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Análise Granulométrica Operações Unitárias Roney Peneiramento Introdução O peneiramento é um método de separação de partículas de acordo com o tamanho. Os finos “undersize” passam através das aberturas da peneira e o retido “oversize” ficam retidos na superfície peneirante. Também podemos definir como um processo de classificação de um material granular pelo tamanho de partículas em duas ou mais frações. Uma única peneira pode separar uma alimentação de partículas em duas frações. O material que é processado em uma série de telas de aberturas (malhas) diferentes é separado em frações de tamanho. Peneiramento A base de representação da distribuição de tamanho de partícula é a massa de partícula, mais especificamente pela fração mássica, na qual a distribuição de tamanho de partícula é associada à fração mássica dentro de cada intervalo de tamanho. Peneiramento As peneiras industriais são confeccionadas com tecidos metálicos (confeccionadas com fios), seda ou plásticos, barras de metais; chapas perfuradas, com a maior abertura na parte inferior. Entre os metais o aço inoxidável, o mais comum. Geralmente, as maiores aberturas correspondem a 4 polegadas e peneiras com aberturas inferiores a 150 malhas (0,104 mm) não são muito utilizadas, pois para partículas finas existem outros métodos de separação mais econômicos (câmaras de poeira, ciclones, filtros de tecido). Peneiramento No processamento de alimentos sólidos e em outros processos industriais é frequente a necessidade de se separar materiais com respeito ao seu tamanho. As técnicas de separação são baseadas nas diferenças físicas entre as partículas como tamanho, forma ou densidade. Em muitos processos os pós sólidos obtidos, raramente possuem um único tamanho, que estão distribuídos em torno de um tamanho médio. O peneiramento é um método de separação de partículas que leva em consideração apenas o tamanho. No peneiramento industrial, os sólidos são colocados sobre uma superfície com um determinado tamanho de abertura. As partículas menores, ou finas, passam através das aberturas da peneira; as partículas maiores são retidas. A necessidade de separar sólidos está associada a duas finalidades: 1 – Dividir o sólido granular em frações homogêneas; 2 – Obter frações com partículas de mesmo tamanho. No entanto é difícil se conseguir os dois objetivos simultaneamente. Peneiramento Na técnica de peneiramento faz-se passar uma quantidade de material através de uma série de peneiras, pesando-se o material retido em cada peneira. Ao alimentar a amostra na primeira peneira uma certa quantidade da amostra poderá ficar retida, enquanto boa parte atravessa e se deposita na segunda peneira a qual, por sua vez, poderá reter uma quantidade do material remanescente oriundo da primeira peneira, enquanto uma outra parte atravessará para alimentar a terceira peneira e assim por diante. Trata-se de um processo do tipo passa/não passa, e as barreiras são constituídas pelos fios da malha. Peneiramento Peneiramento De acordo com a International Standart Organization, tem se padronização de tipos de sólidos segundo o sistema TYLER (Sendo o sistema que classifica o material conforme a abertura da peneira). Análise granulométrica- Peneiras Princípios do Peneiramento Industrial No peneiramento industrial dois processos básicos devem ocorrer: • Estratificação: A vibração causa nas peneiras um rearranjo: as partículas menores se posicionam junto à tela e as maiores a parte superior do estrato. •Probabilidade de separação: É o processo das partículas apresentarem-se às aberturas, sendo rejeitadas se forem maiores que a abertura ou passarem se forem menores: Para as peneiras 10 e 14, o diâmetro médio das partículas que passaram pela peneira de 10 malhas e que ficaram retidas na de 14 malhas é: As partículas de tamanhos diferentes (diâmetro d), em relação à abertura da tela (a) apresentam comportamento distintos. Quando: • d > 1,5 a: as partículas maiores que 1,5 vez a abertura da tela escorrem sobre a tela e são encaminhadas para o oversize. Não acarretam problemas para o peneiramento, exceto problemas operacionais, se sua quantidade é grande. Deformação da tela. .1,5 a> d > a • As partículas entre uma vez e meia a malha a malha e a malha também vão para o oversize. A diferença em relação à classe anterior é que, como têm tamanho próximo ao da malha, fazem várias tentativas para passar e podem acabar presas em alguma abertura, não saindo mais de lá. Pode haver perda substancial de capacidade de peneiramento. a> d > 0,5a • Partículas menores que a abertura da tela e maiores que metade dela. As partículas entra se cair numa posição conveniente. Estas partículas só atravessam a tela quando caem sobre a malha em tal situação. d<0,5 • Partículas menores que a metade da abertura da malha atravessam na com facilidade e não interferem com o peneiramento. d< <0,5 • Partículas muito finas (poeiras e lamas) deveriam ter um comportamento idêntico ao da classe anterior. Muitas delas passam direto. Por causa da sua elevada área de superfície , outras tantas aderem às partículas maiores e as acompanham. Alguns cuidados nos processos de peneiramento. • As peneiras podem operar a seco (sólidos com pouca umidade) ou a úmido. Materiais pouco úmidos ou muito aderentes devem ser peneirados a úmido para evitar o entupimento da peneira; a água lava continuamente a peneira evitando a deposição dos finos sobre os fios da peneira. • A agitação também ajuda a prevenir o entupimento. Uma agitação muito vigorosa pode provocar a moagem do material, erosão excessiva das peneiras e baixa eficiência, além de agravar o problema do pó. • Para facilitar a operação, as peneiras são inclinadas, mas uma inclinação grande prejudica a separação, pois o escoamento do pó poderá ser tão rápido que impossibilitará a chegada de muitas partículas finas até a malhas das peneiras; a inclinação insuficiente pode reduzir a capacidade. Baixas eficiências e dificuldades encontradas nesta operação estão relacionados: 1 – A coesão entre as partículas tende a reter fino no material grosso. A coesão aumenta com a umidade do material; quando a operação é feita com o sólido seco, este efeito é pouco importante. 2 – Durante o peneiramento, os fios das malhas afastam-se uns dos outros. Assim, umas aberturas ficam menores e outras aumentam, dificultando a previsão teórica da abertura da peneira para obter o Dc necessário. 3 – A aderência das partículas à tela também é uma dificuldade que não pode ser antecipada teoricamente. Partículas mais finas que a abertura da peneira ficam retidas porque, à medida que a operação ocorre, as malhas das telas vão ficando menores, chegando até a entupir. Esta é uma das causas da presença de finos no material grosso. A aderência também depende da umidade do material, variando ainda com a forma e as características das partículas. A- Peneiras Estacionárias: São as mais simples, robustas e econômicas das peneiras, e servem para sólidos grosseiros, à vezes maiores que 5 cm. Operam descontinuamente e entopem com facilidade. Tipos mais comuns: telas inclinadas com 1 a 10 cm de abertura. B – Peneiras Rotativas (“Trommel”): O tipo mais comum é o tambor rotativo, muito utilizado nas pedreiras para classificação dos pedriscos e das pedras 1, 2, 3 e 4 da construção civil. É um cilindro longo, inclinado de 4 a 100 em relação à horizontal e que gira a baixa velocidade em torno do eixo. A superfície lateral do cilindro pode ser uma placa metálica perfurada ou tela, com aberturas de tamanhos progressivamente maiores na direção da saída. Os equipamentos variamde 4 a 10 m de comprimento. A rotação típica é da ordem de 15 rpm. Vantagens: Simplicidade na construção e de operação, baixo custo e durabilidade. Atualmente vem sendo substituída por peneiras vibratórias que tem maior eficiência e capacidade. C – Peneiras Agitadas: A agitação provoca a movimentação das partículas sobre a superfície das peneiras. Embora possam ser horizontais, geralmente são inclinadas para que o material seja transportado ao mesmo tempo em que ocorre o peneiramento. A eficiência é relativamente alta para materiais maiores que 1 cm, mas é baixa para finos. Uma peneira agitada onde duas telas, uma sobre a outra, estão ligadas em uma armação inclinada em um ângulo entre 16° e 30° com a horizontal. A mistura de alimentação é solta na parte superior do ponto mais alto da peneira. Armação e peneiras estão girando em um plano vertical sobre uma linha central horizontal por um excêntrico que está colocado entre o ponto de alimentação e descarga. A taxa de rotação está entre 600 e 1800 rpm. As peneiras são retangulares suficientemente longas. D – Peneiras Vibratórias: Estas peneiras são de alta capacidade e eficiência, principalmente para materiais finos. São as mais frequentes em mineração. São construídas de um chassi robusto apoiado em molas, um mecanismo acionador do movimento vibratório e um, dois ou três suportes para as relas (decks) Existem dois tipos mais comuns: - Estrutura Vibrada: a estrutura é submetida a vibração mecânica por meio de excêntricos ou eixos desbalanceados, ou vibração eletromagnética. As malhas utilizadas na indústria química variam de 2,5 cm a 35 mesh, para peneiramento a seco, indo até bem abaixo de 100 mesh para peneiramento a úmido, chegando a até 225 mesh para alguns casos. - Tela Vibrada: elas possuem eletroímãs que atuam diretamente sobre a tela. Fazem o peneiramento de finos (80 a 100 mesh), não sendo recomendadas para trabalho pesado. Apresentam como desvantagem um desgaste excessivo da tela e ruído (pode ser atenuado utilizando telas emborrachadas ou feitas totalmente de borracha). Variáveis do peneiramento industrial Diversos são os fatores que influem no comportamento das partículas sobre a superfície de peneiramento, e, consequentemente, na eficiência do peneiramento. • A área e a forma da malha; • O tipo de superfície; • Inclinação da superfície; • Umidade do material; • Forma da partícula, natureza física (densidade, dureza, porosidade, abrasividade, cargas elétrica, etc), e a presença de material argiloso. • Porcentagem de partículas de dimensionamento próximas a malha; • Fluxo de alimentação e a espessura da camada de material sobre a superfície; Comparação entre as peneiras reais e ideais. • O objetivo de um peneiramento é separar uma mistura de várias partículas em duas frações, uma denominada peneirado (underflow) e a constituída por maiores partículas (overflow). • Qualquer uma das duas frações pode ser o produto. • Uma peneira ideal deve separar a alimentação, tal que a menor partícula no overflow seja maior do que a maior partícula no underflow. Essa consideração ideal define o diâmetro de corte Dpc que consiste no ponto de separação das duas frações. Eficiência e capacidade de uma peneira Quando se tem uma peneira ideal, o material submetido operação de peneiramento dará exatamente, duas porções A e B com diâmetros inferiores e superiores ao da abertura da peneira. Na prática, parte da porção A é retida com B e parte da porção B passa com A. O desejável seria a separação perfeita das porções A e B. Existe impossibilidade disso, mas procura-se conseguir a situação ideal. Daí surge o conceito de eficiência de uma peneira. Uma peneira é tanto mais eficiente na medida em que se aproxima das condições de operação ideal. A eficiência mede a possibilidade da peneira em separar exatamente os materiais A e B. O funcionamento ideal de uma peneira determina uma operação infinita sem produção de frações. Assim, na medida em que se aproxima da situação ideal ter-se-á diminuída a capacidade de processamento. Capacidade : “A capacidade de uma peneira é a quantidade de produto que poderá ser processada na unidade de tempo”. A peneira terá maior ou menor capacidade na medida em que puder peneirar mais ou menos material. A eficiência e a capacidade das peneiras estão intimamente relacionadas. O aumento da eficiência implica numa perda da capacidade e vice-versa. A eficiência e a capacidade são muito importantes. A primeira está relacionada com o grau de pureza do produto e então com a qualidade e a segunda com a produção, fatores fundamentais para o projeto industrial. Matematicamente a eficiência poderá ser expressa em função do produto e do refugo através de dados obtidas da analise granulométrica. O produto é o material desejado; aquele que se pretende obter. O refugo, como o próprio nome diz o material indesejável, o qual deverá submeter-se a novo tratamento, ou eliminado como resíduo industrial inaproveitável. Numa operação de peneiramento, tanto o material submalha (peneirado), como o material sobremalha (retido) poderá, dependendo dos fins pretendidos, ser considerado o produto ou o refugo.
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