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Crimes cibernéticos com ênfase na pornografia por vingança

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CRIMES CIBERNÉTICOS COM ÊNFASE NA PORNOGRAFIA POR VINGANÇA 
(REVENGE PORN) 
 
CYBER CRIMES WITH EMPHASIS ON REVENGE PORN 
 
Larissa Nery Moura1 
Wellington Henrique Rocha de Lima2 
 
Resumo: O presente trabalho possui como objetivo geral apresentar como os crimes 
cibernéticos por meio da pornografia por vingança ocorrem em face das mulheres que são as 
principais vítimas. Como objetivo específico tenciona-se apresentar a conceituação de crimes 
cibernéticos; discorrer sobre as medidas legislativas existentes; Abordar sobre as medidas de 
prevenção contra os crimes cibernéticos. Busca-se ainda responder a seguinte problemática: 
As medidas legislativas e medidas de prevenção existentes estão sendo eficazes para combater 
os crimes cibernéticos com ênfase na pornografia por vingança? O referido tema foi escolhido 
pela sua importância no contexto do Ordenamento Jurídico Brasileiro e por ser um assunto de 
grande relevância para a sociedade. O método utilizado para a pesquisa foi o levantamento 
bibliográfico e análise de dados e informações colhidas na lei, doutrina, teorias, princípios, 
jurisprudência e demais estudos científicos atinentes ao tema, bem como o estudo de materiais 
disponíveis em livros, sítios virtuais tais como o Scielo, artigos científicos, dentre outras obras 
que tem por objetivo reunir diversos posicionamentos acerca do tema. 
 
Palavras-chaves: Crimes cibernéticos; Pornografia; Vingança; Mulheres; Medidas 
legislativas. 
 
Abstract: The present work has as its objective is to present how cyber crimes through 
revenge pornography occur in the face of women who are the main victims. As a specific 
objective, it is intended to present the conceptualization of cyber crimes; Discuss existing 
legislative measures; Addressing measures to prevent cybercrime. It also seeks to answer the 
following problem: Are existing legislative measures and prevention measures effective in 
combating cybercrimes with an emphasis on revenge pornography? This theme was chosen 
for its importance in the context of the Brazilian Legal System and for being a subject of great 
relevance to society. The method used for the research was the bibliographic survey and 
analysis of data and information collected in the law, doctrine, theories, principles, 
jurisprudence and other scientific studies related to the subject, as well as the study of 
materials available in books, virtual sites such as the Scielo, scientific articles, among other 
works that aim to bring together different positions on the subject. 
 
Keywords: Cyber crimes; Pornography; Revenge; Women; Legislative measures. 
 
 
1 Discente do curso de Direito do Centro Universitário da Grande Dourados/UNIGRAN. E-mail: 
Laranery65@gmail.com 
2 Docente do curso de Direito do Centro Universitário da Grande Dourados/UNIGRAN. E-mail: 
wellington.lima@unigran.br. 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Sendo a pornografia da vingança uma forma de expor a pessoa do outro lado da 
tela, pode-se vislumbrar que a maior parte das vítimas que passam por essa situação são 
mulheres e que essa situação se sustenta pela condição de ainda hoje a mulher ser 
colocada como o sexo frágil, ser vista na ótica masculina como um alvo fácil de ser 
atingido. Diante disso, o crescimento dessa forma de vingança tem se tornado um alvo 
constante nas redes sociais, onde na maior parte dos casos a mulher não sabe como lidar 
com toda essa exposição feita com o objetivo de ferir o outro. 
A internet é uma das invenções mais revolucionárias na história da humanidade. Ela 
possibilitou a mensagem instantânea com qualquer pessoa, acesso à informação de forma 
prática, a democratização do conhecimento, entre várias outras facilidades. Porém, a própria 
dinâmica da internet, bem como as suas ferramentas de criptografia, possibilitou uma 
facilidade maior para cometer crimes e, com isso, tais delitos aumentaram de forma 
considerável. Sendo assim, é imperativo a consciência que esse ciberespaço é uma área 
relativamente nova e muito propensa para o crime, já que mesmo tento legislação vigente, 
muitas vezes é impraticável a aplicação da mesma. 
A pornografia da vingança é um ato que após o aumento da utilização das mídias 
sociais tem se tornado algo constante, e esse seu aumento tem se tornado preocupante para 
muitos. Pensar que alguém pode utilizar suas fotos e/ou vídeos como forma de se vingar 
de você pode ser algo temeroso na vida do sujeito, entretanto, é importante apontar que na 
maior parte dos casos a vítima são as mulheres que por terem maiores dificuldades de 
lidar com a exposição de seu corpo, acabam caindo em um abismo, que em muitos casos 
pode ser irreversível, onde nestes casos pode-se observar que nem sempre é o 
companheiro que comete o ato, mas também familiares, amigos próximos, dentre tantas 
outras pessoas que buscam realizar a exposição como uma forma de vingança. 
A pesquisa e redação do artigo foram por intermédio de pesquisa bibliográfica 
doutrinária e diplomas legislativos. Através do método dedutivo analítico se analisa, 
descreve e compreende identificar se a pornografia por vingança é uma forma de violência 
contra o gênero feminino. 
 
2 OS CRIMES CIBERNÉTICOS E SUAS NUANCES 
 
3 
 
Desde que a criminologia constatou que a internet se tornou uma nova ferramenta 
para prática de crimes, criou-se teorias para definição de crimes virtuais. O crime cibernético 
existe desde o início da internet, porém estudiosos afirmam que o primeiro delito ocorreu por 
volta e 1960. Apesar dos delitos ocorrerem a um tempo considerável, ainda não se tinha uma 
legislação voltada a esta conduta. 
As condutas no Brasil são divididas em crimes, os quais são considerados mais 
graves e contravenções penais quando a conduta praticada é menos lesiva aos bens jurídicos. 
Entretanto, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (2010, p. 1-2), conceitua crime 
da seguinte maneira: 
 
Poucos institutos sobreviveram por tanto tempo e se desenvolveram sob formas tão 
diversas quanto o contrato, que se adaptou a sociedades com estruturas e escala de 
valores tão distintas quanto às que existiam na Antiguidade, na Idade Média, no 
mundo capitalista e no próprio regime comunista. 
 
Contudo, os crimes virtuais são aqueles praticados através do uso de dispositivos 
tecnológicos, conectados ou não a uma rede de internet. A Internet não pode ser entendida 
como uma terra sem lei, uma vez considerado que as operações ali efetivas sempre têm como 
fundamento relações entre seres humanos, devendo, pois, tais relacionamentos, 
obrigatoriamente, ser regidos pelos princípios gerais de direito, ou seja, se houver lesão ou 
ameaça a liberdades individuais ou a interesse público, deverá o Estado atuar para coibir tais 
práticas nefastas desse regime de proteção; a conduta humana sempre será objeto do direito, 
ainda que realizada por intermédio de computadores (LIMA, 2011, p. XVI). 
São muitas as dificuldades na jurisdição, pois para conseguir identificar todos os 
criminosos ativos em anonimato, mesmo que investigando-os geraria um travamento de 
casos, pois são inúmeros, dia a dia, esse número só vem crescendo, além da dificuldade 
em conseguir o endereço do IP dos criminosos, que muitas vezes, utilizam um IP falso 
dentro do meio virtual. 
Atualmente, não é possível fixar à proporção que um determinado crime pode 
alcançar. Os crimes virtuais, a exemplo o crime do “Golpe do WhatsApp”, atinge toda a 
sociedade, de todas as idades e de todas as classes sociais. Pois, sendo um dos aplicativos 
mais usados no país e no mundo, o número de criminosos vem aumentando, bem como o 
tipo de crime. 
Não obstante, os sujeitos ativos nesse tipo de infração têm maior capacidade de 
encontrar os atalhos para a prática das infrações, eis que se trata de um perfil de criminoso 
4 
 
com capacidade intelectual acima do perfil médio do criminoso patrimonial do mundo real 
(ROSSINI, 2004, p.134). O crime digital é muito criativo, ele aproveita momento de 
comoção, curiosidade e até mesmo desespero, para que consiga induzir a vítima ao erro e 
a falsa percepção da realidade. Com ofertas altamente atrativas, podendo envolver uma 
pluralidade de sujeitos. 
Durante a pandemia do Covid-19, a sociedade mundial se adaptou com novas 
formas de vivência, sendo que uma das maiores mudanças foi a aquisição de atividades 
que eram feitas externamente alteradas para serem feitas em ambiente domiciliar, via 
internet. Com o aumento do número de pessoas utilizando a internet para realizar 
atividades cotidianas como: atividades profissionais, estudantis, entre outras, a taxa de 
cibercrimes só aumentou, bem como o número de criminosos. 
O Brasil é o hoje o 2° maior país com ataques diários de crimes virtuais, 
perdendo apenas para a Rússia. Vale ressaltar, que a internet dispõe se uma determinada 
segurança, a possibilidade de anonimato, estimula o descumprimento às leis, pois, estão 
assegurados da impunidade. 
Com o aumento do acesso à internet e do grande aumento dos dispositivos 
conectados, vieram e consequentemente vêm surgindo novos crimes cibernéticos. Os 
impactos financeiros de todos estes novos crimes são crescentes, gerando também uma 
menor confiança nos serviços online por parte dos usuários. 
Quanto a sociedade brasileira, na maioria das vezes, as vítimas destes crimes não 
têm muita ou nenhuma informação sobre os delitos praticados pelos cibercriminosos, que 
também tendem a aumentar cada vez mais o número de “ataques” no Brasil e no mundo. 
Esses crimes podem ser definidos, à luz jurídica, como “conduta típica, antijurídica - 
ou ilícita – e culpável, praticada por um ser humano” (CARVALHO, s/d, online). Condutas 
antijurídicas na Internet define-se, segundo Lima: 
 
[...] qualquer conduta humana (omissiva ou comissiva) típica, antijurídica e 
culpável, em que a máquina computadorizada tenha sido utilizada e, de alguma 
forma, tenha facilitado de sobremodo a execução ou a consumação da figura 
delituosa, ainda que cause um prejuízo a pessoas sem que necessariamente se 
beneficie o autor ou que, pelo contrário, produza um benefício ilícito a seu autor 
embora não prejudique de forma direta ou indireta à vítima. 
 
É preciso que tenhamos a consciência do que vem a ser o crime de conduta 
antijurídica que como apontado acima pode ser considerado aquelas ações que o computador 
5 
 
tenha sido utilizado de alguma forma que auxilie o sujeito que cometeu o delito a alcançar tal 
êxito, ou seja, que cause o prejuízo na vida das pessoas posicionadas enquanto vítimas. 
Com base nesta definição, é possível dizer que os crimes digitais começaram bem 
antes da popularização da Internet como um todo. Sendo uma ferramenta bélica, havia 
esforços para prejudicar e sabotar a segurança nacional. Para Roberto Chacon de Albuquerque 
(2006, p. 35): 
 
[...] os primeiros casos de crimes cibernéticos foram na década de sessenta. Eram 
utilizados computadores como forma de cometimento do crime virtual, como o 
estelionato. Na referida década foi que começara a ser relatados pela imprensa os 
primeiros casos de crimes cibernéticos. A partir da década de setenta, começaram os 
primeiros estudos empíricos sobre a criminalidade cibernética. 
 
Sendo assim, é possível notar, de acordo com a breve pesquisa realizada, que o crime 
digital se diferenciava totalmente do crime cibernético praticado hoje em dia. Porém, com a 
sofisticação dessa tecnologia, começaram a ser praticado mais crimes, como por exemplo o 
caso Carolina Dieckmann, onde fotos intimas dela foram vazadas e os criminosos fizeram 
chantagem contra a vítima. 
Atualmente, é necessário um investimento em políticas públicas referentes a 
golpes e crimes praticados na internet, pois com a informação em mãos, as vítimas teriam 
mais conhecimento de como é praticado o crime ou de que forma as mesmas fariam para 
se atentar a possíveis golpes. Também, é de extrema importância, informatizar as pessoas 
a fazerem o uso de nuvem, a qual ajuda a retardar as ameaças ou até mesmo reduzir a 
praticamente zero. 
Antes de tudo, é importante ressaltar o Modus Operandi do criminoso na internet 
para, assim, ter um contexto maior das ferramentas utilizadas por eles. Muitos dos criminosos 
utilizam as redes sociais para conhecer as suas vítimas. Os mesmos criam um perfil e tenta 
conversar e manipular a vítima e, com o passar do tempo, o criminoso tenta adquirir o e-mail 
ou WhatsApp da vítima. É nesse estágio em que o infrator tenta persuadir a vítima a mandar 
fotos pornográficas ou marcar um encontro, onde possivelmente ocorrerá a agressão sexual. 
Sendo assim, no âmbito da internet, o infrator tende a adotar um comportamento 
mais manipulativo. Entretanto, a estratégia utilizada pelo criminoso (se ele utilizará uma 
estratégia coercitiva ou manipulativa) tende a variar de acordo com a idade da vítima e, na 
estratégia manipulativa, agressor tende a utilizar esse comportamento em vítimas mais velhas 
(LECLERC, et al., 2009). 
6 
 
Aplicando esse método manipulativo no âmbito da internet, é possível dizer que o 
agressor utiliza as redes sociais ou chats de bate-papo para ter o primeiro contato com a 
vítima e, quando ele consegue conquistar a confiança da vítima, o infrator tenta conseguir 
algum meio de comunicação mais intimista, como WhatsApp ou uma rede social pessoal. 
Depois, o modus operandi da maioria dos criminosos seria adotar uma estratégia de dar 
presentes, amor e atenção para conquistar ainda mais a confiança da vítima e, depois, ameaçar 
a cortar os benefícios para manter a vítima calada. Sendo assim a vítima cria um vínculo com 
o criminoso e ela mesma se sente culpada e com medo de denunciá-lo. Nesse diapasão, pode-
se concluir que o modus operandi do pedófilo na internet é adotar uma conduta manipulativa 
para conquistar a vítima e, depois, fazê-la se sentir presa e com medo de denunciá-lo. 
Além do criminoso utilizar softwares que possam mascarar o seu endereço de IP, o 
indivíduo pode acessar redes abertas para praticar os seus crimes, seja em Lan House, 
Shopping, praças públicas com internet aberta, etc. Sendo esses lugares populosos, mesmo 
que a polícia identifique o IP e consiga rastrear o local exato do crime, torna-se uma tarefa 
árdua para achar o autor do crime, já que centenas de aparelhos podem estar conectados. 
 Sendo assim, Vladimir Aras (2002, p. 3) diz: 
O único método realmente seguro de atribuição de autoria em crimes informáticos é 
o que se funda no exame da atuação do responsável penal, quando este se tenha 
valido de elementos corporais para obter acesso a redes ou computadores. Há 
mecanismos que somente validam acesso mediante a verificação de dados 
biométricos do indivíduo. Sem isso a entrada no sistema é vedada. As formas mais 
comuns são a análise do fundo do olho do usuário ou a leitura eletrônica de 
impressão digital, ou ainda, a análise da voz do usuário. 
Assim sendo, um combate eficaz no âmbito das redes públicas seria aderir algum 
sistema de validação antes de entrar na rede, contendo os dados do usuário e alguma forma de 
identificação. Alguns Shoppings Centers pedem para o usuário fazer o cadastro antes de 
utilizar a rede. Entretanto, somente esse mecanismo é ineficaz, já que o usuário pode cadastrar 
utilizando dados falsos. 
 Outrossim, não é somente em lugares públicos que o autor pode acessar a internet 
para cometer os crimes. Muitos roteadores de internet pessoais possuem uma senha padrão 
que muitos usuários não mudam, seja por desconhecimento ou por não ter a perícia 
necessária. Sabendo disso, o criminoso consegue facilmente acessar o roteador pela senha 
padrão e utilizar o endereço de IP de uma pessoa inocente. Caso a polícia venha a rastrear o 
IP, será apontado para uma pessoa que nada fez. 
 
7 
 
3 A PORNOGRAFIA POR VINGANÇA (REVENGE PORN)Com o início do século XXI, ouve um grande avanço na tecnologia, uma 
mudança significativa na vida em sociedade. Com isso a internet passou a ser fundamental 
na vida das pessoas, sendo indispensável, pois consigo trouxe um avanço desde aspectos 
de cunho econômico ao social, esses chamados de pontos positivos, porém quando a 
pontos positivos logo temos os negativos, por exemplo, a exposição nas redes sociais. 
A pornografia por vingança surgiu nos Estados Unidos, conhecida como Revenge 
Porn, esse crime consiste na divulgação de fotos e/ou vídeos com cenas íntimas, nudez, 
relações sexuais de qualquer tipo, esses divulgado sem consentimento da vítima, por parte 
do ex-parceiro. 
Esse tipo de exposição pode ser feito através de qualquer rede social, sendo a 
mais comum WhatsApp, após feito o compartilhamento, a coisa compartilhada, fica de 
forma publica, pois, a internet é uma terra sem lei, onde um compartilha algo e não tem a 
mais volta, assim tornando aquele ato imprudente e irreversível, a ponto de chegar a nível 
internacional. Vale ressaltar que essa divulgação não tem consentimento da vítima mesmo 
quando a vítima permite ser fotografada ou filmada ou até mesmo quando ela mesma 
tira/filma e encaminha para seu parceiro. 
 O agressor com a intenção de vinga-se e humilhar sua ex-parceira, pelo fato de 
não haver mais uma relação entre eles, resolve compartilhar aquele momento intimo, nas 
redes sociais, fazendo com que sua ex-parceira seja mal vista, mal falada, humilhada, 
menosprezada e criticada pela sociedade. 
Segundo o Site, Indicador Helpline (2007-2021), em um gráfico, onde mostra 
dados referentes a “as principais violações para as quais os internautas brasileiros mais 
pedem ajudam”, a exposição de imagens intima, por sua vez ocupa o terceiro lugar com 
um percentual de 354 casos atendidos somente no ano de 2020, sendo 199 números de 
denúncia por parte da mulher e 155 por parte dos homens, mostrando o quanto 
Sexting/Exposição íntima se encontra em evidencia no Brasil. 
 
4 A PORNOGRAFIA COMO FORMA DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO 
 
A violência contra a mulher de todas as formas, em sua vasta grandeza é um tema 
atual na sociedade, embora possa constatar que suas raízes socioculturais datam de muitas 
décadas passadas. Com isso, é possível arriscar a dizer que subsistem desde os primórdios da 
8 
 
evolução humana, onde o homem utilizava a mulher apenas como um objeto para saciar suas 
vontades carnais ou apenas como um simples objeto reprodutor, inferiorizando-a ao máximo 
(SILVA, 2019). 
A violência contra mulher se manifesta na sociedade das mais variadas formas 
possíveis, desde a violência simbólica, fruto de uma idealização de papéis impostos a homens 
e mulheres, até a violência física, que deixa mais do que marcas corpóreas na vítima. 
Portanto, existem várias formas de violência contra a mulher que constituem crime, que pode 
ser entendido como qualquer comportamento que viole o caráter ou a saúde física da mulher 
(SILVA, 2019). 
Ao observar e vivenciar pode-se dizer que a pornográfica por vingança, por mais 
que possa acontecer com qualquer um dos gêneros, tanto feminino quanto masculino, a 
mulher é a que mais tem casos registrados em denúncias, e as que mais sofrem com as 
consequências, que essa exposição pode acarretar. Desse modo a vítima sofre uma 
humilhação não somente pelo agressor, mas também pela sociedade, qualquer ato que seja 
destinado à injúria ou que manche a sua dignidade e sua reputação é considerado violência 
moral contra mulher (CNJ, 2006). 
A Pornografia de Vingança é um ato imprudente, no qual qualquer um pode ser 
atingido, independente de status econômico, idade ou lugar onde reside ou onde estiver, 
casos assim acontece com várias mulheres em todo lugar do mundo e na maioria das 
vezes, tendo com estopim, o término de um relacionamento (SAHIONE, 2021). Hoje 
quando acontece um caso desse tipo, onde a fotos/vídeos são vazadas na internet de 
mulheres nuas, não se questiona o porquê da quebra de confiança por parte do parceiro, 
mas sim o porquê ela o enviou, fazendo com que a vítima da violência, se sinta culpada 
por te mandado as fotos/vídeos. 
A Pornografia de Vingança também, pode ser feita por conhecidos, familiares e 
até mesmo supostos amigos da vítima, onde quebram a confiança da mesma (SAHIONE, 
2021). Com tudo se trata de um crime praticado no ambiente virtual, onde em questão de 
segundo, ou menos, uma pessoa que mora no Japão pode ter acesso à informação vazada 
daqui do Brasil. Com isso a vítima fica exposta a qualquer tipo de ataque e até mesmo de 
extorsão ou ao uso indevido de sua imagem em sites pornográficos. 
 
5 MEDIDAS LEGISLATIVAS: O COMBATE QUE SALVA VIDAS 
 
9 
 
Após a globalização, os meios de comunicação vieram acompanhados da evolução 
tecnológica, conforme Alexandre José Santos (1997, p. 108) a globalização consiste em: 
 
A globalização é o processo pelo qual determinada condição ou entidade local 
consegue estender sua influência a todo o globo e, ao fazê-lo, desenvolve a capacidade 
de designar como local outra condição social ou entidade rival. 
 
Dessa forma, com o fenômeno chamado globalização, novas relações entre pessoas 
foram criadas, a internet se tornou um meio hábil e eficaz de comunicação e informação, 
favorecendo de forma positiva a rápida comunicação, bem como de forma negativa a 
vulnerabilidade da internet em detrimento aos crimes. 
Tendo em vista a facilidade encontrada atualmente pelos usuários da internet, 
determinadas condutas vêm favorecendo a prática de crimes cibernéticos por parte da 
criminalidade, a qual aumenta dia após dia. Por esta razão, foi necessário moldar o Direito 
para esta nova realidade. 
O professor Reginaldo Cesar Pinheiro nos ensina que (2001 Fiorillo; Conte, 2016, p. 
183): 
Um grande marco que impulsionou a criação de uma lei específica voltada para 
condutas praticadas em ambiente virtual foi à situação vivida pela atriz global Carolina 
Diekimann, que, em meados de 2011, quando criminosos solicitaram uma quantia de R$ 
10.000,00 (dez mil reais) para que suas fotos íntimas não fossem vazadas na internet. Fotos 
estas que posteriormente foram divulgadas nas mídias sociais tomando uma imensa proporção 
nacional, em entrevista com a atriz, a mesma informou ao portal da emissora Globo de 
televisão que se sentiu exposta a ponto em que os criminosos acabaram com a vida dela e que 
os mesmos sairiam impune diante dos fatos. 
Porém, na data do fato, a legislação não tipificava tais atos invasivos dentro do 
ambiente virtual, somente seriam punidos pelos atos já descritos no código penal brasileiro. 
Conforme dispôs o autor Marcelo Xavier de Freitas Crespo: 
 
A ação judicial promovida por Carolina deparou-se, porém, com um obstáculo 
jurídico, o mesmo que vem atenuando a punição em casos semelhantes que ocorreram 
há mais de uma década no Brasil. “Se eu invadisse uma máquina e me valesse de 
informações confidenciais para ter um proveito financeiro, eu poderia responder por 
concorrência desleal, por extorsão, mas não pela invasão”. [...], por isso, os invasores 
responderão por crimes que a legislação brasileira já tipifica: furto, extorsão e 
difamação. (2011, p. 59). 
 
10 
 
A ação promovida por Carolina trouxe importantes mudanças ao âmbito da justiça 
brasileira, interligado ao que se refere a internet e como as punições dentro desse ambiente 
devem ser respondidas por crimes que a legislação brasileira já reconhece, ou seja, furto, 
extorsão e difamação. 
Neste sentido, apesar de termos uma lei que vise a criminalização de condutas, está 
ainda não é suficiente, dessa forma: 
 
[...] Podemos constatar, portanto, que é imprescindível que o legislador penal elabore 
normas próprias para coibir tais práticas delitivas, no caso, os chamados “crimes de 
informática”. Para isso, é necessário, entretanto, identificá-los, diferenciá-lose 
conceituá-los, propiciando assim leis mais claras e específicas, de forma a alcançarem 
seu objetivo primordial, que é o de regulamentar o comportamento do ser humano em 
sua vida cotidiana. (ROSA, 2007, p. 5). 
 
Tendo em vista que é um dever do Estado democrático promover direitos e garantias 
aos seus cidadãos, foi necessário a criação de uma nova legislação que acompanhasse tal 
desenvolvimento. 
Devido a repercussão global ocorrida após o fato, o legislativo se sentiu pressionado 
a suceder mais atenção ao tema, então no dia 29 de novembro de 2011 foi apresentada no 
Congresso Nacional o projeto de Lei nº 2.793 pelos Deputados(as): Luiza Erundina (PSB/SP), 
Manuela D'Ávila (PCdoB/RS), Paulo Teixeira (PT/SP), que debatiam a ideia de como inserir 
a tipificação criminal de delitos cibernéticos, e lograr modificações no Código penal. 
Contudo, diante de todos estes problemas, tais projetos não avançaram com devida atenção 
por parte do Congresso Nacional Brasileiro. 
Então, vieram a ser aprovados os projetos de Lei n° 35/2012 na Câmara dos 
Deputados, o qual originou-se do Projeto de Lei n° 2.793/2011, que foi apresentado como 
proposta alternativa ao Projeto de Lei n° 84/1999. Por fim sancionada e promulgada pela 
Presidente Dilma Rousseff em 30 de novembro de 2012, através da Lei n° 12.737, 
popularmente conhecida como Lei Carolina Dieckmann. 
A Lei 12.737 veio para tipificar os delitos cibernéticos, e alterar o código penal 
brasileiro adicionando artigos, sendo: artigo 154-A e artigo 154-B. Tal legislação criminalizou 
a invasão de dispositivos informáticos alheios, conforme disposto no seu artigo 1°. Os crimes 
só se consumam após invasão de cibercriminosos em dispositivos eletrônicos. 
Por exemplo, os bens juridicamente protegidos pela Lei 12737/2012 são a 
intimidade, a vida privada e o direito ao sigilo de dados presente no dispositivo informático. 
Contudo o autor Fernando Capez (2013, p. 422) acredita que esta modalidade crime também 
11 
 
visa à proteção do patrimônio do titular do dispositivo violado, mesmo estando capitulado 
fora do título dos crimes contra o patrimônio. 
Vale ressaltar, que não existiam posicionamentos jurídicos referentes aos 
cibercrimes, pois a tecnologia da época não era favorável a crimes, bem como as mídias 
sociais não tinham impacto social pelo pequeno número de pessoas que as utilizavam. 
Contudo, a Lei foi criada às pressas sem a devida atenção, sendo que não foram 
observados todos os bens jurídicos a serem tutelados. Já o Professor de Direito Penal da 
Faculdade Federal de Minas Gerais e Mestre em Ciências Penais pela UFMG Túlio Vianna 
(2013, p. 28), relata que: 
 
Por todo o exposto, defendemos a tese de que o problema da prevenção e repressão 
aos crimes pela Internet é, antes de tudo, um problema técnico e não jurídico. De 
nada adiantará acrescentarmos o tipo penal de violação de computadores em nossa 
legislação se nossas polícias não estiverem treinadas para investigarem e instruírem 
efetivamente um inquérito sobre tais crimes. Não podemos encarar a necessidade de 
uma reforma legislativa como uma conditio sine qua non para a repressão dos 
crimes pela Internet. É preciso que se aja desde já, criando-se delegacias 
especializadas no combate a crimes por computador e procurando punir os crimes já 
tipificados em nosso ordenamento jurídico. O problema da prevenção dos crimes 
pela Internet no Brasil é antes de mais nada o problema da repressão, ou seja, da 
efetiva aplicação da lei penal já existente às novas circunstâncias que se apresentam. 
De nada vale criarmos leis para reprimirmos os novos crimes se elas não puderem 
ser aplicadas por falta de treinamento de nossos policiais, de nossos promotores e de 
nossos magistrados. O melhor meio de se prevenir um crime é indubitavelmente o 
exemplo dado pela efetiva e correta aplicação da norma repressiva. 
 
 
Além disso, a “Lei 14.132/21, que entrou em vigor na data de sua publicação 
introduziu no Capítulo VI da Parte Especial do Código Penal o crime de perseguição, também 
conhecido como Stalking, tipificando-o no artigo 147-A.” O bem jurídico tutelado pelo artigo 
exposto visa liberdade da pessoa humana, sendo atingida quando o sujeito invade 
reiteradamente a vida privada da vítima. De modo que venha a restringir sua liberdade. 
São muitas as dificuldades na jurisdição, pois para conseguir identificar todos os 
criminosos ativos em anonimato, mesmo que investigando-os geraria um travamento de 
casos, pois são inúmeros, dia a dia, esse número só vem crescendo, além da dificuldade em 
conseguir o endereço do IP dos criminosos, que muitas vezes, utilizam um IP falso dentro do 
meio virtual. 
Apesar das leis e da responsabilidade que o Poder Legislativo tem para resolver as 
questões dos crimes virtuais ainda assim é de suma importância à observância da incumbência 
que os pais tem na hora de educar os seus filhos na hora de navegar na internet, visto que a 
legislação nem sempre é cumprida, seja por falta de pessoas qualificadas para realizar as 
12 
 
investigações, déficit de equipamentos e uma infraestrutura precária para realizar as operações 
(KALB, 2008). 
Como evidenciado ao longo desse artigo, existem vários fatores que contribuem para 
dificultar a aplicação da lei. É complexo aplicar a lei até mesmo fora da internet, já que, como 
exposto, a pessoa portadora do distúrbio é muito difícil de ser identificado, visto que grande 
parte pode se passar por uma pessoa comum. Como evidenciado ao longo desse artigo, 
existem vários fatores que contribuem para dificultar a aplicação da lei. É complexo aplicar a 
lei até mesmo fora da internet, já que, como exposto, a pessoa portadora de distúrbio é muito 
difícil de ser identificado, visto que grande parte pode se passar por uma pessoa comum. 
 Além da dificuldade em identificar um possível criminoso cotidiano, na internet há 
um acréscimo ainda maior pelas ferramentas disponíveis para o uso de criminosos. Apesar de 
ser uma ferramenta completamente legal, o indivíduo pode utilizar a VPN para ficar sem 
possibilidade de rastrear, mascarando o seu endereço de IP e dificultando o trabalho das 
autoridades. 
A VPN (Virtual Private Network) é uma ferramenta para navegação na internet, onde 
é criado um canal público no qual é transmitido os dados de forma criptografado (SILVA, 
2012). Sendo assim, muitas pessoas utilizam essa ferramenta para tornar-se um pouco mais 
segura a navegação na internet, protegendo os seus dados contra possíveis ataques. O IP 
(endereço do Protocolo de Internet) é o único dado para rastreio de um indivíduo na internet 
(Silva, 2012) e o VPN foi criado como uma forma de criptografar esse dado. Entretanto, como 
essa ferramenta é feita para esconder os dados, algumas pessoas podem utilizar para ocultar 
qualquer forma de rastreio e, assim, podendo cometer os crimes virtuais. 
Sendo assim, fica claro que a participação da polícia nesses crimes se da quando já é 
identificado o suspeito. Entretanto, até chegar nessa fase da investigação, primeiro é 
necessário rastrear o indivíduo, algo que chega a ser impossível se o criminoso utilizar 
ferramentas como a VPN em conjunto com outros softwares para se tornar completamente 
anônimo na internet. 
Pode-se ainda evidenciar a alteração recentemente realizada no código penal através 
da Lei n° 13.964/2019 conhecida popularmente por “Pacote anticrime” sancionada pelo atual 
Presidente Jair Messias Bolsonaro, que está em vigor desde 2020. 
 
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser 
superior a 40 (quarenta) anos. 
§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja 
superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite 
máximo deste artigo (BRASIL, 2019, Art. 75). 
13 
 
 
 Na legislação anterior o máximo de pena a ser cumprida pelo condenado era de 30 anos, após 
avigência da nova Lei, o prazo aumentou para 40 anos conforme dispõe o artigo (LIMA, 
2020): 
Ademais, segundo o Art. 141 parágrafo 2°, trouxe uma modificação no pacote 
anticrime, onde os crimes realizados no ambiente virtual sendo eles divulgados em qualquer 
tipo de redes sociais de computadores aplica-se uma pena triplicada. (ALMEIDA, 2021, p. 5). 
Como também, a mudança mais recente da legislação, sendo a promulgação da Lei 
14.155/2021, no dia 27 de maio de 2021, pelo presidente Jair Messias Bolsonaro. A qual 
acrescentou ao Código Penal, uma agravante do furto qualificado, tipificando o delito que for 
praticado por meio eletrônico, “com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a 
utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.” Prevendo 
pena de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. Além disso, no § 4º-C, inciso II, caso o crime seja praticado 
mediante a utilização de um servidor mantido fora do país, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 
(dois terços), e o inciso II, prevê o aumento de pena de 1/3 (um terço) ao dobro quando for 
praticado contra idoso ou vulnerável (ALMEIDA, 2021). 
Não obstante, ocorreu um aumento considerável na pena prevista no artigo 154-A do 
Código Penal o qual tratar da invasão de dispositivo, a pena que anteriormente era de 
detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, passou a ser reclusão de 1 (um) ano a 4 
(quatro) anos, e multa. Alterou-se as majorantes do §2º, aumentando a pena de 1/6 (um sexto) 
a 1/3 (um terço) para 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da invasão resulta prejuízo 
econômico e §3º passou de reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos para reclusão, de 2 
(dois) a 5 (cinco) anos, e multa (ALMEIDA, 2021). 
Por fim, o texto inclui ao Código Penal que a pena prevista no artigo 171 
(estelionato) será de reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, caso o criminoso utilize de 
“informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, 
contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio 
fraudulento análogo”. Vale destacar que a pena anteriormente era de reclusão de 1 (um) a 5 
(cinco) anos, e multa. Assim como o aumento de pena descrito no furto qualificado, caso o 
estelionato via meio eletrônico será praticado fora do país aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 
(dois terços). Bem como quando for praticado contra idoso ou vulnerável a pena aumenta-se 
de 1/3 (um terço) ao dobro (ALMEIDA, 2021). 
A Lei nº 13.709/18 que alterou o Marco Civil da Internet, de 2014, chamada Lei 
Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) também é outro mecanismo que visa 
14 
 
regulamentar a concessão e o uso de dados no ambiente virtual. A aprovação da supracitada 
lei inseriu no Brasil vários instrumentos para a proteção desse importante aspecto do direito 
fundamental à privacidade (SCHREIBER, 2020). 
A Lei Geral de Proteção de Dados foi consequência de relações comerciais com os 
países dotados de um ordenamento jurídico próprio a respeito do tratamento dos dados tais 
como a Europa e USA por exemplo. O que de modo pressionou o Brasil a criar uma lei que 
definisse o que é e o que não é legal, para combater os crimes virtuais seguindo o ritmo do 
resto do mundo, que teve um crescimento vertiginoso nos últimos anos (SCHREIBER, 2020). 
 
CONCLUSÃO 
 
Conforme apresentado ao longo do artigo, é possível reforçar a importância do 
assunto abordado, visto que ele pode impactar fortemente na maneira como a sociedade 
encara a Internet e como as pessoas de modo geral que possuem pouco discernimento sobre os 
riscos dessa tecnologia, o ambiente cibernético pode se tornar muito perigoso. Outrossim, a 
necessidade de se atentar que o crime na internet pode ser facilmente cometido, porém a 
investigação se torna uma tarefa árdua devido a dificuldade em rastrear o indivíduo e imputar 
o crime. 
Sendo assim, as informações e dados apresentados neste trabalho contribuem de 
forma significativa o campo de estudo, visto que, mesmo com informações alarmantes sobre o 
crescimento do crime na internet, ainda há poucos estudos difundidos, poucas ações para 
combater esse mal e pouca conscientização. 
Apresentou-se ainda, que existem vários softwares para deixar o indivíduo anônimo, 
ou então o criminoso utilizar de redes abertas para cometer o crime, é extremamente 
importante para demonstrar que a internet é um ambiente propício para cometer crimes contra 
as pessoas, principalmente as mulheres. 
Os conteúdos aqui apresentados, demonstram que muitas outras pesquisas ainda 
podem ser realizadas sobre os crimes cibernéticos com ênfase na pornografia por vingança. 
Para futuras pesquisas, é importante buscar evidenciar meios para combater esse crime, seja 
por divulgação do problema, ação social ou até mesmo um estudo aprofundado sobre o Marco 
Civil da Internet, trazendo um debate se regulamentar a internet é uma boa alternativa para 
combater o crime na internet ou se possivelmente fere princípios básicos do homem como a 
liberdade de expressão. 
15 
 
O referido tema foi escolhido pela sua importância no contexto do Ordenamento 
Jurídico Brasileiro, e por ser um assunto de grande relevância para a sociedade. A temática 
por si só, já denotou uma notória justificativa para a iniciação e conclusão do presente 
trabalho. Foi de grande valia desenvolvê-lo na ciência jurídica, na disciplina do direito penal, 
em especial no direito constitucional por tratar de princípios fundamentais do ordenamento 
jurídico concernentes ao ser humano. 
Por fim, este trabalho pode contribuir na difusão da literatura sobre o tema tendo em 
vista a crucial importância de analisar e propor medidas para auxiliar na resolução de tal 
litígio. Levando em consideração a presente abordagem, cumpre destacar que o estudo se 
justifica pela complexidade e importância do assunto, por ser de extrema necessidade, é uma 
temática de suma importância uma vez que aborda questões sociais e jurídicas. 
 
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