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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 1 ÍNDICE Princípios Fundamentais ...................................................................................................................................2 Fundamentos da República Federativa do Brasil ..........................................................................................................2 eduardo892@live.com Texto tecleado Curso adquirido do site www.cartaaoleitor.com se você não comprou esse curso no site, não terá direito as atualizações e com certeza foi enganado. Código do cliente que comprou no site www.cartaaoleitor.com: PF452DH565 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 2 Princípios Fundamentais Os princípios constitucionais formam as bases em que está assentada a Constituição Federal bem como o próprio Estado Brasileiro. Ao iniciar o estudo dos Princípios fundamentais, gostaria de te informar que quando este tema é cobrado em prova, costuma-se trabalhar questões que explorem o conteúdo previsto nos artigos 1º ao 4º do texto constitucional. Logicamente que nestes artigos não estão elencados todos os princípios constitucionais, mas apenas os que estruturam a formação do Estado brasileiro e sua organização. Por isso, os princípios previstos nos artigos iniciais da Constituição são conhecidos como Princípios Fundamentais. Fundamentos da República Federativa do Brasil Dentre os Princípios Constitucionais mais importantes destacam-se os Fundamentos da Repú- blica Federativa do Brasil, os quais estão elencados no artigo 1º da Constituição Federal. → Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municí- pios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamen- tos: I – a soberania; II – a cidadania III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V – o pluralismo político. Façamos uma analise de cada um destes fundamentos para sua melhor compreensão. A Soberania é um fundamento que possui estreita relação com o Poder do Estado. É a capacidade que o Estado tem de impor sua vontade. Este princípio possui uma dupla acepção: soberania interna e externa. A Soberania interna é a capacidade de impor o poder estatal no âmbito interno, perante os administrados sem se sujeitar a qualquer outro poder. A Soberania Externa é percebida pelo reco- nhecimento dos outros Estados soberanos de que o Estado Brasileiro possui sua própria autonomia no âmbito internacional. A Cidadania como princípio revela a condição jurídica de quem é titular de Direitos Políticos. Ela permite ao indivíduo que possui vínculo jurídico com o estado participar de suas decisões e escolher seus representantes. O exercício da cidadania guarda estreita relação com a Democracia, pois esta autoriza a participação popular na formação da vontade estatal. A dignidade da pessoa humana é considerada o princípio com maior hierarquia axiológica da Constituição. Sua importância se traduz na medida em que deve ser assegurada, primordialmente pelo Estado, mas também deve ser observada nas relações particulares. Como fundamento, embasa toda a gama de direitos fundamentais os quais estão ligados em sua origem a este princípio. A dig- nidade da pessoa humana representa o núcleo mínimo de direitos e garantias os quais devem ser assegurados aos seres humanos. O valor social do trabalho e da livre iniciativa revela a adoção de uma economia capitalista ao mesmo tempo em que elege o trabalho como elemento responsável pela valorização social. Ao mesmo tempo em que a Constituição garante uma liberdade econômica, protege o trabalho como elemento relacionado à dignidade do indivíduo como membro da sociedade. O Pluralismo Político, ao contrário do que parece, não está relacionado apenas com a pluralidade de partidos políticos, devendo ser entendido sob um sentido mais amplo, pois, revela uma sociedade em que pluralidade de idéias se torna um ideal a ser preservado. Liberdades como de expressão, reli- giosa ou política estão entre as formas de manifestação deste principio. AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 3 Geralmente quando este tema é cobrado em prova, costuma ser questionado apenas o texto cons- titucional. Sugiro a memorização destes fundamentos a qual poderá ser facilitada com a seguinte seqüência de iniciais: SO CI DI VA PLU. TÓPICO ESQUEMATIZADO → Outro grupo de Princípios Constitucionais que costuma ser cobrado em prova é o dos Objetivos da República Federativa do Brasil, o qual está previsto no artigo 3º da Constituição Federal: → Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Os objetivos são verdadeiras metas a serem perseguidas pelo Estado com o fim de garantir os ditames constitucionais. Muito cuidado com estes dispositivos, pois eles costumam ser cobrados em prova fazendo-se alterações dos termos constitucionais. Costumo orientar os alunos a memoriza- rem as iniciais das primeiras palavras como forma de facilitar a memorização do artigo: CON GA ER PRO. Outra característica que distingue os fundamentos dos objetivos é o fato de os fundamentos serem nominados com substantivos enquanto que os objetivos se iniciam com verbos. Esta diferença pode te ajudar a perceber qual a resposta correta numa prova. TÓPICO ESQUEMATIZADO AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 4 → E por fim, temos os Princípios que regem as relações internacionais os quais estão previstos no artigo 4º da CF: → Art. 4º A República federativa do brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I – independência nacional; II – prevalência dos direitos humanos; III – autodeterminação dos povos; IV – não-intervenção; V – igualdade entre os Estados; VI – defesa da paz; VII – solução pacífica dos conflitos; VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X – concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Estes princípios revelam características muito interessantes do Brasil, ressaltando sua soberania e independência em relação aos outros Estados do mundo. A independência nacional destaca, no âmbito da soberania externa, a relação do país com os demais estados, uma relação de igualdade, sem estar subjugado a outro Estado. A prevalência dos direitos humanos vai ao encontro do fundamento da dignidade da pessoa humana, característica muito importante que se revela por meio do grande rol de direitos egarantias fundamentais previstos na Constituição Federal. O Brasil defende a autodeterminação dos povos. Por este princípio, respeitam-se as decisões e escolhas de cada povo. Entende-se que cada povo é capaz de escolher o seu próprio caminho político e de resolver suas crises internas sem necessidade de intervenção externa de outros países. Este prin- cípio se completa ao da não-intervenção no mesmo sentido de preservação e respeito à soberania dos demais Estados. Estes princípios se completam uns aos outros juntamente com o da igualdade entre os estados onde cada país é reconhecido como titular de soberania na mesma proporção que os demais, sem hierarquia entre eles. Com uma ampla gama de garantias constitucionais, não poderia ficar de lado a defesa da paz como princípio fundamental ao mesmo tempo em que funciona como bandeira defendida pelo Brasil em suas relações internacionais. No mesmo sentido, a solução pacífica dos conflitos revela o lado conciliador do governo brasileiro que por vezes intermedia relações conturbadas entre outros chefes de estado. O repúdio ao terrorismo e ao racismo são princípios decorrentes da dignidade da pessoa humana os quais são inaceitáveis em sociedades modernas e repudiadas pelo Brasil. O Estado Brasileiro tem se destacado na cooperação entre os povos para o progresso da huma- nidade, envolvendo-se em pesquisas científicas para cura de doenças bem como na defesa e preser- vação do meio-ambiente dentre outros. A concessão de asilo político como princípio constitucional fundamenta a decisão brasileira AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 5 de amparar estrangeiros que estejam sendo perseguidos em seus países por questões políticas ou de opinião. Como último destaque dos princípios que regem as relações internacionais, um mandamento para que a República Federativa do Brasil busque a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Veja que o texto constitucional mencionou América Latina, não América do Sul. Parece não haver muita diferença, mas este tema já foi cobrado em prova e a troca dos termos considerada errada. Inclusive foi perguntado uma vez em prova se esta comunidade não seria o MERCOSUL, o que logi- camente foi considerado errado pela banca. Para facilitar a memorização destes princípios também temos um macete: A IN DE NÃO CON PRE I RE CO S. EXERCÍCIOS 01. Julgue o item a seguir, a respeito da teoria dos princípios fundamentais na Constituição Federal de 1988 (CF). O pluralismo político traduz a liberdade de convicção filosófica e política, assegurando aos indi- víduos, além do engajamento pluripartidário, o direito de manifestação de forma apartidária. A respeito dos princípios fundamentais previstos na CF, julgue o item a seguir. 02. Ao implementar ações que visem reduzir as desigualdades sociais e regionais e garantir o de- senvolvimento nacional, os governos põem em prática objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil Certo ( ) Errado ( ) 03. De acordo com o art. 4º da Constituição Federal brasileira, é pricípio que rege o Brasil nas relações internacionais: “ a) O da democracia. b) O da concessão de asilo político. c) O pluralismo político. d) A cidadania e) O da integridade nacional. GABARITO 01 – CERTO 02 – CERTO 03 – B 1 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ÍNDICE Princípios Fundamentais �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2 Federação ���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2 Tripartição dos poderes ������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2 eduardo892@live.com Texto tecleado www.cartaaoleitor.com: PF452DH565 2 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. Princípios Fundamentais São estes princípios estruturantes que iniciaremos com você. Para começar, gostaria de te apresentar dois princípios fundamentais essenciais a este estudo: Princípio Federativo e o Princípio da Tripartição dos Poderes. Federação Esta é a Forma de Estado adotada no Brasil. A forma de Estado reflete o modo de exercício do poder político em função do território. É uma forma composta ou complexa visto que prevalece a pluralidade de poderes políticos internos. Está baseada na descentralização política do Estado cuja representa- ção se dá por meio de quatro entes federativos: ˃ União ˃ Estados ˃ Distrito Federal ˃ Municípios Cada ente federativo possui sua própria autonomia política o que não pode ser confundido com o atributo da soberania, este pertencente ao Estado Federal. A autonomia de cada ente confere-lhe a capacidade política de, inclusive criar sua própria Constituição. Apesar de cada ente federativo possuir esta independência, não se pode esquecer que a existên- cia do pacto federativo pressupõe a existência de uma Cons- tituição Federal e da impossibilidade de separação (Princípio da Indissolubilidade do vínculo federativo). Havendo quebra do pacto federativo, a Constituição Federal prevê como instru- mento de manutenção da forma de estado a chamada Interven- ção Federal a qual será estudada em momento oportuno. Não existe hierarquia entre os entes federativos. O que os distinguem uns dos outros é a competência que cada um recebeu da Constituição Federal. Deve-se ressaltar que, os Estados e o Distrito Federal possuem direito de participação na formação da vontade nacional ao possuírem representan- tes no Senado Federal. Caracteriza-se ainda, pela existência de um guardião da Constituição Federal, o Supremo Tribunal Federal. Como última observação, não menos importante, a Forma Federativa de Estado também é uma cláusula pétrea. Tripartição dos poderes Este princípio, também chamado de Princípio da Separa- ção dos Poderes originou-se, historicamente, numa tentativa de limitar os poderes do Estado. Alguns filósofos perceberam que se o Poder do Estado estivesse dividido entre três entidades diferentes, seria possível que a sociedade exercesse um maior controle de sua utilização. Foi aí que surgiu a idéia de se dividir o Poder do Estado em três poderes, cada qual, responsável pelo desenvolvimento de uma função principal do Estado: ˃ Poder Executivo – função principal (típica) de adminis- trar o Estado; ˃ Poder Legislativo – função principal (típica) de legislar e fiscalizar as contas públicas; ˃ Poder Judiciário – função principal (típica) jurisdicio- nal. Além da sua própria função, a Constituição criou uma sistemática que permite a cada um dos poderes o exercício da função do outro poder. A isso nós chamaremos de função atípica: ˃ Poder Executivo – função atípica de legislar e julgar; ˃ Poder Legislativo – função atípica de administrar e julgar; ˃ Poder Judiciário – função atípica de administrar e legislar. Desta forma, pode-se dizer que além da própria função, cada poder exercerá de forma acessória a função do outro poder. Uma pergunta sempre surge na cabeça dos estudantes e poderá aparecer emsua prova: qual dos três poderes é mais im- portante? A única resposta possível é a inexistência de poder mais im- portante. Cada poder possui sua própria função de forma que não se pode afirmar que exista hierarquia entre os poderes do estado. Eles são independentes e harmônicos entre si e para se garantir esta harmonia, a doutrina norte-americana desen- volveu um sistema que garante a igualdade entre os poderes: Sistema de Freios e Contrapesos (checks and balances). O sistema de freios e contrapesos adotado pela nossa Cons- tituição revela-se nas inúmeras medidas previstas no texto constitucional que condicionam a competência de um poder à apreciação de outro poder de forma a garantir o equilíbrio entre os três poderes. Abaixo listo alguns exemplos desta medida: ˃ A necessidade de sanção do Chefe do Poder Executivo para que um Projeto de Lei aprovado pelo Poder Legis- lativo possa entrar em vigor; ˃ O processo do Chefe do Poder Executivo por crime de responsabilidade a ser realizado no Senado Federal, cuja sessão de julgamento é presidida pelo Presidente do STF; ˃ A necessidade de apreciação pelo Poder Legislativo das Medidas Provisórias editadas pelo Chefe do Poder Exe- cutivo; ˃ A nomeação dos ministros do STF que é feita pelo Pre- sidente da República depois de aprovado pelo Senado Federal. Veja que em todas as hipóteses acima apresentadas se faz necessária a participação de mais de um Poder para a consecu- ção de um ato administrativo. Isto cria uma verdadeira relação de interdependência entre os poderes, o que garante o equilí- brio entre eles. Por último, não esqueça que a separação dos poderes é uma das cláusulas pétreas por força do artigo 60, § 4º, III da Constituição Federal. Significa dizer que a separação dos poderes não pode ser abolida do texto constitucional por meio de emenda: Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: III - a separação dos Poderes; EXERCÍCIOS 01. Acerca dos princípios fundamentais, julgue o item a seguir: O Brasil elegeu a República como forma de Estado. Certo ( ) Errado ( ) 02. Acerca dos princípios fundamentais, julgue o item a seguir: Em que pese a Federação Brasileira ser composta pela 3 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. União, estados-membros, Distrito Federal e municípios, é admitida a secessão deles. Certo ( ) Errado ( ) 03. Acerca dos princípios fundamentais, julgue o item a seguir: Com a promulgação da Emenda Constitucional n.º 73/2013, são considerados Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Tribunal de Contas. Certo ( ) Errado ( ) 04. No que se refere aos princípios fundamentais da Consti- tuição Federal de 1988 (CF), julgue o item seguinte. De acordo com o princípio federativo, os interesses dos entes federados não podem ser sobrepostos aos interesses da Federação, visto que o federalismo é baseado na relação de hie- rarquia entre o poder central, representado pela União, e as en- tidades que formam a Federação, representadas pelos estados e municípios. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO 01 - ERRADO 02 - ERRADO 03 - ERRADO 04 - ERRADO Anotações: __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 1 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação,inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ÍNDICE Princípios Constitucionais �����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2 Democracia�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2 Presidencialismo �����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2 eduardo892@live.com Texto tecleado www.cartaaoleitor.com: PF452DH565 2 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. Princípios Constitucionais Democracia Este princípio é o Regime de Governo (ou regime político) adotado no Brasil. Caracteriza-se pela existência do Estado Democrático de Direito e pela preservação da dignida- de da pessoa humana. A democracia significa o governo do povo, pelo povo e para o povo. É a chamada soberania popular. Sua fundamenta- ção constitucional encontra-se no artigo 1º da CF: Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Aqui, nós temos o arcabouço essencial do regime de governo. O povo dá origem ao poder estatal fundamentando a soberania popular. Este princípio é considerado princípio sensível e poderá ser exercido de forma direta e indireta. Por este motivo, a demo- cracia brasileira é conhecida como semi-direta ou participativa. Sua forma indireta se constitui na escolha de um represen- tante por meio de eleições. Já sua forma direta pode ser exercida por meio de plebis- cito (consulta popular realizada ANTES da decisão governa- mental), referendo (consulta popular realizada DEPOIS da decisão governamental) e iniciativa popular (por meio da qual um projeto de lei pode ser proposto pelos CIDADÃOS, respeitado os requisitos: 1% do eleitorado nacional, dividido em pelo menos 5 estados da federação sendo que em cada um deve haver pelo menos três décimos por cento dos eleitores). Outra forma de participação indireta está descrita no artigo 5º, é a Ação Popular. República O princípio Republicano representa a Forma de Governo adotada no Brasil. A forma de governo reflete o modo de aqui- sição e exercício do poder político além de medir a relação exis- tente entre o governante e o governado. A melhor forma de entender este instituto é conhecendo suas características. A primeira característica decorre da análise etimológica da palavra rés pública. Este termo que dá origem ao princípio ora estudado significa coisa pública, ou seja, num Estado republicano o governante cuida da coisa pública, governa para o povo. Numa república o governante é escolhido pelo povo. Esta é a chamada Eletividade. O poder político é adquirido pelas eleições cuja vontade popular se concretiza nas urnas. Em uma monarquia o poder é adquirido de forma hereditária, ou seja, ele passa de pai para filho. Outra característica importante é a Temporariedade. Este atributo revela o caráter temporário do exercício do poder político. Por causa deste princípio, em nosso Estado, o gover- nante permanece no poder por tempo certo, ou melhor, per- manece por quatro anos no poder sendo permitido apenas uma reeleição. Na monarquia o poder é vitalício. Em um Estado Republicano o governante pode ser res- ponsabilizado por seus atos. E por fim, em uma república o governante deve respeitar a Igualdade Formal no tratamento dos governados. Muito cuidado com este tema em prova. As bancas adoram dizer que o princípio republicano é uma cláusula pétrea, contudo, este princípio não se encontra listado no rol das cláusulas pétreas do artigo 60, § 4º da Constituição Federal. Contudo, segundo o STF esse princípio é considerado cláusula pétrea implícita. Além disso, a Constituição o considerou como princípio sensível. Princípios sensíveis são aqueles que se tocados, ense- jarão a chamada Intervenção Federal, conforme previsto no artigo 34, VII, a da Constituição: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios consti- tucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime demo- crático; Presidencialismo O Presidencialismo é o Sistema de Governo adotado no Brasil. O sistema de governo rege a relação entre o Poder Executivo e o Legislativo medindo o grau de dependência entre eles. No Presidencialismo prevalece a separação entre os Poderes Executivo e Legislativo os quais são independentes e harmônicos entre si. A Constituição declara que o Poder Executivo da União é exercido pelo Presidente da República auxiliado por seus Mi- nistros de Estado: Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. O Presidencialismo possui uma característica muito im- portante para sua prova, que é a concentração das funções exe- cutivas em uma só pessoa, no Presidente, o qual é eleito pelo povo, e exerce ao mesmo tempo três funções: Chefe de Estado, Chefe de Governo e Chefe da Administração Pública. A função de Chefe de Estado diz respeito a todas as atribui- ções do Presidente nas relações externas do País. Como Chefe de Governo o Presidente possui inúmeras atribuições internas, no que tange a governabilidade do país. Já como Chefe da Ad- ministração Pública o Presidente exercerá as funções relaciona- das com a chefia da Administração Pública Federal. Tópico Esquematizado EXERCÍCIOS 01. Todo o poder emana do povo, que o exerce unicamente por meio de representantes eleitos. Certo ( ) Errado ( ) 02. A respeito dos princípios fundamentais da CF, julgue o 3 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. item seguinte. A igualdade perante a lei, a periodicidade dos mandatos políticos e a responsabilidade dos mandatários são característi- cas do princípio republicano. Certo ( ) Errado ( ) 03. A respeito dos princípios fundamentais da CF, julgue o item seguinte. O princípio democrático é pertinente aos regimes po- líticos, evidenciado pela titularidade do poder estatal pelos cidadãos e exercido por meio da representação política, com o fim de atender interesses populares. Certo ( ) Errado ( ) 04. Em relação aos princípios fundamentais, julgue o item a seguir. Uma vez que o Brasil adotou o sistema presidencialista, as funções de chefe de Estado e de chefe de governo acumulam-se na figura do presidente da República, competindo-lhe, priva- tivamente, expedir decretos e regulamentos para fiel execução da lei. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO 01 - ERRADO 02 - CERTO 03 - CERTO 04 - CERTO Anotações: __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ _____________________________________________________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ 1 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ÍNDICE Organização do Estado ���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2 Princípio Federativo������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2 Criação de novos Estados, Territórios e Municípios ������������������������������������������������������������������������������������2 Vedações Constitucionais ���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3 2 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. Organização do Estado Princípio Federativo Para que possamos compreender a Organização do Estado Brasileiro, faz-se necessário, primeiramente, entendermos como se deu esta formação. A Forma de Estado adotada no Brasil é a FEDERATI- VA. Quando afirmamos que o nosso Estado é uma Federação, queremos dizer como se dá o exercício do poder político em função do território. Num Estado Federal existe pluralidade de poderes políticos internos os quais se organizam de forma descentralizada. No Brasil, são quatro estes poderes políticos, também chamados de entes federativos: ˃ União ˃ Estados ˃ Distrito Federal ˃ Municípios Esta organização é baseada na autonomia política de cada ente federativo. Cuidado com este tema em prova, pois, as bancas gostam de trocar autonomia por soberania. Cada ente possui sua própria autonomia enquanto que o Estado Federal possui a soberania. A autonomia de cada ente federativo se dá no âmbito político, financeiro, orçamentário, administrativo e qualquer outra área permitida pela Constituição Federal: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Cons- tituição. Como forma de visualizarmos a auto-organização dos entes federativos é possível verificar a existência dos poderes em cada um deles. No âmbito da união temos a presidência da república (poder executivo), o Congresso Nacional (poder le- gislativo) e os vários órgãos do poder judiciário. No âmbito dos estados temos os governadores (poder executivo), as Assem- bleias Legislativas (poder legislativo) e os Tribunais de Justiça (poder judiciário). Por fim, no que tange aos municípios temos o prefeito (poder executivo) e as câmaras de vereadores (poder legislativo). Notem que os municípios não possuem poder ju- diciário próprio. Aqui cabe uma ressalva sobre o Distrito Federal, esse ente federativo possui um governador (poder executivo ), uma Câmara Legislativa (poder legislativo) e um Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF). Porém o TJDF, bem como o Mi- nistério Público, é organizado e mantido pela União. Outras ressalvas importante nesse ponto são as caracterís- ticas do Distrito Federal. O DF não é município nem estado, ele é o ente federativo Distrito Federal e não pode ser dividido em municípios. Assim sendo, o DF é governado por um gover- nador e é dividido em regiões administrativas, uma delas sendo Brasília, a capital federal (definição jurídica da CF). Deve-se destacar, inclusive, que o pacto federativo sobrevi- ve em torno da Constituição Federal que impede sua dissolu- ção sob pena de se decretar Intervenção Federal: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; A proibição de secessão que impede a separação de um ente federativo, também é conhecida como Princípio da Indissolu- bilidade. Outro ponto muito cobrado em prova diz respeito à ine- xistência de hierarquia entre os entes federativos. O que dis- tingue um ente federativo do outro não é a superioridade, mas a distribuição de competências feita pela própria Constituição Federal. Não se deve esquecer também que as Unidades da Fe- deração possuem representação junto ao Poder Legislativo da União, mais precisamente, no Senado Federal. → Emrazão desta organização completamente diferencia- da, a doutrina classifica a federação brasileira de várias formas: ˃ Centrífuga – esta característica reflete a formação da fe- deração brasileira. É a formação “de dentro para fora”. O movimento é de centrifugadora. A força de criação do estado federal brasileiro surgiu a partir de um Estado Unitário para a criação de um estado federado, ou seja, o poder centralizado que se torna descentralizado. O poder político era concentrado nas mãos de um só ente e depois passa a fazer parte de vários entes federativos; ˃ Por desagregação – ocorre quando um estado unitário resolve se descentralizar politicamente desagregando o poder central em favor de vários entes titulares de poder político. ˃ Tricotômica – federação constituída em três níveis: federal, estadual e municipal. O Distrito Federal não é considerado nesta classificação haja vista possuir com- petência hibrida, agindo tanto como um Estado quanto como Município; Mais uma característica que não pode ser ignorada em prova: a Forma Federativa de Estado é uma cláusula pétrea conforme dispõe o artigo 60, § 4º, I: Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; Criação de novos Estados, Territórios e Municípios Um tema que não cai muito em prova.... DESPEN- CAAAAA, é a possibilidade de criação de novos Estados e Ter- ritórios. Segundo o artigo 18, § 3º: Art. 18, § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Assim, temos que, para a criação de Territórios e Estados, os requisitos são: primeiramente realiza-se um Plebiscito (consulta popular), com a população diretamente relacionada caso o povo aprove a criação o Congresso Nacional deve votar uma LEI COMPLEMENTAR FEDERAL. A Constituição prevê ainda a oitiva das Assembleias Legis- lativas envolvidas na modificação: Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presi- dente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas; Analisaremos a seguir as regras de criação: Art. 18, § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, 3 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante apro- vação da população diretamente interessada, através de plebisci- to, e do Congresso Nacional, por lei complementar. § 4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramen- to de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municí- pios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Mu- nicipal, apresentados e publicados na forma da lei. A Constituição permite que sejam criados novos municí- pios conforme as regras estabelecidas no artigo 18, § 4º: Art. 18, § 4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmem- bramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e depen- derão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabili- dade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Perceba que as regras são um pouco diferentes das neces- sárias para a criação de Estados. Primeira coisa que deve ser lembrada é que a criação será por Lei Ordinária Estadual desde que haja autorização emanada de Lei Complementar Federal. As populações diretamente envolvidas na modificação devem ser consultadas por meio de plebiscito. E por último, não se pode esquecer a exigência de Estudo de Viabilidade Munici- pal. Para sua prova, memorize estas condições. Um fato curioso é que apesar de não existir ainda uma Lei Complementar Federal autorizando o período de criação de Municípios, vários Municípios foram criados na vigência Constituição Federal o que obrigou o Congresso Nacional a aprovar a Emenda Constitucional nº 57/2008 que acrescentou o artigo 96 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitó- rias (ADCT) convalidando a criação dos Municípios até 31 de dezembro de 2006: Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incor- poração e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. Vedações Constitucionais A Constituição Federal fez questão de estabelecer algumas vedações expressas aos entes federativos, as quais estão previs- tas no artigo 19: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. A primeira vedação decorre da laicidade do Estado brasilei- ro, ou seja, não possuímos religião oficial no Brasil em razão da situação de separação entre Estado e Igreja. A segunda vedação decorre da presunção de veracidade dos documentos públicos. E por último, contemplando o principio da isonomia, o qual será tratado em momento oportuno, fica vedado estabelecer distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Muni- cípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Perceba que as regras são um pouco diferentes das neces- sárias para a criação de Estados. Primeira coisa que deve ser lembrada é que a criação será por Lei Ordinária Estadual desde que haja autorização emanada de Lei Complementar Federal. As populações diretamente envolvidas na modificação devem ser consultadas por meio de plebiscito. E por último, não se pode esquecer a exigência de Estudo de Viabilidade Munici- pal. Para sua prova, memorize estas condições. EXERCÍCIOS 01. Julgue o item a seguir, relativo ao Estado Federal brasi- leiro. A ordem constitucional brasileira não admite o chamado direito de secessão, que possibilita que os estados, o Distrito Federal e os municípios se separem do Estado Federal, prete- rindo suas respectivas autonomias, para formar centros inde- pendentes de poder. Certo ( ) Errado ( ) 02. A respeito da organização políti- co-administrativa do Estado, julgue o item subsequente. Os estados podem incorporar-se entre si, subdividir- se ou desmembrar- se para se anexarem a outros, ou formarem novos estados ou territórios federais, mediante aprovação da popu- lação diretamente interessada, por meio de plebiscito, ficando dispensada a atuação do Congresso Nacional. Certo ( ) Errado ( ) 03. Com relação à organização político-administrativa do Estado brasileiro, julgue o próximo item. Recusar fé aos documentos públicos inclui-se entre as vedações constitucionais de natureza federativa. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO 01 - CERTO 02 - ERRADO 03- CERTO Anotações: ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ ___________________________________________ CONTEÚDO PROGRAMÁTICO AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 1 ÍNDICE Competências dos Entes Federativos ................................................................................................................2 eduardo892@live.com Texto tecleado www.cartaaoleitor.com: PF452DH565 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 2 Competências dos Entes Federativos Como nós já estudamos, entre os entes federativos não existe hierarquia. Mas o que diferencia um ente federativo do outro? A diferença está na distribuição das competências pela Constituição. Cada ente federativo possui sua parcela de responsabilidades estabelecidas dentro da Constituição Federal. Para a fixação destas competências, a Constituição fez uso do princípio da predominância de interesse. Este princípio define a abrangência das competências de cada ente com base na predomi- nância de interesse. Para a União, em regra, foram previstas competências de interesse geral, de toda a coletividade. Para os Estados, a Constituição reservou competências de interesse regional. Aos Municípios competências de interesse local. E por fim, ao Distrito Federal, foram reservadas compe- tências de interesse local e regional, razão pela qual a doutrina chama de competência hibrida. → As competências são classificadas em dois tipos: ˃ Competências Materiais ou Administrativas ˃ Competências Legislativas As competências materiais ou administrativas são aquelas que prevêem ações a serem desempe- nhadas pelos entes federativos. As competências legislativas estão relacionadas com a capacidade que um ente federativo possui de cria leis, inovar o ordenamento jurídico. Primeiramente, vamos analisar as competências administrativas de todos os entes federativos. Comecemos pela União. A União possui duas formas de competências materiais: Exclusiva e Comum. As competências exclusivas estão previstas no artigo 21 da Constituição Federal: Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII - emitir moeda; VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, espe- cialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomu- nicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regula- dor e outros aspectos institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 3 c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão; XVII - conceder anistia; XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisóto- pos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma as- sociativa. Essas competências são exclusivas, pois a União exclui a possibilidade de outro ente federativo realizá-la. Por isso dizemos que são indelegáveis. Só a União pode fazer. A outra competência material da União é a comum. Ela é comum a todos os entes federativos, União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Veja o que diz o artigo 23: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guardada Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 4 monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor his- tórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Agora, vejamos as competências materiais dos Estados. A primeira nós já falamos, é a competên- cia comum prevista no artigo 23 analisada anteriormente. Os Estados também possuem a chamada competência residual, reservada ou remanescente. Está prevista no artigo 25, § 1º onde prevê que estão reservadas aos estados as competências que não lhe sejam vedadas pela Constituição. Isto significa dizer que os Estados poderão fazer tudo àquilo que não for competência da União ou do Município: Art. 25, § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constitui- ção. Em relação às competências administrativas dos Municípios a Constituição previu duas espécies: Comum e Exclusiva. A competência comum está prevista no artigo 23 e já foi vista anteriormente. A competência exclusiva está no artigo 30, III a IX da Constituição: Art. 30. Compete aos Municípios: III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fisca- lizadora federal e estadual. E por fim, no âmbito das competências administrativas, temos as competências do Distrito Federal que são chamadas de híbridas. O DF pode fazer tudo o que for de competência dos Estados ou dos Municípios. AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 5 Vejamos agora as competências legislativas de cada ente federativo. Primeiramente, no que diz respeito às competências legislativas da União, estas podem ser Privativas ou Concorrentes. As competências privativas da União estão previstas no artigo 22 da Constituição Federal e possui como característica principal a possibilidade de delegação mediante Lei Complementar aos Estados: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II - desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; V - serviço postal; VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; VIII - comércio exterior e interestadual; IX - diretrizes da política nacional de transportes; X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XI - trânsito e transporte; XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; XIV - populações indígenas; XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes; XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; XX - sistemas de consórcios e sorteios; XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares; XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; XXIII - seguridade social; XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; XXV - registros públicos; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obede- cido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; XXIX - propaganda comercial. Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 6 As competências concorrentes, previstas no artigo 24 da Constituição, podem ser exercidas de forma concorrentes pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal. Atenção: Município não possui competência concorrente!!! Vejamos o que diz o citado artigo: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II - orçamento; III - juntas comerciais; IV - custas dos serviços forenses; V - produção e consumo; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII -responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artís- tico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IX - educação, cultura, ensino e desporto; X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matéria processual; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; XV - proteção à infância e à juventude; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. No âmbito das competências concorrentes, algumas regras são fundamentais para a sua prova. Aqui a participação da União é no sentido de fixar normas gerais ficando os Estados com a compe- tência de suplementar a legislação federal. Caso a União não legisle sobre determinada matéria de competência concorrente, nasce para o Estado o direito de legislar de forma plena sobre a matéria. Contudo, resolvendo a União legislar sobre matéria já regulada pelo Estado, a lei estadual ficará com sua eficácia suspensa pela lei federal nos pontos discordantes. Cuidado com este último ponto. Não ocorre revogação da lei estadual pela lei federal haja vista não existir hierarquia entre leis de entes federativos distintos. O que ocorre, como bem explicitou a Constituição Federal, é a suspensão da eficácia. Quanto às competências dos Estados, podemos encontrar as seguintes espécies: residual, por de- legação da União, concorrente suplementar e expressa. A competência residual dos Estados é também chamada de competência remanescente ou re- servada. Está prevista no artigo 25, § 1º onde se prevê que aos Estados serão reservadas todas as competências que não sejam previstas a União ou aos Municípios. Lembre-se que este dispositivo fundamenta tanto as competências materiais quanto as legislativas: Art. 25, § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constitui- ção. AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 7 Outra competência dos Estados é a por delegação da União que decorre da possibilidade de serem delegadas as competências privativas da União mediante Lei Complementar. Encontra-se prevista no artigo 22, Parágrafo Único: Art. 22, Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões especí- ficas das matérias relacionadas neste artigo. Temos ainda as competências concorrentes suplementares previstas no artigo 24, § 2º da CF. Estas suplementam a competência legislativa da União no âmbito das competências concorrentes permitindo, inclusive, que os Estados legislem de forma plena quando não existir lei federa sobre o assunto: Art. 24, § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple- mentar dos Estados. § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. E por último, temos as competências expressas dos Estados, as quais podem ser encontradas nos artigos 18, § 4º e 25, §§ 2º e 3º da Constituição Federal: Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Art. 25, § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canali- zado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organi- zação, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Para os Municípios a constituição previu dois tipos de competência legislativa: exclusiva e suple- mentar. A legislativa exclusiva dos Municípios está prevista no artigo 30, I o qual prevê que o Municípios possuem competência para legislar sobre assuntos de interesse local: Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; A competência legislativa suplementar está prevista no artigo 30, II, o qual permite aos Municí- pios legislar de forma suplementar a Legislação Federal e Estadual: Art. 30. Compete aos Municípios: II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; Por fim nós temos a competência legislativa do Distrito Federal que, conforme já dito, é híbrida, per- mitindo ao DF legislar sobre as matérias de competência dos Estados e dos Municípios. Apesar desta com- petência ampla, a Constituição resolveu estabelecer algumas limitações a sua autonomia legislativa ex- cluindo algumas matérias de sua competência. Segundo o artigo 21, XIII e XIV da CF, o Distrito Federal não possui competência para organizar e legislar sobre alguns dos seus órgãos: Poder Judiciário, Ministé- rio Público, Defensoria Pública, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Civil. Art. 21. Compete à União:* XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; Diante deste estudo, algumas conclusões são muito úteis para prova: AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 8 Não confunda as competências Exclusivas com as Privativas da União. Competência Exclusiva é administrativa e indelegável. Competência privativa é legislativa e delegável; Não confunda as competências Comuns com as Concorrentes. Competência comum é comum a todos os entes e é administrativa. Competência concorrente é só para União, Estados e o DF além de ser legislativa. Município tem competência comum, mas não tem concorrente; Casadinhas que mais caem em prova: As bancas gostam de confundir as competências Concor- rentes com as Privativas bem como as Competências Exclusivas com as Comuns. Tenha cuidado! As questões de prova acerca deste tema dependem de uma grande capacidade de memorização por parte do aluno. Minha sugestão é: estude as competências dos entes federativos na semana da prova de forma que a informação fique na sua memória recente e possa ser resgatada com mais faci- lidade no momento da prova. TÓPICO ESQUEMATIZADO Competências Administrativas (Materiais) Competências Legislativas UNIÃO Exclusiva (art. 21) Comum (art. 23) Privativa (art. 22) Concorrente (art. 24) ESTADOS Comum (art. 23) Residual, reserva- da, remanescente (art. 25, §1º) Concorrente suple- mentar (art. 24) Residual, reservada, remanescente (art. 25, § 1º) Por delegaçãoda União (art. 22, § U) Expressos (art. 25, § 2º e 3º) MUNICÍ- PIOS Comum (art. 23) Exclusiva (art. 30, III-IX) Exclusiva (art. 30, I) Suplementar ao Estado (art. 30, II) DISTRITO FEDERAL Competência hibrida (Estados e Municípios) Competência hibrida (Estados e Municí- pios) EXERCÍCIOS 01. Compete privativamente à União legislar sobre a) Juntas comerciais. b) Custas dos serviços forenses c) Serviço postal. d) Direito tributário. e) Produção e consumo. 02. A respeito da organização político-administrativa do Estado, julgue o item a seguir. Cabe à União a organização e a manutenção do Poder Judiciário e do Ministério Público do Distrito Federal. Certo ( ) Errado ( ) 03. A respeito do Ministério Público e da defensoria pública, julgue o item seguinte. Organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal são competências da União. Certo ( ) Errado ( ) 04. De acordo com a Carta Magna, no âmbito da competência legislativa concorrente, a compe- tência da União limitar-se- á a estabelecer normas gerais. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiarida- des. Nesse contexto, é correto afirmar que a superveniência de lei federal sobre normas gerais* a) Revogará, na íntegra, a lei estadual. AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 9 b) Revogará a lei estadual apenas no que não lhe for contrário. c) Suspenderá, na íntegra, a eficácia da lei estadual. d) Suspenderá a eficácia da lei estadual apenas no que lhe for contrário. e) Manterá a eficácia da lei estadual, ainda que esta contrarie dispositivos da lei federal, tendo em vista a independência entre os entes federativos. GABARITO 01 - C 02 - C 03 - E 04 - D eduardo892@live.com Texto tecleado www.cartaaoleitor.com: PF452DH565
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