Buscar

apostila_Sintomatologia de doenças de plantas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Federal Rural de Pernambuco 
Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
 
 
1 
 
Unidade 5 
 
 
Sintomatologia de Doenças de Plantas 
 
 
 
Sami J. Michereff 
 
 
1. Introdução 
Sintomatologia é a parte da Fitopatologia que 
estuda os sintomas e sinais, visando a diagnose de 
doenças de plantas. Sintoma é qualquer 
manifestação das reações da planta a um agente 
nocivo, enquanto sinais são estruturas ou produtos 
do patógeno quando exteriorizadas no tecido 
doente (Fig. 5.1). A seqüência completa dos 
sintomas que ocorrem durante o desenvolvimento 
de uma doença constitui o quadro 
sintomatológico. 
 
 
Sintoma - mancha foliar 
Pinta-preta do tomateiro 
(Alternaria solani) 
Sintoma - galha 
Meloidoginose da cenoura 
(Meloidogyne spp.) 
Sintoma - verrugose 
Verrugose do abacateiro 
(Sphaceloma perseae) 
 
 
 
 
 
Sinal 
Crescimento micelial e esporulação 
de Geotrichum candidum 
(Podridão azeda da batata-baroa) 
Sinal 
 Ascostromas de Spaerodothis 
torrendiella 
(Lixa do coqueiro) 
Sinal 
Esclerócios e crescimento micelial de 
Sclerotium rolfsii 
(Murcha-de-esclerócio do feijoeiro) 
 
Figura 5.1. Sntomas e sinais de doenças de plantas. 
 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
2
 
 
Na maioria dos casos, a sintomatologia é 
estudada de maneira objetiva, considerando-se 
apenas os sintomas perceptíveis pela visão, tato, 
olfato e paladar, visto que a finalidade da 
sintomatologia se restringe à rápida diagnose da 
doença. 
A resposta de um vegetal ao ataque de um 
patógeno é variável e muitas vezes semelhante a 
reações provocadas por outros agentes não 
infecciosos. Este fato faz com que a diagnose de 
uma doença infecciosa seja uma tarefa árdua, 
requerendo um conhecimento bastante sólido das 
interferências que uma planta ou população de 
plantas pode estar sujeita em um determinado 
ambiente. 
2. Classificação dos Sintomas 
Os sintomas de doenças de plantas podem ser 
classificados de acordo com vários critérios. 
Entretanto, qualquer que seja o critério, ele é 
sempre arbitrário, não sendo possível separar 
completamente os sintomas em classes ou grupos 
definidos. Não existem sintomas isolados, uma vez 
que são resultantes de alterações fisiológicas ao 
nível de células e tecidos, estando todos 
interligados dentro do quadro sintomatológico (Fig. 
5.2). Contudo, como a sintomatologia visa a 
diagnose da doença, para facilitar essa atividade 
os sintomas são padronizados e agrupados. 
Figura 5.2. Representação esquemática das funções básicas da planta e sintomas causados por alguns 
tipos de doenças [adaptado de Agrios (1997)]. 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
3
 
 
Os sintomas podem ser classificados conforme a 
localização em relação ao patógeno, as 
alterações produzidas no hospedeiro e a estrutura 
e/ou processos afetados. 
Conforme a localização em relação ao 
patógeno, os sintomas podem ser separados em 
sintomas primários, resultantes da ação direta do 
patógeno sobre os tecidos do órgão afetado (Ex.: 
manchas foliares e podridões de frutos), e sintomas 
secundários ou reflexos, exibidos pela planta em 
órgãos distantes do local de ação do patógeno 
(Ex.: subdesenvolvimento da planta e murchas 
vasculares) (Fig. 5.3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sintoma primário - mancha 
Cercosporiose do caupi 
(Cercospora cannescens) 
Sintoma primário - mancha 
Alternariose da couve-chinesa 
(Alternaria brassicae) 
Sintoma primário - verrugose 
Verrugose do maracujá 
(Cladosporium herbarum) 
 
 
Sintoma secundário - murcha 
Murcha bacteriana do pimentão 
(Ralstonia solanacearum) 
Sintoma secundário - murcha 
Mal-do-Panamá da bananeira 
(Fusarium oxysporum f.sp. cubense) 
Sintoma secundário - murcha 
Murcha-de-esclerócio do feijoeiro 
(Sclerotium rolfsii) 
 
Figura 5.3. Sntomas primários e secundários de doenças de plantas. 
 
 
A doença pode provocar alterações no hábito 
de crescimento da planta, como 
superbrotamento, nanismo, esverdeamento das 
flores e escurecimento dos vasos, sendo 
denominados sintomas habituais. Em outros casos, 
os sintomas caracterizam-se por lesões na planta 
ou em um de seus órgãos, como manchas 
necróticas, podridões e secas de ponteiro, sendo 
denominados sintomas lesionais (Fig. 5.4). 
 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
4
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sintoma habitual - superbrotamento 
Malformação floral da mangueira 
(Fusarium subglutinans) 
Sintoma habitual - 
subdesenvolvimento 
Mosaico do mamoeiro 
(Papaya ringspot mosaic virus) 
Sintoma habitual - 
subdesenvolvimento 
Virose do pimentão 
(Geminivirus) 
 
 
 
 
 
 
 
Sintoma lesional - mancha 
Cercosporiose da alface 
(Cercospora longissima) 
Sintoma lesional - mancha 
Queima das folhas do inhame 
(Curvularia eragrostidis) 
Sintoma lesional - podridão 
Antracnose da pêra 
(Colletotrichum gloeosporioides) 
 
Figura 5.4. Sintomas habituais e lesionais de doenças de plantas. 
 
Um dos critérios mais utilizados na classificação 
de sintomas se baseia nas alterações da estrutura 
e/ou de processos do hospedeiro, podendo ser 
separados em sintomas histológicos, sintomas 
fisiológicos e sintomas morfológicos. 
2.1. Sintomas Histológicos 
Quando as alterações ocorrem a nível celular, 
incluindo: 
• Granulose: produção de partículas granulares 
ou cristalinas em células degenerescentes do 
citoplasma. Ex.: melanose em folhas e frutas 
cítricas, causada por Phomopsis citri (Fig. 5.5). 
• Plasmólise: perda de turgescência das células, 
cujo protoplasma perde água devido aos 
distúrbios na membrana citoplasmática. Ex.: 
podridões moles de órgãos de reserva causadas 
por Pectobacterium spp. (Fig. 5.5). 
• Vacuolose: formação anormal dos vacúolos 
no protoplasma das células, levando à 
degeneração. 
 
 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
5
 
 
 
Granulose 
Melanose dos citros 
(Phomopsis citri) 
Plasmólise 
Podridão mole da batata 
(Pectobacterium spp.) 
Plasmólise 
Podridão mole da alface 
(Pectobacterium spp.) 
 
Figura 5.5. Sintomas histológicos de doenças de plantas: granulose e plasmólise. 
 
 
2.2. Sintomas Fisiológicos 
Quando as alterações ocorrem na fisiologia do 
hospedeiro, incluindo: 
• Utilização direta de nutrientes do hospedeiro: 
todos os patógenos, por serem heterotróficos, são 
incapazes de sintetizar seu próprio alimento, 
necessitando de carbohidratos e proteínas do 
hospedeiro para seu desenvolvimento. Ex.: em 
centeio, a produção de grãos é inversamente 
proporcional à produção de esclerócios de 
Claviceps purpurea, agente do esporão. 
• Aumento na respiração do hospedeiro: todo o 
processo infeccioso nos tecidos do hospedeiro 
gera na área lesionada um aumento na taxa de 
respiração das células atacadas e adjacentes. Ex.: 
plantas de trigo atacadas por Ustilago tritici, 
agente do carvão, apresentam um aumento de 
20% na taxa de respiração em relação a plantas 
sadias. 
• Alteração na transpiração do hospedeiro: 
conforme o estádio de colonização pelo 
patógeno, o hospedeiro pode apresentar aumento 
ou redução na taxa de transpiração. Ex.: plantas 
de bananeira e tomateiro, quando infectadas por 
Fusarium oxysporum, agente de murchas 
vasculares, exibem nos primeiros dias do ataque 
um aumento na taxa de transpiração e, mais 
tarde, quando a murcha está avançada, ocorre 
uma baixa taxa de respiração e inibição do 
sistema de transpiração. 
• Interferência nos processos de síntese: a 
interferência pode se processar diretamente, como 
na maior parte das doenças foliares, em que 
ocorre a destruição da superfície da folha pela 
ação direta do patógeno, ou indiretamente, uma 
vez que os processos são sempre acompanhados 
de interferência nas vias metabólicas do 
hospedeiro. Essas interferências podem se 
manifestar como distúrbios que resultam do 
acúmulo ou falta de hidrato de carbono, 
aminoácidos, sais minerais, hormônios,enzimas ou 
até mesmo no balanço energético da planta. Ex.: 
em tomateiro atacado por Ralstonia 
solanacearum, ocorre a descoloração vascular 
(resultado do acúmulo de melanina) e a produção 
de raízes adventícias (excessiva produção de 
auxinas sob o estímulo da bactéria). 
2.3. Sintomas Morfológicos 
Quando as alterações exteriorizam-se ao nível 
de órgão, com modificações visíveis na forma ou 
na anatomia. Dependendo do tipo de 
modificação exibida pelo órgão afetado, os 
sintomas morfológicos podem ser qualificados 
como necróticos ou plásticos. 
2.3.1. Sintomas Necróticos 
Necroses são caracterizadas pela 
degeneração do protoplasma, seguida de morte 
de células, tecidos e órgãos. Sintomas necróticos 
presentes antes da morte do protoplasma são 
chamados plesionecróticos, enquanto são 
denominados holonecróticos aqueles expressos 
após a morte do protoplasma. 
a) Sintomas Plesionecróticos 
Caracterizam-se pela degeneração 
protoplasmática e desorganização funcional das 
células, sendo mais freqüentes: 
• Amarelecimento: causado pela destruição da 
clorofila (destruição do pigmento ou dos 
cloroplastos), sendo mais freqüente nas folhas e 
com intensidade variando desde leve 
descoramento do verde normal até amarelo 
brilhante. Ex.: halo amarelado ao redor de 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
6
 
 
manchas causadas por Cercospora spp. e 
Curvularia eragrostidis (Fig. 5.6). 
• Encharcamento: também conhecido por 
"anasarca", é a condição translúcida do tecido 
encharcado devido à expulsão de água das 
células para os espaços intercelulares. É a primeira 
manifestação de muitas doenças com sintomas 
necróticos, principalmente daquelas causadas por 
bactérias e fungos. Ex.: encharcamento causado 
por Plasmopara viticola em folhas de videira (Fig. 
5.6). 
• Murcha: estado flácido das folhas ou brotos 
devido à falta de água, geralmente causada por 
distúrbios nos tecidos vasculares e/ou radiculares. 
As células das folhas e de outros órgãos aéreos 
perdem a turgescência, resultando em 
definhamento do tecido ou órgão. A murcha pode 
ser permanente, resultando na morte dos órgãos 
afetados, ou temporária, com plantas murchas nos 
períodos quentes do dia, mas recuperando a 
turgidez durante a noite. Ex.: murchas causadas 
por patógenos vasculares, como Fusarium 
oxysporum e Ralstonia solanacearum (Fig. 5.6). 
 
 
 
 
Amarelecimento - halo 
Queima das folhas do inhame 
(Curvularia eragrostidis) 
Encharcamento 
Míldio da videira 
(Plasmopara viticola) 
Murcha 
Murcha bacteriana do tomateiro 
(Ralstonia solanacearum) 
 
Figura 5.6. Sintomas plesionecróticos de doenças de plantas: amarelecimento, encharcamento e murcha. 
 
b) Sintomas Holonecróticos 
Podem se desenvolver em qualquer parte da 
planta doente e são característicos da morte das 
células, provocando mudanças de coloração do 
órgão afetado. Dentre os sintomas holonecróticos 
mais comuns podem ser citados: 
• Cancro: lesões necróticas deprimidas, mais 
freqüentes nos tecidos corticais de caules, raízes e 
tubérculos. Eventualmente este tipo de sintoma é 
observado em folhas e frutos. Ex.: cancro em folhas 
e frutos de plantas cítricas, causado por 
Xanthomonas campestris pv. citri; cancro no caule 
de várias culturas causado por Rhizoctonia solani 
(Fig. 5.7). 
• Tombamento: tombamento de plântulas, 
resultante da podridão de tecidos tenros da base 
do caulículo, também denominado "damping-off". 
Se a podridão ocorrer antes da emergência da 
planta, caracterizando uma redução no estande 
de semeadura, é denominado "tombamento de 
pré-emergência", enquanto se ocorre após a 
emergência da planta é denominado 
"tombamento de pós-emergência". Ex.: 
tombamentos causados por fitopatógenos 
habitantes do solo, como Rhizoctonia solani e 
Pythium spp. (Fig. 5.7). 
• Crestamento: necrose repentina de órgãos 
aéreos (folhas, flores e brotações), também 
denominado "requeima". Ex.: crestamento das 
folhas do tomateiro causado por Phytophthora 
infestans (Fig. 5.7). 
• Escaldadura: descoramento da epiderme e 
de tecidos adjacentes em órgãos aéreos, 
parecendo que este foi escaldado por água 
fervente. Ex.: escaldadura da folha da cana-de-
açúcar, causado por Xanthomonas albilineans (Fig. 
5.7). 
 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
7
 
 
 
 
 
Cancro 
Rhizoctoniose do caupi 
(Rhizoctonia solani) 
Cancro 
Cancro cítrico 
(Xanthomonas campestris pv. citri) 
Cancro 
Cancro da videira 
(Xanthomonas campestris pv. viticola) 
 
 
 
 
Crestamento 
Requeima do tomateiro 
(Phytophthora infestans) 
Tombamento 
Rhizoctoniose do caupi 
(Rhizoctonia solani) 
Escaldadura 
Escaldadura da cana-de-açúcar 
(Xanthomonas albilineans) 
 
Figura 5.7. Sintomas holonecróticos de doenças de plantas: cancro, crestamento, tombamento e 
escaldadura. 
 
• Estria: lesão alongada, estreita, paralela à 
nervura das folhas de gramíneas. Ex: folhas de 
cana-de-açúcar com estria vermelha, causada 
por Pseudomonas rubrilineans (Fig. 5.8). 
• Gomose: exsudação de goma a partir de 
lesões provocadas por patógenos que colonizam o 
córtex ou o lenho de espécies frutíferas. Ex.: 
gomose em ramos de meloeiro causada por 
Didymella bryoniae; gomose em frutos de abacaxi 
causada por Fusarium subglutinans (Fig. 5.8). 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
8
 
 
 
Estria 
Estria vermelha da cana-de-açúcar 
(Pseudomonas rubrilineans) 
Gomose 
Podridão gomosa do meloeiro 
(Didymella bryoniae) 
Gomose 
Fusariose do abacaxi 
(Fusarium subglutinans) 
 
Figura 5.8. Sintomas holonecróticos de doenças de plantas: estria e gomose. 
 
 
• Mancha: morte de tecidos foliares, que se 
tornam secos e pardos (Fig. 5.9). A forma das 
manchas foliares varia com o tipo de patógeno 
envolvido, podendo ser circular, com 
pronunciadas zonas concêntricas (Ex.: mancha de 
Alternaria em tomateiro e brócolis), angular, 
delimitada pelos feixes vasculares (Ex.: mancha 
angular do feijoeiro, causada por Phaeoisariopsis 
griseola) ou irregular (Ex.: helmintosporiose do 
milho, causada por Exserohilum turcicum). Embora 
manchas sejam mais comuns em folhas, podem 
estar presentes em flores, frutos, vagens ou ramos 
(Fig. 5.10). 
 
 
 
 
Mancha 
Cercosporiose do pimentão 
(Cercospora capsici) 
Mancha 
Helmintosporiose do sorgo 
(Exserohilum turcicum) 
Mancha 
Sigatoka-amarela da bananeira 
(Pseudocercospora musae) 
 
Figura 5.9. Sintomas holonecróticos de doenças de plantas: mancha. 
 
 
 
 
 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
9
 
 
 
 
 
 
 
 
Mancha anelar 
Mancha anelar da cana-de-açúcar 
(Leptosphaeria sacchaii) 
Mancha angular 
Mancha angular do feijoeiro 
(Phaeoisariopsis griseola) 
Mancha concêntrica 
Alternariose do brócoli 
(Alternaria brassicicola) 
 
Figura 5.10. Sintomas holonecróticos de doenças de plantas: tipos de manchas. 
 
• Morte dos ponteiros: morte progressiva de 
ponteiros e ramos jovens de árvores. Ex.: morte 
descendente da mangueira, causada por 
Lasiodiplodia theobromae (Fig. 5.11). 
• Mumificação: aparece nas fases finais de 
certas doenças de frutos, caracterizando-se pelo 
secamento rápido de frutos apodrecidos, com 
conseqüente enrugamento e escurecimento, 
formando uma massa dura, conhecida como 
múmia. Ex: podridão parda do pessegueiro, 
causada por Monilinia fructicola; antracnose da 
pinha, causada por Colletotrichum gloeosporioides 
(Fig. 5.11). 
• Perfuração: queda de tecidos necrosados em 
folhas, provocada pela formação de uma 
camada de abcisão ao redor dos sintomas. Ex: 
folha de pessegueiro com chumbinho, causado 
por Stigmina carpophila; folha de beterraba com 
cercosporiose, causada por Cercospora beticola 
(Fig. 5.11). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Morte dos ponteiros 
Morte descendente da mangueira 
(Lasiodiplodia theobromae) 
Mumificação 
Antracnose da pinha 
(Monilinia fructicola) 
Perfuração 
Cercosporiose da beterraba 
(Cercospora beticola) 
 
Figura 5.11. Sintomasholonecróticos de doenças de plantas: morte dos ponteiros, mumificação e 
perfuração. 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
10
 
 
 
• Podridão: aparece quando o tecido 
necrosado encontra-se em fase adiantada de 
desintegração. Dependendo do aspecto da 
podridão, o sintoma pode ser especificado como 
podridão mole, podridão dura, podridão negra, 
podridão branca, etc. (Fig. 5.12). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podridão 
Podridão azul da laranja 
(Penicillium italicum) 
Podridão 
Podridão radicular do feijoeiro 
(Fusarium solani f.sp. phaseoli) 
Podridão 
Podridão azeda da cenoura 
(Geotrichum candidum) 
 
Figura 5.12. Sintomas holonecróticos de doenças de plantas: podridão. 
 
 
• Pústula: caracterizado por pequena mancha 
necrótica, com elevação da epiderme, que se 
rompe por força da produção e exposição de 
esporos do fungo. Ex: ferrugens em vários 
hospedeiros (Fig. 5.13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pústula 
Ferrugem do feijoeiro 
(Uromyces appendiculatus) 
Pústula 
Ferrugem da goiabeira 
(Puccinia psidii) 
Pústula 
Ferrugem branca do rabanete 
(Albugo candida) 
 
Figura 5.13. Sintomas holonecróticos de doenças de plantas: pústula. 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
11
 
 
 
 
2.3.2. Sintomas Plásticos 
Anomalias no crescimento, multiplicação ou 
diferenciação de células vegetais geralmente 
levam a distorções nos órgãos da planta. Essas 
anomalias são conhecidas como sintomas 
plásticos. 
a) Sintomas Hipoplásticos 
Subdesenvolvimento das plantas devido à 
redução ou supressão na multiplicação ou 
crescimento das células. 
Os sintomas hipoplásticos mais comuns em 
doenças de plantas são: 
• Albinismo: falta congênita da produção de 
clorofila, apresentando-se, geralmente, como 
variegações brancas nas folhas, mas podendo, em 
certos casos, tomar todo o órgão. Ex.: albinismo 
causado pela virose da catléia (Fig. 5.14). 
 • Clorose: esmaecimento do verde em órgãos 
clorofilados, decorrente da falta de clorofila. 
Diferencia-se do albinismo pelos órgãos não 
ficarem totalmente brancos. Ex.: clorose em folhas 
de citrus causada por Xylella fastidiosa (Fig. 5.14). 
• Estiolamento: sintoma complexo, que embora 
seja classificado como hipoplástico pela falta de 
produção de clorofila, envolve hiperplasia das 
células, com alongamento do caule (Fig. 5.14).
 
 
 
 
 
 
 
Albinismo 
Virose da catléia 
(Vírus) 
Clorose 
Clorose variegada dos citros 
(Xylella fastidiosa) 
Estiolamento 
Estiolamento do caupi 
(Deficiência de luz) 
 
Figura 5.14. Sintomas hipoplásticos de doenças de plantas: albinismo, clorose e estiolamento. 
 
 
• Enfezamento: redução no tamanho da planta 
toda ou de seus órgãos, também conhecido por 
"nanismo". Ex.: plantas de milho com nanismo, 
causado pelo vírus do nanismo do milho (Fig. 5.15). 
• Mosaico: em áreas cloróticas aparecem 
intercaladas com áreas sadias (verde mais escuro) 
nos órgãos aclorofilados. Sintoma típico de 
algumas viroses. Ex.: folhas de mamoeiro com 
mosaico, causado pelo vírus do mosaico anelar do 
mamoeiro (Fig. 5.15). 
• Roseta: encurtamento dos entrenós, brotos ou 
ramos, resultando no agrupamento de folhas em 
rosetas. Ex.: plantas de abacaxi infectadas por 
Fusarium subglutinans (Fig. 5.15). 
 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
12
 
 
 
 
 
 
 
 
Enfezamento 
Nanismo do milho 
(Spiroplasma kunkelli) 
Mosaico 
Mosaico do mamoeiro 
(Papaya ringspot mosaic virus) 
Roseta 
Roseta da roseira 
(Virus) 
 
Figura 5.15. Sintomas hipoplásticos de doenças de plantas: albinismo, clorose e estiolamento. 
 
b) Sintomas Hiperplásticos 
 Quando ocorre superdesenvolvimento, 
normalmente decorrente de hipertrofia (aumento 
do volume das células) e/ou hiperplasia 
(multiplicação exagerada das células). Os sintomas 
hiperplásticos mais freqüentes em plantas são: 
• Bolhosidade: aparecimento, no limbo foliar, de 
saliências de aparência bolhosa. Ex.: bolhosidade 
causada pelo vírus do mosaico severo em folhas 
de caupi (Fig. 5.16). 
• Bronzeamento: mudança de cor da epiderme, 
que fica com cor de cobre (bronzeada) devido à 
ação de patógenos. Ex.: plantas de tomateiro 
infectadas pelo vírus do vira-cabeça, no estádio 
inicial da doença; folhas de videira bronzeadas 
devido à infecção pelo vírus do enrolamento da 
folha (Fig. 5.16). 
• Encarquilhamento: também conhecido como 
"encrespamento", representa uma deformação de 
órgãos da planta, resultado do crestamento 
(hiperplasia ou hipertrofia) exagerado de células, 
localizado em apenas uma parte do tecido. Ex.: 
folhas de pessegueiro com crespeira, causada por 
Taphrina deformans (Fig. 5.16). 
 
 
 
 
 
 
 
Bolhosidade 
Mosaico severeo do caupi 
(Cowpea severe mosaic virus) 
Bronzeamento 
Enrolamento da folha da videira 
(Closterovirus) 
Encarquilhamento 
Crespeira do pessegueiro 
(Taphrina deformans) 
 
Figura 5.16. Sintomas hiperplásticos de doenças de plantas: bolhosidade, bronzeamento e 
encarquilhamento. 
 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
13
 
 
• Epinastia: curvatura da folha ou do ramo para 
baixo, devido à rápida expansão da superfície 
superior desses órgãos. Ex.: epinastia da mostarda, 
causada por Beet curly top virus (Fig. 5.17). 
• Fasciação: estado achatado, muito 
ramificado e unido de órgãos da planta. 
• Galha: desenvolvimento anormal de tecidos 
de plantas resultante da hipertrofia e/ou 
hiperplasia de suas células. Ex.: galhas nas raízes de 
vários hospedeiros causadas por Meloidogyne spp; 
galha em rosáceas, causada por Agrobacterium 
tumefaciens (Fig. 5.17). 
 
 
 
 
 
Epinastia 
Epinastia da mostarda 
(Beet curly top virus) 
Fasciação 
Fasciação basal do gerânio 
(Rhodococcus fascians) 
Galha 
Meloidoginose do quaibeiro 
(Meloidogyne spp.) 
 
 
Galha 
Meloidoginose da cenoura 
(Meloidogyne spp.) 
Galha 
Gallha da coroa da videira 
(Agrobacterium tumefaciens) 
Galha 
Hérnia das crucíferas 
(Plasmodiophora brassicae) 
 
Figura 5.17. Sintomas hiperplásticos de doenças de plantas: epinastia, fasciação e galha. 
 
• Intumescência: também conhecido como 
tumefação, consiste em pequena inchação ou 
erupção epidérmica resultante da hipertrofia 
pronunciada das células epidermais ou 
subepidermais, devido ao acúmulo excessivo de 
água, goma sob a epiderme ou outras causas. Ex.: 
em batata com canela preta, causada por 
Pectobacterium spp., ocorre o intumescimento das 
gemas axiais com a formação de tubérculos 
aéreos no caule. 
• Superbrotamento: ramificação excessiva do 
caule, ramos ou brotações florais. Algumas vezes, 
os órgãos afetados adquirem formato semelhante 
ao de uma vassoura, sendo então denominado 
"vassoura-de-bruxa". Ex.: plantas de cacaueiro com 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
14
 
 
vassoura-de-bruxa, causada por Crinipellis 
perniciosa. (Fig. 5.18). 
• Verrugose (sarna): crescimento excessivo de 
tecidos epidérmicos e corticais, geralmente 
modificados pela ruptura e suberificação das 
paredes celulares. Caracteriza-se por lesões 
salientes e ásperas em frutos, tubérculos e folhas. 
Ex.: verrugose em frutos cítricos, causada por 
Elsinoe spp.; lixa do coqueiro, causada por 
Sphaerodothis torrendiella; sarna da macieira, 
causada por Venturia inaequalis (Fig. 5.18). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Superbrotamento 
Vassoura-de-bruxa do cacau 
(Crinipellis perniciosa) 
Verrugose 
Verrugose dos citros 
(Elsinoe spp.) 
Verrugose 
Lixa do coqueiro 
(Sphaerodothis torrendiela) 
 
 
 
 
 
 
Verrugose 
Verrugose do maracujá 
(Cladosporium herbarum) 
Verrugose 
Sarna da maça 
(Venturia inaequalis) 
Verrugose 
Sarna da batata 
(Streptomyces scabies) 
 
Figura 5.18. Sintomas hiperplásticos de doenças de plantas: superbrotamento e verrugose. 
 
• Virescência: formação de clorofila nos tecidos 
ou órgãos normalmente aclorofilados. Ex.: 
tubérculos de batata armazenados com presença 
de luz. 
 
A importância relativade cada sintoma pode 
variar, dependendo da sua duração e intensidade, 
bem como do hábito ou forma de vida da planta 
afetada. 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
15
 
 
 
3. Sinais 
Além de estruturas patogênicas (células 
bacterianas, micélio, esporos e corpos de 
frutificação fúngicos, ovos de nematóides, etc.), 
exsudações ou cheiros provenientes das lesões 
podem ser considerados como sinais. Em geral, os 
sinais ocorrem num estádio mais avançado do 
processo infeccioso da planta. Como exemplos, 
podem ser citados: frutificações de alguns fungos, 
como esclerócios de Sclerotium rolfsii em feijoeiro 
(Fig. 5.1); picnídios de Lasiodiplodia theobromae 
em ramos e frutos de manga (Fig. 5.19); peritécios 
de Giberella em trigo; apotécios de Sclerotinia em 
soja; micélio branco de Oidium em caupi; massa 
de uredosporos ou teliosporos produzidas em 
pústulas por fungos causadores de ferrugens em 
diversas plantas. Em algumas doenças, como os 
carvões, os sinais confundem-se com os sintomas. 
Exsudações viscosas compostas de células 
bacterianas liberados de órgãos atacados 
constituem importantes sinais para a diagnose, 
como ocorre com talos de tomateiro infectados 
por Ralstonia solanacearum quando submetidos a 
condições de alta umidade (Fig. 5.19). Como 
exemplo de odor que constitui sinal de doença 
pode-se citar o mau cheiro emanado do colmo de 
cana-de-açúcar atacado por Pseudomonas 
rubrilineans. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinal – micélio e esporos 
Podridão cinzenta do morango 
(Botrytis cinerea) 
Sinal – picnídios 
Morte descendente da mangueira 
(Lasiodiplodia theobromae) 
Sinal – micélio e esporos 
Oídio da videira 
(Oidium spp.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinal – exsudação 
Murcha bacteriana da batata 
(Ralstonia solanacearum) 
Sinal – esporos 
Podridão negra da cebola 
(Aspergillus niger) 
Sinal – micélio e esporos 
Podridão do mamoeiro 
(Phytophthora palmivora) 
 
Figura 5.19. Sinais de doenças de plantas. 
 
Princípios e Métodos em Fitopatologia (2009) 
 
16
 
 
4. Bibliografia Consultada 
AGRIOS, G.N. Introduction. In: AGRIOS, G.N. Plant 
pathology. 5. ed. San Diego: Elsevier Academic 
Press, 2005. p.3-75. 
BLUM, L.E.B. Sintomatologia: estudo dos sintomas e 
sinais. In: BLUM, L.E.B.; CARES, J.C.; UESUGI, C.H. 
(Eds.). Fitopatologia: o estudo das doenças de 
plantas. Brasília: Otimismo, 2006. p.28-37. 
KENAGA, C.B. Plant disease concept, definitions, 
symptoms and classification. In: KENAGA, C.B. 
Principles of phytopathology. 2. ed. Lafayette: 
Balt, 1974. p.12-31 
LUCAS, J.A. The diseased plant. In: LUCAS, J.A. Plant 
pathology and plant pathogens. 3. ed. London: 
Blackwell Science, 1998. p.5-19. 
PONTE, J.J. Sintomatologia. In: PONTE, J.J. 
Fitopatologia: princípios e aplicações. 2. ed. São 
Paulo: Nobel, 1986. p.49-60. 
ROBERTS, D.A.; BOOTHROYD, C.W. Morphological 
symptoms of disease in plants. In: ROBERTS, D.A.; 
BOOTHROYD, C.W. Fundamentals of plant 
pathology. 2. ed. New York: W.H. Freeman, 1984. 
p.28-42. 
SALGADO, C.L.; AMORIM, L. Sintomatologia. In: 
BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. 
(Eds.). Manual de fitopatologia: princípios e 
conceitos. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 
1995. v.1, p.212-223. 
SCHUMAN, G.L.; D’ARCY, C.J. What types of plant 
diseases are there? In: SCHUMAN, G.L.; D’ARCY, 
C.J. Essential plant pathology. Paul: APS Press, 
2006. p.141-175. 
SEMAL, J.; LEPOIVRE, P. Les maladies des plantes: 
concepts généraux. In: LEPOIVRE, P. (Ed.). 
Phytopathologie: bases moléculaires et 
biologiques dês pathosystèms et fondementes 
dês stratégies de lutte. Bruxelles: De Boeck & 
Larcier, 2003. p.9-22. 
	Sintomatologia de Doenças de Plantas

Outros materiais