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ANEMIAS DEFINIÇÃO É uma anomalia caracterizada pela diminuição da concentração da hemoglobina dentro das hemácias, e pela redução na quantidade de hemácias no sangue. Isso resulta em uma redução da capacidade do sangue em transportar o oxigênio aos tecidos. A hemoglobina, uma proteína presente nas hemácias, é responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os demais órgãos e tecidos e de dióxido de carbono destes para ser eliminado pelo pulmão. SINAIS E SINTOMAS • São variáveis, mas os mais comuns são: • Fadiga • Fraqueza • Palidez (principalmente ao nível das conjuntivas) • Déficit de concentração ou vertigens. • Nos quadros mais severos podem aparecer taquicardias, palpitações. Afeta também a gengiva (causando, em casos mais graves, o seu sangramento). CAUSAS DAS ANEMIAS NUTRICIONAIS OU CARENCIAIS • Deficiência de ferro (Anemia Ferropriva) • Deficiência de vitamina B12 (Anemia megaloblástica) • Deficiência de folato (Anemia megaloblástica) Genéticas: • Hemoglobinopatias, sendo as mais comuns hemoglobinopatias S (anemia falciforme), C, E e D • Síndromes Talassêmicas (talassemia alfa ou beta) • Defeitos na membrana da hemácia: eliptocitose e esferocitose • Anormalidades enzimáticas: deficiência em glucose- 6-fosfato desidrogenase • Abetaproteinemia • Anemia de Fanconi PERDA DE SANGUE Hemorragia excessiva por acidentes, cirurgia, parto Sangramento crônico por sangramentos causados em casos de úlcera, câncer intestinal, ciclo menstrual excessivo, sangramento nasal recorrente (epistaxes), sangramento por hemorróidas Doenças Crônicas: • Hipotireoidismo • Hepatite • Doença Renal(provocando problemas na síntese de eritropoietina) • Neoplasias Infecções: Bacterianas: septicemia ; Protozoários: Malária, Toxoplasmose, Leishmaniose Virais: hepatite, Aids, Mononucleose, Citomegalovírus; NUTRICIONAIS OU CARENCIAIS ANEMIA FERROPRIVA Tipo mais comum de anemia no mundo todo - Estima-se que 90% das anemias sejam causadas por deficiência de ferro. Patogênese: qualquer anormalidade que leve à rotura do equilíbrio do metabolismo do ferro. Duas fases distintas: Depleção de Ferro e Anemia Causas fundamentais de anemia ferropriva: Aumento da demanda fisiológica Perda de sangue (no nosso meio – Ex: parasitas) Ingestão deficiente Diminuição da absorção do ferro pela mucosa intestinal (Doença Celíaca) Causas mais importantes: Mulheres em período fértil menstruação gestação perdas patológicas dieta defeituosa Homens e Mulheres antes da menarca e após a menopausa Perda crônica de sangue Dieta pobre Crianças Dieta pobre Ferro diminuído ao nascimento Aumento da demanda fisiológica Principais Causas de Perda Crônica de Sangue Hemorróidas Úlcera Péptica Hérnia de Hiato Ca de Estômago e Ca de Cólon Varizes de Esôfago Retocolite Ulcerativa Ingestão Crônica de Aspirina Parasitas – Ex:-Ancilostomose Principais causas de necessidades aumentadas de ferro Crianças em Crescimento Mulher no Período gestacional INGESTÃO INADEQUADA DE FERRO Principais causas de absorção diminuída de ferro Síndrome de Má-absorção Gastrectomia Alcoolismo LABORATÓRIO NA ANEMIA FERROPRIVA: Hemograma Anemia Hipocrômica e microcítica ou nas fases iniciais CHCM < 32 % VCM < 83 fl HCM < 27 pg Plaquetas aumentadas (por estímulo à MO para aumentar a produção) Ferritina : avalia as reservas de ferro dentro do organismo, que geralmente estão baixas na anemia ferropriva ANEMIAS MACROCÍTICAS (ANEMIA MEGALOBLÁSTICA) Anemia Megaloblástica A anemia megaloblástica é caracterizada pela diminuição de glóbulos vermelhos, que se tornam grandes, imaturos e disfuncionais (megaloblastos) na medula óssea, e também por neutrófilos hipersegmentados. Essas alterações resultam da inibição da síntese do DNA na produção dos glóbulos vermelhos. Em resumo, na anemia megaloblástica os glóbulos vermelhos são maiores que normalmente e há pouca quantidade de glóbulos brancos e de plaquetas. Anemia Macrocítica: VCM > 92 fL * Deficiência: Vit B12 e/ou ácido fólico CAUSAS DA ANEMIA MEGALOBLÁSTICA A deficiência da vitamina B12 pode também ser devido à ingestão pobre ou dificuldade de absorção desta vitamina. Também a falta de ácido fólico pode estar relacionada aos mesmos motivos ou ao aumento das necessidades orgânicas. Algumas doenças podem gerar anemia megaloblástica: • leucemia, mielofibrose, mieloma múltiplo, doenças hereditárias, etc. SINAIS E SINTOMAS Os principais sinais e sintomas da anemia megaloblástica são muito parecidos com os que ocorrem em todas as anemias: • perda de apetite e de peso, • fraqueza e cansaço, • coração acelerado, • dores abdominais, • enjoos, • diarreia, • alterações da pele e do cabelo, • boca e língua mais sensíveis, dormência nos dedos, etc. • Se a anemia megaloblástica ocorre durante a gravidez pode levar ao parto prematuro e/ou à malformação fetal. • Na criança, ela pode prejudicar o crescimento e a puberdade. HEMOGRAMA • O hemograma pode mostrar diminuição do número de hemácias e de hemoglobina, aumento do volume corpuscular médio (VCM > 92 fl ou 92 fentolitros), • Alterações da hemoglobina corpuscular média (HCM), • Contagem diminuída de plaquetas, • Presença de "neutrófilos senis", • Hemácias de tamanhos e formas anormais(macrocíticas). • As dosagens bioquímicas de ferro estarão elevadas. *Tratamento vai depender da sua causa. • mudanças na dieta • injeções para reduzir a falta de nutrientes, ANEMIA PERNICIOSA A anemia perniciosa, também chamada de anemia de Addison, é uma forma de anemia caracterizada pela redução no número de glóbulos vermelhos no sangue devido à incapacidade de o trato gastrointestinal de absorver adequadamente a vitamina B12. Somente quando ocorre má absorção desta substância pelo intestino é que a condição recebe o nome de anemia perniciosa. A anemia perniciosa é causada pela ausência do fator intrínseco (uma proteína especial) necessário na absorção de vitamina B12 pelo trato gastrointestinal. HEMOGLOBINOPATIAS As hemoglobinopatias são doenças genéticas que afetam a hemoglobina. Como exemplos das hemoglobinopatias mais comuns estão a doença falciforme e a talassemia. Podem ocorrer dois tipos de defeitos na produção da hemoglobina: • Anormalidades estruturais, • Síntese desbalanceada DIAGNÓSTICO • Eletroforese de Hemoglobina • Cromatografia Líquida de Alta Resolução (HPLC). ANEMIA FALCIFORME A anemia falciforme, também chamada de drepanocitose ou anemia drepanocítica, é uma doença hereditária e hematológica que acontece por conta da produção anormal de glóbulos vermelhos do sangue, o que deforma as hemácias. As células da membrana são alteradas e se rompem com facilidade, causando a anemia. Por conta desse rompimento, elas tornam-se parecidas com uma foice, por isso o termo falciforme. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwi2m9vxpY_XAhWEHZAKHaTFDVAQjRwIBw&url=https://www.infoescola.com/doencas/anemia-falciforme/&psig=AOvVaw0qnP_fiu1hH4Gjp5JXMcHG&ust=1509141826646765 Esse tipo de anemia acontece quando a pessoa herda duas cópias anormais do gene da hemoglobina de seus pais, uma de cada. Os primeiros sintomas costumam surgir entre os 5 e 6 meses de idade e vários problemas de saúde podem ser desenvolvidos, como infecções e até mesmo AVC. (Hb A), de adulto (Hb S) – pai e mãe • a pessoa terá anemia falciforme (Hb SS). https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwi2m9vxpY_XAhWEHZAKHaTFDVAQjRwIBw&url=https://www.infoescola.com/doencas/anemia-falciforme/&psig=AOvVaw0qnP_fiu1hH4Gjp5JXMcHG&ust=1509141826646765Fatores de risco Acredita-se que 8% dos negros no Brasil sofrem com a anemia falciforme, mas como o país possui muita diversidade (miscigenação), outras raças também começaram a serem atingidas, como os brancos e pardos. Por outro lado, se a pessoa recebe o gene para a Hb S de apenas um dos pais, e do outro recebe o gene para a Hb A, não ocorrerá a anemia falciforme. Essa pessoa não terá a doença e não precisará ser tratada. Ela terá apenas o traço falciforme (Hb AS). O importante é saber que, caso essa pessoa venha a ter um filho com outra pessoa que também possui o traço, haverá chances de que a criança, por sua vez, tenha a anemia falciforme. MUITOS SINTOMAS CARACTERIZAM A DOENÇA FALCIFORME. ENTRE ELAS ESTÃO: • Anemia - A anemia duradoura é o sinal mais frequente. • Crises de dor - As crises costumam durar de 4 a 6 dias, ou até mais tempo • Icterícia (amarelão) - Ocorre quando a hemácia se rompe e libera um pigmento amarelo no sangue. • Infecções e febre - o baço tem seu funcionamento prejudicado • Síndrome mão-pé - É uma inflamação que faz com que tornozelos, punhos, dedos e articulações dos bebês fiquem inchados. • Crise de sequestração esplênica (aumento do baço) - Acúmulo de sangue no baço, o que leva ao aumento do órgão e pode provocar choque e morte. • Acidente vascular cerebral - Entupimento dos vasos sanguíneos e redução da corrente de sangue no cérebro. • Priaprismo - Entupimento dos vasos sanguíneos e redução da corrente de sangue no pênis, causando ereção prolongada e dolorosa. • Pneumonia - Tosse, febre, dor na região dos pulmões, dificuldade respiratória e desânimo. • Crise aplástica - Ocorre quando a medula óssea para de produzir hemácias. • Ulcerações - Feridas próximas ao tornozelo e parte lateral da perna, bastante dolorosas e de difícil cicatrização. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiRsfbIpY_XAhWCk5AKHW7ZBPcQjRwIBw&url=http://conselhosdemae.com.br/anemia-falciforme-causas-e-tratamentos/&psig=AOvVaw0qnP_fiu1hH4Gjp5JXMcHG&ust=1509141826646765 DIAGNÓSTICO O ideal é que o diagnóstico seja feito com o teste de triagem neonatal entre o 3º e o 5º dia de vida da criança. Quanto antes for realizado o diagnóstico, melhor a qualidade e expectativa de vida do paciente. As técnicas utilizadas para avaliar amostras de sangue encaminhadas ao laboratório com suspeitas de doença falciforme incluem testes que podem ser subdivididos em quatro grupos: a) teste de falcização ou teste de solubilidade; b) eletroforeses de hemoglobinas em meios alcalino e ácido, c) cromatografia líquida de alta pressão (HPLC); d) determinantes de haplótipos por meio de técnicas de biologia molecular; e) monitoração: hemograma, contagem de reticulócitos, morfologia eritrocitária, dosagens de: ferritina, bilirrubina. TESTE DE FALCIZAÇÃO ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA TRATAMENTO • Irá depender do sintoma que o paciente está apresentando no momento. • Atualmente pacientes gravemente afetados tem sido tratados com quimioterapia leve, que aumenta a produção de hemoglobina fetal e melhora a função das hemácias. • Em casos de exacerbações da anemia, transfusões de sangue podem ser realizadas. • Muitos pacientes tem sido curados por meio de transplantes de medula (somente em casos muito grave). TALASSEMIA A talassemia é uma desordem hereditária que pode causar anemia. Não é contagiosa, e sim provocada por uma falha genética, a qual leva a uma malformação da hemoglobina. A hemoglobina é a proteína encontrada nas hemácias (ou células vermelhas) do sangue, sendo a responsável pelo transporte do oxigênio a todas as células, tecidos e órgãos do corpo humano. Cada hemácia circulante possui cerca de 300 milhões de moléculas de hemoglobina. A hemoglobina é feita de duas cadeias alfa conectadas a duas cadeias beta. As talassemias são caracterizadas como um defeito na produção dessas proteínas. Nas pessoas portadoras de Talassemia, ocorre mutação de um ou dois cromossomos específicos (11 e 16); em resposta, a medula óssea para de produzir (ou produz de maneira insuficiente) um dos tipos de cadeia de globina. Assim, o problema no cromossomo 16 se manifesta pela falta de cadeias alfa e um defeito no cromossomo 11 resultará em talassemia beta. FATORES DE RISCO O nome talassemia deriva da combinação das palavras gregas thalassé (mar) e haemas (sangue). Desta forma, a palavra representa a origem geográfica da doença, devido ao seu surgimento nos países banhados pelo mar, mais precisamente no Mediterrâneo, como Itália e Grécia. TIPOS Existem dois tipos principais de talassemia: alfa e beta, sendo que a segunda é mais comum. Para formar a hemoglobina, o corpo precisa das proteínas alfa-globinas e beta- globinas. Essas proteínas, por sua vez, precisam de alguns genes em nosso corpo para quem sejam construídas. Alterações nesses genes irão determinar o tipo e o grau de talassemia que uma pessoa tem: TALASSEMIA BETA Dois genes estão envolvidos na formação da talassemia beta: um é herdado da mãe, e outro do pai. A talassemia beta ocorre quando um ou ambos desses genes herdados não funcionam ou funcionam apenas parcialmente. A doença tem diferentes graus, a depender de sua herança genética: ALTERAÇÕES NESSES GENES IRÃO DETERMINAR O TIPO E O GRAU DE TALASSEMIA QUE UMA PESSOA TEM: Talassemia beta minor: conhecida também como traço talassêmico. Pessoas com talassemia beta minor podem ter anemia leve e provavelmente não vão precisar de tratamento Talassemia beta major: pode ser chamada de anemia de Cooley ou anemia mediterrânea. A talassemia beta major ocorre quando ambos os genes são danificados. A pessoa com talassemia beta major tem o tipo mais grave da doença e normalmente precisa fazer transfusões de sangue Talassemia beta intermédia: como o próprio nome sugere, esse tipo de talassemia fica entre a minor e a major - esse paciente irá precisar de tratamento para ter uma vida saudável, ainda que este não envolva transfusões de sangue. TALASSEMIA ALFA • Duas subunidades tipo α • Existem quatro grupos heme por proteína Pessoas com alfa talassemia apresentam uma ou mais mutações no cromossomo 16. Isso afeta a produção das duas cadeias alpha de globina que compõem a hemoglobina. Se um gene está faltando ou danificado: Suas células vermelhas do sangue podem ser menores do que o normal. Você não terá nenhum sintoma e você não vai precisar de tratamento. Mas você é um portador silencioso. Isto significa que você não tem a doença, mas pode passar o gene defeituoso para o seu filho Se dois genes estão em falta ou danificados: Você terá anemia muito suave, que normalmente não precisa de tratamento. Isso é chamado de alfa talassemia minor Se três genes estão faltando: Você terá anemia ligeira a moderadamente grave. Isso às vezes é chamado de doença da hemoglobina H - resultará em uma anemia de moderada a severa Se todos os quatro genes estão faltando: há casos em que a mutação no cromossomo 16 leva à completa incapacidade do organismo em produzir as cadeias alfa, e a produção de hemoglobina normal torna-se impossível. Este estado produz uma doença conhecida como Hydropsis fetalis, que leva ao óbito do feto ainda no útero. Felizmente este tipo de acontecimento é muito raro. Geralmente o feto será natimorto, ou a criança vai morrer logo após o nascimento. CAUSAS A talassemia é causada por mutações no DNA das células que produzem a hemoglobina - substância em seus glóbulos vermelhos que transporta oxigênio por todo o corpo. As mutações associadas com talassemia são passadas do pai ou mãe para os filhos. As mutações que causam a talassemia interrompem a produção normal de hemoglobina, causando baixos níveisde hemoglobina e uma alta taxa de destruição das células vermelhas do sangue, resultando em anemia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO O diagnóstico é feito pelo estudo do sangue do paciente e de seus familiares. São geralmente diagnosticadas nos primeiros dois anos de vida. • Hemograma completo • Hb - baixa • Teste genético para identificar possíveis genes que causam a talassemia • Níveis de ferro no sangue aumentados • Ferritina baixa ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA Alfa Talassemia Hemoglobina A2 é diminuída Beta Talassemia Aumento da hemoglobina A2 e fetal TRATAMENTO O tratamento depende da gravidade da talassemia. Para as talassemias do tipo minor, a forma mais comum, o tratamento não é necessário. Talassemia intermédia pode ser tratada com transfusões de sangue e suplementos de ácido fólico. O ácido fólico é uma vitamina que seu corpo precisa para produzir células vermelhas do sangue. Talassemia grave pode ser tratada com: • As transfusões de sangue • uso dos quelantes de ferro (medicações que retiram o excesso de ferro acumulado por conta das transfusões de sangue) • Suplemento de ácido fólico • Medicamentos que são usados juntamente com a quimioterapia e ajudam o organismo a produzir a hemoglobina normal. ANEMIAS HEMOLÍTICAS Defeitos na membrana da hemácia: eliptocitose, ovalocitose esferocitose Definição: são doenças resultantes de um aumento no índice de destruição eritrocitária, que leva à diminuição da vida média das hemácias (normalmente de 120 dias). - DEFEITOS FUNDAMENTAIS: Ïntrínsecos (ou intracorpusculares): as células são defeituosas; o defeito está na própria célula. Portanto células normais sobrevivem nos vasos destes pacientes, mas células destes pacientes são destruídas, uma vez que são reconhecidas como defeituosas. Extrínsecos (extracorpuscular): O defeito está no plasma ou nos vasos; as hemácias do paciente são normais. CLASSIFICAÇÃO 1) anemia hemolítica por defeito intracorpuscular (todas as doenças congênitas): 1.1 defeitos na membrana: • esferocitose hereditária ( + comum) • estomatocitose • eliptocitose ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA Esferocitose Hereditária é um tipo de anemia provocada pela destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, sendo uma anemia hemolítica. Ela surge devido a defeitos congênitos nas membranas dos glóbulos vermelhos, que acabam sendo menores e menos resistentes do que o habitual, e são facilmente destruídos pelo baço. A esferocitose é uma doença hereditária, que acompanha a pessoa desde o nascimento, no entanto, pode evoluir com anemia de gravidade variável, por isso, em alguns casos pode não provocar sintomas ou, em outros casos, pode causar intensa palidez, cansaço, icterícia, aumento do tamanho do baço e alterações do desenvolvimento. Apesar de não ter cura, a esferocitose tem tratamento, orientado pelo hematologista, podendo ser indicada a reposição de ácido fólico e, nos casos mais graves que comprometem o desenvolvimento ou provocam muitos sintomas, a principal forma de controlar a doença é com a retirada do baço por cirurgia. TRATAMENTO • esplenectomia, que irá corrigir o efeito deletério (mecanismo hemolítico), mas não a causa da doença ( se fizer hemograma, ainda haverá esferócitos, porém paciente é assintomático e vive bem). O paciente continua doente mas não mais anêmico. • deve-se aguardar nos casos infantis até 10-12 anos de idade para a realização do procedimento pelo risco de sépsis pós-esplenectomia por Haemoophilus (causa de morte, esplenectomia comum em 1a e 2a infância) CLÍNICA • anemia + icterícia ( 1ºs anos) • esplenomegalia • crises hemolíticas (febre etc...) • infecções sem causa aparente • úlceras de perna • Formação da cálculos de bilirrubina na vesícula; Diagnóstico laboratório: anemia + esferocitose reticulocitose (10 a 20%) aumento de bilirrubina indireta ELIPTÓCITOS E OVALÓCITOS Os eliptócitos ou ovalócitos podem aparecer em várias condições hereditárias e adquiridas. Quando muito numerosos, geralmente são decorrentes de eliptocitose hereditária, uma doença causada por uma alteração hereditária da membrana do glóbulo vermelho A eliptocitose hereditária comum é а forma clínica mаіѕ comumente observada, predominando nаѕ populações dе origem africana. Geralmente, о único achado é umа alteração morfológica nоѕ eritrócitos, recebendo о nome dе eliptócitos, correspondendo а mаіѕ dе 40% dаѕ células еm questão. Nаѕ formas heterozigóticas nãо há а presença dе anemia, esplenomegalia оu reticulocitose. Já nаѕ formas homozigóticas оu соm dupla heterozigose а hemólise pode ѕеr observada, juntamente соm anemia, reticulocitose е fragmentação celular. No geral, não se faz necessária a realização de tratamento para a eliptocitose hereditária, uma vez que, normalmente, não há manifestações clínicas. Pacientes que apresentam anemia e hemólise crônica podem ser submetidos à ressecção cirúrgica do baço (esplenectomia). O uso de ácido fólico é indicado em casos acompanhados de anemia hemolítica. ESTOMATÓCITOS. Os estomatócitos se caracterizam no sangue periférico como células com áreas estreitas e alongadas na região central dos eritrócitos. O termo stoma significa boca. Em geral, em esfregaços de sangue normal é muito difícil a presença de estomatócitos, porém sua presença é comum no alcoolismo, cirrose, doença hepática obstrutiva. Em situações artefatuais, também pode ocorrer a presença de estomatócito - da distensão sanguínea. A estomatocitose hereditária se deve basicamente à hidratação aumentada com influxo de sódio para o interior da célula, e à deficiência de acetiltransferase lecitina (ATLC). A estomatocitose é comum entre australianos de origem mediterrânea. O quadro clínico dos portadores da estomatocitose hereditária é heterogêneo, e se deve ao grau de anormalidade no transporte de sódio-potássio de célula. Cerca de 20 a 30% dos eritrócitos circulantes são estomatocíticos; a fragilidade dos eritrócitos é aumentada. Em alguns casos, a esplenectomia melhora a anemia. A estomatocitose adquirida com anemia hemolítica ocorre primariamente com a ingestão excessiva recente de álcool. Os estomatócitos no esfregaço periférico e a hemólise desaparecem em cerca de duas semanas da abstinência do álcool. ANORMALIDADES ENZIMÁTICAS: DEFICIÊNCIA EM GLUCOSE-6-FOSFATO DESIDROGENASE A deficiência de G6PD é um tipo de Anemia Hemolítica Hereditária, um grupo de distúrbios que provocam a ruptura das hemácias, desencadeando um quadro anêmico. Está ligada ao cromossomo X, mas acomete ambos os sexos. Estima-se que 400 milhões de pessoas no mundo sofrem com esse problema, prevalecendo em áreas endêmicas como África, Oriente Médio, Mediterrâneo e Nova Guiné. Muito confundida com uma alergia alimentar O que é G6PD e qual a sua importância? A Glicose-6-Fosfato Desidrogenase, mais conhecida como G6PD, é uma enzima presente em todas as células do nosso corpo, auxiliando na produção de substâncias que as protegem de fatores oxidantes. No caso das hemácias - G6PD é essencial, pois é única responsável por essa proteção. E como é a deficiência de G6PD? Como a própria expressão sugere, trata-se da carência dessa enzima. Quando há essa deficiência, os glóbulos vermelhos ficam “desprotegidos” e, consequentemente, tornam-se suscetíveis à oxidação, podendo levar a uma hemólise - levando ao desenvolvimento de anemia. Quais são os sintomas e como a doença é detectada? “A icterícia (caracterizada por olhos, pele e mucosas amarelados) que demora mais para passar, diferenciando-se da icterícia neonatal, além de palidez e urina escura, são sintomas que podem indicar a existência do problema”. O diagnóstico pode ser feitologo após o nascimento, por meio do teste do pezinho ampliado (que não está disponível na rede pública de saúde) ou ao longo da vida, através da dosagem de G6PD. “A gravidade da doença será proporcional à deficiência da enzima” LABORATORIAL Se houver um grau de anemia, é importante que ele seja verificado periodicamente por meio de um hemograma. Além disso, é preciso avaliar a hemólise com marcadores simples LDH (lactato desidrogenase), bilirrubina total e frações, além de ficar sempre atento às possíveis infecções, que devem ser diagnosticadas e tratadas o quanto antes. TRATAMENTO Não há um tratamento específico ou cura para a doença. A baixa quantidade da enzima G6PD irá acompanhar seu portador por toda a vida. Evitar as drogas oxidantes, infecções e alimentos como fava e corantes, por exemplo. Também é importante manter o calendário de vacinas em dia, comunicar os médicos sobre a deficiência e portar uma lista com a relação de remédios que não devem ser administrados, como paracetamol e dipirona. ANEMIA DE FANCONI A anemia de Fanconi, é uma doença genética e hereditária, que é rara. • e se apresenta na criança • com o surgimento de mal formações congênitas, observadas no nascimento, • falência progressiva da medula óssea • predisposição ao câncer • alterações geralmente notadas entre 3 e 12 anos de idade. Apesar de poder apresentar diversos sinais e sintomas, como alterações nos ossos, manchas na pele, comprometimento renal, baixa estatura e maiores chances de desenvolvimento de tumores e leucemia, esta doença é chamada de anemia, pois a sua principal manifestação é a diminuição da produção das células sanguíneas pela medula óssea. SINTOMAS Alguns dos sinais e sintomas da anemia de Fanconi incluem: Anemia, plaquetas baixas e menor quantidade de glóbulos brancos, que aumentam o risco de fraqueza, tontura, palidez, manchas arroxeadas, sangramentos e infecções repetidas; Deformidades nos ossos, como ausência de polegar, polegar menor ou o encurtamento do braço, o rosto afinado com boca pequena, olhos pequenos e queixo pequeno; Baixa estatura, já que as crianças nascem com baixo peso e estatura abaixo do esperado para idade; Manchas na pele de cor café-com-leite; Aumento do risco para desenvolver câncer, como leucemias, mielodisplasias, câncer de pele, câncer de cabeça e pescoço e das regiões genitais e urológicas; Alterações na visão e na audição. DIAGNÓSTICO Observação da clínica e dos sintomas da doença. A realização de exames: • Hemograma • exames de imagem como ressonância magnética • Ecografia • raio-x dos ossos • podem ser úteis para identificar os problemas e deformidades associados à doença. A confirmação do diagnóstico é feita, principalmente, por um exame genético denominado Teste de Fragilidade Cromossômica, que é responsável por detectar quebras ou mutações do DNA nas células do sangue. TRATAMENTO Para tratar a Anemia de Fanconi, é necessário acompanhamento com hematologista, que orienta transfusões de sangue ou transplante de medula óssea. Também é muito importante o rastreio e precauções para evitar ou detectar precocemente o surgimento de câncer. ANEMIA POR PERDA DE SANGUE Hemorragia excessiva por acidentes, cirurgia, parto Sangramento crônico por sangramentos causados em casos de úlcera, câncer intestinal, ciclo menstrual excessivo, sangramento nasal recorrente (epistaxes), sangramento por hemorróidas Traumas – anemia devido a lise de hemácias Queimaduras - O paciente portador de queimaduras sofre uma grande perda de fluidos, pela desidratação. Poderá haver anemia, decorrente da lesão ou destruição dos eritrócitos. Infecções (anemias hemolíticas) Bacterianas: septicemia; Protozoários: Malária; Virais: Citomegalovírus;
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