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ARTIGO CIENTIFICO - CRIMES CONTRA A HONRA NA INTERNET

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A OBSERVÂNCIA DA LEI NOS CRIMES CONTRA A HONRA NO ÂMBITO VIRTUAL
OLIVEIRA, Maria Alcione Santos 1
 BARAN, Kelly Pauline 2
Resumo
O presente artigo buscou analisar a aplicação da lei na punição da conduta criminosa do autor de crimes contra a honra na internet. A problematização do artigo questionou a aplicação da legislação na conduta de crimes virtuais contra a honra. Tendo por objetivos específicos compreender a evolução da internet nos dias atuais, distinguir os crimes contra a honra e suas noções gerais, analisar a tipicidade penal, o problema dos crimes de internet e a punibilidade para os crimes virtuais contra a honra. Os resultados encontrados demostram que os crimes contra honra são punidos no Código Penal Brasileiro, que as penas são brandas quanto à punição, devido à legislação Brasileira não ter uma lei especifica para crimes contra a honra cometidos na internet. A natureza dessa pesquisa mostrou que não existe uma lei especifica relacionada aos crimes contra a honra na internet, sendo elas com penas previstas no Código Penal Brasileiro e no âmbito cível quando a vitima requerer reparação pelo o dano sofrido.
 [footnoteRef:1] [1: Tecnóloga em Recursos Humanos.
² Orientadora das áreas de Gestão e Direito, Graduada na área jurídica, Assessora no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, Professora na área trabalhista.
] 
Palavras-chave: Crimes contra a Honra. Internet. Aplicação da Lei.
1.INTRODUÇÃO
Os crimes contra a honra cometido na internet é uma realidade perceptível no mundo atual em que vivemos, devido uma sociedade na grande maioria informatizada, a internet tornou-se uma ferramenta de grande uso, e também de uso para as pessoas exporem e falarem nos meios de comunicação e redes sociais o que bem entendem, sem preservar a individualidade, a intimidade e honra das pessoas sendo que muitos internautas não têm ciência que tais condutas como Difamar, Injuriar e Caluniar são crimes puníveis na esfera cível e criminal.
O tema em questão é um assunto bastante vivenciado, pois se percebe que com o desenvolvimento e aumento de acesso nas redes sociais, a internet tornou-se uma ferramenta que muitos usam para cometer crimes, sendo que o crimes contra a honra cometido na internet, é um crime que não possui legislação especifica, porém é punível no código penal, e caso a vitima queira solicitar indenização, ela pode ingressar na esfera cível, mais eis a questão, as penas na esfera penal, são na maioria das vezes penas brandas. De fato, o autor do crime, às vezes, sentem-se punidos na esfera cível, pois tem que pagar uma indenização, mas de fato, os problemas psicológicos e as consequências em muitos casos podem se pendurar para a vida toda.
Neste trabalho foi realizado a pesquisa bibliográfica, com exploração em sites, blogs, trabalhos acadêmicos, artigos científicos e etc. Para tanto este artigo visa analisar a aplicação da lei na punição da conduta criminosa do autor de crimes contra a honra na internet.
Desta feita, o texto foi organizado em 4 capítulos, o primeiro contemplou em abordar sobre a evolução da internet nos dias atuais, na sequência sobre os crimes contra a honra e suas noções gerais, crimes contra a honra na internet e o último capitulo sobre a punibilidade dos crimes contra a honra na internet.
2. A EVOLUÇÃO DA INTERNET NOS DIAS ATUAIS
A internet surgiu em meio a necessidades militares de comunicação e em pouco tempo se transformou em um dos meios mais utilizados em quase todo mundo. Em meio ao seu desenvolvimento e processo evolutivo, diversas ferramentas surgiram a fim de melhorar a interface dos sites e a interatividade do mesmo. (SOARES, 2017). 
A expansão do acesso à internet e seu processo evolutivo iniciou-se com o fácil acesso aos computadores, no começo dos anos 2000, a ela se popularizou ainda mais. A tecnologia evoluiu e a internet discada começou a dar espaço para a banda larga e a conexão via rede 3G, bem mais rápidas. E, com o surgimento dos sites de compartilhamento de música e arquivos, vieram as primeiras redes sociais.
A internet nos últimos anos vem ocupando um lugar de destaque na sociedade, por ser um local que aproxima as pessoas, especialmente por meio das redes sociais, bem como, auxiliando nas tarefas escolares e como fonte de pesquisa. Contudo, agressões, abusos e violências vêm sendo praticadas nesse ambiente, gerando graves consequências psicossociais aos usuários, mesmo sem haver contato físico. (SOARES, 2017)
Sendo ela um dos meios mais influentes na sociedade atual, definida como um grande conjunto de redes de computadores interligadas pelo o mundo inteiro. Inegável que a internet faz parte diariamente da vida do ser humano, dentro desse ambiente, uma forma de se comunicar que ganhou bastante destaque, foram às redes sociais. O conceito de redes sociais, nada tem a ver com a internet propriamente dita, representa gente, interação social, troca social (MURAD, 2015). Com a explosão do seu uso e das redes sociais, surgiram várias tipificações de crimes virtuais, dentre eles o crime contra a honra.
3 CRIMES CONTRA A HONRA E SUAS NOÇÕES GERAIS
3.1 CONCEITO DE HONRA
A honra, do ponto de vista objetivo, seria a reputação que o indivíduo desfruta em determinado meio social, a estima que lhe é conferida; subjetivamente, a honra seria o sentimento da própria dignidade ou decoro. ( SOARES,2017), ou seja, alguém possuía qualidades consideras virtuosas, valorosa.
 A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, Pacto de São José da Costa Rica, em seu art. 11, descreveu que:
1.Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade.
2.Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, na de sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação.
3.Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou tais ofensas.
No entanto a visão de honra é algo mais que qualidades que caracterizam a sua dignidade de pessoa, ou seja, tem relação com a reputação, quando ferir essa reputação, o individuo, pode ter interferência na sua vida social e particular.
3.1.1 Tipos
Caracteriza-se a honra em objetiva e subjetiva. A honra objetiva é aquele juízo que os outros fazem de alguém, portanto, ao atacar a honra objetiva de uma pessoa interfere-se na maneira como o mundo verá aquele alguém. Já honra subjetiva é a maneira como cada vê a si mesmo, ou seja, elemento que, através de seus valores, traz sentimentos de grandeza a cada um. Ao ferir a honra subjetiva, interfere-se na maneira como a pessoa enxerga a si mesma (PAGNOZZI, 2018).
No mais a honra objetiva seria uma valor que as pessoas atribui ao outro, onde esse valor passa pela a família, amigos e sociedade em geral. Porém na honra subjetiva é o valor que a pessoa dar a sim mesma, é o sentimento de valor que a pessoa sente, ou seja, trata-se da honra interior.
3.2 DOS CRIMES CONRA A HONRA
Os crimes contra honra estão previstos no Código Penal Brasileiro, tipificados em Calúnia, difamação e Injúria, previstos no Capitulo V desse diploma legal, onde a sua prática imputa punição ao autor, vejamos a seguir cada um deles.
3.2.1 Calúnia 
Está prevista no art.138 do Código Penal que “caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime", é cabível pena de detenção de (6) seis meses a (2) dois anos e multa, na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga (§ 1º), sendo punível a calúnia contra os mortos (§ 2º). (LOPES; PIRES; PIRES, 2017). De fato o crime de calúnia precisa ser divulgado, tornar público. 
 Conforme (Banal, 2019) “O delito pode ser praticado por qualquer meio de execução: palavra, escrito, ou outros meios, mas precisa chegar ao conhecimento de outras pessoas que não o ofendido, momento em que se consuma o crime”, ou seja, quando se cria uma condição para ferir a reputação da vitima.
 Tratando de crime comum o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, embora o caluniador não seja o infrator original da calúnia,mas também quem divulgar e propagar tal fato. Na internet, muitos compartilham, republicam, sem buscar a veracidade do assunto ou noticia, sendo um meio de fácil acesso e grande visualização. 
Sujeito passivo é quem sofre a acusação, a vitima, embora tenha que ser a pessoa humana, (LOPES;PIRES;PIRES, 2017) descreve que “porque somente o ser humano é capaz de cometer fatos definidos como crime, daí que é impossível a calúnia contra pessoas jurídicas, que, no sistema brasileiro, não podem ser sujeitos ativos de crimes. A vítima deve ser pessoa certa, determinada”. No entanto a vitima não pode ficar subentendida, o sujeito ativo tem que ter o individuo especifico, para tal cometimento do crime. 
3.2.2 Difamação
O crime de difamação configura-se quando alguém atribui fato ofensivo a sua reputação, tal pratica está prevista no art. 139 do CPB, onde segundo Banal: 
Sendo esse a imputação a alguém de fato ofensivo à sua reputação, atingindo a honra da vítima. O crime pode ser praticado por diversos meios de execução e se consuma quando chega ao conhecimento de outrem que não seja a vítima. Ao contrário da calúnia, não é necessário que a imputação seja falsa, basta a existência do fato desonroso. Decorre desse crime a pena de detenção de três meses a um ano e multa. Crime de ação penal privada
Trazendo para o ambiente virtual o referido crime se dar a partir de uma postagem em sites e rede social, imputando determinada conduta que manche sua honra diante da sociedade, não necessitando que tal conduta seja definida como crime. Pouco importa se é ou não verdade a imputação, a simples acusação já configura o delito (SOARES, 2017).
De fato esse crime se torna comum principalmente nas redes sociais, onde muitos utilizam para relatar que fulano foi traído, ou que uns indivíduos esta lhe devendo, e vários casos que são comuns. Alguns chegam a expor imagem, com isso ferindo a sua reputação, no entanto “Sobre o direito de imagem, a Constituição prevê que é crime e o código civil afirma que cabe indenização a exposição indevida, ou seja, sem autorização da pessoa. Para isto não necessita a imagem violar a intimidade ou honra da pessoa, bastando que seja publicada sem autorização” (NOVO, 2019). O direito a imagem deve ser preservado, pois de fato, a exposição torna-se algo vexatório a vitima.
3.2.3 Injúria
O crime em questão consiste em ato de atribuir a alguém qualidade negativa que tanto pode ser falsa quanto verdadeira. Não há imputação de um fato, mas sim uma opinião negativa que o agente dá a respeito da vítima. Ela diz respeito à honra subjetiva da pessoa, é o ato de xingamento (BERNAL, 2019).
De acordo com o art. 140º do Código Penal, Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, com pena de detenção, de um a seis meses, ou multa, considerado um crime de ação livre, que pode ser praticado por qualquer meio de execução, tanto por meio escrito ou de forma verbal, tais como insulto, xingamento e outros.
 Segundo (CARVALHO,COELHO) Injúria é um crime comum, onde qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo e passivo desse crime, pois o tipo penal não exige qualquer condição especial do agente. Desta feita, o crime se consuma quando o sujeito passivo toma ciência da imputação ofensiva.
Injúria passou a ser a ofensa à pessoa, é algo que ataca o sentimento que a pessoa tem de si, por isso, é um crime que ataca a honra subjetiva. Uma inovação do atual código é a tipificação da injúria real, que trata de violência ou vias de fato feitas com a intenção de ofender outro. Uma importante inovação, que foi incluída pela lei nº9459/97 foi o crime de injúria racial (TAMBOSI, 2016).
E importante frisar que a injuria racial é diferente do racismo, pois na injuria a ofensa é proferida a individuo de cor ou etnia, sendo que o bem jurídico afetado é a honra subjetiva, já no racismo a ação discriminatória se aplica a todo grupo social, devido sua cor, etnia, raça, origem ou religião, tendo a sua dignidade humana afetada.
4. CRIMES CONTRA A HONRA NA INTERNET
Os crimes contra a honra são os tipos mais comuns que acontece no meio social, devido ser um local de debate de diversas formas e acesso rápido, em muitos casos o autor da conduta criminosa tem o dolo em outro somente a culpabilidade de ter compartilhado tal informação, contudo, cada indivíduo tem que responsabilizado por suas opiniões e postagens. Conforme Correa “É importante registrar que estes crimes dizem respeito à opinião de terceiros no tocante aos atributos físicos, intelectuais e morais da pessoa”.
De acordo com (SOARES, 2017) tais crimes são complexos devido:
Envolver questões que ainda estão em desenvolvimento, especialmente por muitas delas ainda não serem de conhecimento de todos, exigindo habilidades técnicas sobre o assunto. Contudo, é importante que a sociedade esteja atenta para o constante crescimento dos crimes contra a honra realizados em ambiente virtual, não podendo passarem despercebidos da justiça, para que possa aplicar as penas existentes quando da pratica de crimes contra a honra, para manter a integridade dos indivíduos ofendidos.
De fato os crimes contra a honra são visíveis aos usuários da internet, pois devido à expansão da mesma, muitos se escondem no ambiente da internet para cometer tal delito, alguns criando perfis falsos. Todavia grandes partes do sujeito ativo publicam e compartilham informações, noticias e postagem, acreditando que, não haverá punição, porém os crimes de calúnia, Difamação e Injúria, são puníveis na esfera penal e na civil. As elevações desses crimes ocorreram com a expansão da internet.
5. PUNIBILIDADE
De fato os crimes cometidos contra a honra no mundo virtual, são punidos com a aplicação do Código Penal Brasileiro, Segundo (Ângelo, Sanches, 2018) Por mais que estas condutas estejam tipificadas no Código Penal vigente, as penas são brandas e quando ocorrem no ambiente virtual, sua reparação se torna complexa, uma vez que, cessar por completo algo que está na rede beira a impossibilidade. Assim, é necessário majorar as penas em uma lei específica, e detalhar condutas quando tratar-se de crimes contra a dignidade cometidos na web.
Desta feita, não existe uma lei especifica para os crimes honra cometido na internet, no entanto:
O Código Penal trata esses crimes de uma forma muito genérica, tipificando-os nos crimes contra a honra que acontecem fora da tela do computador, e por isso, acaba não tendo a especificidade necessária para abranger de uma forma completa os casos que acontecem nas redes sociais, de forma a promover uma justa punição para os agressores. (DANTAS; SANTIAGO, 2019).
 
 As penas tipificadas no código de penal, em muitos casos são de menor potencial ofensivo, não ultrapassando dois anos de detenção, como analisado nos dispositivos citados a seguir do Código Penal Brasileiro.
Art.138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
Art.139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena, detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Art.140 - Injuriar alguém, ofendendo lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 3 o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997).
Entender-se que no paragrafo 3º do crime de injuria frisa que tal crime é passível de pena de reclusão, onde nos demais crimes as penas são passiveis de detenção. Ou seja, a reclusão é aplicada a condenações mais severas, o regime de cumprimento pode ser fechado, semi-aberto ou aberto. Já na detenção são condenações mais leves, não admitindo que o início do seu cumprimento seja em regime fechado.
Em qualquer caso de crimes contra a honra, cometido na internet que possa provocar a responsabilidade civil ou penal para o ofensor, a vítima sempre irá precisar provar osfatos. Como qualquer ação judicial, são necessárias provas, sendo que na internet na maior parte das vezes, a prova é mais fácil, pois a vitima ou a pessoa que tem conhecimento pode gravar texto, imagem, o vídeo ou o que possa provar tal delito. Essas provas são necessárias para ingressar na esfera cível e criminal.
Em algumas tipificações de crimes contra a honra é cabível a retratação, conforme: 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.        Parágrafo único.  Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.      (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015)
A retratação, no entanto, serve apenas para os crimes de calúnia ou difamação, sendo inadmissível no crime de injúria. Isso se dá, porque no crime de calúnia e difamação, por ser uma aferição de ofensa a honra objetiva (reputação), basta a prova ao contrário do fato alegado para reparação do dano em tese.
Na injúria, uma vez dita ofendendo a honra subjetiva (dignidade; decoro), não há possibilidade de retratar-se (RIBEIRO,2016).
De fato a retratação extingue a punibilidade na esfera penal, no caso de dar somente antes da sentença, porém na esfera cível, não produz efeito, pois ela não repara o dano moral causado.
5.1 RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outra, ou seja, pode ser definida como aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar um dano causado à terceiro. Segundo (NETO, 2017) define “Responsabilidade Civil como sendo a obrigatoriedade de reparar dano material ou moral, causado a outro em decorrência da prática de um ato ilícito”.
 De acordo com o art. 186 do Código Civil dispõem que: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”, ou seja, o ato ilícito é todo aquele que viole o ordenamento jurídico, porém para ensejar uma conduta, ato ilícito, que cause dano ou prejuízo a outrem, são necessário três requisitos, tais como a culpa, nexo da causalidade e dano.
Os crimes contra a honra são de ação penal privada, de fato, o processo criminal somente inicia-se por iniciativa da parte ofendida. No entanto, esses crimes são passiveis de responsabilização civil, onde de acordo com (PESSALI, 2018): 
Todos esses crimes narrados podem causar prejuízos às vítimas, uma vez que afetam a imagem que ela tem de si própria e que os outros têm dela, ofendendo sua auto-estima e reputação. Por esse motivo, o dano moral sofrido pela vítima é passível de indenização. Nesse caso, paralelamente ou após a ação penal, o ofendido poderá ajuizar também ação cível, visando indenização por danos morais. Se o juiz considerar que houve danos morais e que eles foram ocasionados pelo ato do réu, será fixada indenização considerando a extensão da lesão sofrida. A finalidade da indenização é reparar a dor, sofrimento ou exposição e constrangimento da vítima.
Desta forma, a ação cível é uma forma da vitima requerer uma reparação pelo o dano sofrido, dessa forma o objetivo da indenização é reparar o prejuízo sofrido pela a vitima, porém a existência de dano é requisito essencial na responsabilidade civil. Desta forma, vale ressaltar a Jurisprudência acerca da decisão de danos morais ocorrido na internet.
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS RESULTANTES DE CALÚNIA E DIFAMAÇÃO. CIRCUNSTÂNCIAS DE FATO E DE DIREITO ANTERIORMENTE ANALISADAS EM DEMANDA COM BASE NAS MESMAS OCORRÊNCIAS. PUBLICAÇÃO DE TEXTOS EM REDE SOCIAL, COM IMPUTAÇÃO DE CRIMES À AUTORA. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. Incontroverso nos autos que o requerido publicou diversos textos na internet, imputando a prática de crimes à autora, com nítida intenção de ofender-lhe a honra, estão configurados os danos morais, que são presumidos na hipótese, dispensando comprovação específica. Direito à livre manifestação do pensamento que deve ser compatibilizada com outros direitos fundamentais, dentre os quais a imagem, honra e dignidade alheias. Sentença reformada. DANO MORAL IPSO FACTO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO DO VALOR FIXADO EM SENTENÇA. A indenização não deve ser em valor ínfimo, nem tão elevado que torne desinteressante a própria inexistência do fato. Conteúdo das mensagens e relação entre as partes que devem ser observados no arbitramento da indenização, e bem assim a repercussão íntima e social das ofensas. Correspondência entre quantias estabelecidas com base no mesmo fato. Valor fixado em sentença (R$ 50.680,00) reduzido para R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Mérito... da decisão de 1º Grau confirmado. DERAM PROVIMENTO EM PARTE À APELAÇÃO, RESTANDO PREJUDICADO O RECURSO ADESIVO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70069984953, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Julgado em 30/11/2017).
Portanto, nesse sentido pode observar que aqueles usuários responsáveis por tal conduta criminosa deverão ser responsabilizados pelo dano causado a vitima. Onde essa indenização torna-se uma forma de punir o sujeito que cometeu tal fato, para que tenha ciência que embora a internet seja um ambiente de fácil disseminação das postagens, os crimes cometidos no seu âmbito também passiveis de punição na esfera cível.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto neste artigo, pode-se observar que a punibilidade para a parte que cometeu o delito de crimes contra a honra, ainda são brandas, devido à falta de uma lei especifica que legisla sobre tal assunto, visto que a utilização da norma que se encontra tipificada no Código Penal aos crimes contra a honra são fora da realidade virtual.
De modo geral, o sujeito ativo da ação se sente a vontade na internet, pois o que de fato para eles não haverá uma real punibilidade, pois alguns ingressam na esfera cível para repor o dano, porém é um crime que para a parte ativa, que passou por toda a situação, não há indenização que repare a situação vexatória que passou, pois muitos têm a sua vida pessoal, profissional e seu estado psicológico abalado, são marcas que podem pendurar um por grande período, devido a tal fato é necessária uma lei especifica para os crimes contra a honra cometidos na internet, ou uma reformulação nas penas do código penal Brasileiro, relacionado a tal conduta dessa tipificação de crime.
7 REFERÊNCIA
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CORREA, Flavia Cristina Jeronimo, Crimes contra a honra nas redes sociais,2015. Disponível em https://flaviacristinajcorrea.jusbrasil.com.br/artigos/206759390/crimes-contra-a-honra-nas-redes-sociais. Acesso em 20.01.2020.
DANTAS, Gleick Meira Oliveira; SANTIAGO, Tatiany Silva Azevêdo; Crimes contra a honra na rede social facebook, 19/07/2019; Disponível em:https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/crimes-contra-a-honra-na-rede-social-facebook/. Acesso em 10/04/2019.
LUCAS, Igor; Como proceder ao ser vítima de uma ofensa pela Internet, 2017, Disponível em: https://igorlucas.jusbrasil.com.br/artigos/449791585/como-proceder-ao-ser-vitima-de-uma-ofensa-pela-internet. Acesso em 08/04/2019.
BERNAL, Ana; Crimes contra a honra na internet; 15/11/2019. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/direito-ejustiça/2019/11/12/interna direito e justiça,1101173/crimes-contra-ahonra-na-internet.shtml.
LOPES, Hálisson Rodrigo; PIRES, Gustavo Alves de Castro, PIRES, Carolina Lins de Castro; Aspectos Jurídicosdo crime de calúnia, 01/06/2017. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/aspectos-juridicos-do-crime-de-calunia/
 
NOVO, Benigno Núnez; O direito a imagem; 06/2019. Disponível em : https://jus.com.br/artigos/75081/o-direito-de-imagem.
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Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ-RS - Apelação Cível : AC 70069984953 RS; Diário da Justiça do dia 14/12/2017; Disponível em: https://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/531715497/apelacao-civel-ac-70069984953-rs?ref=serp.

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