,01% Inseminação Artificial em Tempo Fixo 1.323 16,83% Protocolos de Inseminação Artificial em Tempo Fixo 1.571 19,98% Diagnóstico de Gestação 1.653 21,03% Manejo Sanitário 3.312 42,13% TOTAL 7.860 100% Fonte: ROSADO, A. R (2019) TABELA 2- Atividades de Manejo Sanitário realizadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. Atividades de Manejo Sanitário Total de animais Percentual (%) Banhos de Imersão em Bovinos 156 4,71% Aplicação de Vacina Reprodutiva 625 18,87% Leitura de Chip 725 21,89% Aplicação de Imidocarb 725 21,89% Aplicação Pour-on em Bovinos 1.081 32,63% TOTAL 3,312 100% Fonte: ROSADO, A. R (2019) TABELA 3- Resumo dos diagnósticos de gestações realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. Diagnósticos de gestação Total de animais Percentual (%) Prenhez positiva (+) 1436 80,82% Prenhez negativa (-) 217 17,18 TOTAL 1.653 100% Fonte: ROSADO, A. R (2019) 14 2.1 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO 2.1.1 Revisão de Literatura A Inseminação Artificial (IA) é uma das principais técnicas utilizadas mundialmente para disseminar genéticas de animais superiores entre rebanhos bovinos. Uma das alternativas mais utilizadas em bovinos de corte é a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) (BÓ et al., 2001). A possibilidade de emprenhar muitos animais em um mesmo dia, incorporar alta qualidade genética vem desencadeando o desenvolvimento constante de vários protocolos para sincronização de cio e a ovulação (BÓ et al., 2007, BARUSELLI et al., 2006). A IATF baseia-se, na aplicação de hormônios exógenos para induzir a sincronização do estro e a ovulação de vários animais do rebanho em um período pré-determinado (FERNANDES, 2010). Esta técnica ainda possui como vantagem, a economia com gastos referentes á compra de touros (CREMA et al., 2012). Os principais hormônios utilizados nos protocolos de sincronização em femêas bovinas são os progestágenos, estrógenos, assim como a prostaglandina e a gonadotrofina coriônica equina. Inúmeras associações feitas com estes hormônios possuem como objetivo aumentar a fertilidade do estro induzindo o exato do momento da ovulação, permitindo a realização da IATF (BARUSELLI, 2004a; BÓ et al., 2003). Os protocolos em sua maioria se dividem entre os que utilizam combinações do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) e prostaglandina F2α (PGF2α), e os que utilizam dispositivos de progesterona (P4) e estradiol (E2) (BARUSELLI; MARQUES, 2002). A preferência por um desses protocolos pelos profissionais está relacionada à disponibilidade de hormônios em um determinado país tendo em vista que, protocolos baseados em estradiol são usados na América do Sul e em rebanhos bovinos na Austrália, enquanto protocolos baseados em GnRH tendem a ser mais usados na América do Norte, Europa e Nova Zelândia, onde o uso de estradiol é proibido. Na América do Sul, o número de bovinos envolvidos em programas da IATF aumentou consideravelmente nos últimos 15 anos, de menos de 100.000 no início dos anos 2000 para cerca de 3.000.000 na Argentina e cerca de 10.000.000 no Brasil na última estação reprodutiva (BARUSELLI et al. 2015; BÓ GA et al. 2015). Embora os resultados sejam agora mais consistentes do que há 15 anos, a prenhez média por IA permaneceu em torno de 50% (BÓ GA et al. 2015). 15 Porém, protocolos recentemente desenvolvidos reduzem a duração da inserção do dispositivo liberador de P4 e prolongam o período de proestro (definido como o período entre a remoção do dispositivo e a IATF) resultaram em melhoras na prenhez por IATF, abrindo novas oportunidades para aumentar as taxas de prenhez. Se a IATF for realizada de maneira correta, cerca de 50% dos animais sincronizados ficam prenhes com apenas uma inseminação realizada em até 60 dias pós-parto. Porém, índices satisfatórios de prenhes apenas são alcançados quando existe um rigoroso controle nas recomendações de dose e momento das aplicações, sempre levando em conta a qualidade dos produtos utilizados nos protocolos (PEREIRA et al., 2013). O resultado reprodutivo dos animais submetidos à inseminação artificial ou inseminação artificial em tempo fixo pode sofrer interferência dos resultados por diversos fatores, dentre estes se pode destacar a genética (CLARO JÚNIOR et al., 2010), o estado nutricional (BASTOS et al., 2004), o inseminador e o sêmen utilizado (DALTON J.C et al., 2013), os hormônios utilizados e a sanidade das fêmeas (MENEGHETTI et al., 2009). O controle farmacológico do ciclo estral tem por objetivo induzir o desenvolvimento folicular, por meio de aplicações estratégicas de fármacos análogos aos hormônios naturais. Neste contexto, o uso de substâncias como a gonadotrofina coriônica equina (eCG), os ésteres de estradiol, os progestágenos, os agentes luteolíticos e os análogos de GnRH têm se mostrado eficientes para sincronização de estros dos animais (MORETTI et al., 2013). 2.1.1.1 Gonadotrofina Coriônica Equina (eCG) A gonadotrofina coriônica equina (eCG) é um hormônio produzido pelos cálices endometriais de éguas no terço inicial de gestação. A principal função fisiológica nesta espécie é estimular a formação de corpos lúteos suplementares mediante o desenvolvimento de corpos lúteos acessórios através da luteinização dos folículos anovulatórios e corpos lúteos secundários através da ovulação de outros folículos (MURPHY, 1991; BRINSKO et al. 2011). A eCG é um hormônio que possui atividade em FSH/LH (CALLEJAS, 2005). Apresenta-se como um fármaco de vida média longa (até três dias), que se une aos receptores de FSH e LH dos folículos e aos receptores de LH do corpo lúteo (BARUSELLI et al., 2014). 16 O uso de eCG em protocolos de IATF que utilizam dispositivos intravaginais (DIV) com P4 e BE permitem a inseminação de vacas com cria ao pé com condições corporais baixas e com taxas de prenhez de 40% a 50%. (BÓ y CUTAIA, 2010). Quando é administrado eCG em vacas em anestro, cria-se condições para estimular o crescimento folicular e a ovulação, mesmo em vacas que tenham comprometida a liberação de gonadotrofinas (BARUSELLI, 2014). Seu uso vem apresentando efeitos positivos em rebanhos com baixa taxa de ciclicidade (anestro), em animais recém-paridos e em animais com condição corporal (CC) comprometida. Assim Baruselli et al. (2014), aplicaram eCG em 215 vacas em anestro pós-parto (75 ± 19 dias), melhorando a porcentagem de prenhes (55,1%) em comparação ao grupo controle (38,9%). O uso de eCG em animais com baixo escore corporal no período pós-parto, no momento da retirada do DIV de P4, promove o aumento da taxa de ovulação e do desenvolvimento do folículo ovulatório. Devido a isso, após a ovulação é formado um corpo lúteo mais funcional, proporcionando assim uma maior capacidade de produção de P4 (NÚÑEZ-OLIVEIRA et al., 2014). No entando, a eCG pode proporcionar um aumento na taxa de ovulações múltiplas, consequentemente aumentando a ocorrência de partos gemelares, consequência indesejável, pois a gemelaridade ocasiona uma maior probabilidade de partos distócicos, retenção de placenta, freemartinismo e até mesmo abortos (BARUSELLI et al., 2004b). 2.1.1.2 Progestágenos Os progestágenos atuam simulando a presença de um corpo lúteo funcional, provocando a retroalimentação negativa sobre a secreção de GnRH, levando a apresentação de estro 5 a 6 dias depois de suspender sua administração, sendo seguidos por ciclos estrais normais. Os progestágenos sintéticos tem uma vida média maior que P4 natural (BARUSELLI; MARQUES, 2002). A P4 é um hormônio esteroide que pode ser obtido por via natural ou sintética. Sua estrutura química característica permite a formulação de compostos capazes de serem administrados de forma injetada, adicionado a implantes de silicone, em esponjas de liberação vaginal ou por via oral (HAFEZ, 2004). Os métodos mais usuais de emprego da P4 em protocolos de IATF são: DIV de P4 e implantes auriculares de progestágenos. Estes produtos devem ser utilizados por um 17 período de sete a 12 dias, mediante as condições escolhidas para o protocolo. A liberação de P4 é realizada de forma lenta e constante. (BARUSELLI et al., 2006). No caso da P4 que é produzida pelo CL, se apresenta no sangue de forma livre e ligada a proteínas (WATSON et al., 1992). O uso de um dispositivo intravaginal com P4 imita a presença de um corpo lúteo ou de uma fase luteal de curta duração (7 – 8 dias), suprimindo a manifestação de cio. A combinação destes dispositivos com uma dose de BE ao inicio do tratamento, produz a regressão do folículo dominante e o inicio de uma nova onda de crescimento folicular ao redor do dia 4 após aplicada a dose de BE, gerando um folículo dominante jovem ao momento da retirada do dispositivo (CALLEJAS, 2005). Os DIV de P4 vem sendo utilizados e aprovados em diversos países como Canadá, para sincronizar o desenvolvimento folicular e a ovulação (MAPLETOFT et al, 2009). Pode ser observada a manifestação comportamental do estro entre dois a três dias após a remoção da fonte de P4, sendo que as associações hormonais utilizadas têm por objetivo estimular a luteólise, sincronizar as ondas foliculares e na medida do possível propiciar um grau de sincronização das ovulações (ROCHE, 1996). Realiza-se a sincronização com progestágenos baseado no principio de que os progestágenos exógenos podem manter uma concentração sanguínea baixa de P4 durante o período necessário para permitir a regressão do corpo lúteo. Em ausência do CL, a retirada da fonte de progestágenos resultará em um estro sincronizado (MACMILLIAN E PETERSON, 1993). Existem diferenças na fisiologia reprodutiva entre Bos taurus e Bos indicus, o que pode determinar melhor reposta à sincronização. Uma das diferenças marcantes está relacionada aos níveis de P4 durante o ciclo estral. Fêmeas Bos indicus apresentam níveis de P4 circulante inferiores as fêmeas Bos taurus (PATTERSON et al., 1990). 2.1.1.3 Estrógenos Os estrógenos são hormônios indutores da ovulação. Existem atualmente no mercado diversas moléculas de estrógenos para utilização em protocolos de sincronização de cio dentre eles o benzoato de estradiol (BE), cipionato de estradiol 18 (ECP), 17β estradiol e o valerato de estradiol (VE). Cada farmaco possuí um metabolismo diferente, alterando sua meia vida (BINELLI, 2006). A PGF2α tem sido identificada como luteolítico natural em várias espécies de mamíferos (WAITE et al., 2005). Na femêa bovina os principais estrógenos naturais são o estradiol e a estrona. São hormônios esteroidais que tem como fontes principais as células dos folículos maduros e da placenta em gestação avançada. No sangue se apresentam livres e ligados a proteínas e sua vida média é curta (< 5 minutos) (DIELEMAN e BEVERS, 1987). Os estrogênios são luteolíticos e se aplicam ao inicio do tratamento com progestágenos para induzir ou sincronizar o cio ocorrendo luteólise geralmente 5 a 7 dias depois de sua administração (MCCRACKEN et al., 1999). Nos protocolos de sincronização de cio, geralmente administra-se uma dose estradiol 24 horas depois da remoção de um progestágenos, isto sincroniza um pico de LH aproximadamente 16 a 18 horas depois do tratamento e a ovulação 24- 32 horas depois do pico de LH (MARTÍNEZ et al., 2002). O mecanismo de ação é inicialmente propiciar uma supressão na secreção das gonadotrofinas hipofisárias (FSH e LH), levando a atresia dos folículos ovarianos existentes. Após a atresia dos folículos, segue um pico de FSH que estimulará o recrutamento de uma nova onda folicular, ocorrendo independentemente do estágio do ciclo estral ou da onda de desenvolvimento folicular (BINELLI; IBIAPINA; BISINOTTO, 2006). A utilização conjunta de estrógenos com progestágenos nos programas de IATF têm por objetivo desencadear atresia do folículo dominante e induzir o recrutamento de uma nova onda de desenvolvimento folicular, impedindo também a manutenção de folículos persistentes. Nesta perspectiva, é feita duas doses de aplicação de estrógenos durante um protocolo de IATF, sendo a primeira juntamente com a colocação do dispositivo intravaginal de P4 e a outra, quando é feita a retirada da fonte de P4 (MAPLETOFT; BÓ; BARUSELLI, 2009; BÓ et al., 2005). Apesar do Cipionato de estradiol(CE) não ser tão efetivo quanto o BE para sincronizar a emergência de uma nova onda de crescimento folicular, pode ser utilizado para reduzir o número de manejos a serem realizados com os animais numa sincronização de estro para IATF (COLAZO et al., 2003). 2.1.1.4 Prostaglandinas 19 As prostaglandinas são ácidos graxos saturados de 20 carbonos derivados de reservas de ácido araquidônico contido nos fosfolipídios das membranas celulares, originadas em muitos tecidos e com diversas funções. Nos bovinos a PGF2α uterina é luteolítica, reduzindo os níveis sanguíneos de E2 e de LH que são seguidos pelo cio e a ovulação (AHUJA, 2003). A administração de PGF2α ou seus análogos durante a fase luteal do ciclo estral propicia a luteólise precoce e desencadeia queda nas concentrações de P4. Este evento culmina no aumento da secreção de gonadotrofinas e em uma eventual ovulação. Todavia, o sucesso da luteólise é dependente da formação de receptores de PGF2α no corpo lúteo, o que acontece nos bovinos entre o 5º e o 7º dia após o estro (BENITES; BARUSELLI, 2011). Os principais agentes luteolíticos usados em programas de sincronização de estros são os análogos sintéticos da PGF2α, como o cloprostenol e o dinoprost,. Após a aplicação destes compostos o corpo lúteo regride em torno de 24 a 72 horas, e o estro é manifestado dentro de dois a três dias (MOROTTI, 2013). O uso da PGF2α nos protocolos de IATF, no momento da remoção dos dispositivos intravaginais de P4, tem por objetivo induzir a luteólise, proporcionando uma queda abrupta na concentração sérica de P4. Este fato mimetiza a condição fisiológica presente no final do diestro (BARUSELLI; SALES; SÁ FILHO, 2010). 2.1.1.5 Hormônio liberador de Gonadotrofinas O GnRH é um decapeptídeo produzido pelos neurônios do hipotálamo e secretada aos capilares do sistema porta-hipofisiário e desaparece rapidamente da circulação (BOSU, 1982). Na pituitária o GnRH se une a receptores específicos e mediante a reações em cascata estimulada pelo FSH e LH provocando a ovulação do folículo dominante e a formação de um CL (THATCHER et al., 1989). A administração de GnRH produz um pico de liberação de LH aproximadamente 2h depois de sua administração i.m, em uma magnitude que depende dos níveis de P4 no momento da aplicação (KASTELIC e MAPLETOFT, 1998). O GnRH quando aplicado de forma exógena, estimula a liberação de gonadotrofinas (FSH e LH), que alcançam seus níveis máximos entre uma a duas horas. Após o período médio de cinco horas os níveis séricos de gonadotrofinas declinam. Deve-se ressaltar que os níveis de liberação de FSH e LH são 20 dependentes de certos fatores, como por exemplo: a dose administrada, a via de aplicação, a fase do ciclo estral em que a fêmea se encontra e a frequência de aplicações (BENITES; BARUSELLI, 2011). A administração de GnRH próximo ao momento do desencadear do estro proporciona o aumento na taxa de concepção na primeira inseminação pós-parto em fêmeas que apresentam histórico de baixa taxa de fertilidade. (NOGUEIRA, 2011) Em alguns trabalhos O GnRH vem sendo utilizado no momento da inseminação como indutor de ovulação, com resultados similares ao tratamento tradicional em bovinos de corte (BÓ et al., 2000). A ovulação de um folículo dominante depois da administração de GnRH ao final de um protocolo de IATF está relacionada com a diminuição da concentração plasmática de E2 e, por tanto, é observado uma menor expressão de cio em tratamentos que utilizam GnRH no lugar de estradiol como indutor de ovulação (MARTÍNEZ et al., 2002). A utilização de GnRH ao momento da IATF foi relatada por López del Cerro et al. (2011) em vacas Braford tratadas com um protocolo com BE e dispositivos de P4 e ECP como indutor de ovulação, utilizando o hormônio nas femêas que não apresentaram cio até as 48 de retirados os dispositivos, e melhoraram a taxa de prenhes. 2.1.1.6 Protocolos a base de Progesterona (P4) O protocolo de IATF mais difundido atualmente na América do Sul consiste na associação de uma fonte de P4 exógena, estrógeno e PGF2α, podendo ainda conter eCG e GnRH. O tratamento hormonal é realizado durante o período de 10 a 11 dias, com inseminação artificial programada de todos os animais sincronizados (MOROTTI, 2013). Bó et al. (2003) sugerem o seguinte tratamento hormonal: inserção do dispositivo de P4 intravaginal associado a uma dose de 2 mg de BE via intramuscular (IM) no primeiro dia (D0), remoção do dispositivo e administração de uma dose de PGF2α por via IM, após sete ou oito (D7 ou D8) e 24 horas depois (D8 ou D9), administra-se uma dose de 1 mg de BE por via IM. A realização da IA deve ser efetuada após 52 a 54 horas da retirada da fonte de P4. Outro protocolo de IATF bastante executado é realizado com o uso do dispositivo intravaginal de P4 com a aplicação de 2 mg de BE por via i.m no D0. Ao 21 chegar no D8, retira-se o dispositivo e realiza a administração de uma dose de PGF2α, 1 mg de CE, além de 300 a 400 UI de eCG, ambos por via i.m. Neste protocolo, sugere-se a execução da IA 48 a 60 horas após a remoção do dispositivo (SALES et al., 2011). Alguns autores descrevem que a diminuição do tempo de exposição á P4 aumenta a taxa de concepção, pelo aumento em potencial na produção de E2 pelo folículo ovulatório (VALDEZ et al., 2005; BRIDGES et al., 2008). 2.1.1.7 Protocolo J-Synch O protocolo J-Synch desenvolvido na Argentina, foi o que pela primeira vez adotou a ideia de gerar um proestro prolongado similar ao protocolo Co-Synch, porém respeitando o uso de progestágenos e estradiol para sincronizar a onda folicular como nos tratamentos convencionais. (de la MATA y BÓ, 2012; GONZALO, 2018). O uso de progestágenos associados a estradiol resulta em uma favorável combinação hormonal para sincronizar a onda de crescimento folicular ao inicio de um tratamento, obtendo mais de 90% de animais que respondem ao protocolo, gerando uma regressão folicular sem ovulações e a emergência de uma nova onda após 3 a 5 dias de administração (de La MATA et al., 2015). Este protocolo consiste na inserção de um dispositivo de progesterona por um período de 6 dias junto à aplicação de uma dose de Benzoato de Estradiol (BE) ao inicio do tratamento para sincronizar o inicio de uma nova onda folicular. No momento da retirada deste dispositivo se aplica um agente luteolítico e 72 horas depois se realiza a IATF junto à aplicação de um análogo de GnRH (de La MATA et al., 2015). Este protocolo tem permitido obter resultados de prenhez que variam de 53,7 a 64,6% (Revisado por BÓ et al., 2014). Ao analisar o diâmetro do folículo ovulatório no momento da inseminação artificial, em vacas nelores submetidas a um protocolo de IATF, Ribeiro Filho et al. (2013) constataram que quanto maior o folículo dominante, melhor é a taxa de concepção. Este fato ressalta a importância de se criar alternativas com o propósito de aumentar o diâmetro do folículo na ocasião da IA. No protocolo J-Synch, se utiliza precisamente GnRH administrada no mesmo momento em que se realiza a IATF com a finalidade de sincronizar as 22 ovulações (de la MATA, et al., 2015). A porcentagem de prenhez que se obtém a partir de protocolos J-Synch situam em 52,7% (CUTAIA e BÓ., 2005). 2.1.2 Descrição Foram acompanhados protocolos de inseminação artificial em tempo fixo durante o período de estágio na “Cabaña Macedo”. Primeiramente era realizado pelo médico veterinário em conjunto ao proprietário a análise e a realização de um cronograma de lotes a serem realizados definindo qual protocolo direcionado a cada lote. Os protocolo mais utilizado foi o baseado na utilização de um dispositivo intravaginal Dispocel® (progesterona 0,6g) de uso único (Figura 5) associado à aplicação de 2ml de RIC-BE® (Benzoato de Estradiol 1mg/mL) em D0 e a retirada do mesmo em D8, no mesmo dia da retirada do dispositivo era realizada a aplicação de 2mL Dalmaprost® (D-Cloprostenol 0,075 mg/mL) ou 2 mL de Estron® (Cloprostenol 0,241 mg/ mL) também se realizava a aplicação de 2mL de CRONI- CIP® (Ciprionato de Estradiol 0,5 mg/mL) e 2,5ml de Gonaser® (Gonadotrofina Coriônica Equina 200 UI/mL), todos por via intramuscular. Transcorridas 56h da retirada do dispositivo era realizada a IATF em D10 conforme a Figura 6. FIGURA 5 - Dispositivo Intravaginal de Progesterona 0,6g, monouso Dispocel® Fonte: ROSADO, A. R (2019) Fonte: O autor 23 FIGURA 6- Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, realizado durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019 Em alguns lotes optou-se pela realização de outro protocolo esquematizado na Figura 7 também baseado na utilização de um dispositivo intravaginal de P4 de uso único associado à aplicação de 2mg de BE em D0, porém a retirada do mesmo ocorria em D7, diferindo-se do protocolo anterior, associado à aplicação de PGF2α (0,5mg), ECP (1 mg) e eCG (400UI), transcorridas 56h da retirada do dispositivo era realizada a IATF em D9. FIGURA 7 - Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. O protocolo J-Synch (Figura 8), foi realizado em lotes menores de no máximo 200 animais e baseava-se na utilização de um dispositivo intravaginal de P4 (Dispocel® 0,6g) de uso único associado à aplicação de 2mg de BE (RIC-BE® 1mg/mL) em D0 e a retirada do mesmo em D6, aumentando, portanto o período de proestro. Em D6 também se realizava a aplicação de PGF2α (Dalmaprost®, 0,0075 mg/mL) e eCG 400UI (Gonaser® 200 UI/mL), também em D6 era realizada a aplicação do adesivo Boviflag® que era colado próximo à base da cauda da fêmea, quando a mesma apresentava o cio e fosse montada, o adesivo mudava de cor. No mercado são disponibilizadas quatro opções de cores, laranja, verde, azul e vermelho, durante o estágio apenas foi utilizada à cor laranja. Transcorridas 66h a 24 FIGURA 8 - A. Adesivo Boviflag® para detecção de cio aplicado em D6. B. Adesivo Boviflag® apresentando mudança de cor em D9 partir de D6(retirada do disposivo) em D9 era realizada a primeira IATF pela manhã, identificando ao entrar no tronco de contenção as fêmeas demarcadas pelo adesivo que apresentavam a mudança de coloração de cinza para laranja (Figura 9). Caso a femêa não apresentasse mudança de coloração no adesivo, ela separada para ser realizada a sequencia do protocolo pela parte da tarde do mesmo dia. Transcorrida a primeira IATF, em sequencia pela tarde de D9, 72h pós-retirada do implante de progesterona realizava-se a aplicação de 10,5 µg de GnRH (Buserelina®) e IATF das fêmeas restantes. FIGURA 9 - Protocolo J-Synch de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. Fonte: ROSADO, A. R (2019) Fonte: Adaptado de (GONZALO, 2018) Fonte: ROSADO, A. R (2019) 25 FIGURA 10 - Porcentagem de Animais que demonstraram ou não cio durante o protocolo J-Synch realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. Dentre os protocolos J-Synch realizados, 43,5% dos animais demonstraram cio pela parte da manhã ás 66h demonstrado na Figura 10. Alguns animais apresentavam cio tardiamente, sendo observado pela parte da tarde ás 72h onde uma média de 24% dos animais restantes apresentavam cio antes da aplicação da dose de GnRH porém as doses eram realizadas independentemente dos animais demonstrarem ou não cio às 72h. Os protocolos realizados em sua grande maioria foram baseados na utilização do dispositivo de progesterona durante 8 dias, sendo este representado por 48% dos protocolos realizados durante o período de estágio conforme a Figura 11 demonstra, seguidos de 28% do protocolo J-Synch e 24% do protocolo de 7 dias de permanência do dispositivo. Os protocolos realizados em sua grande maioria foram baseados na utilização do dispositivo de progesterona durante oito dias, sendo este representado por 48% dos protocolos realizados durante o período de estágio conforme a Figura 11 demonstra seguida de 28% do protocolo J-Synch e 24% do protocolo de sete dias de permanência do dispositivo ... Seguidos de 28% do protocolo J-Synch e 24% do protocolo de sete dias de permanência do dispositivo... Seguidos de 28% do protocolo J-Synch e 24% do protocolo de sete dias de permanência do dispositivo... Fonte: O autor Fonte: ROSADO, A. R (2019) 43,50% 24% 32,50% Demonstraram cio pela manhã (66h) Demonstraram cio pela tarde (72h) Não demonstraram cio (72h) Porcentagem de Animais que demonstraram ou não cio durante o protocolo J-Synch 26 Fonte: ROSADO, A. R (2019) FIGURA 11 – Gráfico comparativo dos Protocolos de Inseminação Artificial realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. O sêmen era descongelado a temperatura entre 35 e 37° C por 20 segundos para a palheta fina e 30 segundos para a palheta média em um descongelador eletrônico LICHT-BIOTEC® modelo WP-100. O sêmen utilizado era oriundo de animais da própria Cabanha, sêmen no qual era congelado por empresas terceirizadas, as quais realizavam testes de motilidade, vigor, concentração, patologia espermática. Após o procedimento de descongelamento montava-se o sêmen no aplicador e inseminava-se os animais. FIGURA 12 - Descongelador de Sêmen Bovino LICHT-BIOTEC® modelo WP-100 2.1.3 Discussão Segundo Baruselli (2004a), existem no mercado diversos protocolos de IATF, o que definirá o protocolo a ser escolhido são as características de cada lote. O que 28% 24% 48% Protocolos de Inseminação Artificial J- Synch Dispositivo 7 dias Dispositovo 8 dias Fonte: ROSADO, A. R (2019) 27 concorda com os supervisores que definiram o protocolo ideal para cada lote, dependendo se eram animais com cria ou solteiros. Vacas submetidas a protocolos de IATF e demonstrarem cio, possuem uma maior probabilidade de se tornarem prenhes (SÁ FILHO et al., 2009). Da mesma forma, Perry et al. (2005), afirmou que vacas que demonstram estro têm maiores concentrações de estradiol durante o proestro, isso pode ser explicado pelo efeito positivo do estro sobre a concepção. A utilização de hormônios favorece a sincronização da ovulação, permitindo assim a utilização da IATF, descartando a necessidade de observar cio, facilitando o manejo, a mão de obra e principalmente concentrando os nascimentos dos terneiros tendo animais padronizados (BARUSELLI, et al.,2000), o que concorda com os métodos e protocolos de IATF utilizados pelo médico veterinário. Baruselli et al., (2004b) descreve que o o uso de ECG apresenta efeitos positivos em rebanhos com baixa taxa de ciclicidade (anestro), concordando com a propriedade que o uso do fármaco agrega resultados positivos ao seu rebanho. Sá Filho et al. (2011) e Zabala et al (2013) sugeriram modificação no momento da IATF para 56 horas da remoção do dispositivo em fêmeas que não apresentassem cio, indicando uma proporção de fêmeas que sofriam atraso na ovulação. No protocolo J-Synch, a maior parte dos animais demonstrou cio ás 66h. O mesmo foi observado por Cuervo, (2017). Outra observação feita pelo mesmo autor, demonstra a variação da expressão de cio relacionada ao horário da IATF, identificando que após as 66 horas de retirada do implante, a melhor hora para inseminar os animais que demonstravam cio tardiamente, seria às 72 horas. Concordando com o protocolo realizado na Cabaña Macedo. Na busca de maior eficiência na taxa de prenhez em programas de inseminação artificial em tempo fixo, vários protocolos foram desenvolvidos para sincronizar a onda de crescimento folicular e a ovulação em bovinos de corte, (BARUSELLI et al. 2013); MADUREIRA et al, 2004) e leite (SARTORI et al.2006). A propriedade utiliza mais de um protocolo, utilizando inclusive protocolos recentemente estudados A eCG é um fármaco que possui meia-vida de aproximadamente 46 horas, sendo a única gonadotrofina capaz de ligar-se tanto aos receptores de FSH como aos de LH, isto é, possui atividade folículo estimulante e luteinizante (MURPHY e 28 MARTINUK, 1991). Portanto a eCG pode promover o crescimento, a maturação folicular e a ovulação (STEWART et al., 1981; BARUSELLI et al., 2008). A cabanha não abre mão da utilização da eCG em protocolos de IATF principalmente nas categorias de vacas paridas e novilhas, concordando com os autores descritos. Estudos conduzido por Crepaldi et al.(2008) e Peralta-Torres et al. (2010) revelaram que a administração de CE juntamente com a retirada do dispositivo de progesterona promoveu a ovulação de forma sincronizada, em cerca de 72 horas após seu uso. A partir dos conhecimentos farmacológicos do CE, o médico veterinário supervisor, fez a utilização do fármaco. Porém no protocolo J-Synch não se faz a utilização de CE como indutor de ovulação e sim GnRH. 2.2 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO EM BOVINOS 2.2.1 Revisão de Literatura Avaliar o estado gestacional ou a ausência do mesmo em um animal tem um considerável impacto econômico para o produtor, tendo em vista que o diagnóstico precoce da gestação possibilita identificar o mais cedo possível os animais não gestantes possibilitando uma tomada de providências para a redução do intervalo parto concepção, ou mesmo o descarte de animais, minimizando as perdas econômicas (HAFEZ, 2004 ; NEVES ET. AL., 2008). As modificações anatômicas e fisiológicas que ocorrem nas fêmeas gestantes servem de base para que se possibilite o diagnóstico de gestação. Estas modificações podem ser evidenciadas através de exames clínicos (MIES FILHO, 1987). O diagnóstico de gestação é fundamentalmente, uma técnica que permite determinar sua existência e duração (NEVES et. al., 2008). Um diagnóstico preciso e precoce é de grande valor para o manejo reprodutivo em todos os tipos de exploração pecuária, principalmente na espécie bovina, onde a eficiência reprodutiva é um dos principais parâmetros para a viabilidade financeira da exploração (FERNANDES, 2006). De acordo com HAFEZ (2004), os métodos clínicos de diagnóstico de gestação dependem da detecção do concepto- feto, membranas e líquidos fetais. Os métodos incluem o exame retal e as técnicas ultrassônicas. 29 2.2.1.1 Diagnóstico de Gestação por Palpação Retal Em bovinos a técnica de palpação retal é utilizada desde o inicio do século XX e é uma prática segura, a partir dos 45 dias após a monta natural ou inseminação artificial (NEVES et, al 2008). Neste procedimento o útero é palpado diretamente através da parede retal para detectar o aumento uterino que ocorre durante a gestação, assim como o feto ou as membranas fetais. (HAFEZ, 2004). Esse método é considerado o mais prático e preciso para o diagnóstico de prenhes em fêmeas bovinas, desde que realizado a partir dos 45º dia pós-serviço. Uma vaca somente deverá ser considerada prenhe se pelo menos um dos sinais indicativos de prenhes for observado e reconhecido (NEVES et. al., 2008). A contenção correta do animal é um importante fator no diagnóstico de gestação, tanto para segurança da prenhes quanto para segurança do examinador. A fêmea deve ser contida em estação evitando movimentos bruscos ou quedas que venham a provocar lesões ou ferimentos (NEVES et al 2008). Na vaca não gestante e naquela com gestação inicial, os cornos uterinos podem ser sentidos em tamanho e diâmetro aproximadamente iguais. A partir do 40º dia de gestação em diante, é possível notar uma diferença no tamanho dos dois cornos, sendo fácil essa verificação em novilhas que em vacas multíparas. Outras características também são peculiares e exclusivas da gestação, sendo necessário constatar mais de uma para que se possa afirmar que o animal está prenhe. Entre essas, está à presença do feto. Nota-se que a detecção destes sinais irá depender do estágio gestacional, devendo salientar que nenhum animal deve ser constatado vazio, a não ser que seja realizada uma correta avaliação uterina e não constatado nenhum dos sinais acima descritos (BALL E PETERS, 2006). TABELA 4 - Principais características que servem de suporte para o diagnóstico de prenhes e a estimativa de seu perfil em bovinos. Fase Período (meses) Posição do Útero Tamanho do Feto (cm) Principais Características Sem sinais evidentes I Pélvica 1 -Sem Sinais evidentes Pequena bolsa I –II Pélvica 3-9 -Assimetria dos cornos uterinos -Vesícula amniótica: - Efeito de parede dupla; 30 -Flutuação; -Corpo Lúteo Grande bolsa I-III(61º ao 90º dias) Pélvica /Abdominal 10-14 -Assimetria pronunciada dos cornos; -Flutuação; -Efeito de parede dupla -Feto possível de ser palpado; Balão III – IV (91º a 12º dias) Pélvica/ abdominal 15 – 20 - Grande balão - Flutuação -Placentônios -Feto; Descida IV – VI (121º ao 180º dia) Abdominal ventral - -Frêmito arterial -Cérvice distendida; -Placentônios; -Difícil palpação do feto; -Palpação do feto; -Placentônios; -Frêmito arterial. Fonte: NEVES et al. 2008. A primeira fase é caracterizada pela ausência de estros, esperando 21º dia após serviço, pela presença de corpo lúteo em um dos ovários, e pela tonicidade do útero, ainda sem contrações fortes, como no cio. Estes sinais ocorrem nos primeiros 30 dias de prenhes (GRUNET, 1993). Em sequencia pode ser evidenciada a presença de vesícula amniótica, constituída pelo fluido e concepto. Esta estrutura pode ser palpada a partir dos 28 dias de prenhez. Nesta fase é possível palpar uma forma esférica de aproximadamente 1 cm e consistência turgida. Outra característica importante para o diagnostico de gestação é o efeito de parede dupla, ou seja o deslizamento da parede uterina sobre a membrana alantoidiana podendo ser percebido a partir dos 35 dias, se tornando evidente após os 40 dias de prenhez. Já a fase do efeito de flutuação pode ser observado a partir dos 45 dias (GRUNET, 1993). A próxima fase de grande bolsa vai do 61º dia ao 90º de gestação e continua não havendo presença de estro. Apresenta assimetria gradativa dos cornos de acordo com a evolução da gestação, presença de flutuação e de 500 a 1500 ml de 31 liquido intrauterino, havendo efeito de contra golpe (balotamento). Nessa etapa o embrião mede, em média, de 10 a 12 cm (GRUNET, 1993). Após a fase de grande bolsa inicia-se a fase de balão, que se dá entre 15 e 20 semanas de gestação (quatro meses). O útero não é mais contornável pela mão, apresentando o tamanho de uma bola de basquete. Nesta fase, já é possível sentir o frêmito arterial, havendo a presença de 2 a 7 litros de líquido uterino (STAINK, 2006). De acordo com GRUNERT, (1993), do quinto para o sexto mês começa a fase de descida (121º ao 180º dia). O útero possui, nesse estágio, de 5 a 8 litros, apresentando distenção da cérvix, pois o útero escorrega ventralmente para o abdômen, não sendo possível alcançar o feto. O frêmito arterial ainda pode ser sentido e é possível a palpação dos placentônios. A ultima etapa é denominada de fase final, que se dá do sétimo ao nono mês de gestação (181º ao 280º ou 285º dia). Nesta etapa é possível sentir os movimentos e as partes do corpo fetal. Os placentonios são grandes e o frêmito arterial de grande intensidade. Os ligamentos pélvicos relaxam, a vulva se edemacia e o úbere se desenvolve á medida que se aproxima o momento do parto (STAINK, 2006). 2.2.1.2 Diagnóstico de Gestação por Ultrassonografia A ultrassonografia ou ecografia é um método de diagnóstico para exploração de estruturas, por meio da emissão de ultrassom e captação de ecos. Consiste em uma técnica complementar ao exame clínico e é utilizada para avaliação de tecidos moles de todas as espécies. É uma técnica não invasiva e não provoca modificações biológicas, tanto aos pacientes como ao operador (NEVES et al 2008). O diagnóstico por ultrassonografia na fêmea bovina proporciona ganho de tempo em relação à palpação retal. Além disso, permite que o desenvolvimento do feto seja acompanhado em diversos estágios de desenvolvimento (FISSORE et al., 1986; KAHN 1990; TOTEY et al., 1991) Segundo Barros & Visntin (2001), esta técnica vem se destacando como um dos métodos mais esclarecedores e revolucionários para avaliar a dinâmica ovariana e realizar o diagnóstico precoce de gestação. Esta técnica ainda traz informações objetivas sobre as condições do complexo útero-embrião, as quais possibilitam o diagnóstico de perda gestacional, permitindo o tratamento do animal para 32 reestabelecer uma nova prenhez em tempo mais curto. O diagnóstico de prenhez na vaca por ultrassonografia pode propiciar o ganho de tempo correspondente ao de um ciclo estral em relação ao feito por palpação retal (NEVES et. al., 2008). De acordo com HAFEZ (2004), os componentes principais do aparelho de ultrassom são: a) Um gerador de pulsos elétricos b) Um transdutor; c) Um conversor d) Uma tela de vídeo; Para a realização do diagnóstico ecográfico de prenhez, a fêmea deve ficar contida de maneira oferecer segurança para o examinador e para o equipamento. Este deverá ficar posicionado em plano elevado permitindo fácil visualização da tela em ambiente de pouca luminosidade, protegido de chuva e poeira. Os transdutores, para uso retal, possuem geralmente uma frequência de 5 a 7,5 MHz e deverão ser recobertos com plástico descartável. A utilização de gel entre o transdutor e essa proteção permitirá uma imagem de melhor qualidade (NEVES et. al., 2008). As imagens de tecidos observados na tela são pretas (não ecogênicas) ou em vários tons de cinza (ecogênicas). A bexiga urinária, a vesícula embrionária e os fluídos fetais aparecem anecóicos (pretos); o esqueleto fetal, hiperecóico (branco); ; as membranas fetais e os tecidos maternos, em inúmeros tons de cinza (HAFEZ, 2004). A observação da vesícula embrionária pode ser realizada entre 17º e 19º dia após a cópula ou inseminação artificial e define-se como uma área não ecogênica e esférica no lúmen uterino, próximo a junção útero-tubária. Já o embrião poderá ser observado a partir de dia 23º pós-serviço, caracterizando-se como uma estrutura de ecogênicidade média, no interior da vesícula embrionária, que é anecóica. O âmnio poderá ser visualizado do 25º ao 30º dia de prenhez. Os membros podem ser observados ao 32º dia; a coluna vertebral ao 40º dia e os movimentos fetais são percebidos ao 45º dia (NEVES et. al., 2008). TABELA 5 - Características físico-morfológicas, em bovinos, eu servem de parâmetro para diagnóstico nas fases iniciais do período de prenhez por meio da ultrassonografia Características Dias pós-serviço, em média (min- máx.) Vesícula embrionária 18,0 (17-19) Embrião 24,1 (23–25) Batimentos cardíacos 26,2 (25-27) 33 Âmnio 30,7 (30-32) Membros 32,7 (39-41) Coluna vertebral 40,2 (39-41) Movimentos fetais 45,6 (42-50) Fonte: NEVES et. al. 2008. 2.2.2 Descrição 2.2.2.1 Diagnóstico por Palpação Retal Foram acompanhados diagnósticos por palpação retal durante o período de estágio na “Cabaña Macedo e em atendimentos autônomos pelos médicos veterinários. Primeiramente realizava-se a adequada contenção da fêmea. Também eram feitos questionamentos ao responsável pelos animais para conferir com as anotações de lotes de inseminação previamente realizados e conferir com os números de identificação, o que possibilitava uma estimativa da idade mínima de gestação que poderia ser encontrada. Para realização do exame através da palpação retal, com a fêmea já contida, o manipulador, usando uma luva para palpação retal lubrificada com vaselina, introduzia a mão no reto do animal, esvaziando-se. Após o esvaziamento do reto, procurava-se localizar a cérvix, e a partir dela o útero. Encontrando o útero o mesmo era examinando como um todo, desde o corpo, até os cornos uterinos, direito e esquerdo. Em vaca que não apresentavam gestação, era possível sentir os cornos uterinos com tamanho e diâmetro aproximadamente iguais. Já em fêmeas gestantes, dependendo do período da gestação, era possível observar características como: assimetria considerável com cornos uterinos; presença de flutuação ao tocar na parede uterina; efeito de parede dupla; Útero caído na cavidade abdominal em direção ventral, com presença de placentônios; Presença do feto. Sempre antes de diagnosticar a fêmea como gestante ou não gestante, procurava-se examinar detalhadamente todo útero. Com base nas características observadas, mesmo após a realização do diagnóstico por ultrassonografia, era realizada a palpação retal para estimar o período gestacional em meses que o animal encontrava-se, o que possibilitava ao proprietário ou cuidador dos animais, uma programação do manejo a ser realizado com estas fêmeas. Todos os dados eram apontados nas fichas a serem preenchidas durante os diagnósticos conforme a Figura 13, onde o período de gestação foi descrito na coluna “TEMP, 1,2,3” onde “P” 34 remete a prenhez e o numero do mês de gestação em que o animal se encontra. Além das fichas físicas de controle de diagnóstico gestação todos os animais possuem chip de rastreamento obrigatório do país, portanto durante o diagnóstico era feita a leitura de chip com o bastão de leitura onde neste era possível demarcar os animais com prenhez positiva ou negativa, para ao final ser gerada uma tabela no Microsoft Excel a fim de ser comparada com os apontamentos. FIGURA 13- Fichas de Controle de diagnóstico de gestação realizadas na Cabaña Macedo. 2.2.2.2 Diagnóstico por Ultrassonografia Foram acompanhados diagnósticos de gestação através da ultrassonografia, como aparelho sonográfico modelo SonoScape A6v, com transdutor linear de 5MHz (Figura 14). Fonte: ROSADO, A. R (2019) 35 FIGURA 15 - Diagnóstico de gestação por ultrassonografia Com uma luva de palpação retal, introduzia-se a mão no reto do animal, levando junto o transdutor (Figura 15). Com este, era exercida uma pressão moderada, para assegurar um bom contato entre a mucosa retal e o mesmo. O transdutor era movido cuidadosamente e lentamente, observando no monitor as imagens formadas. As imagens observadas no monitor variam em uma escala de cores que iam desde o preto, (não ecogênicas), compatíveis com líquido, até vários tons de cinza, (ecogênica), compatíveis com tecidos e ossos (Figura 16). FIGURA 14 - Aparelho de Ultrassom SonoScape A6v Fonte: ROSADO, A. R (2019) Fonte: ROSADO, A. R (2019) Fonte: ROSADO, A. R (2019) 36 FIGURA 16 - Imagem do ultrassom durante diagnóstico de gestação apresentando presença de fluidos uterinos e feto. O útero era examinado iniciando-se pela cérvix e progredindo distalmente ao longo de cada um dos cornos uterinos. Em animais não gestantes era possível observar os cortes do útero e de cada um dos cornos uterinos sem a presença de conteúdo em seu interior. Em animais gestantes era possível observar, dependendo da fase gestacional, a presença de líquido no lúmen uterino (fluidos uterinos), do corpo lúteo, da vesícula embrionária, do embrião, dos batimentos cardíacos, e posteriormente o feto com suas partes já formadas (crânio, membros e coluna) conforme a Figura 16. Durante realização do exame de ultrassonografia em alguns animais também se realizava a análise de cada um dos ovários, onde era possível observar como demonstrado na Figura 17, à presença de um CL cavitário e de folículos. Fonte: ROSADO, A. R (2019) 37 2.2.3 Discussão Para realização do diagnóstico de gestação, o primeiro passo realizado sempre era a adequada contenção da fêmea, concordando com NEVES et al (2008) quando defende que, a adequada contenção da fêmea é um importante fator a ser considerado para que se faça o diagnóstico de prenhe com segurança. No diagnóstico de gestação por palpação retal, em vacas que não apresentavam gestação, era possível sentir os cornos uterinos com tamanho e diâmetro praticamente iguais, o que vai ao encontro com o descrito por BALL e PETERS (2006). Em fêmeas gestantes era possível observar características como: assimetria considerável dos cornos uterinos e presença de flutuação ao tocar na parede uterina, o que esta correto, segundo descrito por GRUNET (1993), que afirma que na fase de grande bolsa, que vai do 61º dia ao 90º dia, a fêmea apresenta assimetria gradativa dos cornos de acordo com a evolução da gestação. Também em fêmeas gestantes, era possível observar, dependendo do período da gestação, o útero em forma de balão ou útero caído na cavidade abdominal, com presença de placentônios, concordando com STAINK, (2006), quando descreve que, após a fase de grande bolsa inicia-se a fase de balão, e Fonte: ROSADO, A. R (2019) FIGURA 17 - Imagem do Ultrassom durante diagnóstico de gestação apresentando CL cavitário e Folículos 38 também com GRUNERT (1993), quando este autor cita que do quinto para o sexto mês começa a fase de descida, nesse estágio, o útero escorrega ventralmente para o abdômen. Nos diagnósticos de gestação por ultrassonografia, realizados com lubrificante para servir como meio de contato entre o transdutor e a mucosa retal, que esta correto segundo NEVES et al (2008), quando o autor explica que a utilização de gel entre o transdutor e essa proteção permitirá uma imagem de melhor qualidade. As imagens observadas no monitor variam em uma escala de cores que iam desde o preto até vários tons de cinza, concordando com HAFEZ (2004), quando defende que as imagens de tecidos observados na tela são pretas (não ecogênicas) ou em vários tons de cinza (ecogênicas). 2.3 MANEJO SANITÁRIO 2.3.1 Revisão de Literatura 2.3.1.1 Vacinas Reprodutivas Para que ocorra uma melhora na produção com a consequente rentabilidade, devem-se considerar os seguintes quesitos ligados a uma produção animal ideal: o melhoramento genético, os fatores ambientais, nutrição e manejo sanitário dos animais (vacinação, desvermifugação, combate a ectoparasitas e tratamento correto das afecções presentes nos animais) (VIEIRA & QUADROS, 2010). Diversas enfermidades estão disseminadas pelo ambiente dentre estas, enfermidades reprodutivas, portanto é fundamental que sejam realizados métodos preventivos destas enfermidades. Existem vacinas polivalentes, como as vacinas reprodutivas, vacinas para clostridioses entre outras. A combinação de antígenos presentes nestas vacinas e é decorrente da presença de vários antígenos no mesmo ambiente sendo assim o espectro de ação das vacinas é maior, combatendo de forma eficiente as doenças no rebanho (BEAGLEY, 2001). Utilizar vacinas reprodutivas em uma propriedade apresenta diversas vantagens auxiliando no controle de infecções; infestações; controle de zoonoses; diminui a resistência a antimicrobianos e parasiticidas; redução do uso de fármacos (INNES et al., 2011; ROTH, 2011). 2.3.1.2 Quimioprofilaxia á Tristeza Parasitária Bovina 39 O imidocarb é amplamente utilizado para o tratamento preventivo e terapêutico do complexo tristeza parasitária bovina (TPB). É recomendado a quimioprofilaxia, quando animais predispostos à infecção são inseridos em áreas de ocorrência de babesiose, porém não é recomendada quimioprofilaxia em animais gestantes (FARIAS, 2001; KESSLER,1998). O fármaco não é uma vacina, portanto, quando usada para a quimioprofilaxia, o estabelecimento da imunidade contra a babesiose e a anaplasmose dependerá da exposição dos animais aos agentes causais de ambas as doenças, tendo em vista que, se os animais não tiverem contato com a doença, não irão adquirir a imunidade ativa e quando mais velhos, poderão se infectar novamente e com sinais clínicos mais severos (KESSLER ,1998; RADOSTITS, 2014). 2.3.1.3 Sistema de Rastreabilidade O sistema de rastreabilidade do Uruguai, é um sistema de identificação individual por animal, composto pelo brinco que possui a identificação visual na orelha esquerda, e o chip de radiofrequência, que permite a leitura eletrônica do mesmo com os mesmos dados de identificação do brinco visual (Figura 17). Os dispositivos permitem uma identificação única e permanente durante toda a vida do animal, que não pode ser alterada ou reutilizada (SING, 2010). FIGURA 18 - Explicativo do brinco de sistema de rastreabilidade individual do Uruguai 2.3.2 Descrição Durante o estágio curricular supervisionado, foi realizado o acompanhamento da aplicação de vacinas reprodutivas nas fêmeas durante o diagnóstico de gestação, sendo utilizada a vacina Bioabortogen® com antígenos inativados de IBR (Rinotraqueíte Infecciosa Bovina) - BoHV – 1,BDV I e II (Diarreia Viral Bovina) Fonte: Adaptado do SING (2019) 40 Campilobacteriose(Campylobacter fetus fetus, Campylobacter fetus veneralis), leptospirose (Leptospira interrogans pomona pomona) e Histophilus somni. O controle de carrapato (Boophilus micropulus) era feito através da aplicação de fármacos como invermectina 1%, e aplicação de pour-on a base de Fluazuron (Fluatac® e Acatak®). Os manejos eram realizados associados aos manejos de protocolos reprodutivos ou ao diagnóstico de gestação. Devido aos casos de tristeza parasitária bovina, realizou-se a quimioprofilaxia das fêmeas, gestantes e não gestantes com a utilização de Imidocarb como preventivo das doenças do complexo TPB. Associado aos manejos de IATF e diagnóstico de gestação, realizava-se a leitura do chip de identificação individual de cada animal presente na propriedade com o bastão de leitura modelo XRZ Tru-Test® no qual era possível separar os animais em grupos, lotes ou “prenhes e vazias” Todos os dados armazenados no bastão eram transferidos para planilhas do Microsoft Excel. 2.3.3 Discussão A cabanha realiza o uso de vacinas reprodutivas como forma de prevenção de doenças reprodutivas que possam ocasionar aborto e perda de gestações, conforme descrito por Beagley, 2001. Porém a vacina de brucelose que também é uma enfermidade que ocasiona aborto não é obrigatória no pais, sendo realizada apenas a coleta de sangue e realização de exames para transporte e venda de animais, não sendo diagnosticados até o momento casos da enfermidade na propriedade. Casos de TPB podem ser controlados com a exposição contínua dos agentes, fazendo assim com que os bezerros se infectem nos primeiros dias de vida, quando ainda apresentam a imunidade passiva (RIET-CORREA et al., 2001). Casos de instabilidade enzoótica ou áreas epidêmicas, conforme Guedes Junior (2006) ocorre quando a exposição aos carrapatos infectados é baixa, fazendo assim com que um número variável de animais abaixo de nove meses desenvolvam imunidade. Já quando menos de 10% dos bezerros forem expostos aos patógenos, têm-se um rebanho suscetível e, segundo Riet-Corrêa et al. (2001). O Uruguai possui rígidos programas de controle ao carrapato, não permitindo a presença do mesmo, portanto diversas formas de controle são utilizadas durante o ano ocorrendo uma baixa ou 41 ausente exposição dos bezerros ao parasita e consequentemente aos patógenos, devido este fato casos de TPB ocorrem em diversas categorias de animais. Como descrito por Kessler, 1998 e Radostits, 2014, a utilização de imidocarb como fármaco preventivo de TPB, só é eficiente caso os animais já tenham sido expostos aos agentes causais de ambas as doenças do complexo. Na propriedade a exposição ao parasita transmissor da doença é muito baixa, portanto em muitos animais a aplicação de imidocarb pode não apresentar resultados. A propriedade segue as normas vigentes do “Sistema Nacional de Informacíon Ganadera (SING)” do Uruguai realizando o controle da rastreabilidade do rebanho fato este que permite um controle muito maior dos animais, permitindo a identificação de duas formas, pelo brinco e pelo chip. A barra de leitura de chip mostra-se como uma ferramenta extremamente útil e fácil para o controle do manejo de animais na mangueira, assim como para anotações rápidas de divisão de grupos, facilitando a digitação de dados, já que a mesma transmite os dados e as exporta em planilhas prontas. 42 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária proporcionou- me um grande aprendizado complementar para a formação acadêmica. O período de estágio na Cabaña Macedo e a busca sempre pelo diferencial me possibilitaram a obtenção de novos conhecimentos e aperfeiçoamentos frente aos avanços alcançados com o uso de biotécnicas reprodutivas. O avanço das técnicas de IATF, uma trouxe uma importante contribuição para o melhoramento genético, de forma rápida e eficiente, permitindo o acesso de produtores a sêmen de animais superiores, padronizados ao nascimento, melhoradores genéticos. Com a utilização da ultrassonografia, pode se obter o diagnóstico de gestação cada vez mais precoce, permitindo um melhor gerenciamento dos resultados, onde animais prenhes podem receber um tratamento diferenciado e não gestantes sincronizados novamente ou serem descartados. É de extrema importância que o medico veterinário esteja bem preparado para a realização do diagnóstico. O estágio final mostra-se de extrema importância pois possibilita colocar em prática a teoria vivenciada durante a vida acadêmica, estimulando o raciocínio lógico a frente de novos desafios. Com conhecimento acadêmico, concluo que a formação profissional é um momento único e que permite a aquisição de experiências e ligação com diversas pessoas, novos lugares e oportunidades. 43 REFÊRENCIAS AHUJA AQUIRRE. C. Tasa de Gestación en vacas Anéstricas Bos taurus/Bos indicus después de la inducción a la ovulación usando GnRH mas Prostaglandina F2α. Tesis para obtener maestría en Ciencias Pecuarias. Postgrado Interinstitucional en Ciencias Pecuarias. Universidad de Colima. P. 52-57. 2003. BALL, P. JH.; PETERS, A. A.R. Reprodução em Bovinos 3.Ed. Cap 10- 11. São Paulo: Roca,. p . 118 – 148, 2006. BARUSELLI, P.S. Controle farmacológico do ciclo estral em ruminantes. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de reprodução animal, Universidade de São Paulo, 2000 BARUSELLI, P. S.; MARQUES, M. O. Programas de sincronização da ovulação em gado de corte. In: I Simpósio de Reprodução Bovina – Sicronização de Estros em Bovinos, Porto Alegre – RS. Anais, p. 41-60, 2002. BARUSELLI, P.S. Inseminação artificial em tempo fixo em bovinos de corte. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, p.155- 165, 2004 a. BARUSELLI, P. S.; MADUREIRA, E.H.; MARQUES,M.O.; RODRIGUES, C.A.; NASSER, L.F.T.; SILVA, R.C.P.; REIS, E.L.; SÁ FILHO, M.F. Efeito do tratamento com eCG na taxa de concepção de vacas Nelore com diferentes escores de condição corporal inseminadas em tempo fixo (Análise retrospectiva). Acta Scientiae Veterinariae, v. 32. P 228. Trabalho apresentado a 18. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Transferência de Embriões, Barra Bonita, 2004 b. BARUSELLI, P. S. et al. Impacto da IATF na eficiência reprodutiva em bovinos de corte. IN: SIMPÓSIO DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA, Londrina. Anais Paraná, p. 113-131, 2006. BARUSELLI, P.S.; JACOIMNI, J. O .; SALES, J. N.S.; CREPALDI, G. A., Importância do emprego da eCG em protocolos de sincronização para IA, TE e SOV em tempo fixo. In: Simpósio Internacional Reprodução Animal Aplicada, 3, 2008, Londrina, PR. Anais... Londrina: SIRAA. p 146-167. 2008 BARUSELLI, P. S.; SALES, J. N. S.; SÁ FILHO, M. F. Atualização dos protocolos de IATF e TETF. In: 4º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO 44 ANIMAL APLICADA, v. 4, 2010, Londrina. Anais. Londrina: SIRAA, , p. 166-185, 2010. BARUSELLI P.S., SALES J. N., CREPALDI G. A., MARQUES M, FERREIRA R, SÁ FILHO M, VIEIRA L. Uso de eCG asociada al control de la dinámica folicular: IATF, TETF y SPO. Rev. Taurus 62: Pág. 32-42, 2014. BARUSELLI PS, VIEIRA LM, SÁ FILHO MF, MARQUES MO. Resynchronization programs in beef and dairy cattle. In: Caccia M, Bó GA, editors. Proceedings of the XI Symposium on Animal Reproduction, Institute of Animal Reproduction Cordoba (IRAC), Córdoba, Argentina; p. 235-256, 2015. BASTOS GM, BRENNER RH, WILLKE FW, NEVES JP, OLIVEIRA JFC, BRAGANÇA JFM, MACHADO SA, PORCIÚNCULA PM, Gonçalves PBD. Hormonal induction of ovulation and artificial insemination in suckled beef cows under nutritional stress. Theriogenology, v.62, p.847-853, 2004. BENITES, N. R.; BARUSELLI, P. S. Medicamentos Empregados para sincronização do crescimento folicular e da ovulação para transferência de embriões. In: SPINOSA, H. de S.; GÓRNIAK, S. L.; BERNARDI, M. M. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária. 5. Ed. 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