Buscar

suspensões

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

FARMÁCIA- 5º P 
Raquel Diniz 
 
FARMACOTÉCNICA FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS 
 
d
2
 (p1 – p2)g 
18n 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 É a forma farmacêutica que contém partículas finas da 
substância ativa em dispersão relativamente uniforme num 
veículo no qual esse fármaco apresente uma solubilidade 
mínima; 
 É um sistema disperso formado por: 
 FASE INTERNA – fármaco insolúvel ou pouco solúvel 
finamente dividido (fase dispersa); 
 FASE EXTERNA – veículo líquido contendo adjuvantes 
dissolvidos (fase dispersante); 
 Algumas já vêm prontas para uso, ou seja, já estão devidamente 
dispersas num veículo líquido com ou sem estabilizantes e outros 
aditivos farmacêuticos (“... suspensão oral”); 
 Outras preparações estão disponíveis para uso na forma de pó 
seco destinado a ser misturado com veículos líquidos - 
antibióticos, por exemplo - (“... para suspensão oral”); 
VANTAGENS 
 Melhoram a estabilidade de fármacos instáveis na forma de 
soluções, mas estáveis na forma de suspensão; 
 Facilidade de deglutição e flexibilidade de administração de 
diferentes doses; 
 Mascara sabor e odor desagradável – partículas insolúveis têm 
menor capacidade de entrar em contato com as papilas 
gustativas do que o fármaco em solução; 
 Exemplo: Cloranfenicol solução é amargo; Palmitato de 
Clorafenicol é insípido. 
DESVANTAGENS 
 Sistema instável – partículas sofrem sedimentação (força da 
gravidade), exigindo agitação para a uniformização antes do 
uso. 
 Menor velocidade de absorção. 
CLASSIFICAÇÃO 
SUSPENSÕES ORAIS 
 Veículos como xarope, sorbitol ou água espessada com 
polímeros; 
 Sabor e sensação ao paladar são importantes; 
 Misturas secas para reconstituição podem ser preparadas 
quando houver problemas de estabilidade 
SUSPENSÕES TÓPICAS 
 Veículos como emulsões O/A ou A/O, pastas, magmas, 
suspensões de argilas; 
 Suspensão de calamina; 
SUSPENSÕES INJETÁVEI S E OFTÁLMICAS 
 Veículos estéreis; 
 Tamanho de partícula controlado (fármaco micronizado). 
CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS 
 Além da eficácia terapêutica das suspensões, sua estabilidade 
química, respeito ao prazo de validade determinado e 
aparência, outras características são necessárias para 
categorizar uma boa suspensão. São eles: 
 Apresentar sedimentação lenta e dispersar-se com 
facilidade após agitação suave do recipiente; 
 O tamanho da partícula deve permanecer o mesmo por 
longos períodos; 
 Deve sair facilmente do recipiente. Não pode ser tão 
espessa a ponto de prejudicar a retirada da embalagem. 
FATORES QUE AFETAM A ESTABILIDADE DAS SUSPENS ÕES 
VELOCIDADE DA SEDIME NTAÇÃO 
 A sedimentação é o movimento para baixo de partículas por 
ação da gravidade e vários 
 Vários são os fatores envolvidos na velocidade de sedimentação 
das partículas de uma suspensão e eles foram representados 
na equação de Stokes: 
 
 
 
 
 A EQUAÇÃO DE STOKES foi desenvolvida a partir de 
uma simulação de uma situação ideal onde as partículas 
são perfeitamente uniformes e esféricas e elas 
sedimentam sem causar turbulência, sem colidir umas 
com as outras ou sem interagir ou ter afinidade com a 
fase dispersante líquida; 
 A velocidade de sedimentação é maior para as partículas 
maiores quando todos os outros fatores permanecem 
constantes; 
 Quanto maior for a densidade das partículas maior será a 
velocidade de sedimentação, contanto que a densidade do 
veículo não seja alterada; 
 Quanto maior a viscosidade do veículo, menor será a 
velocidade de sedimentação; 
 Uma formulação não se torna mais viscosa por alterações 
no seu veículo, mas também pelo conteúdo de sólidos 
adicionados. Assim, quanto mais partículas sólidas em 
uma suspensão mais viscosa ela ficará. 
PROPRIEDADES ELÉTRIC AS E POTENCIAL ZETA 
 A maioria das partículas adquire carga elétrica superficial 
quando colocadas em contato com o meio aquoso. Essa carga 
pode aparecer de várias maneiras: por dissociação de íons na 
superfície ou adsorção diferencial de íons da solução na 
superfície da partícula. 
 A carga superficial da partícula vai influenciar a distribuição de 
íons no meio aquoso: os íons de carga oposta àqueles da 
superfície da partícula atrairão íons opostos e repelirão íons 
com carga semelhante. 
 O resultado é a formação de uma dupla camada elétrica na 
interface da partícula com o líquido que se divide em duas 
regiões: 
 A primeira camada é chamada de “Camada de Stern”, 
mais fixa; 
 A segunda camada é chamada de “Camada de Gouy-
Chapman” ou “Camada Difusa”. 
 Essas cargas são responsáveis pela formação do POTENCIAL 
ZETA, que é a função da carga superficial da partícula, de 
qualquer camada adsorvida na interface com o meio e da 
natureza e composição do meio que a circunda. 
 Esse potencial pode ser determinado experimentalmente e, 
como ele reflete a carga efetiva nas partículas, ele se 
correlaciona com a repulsão eletrostática entre elas e com a 
estabilidade da suspensão. 
 Quanto maior o potencial Zeta, maiores as forças de 
repulsão entre as partículas e maior é a tendência de um 
sedimento compacto (caking). 
Suspensões 
v= 
v = velocidade de sedimentação 
d = diâmetro das partículas 
p1 = densidade da partícula 
p2 = densidade do meio 
g = constante gravitacional 
n = viscosidade do meio 
FARMÁCIA- 5º P 
Raquel Diniz 
 
FARMACOTÉCNICA FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS 
Forças de 
atração>Forças de 
repulsão 
Predomínio de 
ligações fracas 
Aglomerados 
ou flóculos 
Forças de 
repulsão>Forças de 
atração 
Sediemento 
compacto (caking) 
Sistema 
desfloculado 
 Portanto, deve-se reduzir o potencial zeta, adicionarndo-se 
agentes floculantes que são íons de cargas opostas (até 
certo ponto) e polímeros hidrofílicos que formam uma 
camada protetora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA FASE DISPERSA 
 TAMANHO DAS PARTÍCULAS: 
 Na maioria das suspensões farmacêuticas, o diâmetro das 
partículas é de 1 e 50 μm; 
 A redução do tamanho geralmente é feita por trituração a 
seco antes da incorporação da fase dispersa no meio 
dispersante. 
o Micropulverização – método de produção de pós finos 
com cerca de 10 a 50 μm; realizada com trituradores 
que funcionam por alta rotação, atrito ou impacto; 
o Abrasão líquida/micronização – processo de obtenção 
de partículas com menos de 10 μm, como as para 
suspensões parenterais e oftálmicas; ocorre por ação 
de cisalhamento dos jatos de ar em alta velocidade 
sobre as partículas situadas num espaço confinado; 
o Spray drying – meio para obtenção de partículas de 
dimensões extremamente pequenas; o dispositivo 
utilizado consiste em uma peça cônica em cujo interior 
a solução em questão é aspergida e rapidamente 
dessecada por uma corrente de ar quente e seco que 
circula no cone; 
 A redução do tamanho das partículas propicia a 
estabilidade da mesma, uma vez que a velocidade de 
sedimentação das partículas sólidas é reduzida à medida 
que elas se tornam menores. 
 FORMA DAS PARTÍCULAS: 
 Foi demonstrado que partículas cilíndricas simétricas do 
carbonato de cálcio produzem suspensões mais estáveis 
que as assimétricas, em forma de agulha. Estas, em 
repouso, formam um sedimento compacto, resistente que 
não se redispersa, ao passo que as partículas cilíndricas 
não formam aglomerados em repouso; 
 A fim de evitar formação de aglomerado, é preciso tomar 
certas medidas para que não ocorra a junção das 
partículas, a formação de cristais maiores ou massa; 
 Um dos métodos mais comuns para evitar a coesão rígida 
é a formação intencional de um agregado menos rígido 
das partículas, reunidas através de forças relativamente 
menores de coesão- Floco ou flóculo; 
 
 
 
 
 
ONENTES DOS XAROPES 
MEIO DISPERSANTE 
 A sustentação das partículas pelo meio dispersante depende de 
vários fatores como a densidade do pó e sua floculação ou não; 
e a quantidade do material necessário à sustentação. 
 O estudo das características de fluxo é denominado 
REOLOGIAque leva em conta as características de 
viscosidade de pós, líquidos e semi-sólidos. Os materiais são 
divididos em duas categorias gerais: 
 Newtorianos - caracteriza-se por viscosidade constante, 
independentemente da velocidade de cisalhamento 
aplicada. 
 Não-newtoriano - caracteriza-se por uma mudança na 
viscosidade com o aumento da velocidade de cisalhamento 
e subdivide-se em: 
o Fluxo plástico – não começa enquanto não for 
superada uma tensão de cisalhamento correspondente 
a certo valor de rendimento. Os materiais são 
“elásticos” abaixo do valor de rendimento; 
o Pseudoplástico – começam a fluir quando se aplica 
uma tensão de cisalhamento e não apresentam valor 
de rendimento; 
o Dilatante – aumentam de volume quando submetidos 
a cisalhamento e a viscosidade aumenta com o 
aumento da velocidade de cisalhamento. 
Caracterizam-se por alta porcentagem de sólidos na 
formulação. 
COMPONENTES DAS SUSPENSÕES 
FÁRMACO INSOLÚVEL OU POUCO SOL ÚVEL 
 Tamanho de partícula: importância na absorção (oral), irritação 
(tópica e oftálmica). 
 Submeter à subdivisão ou micronização, se necessário. 
VEÍCULOS 
 Água; 
 Óleos- óleo de milho, óleo de soja, vaselina líquida; 
 Sorbitol; 
 Xarope; 
 Base emulsiva. 
AGENTES MOLHANTES 
 São utilizados para otimizar o fluxo do veículo líquido por meio 
da superfície da partícula, o que melhora a homogeneidade de 
distribuição das partículas na formulação: 
 Álcool; 
 Glicerina; 
 Propilenoglicol; 
 Outros líquidos higroscópicos; 
 Funcionam expulsando o ar dos sulcos das partículas, 
dispersando-as e permitindo a penetração da fase dispersante. 
AGENTES SUSPENSORES 
 Usados para aumentar a viscosidade do sistema, mas também 
evitam a flutuação (têm afinidade pela interface) e favorecem a 
redispersibilidade (colóides protetores, formando uma película 
ao redor das partículas): 
 Goma arábica – 5 a 15%; 
 Pectina; 
 Gelatina; 
 Metilcelulose – 0,5 a 2%; 
 Etilcelulose; 
 Celulose microcristalina; 
 Álcool polivinílico. 
 
No flóculo, as partículas formam uma estrutura de tipo 
treliça que resiste a sedimentação completa com menor 
tendência a compactação e com a formação de sedimento 
mais volumoso que o das partículas não floculadas. 
FARMÁCIA- 5º P 
Raquel Diniz 
 
FARMACOTÉCNICA FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS 
AGENTES FLOCULANTES 
 Para cargas negativas - fosfato monopotássico; cloreto de 
cálcio; cloreto de alumínio; 
 Para cargas positivas - hexametafosfato de sódio; citrato 
trissódico; 
 Argilas (ambas as cargas): bentonita. 
CONSERVANTES 
 Uso interno - metilparabeno/propilparabeno; Benzoato de 
sódio; ácido benzóico (pH < 5); sorbato de potássio; ácido 
sórbico (pH < 6); 
 Uso externo (tópico) - álcool benzílico (pH=7); Parabenos 
(4<pH<7); cloreto de benzalcônio (pH=7); cloroxilenol; 
formaldeído; fenoxietanol; fenol; clorobutanol; ácido bórico; 
gluconato de clorexidina (pH >7); 
 Injetáveis – fenol; álcool benzílico (pH = 7); 
 Uso oftálmico - gluconato de clorexidina (pH>7); clorobutanol; 
cloreto de benzalcônio; ácido bórico. 
ESTABILIZANTES 
 Antioxidantes - sulfito e metabissulfito de sódio; ácido 
ascórbico; BHT; vitamina E; 
 Quelantes de metais – EDTA; ácido cítrico; 
OUTROS 
 Edulcorantes e corretivos de aroma e sabor: xarope simples; 
sorbitol; sacarina; ciclamato; glicerina. 
MANIPULAÇÃO 
 Se a fase dispersa tem afinidade com o veículo líquido que será 
utilizado ela será rapidamente “molhada” pelo veículo; 
 Se os componentes não são facilmente embebidos pelo veículo e 
tendem a formar grumos ou a flutuar na superfície deste, é 
necessário utilizar agentes molhantes: 
1. O pó deve primeiro ser molhado com um agente molhante 
para torná-lo mais permeável ao meio dispersante; 
2. Na produção de suspensões em larga escala, esses 
componentes são misturados com as partículas por algum 
aparelho do tipo moinho coloidal; em pequena escala, são 
misturados com almofariz e pistilo; 
3. Quando o pó já está embebido, o meio dispersante (ao qual já 
terão sido acrescentados todos os componentes solúveis da 
fórmula, como corantes, flavorizantes e conservantes*) é 
acrescentado aos poucos ao pó e tudo é bem misturado antes 
de se acrescentar mais veículo; 
4. Uma parte do veículo é usada para lavar o equipamento, 
limpando o suspensóide, e essa porção é usada para 
completar o volume final da suspensão e garantir a 
concentração desejada de materiais sólidos; 
5. O produto final passa então por um moinho coloidal ou por 
outro misturador para se obter uniformidade. 
*Sempre que indicado, deve-se acrescentar conservantes às 
suspensões para protegê-las de contaminação bacteriana e fúngica. 
 
 
 
 
 
SUSPENSÕES EXTEMPORÂ NEAS 
 É uma mistura de pós que contem fármacos, agentes 
suspensores e conservantes. Esta mistura ao ser diluída e 
agitada com uma quantidade especifica de veiculo (geralmente 
água purificada), forma uma suspensão apropriada para a 
administração; 
 Para obtê-la, o farmacêutico pode usar uma forma sólida (por 
exemplo, comprimido, cápsula) do medicamento e formular 
extemporaneamente um produto líquido; 
 De modo geral, ao se preparar uma suspensão a partir de uma 
forma sólida, costuma-se: 
1. Esvaziar o conteúdo da cápsula ou triturar o comprimido num 
almofariz; 
2. O veículo* escolhido vai então sendo acrescentado lentamente 
ao pó, misturando-se até formar uma pasta**; 
3. Diluir a pasta até se obter o volume desejado. 
 
 
 
 
SUSPENSÕES DE LIBERA ÇÃO PROLONGADA 
 O princípio ativo continua adsorvido na resina, mas vai sendo 
lentamente liberado pelo processo de troca de íons no tubo 
digestivo. 
 Exemplo: Polistirex de hidrocodona; 
Acondicionamento e embalagem 
 Todas as suspensões devem ser acondicionadas em recipientes 
de boca larga, deixando-se espaço suficiente acima do líquido 
para possibilitar a agitação e facilitar o escoamento; 
 A maioria das suspensões deve ser acondicionada em recipientes 
hermeticamente fechados e protegidos do congelamento, do 
calor excessivo e da luz; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Existem veículos no mercado para esse fim, como por exemplo, o 
diluente da Roxane (aromatizado) para uso oral ou o Suspendol – S da 
Paddock. 
**O tipo de formulação depende do paciente ao qual o produto é 
destinado. Por exemplo, para um recém-nascido a suspensão não deve 
conter conservantes, corantes, flavorizantes e álcool, visto que esses 
excipientes podem causar efeitos colaterais agudos e crônicos.

Outros materiais