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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE

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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
AMANDA DA ROSA ROSADO 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM 
REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALEGRETE 
2019
AMANDA DA ROSA ROSADO 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM 
REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório de Estágio Curricular Supervisionado em 
Reprodução de Bovinos de Corte, apresentado ao 
Curso de Medicina Veterinária, do Centro 
Universitário da Região da Campanha Campus 
Universitário de Alegrete, como requisito para 
obtenção do Título de Bacharel em Medicina 
Veterinária. 
 
 
 
 
Orientador: Professor M. V. D.r Sergio Farias Vargas Junior 
Supervisor: M.V Rodolfo Braseiro e M.V João Luís Mosselin 
 
 
ALEGRETE 
2019
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AGRADECIMENTOS 
Aos meus pais: Luiz Mareo e Clara Rosado, por terem me dado à dádiva da 
vida, pela educação que jamais me foi negada, por todos os ensinamentos que me 
fizeram ser a pessoa que sou hoje, por me mostrar o caminho e incentivar a 
conquistar o que almejo, por abrir mão dos seus sonhos para que eu pudesse 
realizar os meus, e não medindo esforços para que eu realizasse essa conquista. 
Serei eternamente grata pelo carinho e amor dedicados. Amo muito vocês. 
A toda minha família principalmente meus irmãos, por me incentivarem a 
seguir sempre em frente e alcançar meus sonhos, vocês são a minha essência. 
Aos meus verdadeiros amigos que estiveram presente em todos os 
momentos, me motivando em todas as dificuldades que a vida me propôs e 
compartilharam junto comigo todas as minhas alegrias e dificuldades. 
Aos colegas e grandes amigos que adquiri durante minha graduação, levarei 
vocês para toda a vida, foi uma dádiva ter conhecido vocês. 
Ao GEEPRU, a minha imensa gratidão por todos os momentos em que 
batalhamos para que o grupo chegasse aonde chegou, a todas as tempestades e 
conquistas, as quais não foram poucas, hoje posso dizer que tenho a honra e o 
orgulho de dizer que eu sou e sempre serei GEEPRU sigam sempre em frente. 
 A todos os professores do Curso de Medicina Veterinária da URCAMP, por 
todo o ensinamento e sabedoria que me foi transferido, pela formação profissional, 
por toda confiança que me foi depositada, por todas as oportunidades que me foram 
oferecidas, não tenho palavras pra agradecer a cada um de vocês, obrigada por 
cada incentivo e cada puxão de orelha de que recebi, sem vocês o caminho não 
teria sido o mesmo! 
 
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 Ao meu orientador, Sergio Vargas por toda paciência e disponibilidade para 
me auxiliar durante o estágio e a realização deste relatório. 
A Cabaña Macedo que me proporcionou a oportunidade de realização de 
estágio com toda atenção e confiança na qual sempre fui tratada. 
Aos meus Supervisores de estágio Rodolfo Braseiro e João Luis Mosselin, 
pela confiança, paciência e dedicação que me foi depositada, o meu muito obrigada! 
A Deus, por ter me permitido chegar até aqui com saúde e com muita vontade 
de viver e realizar este sonho, que esta apenas começando. 
A todos que de alguma forma fizeram parte desta conquista, e que 
continuarão presentes durante a a minha história. A todos vocês, Muito Obrigada!
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LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
Figura 1- A. Departamento de Artigas – Uruguai. B. Localização da “Cabaña 
Macedo”. ..................................................................................................................... 10 
Figura 2-Cabaña Macedo-Localizada na Ruta 30km 162 -Departamento de Artigas 
Ururguai..........................................................................................................................11 
Figura 3 - Animais da Cabaña Macedo ....................................................................... 12 
Figura 4 - Animais Brangus da Cabaña Macedo ......................................................... 12 
Figura 5 - Dispositivo Intravaginal de Progesterona 0,6g, monouso Dispocel® .......... 22 
Figura 6- Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, realizado durante o 
Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro 
a 01 de maio de 2019. ................................................................................................. 23 
Figura 7 - Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Estágio Curricular 
Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 
2019. ........................................................................................................................... 23 
Figura 8 - Protocolo J-Synch de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Estágio 
Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de 
maio de 2019. .............................................................................................................. 24 
Figura 9 - A. Adesivo Boviflag® para detecção de cio aplicado em D6. B. Adesivo 
Boviflag® apresentando mudança de cor em D9 ........................................................ 24 
Figura 10 - Porcentagem de Animais que demonstraram ou não cio durante o 
protocolo J-Synch realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em 
Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. .................. ..25 
Figura 11 – Gráfico comparativo dos Protocolos de Inseminação Artificial realizados 
durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 
de janeiro a 01 de maio de 2019. ................................................................................ 26 
3 
 
 
 
Figura 12 - Descongelador de Sêmen Bovino LICHT-BIOTEC® modelo WP-100 .. ....26 
Figura 13 - Fichas de Controle de diagnóstico de gestação realizados na Cabaña 
Macedo. ...................................................................................................................... 34 
Figura 14 - Aparelho de Ultrassom SonoScape A6v ................................................... 35 
Figura 15 - Diagnóstico de gestação por ultrassonografia .......................................... 35 
Figura 16 - Imagem do ultrassom durante diagnóstico de gestação apresentando 
presença de fluidos uterinos e feto. ............................................................................. 36 
Figura 17 - Imagem do Ultrassom durante diagnóstico de gestação apresentando CL 
cavitário e Folículos......................................................................................................36 
Figura 18 - Explicativo do brinco de sistema de rastreabilidade individual do Uruguai 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TABELAS 
 LISTA DE TABELAS 
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SLISTA DE TABELAS 
 
 
 
TABELA 1 – Descrição das atividades relacionadas durante o estágio Curricular 
Supervisionado realizado na “Cabaña Macedo” o período de 7 de janeiro a 01 de 
maio de 2019. ............................................................................................................ 13 
TABELA 2- Atividades de Manejo Sanitário realizadas durante o estágio Curricular 
Supervisionado realizado na “Cabaña Macedo” o período de 7 de janeiro a 01 de 
maio de 2019 ............................................................................................................. 13 
TABELA 3- Resumo dos diagnósticos de gestações realizados durante o estágio 
Curricular Supervisionado realizado na “Cabaña Macedo” o período de 7 de janeiro a 
01 de maio de 2019 ................................................................................................... 13 
TABELA 5 - Principais características que servem de suporte para o diagnóstico de 
prenhes e a estimativa de seu perfil em bovinos. ...................................................... 29 
TABELA 6 - Características físico-morfológicas, em bovinos, eu servem de 
parâmetro
para diagnóstico nas fases iniciais do período de prenhez por meio da 
ultra-sonografia ......................................................................................................... 32 
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
µg – Microgramas 
CE- Ciprionato de Estradiol 
CL – Corpo Lúteo 
D0 – Dia zero 
D6 – Dia seis 
D8 – Dia oito 
D9- Dia nove 
D10 – Dia dez 
ECC – Escore de Condição Corporal 
eCG – Gonadotrofina Coriônica Equina 
GnRH – Hormônio de Liberação de Gonadotrofina 
Hrs – Horas 
IA – Inseminação Artificial 
IATF- Inseminação Artificial em Tempo Fixo 
Kg- Quilogramas 
LH- Hormônio Luteinizante 
PGF2α – Prostaglandina 
US – Ultrassom 
i.m- Intramuscular 
UI – Unidades Internacionais 
VE- Valerato de Estradiol 
DEPs - Diferenças Esperadas na Progênie 
ECP - Cipionato de Estradiol 
 
 
 
 
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LISTA DE SÍMBOLOS 
 
® - Marca Registrada 
α – Alfa 
Cº - Grau célsius 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9 
 
1. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO ................................................... 10 
 
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO ....................... 13 
2.1 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO ......................................... 14 
2.1.1 Revisão de Literatura ............................................................................... 14 
2.1.1.1 Gonadotrofina Corionica Equina (eCG) ...................................................... 15 
2.1.1.2 Progestágenos ........................................................................................... 16 
2.1.1.3 Estrógenos ................................................................................................. 17 
2.1.1.4 Prostaglandinas .......................................................................................... 18 
2.1.1.5 Hormônio liberador de Gonadotrofinas ....................................................... 19 
2.1.1.6 Protocolos a base de Progesterona (P4) .................................................... 20 
2.1.1.7 Protocolo J-Synch ...................................................................................... 21 
2.1.2 Descrição .................................................................................................... 22 
2.1.3 Discussão ................................................................................................... 26 
2.2 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO EM BOVINOS ......................................... 28 
2.2.1 Revisão de Literatura ................................................................................ 28 
2.2.1.1 Diagnóstico de Gestação por Palpação Retal ............................................. 29 
2.2.1.2 Diagnóstico de Gestação por Ultrassonografia ........................................... 31 
2.2.2 Descrição .................................................................................................... 33 
2.2.2.1 Diagnóstico por Palpação Retal .................................................................. 33 
2.2.2.2 Diagnóstico por Ultrassonografia ................................................................ 34 
2.2.3 Discussão ................................................................................................... 37 
2.3 MANEJO SANITÁRIO .................................................................................. 38 
2.3.1 Revisão de Literatura ................................................................................. 38 
2.3.1.1 Vacinas Reprodutivas .................................................................................. 38 
2.3.1.2 Quimioprofilaxia á Tristeza Parasitária Bovina ............................................. 38 
2.3.1.3 Sistema de Rastreabilidade .......................................................................... 39 
2.3.2 Descrição ..................................................................................................... 39 
2.3.3 Discussão .................................................................................................... 40 
 
CONSIDERAÇES FINAIS ......................................................................................... 42 
 
REFÊRENCIAS ......................................................................................................... 43 
 
 
9 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este relatório tem como finalidade descrever as atividades desenvolvidas 
durante o período de estágio, assim como exaltar o conhecimento adquirido junto a 
Cabaña Macedo e os médicos veterinários responsáveis. O estágio foi realizado na 
Cabaña Macedo e em atendimentos autônomos e junto aos médicos veterinários 
responsáveis pelo manejo reprodutivo da cabanha, no período de 7 janeiro de 2019 
a 1 de maio de 2019, totalizando 550 horas. 
O presente estágio curricular teve como principal objetivo colocar em prática 
todo o aprendizado adquirido nas diversas disciplinas estudadas durante a 
graduação em Medicina Veterinária, bem como ampliar o conhecimento relacionado 
à reprodução de bovinos de corte. A propriedade com a utilização da inseminação 
artificial, além da concentração dos nascimentos em épocas favoráveis e lotes de 
terneiros mais homogêneos. As atividades de exames reprodutivos eram realizadas 
através de palpação retal e ultrassonografia, para diagnósticos de gestação bem 
como para diagnóstico de problemas reprodutivos. 
O estágio tem importante papel junto à formação profissional e pessoal futura, 
pois possibilita a interação com as práticas realizadas bem como com a realidade 
vivida pelo profissional. Sendo de grande valia por apresentar desafios e 
questionamentos que instigam a pesquisa e contribuem para o amadurecimento de 
ideias, para manter um padrão de qualidade dos serviços, e sempre tendo em vista a 
responsabilidade, conduta ética e moral. 
 Com isso, o objetivo deste relatório foi descrever as principais atividades 
realizadas durante o período de estágio nas áreas de reprodução de bovinos de 
corte realizando o acompanhamento de protocolos de IATF e diagnóstico de 
gestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO 
 
A “Cabaña Macedo”, localizada ao norte do Uruguai, no departamento de 
Artigas (Figura 1), Ruta 30 km 162, Uruguay, entre os arroios Catalán e Sauce de 
Macedo. Apresenta solos de basalto superficial, boas aguadas e montes naturais. 
Data de inicio de 1939, trabalhando em ciclo completo de bovinos e ovinos. 
Posteriormente iniciaram-se empreendimentos de agricultura e mineração. Trata-se 
de uma empresa familiar, dedicada à produção de bovinos em condições pastoris. 
Localizada na Republica Oriental do Uruguai sendo este um país localizado na parte 
Centro-Sul limitado ao Norte pela Republica Federativa do Brasil, a leste pelo 
Oceano Atlântico, a Sul pelo Rio da Prata e a Oeste pela Argentina. Com extensão 
de 170.417 Km², de clima temperado, relativamente quente. A vegetação do Uruguai 
tem como paisagem natural as pradeiras, ricas em gramíneas, enquanto as 
florestas, na forma de matas ciliares, cobrem uma parte muito pequena da área total. 
O principal componente da economia do Uruguai é a criação de bovinos e 
ovinos e a exportação de seus subprodutos. As principais raças criadas são 
Hereford e Aberdeen Angus. 
Figura 01– A. Departamento de Artigas – Uruguai. B. Localização da “Cabaña Macedo”. 
Fonte: Google Maps (2019). 
A “Cabaña” (Figura 2) trabalha para o desenvolvimento de animais superiores 
com base nos padrões de morfologia das raças Angus e Brangus que se adaptem 
as condições do norte do Uruguai ao clima e a forragem presentes na região. 
Priorizando a estreita seleção de matrizes que sejam eficientes em condições 
pastoris que desmamem terneiros sadios
e pesados corretos em sua conformação. 
Apenas depois de ter desenvolvido essa clara dinâmica dentro do setor de 
cria, a empresa empreendeu para o programa de transferência de embriões com o 
11 
 
 
 
objetivo de maximizar a genética das femêas e poder oferecer aos clientes 
reprodutores superiores e melhoradores em qualquer propriedade. 
FIGURA 2 - Cabaña Macedo –Localizada na Ruta 30km 162 - Departamento de Artigas / Ururguai 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A empresa decidiu incorporar a genética angus Argentina e Brasileira quando 
visualizou matrizes com excelentes desempenhos em condições ambientais muito 
semelhantes a da região em que a propriedade se localiza. No ano de 2012 iniciou-
se um intercambio genético com a Cabanha Corticeira localizada em Itaqui/RS. 
Encontrou-se em suas doadoras um equilíbrio muito delicado na capacidade de 
produzir tanto animais de elite para exposições como para reprodutores muito 
corretos para trabalhar a campo. 
Quando iniciou-se o projeto Brangus a empresa buscou inserir na região a 
adaptação, as excelentes características maternas e resistência da raça. O Brangus 
possui uma alta taxa de desenvolvimento pós desmama e respondem com maior 
ganho de peso em pastagens melhoradas ou confinamento. A raça combina uma 
habilidade superior em marmoreio proveniente do Angus e herdou do Brahman, 
devido a uma rigorosa seleção natural, desenvolveu resistência a enfermidades e 
sobretudo rusticidade. O desempenho dos animais desta raça é sobressaliente 
O plantel de Brangus da Cabaña Macedo se iniciou com a importação de 
embriões da Argentina da “Cabaña La Sultana”. O programa genético é dirigido com 
auxilio do Eng. Mauricio Groppo. 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
12 
 
 
 
FIGURA 3 - Animais Angus da Cabaña Macedo 
No ano de 1996 se iniciou o plantel da raça Angus(Figura 3), que hoje 
compreende a maior parte do rodeio comercial do estabelecimento, graças a um 
rígido trabalho de seleção nos planteis e gado geral. Selecionando animais por 
fertilidade DEPs e fenótipo dos animais. 
 
A cabanha trabalha para oferecer aos clientes, reprodutores férteis, sadios 
com genética consistente. Selecionando animais com DEPs balanceadas e boas 
características físicas que permitem ter um melhor desempenho produtivo frente às 
diversidades que oferece o ambiente realizando remates anuais na pista de remates 
localizada dentro da própria propriedade. 
FIGURA 4 - Animais Brangus da Cabaña Macedo 
 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
13 
 
 
 
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO 
 As principais atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular 
Supervisionado em Medicina Veterinária, na “Cabaña Macedo”, no período de 7 de 
Janeiro de 2019 a 01 de maio de 2019 estão descritas nas Tabelas 1. 
TABELA 1 – Descrição das atividades relacionadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em 
Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. 
Atividades Acompanhadas Total de animais Percentual (%) 
Auxilio ao parto 1 0,01% 
Inseminação Artificial em Tempo Fixo 1.323 16,83% 
Protocolos de Inseminação Artificial em Tempo Fixo 1.571 19,98% 
Diagnóstico de Gestação 1.653 21,03% 
Manejo Sanitário 3.312 42,13% 
TOTAL 7.860 100% 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
TABELA 2- Atividades de Manejo Sanitário realizadas durante o Estágio Curricular Supervisionado 
em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. 
Atividades de Manejo Sanitário Total de animais Percentual (%) 
Banhos de Imersão em Bovinos 156 4,71% 
Aplicação de Vacina Reprodutiva 625 18,87% 
Leitura de Chip 725 21,89% 
Aplicação de Imidocarb 725 21,89% 
Aplicação Pour-on em Bovinos 1.081 32,63% 
TOTAL 3,312 100% 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
TABELA 3- Resumo dos diagnósticos de gestações realizados durante o Estágio Curricular 
Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. 
Diagnósticos de gestação 
 
Total de animais Percentual (%) 
Prenhez positiva (+) 1436 80,82% 
Prenhez negativa (-) 217 17,18 
TOTAL 1.653 100% 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
 
 
 
 
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2.1 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO 
2.1.1 Revisão de Literatura 
A Inseminação Artificial (IA) é uma das principais técnicas utilizadas 
mundialmente para disseminar genéticas de animais superiores entre rebanhos 
bovinos. Uma das alternativas mais utilizadas em bovinos de corte é a inseminação 
artificial em tempo fixo (IATF) (BÓ et al., 2001). A possibilidade de emprenhar 
muitos animais em um mesmo dia, incorporar alta qualidade genética vem 
desencadeando o desenvolvimento constante de vários protocolos para 
sincronização de cio e a ovulação (BÓ et al., 2007, BARUSELLI et al., 2006). 
A IATF baseia-se, na aplicação de hormônios exógenos para induzir a 
sincronização do estro e a ovulação de vários animais do rebanho em um período 
pré-determinado (FERNANDES, 2010). Esta técnica ainda possui como vantagem, a 
economia com gastos referentes á compra de touros (CREMA et al., 2012). 
Os principais hormônios utilizados nos protocolos de sincronização em 
femêas bovinas são os progestágenos, estrógenos, assim como a prostaglandina e 
a gonadotrofina coriônica equina. Inúmeras associações feitas com estes hormônios 
possuem como objetivo aumentar a fertilidade do estro induzindo o exato do 
momento da ovulação, permitindo a realização da IATF (BARUSELLI, 2004a; BÓ et 
al., 2003). 
Os protocolos em sua maioria se dividem entre os que utilizam combinações 
do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) e prostaglandina F2α (PGF2α), e 
os que utilizam dispositivos de progesterona (P4) e estradiol (E2) (BARUSELLI; 
MARQUES, 2002). A preferência por um desses protocolos pelos profissionais está 
relacionada à disponibilidade de hormônios em um determinado país tendo em vista 
que, protocolos baseados em estradiol são usados na América do Sul e em 
rebanhos bovinos na Austrália, enquanto protocolos baseados em GnRH tendem a 
ser mais usados na América do Norte, Europa e Nova Zelândia, onde o uso de 
estradiol é proibido. Na América do Sul, o número de bovinos envolvidos em 
programas da IATF aumentou consideravelmente nos últimos 15 anos, de menos de 
100.000 no início dos anos 2000 para cerca de 3.000.000 na Argentina e cerca de 
10.000.000 no Brasil na última estação reprodutiva (BARUSELLI et al. 2015; BÓ GA 
et al. 2015). Embora os resultados sejam agora mais consistentes do que há 15 
anos, a prenhez média por IA permaneceu em torno de 50% (BÓ GA et al. 2015). 
15 
 
 
 
Porém, protocolos recentemente desenvolvidos reduzem a duração da 
inserção do dispositivo liberador de P4 e prolongam o período de proestro (definido 
como o período entre a remoção do dispositivo e a IATF) resultaram em melhoras na 
prenhez por IATF, abrindo novas oportunidades para aumentar as taxas de prenhez. 
Se a IATF for realizada de maneira correta, cerca de 50% dos animais 
sincronizados ficam prenhes com apenas uma inseminação realizada em até 60 dias 
pós-parto. Porém, índices satisfatórios de prenhes apenas são alcançados quando 
existe um rigoroso controle nas recomendações de dose e momento das aplicações, 
sempre levando em conta a qualidade dos produtos utilizados nos protocolos 
(PEREIRA et al., 2013). 
O resultado reprodutivo dos animais submetidos à inseminação artificial ou 
inseminação artificial em tempo fixo pode sofrer interferência dos resultados por 
diversos fatores, dentre estes se pode destacar a genética (CLARO JÚNIOR et al., 
2010), o estado nutricional (BASTOS et al., 2004), o inseminador e o sêmen utilizado 
(DALTON J.C et al., 2013), os hormônios utilizados e a sanidade das fêmeas 
(MENEGHETTI et al., 2009). 
O controle farmacológico do ciclo estral tem por objetivo induzir o 
desenvolvimento folicular, por meio de aplicações estratégicas de fármacos 
análogos aos
hormônios naturais. Neste contexto, o uso de substâncias como a 
gonadotrofina coriônica equina (eCG), os ésteres de estradiol, os progestágenos, os 
agentes luteolíticos e os análogos de GnRH têm se mostrado eficientes para 
sincronização de estros dos animais (MORETTI et al., 2013). 
2.1.1.1 Gonadotrofina Coriônica Equina (eCG) 
A gonadotrofina coriônica equina (eCG) é um hormônio produzido pelos 
cálices endometriais de éguas no terço inicial de gestação. A principal função 
fisiológica nesta espécie é estimular a formação de corpos lúteos suplementares 
mediante o desenvolvimento de corpos lúteos acessórios através da luteinização 
dos folículos anovulatórios e corpos lúteos secundários através da ovulação de 
outros folículos (MURPHY, 1991; BRINSKO et al. 2011). 
A eCG é um hormônio que possui atividade em FSH/LH (CALLEJAS, 2005). 
Apresenta-se como um fármaco de vida média longa (até três dias), que se une aos 
receptores de FSH e LH dos folículos e aos receptores de LH do corpo lúteo 
(BARUSELLI et al., 2014). 
16 
 
 
 
O uso de eCG em protocolos de IATF que utilizam dispositivos intravaginais 
(DIV) com P4 e BE permitem a inseminação de vacas com cria ao pé com condições 
corporais baixas e com taxas de prenhez de 40% a 50%. (BÓ y CUTAIA, 2010). 
Quando é administrado eCG em vacas em anestro, cria-se condições para 
estimular o crescimento folicular e a ovulação, mesmo em vacas que tenham 
comprometida a liberação de gonadotrofinas (BARUSELLI, 2014). Seu uso vem 
apresentando efeitos positivos em rebanhos com baixa taxa de ciclicidade (anestro), 
em animais recém-paridos e em animais com condição corporal (CC) comprometida. 
Assim Baruselli et al. (2014), aplicaram eCG em 215 vacas em anestro pós-parto (75 
± 19 dias), melhorando a porcentagem de prenhes (55,1%) em comparação ao 
grupo controle (38,9%). 
O uso de eCG em animais com baixo escore corporal no período pós-parto, 
no momento da retirada do DIV de P4, promove o aumento da taxa de ovulação e do 
desenvolvimento do folículo ovulatório. Devido a isso, após a ovulação é formado um 
corpo lúteo mais funcional, proporcionando assim uma maior capacidade de 
produção de P4 (NÚÑEZ-OLIVEIRA et al., 2014). 
No entando, a eCG pode proporcionar um aumento na taxa de ovulações 
múltiplas, consequentemente aumentando a ocorrência de partos gemelares, 
consequência indesejável, pois a gemelaridade ocasiona uma maior probabilidade 
de partos distócicos, retenção de placenta, freemartinismo e até mesmo abortos 
(BARUSELLI et al., 2004b). 
2.1.1.2 Progestágenos 
Os progestágenos atuam simulando a presença de um corpo lúteo funcional, 
provocando a retroalimentação negativa sobre a secreção de GnRH, levando a 
apresentação de estro 5 a 6 dias depois de suspender sua administração, sendo 
seguidos por ciclos estrais normais. Os progestágenos sintéticos tem uma vida 
média maior que P4 natural (BARUSELLI; MARQUES, 2002). 
 A P4 é um hormônio esteroide que pode ser obtido por via natural ou 
sintética. Sua estrutura química característica permite a formulação de compostos 
capazes de serem administrados de forma injetada, adicionado a implantes de 
silicone, em esponjas de liberação vaginal ou por via oral (HAFEZ, 2004). Os 
métodos mais usuais de emprego da P4 em protocolos de IATF são: DIV de P4 e 
implantes auriculares de progestágenos. Estes produtos devem ser utilizados por um 
17 
 
 
 
período de sete a 12 dias, mediante as condições escolhidas para o protocolo. A 
liberação de P4 é realizada de forma lenta e constante. (BARUSELLI et al., 2006). 
No caso da P4 que é produzida pelo CL, se apresenta no sangue de forma 
livre e ligada a proteínas (WATSON et al., 1992). O uso de um dispositivo 
intravaginal com P4 imita a presença de um corpo lúteo ou de uma fase luteal de 
curta duração (7 – 8 dias), suprimindo a manifestação de cio. A combinação destes 
dispositivos com uma dose de BE ao inicio do tratamento, produz a regressão do 
folículo dominante e o inicio de uma nova onda de crescimento folicular ao redor do 
dia 4 após aplicada a dose de BE, gerando um folículo dominante jovem ao 
momento da retirada do dispositivo (CALLEJAS, 2005). 
Os DIV de P4 vem sendo utilizados e aprovados em diversos países como 
Canadá, para sincronizar o desenvolvimento folicular e a ovulação (MAPLETOFT et 
al, 2009). 
 Pode ser observada a manifestação comportamental do estro entre dois a 
três dias após a remoção da fonte de P4, sendo que as associações hormonais 
utilizadas têm por objetivo estimular a luteólise, sincronizar as ondas foliculares e na 
medida do possível propiciar um grau de sincronização das ovulações (ROCHE, 
1996). 
Realiza-se a sincronização com progestágenos baseado no principio de que 
os progestágenos exógenos podem manter uma concentração sanguínea baixa de 
P4 durante o período necessário para permitir a regressão do corpo lúteo. Em 
ausência do CL, a retirada da fonte de progestágenos resultará em um estro 
sincronizado (MACMILLIAN E PETERSON, 1993). 
Existem diferenças na fisiologia reprodutiva entre Bos taurus e Bos indicus, o 
que pode determinar melhor reposta à sincronização. Uma das diferenças marcantes 
está relacionada aos níveis de P4 durante o ciclo estral. Fêmeas Bos indicus 
apresentam níveis de P4 circulante inferiores as fêmeas Bos taurus (PATTERSON et 
al., 1990). 
2.1.1.3 Estrógenos 
Os estrógenos são hormônios indutores da ovulação. Existem atualmente no 
mercado diversas moléculas de estrógenos para utilização em protocolos de 
sincronização de cio dentre eles o benzoato de estradiol (BE), cipionato de estradiol 
18 
 
 
 
(ECP), 17β estradiol e o valerato de estradiol (VE). Cada farmaco possuí um 
metabolismo diferente, alterando sua meia vida (BINELLI, 2006). 
A PGF2α tem sido identificada como luteolítico natural em várias espécies 
de mamíferos (WAITE et al., 2005). Na femêa bovina os principais estrógenos 
naturais são o estradiol e a estrona. São hormônios esteroidais que tem como fontes 
principais as células dos folículos maduros e da placenta em gestação avançada. No 
sangue se apresentam livres e ligados a proteínas e sua vida média é curta (< 5 
minutos) (DIELEMAN e BEVERS, 1987). Os estrogênios são luteolíticos e se 
aplicam ao inicio do tratamento com progestágenos para induzir ou sincronizar o cio 
ocorrendo luteólise geralmente 5 a 7 dias depois de sua administração 
(MCCRACKEN et al., 1999). 
Nos protocolos de sincronização de cio, geralmente administra-se uma dose 
estradiol 24 horas depois da remoção de um progestágenos, isto sincroniza um pico 
de LH aproximadamente 16 a 18 horas depois do tratamento e a ovulação 24- 32 
horas depois do pico de LH (MARTÍNEZ et al., 2002). 
O mecanismo de ação é inicialmente propiciar uma supressão na secreção 
das gonadotrofinas hipofisárias (FSH e LH), levando a atresia dos folículos ovarianos 
existentes. Após a atresia dos folículos, segue um pico de FSH que estimulará o 
recrutamento de uma nova onda folicular, ocorrendo independentemente do estágio 
do ciclo estral ou da onda de desenvolvimento folicular (BINELLI; IBIAPINA; 
BISINOTTO, 2006). 
A utilização conjunta de estrógenos com progestágenos nos programas de 
IATF têm por objetivo desencadear atresia do folículo dominante e induzir o 
recrutamento de uma nova onda de desenvolvimento folicular, impedindo também a 
manutenção de folículos persistentes. Nesta perspectiva, é feita duas doses de 
aplicação de estrógenos durante um protocolo de IATF, sendo a primeira juntamente 
com a colocação do dispositivo intravaginal de P4 e a outra, quando é feita a retirada 
da fonte de P4 (MAPLETOFT; BÓ; BARUSELLI, 2009; BÓ et al., 2005). 
Apesar do Cipionato de estradiol(CE) não ser tão efetivo quanto o BE para 
sincronizar a emergência de uma nova onda de crescimento folicular, pode ser 
utilizado para reduzir o número de manejos a serem realizados com os animais 
numa sincronização
de estro para IATF (COLAZO et al., 2003). 
2.1.1.4 Prostaglandinas 
19 
 
 
 
As prostaglandinas são ácidos graxos saturados de 20 carbonos derivados 
de reservas de ácido araquidônico contido nos fosfolipídios das membranas 
celulares, originadas em muitos tecidos e com diversas funções. Nos bovinos a 
PGF2α uterina é luteolítica, reduzindo os níveis sanguíneos de E2 e de LH que são 
seguidos pelo cio e a ovulação (AHUJA, 2003). 
 A administração de PGF2α ou seus análogos durante a fase luteal do ciclo 
estral propicia a luteólise precoce e desencadeia queda nas concentrações de P4. 
Este evento culmina no aumento da secreção de gonadotrofinas e em uma eventual 
ovulação. Todavia, o sucesso da luteólise é dependente da formação de receptores 
de PGF2α no corpo lúteo, o que acontece nos bovinos entre o 5º e o 7º dia após o 
estro (BENITES; BARUSELLI, 2011). 
Os principais agentes luteolíticos usados em programas de sincronização de 
estros são os análogos sintéticos da PGF2α, como o cloprostenol e o dinoprost,. 
Após a aplicação destes compostos o corpo lúteo regride em torno de 24 a 72 horas, 
e o estro é manifestado dentro de dois a três dias (MOROTTI, 2013). 
O uso da PGF2α nos protocolos de IATF, no momento da remoção dos 
dispositivos intravaginais de P4, tem por objetivo induzir a luteólise, proporcionando 
uma queda abrupta na concentração sérica de P4. Este fato mimetiza a condição 
fisiológica presente no final do diestro (BARUSELLI; SALES; SÁ FILHO, 2010). 
2.1.1.5 Hormônio liberador de Gonadotrofinas 
O GnRH é um decapeptídeo produzido pelos neurônios do hipotálamo e 
secretada aos capilares do sistema porta-hipofisiário e desaparece rapidamente da 
circulação (BOSU, 1982). Na pituitária o GnRH se une a receptores específicos e 
mediante a reações em cascata estimulada pelo FSH e LH provocando a ovulação 
do folículo dominante e a formação de um CL (THATCHER et al., 1989). 
A administração de GnRH produz um pico de liberação de LH 
aproximadamente 2h depois de sua administração i.m, em uma magnitude que 
depende dos níveis de P4 no momento da aplicação (KASTELIC e MAPLETOFT, 
1998). 
O GnRH quando aplicado de forma exógena, estimula a liberação de 
gonadotrofinas (FSH e LH), que alcançam seus níveis máximos entre uma a duas 
horas. Após o período médio de cinco horas os níveis séricos de gonadotrofinas 
declinam. Deve-se ressaltar que os níveis de liberação de FSH e LH são 
20 
 
 
 
dependentes de certos fatores, como por exemplo: a dose administrada, a via de 
aplicação, a fase do ciclo estral em que a fêmea se encontra e a frequência de 
aplicações (BENITES; BARUSELLI, 2011). 
A administração de GnRH próximo ao momento do desencadear do estro 
proporciona o aumento na taxa de concepção na primeira inseminação pós-parto em 
fêmeas que apresentam histórico de baixa taxa de fertilidade. (NOGUEIRA, 2011) 
Em alguns trabalhos O GnRH vem sendo utilizado no momento da 
inseminação como indutor de ovulação, com resultados similares ao tratamento 
tradicional em bovinos de corte (BÓ et al., 2000). 
A ovulação de um folículo dominante depois da administração de GnRH ao 
final de um protocolo de IATF está relacionada com a diminuição da concentração 
plasmática de E2 e, por tanto, é observado uma menor expressão de cio em 
tratamentos que utilizam GnRH no lugar de estradiol como indutor de ovulação 
(MARTÍNEZ et al., 2002). 
A utilização de GnRH ao momento da IATF foi relatada por López del Cerro 
et al. (2011) em vacas Braford tratadas com um protocolo com BE e dispositivos de 
P4 e ECP como indutor de ovulação, utilizando o hormônio nas femêas que não 
apresentaram cio até as 48 de retirados os dispositivos, e melhoraram a taxa de 
prenhes. 
2.1.1.6 Protocolos a base de Progesterona (P4) 
O protocolo de IATF mais difundido atualmente na América do Sul consiste 
na associação de uma fonte de P4 exógena, estrógeno e PGF2α, podendo ainda 
conter eCG e GnRH. O tratamento hormonal é realizado durante o período de 10 a 
11 dias, com inseminação artificial programada de todos os animais sincronizados 
(MOROTTI, 2013). 
Bó et al. (2003) sugerem o seguinte tratamento hormonal: inserção do 
dispositivo de P4 intravaginal associado a uma dose de 2 mg de BE via 
intramuscular (IM) no primeiro dia (D0), remoção do dispositivo e administração de 
uma dose de PGF2α por via IM, após sete ou oito (D7 ou D8) e 24 horas depois (D8 
ou D9), administra-se uma dose de 1 mg de BE por via IM. A realização da IA deve 
ser efetuada após 52 a 54 horas da retirada da fonte de P4. 
Outro protocolo de IATF bastante executado é realizado com o uso do 
dispositivo intravaginal de P4 com a aplicação de 2 mg de BE por via i.m no D0. Ao 
21 
 
 
 
chegar no D8, retira-se o dispositivo e realiza a administração de uma dose de 
PGF2α, 1 mg de CE, além de 300 a 400 UI de eCG, ambos por via i.m. Neste 
protocolo, sugere-se a execução da IA 48 a 60 horas após a remoção do dispositivo 
(SALES et al., 2011). 
Alguns autores descrevem que a diminuição do tempo de exposição á P4 
aumenta a taxa de concepção, pelo aumento em potencial na produção de E2 pelo 
folículo ovulatório (VALDEZ et al., 2005; BRIDGES et al., 2008). 
2.1.1.7 Protocolo J-Synch 
O protocolo J-Synch desenvolvido na Argentina, foi o que pela primeira vez 
adotou a ideia de gerar um proestro prolongado similar ao protocolo Co-Synch, 
porém respeitando o uso de progestágenos e estradiol para sincronizar a onda 
folicular como nos tratamentos convencionais. (de la MATA y BÓ, 2012; GONZALO, 
2018). 
O uso de progestágenos associados a estradiol resulta em uma favorável 
combinação hormonal para sincronizar a onda de crescimento folicular ao inicio de 
um tratamento, obtendo mais de 90% de animais que respondem ao protocolo, 
gerando uma regressão folicular sem ovulações e a emergência de uma nova onda 
após 3 a 5 dias de administração (de La MATA et al., 2015). 
Este protocolo consiste na inserção de um dispositivo de progesterona por 
um período de 6 dias junto à aplicação de uma dose de Benzoato de Estradiol (BE) 
ao inicio do tratamento para sincronizar o inicio de uma nova onda folicular. No 
momento da retirada deste dispositivo se aplica um agente luteolítico e 72 horas 
depois se realiza a IATF junto à aplicação de um análogo de GnRH (de La MATA et 
al., 2015). Este protocolo tem permitido obter resultados de prenhez que variam de 
53,7 a 64,6% (Revisado por BÓ et al., 2014). 
Ao analisar o diâmetro do folículo ovulatório no momento da inseminação 
artificial, em vacas nelores submetidas a um protocolo de IATF, Ribeiro Filho et al. 
(2013) constataram que quanto maior o folículo dominante, melhor é a taxa de 
concepção. Este fato ressalta a importância de se criar alternativas com o propósito 
de aumentar o diâmetro do folículo na ocasião da IA. 
No protocolo J-Synch, se utiliza precisamente GnRH administrada no 
mesmo momento em que se realiza a IATF com a finalidade de sincronizar as 
22 
 
 
 
ovulações (de la MATA, et al., 2015). A porcentagem de prenhez que se obtém a 
partir de protocolos J-Synch situam em 52,7% (CUTAIA e BÓ., 2005). 
2.1.2 Descrição 
Foram acompanhados protocolos de inseminação artificial em tempo fixo 
durante o período de estágio na “Cabaña Macedo”. Primeiramente era realizado pelo 
médico veterinário em conjunto ao proprietário a análise e a realização de um 
cronograma de lotes a serem realizados definindo qual protocolo direcionado a cada 
lote. 
Os protocolo mais utilizado foi o baseado na utilização de um dispositivo 
intravaginal Dispocel® (progesterona 0,6g) de uso único (Figura 5) associado à 
aplicação de 2ml de RIC-BE® (Benzoato de Estradiol 1mg/mL) em D0 e a retirada 
do mesmo em D8, no mesmo dia da retirada do dispositivo era realizada a aplicação 
de 2mL Dalmaprost® (D-Cloprostenol 0,075 mg/mL) ou 2 mL de Estron® 
(Cloprostenol 0,241 mg/ mL) também se realizava a aplicação de 2mL de
CRONI-
CIP® (Ciprionato de Estradiol 0,5 mg/mL) e 2,5ml de Gonaser® (Gonadotrofina 
Coriônica Equina 200 UI/mL), todos por via intramuscular. Transcorridas 56h da 
retirada do dispositivo era realizada a IATF em D10 conforme a Figura 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 5 - Dispositivo Intravaginal de Progesterona 0,6g, monouso Dispocel® 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
Fonte: O autor 
23 
 
 
 
FIGURA 6- Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, realizado durante o Estágio Curricular 
Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019
 
Em alguns lotes optou-se pela realização de outro protocolo esquematizado 
na Figura 7 também baseado na utilização de um dispositivo intravaginal de P4 de 
uso único associado à aplicação de 2mg de BE em D0, porém a retirada do mesmo 
ocorria em D7, diferindo-se do protocolo anterior, associado à aplicação de PGF2α 
(0,5mg), ECP (1 mg) e eCG (400UI), transcorridas 56h da retirada do dispositivo era 
realizada a IATF em D9. 
FIGURA 7 - Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Estágio Curricular Supervisionado 
em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. 
 
 O protocolo J-Synch (Figura 8), foi realizado em lotes menores de no máximo 
200 animais e baseava-se na utilização de um dispositivo intravaginal de P4 
(Dispocel® 0,6g) de uso único associado à aplicação de 2mg de BE (RIC-BE® 
1mg/mL) em D0 e a retirada do mesmo em D6, aumentando, portanto o período de 
proestro. Em D6 também se realizava a aplicação de PGF2α (Dalmaprost®, 0,0075 
mg/mL) e eCG 400UI (Gonaser® 200 UI/mL), também em D6 era realizada a 
aplicação do adesivo Boviflag® que era colado próximo à base da cauda da fêmea, 
quando a mesma apresentava o cio e fosse montada, o adesivo mudava de cor. No 
mercado são disponibilizadas quatro opções de cores, laranja, verde, azul e 
vermelho, durante o estágio apenas foi utilizada à cor laranja. Transcorridas 66h a 
24 
 
 
 
FIGURA 8 - A. Adesivo Boviflag® para detecção de cio aplicado em D6. B. Adesivo Boviflag® 
apresentando mudança de cor em D9 
partir de D6(retirada do disposivo) em D9 era realizada a primeira IATF pela manhã, 
identificando ao entrar no tronco de contenção as fêmeas demarcadas pelo adesivo 
que apresentavam a mudança de coloração de cinza para laranja (Figura 9). Caso a 
femêa não apresentasse mudança de coloração no adesivo, ela separada para ser 
realizada a sequencia do protocolo pela parte da tarde do mesmo dia. Transcorrida a 
primeira IATF, em sequencia pela tarde de D9, 72h pós-retirada do implante de 
progesterona realizava-se a aplicação de 10,5 µg de GnRH (Buserelina®) e IATF 
das fêmeas restantes. 
 
 
 
FIGURA 9 - Protocolo J-Synch de Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Estágio Curricular 
Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio de 2019. 
 
 
 
 
 Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
Fonte: Adaptado de (GONZALO, 2018) 
 
 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
25 
 
 
 
FIGURA 10 - Porcentagem de Animais que demonstraram ou não cio durante o protocolo J-Synch 
realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de 
janeiro a 01 de maio de 2019. 
 
 
 
Dentre os protocolos J-Synch realizados, 43,5% dos animais demonstraram cio 
pela parte da manhã ás 66h demonstrado na Figura 10. Alguns animais 
apresentavam cio tardiamente, sendo observado pela parte da tarde ás 72h onde 
uma média de 24% dos animais restantes apresentavam cio antes da aplicação da 
dose de GnRH porém as doses eram realizadas independentemente dos animais 
demonstrarem ou não cio às 72h. 
Os protocolos realizados em sua grande maioria foram baseados na utilização 
do dispositivo de progesterona durante 8 dias, sendo este representado por 48% dos 
protocolos realizados durante o período de estágio conforme a Figura 11 demonstra, 
seguidos de 28% do protocolo J-Synch e 24% do protocolo de 7 dias de 
permanência do dispositivo. 
Os protocolos realizados em sua grande maioria foram baseados na utilização 
do dispositivo de progesterona durante oito dias, sendo este representado por 48% 
dos protocolos realizados durante o período de estágio conforme a Figura 11 
demonstra seguida de 28% do protocolo J-Synch e 24% do protocolo de sete dias 
de permanência do dispositivo 
... Seguidos de 28% do protocolo J-Synch e 24% do protocolo de sete dias de 
permanência do dispositivo... Seguidos de 28% do protocolo J-Synch e 24% do 
protocolo de sete dias de permanência do dispositivo... 
Fonte: O autor 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
43,50% 
24% 
32,50% 
Demonstraram cio pela
manhã (66h)
Demonstraram cio pela
tarde (72h)
Não demonstraram cio
(72h)
Porcentagem de Animais que demonstraram 
ou não cio durante o protocolo J-Synch 
26 
 
 
 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
FIGURA 11 – Gráfico comparativo dos Protocolos de Inseminação Artificial realizados durante o 
Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no período de 7 de janeiro a 01 de maio 
de 2019. 
 
 
O sêmen era descongelado a temperatura entre 35 e 37° C por 20 segundos 
para a palheta fina e 30 segundos para a palheta média em um descongelador 
eletrônico LICHT-BIOTEC® modelo WP-100. O sêmen utilizado era oriundo de 
animais da própria Cabanha, sêmen no qual era congelado por empresas 
terceirizadas, as quais realizavam testes de motilidade, vigor, concentração, 
patologia espermática. Após o procedimento de descongelamento montava-se o 
sêmen no aplicador e inseminava-se os animais. 
FIGURA 12 - Descongelador de Sêmen Bovino LICHT-BIOTEC® modelo WP-100 
 
2.1.3 Discussão 
Segundo Baruselli (2004a), existem no mercado diversos protocolos de IATF, 
o que definirá o protocolo a ser escolhido são as características de cada lote. O que 
28% 
24% 
48% 
Protocolos de Inseminação Artificial 
J- Synch
Dispositivo 7 dias
Dispositovo 8 dias
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
27 
 
 
 
concorda com os supervisores que definiram o protocolo ideal para cada lote, 
dependendo se eram animais com cria ou solteiros. 
 Vacas submetidas a protocolos de IATF e demonstrarem cio, possuem uma 
maior probabilidade de se tornarem prenhes (SÁ FILHO et al., 2009). Da mesma 
forma, Perry et al. (2005), afirmou que vacas que demonstram estro têm maiores 
concentrações de estradiol durante o proestro, isso pode ser explicado pelo efeito 
positivo do estro sobre a concepção. 
A utilização de hormônios favorece a sincronização da ovulação, permitindo 
assim a utilização da IATF, descartando a necessidade de observar cio, facilitando o 
manejo, a mão de obra e principalmente concentrando os nascimentos dos terneiros 
tendo animais padronizados (BARUSELLI, et al.,2000), o que concorda com os 
métodos e protocolos de IATF utilizados pelo médico veterinário. 
Baruselli et al., (2004b) descreve que o o uso de ECG apresenta efeitos 
positivos em rebanhos com baixa taxa de ciclicidade (anestro), concordando com a 
propriedade que o uso do fármaco agrega resultados positivos ao seu rebanho. 
Sá Filho et al. (2011) e Zabala et al (2013) sugeriram modificação no 
momento da IATF para 56 horas da remoção do dispositivo em fêmeas que não 
apresentassem cio, indicando uma proporção de fêmeas que sofriam atraso na 
ovulação. 
No protocolo J-Synch, a maior parte dos animais demonstrou cio ás 66h. O 
mesmo foi observado por Cuervo, (2017). Outra observação feita pelo mesmo autor, 
demonstra a variação da expressão de cio relacionada ao horário da IATF, 
identificando que após as 66 horas de retirada do implante, a melhor hora para 
inseminar os animais que demonstravam cio tardiamente, seria às 72 horas. 
Concordando com o protocolo realizado na Cabaña Macedo. 
Na busca de maior eficiência na taxa de prenhez em programas de 
inseminação artificial em tempo fixo, vários protocolos foram desenvolvidos para 
sincronizar a
onda de crescimento folicular e a ovulação em bovinos de corte, 
(BARUSELLI et al. 2013); MADUREIRA et al, 2004) e leite (SARTORI et al.2006). A 
propriedade utiliza mais de um protocolo, utilizando inclusive protocolos 
recentemente estudados 
A eCG é um fármaco que possui meia-vida de aproximadamente 46 horas, 
sendo a única gonadotrofina capaz de ligar-se tanto aos receptores de FSH como 
aos de LH, isto é, possui atividade folículo estimulante e luteinizante (MURPHY e 
28 
 
 
 
MARTINUK, 1991). Portanto a eCG pode promover o crescimento, a maturação 
folicular e a ovulação (STEWART et al., 1981; BARUSELLI et al., 2008). A cabanha 
não abre mão da utilização da eCG em protocolos de IATF principalmente nas 
categorias de vacas paridas e novilhas, concordando com os autores descritos. 
Estudos conduzido por Crepaldi et al.(2008) e Peralta-Torres et al. (2010) 
revelaram que a administração de CE juntamente com a retirada do dispositivo de 
progesterona promoveu a ovulação de forma sincronizada, em cerca de 72 horas 
após seu uso. A partir dos conhecimentos farmacológicos do CE, o médico 
veterinário supervisor, fez a utilização do fármaco. Porém no protocolo J-Synch não 
se faz a utilização de CE como indutor de ovulação e sim GnRH. 
2.2 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO EM BOVINOS 
2.2.1 Revisão de Literatura 
Avaliar o estado gestacional ou a ausência do mesmo em um animal tem um 
considerável impacto econômico para o produtor, tendo em vista que o diagnóstico 
precoce da gestação possibilita identificar o mais cedo possível os animais não 
gestantes possibilitando uma tomada de providências para a redução do intervalo 
parto concepção, ou mesmo o descarte de animais, minimizando as perdas 
econômicas (HAFEZ, 2004 ; NEVES ET. AL., 2008). 
As modificações anatômicas e fisiológicas que ocorrem nas fêmeas gestantes 
servem de base para que se possibilite o diagnóstico de gestação. Estas 
modificações podem ser evidenciadas através de exames clínicos (MIES FILHO, 
1987). 
O diagnóstico de gestação é fundamentalmente, uma técnica que permite 
determinar sua existência e duração (NEVES et. al., 2008). Um diagnóstico preciso 
e precoce é de grande valor para o manejo reprodutivo em todos os tipos de 
exploração pecuária, principalmente na espécie bovina, onde a eficiência reprodutiva 
é um dos principais parâmetros para a viabilidade financeira da exploração 
(FERNANDES, 2006). 
De acordo com HAFEZ (2004), os métodos clínicos de diagnóstico de 
gestação dependem da detecção do concepto- feto, membranas e líquidos fetais. Os 
métodos incluem o exame retal e as técnicas ultrassônicas. 
29 
 
 
 
2.2.1.1 Diagnóstico de Gestação por Palpação Retal 
Em bovinos a técnica de palpação retal é utilizada desde o inicio do século XX 
e é uma prática segura, a partir dos 45 dias após a monta natural ou inseminação 
artificial (NEVES et, al 2008). 
Neste procedimento o útero é palpado diretamente através da parede retal 
para detectar o aumento uterino que ocorre durante a gestação, assim como o feto 
ou as membranas fetais. (HAFEZ, 2004). 
Esse método é considerado o mais prático e preciso para o diagnóstico de 
prenhes em fêmeas bovinas, desde que realizado a partir dos 45º dia pós-serviço. 
Uma vaca somente deverá ser considerada prenhe se pelo menos um dos sinais 
indicativos de prenhes for observado e reconhecido (NEVES et. al., 2008). 
A contenção correta do animal é um importante fator no diagnóstico de 
gestação, tanto para segurança da prenhes quanto para segurança do examinador. 
A fêmea deve ser contida em estação evitando movimentos bruscos ou quedas que 
venham a provocar lesões ou ferimentos (NEVES et al 2008). 
Na vaca não gestante e naquela com gestação inicial, os cornos uterinos 
podem ser sentidos em tamanho e diâmetro aproximadamente iguais. A partir do 40º 
dia de gestação em diante, é possível notar uma diferença no tamanho dos dois 
cornos, sendo fácil essa verificação em novilhas que em vacas multíparas. Outras 
características também são peculiares e exclusivas da gestação, sendo necessário 
constatar mais de uma para que se possa afirmar que o animal está prenhe. Entre 
essas, está à presença do feto. Nota-se que a detecção destes sinais irá depender 
do estágio gestacional, devendo salientar que nenhum animal deve ser constatado 
vazio, a não ser que seja realizada uma correta avaliação uterina e não constatado 
nenhum dos sinais acima descritos (BALL E PETERS, 2006). 
TABELA 4 - Principais características que servem de suporte para o diagnóstico de 
prenhes e a estimativa de seu perfil em bovinos. 
Fase 
Período 
(meses) 
Posição do 
Útero 
Tamanho do 
Feto (cm) 
Principais 
Características 
Sem sinais 
evidentes 
I Pélvica 1 
-Sem Sinais 
evidentes 
Pequena 
bolsa 
I –II Pélvica 3-9 
-Assimetria dos 
cornos uterinos 
-Vesícula 
amniótica: 
- Efeito de 
parede dupla; 
30 
 
 
 
-Flutuação; 
-Corpo Lúteo 
Grande bolsa 
I-III(61º ao 90º 
dias) 
Pélvica 
/Abdominal 
10-14 
-Assimetria 
pronunciada 
dos cornos; 
-Flutuação; 
-Efeito de 
parede dupla 
-Feto possível 
de ser palpado; 
 
Balão 
III – IV (91º a 
12º dias) 
Pélvica/ 
abdominal 
15 – 20 
- Grande balão 
- Flutuação 
-Placentônios 
-Feto; 
Descida 
IV – VI (121º 
ao 180º dia) 
Abdominal 
ventral 
- 
-Frêmito arterial 
-Cérvice 
distendida; 
-Placentônios; 
-Difícil palpação 
do feto; 
-Palpação do 
feto; 
-Placentônios; 
-Frêmito 
arterial. 
 
Fonte: NEVES et al. 2008. 
 
A primeira fase é caracterizada pela ausência de estros, esperando 21º dia 
após serviço, pela presença de corpo lúteo em um dos ovários, e pela tonicidade do 
útero, ainda sem contrações fortes, como no cio. Estes sinais ocorrem nos primeiros 
30 dias de prenhes (GRUNET, 1993). 
Em sequencia pode ser evidenciada a presença de vesícula amniótica, 
constituída pelo fluido e concepto. Esta estrutura pode ser palpada a partir dos 28 
dias de prenhez. Nesta fase é possível palpar uma forma esférica de 
aproximadamente 1 cm e consistência turgida. Outra característica importante para o 
diagnostico de gestação é o efeito de parede dupla, ou seja o deslizamento da 
parede uterina sobre a membrana alantoidiana podendo ser percebido a partir dos 
35 dias, se tornando evidente após os 40 dias de prenhez. Já a fase do efeito de 
flutuação pode ser observado a partir dos 45 dias (GRUNET, 1993). 
A próxima fase de grande bolsa vai do 61º dia ao 90º de gestação e continua 
não havendo presença de estro. Apresenta assimetria gradativa dos cornos de 
acordo com a evolução da gestação, presença de flutuação e de 500 a 1500 ml de 
31 
 
 
 
liquido intrauterino, havendo efeito de contra golpe (balotamento). Nessa etapa o 
embrião mede, em média, de 10 a 12 cm (GRUNET, 1993). 
Após a fase de grande bolsa inicia-se a fase de balão, que se dá entre 15 e 
20 semanas de gestação (quatro meses). O útero não é mais contornável pela mão, 
apresentando o tamanho de uma bola de basquete. Nesta fase, já é possível sentir o 
frêmito arterial, havendo a presença de 2 a 7 litros de líquido uterino (STAINK, 
2006). 
De acordo com GRUNERT, (1993), do quinto para o sexto mês começa a 
fase de descida (121º ao 180º dia). O útero possui, nesse estágio, de 5 a 8 litros, 
apresentando distenção da cérvix, pois o útero escorrega ventralmente para o 
abdômen, não sendo possível alcançar o feto. O frêmito arterial ainda pode ser 
sentido e é possível a palpação dos placentônios. 
A ultima etapa é denominada de fase final, que se dá do sétimo ao nono mês 
de gestação (181º ao 280º ou 285º dia). Nesta etapa é possível sentir os 
movimentos e as partes do corpo fetal. Os placentonios são grandes e o frêmito 
arterial de grande intensidade. Os ligamentos pélvicos relaxam, a vulva se edemacia 
e o úbere se desenvolve á medida que se aproxima o momento do parto (STAINK, 
2006). 
2.2.1.2 Diagnóstico de Gestação por Ultrassonografia 
A ultrassonografia ou
ecografia é um método de diagnóstico para exploração 
de estruturas, por meio da emissão de ultrassom e captação de ecos. Consiste em 
uma técnica complementar ao exame clínico e é utilizada para avaliação de tecidos 
moles de todas as espécies. É uma técnica não invasiva e não provoca modificações 
biológicas, tanto aos pacientes como ao operador (NEVES et al 2008). 
O diagnóstico por ultrassonografia na fêmea bovina proporciona ganho de 
tempo em relação à palpação retal. Além disso, permite que o desenvolvimento do 
feto seja acompanhado em diversos estágios de desenvolvimento (FISSORE et al., 
1986; KAHN 1990; TOTEY et al., 1991) 
Segundo Barros & Visntin (2001), esta técnica vem se destacando como um 
dos métodos mais esclarecedores e revolucionários para avaliar a dinâmica ovariana 
e realizar o diagnóstico precoce de gestação. Esta técnica ainda traz informações 
objetivas sobre as condições do complexo útero-embrião, as quais possibilitam o 
diagnóstico de perda gestacional, permitindo o tratamento do animal para 
32 
 
 
 
reestabelecer uma nova prenhez em tempo mais curto. O diagnóstico de prenhez na 
vaca por ultrassonografia pode propiciar o ganho de tempo correspondente ao de 
um ciclo estral em relação ao feito por palpação retal (NEVES et. al., 2008). 
De acordo com HAFEZ (2004), os componentes principais do aparelho de 
ultrassom são: 
a) Um gerador de pulsos elétricos 
b) Um transdutor; 
c) Um conversor 
d) Uma tela de vídeo; 
Para a realização do diagnóstico ecográfico de prenhez, a fêmea deve ficar 
contida de maneira oferecer segurança para o examinador e para o equipamento. 
Este deverá ficar posicionado em plano elevado permitindo fácil visualização da tela 
em ambiente de pouca luminosidade, protegido de chuva e poeira. Os transdutores, 
para uso retal, possuem geralmente uma frequência de 5 a 7,5 MHz e deverão ser 
recobertos com plástico descartável. A utilização de gel entre o transdutor e essa 
proteção permitirá uma imagem de melhor qualidade (NEVES et. al., 2008). 
As imagens de tecidos observados na tela são pretas (não ecogênicas) ou em 
vários tons de cinza (ecogênicas). A bexiga urinária, a vesícula embrionária e os 
fluídos fetais aparecem anecóicos (pretos); o esqueleto fetal, hiperecóico (branco); ; 
as membranas fetais e os tecidos maternos, em inúmeros tons de cinza (HAFEZ, 
2004). 
A observação da vesícula embrionária pode ser realizada entre 17º e 19º dia 
após a cópula ou inseminação artificial e define-se como uma área não ecogênica e 
esférica no lúmen uterino, próximo a junção útero-tubária. Já o embrião poderá ser 
observado a partir de dia 23º pós-serviço, caracterizando-se como uma estrutura de 
ecogênicidade média, no interior da vesícula embrionária, que é anecóica. O âmnio 
poderá ser visualizado do 25º ao 30º dia de prenhez. Os membros podem ser 
observados ao 32º dia; a coluna vertebral ao 40º dia e os movimentos fetais são 
percebidos ao 45º dia (NEVES et. al., 2008). 
TABELA 5 - Características físico-morfológicas, em bovinos, eu servem de parâmetro 
para diagnóstico nas fases iniciais do período de prenhez por meio da ultrassonografia 
Características Dias pós-serviço, em média (min-
máx.) 
Vesícula embrionária 18,0 (17-19) 
Embrião 24,1 (23–25) 
Batimentos cardíacos 26,2 (25-27) 
33 
 
 
 
Âmnio 30,7 (30-32) 
Membros 32,7 (39-41) 
Coluna vertebral 40,2 (39-41) 
Movimentos fetais 45,6 (42-50) 
Fonte: NEVES et. al. 2008. 
2.2.2 Descrição 
2.2.2.1 Diagnóstico por Palpação Retal 
Foram acompanhados diagnósticos por palpação retal durante o período de 
estágio na “Cabaña Macedo e em atendimentos autônomos pelos médicos 
veterinários. 
Primeiramente realizava-se a adequada contenção da fêmea. Também eram 
feitos questionamentos ao responsável pelos animais para conferir com as 
anotações de lotes de inseminação previamente realizados e conferir com os 
números de identificação, o que possibilitava uma estimativa da idade mínima de 
gestação que poderia ser encontrada. 
Para realização do exame através da palpação retal, com a fêmea já contida, 
o manipulador, usando uma luva para palpação retal lubrificada com vaselina, 
introduzia a mão no reto do animal, esvaziando-se. 
Após o esvaziamento do reto, procurava-se localizar a cérvix, e a partir dela o 
útero. Encontrando o útero o mesmo era examinando como um todo, desde o corpo, 
até os cornos uterinos, direito e esquerdo. Em vaca que não apresentavam 
gestação, era possível sentir os cornos uterinos com tamanho e diâmetro 
aproximadamente iguais. Já em fêmeas gestantes, dependendo do período da 
gestação, era possível observar características como: assimetria considerável com 
cornos uterinos; presença de flutuação ao tocar na parede uterina; efeito de parede 
dupla; Útero caído na cavidade abdominal em direção ventral, com presença de 
placentônios; Presença do feto. 
Sempre antes de diagnosticar a fêmea como gestante ou não gestante, 
procurava-se examinar detalhadamente todo útero. Com base nas características 
observadas, mesmo após a realização do diagnóstico por ultrassonografia, era 
realizada a palpação retal para estimar o período gestacional em meses que o 
animal encontrava-se, o que possibilitava ao proprietário ou cuidador dos animais, 
uma programação do manejo a ser realizado com estas fêmeas. Todos os dados 
eram apontados nas fichas a serem preenchidas durante os diagnósticos conforme a 
Figura 13, onde o período de gestação foi descrito na coluna “TEMP, 1,2,3” onde “P” 
34 
 
 
 
remete a prenhez e o numero do mês de gestação em que o animal se encontra. 
Além das fichas físicas de controle de diagnóstico gestação todos os animais 
possuem chip de rastreamento obrigatório do país, portanto durante o diagnóstico 
era feita a leitura de chip com o bastão de leitura onde neste era possível demarcar 
os animais com prenhez positiva ou negativa, para ao final ser gerada uma tabela no 
Microsoft Excel a fim de ser comparada com os apontamentos. 
FIGURA 13- Fichas de Controle de diagnóstico de gestação realizadas na Cabaña Macedo. 
 
 
2.2.2.2 Diagnóstico por Ultrassonografia 
Foram acompanhados diagnósticos de gestação através da ultrassonografia, 
como aparelho sonográfico modelo SonoScape A6v, com transdutor linear de 5MHz 
(Figura 14). 
 
 
 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
35 
 
 
 
FIGURA 15 - Diagnóstico de gestação por ultrassonografia 
 
Com uma luva de palpação retal, introduzia-se a mão no reto do animal, 
levando junto o transdutor (Figura 15). Com este, era exercida uma pressão 
moderada, para assegurar um bom contato entre a mucosa retal e o mesmo. O 
transdutor era movido cuidadosamente e lentamente, observando no monitor as 
imagens formadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As imagens observadas no monitor variam em uma escala de cores que iam 
desde o preto, (não ecogênicas), compatíveis com líquido, até vários tons de cinza, 
(ecogênica), compatíveis com tecidos e ossos (Figura 16). 
FIGURA 14 - Aparelho de Ultrassom SonoScape A6v 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
36 
 
 
 
FIGURA 16 - Imagem do ultrassom durante diagnóstico de gestação apresentando presença de 
fluidos uterinos e feto. 
O útero era examinado iniciando-se pela cérvix e progredindo distalmente ao 
longo de cada um dos cornos uterinos. Em animais não gestantes era possível 
observar os cortes do útero e de cada um dos cornos uterinos sem a presença de 
conteúdo em seu interior. Em animais gestantes era possível observar, dependendo 
da fase gestacional, a presença de líquido no lúmen uterino (fluidos uterinos), do 
corpo lúteo, da vesícula embrionária, do embrião, dos batimentos cardíacos, e 
posteriormente o feto com suas partes já formadas (crânio, membros e coluna) 
conforme a Figura 16. 
Durante realização do exame de ultrassonografia em alguns animais também 
se realizava a análise
de cada um dos ovários, onde era possível observar como 
demonstrado na Figura 17, à presença de um CL cavitário e de folículos. 
 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
37 
 
 
 
 
 
2.2.3 Discussão 
 Para realização do diagnóstico de gestação, o primeiro passo realizado 
sempre era a adequada contenção da fêmea, concordando com NEVES et al (2008) 
quando defende que, a adequada contenção da fêmea é um importante fator a ser 
considerado para que se faça o diagnóstico de prenhe com segurança. 
No diagnóstico de gestação por palpação retal, em vacas que não 
apresentavam gestação, era possível sentir os cornos uterinos com tamanho e 
diâmetro praticamente iguais, o que vai ao encontro com o descrito por BALL e 
PETERS (2006). 
Em fêmeas gestantes era possível observar características como: assimetria 
considerável dos cornos uterinos e presença de flutuação ao tocar na parede 
uterina, o que esta correto, segundo descrito por GRUNET (1993), que afirma que 
na fase de grande bolsa, que vai do 61º dia ao 90º dia, a fêmea apresenta assimetria 
gradativa dos cornos de acordo com a evolução da gestação. 
Também em fêmeas gestantes, era possível observar, dependendo do 
período da gestação, o útero em forma de balão ou útero caído na cavidade 
abdominal, com presença de placentônios, concordando com STAINK, (2006), 
quando descreve que, após a fase de grande bolsa inicia-se a fase de balão, e 
Fonte: ROSADO, A. R (2019) 
 
FIGURA 17 - Imagem do Ultrassom durante diagnóstico de gestação apresentando CL 
cavitário e Folículos 
38 
 
 
 
também com GRUNERT (1993), quando este autor cita que do quinto para o sexto 
mês começa a fase de descida, nesse estágio, o útero escorrega ventralmente para 
o abdômen. 
Nos diagnósticos de gestação por ultrassonografia, realizados com 
lubrificante para servir como meio de contato entre o transdutor e a mucosa retal, 
que esta correto segundo NEVES et al (2008), quando o autor explica que a 
utilização de gel entre o transdutor e essa proteção permitirá uma imagem de melhor 
qualidade. 
As imagens observadas no monitor variam em uma escala de cores que iam 
desde o preto até vários tons de cinza, concordando com HAFEZ (2004), quando 
defende que as imagens de tecidos observados na tela são pretas (não ecogênicas) 
ou em vários tons de cinza (ecogênicas). 
2.3 MANEJO SANITÁRIO 
2.3.1 Revisão de Literatura 
2.3.1.1 Vacinas Reprodutivas 
Para que ocorra uma melhora na produção com a consequente rentabilidade, 
devem-se considerar os seguintes quesitos ligados a uma produção animal ideal: o 
melhoramento genético, os fatores ambientais, nutrição e manejo sanitário dos 
animais (vacinação, desvermifugação, combate a ectoparasitas e tratamento correto 
das afecções presentes nos animais) (VIEIRA & QUADROS, 2010). 
Diversas enfermidades estão disseminadas pelo ambiente dentre estas, 
enfermidades reprodutivas, portanto é fundamental que sejam realizados métodos 
preventivos destas enfermidades. Existem vacinas polivalentes, como as vacinas 
reprodutivas, vacinas para clostridioses entre outras. A combinação de antígenos 
presentes nestas vacinas e é decorrente da presença de vários antígenos no mesmo 
ambiente sendo assim o espectro de ação das vacinas é maior, combatendo de 
forma eficiente as doenças no rebanho (BEAGLEY, 2001). 
Utilizar vacinas reprodutivas em uma propriedade apresenta diversas 
vantagens auxiliando no controle de infecções; infestações; controle de zoonoses; 
diminui a resistência a antimicrobianos e parasiticidas; redução do uso de fármacos 
(INNES et al., 2011; ROTH, 2011). 
2.3.1.2 Quimioprofilaxia á Tristeza Parasitária Bovina 
39 
 
 
 
O imidocarb é amplamente utilizado para o tratamento preventivo e 
terapêutico do complexo tristeza parasitária bovina (TPB). É recomendado a 
quimioprofilaxia, quando animais predispostos à infecção são inseridos em áreas de 
ocorrência de babesiose, porém não é recomendada quimioprofilaxia em animais 
gestantes (FARIAS, 2001; KESSLER,1998). O fármaco não é uma vacina, portanto, 
quando usada para a quimioprofilaxia, o estabelecimento da imunidade contra a 
babesiose e a anaplasmose dependerá da exposição dos animais aos agentes 
causais de ambas as doenças, tendo em vista que, se os animais não tiverem 
contato com a doença, não irão adquirir a imunidade ativa e quando mais velhos, 
poderão se infectar novamente e com sinais clínicos mais severos (KESSLER ,1998; 
RADOSTITS, 2014). 
2.3.1.3 Sistema de Rastreabilidade 
O sistema de rastreabilidade do Uruguai, é um sistema de identificação 
individual por animal, composto pelo brinco que possui a identificação visual na 
orelha esquerda, e o chip de radiofrequência, que permite a leitura eletrônica do 
mesmo com os mesmos dados de identificação do brinco visual (Figura 17). Os 
dispositivos permitem uma identificação única e permanente durante toda a vida do 
animal, que não pode ser alterada ou reutilizada (SING, 2010). 
FIGURA 18 - Explicativo do brinco de sistema de rastreabilidade individual do Uruguai 
 
2.3.2 Descrição 
Durante o estágio curricular supervisionado, foi realizado o acompanhamento 
da aplicação de vacinas reprodutivas nas fêmeas durante o diagnóstico de gestação, 
sendo utilizada a vacina Bioabortogen® com antígenos inativados de IBR 
(Rinotraqueíte Infecciosa Bovina) - BoHV – 1,BDV I e II (Diarreia Viral Bovina) 
Fonte: Adaptado do SING (2019) 
 
40 
 
 
 
Campilobacteriose(Campylobacter fetus fetus, Campylobacter fetus veneralis), 
leptospirose (Leptospira interrogans pomona pomona) e Histophilus somni. 
O controle de carrapato (Boophilus micropulus) era feito através da aplicação 
de fármacos como invermectina 1%, e aplicação de pour-on a base de Fluazuron 
(Fluatac® e Acatak®). Os manejos eram realizados associados aos manejos de 
protocolos reprodutivos ou ao diagnóstico de gestação. Devido aos casos de tristeza 
parasitária bovina, realizou-se a quimioprofilaxia das fêmeas, gestantes e não 
gestantes com a utilização de Imidocarb como preventivo das doenças do complexo 
TPB. 
Associado aos manejos de IATF e diagnóstico de gestação, realizava-se a 
leitura do chip de identificação individual de cada animal presente na propriedade 
com o bastão de leitura modelo XRZ Tru-Test® no qual era possível separar os 
animais em grupos, lotes ou “prenhes e vazias” Todos os dados armazenados no 
bastão eram transferidos para planilhas do Microsoft Excel. 
2.3.3 Discussão 
A cabanha realiza o uso de vacinas reprodutivas como forma de prevenção 
de doenças reprodutivas que possam ocasionar aborto e perda de gestações, 
conforme descrito por Beagley, 2001. Porém a vacina de brucelose que também é 
uma enfermidade que ocasiona aborto não é obrigatória no pais, sendo realizada 
apenas a coleta de sangue e realização de exames para transporte e venda de 
animais, não sendo diagnosticados até o momento casos da enfermidade na 
propriedade. 
Casos de TPB podem ser controlados com a exposição contínua dos agentes, 
fazendo assim com que os bezerros se infectem nos primeiros dias de vida, quando 
ainda apresentam a imunidade passiva (RIET-CORREA et al., 2001). Casos de 
instabilidade enzoótica ou áreas epidêmicas, conforme Guedes Junior (2006) ocorre 
quando a exposição aos carrapatos infectados é baixa, fazendo assim com que um 
número variável de animais abaixo de nove meses desenvolvam imunidade. Já 
quando menos de 10% dos bezerros forem expostos aos patógenos, têm-se um 
rebanho suscetível e, segundo Riet-Corrêa et al. (2001). O Uruguai possui rígidos 
programas de controle ao carrapato, não permitindo a presença do mesmo, portanto 
diversas formas de controle são utilizadas durante o ano ocorrendo uma baixa ou 
41 
 
 
 
ausente exposição dos bezerros ao parasita e consequentemente aos patógenos, 
devido este fato casos de TPB ocorrem em diversas categorias de animais. 
Como descrito por Kessler, 1998 e
Radostits, 2014, a utilização de imidocarb 
como fármaco preventivo de TPB, só é eficiente caso os animais já tenham sido 
expostos aos agentes causais de ambas as doenças do complexo. Na propriedade a 
exposição ao parasita transmissor da doença é muito baixa, portanto em muitos 
animais a aplicação de imidocarb pode não apresentar resultados. 
A propriedade segue as normas vigentes do “Sistema Nacional de 
Informacíon Ganadera (SING)” do Uruguai realizando o controle da rastreabilidade 
do rebanho fato este que permite um controle muito maior dos animais, permitindo a 
identificação de duas formas, pelo brinco e pelo chip. A barra de leitura de chip 
mostra-se como uma ferramenta extremamente útil e fácil para o controle do manejo 
de animais na mangueira, assim como para anotações rápidas de divisão de grupos, 
facilitando a digitação de dados, já que a mesma transmite os dados e as exporta 
em planilhas prontas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária proporcionou-
me um grande aprendizado complementar para a formação acadêmica. O período 
de estágio na Cabaña Macedo e a busca sempre pelo diferencial me possibilitaram a 
obtenção de novos conhecimentos e aperfeiçoamentos frente aos avanços 
alcançados com o uso de biotécnicas reprodutivas. 
O avanço das técnicas de IATF, uma trouxe uma importante contribuição para 
o melhoramento genético, de forma rápida e eficiente, permitindo o acesso de 
produtores a sêmen de animais superiores, padronizados ao nascimento, 
melhoradores genéticos. 
Com a utilização da ultrassonografia, pode se obter o diagnóstico de gestação 
cada vez mais precoce, permitindo um melhor gerenciamento dos resultados, onde 
animais prenhes podem receber um tratamento diferenciado e não gestantes 
sincronizados novamente ou serem descartados. É de extrema importância que o 
medico veterinário esteja bem preparado para a realização do diagnóstico. 
O estágio final mostra-se de extrema importância pois possibilita colocar em 
prática a teoria vivenciada durante a vida acadêmica, estimulando o raciocínio lógico 
a frente de novos desafios. Com conhecimento acadêmico, concluo que a formação 
profissional é um momento único e que permite a aquisição de experiências e 
ligação com diversas pessoas, novos lugares e oportunidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
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