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DROGAS-PSICOTRÓPICAS-I-4 (1)

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1 
1 SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 DROGAS PSICOTRÓPICAS ...................................................................... 4 
2.1 O que seria então uma droga psicotrópica? ......................................... 5 
3 DROGAS DEPRESSORAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL ............. 9 
4 BEBIDAS ALCOÓLICAS ............................................................................. 9 
4.1 Aspectos históricos ............................................................................ 12 
4.2 Aspectos gerais .................................................................................. 13 
4.3 Efeitos agudos .................................................................................... 13 
5 ÁLCOOL E TRÂNSITO ............................................................................. 14 
6 ALCOOLISMO .......................................................................................... 16 
6.1 Efeitos no resto do corpo .................................................................... 18 
6.2 Durante a gravidez ............................................................................. 18 
7 SOLVENTES OU INALANTES ................................................................. 19 
7.1 Efeitos no cérebro .............................................................................. 21 
7.2 Efeitos no resto do corpo .................................................................... 23 
7.3 Efeitos tóxicos .................................................................................... 23 
7.4 Aspectos gerais .................................................................................. 24 
8 TRANQUILIZANTES OU ANSIOLÍTICOS – BENZODIAZEPÍNICOS ....... 25 
8.1 Efeitos no cérebro .............................................................................. 26 
8.2 Efeitos no resto do corpo .................................................................... 27 
8.3 Efeitos tóxicos .................................................................................... 27 
8.4 Aspectos gerais .................................................................................. 28 
8.5 Situação no Brasil .............................................................................. 28 
9 CALMANTES E SEDATIVOS ................................................................... 29 
9.1 Efeitos no cérebro .............................................................................. 30 
 
2 
9.2 Efeitos no resto do corpo .................................................................... 31 
9.3 Efeitos tóxicos .................................................................................... 31 
9.4 Aspectos gerais .................................................................................. 32 
9.5 Situação no Brasil .............................................................................. 32 
10 ÓPIO E MORFINA – PAPOULA DO ORIENTE, OPIÁCEOS, OPIÓIDES
 33 
10.1 Efeitos no cérebro ........................................................................... 34 
10.2 Efeitos no resto do corpo ................................................................ 35 
10.3 Efeitos tóxicos ................................................................................. 36 
11 XAROPES E GOTAS PARA TOSSE ..................................................... 37 
12 Efeitos no cérebro .................................................................................. 39 
12.1 Efeitos no resto do corpo ................................................................ 40 
12.2 Efeitos tóxicos ................................................................................. 40 
12.3 Aspectos gerais ............................................................................... 40 
13 SITUAÇÃO NO BRASIL ........................................................................ 41 
14 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 42 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 43 
 
 
 
3 
2 INTRODUÇÃO 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
4 
3 DROGAS PSICOTRÓPICAS 
 
Fonte: www.cuantas.net 
A utilização de substâncias psicoativas é um fenômeno antigo na história da 
humanidade. O uso em rituais culturais e religiosos sempre foi tolerado. Nas últimas 
décadas, entretanto, em razão do aumento significativo do uso de drogas lícitas e 
ilícitas fora desses rituais, transformou-se em um verdadeiro problema de saúde 
pública, criando a necessidade de estudos epidemiológicos que subsidiassem o 
estabelecimento de políticas de prevenção. 
 “[...] longe de ter uma natureza genérica, a droga assume diferentes 
significados em diferentes ocasiões”, o que equivale a dizer que existem 
múltiplos aspectos relacionados à droga, que vão desde o farmacológico, o 
psicológico, o social, até o político, econômico e cultural, todos eles 
indissociáveis e entrelaçados, de modo muito particular, em cada época e em 
cada sociedade. (MAC ERA, 2001, apud FILHO, 2009, p. 292) 
Em linguagem comum, de todo o dia, droga tem um significado de coisa ruim, 
sem qualidade. Já em linguagem médica, droga é quase sinônimo de medicamento. 
O termo droga teve origem na palavra droog (holandês antigo) que significa 
folha seca; isto porque antigamente quase todos os medicamentos eram feitos à base 
de vegetais. Atualmente, a medicina define droga como sendo qualquer substância 
que é capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças 
fisiológicas ou de comportamento. 
Por exemplo, uma substância ingerida contrai os vasos sanguíneos (modifica a 
função) e a pessoa passa a ter um aumento de pressão arterial (mudança na 
 
5 
fisiologia). Outro exemplo, uma substância faz com que as células do nosso cérebro 
(os chamados neurônios) fiquem mais ativas, disparem mais (modificam a função) e 
como consequência a pessoa fica mais acordada, perdendo o sono (mudança 
comportamental). 
3.1 O que seria então uma droga psicotrópica? 
Psicotrópica, naturalmente de origem grega nos remete ao psiquismo, ou seja, 
à mente e trópico, aqui significa ter atração por. Então psicotrópico significa atração 
pelo psiquismo e drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre o nosso cérebro, 
alterando de alguma maneira o nosso psiquismo. 
Pode-se encontrar também o termo substância psicoativa como sinônimo de 
psicotrópica. Dependendo do tipo, a droga pode atuar aumentando ou diminuindo a 
atividade do cérebro ou mesmo provocando mudanças qualitativas, ao fazer o cérebro 
funcionar de maneira diferente do normal. 
Mas estas alterações do nosso psiquismo não são sempre no mesmo sentido 
e direção. Obviamente elas dependerão do tipo de droga psicotrópicaque foi ingerida 
e sobre esses grupos é que trataremos a partir de agora. 
Um primeiro grupo é aquele de drogas que diminuem a atividade do nosso 
cérebro, ou seja, deprimem o funcionamento do mesmo, o que significa dizer que a 
pessoa que faz uso desse tipo de droga fica “desligada”, “devagar”, desinteressada 
pelas coisas. Por isso estas drogas são chamadas de Depressoras da Atividade do 
Sistema Nervoso Central (SNC). 
Num segundo grupo de drogas psicotrópicas estão aquelas que atuam por 
aumentar a atividade do nosso cérebro, ou seja, estimulam o funcionamento fazendo 
com a pessoa que se utiliza dessas drogas fique “ligada”, “elétrica”, sem sono. Por 
isso essas drogas recebem a denominação de Estimulantes da Atividade do Sistema 
Nervoso Central. 
Finalmente, há um terceiro grupo, constituído por aquelas drogas que agem 
modificando qualitativamente a atividade do nosso cérebro; não se trata, portanto, de 
mudanças quantitativas como de aumentar ou diminuir a atividade cerebral. Aqui a 
mudança é de qualidade! O cérebro passa a funcionar fora do seu normal, e a pessoa 
fica com a mente perturbada. Por esta razão este terceiro grupo de drogas recebe o 
nome de Perturbadores da Atividade do Sistema Nervoso Central. 
 
6 
À medida que a pessoa vai consumindo drogas, o seu organismo começa a 
sofrer modificações que podem fazer com que ela tenha necessidade de voltar a 
consumi-las. 
Antigamente, o termo para isso era vício, sendo tachado de viciado aquele que 
não conseguia deixar de utilizar uma determinada droga. Aquele que usava, mas 
conseguia deixar, tinha apenas um hábito. Hábito e vício eram dois termos usados 
para designar o grau de envolvimento do indivíduo com a droga. 
Independentemente da categoria, idade ou cultura, giravam sempre em torno 
de concepções verdadeiras, em sua maioria, mas descontextualizadas, explicitando 
certo saber comum, para não dizer jornalístico: “por curiosidade”, “para fugir do 
cotidiano”, “por falta de fé”, “para não sentir dor”, “por medo”, “para pertencer a um 
grupo”, “por causa de amigos”, para citar as mais frequentes. 
Atualmente, entende-se que em qualquer uma das duas circunstâncias citadas 
acima, o indivíduo tem um transtorno de dependência. A dependência é o impulso que 
leva a pessoa a usar uma droga, mesmo tendo, com esse uso, problemas fisiológicos, 
comportamentais ou cognitivos significativos. A dependência pode ser psicológica, 
quando a interrupção da droga resulta em problemas fisiológicos, como mal-estar e 
ansiedade, ou cognitivos, como dificuldades de concentração; e física, quando a 
interrupção da droga resulta em síndrome de abstinência. 
A síndrome de abstinência é o conjunto de sintomas físicos e comportamentais 
que aparece quando o uso da droga é interrompido. Esses sintomas podem ser mais 
ou menos graves dependendo do tipo de substância que esteja sendo utilizada. 
Algumas substâncias podem levar a situações em que o indivíduo precise aumentar 
a quantidade ingerida para obter o mesmo efeito. 
O sujeito certamente é o mais complexo dos três elementos que compõem o 
fenômeno da dependência. Ele pode ou não se tornar dependente de acordo com a 
relação que estabelece com a droga. A maior parte dos usuários de substâncias, 
lícitas ou ilícitas, não se torna dependente. A relação com a droga será influenciada, 
diretamente, por diversos fatores: sociais, biológicos e psicológicos. 
Entre os fatores biológicos, destacamos, inicialmente, os aspectos genéticos. 
Vários estudos envolvendo famílias com casos de dependência de drogas vêm 
evidenciando a importância do fator genético no desenvolvimento do quadro. Todos 
os estudos apontam que apenas parte do fenômeno pode ser explicada pelos genes 
em si, ou seja, há outros fatores que são determinantes da manifestação (ou não) da 
 
7 
dependência. Em alguns casos, os dependentes de drogas possuem menor número 
de receptores de dopamina, algo que parece ser geneticamente determinado. 
Fatores neurológicos, independentemente da existência de uma predisposição 
genética do sujeito, outros aspectos biológicos desempenham um papel importante 
no desenvolvimento de uma dependência. Todas as substâncias com potencial de 
gerar uso abusivo e dependência agem em diversos locais do cérebro, promovendo 
interações complexas entre as várias vias de neurotransmissor (sistemas de 
intercomunicação das células nervosas). A ativação da via de recompensa cerebral é 
o elemento comum ao uso de todas as substâncias psicoativas, gerando reforço 
positivo (sensação agradável e prazerosa), que leva à intensificação do consumo. 
Fatores psicológicos, possui o processo de desenvolvimento psicológico de um 
sujeito se dá a partir da interação entre fatores pessoais e o meio ambiente. Nesse 
processo, sempre vão existir aspectos da personalidade, menos ou mais 
desenvolvidos, dificultando ou facilitando sua adaptação ao contexto. Diante das 
dificuldades do desenvolvimento da personalidade, o sujeito se transforma 
continuamente (o que se denomina processo de individualização). Frente a situações 
vivenciais muito dramáticas, que não conseguem ser elaboradas e transformadas, 
muitos sujeitos procuram as drogas para fugir dessas dificuldades, o que os coloca 
em risco de se tornarem dependentes, já que a sensação de profundo bem-estar 
ocasionada pela droga tende a levar ao impulso de consumi-las. 
Dentre os elementos que compõem o fenômeno da dependência, existem três 
principais categorias de drogas, são elas: as estimulantes, depressoras e 
perturbadoras. 
As depressoras possuem propriedades capazes de diminuir a atividade 
cerebral, os reflexos e a atividade motora. No início causam euforia e 
posteriormente causam sonolência. Estas drogas diminuem a fadiga, 
induzem a euforia e apresentam efeitos simpaticomiméticos (aumento das 
ações do sistema nervoso simpático). O exemplo mais comum de droga 
depressora é o álcool, droga lícita conhecida em praticamente todos os 
lugares do mundo, muito usada em rituais religiosos e festas familiares, com 
efeitos que variam de acordo com a quantidade, tipo e qualidade ingerida 
(LENHARO, 2013, apud RECH; et al, 2017, p. 3). 
São características, as alterações sensoriais cuja intensidade depende da dose 
utilizada, indo de simples aberrações da percepção de cor e forma dos objetos até a 
degradação da personalidade. As características das alucinações variam de um 
indivíduo para outro, presumivelmente de acordo com sua personalidade e com os 
 
8 
tipos de interesse que desenvolve. As alucinações podem ser visuais, auditiva, tátil, 
olfativa, gustativa ou percepção anestésica na ausência de um estímulo externo. 
Há distorção do espaço, e os objetos visualizados agigantam-se ou se 
reduzem, inclusive partes do próprio corpo. Pode ocorrer o fenômeno da 
despersonalização, com a sensação de que o corpo ou uma de suas partes estão 
desligados. Altera-se a sensação subjetiva de tempo, e minutos podem parecer horas. 
Nas fases de alucinações mais intensas podem ocorrer ansiedade, 
desorientação e pânico. Muitos apresentam depressão grave com tentativa de 
suicídio. Os efeitos psíquicos são decorrentes do uso dependente. 
As drogas psicoativas alteram o comportamento, humor e cognição, agindo 
preferencialmente nos neurônios e afetando o Sistema Nervoso Central. Já as drogas 
psicotrópicas vão além das psicoativas, pois possuem grande propriedade 
reforçadora, sendo passíveis de autoadministração, ou seja, levam à dependência. 
Os Transtornos Relacionados a Substâncias abrangem dez classes distintas 
de drogas: álcool; cafeína; cannabis; alucinógenos; inalantes; opióides; sedativos, 
hipnóticos e ansiolíticos; estimulantes; tabaco; e outras substâncias. O DSM- 5 
removeu a divisão feita pelo DSM-IV-TR entre os diagnósticos de Abuso e 
Dependência de Substâncias reunindo-os como Transtorno por Uso de Substâncias 
O Transtorno por Uso de Substância somou os antigoscritérios para abuso e 
dependência conservando-os com mínimas alterações: a exclusão de problemas 
legais recorrentes relacionados à substância e inclusão de craving ou um forte desejo 
ou impulso de usar uma substância. 
O diagnóstico passou a ser acompanhado de critérios para Intoxicação, 
Abstinência, Transtorno Induzido por Medicação/Substância e Transtornos Induzidos 
por Substância Não Especificados. O DSM-5 exige dois ou mais critérios para o 
diagnóstico de Transtorno por Uso de Substância e a gravidade do quadro passou a 
ser classificada de acordo com o número de critérios preenchidos: dois ou três critérios 
indicam um transtorno leve, quatro ou cinco indicam um distúrbio moderado e seis ou 
mais critérios indicam um transtorno grave. 
A atual versão do manual passou a incluir os diagnósticos de Abstinência de 
Cannabis e Abstinência de Cafeína e excluiu o diagnóstico de Dependência de 
Múltiplas Substâncias. O Transtorno por Uso de Nicotina foi substituído pelo 
Transtorno por Uso de Tabaco. O DSM-5 removeu os especificadores “Com 
Dependência Fisiológica / Sem Dependência Fisiológica” e reorganizou os 
 
9 
especificadores de remissão, reconhecendo como “Remissão Precoce” um período 
de pelo menos três meses no qual nenhum dos critérios para o uso da substância 
(exceto o desejo) é atendido e “Remissão Sustentada” quando o período é superior a 
doze meses. O manual também incluiu os especificadores que descrevem indivíduos 
“em um Ambiente Controlado” e aqueles que estão “em Terapia de Manutenção”. 
4 DROGAS DEPRESSORAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
As drogas depressoras têm como efeito principal a diminuição da atividade do 
Sistema Nervoso Central (SNC), podendo levar a delírios. Também chamadas de 
psicodislépticas, podem incluir drogas injetáveis, ingeríveis ou inaláveis como: o 
álcool; os hipnóticos, que provocam o sono; os ansiolíticos, que diminuem a 
ansiedade; os narcóticos, que bloqueiam a dor, como a morfina; os inalantes ou 
solventes, como as colas e as tintas. 
5 BEBIDAS ALCOÓLICAS 
O consumo de bebidas alcoólicas pode ser apontado como um dos principais 
fatores responsáveis pela alta incidência dos acidentes automotivos com vítimas. 
De uma maneira geral, em vários países, costuma-se considerar que entre 
metade e um quarto dos acidentes com vítimas fatais estejam associados ao uso do 
álcool. 
O Sistema Nervoso Central (SNC) é o órgão mais rapidamente afetado pelo 
álcool, sua intoxicação produz sedação, diminuição da ansiedade, fala pastosa, 
ataxia, prejuízo da capacidade de julgamento e desinibição do comportamento. 
Vale ressaltar que o consumo de bebidas alcoólicas também é apontado no 
Brasil como um dos principais fatores causais de acidentes. Em 
aproximadamente 70% dos acidentes de trânsito violentos com mortes, o 
álcool é o principal responsável. De acordo com estatísticas do Grupo de 
Socorro Emergencial (GSE) do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, 30,9% 
dos motoristas que precisaram de socorro exibiam sinais da presença de teor 
alcoólico no organismo (LIMA, 2003, apud ABREU, 2006, p. 88). 
É importante observar que qualquer bebida contém a mesma quantidade de 
álcool puro por dose padrão e, ao beber um copo de 300 ml ou uma “latinha” (350 ml) 
de cerveja, estaremos ingerindo a mesma quantidade de álcool puro, ou seja, em torno 
 
10 
de 12 gramas, a mesma quantidade que há em uma taça de vinho ou dose de 
cachaça/ uísque, alcançando a taxa de 0,2g/l (alcoolemia). Portanto, uma pessoa 
pode atingir 0,6g/l de álcool ao consumir três latas de cerveja ou três doses de uísque, 
variando um pouco conforme a massa corporal e a sensibilidade ao álcool do 
organismo. 
A alcoolemia em torno de 0,4-0,6g/l pode representar efetivo fator de risco ao 
provocar manifestações neurocognitivas e comportamentais em algumas pessoas a 
depender de certos fatores individuais. 
Acima dessa taxa, o álcool pode promover euforia, desinibição, impulsividade, 
agressividade ou passividade. Tais considerações são importantes no que tange à 
possibilidade de riscos com níveis mais baixos do que é habitualmente permitido 
(0,5g/l de sangue). O simples fato de ingerir níveis de alcoolemia acima do permitido 
é insuficiente, em tese, para garantir ausência dos acidentes. 
O álcool é um depressor de muitas ações no Sistema Nervoso Central, e esta 
depressão é dose-dependente. Apesar de ser consumido especialmente pela sua 
ação estimulante, esta é apenas aparente e ocorre com doses moderadas, resultando 
da depressão de mecanismos controladores inibitórios. O córtex, que tem um papel 
integrador, sob o efeito do álcool é liberado desta função, resultando em pensamento 
desorganizado e confuso, bem como interrupção adequada do controle motor. 
As bebidas alcoólicas por um lado são produtos que transbordam 
significados, por outro, o uso exagerado dessas bebidas origina um grave 
transtorno de saúde pública. Esse comportamento é associado a uma busca 
imediata de prazer, com uso em grandes quantidades em uma única ocasião 
ou a longo tempo. Enfim, a mesma substância que traz alegria e comunga, 
dependendo da sua quantidade e tempo de uso, estimula a discórdia, 
violência, e a dor, rompendo laços de família, amigos e trabalho. (GIGLIOTTI, 
2004, apud CARVALHO; et al, 2013, p. 4). 
Os efeitos associados ao consumo de álcool implicam na redução da 
capacidade: de percepção da real velocidade desempenhada, de observar potenciais 
obstáculos ao longo da via e de manter o controle do veículo. Como consequência, o 
condutor tem maior dificuldade em visualizar, por exemplo, uma motocicleta ao seu 
lado ou um pedestre que atravessa a via. Além disso, o condutor sob os efeitos do 
álcool enxerga apenas o que há a sua frente, tendo sua visão periférica reduzida, o 
que dificulta ainda mais a sua reação quando se depara com alguma situação adversa 
ou alguma eventualidade, o que pode ocasionar, na pior das hipóteses, um acidente 
de trânsito com vítimas fatais. 
 
11 
Grande parte dos acidentes acontece em decorrência de condutores 
alcoolizados. Dentre as causas comportamentais de acidentes tem-se: 
 Subavaliação da probabilidade de acidente; 
 Desatenção; 
 Cansaço; 
 Deficiências (visual, auditiva ou motora); 
 Consumo de álcool; 
 Consumo de droga; 
 Excesso de velocidade; 
 Desrespeito à distância mínima entre veículos; 
 Ultrapassagem indevida; 
 Outras infrações de motoristas; 
 Não-uso de cinto, de capacete, de proteção para criança; 
 Imprudência de pedestres, de ciclistas, de motociclistas. 
Essas causas potenciais de acidentes são extremamente bem conhecidas e 
foram combatidas eficazmente em muitos países pelas seguintes etapas: 
 Conscientização; 
 Regulamentação (se for o caso); 
 Repressão (se for o caso). 
Anualmente, milhares de pessoas são vítimas de acidentes de trânsito 
provocados por motoristas irresponsáveis que associam bebida alcoólica e direção de 
veículo automotor. Esta combinação entre álcool e direção, devido ao seu grande 
poder destrutivo, gera comoção entre os indivíduos que presenciam tal fato, por essa 
razão, notícias relacionadas a este tema são amplamente divulgadas pela mídia. A 
sociedade cansada de tantas tragédias envolvendo este tema exigiu do Poder Público 
uma solução para o problema. Com isso, o governo se mobilizou e após de diversas 
discussões sobre o assunto, publicou a Lei nº 11.705, de 19 de junho de 2008, 
popularmente conhecida como “Lei Seca”, cujo objetivo era combater o problema da 
embriaguez ao volante, utilizando como uma de suas ferramentas o caráter punitivo 
da nova lei. 
 
12 
5.1 Aspectos históricos 
Toda a história da humanidade está permeada pelo consumo de álcool. 
Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool 
pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 a.C., sendo, portanto, um costume 
extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. Anoção de álcool 
como uma substância divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros 
exemplos na mitologia, sendo talvez um dos fatores responsáveis pela manutenção 
do hábito de beber ao longo do tempo. 
Estudos sobre a história do consumo do álcool na Antiguidade Clássica relatam 
que gregos e romanos bebiam vinho à noite, depois das refeições como forma de 
estímulo à sociabilidade. Na época, beber antes do final do dia era considerado uma 
excentricidade. 
Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo, como, 
por exemplo, o vinho e a cerveja, já que dependiam exclusivamente do processo de 
fermentação. Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos 
árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a 
ser utilizadas na sua forma destilada. Nesta época, este tipo de bebida passou a ser 
considerado como um remédio para todas as doenças, pois “dissipavam as 
preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de produzirem um 
alívio mais eficiente da dor”, surgindo então a palavra whisky (do gálico usquebaugh, 
que significa “água da vida”). 
A partir da Revolução Industrial, registrou-se um grande aumento na oferta 
deste tipo de bebida, contribuindo para um maior consumo e, consequentemente, 
gerando um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo 
de problema devido ao uso excessivo de álcool. 
Consumido durante os rituais de passagem e de sedução, em festas, nos 
momentos que antecediam as guerras, o álcool também tem registrada sua 
eficiência terapêutica. As propriedades medicinais da cachaça eram 
reconhecidas como, por exemplo, na prevenção da malária, picadas de 
cobra, sífilis, para combater o frio podendo ser, além de ingerida, também 
aplicada no corpo do doente (FIDELIS DIAS, 2008, apud ACSELRAD; et al, 
2016, p.34). 
Seu uso pela manhã protegia o corpo contra as doenças, ajudava a espantar o 
corpo dos males, era considerada milagrosa, boa para tudo. O vinho era considerado 
 
13 
como tônico cardíaco e recomendado na prevenção da tuberculose. A cachaça com 
mel e limão curava qualquer gripe. 
5.2 Aspectos gerais 
Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool 
também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso 
central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de 
ter potencial para desenvolver dependência. 
O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo 
admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é 
encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas. 
Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, 
quando excessivo, passa a ser um problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito 
e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo 
prazo, dependendo da dose, frequência e circunstâncias, pode provocar um quadro 
de dependência conhecido como alcoolismo. 
O uso excessivo do álcool progride de forma lenta e insidiosa, acarretando 
inúmeros problemas e prejuízos no processo saúde doença do indivíduo e da família, 
entre eles destacam-se, redução da qualidade de vida, alterações comportamentais 
da pessoa que faz uso e abuso do álcool levando a desestruturação familiar, 
acidentes, mortes, suicídios, gastos excessivos com tratamentos médicos, entre 
outros 
Desta forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema de 
saúde pública, especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos custos 
para sociedade e envolvendo questões, médicas, psicológicas, profissionais e 
familiares. 
5.3 Efeitos agudos 
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases 
distintas: uma estimulante e outra depressora. 
Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos 
estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade. Com o passar do tempo, 
 
14 
começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, 
descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor se 
agrava, podendo até mesmo provocar o estado de coma. 
A pessoa consumidora nociva de bebida alcoólica não se reconhece como 
doente/dependente, assim como sua família também, pelo sofrimento, vergonha, 
medo do estigma, até por não considerar o alcoolismo uma doença, buscam ocultar 
essa situação, dificultando o tratamento e a reintegração da pessoa na sociedade. 
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características 
pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas 
sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com uma 
outra pessoa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado 
a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte terá uma 
maior resistência aos efeitos do álcool. 
O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos 
desagradáveis, como ruborizar a face, dor de cabeça e um mal-estar geral. Esses 
efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de 
metabolizar o álcool. O oriental, em geral, tem uma maior probabilidade de sentir 
esses efeitos. 
6 ÁLCOOL E TRÂNSITO 
 
Fonte: www.avnutrition.webnode.com.br 
 
15 
A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação 
motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar 
outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes são provocados 
por motoristas que haviam bebido antes de dirigir. 
Desde a publicação da Lei nº 9.503/1997 do Código de Trânsito Brasileiro, está 
previsto, no artigo 165, que dirigir sob a influência de álcool é uma infração de natureza 
gravíssima. 
Na redação original do CTB, caracterizava como infração apenas a constatação 
de mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue no motorista abordado. 
Isso mudou a partir da Lei nº 11.705/2008, que estabeleceu que qualquer 
quantidade de álcool presente no sangue do motorista o sujeita às penalidades do 
CTB. 
Iniciou-se a chamada “Lei Seca”, pois deixou de existir a tolerância e, hoje, 
mesmo uma pessoa que tomou apenas um copo de cerveja antes de dirigir pode ser 
multado. 
Além do maior rigor no texto legal, nos anos seguintes, os governos estaduais 
começaram a criar programas para planejar ações de fiscalização com foco na Lei 
Seca. Ou seja, as blitzen e com bafômetro aumentaram significativamente. 
Detalhes dos dispositivos infracionais do CTB mudaram mais uma vez, desde 
então, com a Lei Nº 12.760/2012. 
Mas a essência continua a mesma: é proibido dirigir sob a influência de álcool, 
e qualquer quantidade da substância no organismo caracteriza essa condição. 
A redação da infração descrita no artigo 165 é a seguinte: 
“Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância 
psicoativa que determine dependência: 
Infração – gravíssima; 
Penalidade – multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) 
meses. 
Medida administrativa – recolhimento do documento de habilitação e retenção 
do veículo, observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de 
setembro de 1997 – do Código de Trânsito Brasileiro. 
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de 
reincidência no período de até 12 (doze) meses. ” 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12760.htm
 
16 
Note que não há menção à quantidade de álcool na corrente sanguínea, 
diferentemente do que havia na redação original de 1997. 
Mas com base em que, então, a autoridade pode considerar que qualquer 
quantia de álcool no sangue caracteriza a infração? 
A resposta está no artigo 276 do CTB, outro que sofreu alterações de 97 para 
cá: 
“Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangueou por litro de ar 
alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165. 
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a 
infração for apurada por meio de aparelho de medição, observada a legislação 
metrológica. ” 
Esses são os dois principais artigos do Código de Trânsito Brasileiro que 
compõem a Lei Seca. 
7 ALCOOLISMO 
 
Fonte: www.dicassobresaude.com.br 
A palavra alcoolismo surgiu e se estabeleceu na Europa do século XIX, quando 
transformações sociais promoviam a higienização das cidades, a industrialização e o 
nacionalismo, com as respectivas demandas por disciplina, majoração econômica e 
adestramento político das massas. 
https://doutormultas.com.br/codigo-transito-brasileiro/
 
17 
A pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do 
tempo, pode desenvolver dependência do álcool, condição esta conhecida como 
“alcoolismo”. Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de 
origem biológica, psicológica, sociocultural ou ainda ter a contribuição resultante de 
todos estes fatores. 
Apesar do alcoolismo não ser hereditário, alguns autores apontam que existe 
uma predisposição orgânica para o desenvolvimento do mesmo, sendo então 
indiretamente transmissível de pai para filho. 
A dependência do álcool é uma condição frequente, atingindo cerca de 5 a 10% 
da população adulta brasileira. 
Muito utilizado por seus efeitos desinibidores, antidepressivo e de fácil 
acesso, tornando-se um dos maiores problemas de saúde pública que afetam 
homens e mulheres em todas as idades e classes sociais, o alcoolismo, 
descrito por estar associado ao forte desejo de beber e dificuldade em 
controlar o consumo e a utilização insistente apesar das consequências 
negativas que o álcool produz (MANSUR, 2004, apud SILVA e LUZ, 2015, 
p.2) 
A transição do beber moderado ao beber problemático ocorre de forma lenta, 
tendo uma interface que, em geral, leva vários anos. Alguns dos sinais do beber 
problemático são: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de beber 
cada vez maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos; o aumento da 
importância do álcool na vida da pessoa; a percepção do grande desejo de beber e 
da falta de controle em relação à quando parar; síndrome de abstinência 
(aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) 
e o aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência. 
A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que aparece pela redução ou 
parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas após um período de consumo 
crônico. A síndrome tem início 6-8 horas após a parada da ingestão de álcool, sendo 
caracterizada pelo tremor das mãos, acompanhado de distúrbios gastrointestinais, 
distúrbios de sono e um estado de inquietação geral (abstinência leve). Cerca de 5% 
dos que entram em abstinência leve evoluem para a síndrome de abstinência severa 
ou delirium tremens que, além da acentuação dos sinais e sintomas acima referidos, 
caracteriza-se por tremores generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo 
e espaço. 
 
18 
Discutir o alcoolismo é um assunto bastante relevante devido ao fato das 
complicações com os portadores desta patologia, em relação à conscientização de 
que o mesmo é uma doença e precisa ser devidamente tratada como qualquer outra. 
7.1 Efeitos no resto do corpo 
O álcool diferente das demais drogas é rapidamente absorvido pelo organismo, 
isso torna o álcool extremamente nocivo, principalmente pelo fato que ele ataca 
diretamente o sistema nervoso central de forma rápida, levando o indivíduo que o 
ingeriu passar para um estado alterado de sua consciência, essa rápida absorção do 
álcool pelo organismo leva também a uma rápida eliminação desta substância tóxica 
do corpo, gerando no indivíduo uma sensação de necessidade de beber ainda mais, 
levando o indivíduo a consumir outras doses da bebida tornando-se dependente 
químico do mesmo. 
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As 
mais frequentes são as doenças do fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e 
cirrose). Também são frequentes problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome 
de má absorção e pancreatite), no sistema cardiovascular (hipertensão e problemas 
no coração). Também são frequentes os casos de polineurite alcoólica, caracterizada 
por dor, formigamento e câimbras nos membros inferiores. 
7.2 Durante a gravidez 
 
Fonte: www.ultracurioso.com.br 
 
19 
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer 
consequências para o recém-nascido, sendo que, quanto maior o consumo, maior a 
chance de prejudicar o feto. Desta forma, é recomendável que toda gestante evite o 
consumo de bebidas alcoólicas, não só ao longo da gestação como também durante 
todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebê através do 
leite materno. 
Além disso, crianças expostas ao álcool no período fetal apresentam maiores 
chances de desenvolvimento de transtornos mentais (transtorno comportamental 
relacionado ao uso de substâncias psicoativas e depressão) e comportamentais 
(personalidade antissocial e hiperatividade) na adolescência e vida adulta. 
Cerca de um terço dos bebês de mães dependentes do álcool, que fizeram uso 
excessivo durante a gravidez, são afetados pela Síndrome Fetal pelo Álcool. Os 
recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem pouco, além de 
apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de abstinência). As 
crianças severamente afetadas e que conseguem sobreviver aos primeiros momentos 
de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam de intensidade de 
acordo com a gravidade do caso. 
8 SOLVENTES OU INALANTES 
A palavra solvente significa substância capaz de dissolver coisas e inalante é 
toda substância que pode ser inalada, isto é, introduzida no organismo através da 
aspiração pelo nariz ou boca. 
Via de regra, todo o solvente é uma substância altamente volátil, isto é, se 
evapora muito facilmente sendo daí que pode ser facilmente inalada. Outra 
característica dos solventes ou inalantes é que muitos deles (mas não todos) são 
inflamáveis, isto é, pegam fogo facilmente. 
No século XIX, o oxido nitroso (utilizado em forma de gás,) era utilizado nas 
anestesias por exemplo nos dentistas; e seus efeitos eufóricos ganhavam 
popularidade como substancia recreativa. 
A inalação da substancias é uma pratica que vem desde a antiguidade 
(cerimonias sociais e rituais religiosos). A cannabis; o Ópio; e o tabaco e alguns 
alucinógenos são exemplos de drogas consumidas por inalação. 
 
20 
 Um grande número de produtos comerciais, como esmaltes, colas, tintas, 
thinners, propelentes, gasolina, removedores, vernizes, etc., contém estes solventes. 
Eles podem ser aspirados tanto involuntariamente (por exemplo, trabalhadores de 
indústrias de sapatos ou de oficinas de pintura, o dia inteiro expostos ao ar 
contaminado por estas substâncias) ou voluntariamente (por exemplo, a criança de 
rua que cheira cola de sapateiro; o menino que cheira em casa acetona ou esmalte, 
etc.). Após a inalação os solventes alcançam os alvéolos e capilares pulmonares 
depois de 15 a 30 minutos o efeito começa a surgir. 
Todos estes solventes ou inalantes são substâncias pertencentes a um grupo 
químico chamado de hidrocarbonetos, tais como o tolueno, xilol, n-hexana, acetato de 
etila, tricloroetileno, etc. Para exemplificar, eis a composição de algumas colas de 
sapateiro vendidas no Brasil: 
 Cascola - mistura de tolueno + n-hexano; 
 Patex Extra - mistura de tolueno + acetato de etila + aguarrás mineral; 
 Brascoplast - tolueno + acetato de etila + “solvente para borracha”. 
Um produto muito conhecido no Brasil é o cheirinho ou loló ou ainda o cheirinho 
da loló. Este é um preparado clandestino (isto é, fabricado não por um 
estabelecimentolegal, mas sim por pessoal do submundo), à base de clorofórmio 
mais éter e utilizado só para fins de abuso. Mas já se sabe que quando estes 
fabricantes não encontram uma daquelas duas substâncias eles misturam qualquer 
outra coisa em substituição. Assim, em relação ao cheirinho da loló não se sabe bem 
a sua composição, o que complica quando se tem casos de intoxicação aguda por 
esta mistura. 
Ainda, é importante chamar a atenção para o lança-perfume. Este nome 
designa inicialmente aquele líquido que vem em tubos e que se usa em carnaval; é a 
base de cloreto de etila ou cloretila e sendo proibido a sua fabricação no Brasil ela só 
aparece nas ocasiões de carnaval, contrabandeada de outros países sul-americanos. 
Mas cada vez mais o nome lança-perfume está também sendo utilizado para designar 
o cheirinho da loló; por exemplo, os meninos de rua de várias capitais brasileiras já 
usam estes dois nomes - cheirinho e lança - para designar a mistura de clorofórmio e 
éter. 
 
21 
8.1 Efeitos no cérebro 
 
Fonte: revistagalileu.globo.com 
O vício nas drogas é uma doença crônica e recorrente que se caracteriza pela 
procura e o consumo compulsivo dessas substâncias, apesar do conhecimento de 
suas consequências nocivas. Considera-se uma doença mental porque as drogas 
modificam a estrutura e o funcionamento do cérebro, condicionando e limitando 
seriamente a vida do doente. 
O vício muda o cérebro de maneira fundamental, já que interrompe a hierarquia 
normal das necessidades e os desejos e os substitui por novas prioridades 
relacionadas à obtenção e ao consumo de drogas. 
Cada droga de abuso tem o seu mecanismo de ação particular, mas todas elas 
atuam, direta ou indiretamente, ativando uma mesma região do cérebro: o sistema de 
recompensa cerebral. Esse sistema é formado por circuitos neuronais responsáveis 
pelas ações reforçadas positiva e negativamente. Quando nos deparamos com um 
estímulo prazeroso, nosso cérebro lança um sinal: o aumento de dopamina, 
importante neurotransmissor do sistema nervoso central (SNC), no núcleo 
accumbens, região central do sistema de recompensa e importante para os efeitos 
das drogas de abuso. 
O início dos efeitos, após a aspiração é bastante rápido, vai de segundos a 
minutos no máximo em 15-40 minutos já desaparecem; assim o usuário repete as 
aspirações várias vezes para que as sensações durem mais tempo. 
 
22 
Os efeitos dos solventes vão desde uma estimulação inicial seguindo-se uma 
depressão, podendo também aparecer processos alucinatórios. Vários autores dizem 
que os efeitos dos solventes (qualquer que seja ele) lembram aqueles do álcool sendo, 
entretanto, que este último não produz alucinações, fato bem descrito para os 
solventes. Dentre esses efeitos dos solventes o mais predominante é a depressão. 
Entretanto os principais efeitos dos solventes são caracterizados por uma 
depressão do cérebro. 
De acordo com o aparecimento dos efeitos após inalação de solventes, eles 
foram divididos em quatro fases: 
Primeira fase: é a chamada fase de excitação e é a desejada, pois a pessoa 
fica eufórica, aparentemente excitada, ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e 
visuais. Mas pode também aparecer náuseas, espirros, tosse, muita salivação e as 
faces podem ficar avermelhadas. 
Segunda fase: a depressão do cérebro começa a predominar, com a pessoa 
ficando em confusão, desorientada, voz meio pastosa, visão embaçada, perda do 
autocontrole, dor de cabeça, palidez; a pessoa começa a ver ou ouvir coisas. 
Terceira fase: a depressão se aprofunda com redução acentuada do alerta, 
ausência de coordenação ocular (a pessoa não consegue mais fixar os olhos nos 
objetos), falta de coordenação motora com marcha vacilante, a fala enrolada, reflexos 
deprimidos; já pode ocorrer evidentes processos alucinatórios. 
Quarta fase: depressão tardia, que pode chegar à inconsciência, queda da 
pressão, sonhos estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos de convulsões 
(“ataques”). Esta fase ocorre com frequência entre aqueles usuários que usam saco 
plástico e após um certo tempo já não conseguem afastá-lo do nariz e assim a 
intoxicação torna-se muito perigosa, podendo mesmo levar ao coma e morte. 
Problemas musculares, hepáticos, renais e relacionados à medula óssea e 
nervos também podem ocorrer devido à intoxicação. Vale ressaltar, também, que tais 
substâncias deixam o coração mais sensível à ação da adrenalina: uma das 
responsáveis pelo aumento dos batimentos cardíacos em situações de sobrecarga, 
como impactos emocionais, ou um grande esforço físico. Assim, em situações tais 
como estas, o usuário pode sofrer problemas cardíacos agudos. 
Entretanto, sabe-se que a aspiração repetida, crônica, dos solventes pode levar 
a destruição de neurônios (as células cerebrais) causando lesões irreversíveis do 
 
23 
cérebro. Além disso pessoas que usam solventes cronicamente apresentam-se 
apáticas, têm dificuldade de concentração e déficit de memória. 
Assim, as drogas de abuso, além de agirem sobre muitas estruturas do sistema 
nervoso central, agem também sobre o sistema mesolímbico e o sistema 
mesocortical, que juntos constituem o sistema de recompensa cerebral, sendo essa 
relação de fundamental importância. 
8.2 Efeitos no resto do corpo 
O principal órgão do corpo humano afetado pela inalação dos solventes, é o 
cérebro. Ele é o que mais sofre as consequências quanto aos efeitos da inalação dos 
solventes, seja esporadicamente ou cronicamente. 
Entretanto, apesar do cérebro ser o mais afetado, os efeitos dessa inalação 
também atingem outros órgãos. 
Eles tornam o coração humano mais sensível a uma substância que o nosso 
corpo fabrica, a adrenalina, que faz o número de batimentos cardíacos aumentar. Esta 
adrenalina é liberada toda vez que o corpo humano tem que exercer um esforço extra, 
por exemplo, correr, praticar certos esportes, etc. Assim, se uma pessoa inala um 
solvente e logo depois faz esforço físico, o seu coração pode sofrer, pois ele está 
muito sensível à adrenalina liberada por causa do esforço. A literatura médica já 
conhece vários casos de morte, por síncope cardíaca, principalmente de 
adolescentes, devido a estes fatos. 
8.3 Efeitos tóxicos 
A inalação crônica dos solventes, ou seja, com maior frequência e quantidade, 
leva seus efeitos a atingirem outros órgãos do corpo, além do cérebro. Existe um 
fenômeno produzido pelos solventes que pode ser muito perigoso. Os solventes, 
quando inalados cronicamente, podem levar a efeitos tóxicos que atingem outros 
órgãos, causando lesões: 
 Lesões da medula óssea, 
 Dos rins 
 Do fígado e dos nervos periféricos que controlam os músculos. 
 
24 
 Por exemplo, verificou-se em outros países que em fábricas de sapatos ou 
oficinas de pintura os operários, com o tempo, acabavam por apresentar doenças 
renais e hepáticas. Tanto que naqueles países há uma rigorosa legislação sobre as 
condições de ventilação dessas fábricas; o Brasil também tem leis a respeito. 
Em alguns casos, principalmente quando existe no solvente uma impureza, o 
benzeno, mesmo em pequenas quantidades, pode haver diminuição de produção de 
glóbulos brancos e vermelhos pelo organismo. 
Um dos solventes bastante usados nas nossas colas é o n-hexano. 
Essa substância é muito tóxica para os nervos periféricos, produzindo 
degeneração progressiva, a ponto de causar transtornos no marchar (as pessoas 
acabam andando com dificuldade, o chamado “andar de pato”), podendo até chegar 
à paralisia. Há casos de usuários crônicos que, após alguns anos, só podiam se 
locomover em cadeira de rodas. 
8.4 Aspectos gerais 
A dependência naqueles que abusam cronicamente de solventes é comum, 
sendo os componentes psíquicos da dependência os mais evidentes, tais como: 
desejo de usar, perda de outros interesses que não seja o de usar solvente. 
A síndrome de abstinência, embora de pouca intensidade, está presentena 
interrupção abrupta do uso dessas drogas, aparecendo ansiedade, agitação, 
tremores, câimbras nas pernas e insônia. 
Em relação à tolerância mostra que ela pode ocorrer, embora não tão dramática 
quanto outras drogas (como as anfetaminas, por exemplo, os dependentes passam a 
tomar doses de 50-70 vezes maiores que as iniciais). Dependendo da pessoa e do 
solvente, a tolerância se instala ao fim de 1 a 2 meses. 
Os solventes são as drogas mais usadas entre os meninos (as) de rua e entre 
os estudantes da rede pública de ensino, quando se exclui da análise o álcool e o 
tabaco. 
Outras substâncias podem desencadear um efeito inverso ao da tolerância: ao 
invés de uma redução do efeito, ocorre um aumento do efeito após repetidas 
administrações. Esse processo é chamado de sensibilização e ocorre com drogas 
estimulantes, como anfetamina e cocaína, ou com doses baixas de álcool. Sabe-se 
que a tolerância e a sensibilização estão relacionadas, pelo menos em parte, com a 
 
25 
forma de uso da droga (intervalo entre as doses e via de uso). A sensibilização pode 
ser mensurada de forma comportamental pelo aumento progressivo dos efeitos 
motores (e locomotores) causados pela administração repetida das drogas de abuso. 
9 TRANQUILIZANTES OU ANSIOLÍTICOS – BENZODIAZEPÍNICOS 
 
Fonte: www.dentcare.odo.br 
Existem medicamentos que têm a propriedade de atuar quase que 
exclusivamente sobre a ansiedade e tensão. Estas drogas foram chamadas de 
tranquilizantes, por tranquilizar a pessoa estressada, tensa e ansiosa. Atualmente, 
prefere-se designar estes tipos de medicamentos pelo nome de ansiolíticos, ou seja, 
que destroem a ansiedade. De fato, este é o principal efeito terapêutico destes 
medicamentos: diminuir ou abolir a ansiedade das pessoas, sem afetar em demasia 
as funções psíquicas e motoras. 
Antigamente o principal agente ansiolítico era uma droga chamada 
meprobamato que praticamente desapareceu das farmácias com a descoberta de um 
importante grupo de substâncias: os benzodiazepínicos. 
Ao longo do tempo, o homem vem utilizando substâncias químicas que 
podem gerar alterações em seu organismo. Mudanças no nível de 
consciência são alterações possíveis e podem produzir reações físicas e 
mentais que muitas das vezes geram sensações temporariamente 
prazerosas (FORSAN, 2010, apud HERNANDEZ, 2016, p. 8). 
 
26 
Neste contexto, os medicamentos psicotrópicos ganham um lugar 
preponderante e em especial os BZDs, estão entre os mais prescritos no mundo, 
inclusive no Brasil. 
Para se ter ideia atualmente há mais de 100 remédios no nosso país à base 
destes benzodiazepínicos. Estes têm nomes químicos que terminam geralmente pelo 
sufixo pam. Sendo assim, é relativamente fácil a pessoa, quando toma um remédio 
para acalmar-se, saber o que realmente está tomando tendo na fórmula uma palavra 
terminando em pam, é um benzodiazepínico. 
Exemplos: diazepam, bromazepam, clobazam, clorazepam, estazolam, 
flurazepam, flunitrazepam, lorazepam, nitrazepam, etc. 
A única exceção é a substância chamada clordizepóxido que também é um 
benzodiazepínico. Por outro lado, estas substâncias são comercializadas pelos 
laboratórios farmacêuticos com diferentes nomes “fantasia”, existindo assim dezenas 
de remédios com nomes diferentes. 
9.1 Efeitos no cérebro 
Todos os benzodiazepínicos são capazes de estimular os mecanismos no 
nosso cérebro que normalmente combatem estados de tensão e ansiedade. Assim, 
quando, devido às tensões do dia-a-dia ou por causas mais sérias, determinadas 
áreas do nosso cérebro funcionam exageradamente resultando num estado de 
ansiedade, os benzodiazepínicos exercem um efeito contrário, isto é, inibem os 
mecanismos que estavam hiperfuncionantes e a pessoa fica mais tranquila como que 
desligada do meio ambiente e dos estímulos externos. 
Os psicotrópicos segundo a OMS (2014) são drogas que agem no Sistema 
Nervoso Central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição 
e, geralmente, levam a dependência. Existem três grupos: os depressores da 
Atividade do Sistema Nervoso Central, os estimulantes e os perturbadores. 
Os benzodiazepínicos (BZDs) pertencem ao primeiro grupo e por ter a 
propriedade de agir quase exclusivamente sobre a ansiedade e a tensão, são 
denominados ansiolíticos. Os efeitos dos BZDs se caracterizam por 
diminuição da ansiedade, indução do sono, relaxamento muscular e redução 
do estado de alerta (MINISTERIO DE SAÚDE, 2006, apud HERNANDEZ, 
2016, p.1). 
Além desses efeitos principais, os BZDs podem produzir efeitos adversos de 
longa duração, como a dificuldade dos processos de aprendizagem e memória, 
 
27 
chegando a produzir atrofia cerebral e Alzheimer, O uso dos BZDs podem dar também 
osteoporose e, como consequência, acidentes por quedas com fraturas espontâneas. 
É importante notar que estes efeitos dos ansiolíticos benzodiazepínicos são 
grandemente alimentados pelo álcool, e a mistura álcool + estas drogas pode levar 
uma pessoa ao estado de coma. Além desses efeitos principais os ansiolíticos 
dificultam os processos de aprendizagem e memória, o que é, evidentemente, 
bastante prejudicial para as pessoas que habitualmente utilizam-se destas drogas. 
Finalmente, é importante ainda lembrar que estas drogas também prejudicam 
em parte nossas funções psicomotoras, prejudicando atividades como dirigir 
automóveis, aumentando a probabilidade de acidentes. 
9.2 Efeitos no resto do corpo 
Os benzodiazepínicos são drogas muito específicas em seu modo de agir: têm 
predileção quase que exclusiva pelo cérebro. Desta maneira, nas doses terapêuticas 
não produzem efeitos dignos de nota sobre os nossos vários outros órgãos. 
Mesmo que os BZDs sejam considerados fármacos relativamente seguros, 
podem gerar efeitos colaterais nos usuários que os consumem, fundamentalmente ao 
início do tratamento entre eles estão: a sonolência excessiva, a piora da coordenação 
motora, a perda da memória, a tontura, os zumbidos e as quedas e fraturas. 
9.3 Efeitos tóxicos 
Do ponto de vista orgânico ou físico os benzodiazepínicos são drogas bastante 
seguras, pois são necessárias grandes doses (20 a 40 vezes mais altas que as 
habituais) para trazer efeitos mais graves: a pessoa fica com hipotonia muscular 
(mole), dificuldade grande para ficar de pé e andar, a pressão do sangue cai bastante 
e pode desmaiar. Mas mesmo assim a pessoa dificilmente chega a entrar em coma e 
a morrer. Entretanto, a situação muda muito de figura se a pessoa, além de ter tomado 
o benzodiazepínico, também ingeriu bebida alcoólica. Nestes casos a intoxicação 
torna-se séria, pois há grande diminuição da atividade do cérebro podendo levar ao 
estado de coma. 
 
28 
Outro aspecto importante quanto aos efeitos tóxicos refere-se ao uso por 
mulheres grávidas. Suspeita-se que estas drogas tenham um poder teratogênico 
razoável, isto é, que possam produzir lesões ou defeitos físicos na criança por nascer. 
Assim, antes de iniciar a prescrição destes remédios para aliviar os sintomas 
de ansiedade e insônia, recomenda-se procurar outras alternativas terapêuticas, as 
quais estão disponíveis em algumas Estratégia Saúde da Família (ESF) do Brasil. 
9.4 Aspectos gerais 
Estima-se que seu consumo dobra a cada cinco anos e seu uso excessivo está 
relacionado com o período turbulento que caracteriza as últimas décadas da 
humanidade. A diminuição progressiva da resistência das pessoas para tolerar o 
estresse, a introdução profusa de novas drogas, a pressão crescente de propagandas 
por parte da indústria farmacêutica e os hábitos de prescrição inadequada por parte 
dos médicos podem ter contribuído ao aumento da procura deles. 
Os benzodiazepínicos quando usados por alguns meses seguidos podem levar 
as pessoas a um estado de dependência. Como consequência, sem a droga o 
dependente passa a sentir muita irritabilidade, insônia excessiva, sudoração, dor pelo 
corpo todo podendo, nos casos extremos, apresentarconvulsões. Se a dose tomada 
já é grande desde o início a dependência ocorre mais rapidamente ainda. Há também 
desenvolvimento de tolerância, embora esta não seja muito acentuada, isto é, a 
pessoa acostumada à droga não precisa aumentar a dose para obter o efeito inicial. 
9.5 Situação no Brasil 
Conforme já foi dito existem muitas dezenas de remédios no Brasil à base dos 
ansiolíticos benzodiazepínicos. Até recentemente era comum os médicos chamados 
de obesologistas (que tratam a obesidade) colocarem nas receitas estes 
benzodiazepínicos para tirar o nervoso produzido pelas drogas que tiram o apetite. 
Atualmente, a legislação não permite essa mistura. 
Além disso, há um verdadeiro abuso por parte dos laboratórios nas indicações 
destes medicamentos para todos os tipos de ansiedades, mesmo aquelas que são 
normais, isto é, causadas pelas tensões da vida cotidiana. 
 
29 
Não é, portanto, surpreendente que, em um levantamento sobre o uso não 
médico de drogas psicotrópicas por estudantes em dez capitais brasileiras, em 1997, 
os ansiolíticos estivessem em terceiro lugar na preferência geral, sendo esse uso 
muito mais intenso nas meninas do que nos meninos. 
O medicamento, incluído também no contexto médico-industrial, influi na 
percepção da saúde e da doença e passa a ser visto como uma solução adequada, 
“mágica “para os problemas no dia a dia. Nessa perspectiva, é assumido o conceito 
de bem de consumo, em detrimento ao de bem social e o medicamento não se 
apresenta apenas como uma substancia química isolada, mas bem acompanhada por 
uma grande publicidade, informação, brindes, estudos entre outras coisas que 
interferem na forma de pensar. 
Os benzodiazepínicos são controlados pelo Ministério da Saúde, isto é, a 
farmácia só pode vendê-los mediante receita especial do médico, que fica retida para 
posterior controle, o que nem sempre acontece. 
10 CALMANTES E SEDATIVOS 
 
Fonte: www.farmaceuticas.com.br 
Sedativo é nome que se dá aos medicamentos capazes de diminuir a atividade 
de nosso cérebro, principalmente quando ele está num estado de excitação acima do 
normal. O termo sedativo é sinônimo de calmante ou sedante. 
 
30 
Quando um sedativo é capaz de diminuir a dor ele recebe o nome de 
analgésico. Já quando o sedativo é capaz de afastar a insônia, produzindo o sono, ele 
é chamado de hipnótico ou sonífero. E quando um calmante tem o poder de atuar 
mais sobre estados exagerados de ansiedade, ele é denominado de ansiolítico. 
Finalmente, existem algumas destas drogas que são capazes de acalmar o cérebro 
hiperexcitados dos epilépticos. São as drogas antiepilépticas, capazes de prevenir as 
convulsões destes doentes. 
Neste tópico será abordado um grupo de drogas - tipo sedativos-hipnóticos - 
que são chamados de barbitúricos. Alguns deles também são úteis como 
antiepilépticos. 
Os barbitúricos pertencem à família de fármacos derivados do ácido barbitúrico 
(combinação de ureia e ácido malônico) responsáveis pela depressão do sistema 
nervoso central (SNC). 
Estas drogas foram descobertas no começo do século XX e diz a história que 
o químico europeu que fez a síntese de uma delas pela primeira vez - grande 
descoberta - foi fazer a comemoração em um bar. E lá, encantou-se com a garçonete, 
linda moça que se chamava Bárbara. Num acesso de entusiasmo, o nosso cientista 
resolveu dar ao composto recém-descoberto o nome de barbitúrico. 
Os barbitúricos se dissolvem facilmente na gordura do organismo, assim, estão 
preparados para ultrapassar a barreira hematoencefálica e alcançar o cérebro. 
O consumo prolongado de barbitúricos causa tolerância e grande dependência 
física, assim sendo, a retirada destes medicamentos deve ser feita de maneira 
gradual. A diferença entre a dose terapêutica e a tóxica é muito pequena, e a 
intoxicação por estas substâncias constitui um problema clínico grave, visto que em 
alguns casos a pessoa pode morrer. 
10.1 Efeitos no cérebro 
Os barbitúricos são capazes de deprimir várias áreas do nosso cérebro; como 
consequência as pessoas podem ficar mais sonolentas, sentindo-se menos tensas, 
com uma sensação de calma e de relaxamento. As capacidades de raciocínio e de 
concentração ficam também afetadas. 
Com doses um pouco maiores do que as recomendadas pelos médicos, a 
pessoa começa a sentir-se como que embriagada (sensação mais ou menos 
 
31 
semelhante à de tomar bebidas alcoólicas em excesso): a fala fica “pastosa”, a pessoa 
pode sentir-se com dificuldade de andar direito. 
Os efeitos acima descritos deixam claro que quem usa estes barbitúricos tem 
a atenção e suas faculdades psicomotoras prejudicadas; assim sendo, fica perigoso 
operar máquina, dirigir automóvel, etc. 
10.2 Efeitos no resto do corpo 
Os barbitúricos são quase que exclusivamente de ação central (cerebral), isto 
é, não agem nos nossos demais órgãos. Assim, a respiração, o coração e a pressão 
do sangue são afetados quando o barbitúrico, em dose excessiva, age nas áreas do 
cérebro que comandam as funções dos órgãos acima citados. 
Entre as estrelas que sofreram do vício nesta substância, está Elvis Presley, 
que morreu aos 42 anos. A causa oficial da morte foi arritmia cardíaca, mas o exame 
toxicológico comprovou a existência de 14 outras substâncias prescritas em seu 
corpo, incluindo morfina, barbitúricos, codeína e diazepam. 
A dosagem indicada, geralmente, se limita a 100 e 200 miligramas ao dia. 
Dosagens que ultrapassam tais valores, utilizadas por período contínuo, propiciam a 
tolerância, causando também dependência física e psicológica, e problemas como 
anemia, depressão, falta de coordenação motora, irritabilidade e confusão mental; 
sendo que, aliados ao álcool e a anfetaminas, o risco de morte é muito alto. 
10.3 Efeitos tóxicos 
Os barbitúricos são drogas perigosas porque a dose que começa a intoxicar as 
pessoas está próxima da que produz os efeitos terapêuticos desejáveis. Com estas 
doses tóxicas começam a surgir sinais de falta de coordenação motora, um estado de 
inconsciência começa a tornar conta da pessoa, ela passa a ter dificuldade para se 
movimentar, o sono fica muito pesado e por fim aparece um estado de coma. A pessoa 
não responde a nada, a pressão do sangue fica muito baixa e a respiração é tão lenta 
que pode parar. A morte ocorre exatamente por parada respiratória. 
É muito importante saber que estes efeitos tóxicos ficam muito mais intensos 
se a pessoa ingere álcool ou outras drogas sedativas. Às vezes intoxicação séria pode 
ocorrer por este motivo. 
 
32 
Outro aspecto importante quanto aos efeitos tóxicos refere-se ao uso por 
mulheres grávidas. Estas drogas têm potencial teratogênico, além de provocarem 
sinais de abstinência (tais como dificuldades respiratórias, irritabilidade, distúrbios de 
sono e dificuldade de alimentação) em recém-nascidos de mães que fizeram uso 
durante a gravidez. 
10.4 Aspectos gerais 
Existem muitas evidências de que os barbitúricos levam as pessoas a um 
estado de dependência; com o tempo a dose tem também que ser aumentada, ou 
seja, há o desenvolvimento de tolerância. Estes fenômenos se desenvolvem com 
maior rapidez quando doses iniciais grandes são usadas desde o início. Quando a 
pessoa está dependente dos barbitúricos e deixa de tomá-los, passa a ter a síndrome 
de abstinência. Esta vai desde insônia rebelde, irritação, agressividade, delírios, 
ansiedade, angústia, até convulsões generalizadas. A síndrome de abstinência requer 
obrigatoriamente tratamento médico e hospitalização, pois há perigo de a pessoa vir 
a falecer. 
O consumo contínuo facilita a instauração de tolerância e dependência. Existe 
uma tolerância cruzada com outros depressores do Sistema Nervoso Central, 
incluindo o álcool e as benzodiazepinas, que obedece, em grande medida, à indução 
das enzimas hepáticas que os metabolizam. No entanto, a tolerância é menos intensa 
em relação a estas substâncias do que aque ocorre com os opiáceos, pelo que os 
problemas por overdose são mais frequentes com barbitúricos do que com morfina ou 
heroína. 
10.5 Situação no Brasil 
Os barbitúricos eram usados de maneira até irresponsável no Brasil. Vários 
remédios para dor de cabeça, além de aspirina, continham também um barbitúrico 
qualquer. Assim, os antigos Cibalena, Veramon, Optalidom, Florinal etc., tinham o 
butabarbital ou secobarbital (dois tipos de barbitúricos) em suas fórmulas. O uso 
abusivo que se registrou no Brasil - muita gente usando grandes quantidades, 
repetidamente - de medicamentos como o Optalidon e o Fiorinal, levaram os 
 
33 
laboratórios farmacêuticos a modificarem as fórmulas destes medicamentos, retirando 
os barbitúricos das mesmas. 
Hoje em dia existem apenas alguns produtos, usados como sedativos-
hipnóticos, que ainda apresentam o barbitúrico butabarbital. Por outro lado, o 
fenobarbital é bastante usado no Brasil (e no mundo) pois é um ótimo remédio para 
os epilépticos. Finalmente, um outro barbitúrico, o tiopental é usado por via 
endovenosa, exclusivamente por anestesistas, para provocar a anestesia em 
cirurgias. 
A lei brasileira exige que todos os medicamentos que contenham barbitúricos 
em suas fórmulas só sejam vendidos nas farmácias com a receita do médico, para 
posterior controle pelas autoridades sanitárias. 
11 ÓPIO E MORFINA – PAPOULA DO ORIENTE, OPIÁCEOS, OPIÓIDES 
 
Fonte: www.redaccionmedica.com 
Muitas substâncias com grande atividade farmacológica podem ser extraídas 
de uma planta chamada Papaver somniferum, conhecida popularmente com o nome 
de papoula do oriente. Ao se fazer cortes na cápsula da papoula, quando ainda verde, 
obtém-se um suco leitoso, o ópio (a palavra ópio em grego quer dizer suco). 
Quando seco este suco passa a se chamar pó de ópio. Nele existem várias 
substâncias com grande atividade. A mais conhecida é a morfina, palavra que vem do 
deus da mitologia grega Morfeu, o deus dos sonhos. 
 
34 
Pelo próprio segundo nome da planta somniferum, de sono, e do nome morfina, 
de sonho, já dá para fazer uma ideia da ação do ópio e da morfina no homem: são 
depressores do sistema nervoso central, isto é, fazem nosso cérebro funcionar mais 
devagar. Mas o ópio ainda contém mais substâncias sendo que a codeína é também 
bastante conhecida. Ainda, é possível obter-se outra substância, a heroína, ao se 
fazer pequena modificação química na fórmula da morfina. A heroína é então uma 
substância semissintética (ou seminatural). 
Atualmente, o ópio é ilegal e considerado uma das substâncias mais viciantes 
que existem, no entanto possui propriedades anestésicas, e por milhares de anos foi 
utilizado como sedativo e tranquilizante, e também ministrado como remédio para 
diarreia, gota, diabetes, disenteria, tétano, insanidade e ninfomania. 
Estas substâncias todas são chamadas de drogas opiáceas ou simplesmente 
opiáceos, ou seja, oriundas do ópio; podem ser: 
Opiáceos naturais quando não sofrem nenhuma modificação (morfina, 
codeína) ou, Opiáceos semissintéticos quando são resultantes de modificações 
parciais das substâncias naturais (como é o caso da heroína). 
Mas o ser humano foi capaz de imitar a natureza fabricando em laboratórios 
várias substâncias com ação semelhante à dos opiáceos: a meridiana, o propoxifeno, 
a metadona são alguns exemplos. Estas substâncias totalmente sintéticas são 
chamadas de opióides (isto é, semelhantes aos opiáceos). Estas substâncias todas 
são colocadas em comprimidos ou ampolas, tornando-se então medicamentos. 
11.1 Efeitos no cérebro 
Todas as drogas tipo opiáceos ou opióides têm basicamente os mesmos efeitos 
no SNC: diminuem a sua atividade. As diferenças ocorrem mais num sentido 
quantitativo, isto é, são mais ou menos eficientes em produzir os mesmos efeitos; tudo 
fica então sendo principalmente uma questão de dose. Assim temos que todas essas 
drogas produzem uma analgesia e uma hipnose (aumentam o sono): daí receberem 
também o nome de narcóticos que significa exatamente as drogas capazes de 
produzir estes dois efeitos: sono e diminuição da dor. Recebem também por isto o 
nome de drogas hipnoanalgésicas. Agora, para algumas drogas a dose necessária 
para este efeito é pequena, ou seja, elas são bastante potentes como, por exemplo, a 
 
35 
morfina e a heroína; outras, por sua vez, necessitam doses 5 a 10 vezes maiores para 
produzir os mesmos efeitos como a codeína e a meperidina. 
Algumas drogas podem ter também uma ação mais específica, por exemplo, 
de deprimir os acessos de tosse. É por esta razão que a codeína é tão usada como 
antitussígeno, ou seja, é muito boa para diminuir a tosse. Outras têm a característica 
de levarem a uma dependência mais facilmente que as outras; daí serem muito 
perigosas como é o caso da heroína. 
Além de deprimir os centros da dor, da tosse e da vigília (o que causa sono) 
todas estas drogas em doses um pouco maior que as terapêuticas acabam também 
por deprimir outras regiões do nosso cérebro como, por exemplo, os que controlam a 
respiração, os batimentos do coração e a pressão do sangue. 
Via de regra as pessoas que usam estas substâncias sem indicação médica, 
ou seja, abusam das mesmas, procuram efeitos característicos de uma depressão 
geral do nosso cérebro: um estado de torpor, como que isolamento das realidades do 
mundo, uma calmaria onde realidade e fantasia se misturam, sonhar acordado, um 
estado sem sofrimento, o afeto meio embotado e sem paixões. Enfim, um fugir das 
sensações que são a essência mesma do viver: sofrimento e prazer que se alternam 
e se constituem em nossa vida psíquica plena. 
11.2 Efeitos no resto do corpo 
De um modo geral todos os opiáceos e opióides são depressores do SNC 
(Sistema Nervoso Central), ou seja, diminuem o seu funcionamento, produzindo uma 
hipnose e uma analgesia, mas, estão diretamente relacionados às doses 
administradas, pois quando utilizadas em doses maiores que a terapêutica poderá 
deprimir algumas outras regiões cerebrais, como por exemplo, a frequência cardíaca, 
a respiração, pressão sanguínea, etc. 
As pessoas sob ação dos narcóticos apresentam uma contração acentuada da 
pupila dos olhos (menina dos olhos): ela às vezes chega a ficar do tamanho da cabeça 
de um alfinete. Há também uma paralisia do estômago e a pessoa sente-se 
empachada, com o estômago cheio como se não fosse capaz de fazer a digestão. Os 
intestinos também ficam paralisados e como consequência a pessoa que abusa 
destas substâncias geralmente apresenta forte prisão de ventre. É baseado neste 
 
36 
efeito que os opiáceos são utilizados para combater as diarreias, ou seja, são usados 
terapeuticamente como antidiarreicos. 
Algumas dessas drogas tem efeito farmacológico, quando administradas 
corretamente, e sob prescrição médica, como é o caso da codeína, muito eficiente 
como antitussígeno (contra a tosse). No caso de uso de substâncias ilícitas ou sem 
indicação médica flagra-se o que se chama de abuso, onde o indivíduo estará sujeito 
a ações indiscriminadas e imprevisíveis da droga. 
11.3 Efeitos tóxicos 
Os narcóticos sendo usados através de injeções dentro das veias, ou em doses 
maiores por via oral, podem causar grande depressão respiratória e cardíaca. A 
pessoa perde a consciência, fica de cor meio azulada porque a respiração muito fraca 
quase não mais oxigena o sangue e a pressão arterial cai a ponto de o sangue não 
mais circular direito: é o estado de coma que se não for atendido pode levar à morte. 
Literalmente centenas ou mesmo milhares de pessoas morrem todo ano na Europa e 
Estados Unidos intoxicadas por heroína ou morfina. Além disso, como muitas vezes 
este uso é feito por injeção, com frequência os dependentes acabam também por 
pegar infecções como hepatites e mesmo aids. 
Aqui no Brasil, uma destas drogas tem sido utilizada com alguma frequência 
por injeção venosa: é propoxifeno (principalmente o Algafan).Acontece que esta 
substância é muito irritante para as veias, que se inflamam e chegam a ficar 
obstruídas. Existem vários casos de pessoas com sérios problemas de circulação nos 
braços por causa disto. Há mesmo descrição de amputação deste membro devido ao 
uso crônico de Algafan. 
Outro problema com estas drogas é a facilidade com que elas levam à 
dependência, ficando as mesmas como o centro da vida das vítimas. E quando estes 
dependentes, por qualquer motivo, param de tomar a droga, ocorre um violento e 
doloroso processo de abstinência, com náuseas e vômitos, diarreia, câimbras 
musculares, cólicas intestinais, lacrimejamento, corrimento nasal, etc., que pode durar 
até 8-12 dias. 
Além do mais o organismo humano se torna tolerante a todas estas drogas 
narcóticas. Ou seja, como o dependente destas não mais consegue se equilibrar sem 
 
37 
sentir os seus efeitos ele precisa tomar cada vez doses maiores, se enredando cada 
vez mais em dificuldades, pois para adquiri-la é preciso cada vez mais dinheiro. 
Para se ter uma ideia de como os médicos temem os efeitos tóxicos destas 
drogas basta dizer que eles relutam muito em receitar a morfina (e outros narcóticos) 
para cancerosos, que geralmente têm dores extremamente fortes. E assim milhares 
de doentes de câncer padecem de um sofrimento muito cruel, pois a única substância 
capaz de aliviar a dor, a morfina ou outro narcótico, tem também estes efeitos 
indesejáveis. Nos dias de hoje a própria Organização Mundial da Saúde tem 
aconselhado os médicos de todo o mundo que nestes casos, o uso contínuo de 
morfina é plenamente justificado. 
Felizmente, são pouquíssimos os casos de dependência com estas drogas no 
Brasil, principalmente quando comparado com os problemas de outros países. 
Entretanto, nada garante que esta situação não poderá modificar-se no futuro. 
12 XAROPES E GOTAS PARA TOSSE 
 
Fonte: www.medclick.com.br 
Os remédios são vitais para todo ser humano, pois são eles que ajudam na 
cura de uma doença ou, em grande parte dos casos, cura sozinho diferentes 
enfermidades. O xarope é um dos tipos de remédios mais usados principalmente 
pelas as crianças, por que a maioria deles tem um gosto doce isso se deve a grande 
quantidade de açúcar que contém esses medicamentos. A tosse é um mecanismo de 
 
38 
proteção das vias aéreas e também o sintoma respiratório mais comum em crianças 
e adultos. Pode decorrer de inúmeras causas infecciosas e não infecciosas, ser 
caracterizada como seca ou produtiva, e classificada, de acordo com a duração, em 
aguda (menos de 3 semanas), subaguda (3-8 semanas) ou crônica (mais de 8 
semanas). 
Os medicamentos são apresentados ao público com uma determinada forma. 
Para se chegar a esse formato, a essa forma final, designada habitualmente, por forma 
farmacêutica há um longo processo de investigação e um rigoroso processo de 
produção. Essa forma final é designada por forma farmacêutica. 
Toda a substância ou associação de substâncias apresentada como possuindo 
propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus 
sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a 
estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, 
imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas. 
Muitos fatores afetam a estabilidade de um produto farmacêutico, incluindo a 
estabilidade dos ingredientes ativos, a interação potencial entre ingredientes ativos e 
inativos, o processo de fabricação, a forma farmacêutica, o recipiente de sistema 
fechado, as condições do ambiente encontradas durante transporte, armazenamento, 
manipulação, e o período de tempo entre fabricação e uso 
A palavra xarope vem do árabe de charab que significa bebida. Pode ser 
proveniente do francês sirop ou do italiano sciroppo que por sua vez têm origem no 
latim sirupus ou syrupus. 
Os xaropes são formas farmacêuticas muito antigas e tradicionalmente 
estavam ligados a esta forma farmacêutica outras formas farmacêuticas como os 
melitos, os oximelitos e os loochs ou lambedores. 
Os xaropes são formulações farmacêuticas que contêm grande quantidade de 
açúcares, fazendo com que o líquido fique viscoso, meio grosso. Neste veículo ou 
líquido coloca-se então a substância medicamentosa que vai trazer o efeito benéfico 
desejado pelo médico que a receitou. Assim, existem xaropes para tosse onde o 
medicamento ativo é geralmente a codeína ou o zipeprol. 
Mas também existem outras maneiras de preparar tais remédios. Ao invés de 
colocá-los num xarope, faz-se uma solução aquosa, às vezes com um pouco de 
álcool, tendo-se assim as chamadas gotas para tosse. A substância ativa contida nas 
gotas é também geralmente a codeína ou o zipeprol. Estas duas substâncias, codeína 
 
39 
e zipeprol, estão entre os remédios mais ativos para combater a tosse: são por isto 
chamadas de antitussígenas ou béquicas. 
O xarope de codeína é usado para tratar a tosse tendo quase sempre resultado 
positivo nas pessoas que usam esse medicamento, esse xarope só pode ser usado 
com receita médica, pois da mesma forma que ele é eficaz ele também é muito forte. 
Muitas pessoas tomam xarope que tem em sua formulação a codeína sem indicação 
médica, isso é muito perigoso, por que mesmo que a tosse seja curada, ele pode 
alterar alguma parte do corpo. 
Lembremos que a codeína conforme já explicado é uma substância que vem 
do ópio; trata-se, desta maneira, de um opiáceos natural. 
O zipeprol é uma substância sintética, isto é, fabricado em laboratório. Devido 
a sua grande toxicidade, o zipeprol foi recentemente banido no Brasil; isto é, está 
proibido fabricar ou vender remédios à base desta substância no território nacional. 
13 EFEITOS NO CÉREBRO 
O cérebro humano possui uma certa área - a chamada Centro da Tosse - que 
comanda os nossos acessos de tosse. Isto é, toda vez que ele é estimulado há a 
emissão de uma “ordem” para que a pessoa venha tossir. 
A codeína e o zipeprol são drogas capazes de inibir e bloquear o centro da 
tosse, no cérebro. Assim, mesmo que haja um estímulo para retirá-lo, o centro não 
reage, estando bloqueado pela droga. Também agem em mais regiões do cérebro, 
inibindo outros centros que comandam as funções de nossos órgãos. Com a codeína, 
a pessoa sente menos dor (é analgésico), e pode ficar sonolenta. A pressão do 
sangue, o número de batimentos do coração e a respiração podem ficar diminuídos. 
O zipeprol pode atuar no cérebro, fazendo a pessoa sentir-se aérea, flutuando, 
sonolenta, vendo ou sentindo coisas diferentes. Com frequência, leva também a 
acessos de convulsão. A codeína, quando tomada em doses maiores do que a 
terapêutica produz uma acentuada depressão das funções cerebrais. Como 
consequência, a pessoa fica apática, a pressão do sangue cai muito, o coração 
funciona com grande lentidão e a respiração torna-se muito fraca. A pele fica fria, pois 
a temperatura do corpo diminui, e meio azulada, por respiração insuficiente. A pessoa 
pode ficar em estado de coma, inconsciente, e se não for tratada, pode morrer. 
 
40 
A codeína leva rapidamente o organismo a um estado de tolerância. Assim, não 
é incomum saber-se de casos de pessoas que tomam vários vidros de xaropes ou de 
gotas para continuar sentindo os mesmos efeitos. E, se deixam de tomar a droga, já 
estando dependentes, aparecem os sintomas da chamada síndrome de abstinência. 
Calafrios, cãibras, cólicas, nariz escorrendo, lacrimejamento, inquietação, 
irritabilidade e insônia são os sintomas mais comuns da abstinência. 
13.1 Efeitos no resto do corpo 
Podem-se destacar ainda como efeitos colaterais: hepatite, intestino preso e 
intoxicação. Esta última é rara, mas pode acontecer. Já os xaropes naturais podem 
causar desde ingestão inadequada de calorias em pessoas acima do peso até 
hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue), em diabéticos. Além disso, certos

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