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Controle Ambiental

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Prévia do material em texto

Série química
CONTROLE 
AMBIENTAL 
APLICADO
Série química
CONTROLE 
AMBIENTAL 
APLICADO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente 
SENAI – Departamento Nacional
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor Geral
Gustavo Leal Sales Filho
Diretor de Operações
Série química
CONTROLE 
AMBIENTAL 
APLICADO
SENAI 
Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial 
Departamento Nacional
Sede 
Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto 
Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001 
Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
© 2016. SENAI – Departamento Nacional
© 2016. SENAI – Departamento Regional da Bahia
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, 
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela Equipe de Inovação e Tecnologias Educacionais do 
SENAI da Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada 
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
SENAI Departamento Nacional 
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
SENAI Departamento Regional da Bahia 
Inovação e Tecnologias Educacionais – ITED
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c
 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
 Controle ambiental aplicado / Serviço Nacional de Aprendizagem 
 Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional da Bahia. - 
 Brasília: SENAI/DN, 2016.
 174 p.: il. - (Série Química).
 ISBN 978-85-505-0184-0
 1. Processos – Indústria – Impacto ambiental. 2. Meio ambiente – Legislação. 
 3. Tecnologia ambiental. 4. Gestão ambiental. I. Serviço Nacional de 
 Aprendizagem Industrial. II. Departamento Nacional. III. Departamento Regional da 
 Bahia. IV. Controle ambiental aplicado. V. Série Química.
 CDU: 547
Lista de ilustrações
Figura 1 - Impacto ambiental do rompimento da barragem da Samarco em Mariana - MG ...............19
Figura 2 - Processo industrial .......................................................................................................................................20
Figura 3 - Conceito de perigo e risco ........................................................................................................................21
Figura 4 - Exemplo de perigo e risco .........................................................................................................................22
Figura 5 - Classificação de riscos e impactos..........................................................................................................24
Figura 6 - Pensamento de preventivo ......................................................................................................................26
Figura 7 - Explosão da plataforma da British Petroleum ....................................................................................30
Figura 8 - Caldeira de vapor .........................................................................................................................................31
Figura 9 - Aspecto ambiental da atividade de geração de vapor ...................................................................31
Figura 10 - Acidente com o césio-137 ......................................................................................................................37
Figura 11 - Legislação ambiental ................................................................................................................................38
Figura 12 - Estrutura do SISNAMA..............................................................................................................................39
Figura 13 - Fluxo geral do licenciamento ambiental ...........................................................................................43
Figura 14 - Licenças ambientais ..................................................................................................................................43
Figura 15 - Modelo de certificado de regularidade de pessoa jurídica ........................................................45
Figura 16 - Esquema de entradas e saídas do processo industrial .................................................................53
Figura 17 - Características dos resíduos ...................................................................................................................55
Figura 18 - Classificação dos resíduos sólidos, segundo NBR 10004 .............................................................56
Figura 19 - Segregação de resíduos ..........................................................................................................................58
Figura 20 - Cores-padrão para a coleta seletiva - CONAMA n° 275/2001 ....................................................58
Figura 21 - Exemplo de acondicionadores de resíduos sólidos ......................................................................59
Figura 22 - Exemplos de acondicionamento a granel ........................................................................................60
Figura 23 - Exemplo de área de armazenamento de resíduos ........................................................................61
Figura 24 - Exemplos de veículos para transporte de resíduos perigosos ..................................................62
Figura 25 - Princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos para a correta destinação de 
 resíduos .........................................................................................................................................................62
Figura 26 - Centrífuga .....................................................................................................................................................64
Figura 27 - Filtro-prensa .................................................................................................................................................64
Figura 28 - Leito de secagem .......................................................................................................................................65
Figura 29 - Lodo seco por sistema de leito de secagem ....................................................................................65
Figura 30 - Pátio de compostagem ...........................................................................................................................67
Figura 31 - Sistema de landfarming – perspectiva superior .............................................................................67
Figura 32 - Típico fluxo do processo de incineração ...........................................................................................68
Figura 33 - Esquema do processo de pirólise ........................................................................................................69
Figura 34 - Esquema do processo de plasma térmico ........................................................................................70
Figura 35 - Gradeamento ..............................................................................................................................................71
Figura 36 - Lagoa de estabilização .............................................................................................................................73
Figura 37 - Lodos ativados por ar pressurizado ....................................................................................................74Figura 38 - Digestor anaeróbio de fluxo ascendente ..........................................................................................74
Figura 39 - Filtro manga .................................................................................................................................................75
Figura 40 - Torre absorvedora com recheios ..........................................................................................................76
Figura 41 - Precipitador eletrostático por via seca ...............................................................................................76
Figura 42 - Aterro sanitário ...........................................................................................................................................77
Figura 43 - Poluição atmosférica ................................................................................................................................83
Figura 44 - Tecnologias de controle e de prevenção ...........................................................................................84
Figura 45 - Química Verde .............................................................................................................................................85
Figura 46 - Tecnologias residenciais para redução do consumo de água ...................................................87
Figura 47 - Consumo de água na indústria química ...........................................................................................88
Figura 48 - Captação de água da chuva ...................................................................................................................90
Figura 49 - Consumo de energia na indústria química ......................................................................................90
Figura 50 - Pilares do desenvolvimento sustentável ...........................................................................................96
Figura 51 - A norma ISO 14001:2015 ajuda a orientar a empresa no alcance da melhoria do seu 
 desempenho ..............................................................................................................................................96
Figura 52 - Logomarcas da ISO e ABNT ....................................................................................................................97
Figura 53 - Classificação da série de normas ISO14000 .....................................................................................98
Figura 54 - Auditoria ambiental ..................................................................................................................................99
Figura 55 - Ciclo PDCA ................................................................................................................................................. 102
Figura 56 - Relação entre o Ciclo PDCA e a estrutura da ISO14001 ............................................................ 103
Figura 57 - Cláusula 4 ................................................................................................................................................... 105
Figura 58 - Matriz FOFA ............................................................................................................................................... 105
Figura 59 - Cláusula 5 ................................................................................................................................................... 106
Figura 60 - Exemplo de política ............................................................................................................................... 107
Figura 61 - Cláusula 6 ................................................................................................................................................... 109
Figura 62 - Risco e oportunidade ............................................................................................................................ 109
Figura 63 - Aspectos ambientais de uma indústria .......................................................................................... 111
Figura 64 - Fluxo do item de requisitos legais .................................................................................................... 112
Figura 65 - Cláusula 7 ................................................................................................................................................... 113
Figura 66 - Fluxo de controle de informação documentada ......................................................................... 116
Figura 67 - Cláusula 8 ................................................................................................................................................... 117
Figura 68 - Rompimento da barragem de rejeito da Samarco ..................................................................... 118
Figura 69 - Cláusula 9 ................................................................................................................................................... 118
Figura 70 - Exemplo de monitoramento anual de indicadores .................................................................... 119
Figura 71 - Reunião de análise crítica .................................................................................................................... 120
Figura 72 - Cláusula 10 ................................................................................................................................................ 121
Figura 73 - Problemas ambientais .......................................................................................................................... 126
Figura 74 - Responsabilidade socioambiental .................................................................................................. 127
Figura 75 - Empresas e a responsabilidade socioambiental ........................................................................ 127
Figura 76 - Empresas e Meio Ambiente ............................................................................................................... 128
Figura 77 - Uso racional dos recursos .................................................................................................................... 130
Figura 78 - Ambiente saudável ................................................................................................................................ 131
Figura 79 - Desenvolvimento sustentável ............................................................................................................ 132
Figura 80 - Trabalho em equipe ............................................................................................................................... 137
Quadro 1 - Matriz curricular ...........................................................................................................................................14
Quadro 2 - Aspecto X impacto .....................................................................................................................................33
Quadro 3 - Principais leis ambientais brasileiras ....................................................................................................48
Quadro 4 - Tipos de resíduos.........................................................................................................................................54
Quadro 5 - Termos de SGA .......................................................................................................................................... 101
Quadro 6 - Responsabilidades ambientais – exemplo ..................................................................................... 108
Quadro 7 - Exemplos de Aspecto Ambiental x Impacto Ambiental ............................................................ 111
Quadro 8 - Relação Objetivo x Meta x Indicador ................................................................................................113
Figura 81 - Gestão da qualidade .............................................................................................................................. 138
Figura 82 - Programa 5S .............................................................................................................................................. 139
Figura 83 - Qualidade de vida................................................................................................................................... 142
Figura 84 - Responsabilidade social ....................................................................................................................... 143
Figura 85 - 3ª Conferência das partes da convenção das Nações Unidas ............................................... 148
Figura 86 - Emissões de Gases de Efeito Estufa do Brasil em 2010 ............................................................. 149
Figura 87 - Impactos ambientais industriais ....................................................................................................... 152
Figura 88 - Depósito inadequado de resíduos químicos ................................................................................ 153
Figura 89 - Ciclo PDCA ................................................................................................................................................. 154
Figura 90 - Método PDCA de manutenção de melhoria ................................................................................. 155
Sumário
1 Introdução ........................................................................................................................................................................13
2 Riscos processuais e ambientais em processos industriais ...........................................................................19
2.1 Conceito ..........................................................................................................................................................20
2.1.1 Processos industriais ................................................................................................................20
2.1.2 Riscos .............................................................................................................................................21
2.1.3 Riscos de processos .................................................................................................................22
2.1.4 Riscos ambientais .....................................................................................................................23
2.2 Classificação ..................................................................................................................................................24
2.3 Prevenção .......................................................................................................................................................26
3 Aspectos e impactos ambientais .............................................................................................................................29
3.1 Conceito ..........................................................................................................................................................30
3.1.1 Aspectos ambientais................................................................................................................30
3.1.2 Impactos ambientais ...............................................................................................................32
4 Legislações e normas ambientais vigentes ..........................................................................................................37
4.1 Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA, 1981) .......................................................................38
4.1.1 Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) ..........................................................38
4.1.2 Objetivos e instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) ........40
4.1.3 Licenciamento ambiental ......................................................................................................42
4.1.4 Cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais ................................................................................45
4.2 Crimes ambientais (lei n° 9.605 de 1998) ............................................................................................46
4.3 Outras leis ambientais ...............................................................................................................................47
5 Resíduos do processo industrial ..............................................................................................................................53
5.1 Tipos .................................................................................................................................................................54
5.2 Características ...............................................................................................................................................55
5.3 Classificação ..................................................................................................................................................56
5.4 Gerenciamento ............................................................................................................................................57
5.4.1 Segregação ..................................................................................................................................57
5.4.2 Acondicionamento ...................................................................................................................59
5.4.3 Armazenamento........................................................................................................................60
5.4.4 Transporte interno e externo ................................................................................................61
5.4.5 Destinação ...................................................................................................................................62
6 Novas tecnologias no controle ambiental ............................................................................................................83
6.1 Química verde ..............................................................................................................................................85
6.2 Consumo de água .......................................................................................................................................87
6.3 Consumo de energia ..................................................................................................................................90
7 Sistema de gestão ambiental ....................................................................................................................................95
7.1 Conceitos .......................................................................................................................................................97
7.1.1 Normas técnicas ........................................................................................................................97
7.1.2 Termos e definições ............................................................................................................... 100
7.1.3 Ciclo do PDCA ......................................................................................................................... 102
7.2 Requisitos do sistema de gestão ambiental ................................................................................... 104
7.2.1 Contexto da organização .................................................................................................... 104
7.2.2 Liderança ...................................................................................................................................106
7.2.3 Planejamento .......................................................................................................................... 108
7.2.4 Apoio .......................................................................................................................................... 113
7.2.5 Operações ................................................................................................................................. 117
7.2.6 Avaliação de desempenho ................................................................................................. 118
7.2.7 Melhoria .................................................................................................................................... 121
8 Meio Ambiente, Saúde e Segurança ................................................................................................................... 125
8.1 Responsabilidades socioambientais ................................................................................................ 127
8.2 Ações educativas ..................................................................................................................................... 129
8.3 Uso racional de recursos ....................................................................................................................... 131
8.4 Riscos ambientais à saúde e à segurança ........................................................................................ 133
9 Organização do trabalho ......................................................................................................................................... 137
9.1 Higiene e limpeza no local de trabalho ........................................................................................... 138
9.2 Sensibilização ambiental ...................................................................................................................... 140
9.3 Qualidade de vida .................................................................................................................................... 142
10 Ferramentas de qualidade .................................................................................................................................... 147
10.1 Meta de Produção x Impacto Ambiental ...................................................................................... 148
10.2 Indicadores de impacto ambiental ................................................................................................. 152
10.3 Tratamento de melhorias .................................................................................................................... 154
Referências ........................................................................................................................................................................ 159
Minicurrículo dos autores ........................................................................................................................................... 167
Índice .................................................................................................................................................................................. 171
Introdução
1
Prezado (a) aluno (a),
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) apre-
senta o Livro didático de Controle Ambiental Aplicado. 
Este livro tem como objetivo desenvolver capacidades técnicas e científicas relativas ao 
controle ambiental no processo industrial, bem como, capacidades sociais, organizativas e me-
todológicas, de acordo com a atuação do técnico em química no mundo do trabalho. 
Nos capítulos a seguir, veremos conceitos, legislações e procedimentos, tendo em vista o 
controle ambiental necessário ao desenvolvimento das competências específicas para forma-
ção do técnico em Química, uma vez que, em sua atuação, será necessário contribuir para a 
sustentabilidade ambiental.
Iniciaremos os estudos destacando os conceitos dos riscos processuais e ambientais no 
processo industrial, explicitando também os métodos e técnicas de prevenção. Em seguida, 
trataremos dos aspectos e impactos ambientais além de conhecer as legislações e normas am-
bientais vigentes. Além desses conhecimentos, você verá no capítulo seguinte, características 
e estratégias de gerenciamento dos resíduos do processo industrial, estudará as novas tecno-
logias no controle ambiental e em seguida conhecerá os conceitos e aplicações do Sistema de 
Gestão ambiental (SGA). Meio ambiente, saúde e segurança, organização do trabalho e ferra-
mentas da qualidade também serão conhecimentos contemplados nesse livro, com o objetivo 
de fornecer conhecimentos necessários à sua formação. 
Controle ambiental apliCado14
Veja a seguir a matriz curricular do curso. Em destaque, a unidade curricular referente a este livro.
Técnico Química
CARGA
HORÁRIA
DO MÓDULO
CARGA
HORÁRIA
UNIDADE CURRICULARMÓDULOS
• Linguagem e Comunicação
Básico 300h
300h
200h
1.200h
40h
• Fundamentos Físicos,
Químicos e Biológicos 150h
• Fundamentos das Técnicas
Laboratoriais 60h
• Fundamentos a Processos Químicos 50h
160h
80h
60h
60h
40h
100h
Total
Específico II
• Operação de Processos Químicos
• Controle de Processos Químicos
• Controle Ambiental Aplicado
400h
150h
160h
50h
Específico I
• Química Aplicada e Processos 
Químicos
• Análises Químicas
• Análises Instrumentais
40h• Análises Microbiológicas
Específico III
• Gestão da Produção
• Gestão de Pessoas
• Desenvolvimento de Projetos
Quadro 1 - Matriz curricular
Fonte: SENAI DN, 2014.
 1 INTRODUÇÃO 15
Os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver: 
CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS
a) Demonstrar atitude proativa em questões socioambientais, de saúde e segurança;
b) Demonstrar organização no ambiente de trabalho para controle ambiental do processo químico 
industrial;
c) Utilizar ferramentas da qualidade no controle do processo ambiental químico.
CAPACIDADES TÉCNICAS
a) Identificar legislação, procedimentos e normas técnicas ambientais de descartes de resíduos; 
b) Identificar tipos, características e classes de resíduos gerados no processo industrial; 
c) Consultar normas e procedimentos para descartes dos resíduos industriais; 
d) Aplicar técnicas e procedimentos de manipulação e armazenamento (segregação, acondiciona-
mento, transporte, etc.) adequado de resíduos para descarte; 
e) Rotular recipientes em que serão armazenados os resíduos, conforme sua classe; 
f) Utilizar normas de segurança e ambientais para tratamento de resíduos; 
g) Identificar aspectos e impactos ambientais dos processos industriais; 
h) Identificar novas tecnologias ambientais no controle do processo industrial; 
i) Identificar riscos processuais e ambientais no processo industrial; 
j) Classificar riscos processuais e ambientais relacionados ao manuseio adequado dos resíduos; 
k) Utilizar métodos e técnicas de prevenção de riscos processuais e ambientais químicos para con-
trole ambiental do processo industrial; 
l) Utilizar o sistema gestão ambiental para gerenciar resíduos químicos no processo industrial.
Controle ambiental apliCado16
Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Estudar o livro didático da unidade curricular;
b) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida;
c) Não deixar as dúvidas para depois; 
d) Estabelecer um cronograma de estudo que você cumpra realmente;
e) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.
Bons estudos! 
 1 INTRODUÇÃO 17
Riscos processuais e ambientais 
em processos industriais 
2
Todo processo produtivo, especialmente os industriais, apresentam riscos que podem re-
sultar em impactos ambientais, além dos impactos na saúde e segurança dos trabalhadores e 
comunidade, assim como, impactos no patrimônio público e privado. 
Cada vez mais, asindústrias estão avançando na implementação de medidas preventivas e 
de controle para a minimização desses riscos, assim como é crescente o número de profissio-
nais especializados na área de Meio Ambiente, saúde e segurança do trabalho que contribuem 
para a implementação dessas medidas.
Nesse capítulo, trataremos, especificamente, sobre os riscos relacionados ao Meio Ambien-
te, oriundos de processos produtivos industriais. 
Figura 1 - Impacto ambiental do rompimento da barragem da Samarco em Mariana - MG
Fonte: VEJA, 2015.
Na figura anterior, você pode observar o resultado catastrófico do rompimento de uma 
barragem de rejeito de minério, evento que impactou na biodiversidade de rio e mar, além de 
levar à morte 19 pessoas, gerar danos materiais e impacto na renda de inúmeras famílias que 
viviam da pesca, turismo, dentre outros.
Controle ambiental apliCado20
CURIOSIDADES
Cerca de 100.000 substâncias químicas têm uso comercial em todo o 
mundo e a cada ano até 2.000 novas substâncias são colocadas no mer-
cado (OMS, 2000 apud Borelli, 2011). Toda essa produção traz consigo 
diversos riscos ambientais.
Vamos então aprender sobre riscos processuais e ambientais em processos industriais para que possa-
mos ser agentes de melhores práticas em defesa de um desenvolvimento com sustentabilidade. 
2.1 CONCEITO
O que são processos industriais? E riscos de processos? E riscos ambientais? Vamos estudar cada concei-
to e compreender melhor a relação do Meio Ambiente com os processos industriais.
2.1.1 PROCESSOS INDUSTRIAIS
Segundo SENAI (2014), a indústria é uma atividade econômica que surgiu na Inglaterra, em 1760, e tem 
por finalidade transformar matéria-prima em produtos comercializáveis, utilizando, para isto, força huma-
na, máquinas, insumos e energia. 
Para a indústria realizar a sua atividade fim, que é produzir um conjunto de atividades, infraestrutura 
e recursos são necessários. Estamos falando do processo industrial que também podemos denominar de 
processos produtivos. Segundo SENAI (2014a, p. 16), processos produtivos são:
“Um conjunto integrado de equipamentos, tubulações, instrumentos e insumos, que se agrupam em 
diversas operações unitárias, como transferência, troca térmica, separação, mistura, armazenamento, etc., 
que se adequam para a manufatura de produtos comercializáveis” (SENAI, 2014a).
Figura 2 - Processo Industrial
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2008. 
 
 2 RIsCOs pROCEssuaIs E ambIENTaIs Em pROCEssOs INdusTRIaIs 21
Os processos industriais variam de acordo com os tipos de indústria, como por exemplo: petróleo, pro-
dutos químicos, produtos farmacêuticos, defensivos agrícolas, produtos de limpeza e artigos de perfu-
maria, dentre outros. Dessa forma, a variedade de situações que podem gerar riscos ao Meio Ambiente é 
inúmera e essas situações precisam ser reconhecidas e minimizadas.
2.1.2 RISCOS
Risco é um termo usado na Segurança do Trabalho e está sempre relacionado a um perigo. Veja os 
conceitos de Perigo e Risco, de acordo com a Norma Portuguesa NP 4397 (2008), que trata de sistema de 
gestão da saúde e segurança do trabalho. (INSTITUTO PORTUGUÊS DE QUALIDADE, 2008).
Fonte, situação ou ato 
com potencial para o 
dano em termos de lesão 
ou dano da saúde, ou 
uma combinação destes 
(NP 4397, 2008).
Leão solto Leão na jaula
PERIGO RISCO
Combinação da probabilidade de 
ocorrência de um acontecimento ou 
de exposições perigosas e da 
gravidade de lesões ou danos da 
saúde que possam ser causadas pelo 
acontecimento ou pelas explosões. 
(NP 4397, 2008).
Figura 3 - Conceito de perigo e risco
Fonte: SENAI DR BA, 2016.
Sendo assim, o perigo é uma situação que pode ser controlada para eliminar ou minimizar um risco de 
dano à saúde do trabalhador. Na figura, o perigo é o leão, ou seja, ele pode causar dano ao ser humano, 
porém o risco de ele causar o dano pode ser reduzido se o leão estiver preso na jaula. Claro que, é apenas 
um exemplo, pois os leões precisam estar em seu habitat, e assim, o ser humano não estará por perto e não 
terá risco de dano, porém, caso o leão esteja em um zoológico, ele deve estar enjaulado, para diminuir o 
risco. 
As situações de perigo, normalmente, envolvem produtos químicos tóxicos, inflamáveis, dentre outros, 
que também põem em risco o Meio Ambiente, por isso, também são chamados de riscos ambientais. 
Controle ambiental apliCado22
 FIQUE 
 ALERTA
Na indústria química existem muitas situações de perigo que são eliminadas sempre 
que possível, porém, muitas vezes é necessário o uso de equipamentos de proteção 
individual (EPI) ou coletiva (EPC). Use e faça a sua parte!
Na área de atuação ambiental os termos utilizados são: aspectos e impactos. Eles serão apresentados ao 
estudarmos sobre aspectos e impactos ambientais.
Perigo
(causa)
Risco
(efeito)
Perigo
(gasolina)
Risco
(incêndio / explosão)
Figura 4 - Exemplo de perigo e risco
Fonte: SENAI DR BA, 2016.
De acordo com a figura anterior, fica então exemplificado que o perigo é sempre uma causa que pode 
gerar um efeito, ou seja, um risco. Então, a gasolina é um perigo a ser evitado, pois pode causar incêndio 
ou explosão (possibilidade de causar um efeito).
2.1.3 RISCOS DE PROCESSOS 
Podemos entender como riscos de processos aquelas situações presentes no processo produtivo que 
podem gerar danos ao produto, colaboradores, patrimônio e/ou Meio Ambiente. Por exemplo, em alguns 
processos produtivos, o indicador de temperatura é monitorado e controlado, porque se ele subir além do 
limite aceitável, além de danificar o produto, pode gerar uma situação de risco elevado de explosão, por 
exemplo. Havendo uma explosão, os danos poderão atingir: produto, colaboradores, patrimônio e Meio 
Ambiente.
O controle operacional dos processos produtivos é de suma importância porque está relacionado à 
sustentabilidade da empresa.
 2 RIsCOs pROCEssuaIs E ambIENTaIs Em pROCEssOs INdusTRIaIs 23
2.1.4 RISCOS AMBIENTAIS
Na Segurança do Trabalho, um instrumento é utilizado para mapear todos os riscos capazes de causar 
danos à saúde do trabalhador, chama-se Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), o qual é 
regido pela norma regulamentadora NR 9: Portaria 3214/1978. (BRASIL, 1978).
 
 SAIBA 
 MAIS
Leia a NR 9: Portaria 3214/1978, que trata sobre Programa de Prevenção de Riscos Am-
bientais – PPRA e aprofunde seus conhecimentos. Ela está disponível na Internet.
Fonte: Portal do Ministério do Trabalho/Legislação/Normas Regulamentadoras.
Os riscos ambientais podem ter origem química, física ou biológica. Muitas vezes esses riscos, além de 
causar danos às pessoas, também podem causar danos ao Meio Ambiente.
As pessoas fazem parte do Meio Ambiente, porém, na gestão das empresas existem os técnicos respon-
sáveis em garantir a saúde dos trabalhadores e aqueles responsáveis em garantir a proteção ambiental. 
Mas esses dois aspectos (pessoas e Meio Ambiente) estão intimamente relacionados, por isso, ao cuidar da 
saúde e segurança dos colaboradores, indiretamente, os técnicos de segurança zelam pelo Meio Ambien-
te, pois cuidarão da salubridade do ambiente, ou seja, das condições ambientais que garantam a ausência 
de riscos à saúde e segurança das pessoas.
Controle ambiental apliCado24
2.2 CLassIFICaÇÃO
Os riscos processuais e ambientais nos processos industriais não possuem classificação específica. No 
entanto, existem metodologias para identificar o grau dos riscos, ou seja, se eles são altos, moderados ou 
desprezíveis, por exemplo. Essas metodologias são diversas e não existe uma regra ou determinação legal 
de qual metodologia adotar. Normalmente, cada empresa determina a sua metodologia com base em va-
lores e critérios baseados em seus riscos e, assim, estabelecem os critérios de classificação.
Na área ambiental a avaliação dos impactos ambientais é realizada através de uma matriz de avaliação 
da significância de aspectos e impactos, a qual será explicada no capítulo sobre Sistema de Gestão Am-
biental.
Qual o grau desse 
impacto ambiental?Qual o grau 
desse risco?
Figura 5 - Classificação de riscos e impactos
Fonte: SENAI DR BA, 2016.
Note que na figura o dano a ser causado no rio é considerado de impacto ambiental, já na indústria, o 
dano a ser causado aos funcionários com a inalação de gás é considerado de risco. Porém, não é porque 
está lançando efluente no rio que o impacto ambiental é grande, afinal, pode ser que seja um lançamento 
pontual e com baixa carga de contaminantes. O mesmo fato pode ocorrer com o risco, pode ser que o gás 
não seja tóxico e, por isso, não cause dano às pessoas.
 2 RIsCOs pROCEssuaIs E ambIENTaIs Em pROCEssOs INdusTRIaIs 25
CasOs E RELaTOs
Acidente Ambiental: Bhopal na Índia
No dia 3 de dezembro de 1984, em Bhopal, na Índia, ocorreu um acidente ambiental, causando a 
morte de aproximadamente 20 mil pessoas asfixiadas por uma nuvem de gás. Outras 150 mil foram 
contaminadas. Muitas mulheres tiveram filhos com deficiências devido à má formação fetal causada 
pelo gás.
 A análise crítica do acidente de Bhopal foi feita pelo tecnologista aposentado da Fundacentro, José 
Possebon. Ele apontou uma série de erros que culminaram na tragédia. A empresa Union Carbide 
fabricava isocianato de metila-ICM. “Tinha os recursos para evitar uma catástrofe, mas a maioria dos 
equipamentos não estava funcionando ou estava em manutenção. Não havia equipe de controle de 
emergência para atuar e as providências demoravam a ser tomadas”, refletiu Possebon.
O sistema de refrigeração, por exemplo, havia sido retirado de operação para manutenção, apesar 
do isocianato de metila precisar ser mantido a uma temperatura de 0° C. O lavador de gases, que 
utilizava uma solução de hidróxido de sódio para neutralizar o ICM, também estava inoperante no 
dia do acidente. Já o queimador de gases (flare) estava desativado, pois um trecho da tubulação foi 
retirado para manutenção. Se estivesse funcionando, queimaria o ICM e impediria a contaminação 
ambiental.
Outro problema foi o sistema de armazenamento da substância química. Feita em três tanques, o 
terceiro deveria estar vazio e ser utilizado para estocagem de emergência, para controlar tempora-
riamente o produto fora de especificação, antes de reprocessá-lo. Mas os três estavam cheios. O sis-
tema de pressurização também falhou, porque a válvula estava com vazamento e permitiu a entrada 
da água no tanque. Trinta anos após o acidente, a planta continua abandonada e não desmontaram 
a estrutura.
(Fonte: FUNDACENTRO, 2014).
Vimos então que é muito importante classificar os riscos para que se tenha a dimensão do dano que ele 
pode causar e, assim, definir as medidas de controle a serem adotadas para eliminar ou minimizar as suas 
consequências. 
Controle ambiental apliCado26
2.3 pREVENÇÃO
Em todos os casos, seja na proteção ambiental, da segurança ou da qualidade do produto, o foco de 
atuação dos técnicos e profissionais envolvidos deve ser sempre o da prevenção. 
O princípio da prevenção deve nortear as nossas ações em busca de eliminar, sempre que possível, 
perigos e riscos, ou seja, possíveis danos às pessoas e em relação aos danos ambientais têm que eliminar, 
sempre que possível, os aspectos e impactos ambientais. A prevenção da perda de produtos por não con-
formidade também deve ser praticada, visto que, além de reduzir impacto financeiro na empresa, reduz o 
impacto ambiental devido ao desperdício de recursos naturais e geração de resíduos.
Como eliminar esse 
impacto ambiental? 
Como eliminar 
esse perigo?
Figura 6 - Pensamento de preventivo
Fonte: SENAI DR BA, 2016.
Pensar e agir de forma preventiva será sempre a melhor prática para protegermos as pessoas e o Meio 
Ambiente.
 2 RIsCOs pROCEssuaIs E ambIENTaIs Em pROCEssOs INdusTRIaIs 27
 RECapITuLaNdO
Nesse capítulo, estudamos os riscos processuais e ambientais nos processos industriais, entendendo 
os conceitos de indústria, processos industriais, riscos, riscos processuais e riscos ambientais. 
Aprendemos que os riscos estão sempre associados a um perigo e que perigos e riscos são expres-
sões usadas pela Segurança do Trabalho para expressar situações e possíveis danos, respectivamen-
te, para os trabalhadores.
Por outro lado, verificamos que o termo risco também é utilizado no controle de processos indus-
triais para a garantia da produção eficiente, eliminando perdas de produtos, além de acidentes que 
possam causar danos ao patrimônio, colaboradores e Meio Ambiente.
Na área ambiental, as expressões utilizadas são aspectos ambientais e impactos ambientais. Porém, 
vimos que, mesmo com o foco na saúde dos trabalhadores ou na qualidade dos produtos, o ganho 
ambiental está sempre associado, pois atuando nos perigos e riscos, geralmente, obtém-se redução 
de desperdício de recursos naturais e redução da poluição.
Aspectos e impactos ambientais
3
As questões ambientais são reconhecidas como motivo de preocupação em escala mundial 
desde a década de 60, se tornando um tema cada vez mais importante para os governos e 
empresas. 
Como o conhecimento relacionado à causa e efeito do dano ambiental tem se tornado cada 
vez mais claro, a pressão por mudanças na gestão pública e empresarial vem aumentando. 
Assim, o desenvolvimento de soluções práticas para ir ao encontro do desafio ambiental, re-
alizando mudanças nos padrões de produção e consumo, e respondendo as demandas dos 
consumidores, cada vez mais ambientalmente conscientes, torna-se indispensável.
Quanto ao papel do setor empresarial, a chave para atender a esse desafio é entender que 
todo processo produtivo interage ou pode interagir com o Meio Ambiente desde a obtenção 
de insumos e matérias-primas até a disposição final dos produtos utilizados e, por isso, é neces-
sário buscar a produção sustentável. 
Como a capacidade do Meio Ambiente de suprir materiais e receber resíduos está diminuin-
do, o custo desses serviços ambientais para indústria tendem a aumentar significativamente. 
Logo, identificar as atividades do processo produtivo que interagem com o Meio Ambiente e 
entender o dano que estas podem causar são pontos centrais da problemática e da sua solu-
ção. Nesse ponto, o técnico em química tem um papel importante na execução e no controle 
das atividades que podem causar danos ao Meio Ambiente. 
Na figura a seguir, por exemplo, o descumprimento da correta execução e controle das ati-
vidades causou um grande acidente que determinou o pior vazamento de petróleo da história, 
que aconteceu no Golfo do México. A plataforma Deepwater Horizon, da empresa inglesa de 
exploração de petróleo - British Petroleum (BP), explodiu e provocou a morte de sete trabalha-
dores e o vazamento de cerca de 5 milhões de barris de petróleo no mar.
Controle ambiental apliCado30
Figura 7 - Explosão da plataforma da British Petroleum
Fonte: WIKIPÉDIA, 2010.
CURIOSIDADES
No século 19, a eletricidade substituiu o petróleo na iluminação. Mas, 
com a invenção do automóvel, a gasolina tornou-se necessária. Dessa 
forma, a produção e uso de combustíveis de fontes fósseis tem trazido 
danos ambientais irreversíveis. 
A seguir, estudaremos os aspectos e impactos ambientais relacionados aos processos produtivos indus-
triais, verificando o papel do técnico em química no controle desses processos.
3.1 CONCEITO
O que são aspectos ambientais? E impactos ambientais? Vamos estudar o que significa cada um desses 
termos e aprender como identificá-los nas organizações.
Ao longo do capítulo, vamos perceber que esses termos são chaves para compreender como uma orga-
nização realiza a gestão ambiental e como cada técnico pode melhorar o desempenho ambiental durante 
sua atuação nas empresas. 
3.1.1 Aspectos AMBIeNtAIs
Aspecto ambiental é o “elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização, que intera-
ge ou pode interagir com o Meio Ambiente” (ABNT NBR ISO 14001: 2015)1. (ABNT, 2015).
Para entender de uma forma mais clara esse conceito, vamos relembrar que no capítulo “Riscos pro-
cessuais e ambientais em processos industriais”aprendemos que a indústria transforma matéria-prima 
em produtos comercializáveis, utilizando recursos naturais, mão de obra, máquinas e energia. Para tanto, 
1 ABNT NBR ISO14001: 2015: é uma norma técnica publicada pela ISO e traduzido pela ABNT como Norma Brasileira que 
 apresenta requisitos para uma organização implantar um sistema de gestão ambiental e posteriormente solicitar a 
 certificação desse sistema.
 3 AspECTOs E ImpACTOs AmbIENTAIs 31
várias atividades são realizadas como transferência de fluidos, troca térmica, separação, mistura, armaze-
namento, geração de vapor, etc.
Na indústria química, utiliza-se vapor d’água como fonte de calor para o processo produtivo e o equipa-
mento utilizado para produzir vapor denomina-se caldeira. Numa caldeira existe uma fornalha, que conso-
me combustível, para gerar calor e vaporizar a água. 
A figura a seguir apresenta a estrutura de uma caldeira:
Caldeira
Fornalha Chaminé
GASES
QUENTES 
SAÍDA DE
VAPOR 
Figura 8 - Caldeira de vapor
Fonte: SENAI DR BA, 2016.
No entanto, quando analisarmos a atividade “geração de vapor”, podemos perceber que alguns ele-
mentos dessa atividade podem interagir com o Meio Ambiente, como por exemplo, as emissões atmosfé-
ricas, referentes à queima do combustível e à emissão do ruído do equipamento (Caldeira de Vapor). 
Com base nisso, observe a figura a seguir:
Caldeira
Fornalha Chaminé
Caldeira
Fornalha Chaminé
GASES
QUENTES 
SAÍDA DE
VAPOR 
COMBUSTÍVEL 
● GERAÇÃO DE VAPOR
ATIVIDADE
ASPECTO AMBIENTAL 
● CONSUMO DE RECURSOS
● EMISSÃO DE GASES
● GERAÇÃO DE RUÍDOS
Figura 9 - Aspecto ambiental da atividade de geração de vapor
Fonte: SENAI DR BA, 2016.
Controle ambiental apliCado32
Além desses elementos, é importante pontuar como aspectos ambientais as situações anormais (pa-
rada e partida do equipamento), situações de emergência (aumento repentino da pressão da caldeira) e 
acidentes como vazamento de combustíveis ou até explosão da caldeira. 
Assim, podemos perceber que para execução de um processo industrial são necessárias várias ativida-
des como destilação, secagem, manutenção e, como no nosso exemplo, geração de vapor. Cada uma des-
sas atividades possui elementos que interagem ou podem interagir com o Meio Ambiente (consumo de 
recursos naturais, emissão de ruído, geração de resíduos, etc.), são esses elementos que são denominados 
de Aspectos Ambientais.
 FIQUE 
 ALERTA
A emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE)2 tem aumentado ano após ano causando 
impactos sobre o clima, como o aumento da temperatura. Utilizar o etanol como 
combustível é uma alternativa para redução desses gases. 
Agora que aprendemos o conceito de aspecto ambiental, sabemos que ele deve ser controlado e mo-
nitorado para reduzir os impactos sobre o Meio Ambiente. 
Mas o que são impactos ambientais? Esse assunto, veremos a seguir. 
3.1.2 IMpActos AMBIeNtAIs
Impacto ambiental também é definido pela norma ABNT NBR ISO 14001 como “modificação no Meio 
Ambiente, tanto adversa como benéfica, total ou parcialmente resultante dos aspectos ambientais de uma 
organização” (ABNT, 2015). Ou seja, são os efeitos que os elementos das atividades nas organizações cau-
sam no Meio Ambiente. 
Como efeitos adversos podemos citar, por exemplo, a poluição do ar e a contaminação dos rios. Mas 
você pode imaginar que tipo de impacto poderia ser benéfico? 
Os impactos ambientais benéficos são: 
a) Melhoria da condição econômica e social da comunidade;
b) Recuperação de nascentes e mata ciliar para manutenção do fornecimento de água; 
c) Melhoria da biodiversidade. 
 SAIBA 
 MAIS
Para ter mais informações sobre impactos benéficos e sobre organizações que se es-
forçam para aprimorar seu desempenho ambiental pesquise na internet o “Relatório 
de Sustentabilidade”. 
2 Gases do Efeito Estufa (GEE): são gases que funcionam como uma cortina sob a superfície da Terra. 
 3 AspECTOs E ImpACTOs AmbIENTAIs 33
Para que possamos entender os termos de Aspectos e Impactos, vamos estudar a seguir a diferença 
entre eles. 
Aspecto X IMpActo 
Através das definições anteriores podemos observar que Aspecto e Impacto Ambiental têm uma rela-
ção de causa e efeito, ou seja, todo elemento de uma atividade que interage com o Meio Ambiente (AS-
PECTO AMBIENTAL) causa ou pode causar um dano ou um melhoramento (IMPACTO AMBIENTAL). 
Conforme podemos observar no quadro a seguir, para cada causa haverá um efeito correspondente: 
ASPECTO AMBIENTAL (CAUSA)
Consumo de Matéria-prima Redução dos recursos naturais
Geração de ruído Incômodo ao empregado
Derramamento de produtos
químicos no laboratório Contaminação do solo
Emissão de vapores de solventes Poluição do ar
ASPECTO AMBIENTAL (EFEITO)
Quadro 2 - Aspecto X impacto
Fonte: SENAI DR BA, 2016.
As organizações devem avaliar seus processos e identificar todos os aspectos ambientais associados a 
suas atividades, produtos e serviços. Além disso, devem também classificar os aspectos segundo o grau de 
impacto: 
a) Significativo: considerados graves pela empresa devido a possibilidade de ocorrência, visibili-
dade ou abrangência; 
b) Não significativo: não são considerados graves pela empresa devido à possibilidade de ocor-
rência, visibilidade ou abrangência, para priorizar as ações de controle e monitoramento.
Levando-se em conta o grau de impacto, a norma ABNT NBR ISO14004: 2005 recomenda que se adotem 
critérios como severidade do impacto, requisitos legais associados e preocupações das partes interessa-
das. (ABNT, 2005).
Esse assunto será tratado com maiores detalhes no capítulo sobre Sistema de Gestão Ambiental.
Controle ambiental apliCado34
CAsOs E RELATOs
A Emissão de carbono é maior que na era dos Dinos
Um estudo liderado por Richard Zeebe, da Universidade do Havaí em Manoa, chegou à conclusão de 
que o índice atual de emissão de gases do efeito estufa é o maior da história do planeta nos últimos 
66 milhões de anos. Ou seja, apenas durante a era em que os tiranossauros caminhavam sobre a 
Terra, houve tanto carbono lançado no ar.
O estudo afirma que a taxa de emissão de carbono em 2014 foi dez vezes maior do que no período 
de aquecimento global ocorrido há 56 milhões de anos e que propiciou que as temperaturas médias 
subissem 5ºC no mundo todo.
Hoje, a temperatura da Terra aumentou 1°C quando se compara ao início do século XX. Ou seja, 
estamos na metade do limite crítico de 2°C. E quando se analisam os planos dos países quanto à 
mitigação3 das causas relacionadas às alterações climáticas, conclui-se que podem não ser suficien-
tes para evitar um aumento de temperatura da ordem de 3°C. 
Contudo, os piores cenários podem ser evitados com medidas urgentes e de longo alcance para re-
duzir as emissões de dióxido de carbono. No entanto, os autores do estudo não estão otimistas: para 
eles, reduções rápidas das emissões antropogênicas4 dos gases do efeito estufa são cada vez menos 
prováveis no futuro próximo.
(Fonte: ENVOLVERDE, 2016).
Após a identificação dos aspectos e impactos ambientais da empresa, é necessário determinar aqueles 
aspectos que são significativos, ou seja, que devem ter uma ação direcionada para a sua eliminação ou 
minimização. 
3 Mitigação: realizar uma intervenção para remediar ou reduzir o impacto ambiental identificado.
4 Antropogênicas: causadas pelo homem.
 3 AspECTOs E ImpACTOs AmbIENTAIs 35
 RECApITULANDO
Nesse capítulo, estudamos os aspectos e impactos ambientais. Aspecto ambiental é definido segun-
do a norma como “o elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que inte-
rage ou pode interagir com o Meio Ambiente” enquanto que o Impacto ambiental é definido como 
“modificação no Meio Ambiente, tanto adversa como benéfica, total ou parcialmente resultante dos 
aspectos ambientais de uma organização”.
Aprendemos que Aspecto e Impacto Ambiental têm uma relação de Causa e Efeito, ou seja, todo 
elemento de uma atividade que interage com o Meio Ambiente causa ou pode causar um dano ouum melhoramento. 
Os exemplos de impactos benéficos são: melhoramento da condição econômica e social da comuni-
dade, recuperação de nascentes e mata ciliar para manutenção do fornecimento de água, melhoria 
na biodiversidade. Enquanto que os danosos são: poluição do ar, contaminação dos rios, redução de 
recursos naturais.
Dessa forma, entendemos que as empresas devem identificar todos os aspectos ambientais, adotar 
metodologias para definir as causas dos impactos significativos e priorizar as ações de controle e 
monitoramento.
Legislações e normas ambientais vigentes
4
No Brasil, a primeira Revolução Industrial iniciada no final século XIX e consolidada nas pri-
meiras décadas do século XX foi, sem dúvida, um grande propulsor da economia e também 
responsável pela degradação ambiental. Nesse cenário, as empresas visavam a produção em 
massa, sem qualquer preocupação com as questões ambientais. 
Os recursos naturais eram extraídos e utilizados de forma muitas vezes predatória e insus-
tentável. Para abastecer os processos de manufatura e transformação de bens de consumo, 
eram utilizadas as tecnologias disponíveis na época.
Como resultados da falta de controle ambiental das atividades produtivas, foram lançados 
no ambiente uma grande variedade de poluentes e resíduos, que contaminaram o ar, os solos 
e as águas. 
Um exemplo de um acidente ambiental de grande proporção no Brasil aconteceu em Goi-
ânia em 1987. O episódio de contaminação envolvendo um elemento químico radioativo re-
sultante da fissão de urânio ou plutônio (Césio 137) se deu a partir do contato de moradores 
locais com as peças de um equipamento utilizado em tratamentos de radioterapia, presente 
em uma clínica desativada. 
Figura 10 - Acidente com o césio-137
Fonte: SENAI DR BA, 2016.
Tanto as tragédias registradas no Brasil nas décadas de 80 e 90 como as evidências de de-
gradação ambiental por conta do modelo de produção da época contribuíram de forma signi-
ficativa para a criação de mecanismos legais de controle.
Controle ambiental apliCado38
No início, as políticas ambientais buscavam o controle das atividades e da exploração dos recursos 
naturais, garantindo o bem-estar da população. Atualmente, a defesa do Meio Ambiente e o crescimento 
econômico andam juntos, com o objetivo comum de “crescimento sustentável”, ou seja, manter uma eco-
nomia sustentável, com menos emissão de carbono e uso consciente de recursos. 
Nesse capítulo, vamos conhecer as principais leis que compõem a legislação ambiental e destacaremos 
a Política Nacional de Meio Ambiente, com seus objetivos e instrumentos, considerado o mais importante 
diploma legal em matéria ambiental. 
4.1 POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (PNMA, 1981) 
Nos momentos finais do período militar, a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) foi criada através 
da Lei n° 6938 de 31 de agosto de 1981, representando um marco legal para todas as políticas públicas da 
área ambiental no Brasil. (BRASIL, 1981).
Figura 11 - Legislação ambiental
Fonte: SENAI DR BA, 2016. 
Vigente até os dias atuais, a PNMA além de apresentar os conceitos básicos e as diretrizes para gestão 
ambiental no Brasil, unificando as políticas ambientais regionais existentes na época, estabelece também 
o Sistema Nacional de Meio Ambiente. Dessa forma, podemos considerá-la como a mais importante norma 
ambiental, conforme veremos a seguir. 
4.1.1 SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (SISNAMA)
Trata-se de um conjunto de órgãos e instituições dos diversos níveis do Poder Público que, respeitando 
a soberania da Política Nacional de Meio Ambiente, são responsáveis pela gestão ambiental nacional. 
Além dos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, fazem parte 
do SISNAMA fundações e organizações também responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade am-
biental. 
Na figura a seguir é apresentada a estrutura do SISNAMA, conforme definido na Lei n° 6938 (1981).
 4 AsPECTOs E IMPACTOs AMBIENTAIs 39
Órgão superior
(Conselho de Governo)
Órgão Consultivo e 
Deliberativo
(Conselho Nacional do Meio 
Ambiente - CONAMA)
Órgão Central
(Ministério do Meio 
Ambiente - MMA)
Outras instituições
fundações e organizações 
da Gestão Ambiental
Órgãos Locais
(Municipais)
Órgãos 
seccionais
(Estaduais)
Órgão Executor
(IBAMA e ICMBio)
Figura 12 - Estrutura do SISNAMA
Fonte: SENAI DR BA, 2016.
Dessa forma, temos as seguintes atribuições:
I - Órgão superior (Conselho de Governo): deverá assessorar o Presidente da República na for-
mulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o Meio Ambiente e os recursos 
ambientais (retirado da Lei n° 8.028 de 1990) (BRASIL, 1990);
II - Órgão consultivo e deliberativo (Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA): as-
sessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas governamentais para o 
Meio Ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e 
padrões compatíveis com o Meio Ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia quali-
dade de vida (retirado da Lei n° 8.028 de 1990) (BRASIL, 1990); 
III - Órgão central (Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República – Ministério 
do Meio Ambiente - MMA): planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a 
política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o Meio Ambiente (retirado da Lei n° 
8.028 de 1990) (BRASIL, 1990);
IV - Órgãos executores (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-
nováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto 
Chico Mendes): executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o 
Meio Ambiente, de acordo com as respectivas competências (retirado da Lei n° 12.856 de 2013) 
(BRASIL, 2013);
V - Órgãos Seccionais: órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, 
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental 
(retirado da Lei n° 7.804 de 1989) (BRASIL, 1989);
Controle ambiental apliCado40
VI - Órgãos Locais: órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização des-
sas atividades, nas suas respectivas jurisdições5 (retirado da Lei n° 7.804 de 1989) (BRASIL, 1989).
É importante ressaltar o papel dos Conselhos de Meio Ambiente, que devem apresentar caráter partici-
pativo, com representantes dos mais importantes setores da sociedade civil, que incluem, além do Poder 
Público, a indústria, os representantes do comércio, as ONGs e Fundações, a Universidade e outras institui-
ções atuantes na área ambiental. Conforme esclarece o artigo 225 da Constituição Federal brasileira, o ob-
jetivo é garantir o papel da coletividade na manutenção do Meio Ambiente, ecologicamente equilibrado. 
 SAIBA 
 MAIS
Para saber mais sobre a importância do CONAMA, consulte o portal do Ministério do 
Meio Ambiente e conheça também as resoluções já aprovadas por esse importante 
organismo do SISNAMA.
Fonte: Portal do Ministério do Meio Ambiente/Colegiados/Conama/Resoluções.
Considerando a importância da atuação do SISNAMA na gestão ambiental nacional, os estados e mu-
nicípios podem também reproduzir essa configuração e formar sistemas locais de Meio Ambiente, os cha-
mados SISEMAs (Sistema Estadual de Meio Ambiente) e SISMUMAs (Sistema Municipal de Meio Ambiente). 
E na sua cidade? Tem Sistema Municipal de Meio Ambiente?
Caso você não saiba, converse com seus colegas e professores sobre a existência desse sistema na sua 
cidade. Não deixe de pesquisar! 
A seguir, veremos os objetivos e instrumentos da PNMA (Política Nacional de Meio Ambiente). 
4.1.2 OBJETIVOS E INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (PNMA)
A PNMA tem como objetivo geral “(...) a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental 
propícia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses 
da segurança nacional e à proteçãoda dignidade da vida humana (...)”. (BRASIL, 1981).
Em uma clara demonstração de preocupação com as formas de utilização dos recursos naturais e a real 
disponibilidade dos mesmos, a PNMA expressa em seus objetivos específicos os caminhos para o desen-
volvimento sustentável. 
5 Jurisdição: extensão territorial em que atua um juiz, que tem a autoridade para fiscalizar o cumprimento de determinadas leis 
 e punir os infratores. 
 4 AsPECTOs E IMPACTOs AMBIENTAIs 41
Podemos observar a seguir, os sete objetivos específicos da PNMA apresentados no Artigo 4° da Lei n. 
6938 de 31 de agosto de 1981:
Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da 
qualidade do Meio Ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao 
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios;
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas rela-
tivas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso 
racional de recursos ambientais;
V - difusão de tecnologias de manejo do Meio Ambiente, à divulgação de dados e infor-
mações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de 
preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização 
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio 
ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar 
os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais 
com fins econômicos. (BRASIL, 1981)
Os objetivos da PNMA devem ser adotados por toda a sociedade brasileira, em especial para os pro-
fissionais atuantes na indústria química, considerando a importância desse setor não apenas nas cadeias 
produtivas, mas no dia a dia, já que a química está presente na vida de todos.
Para atingir os objetivos citados anteriormente, a PNMA apresenta no artigo 9° da Lei 6938/81 os ins-
trumentos, que são: 
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento6 ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de 
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo poder público 
federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante 
interesse ecológico e reservas extrativistas;
VII - o sistema nacional de informações sobre o Meio Ambiente;
VIII - O cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental;
6 Zoneamento: divisão de uma área em unidades individualizadas (zonas) de acordo critérios geográficos, ecológicos, sociais, 
 entre outros.
Controle ambiental apliCado42
IX - As penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
X - a instituição do relatório de qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente 
pelo instituto brasileiro do Meio Ambiente e recursos naturais renováveis - IBAMA;
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o 
poder público a produzi-las, quando inexistentes;
XII - o cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizado-
ras dos recursos ambientais;
XIII - Instrumentos econômicos, como concessão7 florestal, servidão ambiental, seguro 
ambiental e outros. (BRASIL, 1981).
Destacaremos a seguir alguns dos instrumentos da PNMA de extrema relevância para a gestão ambien-
tal nacional. São eles: o licenciamento das atividades efetiva ou potencialmente poluidoras e o cadastro 
técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
4.1.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Conforme a Resolução do CONAMA de número 237, publicada em 1997, o licenciamento ambiental 
é um “procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, ins-
talação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar 
degradação ambiental...”. (BRASIL, 1997).
Dessa forma, a maioria das atividades produtivas, devem estar devidamente autorizadas e em acordo 
com as condições estabelecidas para a implantação e operação. 
O licenciamento ambiental das atividades produtivas se dá em etapas. Para cada fase são concedidas 
licenças, com “condicionantes ambientais”, ou seja, condições que devem ser cumpridas para manter a 
validade da autorização. Os condicionantes ambientais são definidos a partir dos impactos pertinentes a 
cada fase.
Veja na figura a seguir os procedimentos de licenciamento, de acordo com as diretrizes firmadas na 
PNMA e na Resolução CONAMA 237 de 1997. Observe que o fluxo do licenciamento ambiental envolve três 
etapas: a localização (LP), instalação (LI) e operação do empreendimento (LO).
7 Concessão: ação ou resultado de conceder, permitir. 
 4 AsPECTOs E IMPACTOs AMBIENTAIs 43
Empreendimento
Novo?
NÃO
Licença Prévia
SIM
Licença de
Instalação
Planejamento e 
concepção da 
localização da 
empresa.
Neste caso, para o 
licenciamento, deverão 
ser apresentados 
conjuntamente 
documentos, estudos e 
projetos revistos para as 
fases de LP e LI
Início da implantação das 
instalações do empreendi-
mento ou ampliação das 
unidades da empresa
Licença de
Operação
Operação plena da 
atividade 
Etapa em que se
encontra a empresa
Figura 13 - Fluxo geral do licenciamento ambiental
Fonte: FIRJAN, 2004. (Adaptado).
 Durante todo o período de operação, as atividades devem ser revisadas periodicamente através de 
processos de renovação da licença. 
A licença prévia é a primeira autorização e refere-se à validação do projeto de implantação do empre-
endimento, enquanto que a licença de instalação trata das questões ambientais vinculadas à obra civil e à 
implantação e, finalmente, a licença de operação autoriza a execução das atividades propostas. 
Veja na figura a seguir os três tipos de licença ambiental. 
LICENÇA 
PRÉVIA
LICENÇA DE
INSTALAÇÃO
LICENÇA DE
OPERAÇÃO
O órgão licenciador 
aprova o projeto do 
empreendimento;
São avaliados: o 
empreendimento e o 
local pleiteado para 
a instalação; 
Poderá ser exigido o 
Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA/RI-
MA).
O órgão licenciador 
aprova a obra civil 
para instalação do 
empreendimento;
São avaliados os 
aspectos e impactos 
ambientais 
associados à obra, no 
local onde o 
empreendimento 
será instalado. 
O órgão licenciador 
aprova a operação 
do empreendimento;
São avaliados os 
aspectos e impactos 
ambientais 
associados à 
operação do 
empreendimento; 
É exigida a revisão 
das atividades 
através da renovação 
periódica da licença 
de operação. 
Figura 14 - Licenças ambientais
Fonte: SENAI DR BA, 2016.
Durante todo o período de operação, as atividades devem ser revisadas periodicamente através de 
processos de renovação da licença. 
Controle ambiental apliCado44
 FIQUE 
 ALERTA
Em caso de ampliação ou modificação dos processos e atividades passíveis de licen-
ciamento ambiental, deve ser obtida uma autorização e licença, conforme trata o 
Art. 2º da Resolução CONAMA n° 237 de 1997. 
(Fonte: BRASIL, 1997).
A Resolução CONAMA n° 237 de 1997, traz em seu Anexo I a relação das atividades ou empreendimen-
tos sujeitos ao licenciamento ambiental no Brasil. Referente à indústria química, temos as seguintes ativi-dades (retirado da Resolução CONAMA n° 237 de 1997):
- Produção de substâncias e fabricação de produtos químicos;
- Fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de rochas betumi-
nosas e da madeira; 
- Fabricação de combustíveis não derivados de petróleo;
- Produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais vegetais e outros 
produtos da destilação da madeira;
- Fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de borracha e látex sin-
téticos;
- Fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-desporto, fósforo de 
segurança e artigos pirotécnicos;
- Recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais;
- Fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos;
- Fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, germi-
cidas e fungicidas;
- Fabricação de tintas, esmaltes, lacas8, vernizes, impermeabilizantes, solventes e se-
cantes;
- Fabricação de fertilizantes e agroquímicos;
- Fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários;
- Fabricação de sabões, detergentes e velas;
- Fabricação de perfumarias e cosméticos;
- Produção de álcool etílico, metanol e similares. (BRASIL, 1997).
É importante que os profissionais de química tenham atenção a estes itens, visando o desenvolvimento 
sustentável e a melhoria contínua dos processos industriais. 
Falaremos agora sobre o Cadastro Técnico Federal das atividades consideradas potencialmente polui-
doras ou que utilizam recursos naturais. Você perceberá que todas as empresas pertencentes à indústria 
química desenvolvem atividades que se enquadram no perfil dos assuntos que iremos tratar a seguir. 
8 Lacas: recobrimento baseado em um material sintético termoplástico. É uma pintura de alto padrão que garante uma maior 
 qualidade e sofisticação ao ambiente. 
 4 AsPECTOs E IMPACTOs AMBIENTAIs 45
4.1.4 CADASTRO TéCNICO fEDERAL DE ATIVIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS E/OU 
 UTILIzADORAS DOS RECURSOS AMBIENTAIS
Trata-se de um registro obrigatório de pessoas físicas e jurídicas que realizam atividades consideradas 
potencialmente poluidoras ou quando há extração, produção, transporte e comercialização de produtos 
potencialmente perigosos ao Meio Ambiente, ou ainda que envolvam produtos e subprodutos da fauna 
e da flora. 
O cadastro prevê a emissão de certificado de regularidade através da entrega de um Relatório Anual 
de Atividades ao IBAMA (órgão do SISNAMA responsável pela execução da Política Nacional de Meio Am-
biente). 
Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
Dados básicos:
CNPJ:
Razão Social:
Nome fantasia:
Data de abertura:
Endereço:
logradouro:
N.º:
Bairro:
CEP:
Complemento:
Município:
UF:
Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental - CTF/AIDA
Código Atividade
0003-00 Consultoria técnica
Chave de autenticação
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa jurídica está em conformidade com as 
obrigações cadastrais do CTF/AIDA.
A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental - CTF/AIDA constitui 
declaração, pela pessoa jurídica, de observância dos padrões técnicos normativos estabelecidos pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO 
e pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA.
O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, 
autorizações, permisões, concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, 
distritais ou municípais para o exercício de suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade 
técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo conselho de Fiscalização Profissional, quando 
exigíveis.
O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação 
técnica da pessoa jurídica inscrita.
Figura 15 - Modelo de certificado de regularidade de pessoa jurídica
Fonte: IBAMA, 2016.
Na figura anterior, podemos analisar um modelo de Certificado de Regularidade de pessoa jurídica.
Controle ambiental apliCado46
O Certificado Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (CTF/AINDA) apre-
senta as informações periodicamente atualizadas, sendo constantemente solicitado e consultado pelos 
órgãos da gestão ambiental.
 SAIBA 
 MAIS
Para saber mais sobre a emissão de Certificado de Regularidade, além das atividades 
que possuem caráter de potencial poluidor e utilizador de recursos ambientais, con-
sulte o site do IBAMA.
A seguir veremos assuntos referentes às leis de crimes ambientais.
4.2 CRIMEs AMBIENTAIs (LEI N° 9.605 DE 1998)
A Lei de Crimes Ambientais é um grande marco na legislação ambiental brasileira. Instituída em feverei-
ro de 1998, dezessete anos depois da Política Nacional de Meio Ambiente, essa lei dispõe sobre as penas 
aplicadas a pessoa física ou jurídica que pratica atos ou atividades lesivas ao Meio Ambiente, incluindo 
penalidades a crimes cometidos contra a fauna, a flora e a população. (BRASIL, 1998).
Você consegue perceber a importância e responsabilidade de um técnico em química em um crime 
ambiental? 
Um técnico tem papel destacado neste assunto, já que em suas atividades diárias ele controla e executa 
procedimentos.
Os crimes ambientais são regulamentados pelo decreto nº 6.514/2008 que dispõe sobre as infrações e 
as penas correlatas9 estabelecendo os princípios legais que regerão o processo administrativo federal para 
a verificação destas infrações, incluindo a autuação10, a defesa, julgamento e os recursos possíveis. (BRASIL, 
2008).
Os artigos 7º e 8º da Lei 9.605/98 e 3º do Decreto nº 6.514/08 apresentam as penas aplicáveis aos crimes 
cometidos contra o Meio Ambiente. São elas:
I. Advertência;
II. Multa simples ou multa diária (previstas no código penal);
III. Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais produtos 
e subprodutos objeto da infração, instrumentos, apetrechos, equipamentos ou veículos 
de qualquer natureza utilizados na infração; (Decreto nº 6.686, de 2008)
IV. Destruição ou inutilização do produto; ou, ainda, suspensão de venda e fabricação 
do produto;
V. Embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas ou demolição da obra;
VI. Suspensão parcial ou total das atividades;
9 Correlatas: que estabelecem uma relação de correspondência. 
10 Autuação: autuar, promover um processo jurídico. 
 4 AsPECTOs E IMPACTOs AMBIENTAIs 47
VII. Restrição de direitos;
VIII. Reparação dos danos causados. (BRASIL, 1998, 2008. Adaptado).
Na aplicabilidade das penas existem circunstâncias que podem reduzir ou agravar as penas, tornando o 
processo mais condizente com a condição social e econômica daquele que cometeu a infração. 
São atenuantes11 de penas quando (retirado da Lei n° 9605 de 1998): 
a) O agente possui baixo grau de instrução ou escolaridade; 
b) Arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação sig-
nificativa da degradação ambiental causada;
c) Comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; 
d) Colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental. 
São agravantes12 de penas quando (retirado da LEI n° 9605 de 1998): 
a) Coagindo outrem para a execução material da infração;
b) Há infração com o abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
c) Atinge espécies ameaçadas ou listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes;
d) A ação infratora é facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
A Lei de Crimes Ambientais foi também inovadora quando tratou da responsabilidade

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