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Seção 4 Direito Civil

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE APUCARANA –PR
Sr. Margarida, Trabalhadora Rural, portadora da carteira de Identidade/RG de nº 000-000 e inscrita no CPF/MF de nº 000.000.000-00 residente no Munícipio de Apucarana –PR, por seu advogado devidamente constituído pelo instrumento de mandato anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a seguinte:
 Ação de Alimentos Gravídicos
 contra Francisco, trabalhador rural, portador da Carteira de Identidade/RG de  nº 0000-000 inscrito no CPF/MF de nº 000.000.000-00, residente na cidade de Londrina - PR, pelos motivos que passa a expor:
I. DOS FATOS
A autora que manteve um relacionamento amoroso como réu, a sra. Margarida, alegou que há algum tempo passou a trabalhar no plantio de milho na propriedade de réu. E pouco tempo depois de sua chegada, passou a ter relações sexuais com ele, mesmo sabendo do casamento deste com terceira. Como a autora morava em local distante da propriedade, o requerido, rico empresário rural, a convidou para morarem uma casa dentro de sua propriedade, com a intenção de facilitar os encontros, o que foi aceito pela autora. Após alguns meses, ela engravidou. Porém, o réu recusou-se a reconhecer o filho, e esbravejou, alegando que se tratava de uma relação extraconjugal. Ato contínuo, o réu terminou a relação entre eles e pediu que a autora desocupasse imediatamente a casa. 
Então, a autora desesperou-se, pois não possuía condições financeiras para custear todas as despesas da gestação, a qual, conforme atestado por seu médico, era de risco, razão pela qual não poderia sequer exercer o seu trabalho. Sua família, que morava no estado de Santa Catarina, era muito humilde, não podendo lhe ajudar financeiramente. Ademais, Margarida também não podia retornar à casa de seus pais, porque seu pai, muito tradicional e de modos rudes, não aceitou em casa uma filha solteira grávida.
Por estar grávida, a Requerente não encontra emprego, o que vem dificultando sua vida para suprir as necessidades e compromissos advindos ou não da gestação.
Além das despesas naturais do dia a dia (água, luz, alimentação, moradia, transporte, vestuário, medicamentos), a Requerente necessita com urgência preparar o enxoval da criança que está por chegar (berço, fraldas, banheira, lenços, roupas, remédios etc.), assim como pagar pelos procedimentos do parto.
O Requerido foi procurado diversas vezes pela Requerente, contudo, o mesmo se nega a prestar qualquer apoio antes de o nascimento da criança.
Diante dos fatos e da impossibilidade da resolução deste caso sem intervenção judicial, não resta a Requerente outra alternativa senão a propositura da presente ação.
II. DOS DIREITOS
Tomando como base os artigos da Lei 11.804/08, a Requerente encontra amparo onde diz:
Art. 1º Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido.
Art. 2º Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.
Conforme dispositivo acima mencionado, para a concessão dos alimentos gravídicos basta o indício de paternidade, o que é evidenciado pelo longo período de relacionamento entre o casal, devendo a cognição ser sumária, haja vista ser impossível, no momento da propositura da demanda a aferição da paternidade. Assim posiciona, acertadamente, a jurisprudência, como demonstrado na emenda abaixo colacionada:
1. O requisito exigido para a concessão dos alimentos gravídicos, qual seja, “indícios de paternidade”, nos termos do art. 6º da Lei nº 11.804/08, deve ser examinado, em sede de cognição sumária, sem muito rigorismo, tendo em vista a dificuldade na comprovação do alegado vinculo parentesco já no momento do ajuizamento da ação, sob pena de não se atender à finalidade da lei, que é proporcionar ao nascituro seu sadio desenvolvimento.
2. No caso, considerando a carteira de gestante, as fotografias e especialmente as declarações de que as mantiveram relacionamento amoroso no ano de XXXX, em período concomitante à concepção, há plausibilidade na indicação de paternidade realizada pela agravante, restando autorizado o deferimento dos alimentos gravídicos em 30% do salário mínimo. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento N° 70065086043, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 20/08/2015) (grifamos).
Parágrafo único.  Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.
É evidente que a gestação foi concebida durante a união das partes, competindo ao réu ajudar na manutenção dos gastos com a criança desde a concepção. Neste sentindo, o art. 6º, da Lei 11.804/2008:
Art. 6º. Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.
Com efeito, preceitua a Lei.
Assim, sendo, requer a concessão do valor de R$ 600,00 (seiscentos reais), que equivalem 20% da remuneração do réu.
III. DOS PEDIDOS E DOS REQUERIMENTOS
 Por fim, mediante aos fatos aqui expostos, requer-se:
a) A requerente alega não possuir condições financeiras para arcar às custas processuais e honorários advocatícios presente ação, sem que acarrete prejuízo ao seu sustento e de sua família. Nestas seguintes razões, reivindica, os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015, art. 98 e seguintes.
b) a intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito;
c) a fixação, in limine litis, dos alimentos provisórios no valor de R$ 600,00 reais, equivalente a 20% dos ganhos do réu, com ou sem audiência de justificação (oitiva das testemunhas arroladas), intimando-se o Requerido com urgência para que efetue o pagamento diretamente à Requerente, mediante recibo;
d) Confirmação, ao final, da tutela requerida;
e) Seja, ao final, o Requerido condenado a pagar pensão alimentícia mensal à Requerente no valor R$ 600,00 (VALOR) de seus rendimentos líquidos, incluindo-se férias, 13º salário, horas extras e verbas rescisórias, excluindo-se apenas o FGTS, quando empregado.
f) Citação do réu para que compareça em audiência de conciliação, instrução e julgamento, a ser designado por este douto Juízo, onde, se quiserem, poderão oferecer resposta, sob pena de sujeitarem-se aos efeitos da revelia.
g) Provará o alegado por todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos), oitiva de testemunhas (rol anexo), estudo social, perícia técnica de DNA e depoimento pessoal do Requerido.
h) Expedição de ofício ao Banco do Brasil afim de que seja aberta conta específica para o depósito da pensão mensal.
Atribui-se à causa o valor R$ 7.200,00, para fins de alçada, nos moldes do art. 292, III do NCPC/2015.
Nestes Termos. Pede e espera Deferimento.
Cidade, xx de maio de 2020.
(Assinado Digitalmente)
OAB 000.000

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