Buscar

Livro - Teorias da etnicidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Philippe Poutignat : Uma Proposta de Reflexão sobre as Teorias da Etnicidade 
 
Philippe Poutignat : a Proposal far reflection on Ethnicity Theories 
 
Vanderléia L.M. PAES 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem por objetivo compreender uma das linhas da etnologia 
francesa, explorando, especialmente, a proposta feita por Philippe Poutignat e Jocelyne 
Streiff-Fenart de introduzir uma discussão sobre o conceito de etnicidade na sociedade 
francesa. Para tal proposição, os autores recorrem principalmente aos referenciais teóricos de 
Fredrik Barth, bem como de outros autores anglo-saxões, para analisar o contexto da 
conflitiva realidade francesa contemporânea: a emergência reivindicatória das minorias 
étnicas. A pertinência teórica e metodológica dessas análises sobre etnicidade permite que se 
possa estender essa reflexão para o âmbito das culturas distintas. Portanto, é também 
propósito deste trabalho situar o problema da inserção dos índios Terena de Mato Grosso do 
Sul no contexto urbano da cidade de Campo Grande, tendo como base para reflexão os 
conceitos apontados por Philippe Poutignat e Fredrik Barth; ou seja, pretende-se refletir em 
que medida o processo migratório para a cidade afeta a construção da identidade étnica desse 
grupo, considerando os confrontos interétnicos com a sociedade não indígena. 
 
Palavras-Chave: Teorias da etnicidade, Fredrik Barth, Terena. 
 
ABSTRACT 
 
The work in hand aims at understanding one of the French ethnology lines of research, 
giving special attention to the proposal proffered by Phillipe Poutignat and Jocelyne Streiff-
Fenart, of introducing a discussion on the concept of ethnicity in French society. For this 
proposal, the authors go back mainly to the theoretical references of Fredrik Barth, as well as 
other Anglo-Saxon authors, to analyse the context of the reality of contemporary French 
conflict: the emergence of the demands of ethnic minorities. The theoretical and 
methodological pertinence of such analyses of ethnicity permit the extending of this reflection 
to the scope of distinct cultures. For this reason it is also the proposal of this study to situate 
the problem of the insertion of the Terena Indians of South Mato Grosso within the urban 
context of the city of Campo Grande, having as a basis for reflection the concepts pointed out 
by Phillipe Poutignat and Fredrik Barth; the intention thus being to reflect on, up to what 
point the migratory process to the city affects the construction of the ethnic identity of this 
group, considering the interethnic confrontations with the non-indigenous society. 
 
Key Words: Ethnicity Theories, Fredrik Barth, Terena 
 
1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 
 
A proposta feita por Philippe Poutignat e Jocelyne Streiff-Fenart de introduzir uma 
discussão sobre o conceito de etnicidade na sociedade francesa não é uma tarefa muito 
simples, devido não só às dificuldades conceituais que esse termo carrega, como também as 
 2
questões sociais, culturais e políticas da França, emergidas principalmente depois da Segunda 
Guerra Mundial, com a intensificação do processo migratório. Essa comunicação, portanto, 
divide-se em duas partes: na primeira, serão apresentadas as dificuldades encontradas pelos 
autores em introduzir a discussão sobre etnicidade no contexto da realidade francesa; depois, 
será exposto o conceito de etnicidade, bem como as categorias teórico-metodológicas 
trabalhadas pelos autores para propor essa discussão. Já na segunda parte, e a partir do 
tratamento desse conceito, pretende-se repensar a problemática vivenciada pelos Terena no 
contexto urbano, em que, no senso comum, eles são tidos como aqueles que saíram da aldeia 
e deixaram de ser índios e se encontram no centro urbano, mas sem se tornarem brancos. 
 O primeiro grande interesse da obra de Philippe Poutignat e Jocelyne Streiff-Fenart é 
o de informar sobre as discussões teóricas entre os pesquisadores de língua inglesa no que diz 
respeito ao próprio conceito de etnicidade. Assim sendo, em se tratando da primeira parte, 
mais especificamente das dificuldades em introduzir esse conceito, podemos elencar dois 
grandes fatores: o primeiro parte da resistência, por parte dos franceses, em entender que no 
seio de sua sociedade existe a presença efetiva de outros “grupos étnicos”, como por 
exemplo, os “magrebinos ou beurs” (filhos de imigrantes árabes nascido na França), bretões, 
bascos, occitanos, corsos, etc, verdadeiras etnias no Estado-Nação, apesar das restrições 
constitucionais francesas. Ao lado disso, os franceses não levaram em conta que a partir da 
década de 40 (entre 1945 e 1965) era expressivo o número de imigrantes1 que buscavam 
trabalho na França, miscigenando mais ainda a suposta unidade étnica do país. 
O segundo fator de dificuldade para aceitação do termo etnicidade diz respeito aos 
pré-juízos decorrentes das sugestões político-reivindicatórias transportadas das ciências 
sociais anglo-saxônicas que há mais de vinte anos trabalham com esse conceito do ponto 
vista das demandas das comunidades étnicas. Na França, a atitude reticenciosa em relação ao 
conceito de etnicidade está ligada ao fato de haver resistência em importar, sem crítica prévia, 
conceitos forjados em um país onde, nem a realidade, nem as representações da nação e da 
imigração são as mesmas. Desta forma, a palavra está carregada de sentidos simbólicos 
ligados à imagem-repositória de um modelo “americano” que aceitaria não só a existência de 
grupos étnicos, como também a constituição de forças políticas concorrentes com a soberania 
nacional. Este conceito de etnicidade constituído dentro do contexto americano evoca um 
“comunitarismo étnico” totalmente oposto à tradição francesa que fundamenta a democracia 
 
1 Pode-se concluir seguindo nesta perspectiva que as representações sociais e as tensões urbanas ligadas à 
imigração geram uma certa resistência da sociedade francesa em aceitar que existem grupos distintos sob a 
pretendida unidade étnico cultural, preferindo se sustentar nos princípios constitucionais de que na França não há 
diferenças entre os cidadãos quanto à raça, origem ou religião. Em outras palavras, a reafirmação constante do 
modelo francês de integração, que sempre se apoiou em um suposto laço indissolúvel entre os aspectos jurídicos 
e culturais da “naturalização” do estrangeiro, enfrenta dificuldades em se sustentar. 
 3
na ligação direta entre o cidadão e o Estado e não mediatizada por grupos, como costuma 
ocorrer nos países de língua inglesa. 
Poutignat admite que a noção de etnicidade tenha sido forjada em um contexto 
sociopolítico diverso do francês e, também reconhece que tal situação não ocorreu por conta 
da sociologia americana, mas de modo geral pela comunidade científica de língua inglesa, 
que consiste em não reconhecer a existência de grupos étnicos, mas em colocar como 
problemática a consubstancialidade de uma entidade social e de uma cultura pela qual define-
se habitualmente o grupo étnico2. Logo, teorizar etnicidade não consiste em fundar o 
pluralismo étnico como um modelo de organização sociopolítica, mas de examinar as 
modalidades segundo as quais uma visão de mundo “étnica “ torna-se significativa para os 
atores. 
Em vista disso, conviria situar o conceito de etnicidade desenvolvido por Poutignat e 
Jocelyne Streiff-Fenart; bem como a influência de Barth sobre a construção desse conceito. 
De acordo com os autores, há uma vasta bibliografia sobre etnicidade, em que, na maioria dos 
casos, o termo é utilizado mais como uma categoria descritiva do que, propriamente, como 
um conceito sociológico que possibilita definir um objeto científico.3 
Poutignat e Jocelyne retomam o conceito de etnicidade de autores diversos, 
principalmente da década de 70, período em que o termo ganhou substancialidade na 
sociedade americana, para mostrar o quanto esse termo evidenciavaimprecisão e 
heterogeneidade de conteúdo. Dos autores e conceitos apresentados, podemos destacar: 
Gordon (1964); Connor (1978); Cohen (1974) e outros, através dos quais Poutignat repassa a 
concepção de etnicidade vigente naqueles idos de 60 e 70 4 como um conjunto de traços, tais 
como a língua, a religião, os costumes, o que a aproxima da noção de cultura, ou à 
ascendência comum presumida dos membros, ou que a torna próxima da noção de raça. 
Esse conceito, entretanto, é rejeitado por Poutignat que o considera mais como uma 
categoria descritiva, tratando de problemas de natureza diversa, como já foi acima observado: 
integração nacional, assimilação, racismo etc. O que interessa, segundo o autor, são conceitos 
que tomam a etnicidade como um dado identitário (símbolos do imaginário) do grupo social, 
para além dos vínculos primordiais5. 
 
2 Poutignat,1998:17. 
3 Id.ib.p.83 
4 Id.ib.p.86. 
5 Na crítica ao primordialismo, invocada por Poutignat, esse caráter primordial de etnicidade torna-se uma 
propriedade essencial transmitida no e pelo grupo, independentemente das relações com os “out-groups”. Indo 
mais à frente, Poutignat reforça as críticas dirigidas ao primordialismo afirmando que alguns autores recusam-se 
a reconhecer um caráter específico das “ligações” étnicas, pois ignoram o aspecto econômico. Já outros, 
consideram que as teorias primordialistas não possuem capacidade o suficiente para dar conta dessa 
especificidade. 
 4
2 O CONCEITO DE ETNICIDADE COMO FORMA DE INTERAÇÃO 
SOCIAL 
 
 Mas no quê essa concepção de Poutignat e Jocelyne- Fenart é tributária das teorias de 
etnicidade formuladas por Barth? Essa interrogação mais ainda se impõe se se considerar que 
a tarefa do pesquisador em antropologia, segundo esses autores, é a de descobrir o sentido das 
relações interétnicas, de preferência na relação com os processos de criação e de interpretação 
do imaginário social, diferentemente de Barth que busca esse sentido também no processo de 
organização social. Segundo este autor, a melhor maneira de utilizar o termo etnicidade é 
como um conceito de organização social, que permite descrever as fronteiras e as relações 
dos grupos sociais em termos de contrates altamente seletivos, que são utilizados de forma 
emblemática para organizar as identidades e as interações (Barth, 1984:80) . 
Ora, para além das eventuais diferenças de abordagem teórica e metodológica que os 
distinguem de Barth, Poutignat e Jocelyne buscam neste autor o caráter inovador6 de sua 
conceptualização dos grupos étnicos, baseada no princípio da alteridade (Nós/Eles); tal 
categoria representa um elemento central na compreensão barthiana dos fenômenos de 
etnicidade. Em um primeiro momento, porque reforça a idéia de que a pertença étnica não se 
configura senão em relação a uma linha de demarcação entre os membros e os não membros. 
Além disso, reitera a idéia de que a noção do grupo étnico só tem sentido à medida em que os 
atores consigam dar conta das fronteiras que demarcam o sistema social a que supõem 
pertencer e ao dos demais atores implicados em um outro sistema social. 
A noção barthiana de grupo étnico liga-se, portanto, à idéia de que são tais fronteiras e 
não os aspectos culturais internos que definem o grupo étnico e permitem que se dê conta de 
sua persistência. Assim, o que torna válida a permanência dos grupos e sua persistência no 
tempo é o fato de que essas fronteiras mantêm-se independentemente das mudanças que 
afetam os marcadores aos quais elas se fixam. Assim, na concepção barthiana, para que se 
possa manter as fronteiras étnicas é preciso que haja uma organização efetiva nas trocas entre 
os grupos e a ativação de uma série de proscrições e de prescrições regendo suas interações. 
Feitas essas considerações, conviria concluir com as convicções comungadas pelos 
autores, Poutignat e Jocelyne, em consonância com Barth, segundo os quais a etnicidade é 
uma forma de organização social, que se baseia na atribuição de categorias, classificando as 
pessoas em função de sua origem suposta, que se encontra validada na interação social pela 
ativação dos signos culturais socialmente diferenciadores.7 
 
6 O texto de Barth é importante, segundo Molohom, porque ele representa um verdadeiro desafio para a 
maioria das teorias anteriores sobre esta questão, especilamente as da aculturação, da assimilação e da 
mudança cultural.(Apud, Poutignat:153). 
7 Op.cit.141. 
 5
3 AS CATEGORIAS DESENVOLVIDAS PELOS AUTORES PARA TRATAR 
DAS DISCUSSÕES SOBRE ETNICIDADE: OS PROBLEMAS-CHAVE 
 
 
 Com base nas teorias barthianas, os nossos autores observam que, qualquer que seja o 
tipo de abordagem utilizado, encontram-se de modo recorrente quatro questões-chave nas 
problemáticas da etnicidade: 1) o problema da atribuição categorial pelo qual os atores 
identificam-se e são identificados pelos outros; 2) o problema das fronteiras do grupo, por 
onde se dá a dicotomozação nós/eles; 3) o problema da origem comum, relativo aos símbolos 
identitários do grupo e 4) o problema do Realce; pelo qual os traços étnicos são destacados 
pela interação, recobrindo o conjunto dos processos sociais. 
Assim, nas palavras chave constituidoras do conceito de etnicidade, do ponto de vista 
dos autores – a atribuição categorial (poder de nomear), as fronteiras (dicotomização 
Nós/Eles), a origem comum ( símbolos identitários) e por último o realce ( processos em que 
os traços étnicos são realçados na interação social) – fica evidente o conceito básico dos 
autores de que os traços identitários emergem no processo das interações étnico-culturais 
estabelecidas entre os grupos . 
Por essa perspectiva, Berreman (1975), citado por Poutignat e Jocelyne, ao fazer uma 
análise das culturas distintas em um contexto urbano, afirma que a diversidade étnica e o 
caráter impessoal e instrumental das relações peculiares à vida urbana precisam de métodos 
específicos de definição, de expressão e de reconhecimento das identidades implicadas na 
interação. Na aldeia, o mesmo deve ocorrer; ou seja, há que se proceder com o mesmo rigor 
metodológico específico, muito embora os indivíduos interagem em razão do conhecimento 
que possuem de suas identidades mútuas.8
Ora, se esse processo exige uma atenção cautelosa com relação às específicas 
abordagens teóricas e metodológicas – cidade e aldeia –, então, o que dizer da complexa 
situação de grupos distintos, no caso os índios Terena9 em Campo Grande-MS, “aldeados na 
cidade” e “negociando” seus símbolos identitários nos limites fronteiriços da exclusão 
imposta pelos outgroups do espaço urbano, sem perderem a sua identidade étnica? 
 
 
8 Apud, Poutignat e Jocelyne:114/115 
9 Os Terena, que pertencem ao tronco Guaná-Chané e a família lingüística Aruak, vieram do Chaco paraguaio e 
boliviano. Traçando a rota de expansão desses grupos, constatamos que havia muitos aspectos referentes à 
família lingüística Aruak,, que ainda não tinham sido devidamente conhecidos, tanto no que se referia às suas 
prováveis origens, quanto a seus locais de dispersão. Embora não se pudesse afirmar com precisão o local exato 
da origem desta família, era possível afirmar que o proto-habitat Aruak estava localizado na região do Rio 
Orinoco, Llanos da Venezuela e Guianas. (Susnik, 1994:56-7). 
 
 6
4 OS TERENA EM CAMPO GRANDE: NOS LIMITES FRONTEIRIÇOS DA 
EXCLUSÃO URBANA 
 
Ao longo da história, as populações indígenas, em geral, têm sido vistas, por muitos 
estudiosos, como um campo fértil de estudos, pois tais sociedades traçaram caminhos próprios 
e distintos que, muitas vezes, não são compreendidos pela sociedade ocidental. Diante dessa 
realidade, configuram-se duas situações distintas, mas paralelas, que despertam interesses da 
comunidade científica. A primeira está estreitamenteligada à compreensão das relações de 
contato entre os povos indígenas e a sociedade nacional e/ou internacional. Já a segunda 
aponta para o que emerge em decorrência deste contato sistemático. Nesse contexto, o 
problema maior desdobra-se em dois pólos complexos: um que se refere à questão da 
identidade étnica, e outro que trata da territorialidade10. De momento, esta comunicação 
tratará apenas a questão da identidade étnica. 
Na tentativa de estes povos reagirem às relações de contato, que são ao mesmo tempo 
opostas e contraditórias, muitos grupos têm buscado formas, mesmo em condições adversas 
às suas, de garantirem não só a sua subsistência física mas também a cultural. Exemplo disto, 
é o caso dos índios Terena que, para sobreviverem, começaram a sair de suas áreas de origem, 
as aldeias, em direção às periferias das cidades. Aqui mais especificamente na aldeia urbana 
Marçal de Souza11, localizada nos arredores da cidade. 
Seguindo nesta temática, a presente exposição se propõe a situar o problema da 
inserção dos índios Terena no o contexto urbano tendo como base para reflexão os conceitos 
apontados por Philippe Poutignat e Fredrik Barth, que saíram de suas áreas e passaram a 
residir no centro urbano de Campo Grande. Segundo informações fornecidas por Cardoso de 
Oliveira (1968), desde 1960 vem ocorrendo um fluxo migratório desse grupo étnico. 
Essas famílias12 começaram a sair das reservas rumo às periferias das cidades em 
busca do que elas supõem ser uma vida melhor, que esteja vinculada a alguns propósitos 
fundamentais. O primeiro refere-se à busca de trabalho. Na aldeia, além de as opções de 
trabalho serem escassas, principalmente para mulheres, também faltam recursos para “tocar” a 
 
10 Sobre esta questão, apoiamo-nos nas teses de Seeger, A e Castro,E.V, sobre a diferença existente entre o 
conceito de terra e território tribal. No primeiro, “a terra é vista como um meio de produção, lugar de trabalho 
agrícola ou solo onde se distribuem recursos animais e de coleta”. Já no outro, o território tribal é tido como uma 
dimensão que abrange amplamente os aspectos “sócio-politico-cosmológicos. Neste sentido, tanto a utilização 
dos recursos, em nível de percepção social do espaço e das concepções jurídico-políticas do território, como o 
próprio uso que se faz dos mesmos (terra e território), variam de grupo indígena para grupo, pois da mesma 
forma que variavam as formas econômicas de uso da terra, variavam também as formas de percepção do 
território tribal. (Seeger, A e Castro,E.V, 1979:104-105). 
11 Essa comunidade foi doada para a FUNAI, pela prefeitura municipal, com o intuito de construir a casa do índio. A casa não foi 
construída e o terreno estava sendo ameaçado de ocupação por outras famílias não indígenas. Sabendo disso, os Terena, em 1990, se 
reuniram e resolveram invadir o terreno. Em 1998 o prefeito da cidade regularizou a situação, registrando e construindo 180 casas 
em um lote de 5 hectares. No dia 12 de fevereiro de 1999 o loteamento foi devidamente inaugurado. 
12 O conceito de “família” para os índios compreende as relações de parentesco que o podem ser por consangüinidade (enquanto 
relação social reconhecida) e afinidade (aliança matrimonial). 
 7
lavoura, de modo que algumas famílias acabam sobrevivendo apenas com a aposentadoria. Já 
o segundo aspecto está ligado à falta de escolas para os filhos, pois algumas aldeias não 
oferecem todos os graus de formação necessários para atender às exigências do aluno e, nesse 
sentido, em muitos casos, os índios têm de se deslocar para a cidade mais próxima a fim de 
poderem concluir os ensinos fundamental e médio. Seguindo esta linha de investigação, 
deparamo-nos, com alguns problemas teóricos e conceituais, relativos aos Terena, que exigem 
maior rigor de análise. 
O ponto central da análise situa-se, especificamente, em alguns equívocos cometidos 
em relação a esses grupos, cujas conseqüências maiores, além de recaírem sobre a própria 
comunidade Terena, também se constituíram em um duplo prejuízo. O primeiro, por exemplo, 
diz respeito ao senso comum disseminado por todo o Estado do Mato Grosso do Sul, onde os 
Terena são tidos como “os índios que deixaram de ser índios e não conseguiram se tornar 
brancos”; configura-se aí uma das questões chave de Poutignat&Jocelyne a cerca da 
etnicidade, ou seja, o problema da atribuição categorial: A definição exógena recobre todos os 
processos de etiquetagem e de rotulação pelos quais um grupo se vê atribuir, do exterior,uma 
identidade étnica13 
O outro prejuízo refere-se a questões políticas internas decorrentes dessas 
generalizações. Desse modo, quando uma família Terena desloca-se para as cidades em busca 
de trabalho, geralmente ela acaba fixando residência na própria cidade pela inviabilidade de 
locomoção, causando, na maioria das vezes, uma certa indisposição com os demais membros 
que ficaram na aldeia. 
Para esses patrícios, os Terena que vão para a cidade perdem o direito de participarem 
ativamente das decisões internas da aldeia, resultando, assim, na exclusão daqueles que já 
saíram. São praticamente impedidos de prestarem serviço para as comunidades; somente 
alguns são permitidos como, por exemplo, os agentes de saúde e professores de ensino 
fundamental e médio. Nesse contexto, os Terena, infelizmente, são os mais atingidos, pois, 
além de sofrerem discriminação na cidade, também se deparam com questões políticas e 
discriminatórias nas aldeias. Não estariam aí presentes alguns aspectos apontados por 
Poutignat&Jocelyne com relação à terceira questão chave da etnicidade, a origem comum? 
Para os autores, permanece que os indivíduos ou os grupos assimilados são sempre 
susceptíveis de ver contestada a sua pertença, quando o trabalho coletivo do esquecimento 
não jogou a seu favor como jogou para aqueles que continuam a vê-los como 
“assimilados”14 
 
13 Poutignat&Jocelyne. Op.cit:142. 
14 Id.ib:161. 
 8
Fazendo um estudo da etnografia produzida sobre os Terena e acompanhando a sua 
trajetória histórica, percebemos alguns pontos contraditórios, dentre os quais apontamos dois: 
o de haver uma certa discordância entre a teoria e prática no entendimento da cultura terena, 
e, o outro, que aponta para uma certa generalização na forma de alguns pesquisadores 
tratarem do assunto. No segundo caso, os autores Yara Penteado e Carlos Rodrigues 
Brandão15 partem de estudos de casos empíricos, cujos resultados são generalizados, isto é, 
são estendidos a todos os grupos Terena, independentemente das condições específicas de 
vida e do lugar onde estão inseridos, sendo na aldeia e/ou na cidade. 
 Procedendo-se à análise da temática desenvolvida pela autora, observa-se que a 
inserção do índio na vida citadina como processo migratório, desencadeia mudanças 
substantivas na ordem cultural do grupo. Neste estudo, ficou ainda constatado que a mudança 
causada pela vinda do índio para a cidade, “por ser substantiva, também é aceleradora de uma 
crise gradativa na consciência étnica, tendendo, inclusive a comprometer a própria identidade 
étnica” (Penteado, 1980:111). Assim sendo, uma das conseqüências disso “reside na 
perspectiva de um gradativo abandono dos elos tribais em favor de uma postura mais 
compatível com a adoção feita pela cidade” (Penteado, 1980:111). 
Em conformidade com essa linha de argumentação, Carlos Brandão ao fazer uma 
análise de posicionamentos comuns aos antropólogos que descreveram o contato interétnico 
dos grupos indígenas: Terena, Krahó, Assuriri, Gaviões e Tukuna com frentes extrativistas, 
pastoris ou agrícolas, constatou que as mudanças no interior desses grupos foram inevitáveis 
(Brandão, 1986:114). 
Para esse autor, as transformações provocadas no interior deste sistema interétnico 
sobre as condições de pré-contato, de sobrevivência física,de modo de vida primitivo e de 
organização tribal, não destruíram por completo uma espécie de sentimento coletivo do grupo, 
um ‘nós tribal’. Assim, Carlos Brandão, apoiando-se em Cardoso de Oliveira, chegou à 
constatação de que a saída do índio Terena da aldeia, ou seja, que a vinda da família Terena 
para a cidade era sem dúvida a experiência mais radical de destribalização e de 
desaldeação, em que os mesmos deixam a aldeia, a reserva e o trabalho interno, sendo 
pressionados a viverem na cidade como ‘brancos (Brandão, 1986:114). 
Neste sentido, o antropólogo João Pacheco, chama a atenção para certas associações 
feitas por alguns estudiosos, que consideram o aspecto migratório como sinônimo de perda de 
valores culturais16. O antropólogo faz uma crítica a este posicionamento afirmando que, além 
 
15 Apesar de Carlos Brandão não ter feito pesquisas de campo entre os Terena; reportamo-nos a ele para discutir essa problemática 
teórica, que mostra certos equívocos cometidos com essa sociedade. 
16 Segundo ele, embora a questão da migração fosse tangida por dificuldades econômicas, os migrantes fazem 
parte de certas estruturas: familiar, cerimonial, política, cuja ausência implica, muitas vezes, o não 
 9
de tal visão ser equivocada, não propicia um enquadramento mais adequado para o tratamento 
do problema, necessitando, porém, de um aprofundamento. Recorrendo a Poutignat&Jocelyne 
podemos observar que: um grupo étnico pode manter sua unidade apesar das divergências 
nos modos de vida e nas formas institucionais, isto é, apesar do que se define habitualmente 
como uma “cultura”17 Assim sendo, podemos constatar que, se fosse feito um trabalho mais 
específico e menos homogeneizador com as sociedades indígenas, poder-se-iam cometer 
menos equívocos em torno delas. Portanto, a fim de evitar novas associações dessa ordem, 
preferimos substituir, com o grupo Terena, o termo “migração18” por deslocamentos. 
Foi pensando nesses e nos inúmeros prejuízos já causados a todas as sociedades 
indígenas, de modo geral, que propusemos com o grupo Terena, uma outra abordagem teórica 
capaz de fornecer respostas mais específicas e menos homogeneizadoras. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Para transmitir a cultura, os Terena não utilizam os mesmos processos nem as mesmas 
formalidades existentes na cultura ocidental. Para eles, essa transmissão pode ocorrer tanto 
por via oral, como por meio da imitação de costumes. Sendo assim, é muito pouco provável 
que todos esses grupos vão se utilizar de uma única e mesma forma para absorver os diversos 
elementos dos esquemas culturais existentes. No entanto, apesar de haver uma diversidade de 
esquemas de significações dentro da cultura, há também uma unidade básica de 
representações sociais, a que Poutignat&Jocelyne chamam de símbolos identitários, pois do 
contrário, não seriam Terena. Portanto, essa unidade pode ser entendida como o próprio 
sentimento de pertença ao grupo, que os indivíduos detêm19. 
Em se tratando desses grupos indígenas, é possível perceber, que por serem dinâmicos20, 
absorvendo e ressignificando elementos de outras culturas, eles passaram a adquirir esquemas 
culturais de ordem própria, sendo os significados reavaliados quando realizados na prática. 
 
preenchimento de papéis e funções sociais básicas, bem como a frustração de sentimentos e valores morais. 
Assim sendo, tanto para a sociedade indígena como para os migrantes efetivos o resultado deste processo 
parece ser a mudança cultural, a assimilação e a destribalização. (1996:03), 
17 Poutignat&Jocelyne:133. 
18 Entendemos que “migração” são componentes de um fenômeno universal, que é a movimentação de povos que migram por 
razões objetivas, obtendo como resultado a própria expansão. Nesse processo, os povos se integram e sofrem transformações que, 
muitas vezes, não significam necessariamente sinal de ruptura. Se nos apoiarmos em Susnik (1994), veremos que, quando a família 
de origem dos Terena precisava buscar novas terras para assentamento, havia sempre uma preferência por “zonas com periferia 
etnocultural diferente e que permitiam uma comunicação livre, fluvial e terrestre” (Susnik, 1994:57). Desse modo, o termo 
empregado não engloba idéias de aumento demográfico e de poder político, embora isso não signifique, necessariamente, que esses 
fatores não possam vir a ocorrer ( Paes, Vanderléia, 2000:44). 
19 Essa idéia foi formulada de acordo com o conceito de identidade elaborado por Fredrik Barth. Nesse aspecto, quero abrir um 
parênteses, no sentido de alertar o leitor para o fato de que entre Barth e Sahlins há algumas divergências teóricas. Portanto, os 
conceitos aqui utilizados são bem pontuais e definidos, não entrando nessa linha de divergência. 
20 Para Jean Jackson a culture as something dynamic, something that people use to adapt to changing social conditions – and as 
something that is adapted in turn – we have a more serviceable sense of how culture operates over time, particularly in situations 
 10
Assim, isso só será possível se houver uma interação entre as pessoas e as compressões pré-
existentes de sua ordem cultural. Logo, a cultura passa a ser historicamente reproduzida na 
ação e interação. 
Embora haja uma conformidade entre as teses aqui discutidas, em torno da 
reafirmação da identidade étnica dos Terena urbanos, o mesmo não acontece por parte de 
alguns pesquisadores que não vêem essa etnia como um grupo que historicamente se reproduz 
na ação. Assim, diversos trabalhos sobre os Terena foram elaborados de acordo com uma 
metodologia, em que os autores, a partir de estudos de casos empíricos, conforme já foi 
mencionado, generalizavam resultados; além de não condizerem com alguns aspectos 
relacionados à diversidade da etnia, tais estudos acabavam cometendo equívocos. A 
propósito, contrariamente à afirmação da antropóloga Yara Penteado, de que os índios Terena 
abandonam os elos tribais, esses índios continuam mantendo uma certa ligação com os 
patrícios da aldeia e os vínculos são mantidos pelas famílias que viviam nos bairros 
periféricos da cidade. 
Neste sentido, Barth afirma que a necessidade de interação com o outro serve para 
reafirmar, ou mesmo descobrir, a própria identidade. Isso significa que a fronteira étnica – em 
sua acepção mais extensa – é livre dos constrangimentos territoriais, é algo “portátil”. 
Segundo o autor, é só encontrar uma pessoa de outra cultura, mesmo sendo do próprio país, 
para que a fronteira étnica seja suscitada. Deste modo, deve-se estudar as interações e seus 
resultados no confronto dinâmico de suas fronteiras étnicas, 
 A proposição de Barth enfatiza, portanto, em sua definição, os limites de um grupo 
étnico, os valores internos e sua interação com os outros grupos, como forma de afirmar as 
diferenças, e não insistir nos elementos culturais visíveis e materiais, quer dizer: objetiváveis. 
Para Barth, os grupos étnicos são vistos como um tipo organizacional21. No contexto 
dos Terena urbanos os atores, tendo como finalidade a interação social, usam identidades 
étnicas para se categorizarem e categorizarem os outros, passando a se constituir como grupos 
étnicos. Aqui, é importante ressaltar que, apesar de as categorias étnicas levarem em conta as 
diferenças culturais, tanto dos índios aldeados quanto da sociedade não indígena, não se pode 
pressupor qualquer relação de correspondência entre as unidades étnicas e as semelhanças e 
diferenças culturais. As características a serem efetivamente levadas em conta não 
correspondem ao somatório das diferenças “objetivas”; são apenas aquelas que os próprios 
Terena consideram significativas. (Barth,2000:32) .demanding rapid charge. Culture, genuine and spurious:the politics of indianness in the Vaupés, Colombia. In: American 
Ethnologist.The Journal of the American Ethnological Society. Op. cit. P.18. 
21 Barth considera que a característica organizacional, que deve ser geral em todas as relações interétnicas, é um 
conjunto sistemático de regras que governam os encontros sociais interétnicos. 
 11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BARTH, Frederik. Los Grupos Étnicos e Sus Fronteras. La Organizacion Social de Las 
Diferencias Culturales. Traduccion de Sérgio Lugo Redón. México: fondo de Cultura 
Econômica, 1976. 
______________ O Guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: 
Contra Capa Livraria, 2000. 
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Identidade e Etnia -Construção da Pessoa e Resistência 
Cultural. São Paulo: Brasiliense, 1986. 
GEERTZ, Clifford. Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1978. 
JACKSON, E.Jean. Culture, genuine and spurious:the politics of indianness in the Vaupés, 
Colombia. In: American Ethnologist.The Journal of the American Ethnological Society. V. 
22, number 1(feb.1995.)p.18. 
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Urbanização e Tribalismo: A Integração dos índios Terena 
numa Sociedade de Classes. Rio de Janeiro: Zahar, 1968. 
OLIVEIRA, João Pacheco de. Viagens de Ida, de Volta e Outras Viagens: Os Movimentos 
migratórios e às Sociedades Indígenas. In. Revista do Migrante, vol. IX n 24, 1996. 
PAES, Leite Mussi Vanderléia. Dinâmica de Organização Social dos Terena, da Aldeia ao 
Espaço Urbano de Campo Grande - Ms. São Leopoldo :Dissertação (Mestrado em História) 
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, 2000. 
PENTEADO, Yara. A condição urbana: estudo de dois casos de inserção do índio na vida 
citadina. Brasília: Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) Universidade de Brasília, 
1980. 
POUTIGNAT, Philippe, Teorias da etnicidade. Seguido de Grupos étnicos e suas fronteiras 
de Fredrik Barth. São Paulo: Editora da UNESP, 1998. 
SAHLINS, Marshal. Ilhas de História. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. 
SEEGER, A. e B. VIVEIROS DE CASTRO. 1979. Terras e Territórios Indígenas no Brasil. 
Encontros com a Civilização Brasileira. 12ª Ed. Rio de Janeiro, 1979. 
SUSNIK, B. Interpretación Etnocultural de la Complejidade Sudamericana Antiga. 
Asunción, Museo Etnografico “Andrés Barbero”, 1994. 
 
Dados da Autora: VANDERLÉIA PAES LEITE MUSSI 
Rua Quinheira nº 227 – Copatrabalho - Campo Grande – MS - CEP: 79115-140 
Telefones: (67) 3621774(Res.), (67) 99517324 (Cel.), (67) 3123581 (UCDB) 
E-Mails: vmussi@ucdb.br 
 
mailto:vmussi@ucdb.br
 12
I DESCRIÇÃO PROFISSIONAL: 
1) Bolsista cnpq/ unesp (Programa de doutorado em história) Pesquisa: Os Mecanismos 
Dinâmicos de Inserção, adpatação, reelaboração e/ou ressignificação utilizados pela 
família terna no espaço urbano. 
2) Professora pesquisadora da universidade católica dom bosco 
3) Membro da Comissão editorial da revista “pós-história” do Programa de pós-graduação 
em história da unesp/assis. 
II PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA E INTELECTUAL: 
1) História Oral: uma proposta metodológica em parceria com os índios Terena em 
Campo Grande – MS. 
Autor: Paes, Vanderléia.L.M. - Natureza: Artigo (no prelo) 
Título do Periódico: Revista da Universidade Estadual do Ceará - Instituição Promotora: 
Universidade Estadual do Ceará - Cidade: Fortaleza – CE. 
2) A Dinâmica de Organização Social dos Terena, da aldeia ao espaço urbano de Campo 
Grande – MS. 
Autor: Paes, Vanderléia,L.M. - Natureza: Dissertação de Mestrado. 
Instituição Promotora: Universidade do Vale do Rio dos Sinos- UNISINOS. Programa de Pós-
Graduação de História - Cidade: São Leopoldo – RS. 
3) Educação indígena: a história oral com proposta metodológica no processo de 
reafirmação de identidade étnica dos índios terena. 
Autor: Paes, Vanderléia,L.M. - Evento: Fronteiras étnico-culturais e fronteiras da exclusão: o 
desafio da interculturalidade e da eqüidade. - Natureza: Comunicação livre 
Instituição Promotora do Evento: UCDB, UNISINOS, UFF, UERJ. - Cidade: Campo Grande 
– MS 
4) A Dinãmica de Organização Social dos índios Terena no Espaço Urbano: processo de 
reafirmação de sua identidade étnica 
Autor: Paes, Vanderléia,L.M. - evento: XVI Encontro Regional de História: Poderes e 
Representações- ANPUH/SP - Natureza: Comunicação livre -Instituição Promotora do 
Evento: UNESP – Franca. Cidade: Franca- SP 
5) Um estudo da dinâmica vivenciada pela família terena, da aldeia ao espaço urbano. 
Autor: Paes, Vanderléia,L.M. - evento: 23ª Reunião Brasileira de Antropologia (ABA) - 
Participação: Publicação em Anais - Instituição Promotora do Evento: Associação Brasileira 
de Antropologia -ABA. Cidade: Gramado – RS. 
6) A Dinâmica da Organização Social dos Terena, da Aldeia ao Espaço urbano 
Autor: Paes, Vanderléia,L.M. - Evento: Curso de capacitação em história e língua Terena para 
professores indígenas Terena - Participação: Palestrante 
 13
Instituição Promotora do Evento: Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul. - 
Cidade: Aquidauana – MS. 
7) Dinâmica da Organização Social Terena no espaço Urbano. 
Autor: Paes, Vanderléia,L.M. - Evento: XX Simpósio Nacional de História - Participação: 
Comunicação Coordenada - Instituição Promotora do Evento: Universidade Federal de Santa 
Catarina – UFSC - Cidade: Florianópolis- SC 
8) Um estudo da família terena no espaço urbano de campo grande-ms. 
Autor: Paes, Vanderléia,L.M. - Evento: III Conferência Ibero-Americana sobre a Família - 
Participação:Comunicação livre - Instituição Promotora do Evento: UNISINOS - Cidade: – 
São Leopoldo – RS. 
 14
 
 
	Vanderléia L.M. PAES
	RESUMO
	ABSTRACT
	5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Continue navegando