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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE CAFELÂNDIA – SP R. H. de M., brasileiro, menor impúbere, portador do RG nº (número) e inscrito no CPF nº (número), neste ato representado por sua genitora C.R da S.M, brasileira, solteira, desempregada, portadora do RG nº (número) e do CPF nº (número), endereço eletrônico (email), residente e domiciliada à Rua (endereço completo), por seu advogado que a esta subscreve (mandato incluso), com escritório à rua (endereço completo), endereço eletrônico (email), onde recebe intimações, vem a presença de Vossa Excelência propor a presente AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM ALIMENTOS em face de C. F., brasileiro, solteiro, ajudante de pedreiro, portador do RG nº (número) e do CPF nº (número), residente e domiciliado à Rua (endereço completo), na cidade de Lins-SP, pelos motivos de fato e de direito que a seguir expõe: I-DOS FATOS A representante do autor manteve relacionamento amoroso estável com o réu C. F., que incluía relações sexuais, durante o período de meados do ano de 2016 até final de 2.017. Do relacionamento, resultou em gravidez e nascimento do autor em 20 de janeiro de 2018. Após o nascimento do autor, a sua genitora procurou o réu para que esse assumisse a paternidade em face do menor, contudo este se recusou a fazê-lo formalmente, de forma espontânea. A necessidades da criança na idade do autor são muitas e notórias, e englobam entre outras, alimentação, vestuário, moradia, educação, assistência médica e lazer. O réu exerce atividade de ajudante de pedreiro, auferindo boa renda mensal, valor, no entanto, que não tem a genitora do autor condições de especificar o seu montante. Por outro lado, a mãe do autor está desempregada, vivendo de ajudas de parentes. Considerando que o réu não reconheceu espontaneamente a paternidade, não resta outra alternativa, senão procurar a guarida do poder judiciário, visando além do reconhecimento, o pagamento de alimentos necessários à sobrevivência do autor. II – DO DIREITO a) Do direito ao reconhecimento da paternidade Nos termos do artigo 27 do ECA – Lei 8.069/90 – “O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça”. Ainda segundo o artigo 1.606 do CC a declaração de paternidade decorrente de sentença tem os mesmos efeitos do reconhecimento da paternidade. No caso em apreço, há provas suficientes de que o autor é filho do requerido, já que por ocasião de seu nascimento sua genitora e o suposto pai, o réu, mantinham relacionamento amoroso há mais de um ano, de meados de 2016 até final de 2017. Além disso, a genitora assegura que mantinha relacionamento sexual exclusivamente com o réu. O Autor tem direito ao reconhecimento do vínculo de paternidade. O Código Civil é pródigo em previsões a respeito, merecendo destaque o art. 1.607 (O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente). Também o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei n° 8.069/1990) expressa em seus arts. 26 e 27 a extensão de tão importante direito de personalidade. No que tange à prova da paternidade, merece destaque a norma do art. 1.605 do Código Civil, segundo o qual “na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito: I – quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente; II – quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos”. Na hipótese dos autos, o dispositivo pode ser bem aplicado, já que à época da concepção e até após o nascimento do Autor, o Réu e a genitora da criança mantiveram relacionamento estável e exclusivo. Merece ainda destaque o fato de que o Réu se comportou sociologicamente como pai do Autor pelo período de um ano, apenas deixando de fazê-lo por desentendimentos com a genitora do menor. O Autor, porém, não pode ser prejudicado em seu vínculo de filiação pelos problemas do casal, razão pela qual, para sua proteção, faz-se necessário o reconhecimento oficial de sua paternidade. Nos termos do artigo 2º da Lei 5.478/68, o credor exporá suas necessidades provando apenas o parentesco e a obrigação alimentar do devedor e indicando. b) Da necessidade alimentar do alimentando e da possibilidade do réu Em relação à condição financeira do réu, segundo informações de testemunhas que serão oportunamente arroladas, o suposto pai exerce atividade de ajudante de pedreiro, auferindo boa renda mensal, valor, no entanto, que não tem a genitora condições de especificar o seu montante. De seu turno, a genitora do autor está desempregada, vivendo de ajudas de parentes para as despesas suas e da criança. No momento, todas as despesas estão sendo bancadas por seus familiares, que também passam por dificuldades financeiras. O autor apresenta as naturais necessidades de uma criança de sua idade: alimentação, vestuário, saúde, moradia, educação, assistência médica e odontológica, e lazer. Assim segundo o artigo 1.694 do CC, devidamente demonstrado o binômio necessidade e possibilidade, sendo possível a condenação do réu - uma vez que reconhecida a paternidade - ao pagamento de alimentos na base de 1/3 de seus rendimentos líquidos, incluindo-se 13º salário, férias, horas extras e verbas rescisórias, quando empregado; e ½ (meio) salário mínimo quando desempregado ou trabalhando sem vínculo; em qualquer dos casos, a pensão será devida a partir da citação, conforme o entendimento do STJ na Súmula 277. III- DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Ante o exposto, considerando que a pretensão da autora encontra arrimo nas disposições do §6º, ARTIGO 227 DA Constituição Federal, no artigo 1.606 do CC e na Lei nº 5.478/68-Lei de Alimentos, REQUER: a) Os benefícios da justiça gratuita, uma vez que se declara pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração anexa; b) Intimação do representante do Ministério público para intervir no feito; c) A citação do réu para que, querendo, ofereçam resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia; d) Seja declarada a paternidade do réu em face do autor, que deverá passar a se chamar “R.H. de M. F.”, expedindo-se o competente mandado de averbação para o cartório de registro civil, fixando-se, ademais, a guarda do menor para a mãe e disciplinando o direito de visita do genitor em finais de semanas alternados; e) Seja o réu condenado a pagar pensão alimentícia para seu filho, no valor de 1/3 (um terço dos seus rendimentos líquidos, incluindo-se 13º salário, férias, horas extras e verbas rescisórias, quando empregado com vínculo, e ½ (meio) salário mínimo quando desempregado ou trabalhando sem vínculo. Em qualquer dos casos, a pensão será devida a partir da citação. Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos), perícia médica (DNA) e social, oitiva de testemunhas e depoimentos pessoal do réu. Nos termos do artigo 319, VII, do CPC, a requerente registra que não se opõe a designação de audiência de conciliação. Dá-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Termos em que Pede deferimento. Cafelândia, (data). Advogado OAB-UF
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