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RELATÓRIO-SUSPENSÃO-PRONTO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
Relatório da Produção e Análise da Suspensão de Nimesulida
Bruna Buoro Giollo
Gabriele Lindino
Isabela Delphino Gianelli
Jéssica Rodrigues Pedro
Tatiane Chen
Thulio Lemos
Alfenas
2017
1. SUSPENSÃO
As suspensões são sistemas heterogêneos constituídos de duas fases: uma externa que pode ser líquida ou semi-sólida e uma interna contendo partículas solidas insolúveis no meio externo.
Normalmente, há uma proporção de 0,5 a 40% de partículas insolúveis. Seu uso pode set tanto oral como tópico ou parenteral. 
Mas por que usar esse tipo de forma farmacêutica? Isso esta ligado a alguns fatores, como a insolubilidade do fármaco em veículos comuns, seu sabor desagradável quando em solução ou pó, prolongar ação medicamentosa por retardamento da absorção (via injetável) e até aumento da estabilidade.
Esse tipo de forma farmacêutica apresenta alguns aspectos, principalmente físicos, como a redispersão do produto, apesar da ocorrência da sedimentação, adquirindo novamente a homogeneidade. Não deve ocorrer o crescimento de cristais durante o período de armazenamento (caso aconteça à solução seja superior ao seu coeficiente de solubilidade) e não deve ter alteração na forma com a agitação. 
A formação de sedimentos, inata dessa forma farmacêutica deve ter uma menor velocidade que esta relacionada com um menor tamanho de partícula ou diferença de densidade dentre a fase dispersa (fármaco) e a dispersante (veículo) ou, ainda, quanto maior a viscosidade da fase dispersante. Esses fatores levam a uma lenta deposição das partículas e, portanto, uma suspensão mais estável. 
	Sua preparação pode ser feita de diversas maneiras: 
a) Fármaco + Agente Molhante		Veiculo + agente suspensor
b) Fármaco 	 Veículo + Agente Molhante + Agente Suspensor (quando concentração de ag. Molhante for baixa e não molhar o fármaco)
c) Fármaco + Agente Suspensor		Veiculo + Agente Molhante (quando for difícil incorporar o agente suspensor no veiculo, evita a formação de grumos).
d) Fármaco + Agente Molhante + Agente Suspensor	Veiculo (INDÚSTRIA – todos sólidos juntos, visando uma maior praticidade).
2. COMPONENTES
2.1. Composição da formulação e suas funções: 
Tabela 1: Descrição dos componentes presentes na formulação e a sua função dentro da produção da Suspensão de Nimesulida.
	COMPONENTES
	FUNÇÃO
	Nimesulida
	Princípio Ativo
	Tween
	Agente Molhante
	Propilenoglicol
	Agente Molhante 
	Goma Xantana
	Agente Suspensor
	Sacarina Sódica
	Corretivo (sabor)
	Nipagim
	Conservante
	Nipazol
	Conservante
	Silicato de Al e Mg
	Auxiliar Suspensor
	Ácido Cítrico
	Acidificante
	Corante Vermelho 1%
	Corretivo (cor)
	Essência Morango
	Corretivo (aroma)
	Água Destilada
	Veículo
2.2. Agentes Molhantes
Agentes molhantes são substâncias que garantem uma molhabilidade adequada e, são adicionados a formulação para reduzir a tensão interfacial entre o sólido/líquido. Eles agem diminuindo o ângulo de contato entre a água e as partículas sólidas. 
Os agentes molhantes mais utilizados em produtos farmacêuticos são: agentes tensoativos, coloides hidrofílicos e solventes.
a) Tenso Ativos: são utilizados em concentrações superiores de aproximadamente até 0,1%. As desvantagens do seu uso incluem a formação excessiva de espuma e a possível formação de sistemas defloculados.
Ex: polissorbatos (tween) e os ésteres de sorbitano (span) para uso oral.
b) Coloides Hidrofílicos: agem como coloides protetores, revestindo as partículas hidrofóbicas sólidas. Isso garante características mais hidrofílicas, favorecendo, portanto, sua molhabilidade. Também podem produzir sistemas defloculados, principalmente se usado em baixas concentrações. 
Ex: goma arábica, goma agradante, goma xantana, bentonita, alginatos e derivados de celulose.
c) Solventes: são substâncias miscíveis em água que agem reduzindo a tensão interfacial líquido/ar. O solvente penetra nos aglomerados, deslocando o ar do poro das partículas individuais, promovendo assim a molhabilidade por parte do meio dispersante.
Ex: álcool, glicerina e glicóis.
2.3. Agentes modificadores da viscosidade:
São substâncias com capacidade de aumentar a viscosidade das formas farmacêutica, por exemplo, suspensões, ao formar redes que detêm a água e mantem as partículas suspensas, impactando em sua estabilidade, aparência, sensorial e funcionalidade. 
a) Os polissacarídeos, como:
- a goma adragante: necessita de um tempo de hidratação para atingir a viscosidade máxima.
- goma arábica: funciona mais como um coloide protetor – auxilia a interfase sólido/líquido.
- amido: pouco usado e se encontra no pó da goma adragante. 
- goma xantana: é a mais usada, possui ação em ampla faixa de ph e pode ser usada até 2%. Além disso, pode ser dispersa em água fria. 
b) As celuloses hidrossolúveis. 
- Metilcelulose: Forma gel sob aquecimento.
- Hidroxietilcelulose: disperso tanto em agua quente como agua fria. 
- Celulose microcristalina: Boa ação, muito usado com outras celuloses, e melhora a estabilidade do produto frente a adição de eletrólitos. 
c) Os silicatos: Como o silicato de alumínio e magnésio, absorvem a fase aquosa dentro de sua forma cristalina dispersando e entumecendo facilmente em água. São estáveis em ampla faixa de pH. Muito usado com goma xantana para aumentar o grau de tixotropia e controlar a floculação. Ao ser usado com a goma xantana, deve estar na concentração de 2:1 até 9:1. 
d) O Aerosil: apesar de pequenas partículas, mas usado para formas farmacêuticas de uso externo e para espessar suspensões não aquosas. 
2.4. Princípio Ativo:
A nimesulida é um potente anti-inflamatório não esteroide, que combate as inflamações, dores e febres.  Uma vez que possui ação analgésica, antitérmica e anti-inflamatória, por ação inibitória na enzima ciclo-oxigenase-2 (COX-2), pode ser usado para combater os processos inflamatórios, a febre e as dores agudas, como por exemplo, as irritações e inflamações de garganta, dores de dente, dores de ouvido, dores de cabeça e até cólicas menstruais fortes.
2.5. Conservantes:
Os conservantes utilizados são da classe dos parabenos, sendo o nipagim (metilparabeno) e o nipazol (propilparabeno) em suas concentrações mínimas de ação. Sua presença na formulação esta relacionada com o prolongamento da estabilidade da forma farmacêutica, bem como manter sua esterilidade contra microrganismos. 
2.6. Sacarina Sódica: 
Esse componente é um dos edulcorantes mais usados e sua escolha esta relacionada com a preferência inata dos seres humanos pelo sabor doce. 
2.7. Corantes: 
Esse tipo de corretivo foi utilizado para melhorar a aparência do produto e facilitar a sua identificação. 
3. FLOCULAÇÃO E DEFLOCULAÇÃO:
É de extrema importância para as suspensões manter a estabilidade, homogeneidade nas doses, analisar as características físicas das soluções, como a sedimentação e redispersibilidade, sendo que todos estão relacionados entre si. 
Para que ocorra a possibilidade de redispersão, a sedimentação deve ser reversível e de preferência frouxa (ou seja, sedimentação empilhada e não rebaixada, a qual é irreversível e compacta).
A maior causa de problemas está relacionada com as forças de atração ou repulsão entre as partículas e com a velocidade de sedimentação das partículas.
3.1. Velocidade – Lei de Stokes: Quanto maior a velocidade de sedimentação, menor será a estabilidade da suspensão;
1. Tamanho de partículas: quanto menor, menor velocidade e maior estabilidade.
1. Viscosidade do líquido: quanto maior, menor velocidade e maior estabilidade (suspensão muito viscosa tem maior dificuldade de redispersão). Ajuste de viscosidade: agentes suspensores (silicatos ou polissacarídeos como gomas ou derivados da celulose).
3.2. Cargas das partículas
Quando as partículas não possuem carga, elas acabam se atraindo e formando aglomerados. Quando elas têm, elas se repelem, ficando dispersas no meio. Essa carga superficial obtida quando as partículas estão em contato com um líquido é denominada POTENCIAL ZETA. 
Portantoteoricamente, quanto maior o potencial zeta, maior a repelência entre as cargas, diminuindo a velocidade de sedimentação e, portanto, tornando a suspensão mais estável.
a) Quando a força de repulsão for maior que a atração, obtemos um sistema chamado de DEFLOCULADO, onde a sedimentação ocorre lentamente devido à gravidade, deixando o meio sempre turvo e formando sedimento compacto (caking). Este tipo de sistema não é desejável, já que a redispersibilidade não é homogênea e as doses não uniformes.
b) Quando a força de atração for maior que a de repulsão, o sistema é denominado FLOCULADO, onde as partículas rapidamente se agregam umas às outras, formando grande flóculos pesados que sedimentam com maior velocidade, deixando a fase dispersante limpa e o sedimento volumoso facilmente redispersável. O problema é a grande velocidade de sedimentação, também resultando em uma redispersibilidade não homogênea e doses não uniformes. 
O ideal é adquirir uma FLOCULAÇÃO CONTROLADA: processo que agrega as partículas em flóculos frouxos de tamanho ideal, controlando então a velocidade de sedimentação e fazendo com que a agitação seja capaz de quebrar estes flocos permitindo uma redistribuição homogênea e doses uniformes.
	Esse processo é obtido com o auxílio de AGENTE FLOCULANTES (eletrólitos: neutralizam as cargas ao redor das partículas, ou seja, diminuem o potencial zeta/ polímeros como derivados da celulose ou carbômeros: cadeias longas que adsorvem na superfície das partículas, agregando – as em flocos frouxos/ tensoativos iônicos como LSS: atuam como eletrólito/ tensoativos não iônicos como Tween e Span: atuam como polímeros).
4. TESTES REALIZADOS COM A FORMA FARMACÊUTICA
Há testes a serem realizados em dois momentos no processo produtivo das suspensões, sendo antes da produção, analisando os componentes da formulação e após a produção, verificando aspectos essenciais para um produto com qualidade. 
	Os testes realizados anteriormente a produção são:
a) Tamanho das Partículas:
Esse tipo de análise é necessário, pois partículas mais grosseiras tendem a se separar mais do meio dispersante do que partículas finas. Além disso, a forma das partículas pode influenciar, como, por exemplo, as partículas simétricas que formam suspensões mais estáveis.
b) Afinidade Partícula com o Meio Escolhido.
c) Uso de Agentes Molhantes.
d) Uso de Agentes Suspensores.
Os testes realizados posteriormente a produção da suspensão são: 
e) Homogeneidade da Suspensão:
Esse teste analisa se a suspensão esta livre de partículas estranhas, porém, não devem ser límpidas devido a insolubilidade da Nimesulida em água. Também é verificado a formação de espuma, que não deve ocorrer para não influenciar no momento da administração, pois o fármaco pode ficar retido na espuma. Outro fator a ser observado é o tempo de sedimentação, que não deve ser curto para conseguir gerar a suspensão com uma floculação controlada. 
f) Velocidade de Sedimentação:
Seguindo a lei de Stocks, que rege as suspensões, as partículas com maior diâmetro possuem maior velocidade de sedimentação, o que não é desejado na forma farmacêutica produzida. 
g) Potencial Zeta:
Esse tipo de teste verifica o potencial de forças repulsivas entre as partículas presentes na suspensão, sendo que, para uma estabilidade ideal, o potencial deve variar de -61 a -80 mA. 
Os testes realizados pelo controle de qualidade após a produção da suspensão são: 
h) Identificação e Doseamento (UV)
i) Determinação de Volume
j) Características Organolépticas: Deve condizer com as especificadas no rótulo/bula.
k) Densidade Relativa: Uso de um picnômetro
l) Viscosidade: Uso do Viscosímetro de efluxo tipo Ford
5. RELAÇÃO ENTRE O PROCESSO INDUSTRIAL E A PRODUÇÃO DA FORMULAÇÃO PROPOSTA:
Relação entre o processo industrial de produção de uma suspensão e o processo de produção da formulação proposta. Uma boa suspensão deve apresentar determinadas característica tais como tamanho de partículas reduzidas, sedimentação lenta das partículas sólidas dispersas, fluidez, redispersão facilitada e estabilidade física, química e microbiológica. A composição compatível, bem como a técnica adequada de preparo é fundamental para a obtenção de uma suspensão farmacêutica estável e uniforme. Aqui vamos utilizar um tanque com hélice, que neste caso, dependendo do tipo de indústria, pode ser o suficiente, através de uma mistura adequada, para a produção de uma suspensão, mas depende muito da característica e dos componentes da suspensão; 
1° Passo: seria a padronização do tamanho de partícula, que no caso da indústria, esse tamanho de partícula, preferencialmente um tamanho de partícula pequeno, seria obtido por um processo de tamisação, ou a própria indústria já compra um fármaco de tamanho de partícula determinado. No nosso caso, a matéria-prima de nimesulida já se encontra num tamanho de partícula reduzido, e não será preciso passar por um processo de tamisação, por exemplo, colocando-a diretamente no grau. Neste mesmo grau adiciona-se silicato de alumínio e magnésio que, por ser um sólido, faz-se uma mistura. 
2° Passo: colocar o propilenoglicol que atua como agente molhante, ele vai englobar as moléculas de nimesulida, facilitando sua dispersão na água, que é o nosso veículo. Na indústria, os componentes sólidos já estariam no tanque e um tubo jogaria o agente molhante que, com a mistura, formaria uma pasta. 
3° Passo: seria no próprio tanque com hélice, a solubilização do agente suspensor (goma xantana) na água. Esse processo demanda de tempo, pois a goma xantana é um polímero solúvel em água, mas por ser um polímero, a sua solubilização demora um pouco. 
4° Passo: última etapa que corresponde à junção da fase líquida com a fase sólida e completar com o volume com veículo adequado (água). 
(Obs: componentes adicionais que ofereçam para a formulação estabilidade física, como o tensoativo Tween 80), estabilidade microbiológica (nipagim e nipazol) serão solubilizados em veículo adequado (propilenoglicol), antes de ser incorporado na fase sólida. Componentes que proporcionam maior aceitação como corante e edulcorante e essência são colocados no final da formulação, mas isso não impeça que possam ser colocados em outra etapa. A preparação de uma suspensão possa ser feita de várias formas, tudo depende dos componentes de sua formulação.
6. COMENTÁRIOS SOBRE AS FORMULAÇÕES TESTADAS
Formulação 1:
	COMPONENTES
	CONCENTRAÇÕES
	Nimesulida
	2,5g
	Tween
	0,05g
	Propilenoglicol
	10g
	Goma Xantana
	1g
	Sacarina Sódica
	0,15g
	Nipagim
	0,075g
	Nipazol
	0,005g
	Água Destilada
	qsp 50 mL (1720 mL)
 Foi utilizada uma quantidade de 1,0g de Goma xantana. Essa quantidade foi muito grande, pois a suspensão ficou com um aspecto de gel-creme.
	O resultado final não foi o esperado.
Formulação 2: 
	COMPONENTES
	CONCENTRAÇÕES
	Nimesulida
	2,5g
	Tween
	0,05g
	Propilenoglicol
	10g
	Goma Xantana
	0,1g
	Sacarina Sódica
	0,15g
	Nipagim
	0,075g
	Nipazol
	0,005g
	Água Destilada
	qsp 50 mL (1720 mL)
Foi utilizado uma menor quantidade de goma xantana, sendo 0,1g, porém, foi observado a formação e fixação de pequenos grumos na parede da proveta após acondicionamento. 
O resultado final não foi o esperado. 
Formulação 3: 
	COMPONENTES
	CONCENTRAÇÕES
	Nimesulida
	2,5g
	Tween
	0,05g
	Propilenoglicol
	10g
	Goma Xantana
	0,05g
	Sacarina Sódica
	0,15g
	Nipagim
	0,075g
	Nipazol
	0,005g
	Água Destilada
	qsp 50 mL (1720 mL)
	
Houve a alteração da concentração da goma xantana de 0,1g para 0,05g para verificação de uma melhora na adesão da goma com o fármaco na parede da proveta. Além disso, o tween que antes era incorporado no béquer junto com a água e a goma xantana, passou a ser adicionados no cálice junto com o propilenoglicol, a sacarina sódica e os conservantes. 
Porém, o resultado não foi esperado, pois gerou uma suspensão que, apesar de ser um sistema floculado, possui uma velocidade rápida de sedimentação. 
Formulação 4:
	COMPONENTES
	CONCENTRAÇÕESNimesulida
	2,5g
	Tween
	0,05g
	Propilenoglicol
	10g
	Goma Xantana
	0,1g
	Sacarina Sódica
	0,15g
	Nipagim
	0,075g
	Nipazol
	0,005g
	Água Destilada
	qsp 50 mL (1720 mL)
 	A quantidade de goma xantana a ser utilizada voltou para 0,1g, sendo que nessa formulação foi preparado uma quantidade para 100mL e utilizou o mixer para dispersar a goma na água. 
	Ainda havia a formação de grumos nas paredes.
Formulação 5: 
	COMPONENTES
	CONCENTRAÇÕES
	Nimesulida
	2,5g
	Tween
	0,05g
	Propilenoglicol
	10g
	Goma Xantana
	0,1g
	Sacarina Sódica
	0,15g
	Silicato de Alumínio e Magnésio
	0,2g
	Nipagim
	0,075g
	Nipazol
	0,005g
	Água Destilada
	qsp 50 mL (1720 mL)
A adição de silicato de alumínio e magnésio confere melhores propriedades de agente suspensor do polímero goma xantana, formando assim uma suspensão com viscosidade e fluidez melhorada. O problema é que, quando adicionado, por ser um componente que confere um aumento do ph da formulação, na quantidade proposta, o ph da formulação foi pra 7,17. 
Formulação 6: 
	COMPONENTES
	CONCENTRAÇÕES
	Nimesulida
	2,5g
	Tween
	0,05g
	Propilenoglicol
	10g
	Goma Xantana
	0,1g
	Sacarina Sódica
	0,15g
	Silicato de Alumínio e Magnésio
	0,2g
	Ácido Cítrico
	0,005g
	Nipagim
	0,075g
	Nipazol
	0,005g
	Água Destilada
	qsp 50 mL (1720 mL)
As alterações foram: a adição de ácido cítrico, corante e essência.
Como foi demonstrado na formulação 5, a adição do silicato de alumínio e magnésico conferem melhor fluidez para a suspensão, sendo uma característica desejada. Não há nenhuma especificação farmacopeica quanto ao pH exigido para a produção de suspensão de nimesulida, porém, o aumento do pH resultou em uma maior solubilização do principio ativo, formando uma suspensão de cor amarelada desagradável. O aumento da basicidade não só compromete o visual do medicamente, mas também pode potencialmente causar alguma incompatibilidade da via de administração. 
Nesta formulação foi decidido manter o silicato e então, para corrigir o pH, adicionar ácido cítrico qs para obter valores próximos às das formulações anteriores (cerca de 6). Foram adicionados também os edulcorantes a fim de melhorar características organolépticas como cor e odor do produto final.
Formulação 7: 
	COMPONENTES
	CONCENTRAÇÕES
	Nimesulida
	2,5g
	Tween
	0,05g
	Propilenoglicol
	10g
	Goma Xantana
	0,1g
	Sacarina Sódica
	0,15g
	Silicato de Alumínio e Magnésio
	0,2g
	Benzoato de Sódio
	0,01g
	Água Destilada
	qsp 50 mL (1720 mL)
Devido a incompatibilidade entre o tween e os parabéns, os conservantes foram retirados da formulação e adicionado 0,02g de benzoato de sódio. Porém, houve um grande aumento do pH, sendo necessário aumentar três vezes a concentração do ácido cítrico para reduzir o pH dentro da faixa de 5-6. Essa modificação não gerou uma formulação melhor do que a teste 6. 
Figura 1: Suspensão 6 escolhida para produção em larga escala
7. FORMULAÇÃO REALIZADA EM AULA E MÉTODO DE PREPARO:
Dentre todas as formulações testadas, a de número 6 foi à escolhida para a realização em larga escala. 
Foram preparados 2 litros de suspensão de Nimesulida e as concentrações dos componentes foram:
Tabela 2: Concentrações dos componentes da formulação de suspensão preparada para 2 litros. 
	COMPONENTES
	CONCENTRAÇÕES
	Nimesulida
	100g
	Tween
	2g
	Propilenoglicol
	400g
	Goma Xantana
	4g
	Sacarina Sódica
	6g
	Nipagim
	3g
	Nipazol
	0,2g
	Silicato de Al e Mg
	8g
	Ácido Cítrico
	0,2g
	Corante Vermelho 1%
	30 gotas
	Essência Morango
	8 gotas
	Água Destilada
	qsp 2000mL (1720 mL)
A preparação foi:
Primeiramente, em um grau, foi adicionado toda a nimesulida e o silicato de alumínio e magnésio. 
Em um cálice, foi adicionada a sacarina sódica junto ao propilenoglicol, que precisou da ajuda de um mixer para solubilização. Posteriormente, adicionou os conservantes e o tween. Todo o conteúdo do cálice foi vertido no grau e misturado, para que todo o pó entre em contato com os agentes molhantes da formulação.
Em um grande béquer, a água e a goma xantana foram para o mixer com o intuito de facilitar a incorporação da água pela goma. Esse processo foi um pouco demorado.
Em um misturador por hélice, foi colocado todo o conteúdo do béquer e, posteriormente, todo o do grau e o aparelho foi ligado.
Para melhorar a homogeneidade da suspensão, a mesma foi levada para um moinho coloidal, onde foi adicionado o corante e a essência à formulação.
Devido à presença de espuma, o envase em frascos âmbar foi realizado no outro dia. Cada frasco foi preenchido com 100 mL da preparação. 
8. ANÁLISE DA SUSPENSÃO DE NIMESULIDA:
8.1. Identificação:
Teste realizado com preparação de soluções e analise de picos em espectrofotômetro de absorção no ultravioleta. 
Ao fazer a varredura espectral de absorção no ultravioleta com comprimento de onda na faixa de 800 a 200nm, foram observados máximos do padrão e da amostra no comprimento de onda de 212 nm e 392nm. Os perfis espectrais foram semelhantes.
Resultado: CONFORME
8.2. Doseamento:
Teste realizado com preparação de soluções e analise de absorbâncias no espectrofotômetro de absorção no ultravioleta. 
Ao realizar as analises de absorbância das soluções do padrão e da amostra no espectrofotômetro de absorção no ultravioleta no comprimento de onda de 391nm, foi verificado que o valor encontra-se dentro da faixa de aceitação de 90 a 110%, sendo 102% com um coeficiente de variação de 0,87%.
Resultado: CONFORME
8.3. pH:
Teste realizado com auxilio de um pHgâmetro. 
O valor encontrado após alguns meses de produção foi de 7,55, sendo um valor superior ao desejado para medicamentos para administração oral, que varia de 3 a 7. 
Resultado: NÃO CONFORME
8.4. Densidade:
O teste foi realizado com auxilio de um picnometro, que foi pesado inicialmente vazio, depois com água em triplicata e por ultimo, a suspensão também em triplicata.
O valor encontrado para densidade da Suspensão de Nimesulida foi de 1,0176 g/mL, com um desvio padrão de 6,08x10-4g/mL e um coeficiente de variação (CV) de 0,059%. O valor encontra-se dentro da faixa permitida, que varia de 1,0 a 1,30 g/mL. 
Resultado: CONFORME
8.5. Viscosidade:
O teste foi realizado no equipamento conhecido como copo ford e o orifício de escolha foi o numero 2. 
Resultado: CONFORME
O valor encontrado para viscosidade da Suspensão de Nimesulida foi de 37,960 mm2/s, com um desvio padrão de 0,38 mm2/s e um coeficiente de variação (CV) de 1,00%. O valor encontra-se dentro da faixa permitida, que varia de 14,549 a 174,987 mm2/s. 
8.6. Volume:
O teste de análise de volume de doses múltiplas contou com a pesagem de 10 frascos cheios com a Suspensão, com posterior reserva do conteúdo de cada recipiente, a lavagem e secagem do mesmo, para, por fim, realizar a pesagem do frasco vazio.
O valor médio encontrado para o volume da Suspensão de Nimesulida nos frascos de armazenamento de 94,64 mL com um desvio padrão de 6,17% e um coeficiente de variação de 6,58%. 
Para esse tipo de teste, a especificação trás que o volume médio não é inferior ao declarado (100 ml) e o volume individual de nenhuma das unidades testadas é inferior a 95% do volume declarado (3 frascos com volume abaixo de 95%). 
Resultado: NÃO CONFORME
9. DISCUSSÃO:
A suspensão de Nimesulida é composta pelo Principio Ativo (Nimesulida), Agentes Molhantes que agem reduzindo a tensão presente entre sólido e líquido (Tween e Propilenoglicol), Agente Suspensor que auxilia na viscosidade da forma farmacêutica (Goma Xantana), Corretivos (Sacarina Sódica, Essência morango e corante vermelho), Conservantes (Nipagem e Nipazol) e Veículo (Água). Além disso, há o Silicato de Alumínio e Magnésio, uma substancia que, na presença de goma xantana, auxilia na reologia da suspensão. 
Foram realizadas sete tentativas, sendo a formulação 6 a escolha pra produção em larga escala. 
A preparação consistiu em:
- Incorporação da goma xantana na água com auxilio do mixer.
- Pulverização da Nimesulida + Silicato de Alumínio e Magnésio em graude porcelana. 
- Solubilização e mistura de Propilenoglicol + Sacarina + Conservante + Tween em um cálice grande.
Foi vertido no grau o conteúdo presente no cálice e misturado com auxilio do pistilo. Posteriormente foi adicionada a goma e homogeneizado. 
Adicionou o aromatizante e o corante.
A preparação foi passada no moinho coloidal. O conteúdo foi coletado em um cálice com volume adequado e mantido em repouso até envase. 
Com relação aos resultados:
Os testes de Identificação, doseamento e volume são obrigatórios pela Anvisa. O teste de Identificação foi conforme, porem, houve uma pequena diferença na concentração do fármaco em relação ao padrão, questão visualizada pelo pico gerado. O teste de doseamento deu conforme, porem, o resultado do teste de volume foi não conforme, citando as bolhas presentes após a passagem do conteúdo pelo moinho coloidal ou por perda na proveta já que o envase foi feito de forma manual, como principais motivos para esse resultado negativo.
Foram realizados outros 2 testes, a densidade e viscosidade, que não são obrigatórios, de modo que não há um valor base especifico, variando entre os produtores. Levou-se como base valores encontrados em artigos que avaliavam suspensões orais. 
Porém, existem outros testes que são de suma importância para as suspensões e não foram realizados, como o teste do potencial zeta, teste para análise do tamanho das partículas, o que pode influenciar na floculação da suspensão e em sua estabilidade. 
Além desses testes, também é muito importante a realização do teste de dissolução para a suspensão porque embora se trate de uma forma farmacêutica liquida, o fármaco está sólido e, portanto tem todo o impacto da forma farmacêutica sólida. Se a indústria está acostumada a fabricar o produto com um tamanho de partícula X e amanhã compra uma matéria-prima com especificidade diferente, a suspensão pode ficar diferente e o fármaco pode não ser corretamente dissolvido.
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10. REFERÊNCIA
FARMACOPEIA BRASILEIRA. 5ª ed. Brasília: Anvisa. 2010.
AULTON, M.E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. 
WADE, A. WELLER, P. J. Handbook of pharmaceutical excipientes. 2ª ed. London: Pharmaceutical Press, 1994.

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