Evolução dos seres vivos

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DO PIAUÍ
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – SEMED
CNPJ: 01.671.519/0001-64
U. E. LIBERALINA PAES LANDIM - UELPL
Evolução dos seres vivos
Professor Francisco Borges
Disciplina: Ciências
Ano: 9º
Roteiro da aula:
• Iremos estudar nesta aula:
➢ Evolução dos seres vivos
➢ Ideias evolucionistas
➢ As ideias de Lamarck
➢ A Evolução biológica segundo Darwin
➢ A seleção natural
➢ O ancestral comum
➢ A Teoria sintética da evolução
Evolução dos seres vivos
A convicção de que as espécies de seres vivos se transformam ao longo do
tempo é relativamente nova na história da ciência. De que forma essa
transformação dos seres vivos ocorre?
Fixismo × evolucionismo
A evolução biológica é o processo em que as espécies de seres vivos se
modificam ao longo do tempo, podendo gerar novas espécies a partir de
espécies ancestrais.
A ideia de que as espécies podem se modificar é bastante antiga, mas sua
aceitação pelos estudiosos é relativamente recente. Até o século XIX,
predominava a crença de que os seres vivos existentes não passariam por
mudanças. Esse ponto de vista é conhecido como fixismo.
Evolução dos seres vivos
Outra ideia muito aceita há alguns séculos é a de que o mundo estava
organizado de acordo com uma escala, em que todos os seres – não apenas os
seres vivos – obedeciam a uma organização com crescente grau de
complexidade ou de perfeição. Essa ideia é conhecida como a grande cadeia
do ser.
Durante a Idade Média, a influência da Igreja católica na Europa determinava
a forma como a natureza era interpretada. Assim, os seres vivos teriam sido
criado por Deus da forma como os conhecemos, ou seja, nunca haviam
mudado.
Ideias evolucionistas
A descoberta cada vez mais frequente de fósseis, ou seja, vestígios de seres
vivos antigos, fez surgir, no século XVIII, a ideia de que as espécies podem ser
extintas. Os estudos comparando fósseis com espécies atualmente existentes
e a ideia de que a Terra poderia ser mais antiga do que se imaginava até então
tiveram um papel importante para o desenvolvimento das ideias
evolucionistas.
Ideias evolucionistas
Ilustração presente em um trabalho de anatomia comparada
desenvolvido pelo naturalista francês Georges Cuvier (1769-
1832). Nele, Cuvier compara fósseis e ossos de salamandra, de
um sapo e de um peixe.
As ideias de Lamarck
Um dos primeiros estudiosos a propor uma teoria evolucionista foi o
naturalista francês Jean Baptiste Pierre Antoine de Monet, cavaleiro de
Lamarck (1744-1829).
Para Lamarck, organismos muito simples se originariam por geração
espontânea, a partir de matéria não viva. Esses seres vivos sofreriam
mudanças inevitáveis, sempre com o aumento da complexidade do
organismo. Essas mudanças não ocorreriam ao acaso, mas com um propósito.
As ideias de Lamarck
Além disso, Lamarck acreditava que mudanças no organismo ocorreriam
como resposta a necessidades geradas pelas condições do ambiente. Por
exemplo, se uma ave habitasse um local com tendência a alagar, o uso
frequente das pernas para nadar provocaria o crescimento de uma membrana
entre os dedos, ou seja, o uso frequente de determinado órgão faria com que
este se desenvolvesse e aumentasse de tamanho. Já a falta de uso (desuso)
teria o efeito contrário, atrofiando o órgão. Esse princípio foi chamado de lei
do uso e do desuso.
As ideias de Lamarck
Lamarck também acreditava em uma ideia, bastante aceita em sua época,
conhecida como herança dos caracteres adquiridos. Segundo essa ideia,
uma característica adquirida pelo uso ou pelo desuso de uma parte do corpo
poderia ser transmitida às gerações seguintes.
Atualmente, as ideias de Lamarck não são aceitas pela maioria dos cientistas.
No entanto, no século XIX, elas foram citadas em trabalhos científicos por
muitos estudiosos, como Charles Darwin.
As ideias de Lamarck
De acordo com as ideias de Lamarck, as aves aquáticas, como os atobás (Sula leucogaster) (A), ao esticarem os dedos
durante a natação, acabaram adquirindo membranas entre eles. No caso do sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) (B), o
hábito de pousar em galhos teria feito com que seus dedos se recurvassem. O hábito da garça
(Casmerodius albus) (C) de pescar à beira d’água teria levado ao alongamento de seu pescoço.
A Evolução biológica segundo Darwin
Charles Robert Darwin (1809-1882) foi um
dos mais importantes estudiosos da
história ocidental. Sua teoria da evolução
ajudou a mudar a forma de entender e de
interpretar a natureza. Atualmente, todos
os estudos sobre os seres vivos e a
natureza baseiam-se nas ideias de Darwin.
A Evolução biológica segundo Darwin
Entre os anos 1831 e 1836, Darwin participou de uma viagem ao redor do
mundo a bordo do navio da Marinha Real Britânica HMS Beagle. A finalidade
da viagem era realizar estudos cartográficos da costa sul-americana. Ao
longo do percurso, Darwin acabou exercendo o papel de naturalista,
coletando muitos exemplares de plantas, animais e rochas e fazendo um
estudo bem detalhado das regiões visitadas. As observações feitas nessa
viagem contribuíram para que Darwin formulasse suas ideias acerca da
evolução dos seres vivos.
A Evolução biológica segundo Darwin
A Evolução biológica segundo Darwin
Um dos locais visitados pelo HMS Beagle foi o arquipélago de Galápagos,
localizado no litoral do Equador. Como em todos os lugares por onde passou,
Darwin fez observações e coletou exemplares de animais e vegetais.
Ao retornar à Inglaterra, em 1836, Darwin enviou as aves coletadas ao
ornitólogo John Gould (1804-1881), que examinou cada exemplar. As
observações que fez nas ilhas e os estudos feitos por Gould levaram Darwin a
perceber que, em certos grupos de pássaros, a forma dos bicos variava de
acordo com o tipo de alimento disponível na ilha que habitavam.
A seleção natural
Uma das obras que influenciaram Darwin na elaboração de sua teoria foi o
Ensaio sobre o princípio da população, do inglês Thomas Malthus (1766-
1834). Nesse livro, Malthus propõe que a produção de alimentos pela
humanidade seria insuficiente para alimentar todas as pessoas, pois a taxa
de crescimento da população seria muito maior que a taxa de crescimento da
produção de alimentos.
Darwin aplicou essa lógica às populações de animais na natureza: O que
aconteceria quando não houvesse alimento suficiente para um grupo de
seres vivos? Ele concluiu que ocorreria uma competição entre os indivíduos
por alimentos. O mesmo ocorreria em relação a outros recursos, como água,
espaço, etc.
A seleção natural
Mas como vencer a competição? Segundo Darwin, isso dependeria de o
indivíduo possuir características que o tornassem mais apto para conseguir
os recursos do ambiente. Assim, os indivíduos com visão mais aguçada para
localizar sua presa ou aqueles capazes de correr mais velozmente para
escapar dos predadores, por exemplo, conseguiriam sobreviver por mais
tempo e ter mais chance de se reproduzir, transmitindo suas características
a seus descendentes, caso elas sejam herdáveis.
Portanto, para Darwin, as condições do ambiente favoreceriam certos
indivíduos, isto é, os mais aptos a viver naquelas condições. Esse processo
foi chamado por Darwin de seleção natural. Veja o esquema a seguir.
A seleção natural
Esquema do processo de seleção
natural. (A) Em uma população
hipotética de besouros, existem
duas variedades: a verde, mais
comum, e a laranja. Uma espécie
de pássaro passa a ser comum no
ambiente onde habitam esses
besouros. Esses pássaros caçam,
preferencialmente, os besouros
verdes. Isso significa que agora,
nesse ambiente, os besouros
laranja são mais aptos a
sobreviver. Assim, com o passar do
tempo (B e C), os besouros laranja
se tornam a forma mais comum.
A seleção natural
Para a seleção natural ocorrer, é necessário que haja variabilidade entre os
indivíduos de uma população, ou seja, que existam diferenças entre eles. Os
indivíduos com variações herdáveis que os tornem mais aptos têm mais
chance de sobrevivênciae deixam mais descendentes para os quais
transmitem suas características.
Para Darwin, o acúmulo de variações em uma população, ao longo das
gerações, poderia gerar novas espécies a partir de um grupo ancestral
comum. Isso é o que se conhece como descendência com modificação.
O ancestral comum
Para Darwin, a partir de um primeiro ancestral, a evolução teria gerado todas
as espécies que já existiram e as que existem atualmente. E, ao longo da
evolução, um grupo de seres vivos, que são chamados de ancestrais
comuns, gerariam novas espécies. As espécies que se originam de um
mesmo ancestral comum apresentam um parentesco evolutivo.
Essa ideia pode ser representada por figuras conhecidas como árvores
evolutivas. Veja, a seguir, um exemplo de árvore evolutiva, que mostra a
relação de parentesco evolutivo entre os principais grupos de plantas.
O ancestral comum
Para muitos cientistas, o ancestral comum a todos os grupos de plantas atuais foi um grupo de
algas verdes. Dessa forma, todos os grupos de plantas apresentam, em maior ou menor grau, um
parentesco evolutivo.
A Teoria sintética da evolução
A teoria elaborada por Darwin não era, evidentemente, perfeita. Algumas das
ideias que ele apresentou são consideradas, atualmente, incorretas. Ele
acreditava, por exemplo, na herança dos caracteres adquiridos e utilizava
esse conceito para explicar, em parte, a origem da variabilidade entre
indivíduos da mesma espécie.
Ao longo do século XX, foram incorporadas à teoria de Darwin os
conhecimentos de genética, dando origem à teoria sintética da evolução.
Em linhas gerais, a teoria sintética da evolução foi capaz de estabelecer a
conexão entre os genes e o mecanismo da evolução por seleção natural.
A Teoria sintética da evolução
De acordo com a teoria sintética, alterações no material genético, como as
mutações, promovem a variabilidade entre organismos da mesma espécie.
Essa variabilidade está sujeita à ação da seleção natural.
Esquema do mecanismo de evolução biológica segundo a teoria sintética da evolução