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VIGÊNCIA, APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
· Para P.B.C. uma dada norma jurídica será sempre válida ou inválida, dentro de um sistema de normas "S". Deste modo, norma válida é a que mantém pertinencialidade com o sistema "S", ou seja, que nele foi posta por órgão legitimado a produzi-la, mediante procedimento estabelecido para esse fim.
· Normas jurídicas são inseridas num dado sistema em vista de três objetivos:
introduzir novas regras de conduta para os cidadãos;
modificar as regras existentes
expulsar outras normas
· Para que uma norma possa ser aplicada é necessário que:
· tenha sido validamente editada (que na sua criação tenham sido atendidos os rituais previstos para sua elaboração)
· sejam obedecidos os demais limites formais e materiais que norteiam o processo legislativo.
· Ao Poder Judiciário não cabe participar do processo de criação da lei, mas poderá decretar a invalidade de uma, caso:
· comprovadamente a lei nova ofender preceito material de norma superior
· seja comprovado que no processo de elaboração de referida lei, houve o descumprimento de requisito formal necessário para sua elaboração. 
A validade de uma norma, confunde-se com a sua própria existência, ou seja, ou a norma existe, está no sistema e é, portanto, válida, ou inexiste como norma jurídica.
Deste modo, para Luciano Amaro "Lei vigente, ou lei em vigor, é aquela que é suscetível de aplicação, desde que se façam presentes os fatos que correspondam à sua hipótese de incidência. Essa possibilidade de aplicação supõe que a norma tenha sido validamente editada, isto é, tenha atendido ao ritual previsto para sua elaboração."
· Ora, se vigência diz respeito a possibilidade da lei ser aplicada, eficácia é a aplicação concreta da lei.
· Não é necessário que a norma produza efetivamente os efeitos que lhe são peculiares, pois os mesmos poderão estar latentes, não desencadeando as conseqüências jurídicas adequadas.
vigência não se confunde com eficácia, pois uma norma pode estar em vigor e não ser eficaz.
· Em geral existem quatro momentos para a elaboração de uma lei:
· propositura por um dos órgãos legitimados (fase de iniciativa);
· discussão e votação no parlamento (deliberação parlamentar);
· manifestação de concordância (sanção) ou discordância (veto) pelo Chefe do Executivo (deliberação executiva)
· no caso de veto, a deliberação e rejeição do mesmo (veto) pelo parlamento.
· Ainda que tais momentos ocorram, ainda faltam alguns acontecimentos para que a lei possa ser aplicada em casos concretos, inaugurando-se então uma nova fase do processo legislativo, denominada de “complementar”. Em tal fase “complementar” o Chefe do Executivo promulga a Lei, atestando sua existência e sua inovação na ordem jurídica, determinando ainda sua publicação.
· Somente através da publicação da Lei é que a mesma será de observância obrigatória à todos seus destinatários, ou seja, será a partir de sua publicação que a Lei estará em vigor.
Se todos estes “momentos” (ou fases) foram observados, presume-se que a Lei seja válida, presunção esta que pode ser afastada através do controle de constitucionalidade.
· Leis de pequena repercussão, ou de grande urgência, via de regra tem sua vigência geralmente verificada em prazo próximo à sua publicação. Por outro lado, leis não urgentes, ou de maior repercussão possuirão um prazo mais dilatado entre sua publicação e efetiva vigência, o que se denomina de vacatio legis.
A Constituição Federal, definindo o princípio da anterioridade, proíbe os entes federados cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou .
É fácil perceber que a regra não proíbe a vigência da lei que institui ou majora tributo no mesmo exercício de sua publicação, mas tão somente adia para exercício subseqüente a produção de efeitos dessa norma, ou seja, adia sua eficácia.
Não se trata, aqui, de vacatio legis, pois nesse caso o descolamento ocorre entre vigência e eficácia e não entre publicação e vigência.
· Lei vigente é a lei que terminou seu ciclo de produção, foi publicada, existe juridicamente, e já atingiu o termo porventura determinado pelo legislador para possuir força de atingir seus objetivos finais, apesar de ser possível a existência de algum outro requisito para a efetiva produção de efeitos. Para estar vigente, também é necessário que a lei não tenha sido revogada.
· Lei eficaz é a lei que está completamente apta a gerar imediatamente os efeitos jurídicos pretendidos pelo legislador. Para ser considerada eficaz, é necessário também que a lei não tenha sido declarada inconstitucional pelo STF em sede de controle concentrado, ou suspensa pelo Senado Federal, após declaração de inconstitucionalidade pelo STF em sede de controle difuso.”
A VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA NO C.T.N
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA NO ESPAÇO: As normas jurídicas editadas por um Estado são vigentes para colher os fatos que aconteçam dentro de seus limites geográficos, o mesmo ocorrendo com os Municípios e com a União. Explica a doutrina:
 Cada ente federado possui um território claramente demarcado. As normas expedidas por um ente só têm vigência dentro do seu respectivo território, não sendo aplicáveis aos fatos ocorridos nos territórios dos demais entes. Assim, as normas expedidas pela União têm vigência e aplicação em todo o território nacional. As normas expedidas pelo Estado do Espírito Santo têm vigência e aplicação tão-somente nesse Estado, não sendo aplicáveis, por exemplo, no Estado de Minas Gerais. Já as normas editadas pelo Município de Ilhéus-BA têm vigência e aplicação dento do território de Ilhéus, não incidindo sobre fatos ocorridos no território de Itabuna-BA
· Como exceção a regra estabelece o art. 102 do C.T.N.: “Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.” 
· O C.T.N. prevê no art. 102, duas hipóteses de vigência extraterritorial da legislação tributária:
· extraterritorialidade prevista em convênio de cooperação: é admitida nos limites em que reconhecida nos convênios de que participem os Municípios, os Estados e o Distrito Federal.
Nesse caso, para que uma norma editada por um determinado ente federado tenha vigência no território de outro, é necessária a expressa aquiescência deste, manifestada mediante convênio. Em outras palavras, preservada a autonomia para adesão ou retirada do pacto, a autonomia dos entes conveniados é totalmente garantida.
Ex: um convênio firmado entre Municípios integrantes da região metropolitana de São Paulo prevendo a fiscalização conjunta do ISS devido pelos prestadores de serviços a cada um desses municípios.
· extraterritorialidade prevista em norma geral nacional: é admita nos limites do que disponham o próprio Código ou outras normas gerais expedidas pela União.
 Assim, como as normas geais em matéria tributária devem necessariamente estar disciplinadas em lei complementar nacional elaborada pela União (art. 146, III da C.F.) tem-se a esdrúxula autorização para que o Congresso Nacional, atuando como parlamento da Federação, estipule casos em que a norma expedida por um ente federado terá vigência também no território de outros.
As leis que estipulem tais casos devem se ater a situações em que a extraterritorialidade se imponha como única solução viável para determinado problema, sob pena de inconstitucionalidade, por agressão ao pacto federativo, que tem como sustentáculo a autonomia – inclusive legislativa – dos entes que compõem a federação.
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA NO TEMPO: Após a publicação da lei, ocorre sua vigência, o que pode ocorrer de imediato ou após um lapso temporal previsto no próprio texto legal (vacatio legis).
· O art. 8º da Lei Complementar sob nº. 95/1998 estabelece que a data de vigência da lei deveser indicada de forma expressa no próprio texto legal.
· Na ausência de indicação da vigência por parte da lei, deve ser utilizado o disposto no art. 1º da Lei de Introdução ao Código Civil (LICC):
“Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada.
· As regras de vigência da legislação tributária no tempo com relação as normas complementares previstas no art. 100 do C.T.N. (que são os atos normativos, as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa e os convênios) são diferenciadas com base na regra da especialidade, conforme estabelecido no art. 103 do C.T.N. Em resumo:
· os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas (Portarias, Instruções Normativas, Atos Declaratórios Normativos) entram em vigor, salvo disposição em contrário, na data de sua publicação.
· as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribuir eficácia normativa, entram em vigor, salvo disposição em contrário, 30 dias após a data da sua publicação.
· os convênios que entre si celebrarem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, entrarão em vigor, salvo disposição em contrário, na data neles prevista.
· O art. 104 do CTN e o princípio da anterioridade: o princípio da anterioridade impede que se cobrem tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu os aumentou. Trata-se de uma regra relativa à “produção de efeitos”:
“Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
I – que instituem ou majorem tais impostos;
II – que definem novas hipóteses de incidência;
III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte.
APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA:
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes.
· Regra impossibilidade de aplicação da legislação tributária para o passado.
	Aplicação da legislação tributária
	Fatos geradores não consumados
	Imediata
	
	Fatos geradores pendentes
	Imediata
	
	Fatos geradores consumados
	Não se aplica
· Exceções ao princípio da irretroatividade: Observe-se que referido princípio constitucional não se aplica a TODA lei tributária, mas tão somente a lei tributária que INSTITUIR ou AUMENTAR tributos. Ora, se uma lei tributária não instituir um novo tributo, nem aumentar um já existente não precisará obedecer referido princípio.
· lei expressamente interpretativa “Quando o dispositivo interpretado faz parte da própria lei que o interpreta, não se configura a retroatividade, pois tanto o dispositivo quanto a sua interpretação constam da mesma lei, com vigência em data única. Ex: estão sujeitos ao IPTU os imóveis localizados na zona urbana do Município, e o parágrafo único do mesmo dispositivo, que esclarece o que deve ser considerado como zona urbana para efeito de incidência do imposto (norma expressamente interpretativa).
· lei mais benéfica acerca de infrações e penalidades A lei tributária mais benéfica retroage, porém, não alcança os atos definitivamente julgados (vide inciso II do art. 106 do C.T.N.).
A INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
· Interpretar a norma jurídica consiste em identificar o seu sentido e alcance, sendo a hermenêutica a ciência da interpretação, sendo necessária a interpretação para que se possa aplicar a lei às situações concretas que nela se subsumam.
· Já a integração é o processo através do qual, diante da omissão ou lacuna da lei, busca-se preencher tal vácuo existente.
Portanto a distinção entre interpretação e integração é que naquela se procura identificar o que determinado preceito legal quer dizer, o que supõe a existência de uma norma, já na segunda, após esgotar-se o trabalho de interpretação sem que se descubra preceito no qual determinado caso deva subsumir-se, utilizam-se os processos de integração, a fim de dar solução à espécie. 
· Quanto aos critérios de interpretação: 
· Método literal: o intérprete toma em consideração a literalidade do texto, cingindo-se à construção gramatical em que se exprime o comando jurídico, procurando colher as inferências declaratórias que são o escopo do labor interpretativo.
· Método histórico-evolutivo: requer investigações das tendências circunstanciais ou das condições subjetivas e objetivas que cercaram a produção da norma, esmiuçando a evolução do substrato de vontade que o legislador depositou no texto da lei. Ou seja, devem ser considerados aspectos políticos, sociais, econômicos e culturais existentes no momento da edição da norma. 
· Método lógico: consiste em diligenciar o intérprete no caminho de desvendar os sentidos das expressões do direito, aplicando o conjunto das regras tradicionais e precisas da lógica formal.
· Método teleológico: tende a acentuar a finalidade da norma, antessupondo o exame da ocasio legis, que teria o condão de indicar a direção finalística do comando legislado. Explica a doutrina de Ricardo Alexandre (ob. cit., pág. 245): “A norma vem ao mundo com determinado intento, determinado propósito. O intérprete deve possuir em mente os objetivos que presidiram a elaboração da norma, para atribuir-lhe o sentido que mais se coadune com tais desígnios, de forma a concretizar, no mundo dos fatos, a vontade abstrata da norma.” 
· Método sistemático: o intérprete se volta para o sistema jurídico para observar, detidamente, a regra em cotejo com a multiplicidade dos comandos normativos que dão sentido de existência ao direito positivo. 
A Interpretação quanto a fonte:
· Administrativa: feita pelas autoridades administrativas na aplicação da norma aos casos concretos.
· Doutrinária: feita pelos estudiosos do direito (doutrinadores). Não é de observância obrigatória, porém mostra-se muito importante, servindo de base para as demais fontes interpretativas.
· Jurisprudencial: adotada reiteradamente pelos órgãos judiciários, nos processos que lhe são submetidos. Quando as decisões se reiteram no mesmo sentido, diz-se que se formou jurisprudência.
· Autêntica: emanada do mesmo órgão responsável pela elaboração da norma interpretada. Ex: dispositivos que trazem regras como “para os efeitos do art. 3º desta Lei, considera-se ...”, seguindo uma interpretação legal de um instituto citado no dispositivo referido. Outras vezes, edita-se uma “Lei B” com o objetivo de interpretar disposições da “Lei A”, anteriormente editada.
A Interpretação da Legislação Tributária no C.T.N.: Uma das poucas regras interpretativas prevista no C.T.N. é encontrada em seu artigo 111 que estabelece:
“Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.”
· Nestes casos, requer o C.T.N. que determinadas normas sejam interpretadas, sem a possibilidade de ampliações. Deve ser percebido que os casos previstos nos incisos do artigo 111 tratam-se de exceções ao fenômeno da tributação.
A interpretação benigna em matéria de infrações: Estabelece o artigo 112 do C.T.N.:
“Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comine penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.”
	A aplicação de referido comando legal cinge-se à lei que define infrações ou comina penalidades, não se aplicando a toda lei tributária. Ainda deve ser lembrado que referido comando legal só deve ser utilizado em casos de dúvida.
A INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA É razoável que eventualmente existam lacunas quanto a fatos que podem acontecerno mundo, ou seja, situações não disciplinadas por lei, mas que precisam de uma solução a ser dada pelo direito. Em relação a integração, o art. 108 elenca quatro itens que deverão ser aplicados pela autoridade competente, na ausência de disposição expressa da lei interpretada:
· A sequência legal é taxativa e hierarquizada a fim de solucionar os eventuais problemas de omissão da legislação tributária 
 “Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º. O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º. O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.”
· a analogia: o expediente de que se serve o aplicador da lei, ao acolher em norma que incide em caso semelhante a disciplina jurídica que o sistema positivo não mencionou expressamente. Seu fundamento de aplicação é a isonomia, pois a casos semelhantes devem-se aplicar soluções análogas.
· princípios gerais de direito tributário: são os princípios que, explícita ou implicitamente, se irradiam pelo subsistema das normas tributárias, penetrando-as e ativando-as em certa direção. São exemplos: da legalidade, anterioridade, isonomia, territorialidade, irretroatividade, etc...
· princípios gerais de direito público: são máximas que se alojam na Constituição ou que se despregam das regras do ordenamento jurídico positivo, derramando-se por todo ele. São alguns deles: da Federação, da República, da igualdade, da legalidade, etc...
· eqüidade: art. 108, § 2º, quando o ser humano, posto na contigência de aplicar o direito, sopesa refletidamente seus valores e os da sociedade em que vive, observa os fatos sociais e examina-lhes as proporções na sua grandeza real, abrandando os rigores da lei e imprimindo-lhe ares de maior suavidade e dimensão humanitária. Está intimamente ligada com a justiça.
A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
1. Sabe-se que a relação entre o Estado e as pessoas sujeitas à tributação é uma relação jurídica, o que confere ao Direito Tributário sua natureza obrigacional.
1. Deste modo, tem-se que a relação tributária, surge da ocorrência de um fato previsto em uma norma como capaz de produzir esse efeito. A lei descreve um fato e atribui a este o efeito de criar uma relação entre alguém e o Estado.
1. Ocorrido o fato, que em Direito Tributário denomina-se fato gerador, nasce à relação tributária, que compreende o dever de alguém (sujeito passivo da obrigação tributária) e o direito do Estado (sujeito ativo da obrigação tributária). O Direito e o Dever são efeitos da incidência da norma.
A obrigação tributária pode ser principal ou acessória:
1. Principal – é de natureza patrimonial, sendo sempre representada numa quantia em dinheiro. (obrigação de dar) tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária
1. Na obrigação dita principal, a prestação é a entrega de dinheiro ao Estado
1. Acessória – decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização, é sempre não patrimonial. (corresponderia a obrigação de fazer).
1. as prestações positivas a que alude o Código compreendem um fazer, um não fazer, ou um tolerar, como, por exemplo: a) emitir uma nota fiscal, escriturar um livro, inscrever-se no cadastro de contribuintes (fazer); b) não receber mercadoria desacompanhada da documentação legalmente exigida (não fazer); e, c) admitir o exame de livros e documentos pelo fiscal (tolerar).
Importante ressaltar que, a obrigação acessória não implica para o sujeito ativo (fisco) o direito de exigir um comportamento do sujeito passivo, mas o poder jurídico de criar contra ele um crédito, correspondente à penalidade pecuniária. Ou seja, na verdade o inadimplemento de uma obrigação acessória não a converte em obrigação principal. Ele faz nascer para o fisco o direito de constituir um crédito tributário contra o inadimplente, cujo conteúdo é precisamente a penalidade pecuniária, vale dizer, a multa correspondente.
Todo o conjunto de obrigações acessórias existe para viabilizar o cumprimento das obrigações principais. Um comerciante, ao vende determinada mercadoria isenta de ICMS, é obrigado a emitir nota fiscal. A operação de venda, no caso, não gera a obrigação de pagar o ICMS. Inexiste, portanto, a específica obrigação tributária à qual diretamente esteja ligada a obrigação acessória de emitir a nota fiscal. Não obstante, a emissão da nota fiscal lhe é exigida porque se presta para controlar sua receita, elemento formador da base de cálculo do imposto de renda. Presta-se, ainda, para o controle dos custos ou despesas do adquirente, ou pelo menos para o controle da circulação das mercadorias
Em direito tributário o C.T.N. distinguiu a obrigação do crédito:
1. Obrigação – primeiro momento na relação tributária. Seu conteúdo ainda não é determinado e o seu sujeito passivo ainda não está formalmente identificado. Por isto mesmo a prestação respectiva ainda não é exigível.
1. Crédito – segundo momento na relação de tributação. Ele decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Surge com o lançamento, que confere à relação tributária liquidez e certeza.
1. Deste modo, para fins meramente didáticos, pode-se afirmar que a obrigação tributária corresponde a uma obrigação ilíquida do Direito Civil, enquanto o crédito tributário corresponde a essa mesma obrigação depois de liquidada. O lançamento corresponde ao procedimento de liquidação.
1. Na obrigação tributária existe o dever do sujeito passivo de pagar o tributo, ou a penalidade pecuniária (obrigação principal) ou, ainda, de fazer, de não fazer ou de tolerar tudo aquilo que a legislação tributária estabelece no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Essas prestações, todavia, não são desde logo exigíveis pelo sujeito ativo. Tem este apenas o direito de fazer contra o sujeito passivo um lançamento, criando, assim, um crédito. O crédito, este sim, é exigível. 
"a relação jurídica em virtude da qual o particular (sujeito passivo) tem o dever de prestar dinheiro ao Estado (sujeito ativo), ou de fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos, e o Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito."
"na obrigação tributária a autoridade fiscal não pode dispor do direito, que não é dela, mas sim do Estado, e do qual ela é mera administradora, jungida ao rigoroso cumprimento da lei." 
1. Porém, isto não impede que o sujeito passivo possa ser dispensado por lei do cumprimento da obrigação. O que é impossível, é a renúncia ao crédito por ato infundado e sem respaldo legal, efetivado pela simples "vontade" do agente público.
1. A natureza ex lege da obrigação tributária advém do fato de que o nascimento da mesma independe da manifestação de vontade do sujeito passivo, e, até mesmo de seu conhecimento. A compulsoriedade faz com que a mesma seja devida, sem que se questione sobre a vontade de pagar por parte do sujeito passivo. Deste modo, é pacífico o entendimento de que a obrigação tributária é legal por excelência. Decorre diretamente da lei.
1. A lei cria o tributo e descreve a hipótese em que o mesmo é devido. Basta que essa hipótese aconteça, tornando-se concreta, para que surja a obrigação tributária, sendo absolutamente irrelevante a vontade das pessoas envolvidas.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO:
	
"Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta."
1. Para o C.T.N.: o crédito nasce depois do surgimento da obrigação tributária.
1. Para a doutrina: o crédito nasce junto com a obrigação tributária.
Afirma Eduardo Marcial Ferreira Jardim: "Por conseguinte, ao contrário do quanto apregoa o Código, o crédito tributário é imanente à obrigação e, por isso, com ela nasce, subsistee se extingue. Simultaneamente, é lógico; nem antes nem depois."
1. Temos que o crédito tributário é vinculado ao direito subjetivo de exigência da prestação pecuniária por parte do sujeito ativo. Utilizando a descrição simbólica da obrigação tributária:
Sujeito ativo Sujeito passivo
 crédito débito
O NASCIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
1. Fato Gerador – circunstância da vida - representada por um fato, ato ou situação jurídica - que, definida em lei, dá nascimento à obrigação tributária. O art. 114 do C.T.N. oferece sua definição legal:
"Art. 114. O fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência."
1. Deste modo, o fato gerador da obrigação tributária pode ser qualquer fato jurídico ou situação jurídica. Exemplos:
1. Fato jurídico a morte do de cujus é um fato jurídico previsto no direito civil que se transforma em fato gerador tributário, deflagrando a obrigação principal do imposto causa mortis).
1. Situação jurídica a propriedade de um bem imóvel situado na zona urbana do município é uma situação jurídica suficiente para deflagrar periodicamente a obrigação de pagar o IPTU.
1. Para que exista a obrigação tributária é necessário que o fato gerador seja perfeita e exaustivamente definido na lei formal.
1. Cumpre esclarecer que a expressão "fato gerador" designa dois fenômenos distintos, um no plano da e um no plano concreto:
1. no plano da norma: é a definição abstrata da situação necessária ao nascimento da obrigação tributária, com todos os seus elementos, que são o objeto, tais como os sujeitos, o tempo, o espaço e a quantidade. De acordo com o artigo 97 do C.T.N., a norma tributária deve descrever a circunstância da vida apta a deflagrar a obrigação principal, indicar o sujeito passivo e fixar a alíquota e a base de cálculo. Percebe-se a natureza de complexidade do fato gerador, na medida em que não se esgota em único artigo legal. Ex: o fato gerador do imposto de renda, definido em diversas leis federais, é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza (objeto) por pessoa física ou jurídica (sujeito passivo) no território nacional ou estrangeiro (espaço) e incide anualmente (tempo) sobre o montante real, arbitrado ou presumido da renda ou dos proventos (base de cálculo), por certas percentagens.
1. no plano concreto: se todos os elementos do fato descrito na norma abstrata acontecerem na realidade nascerá a obrigação tributária. Ex: Euller (sujeito passivo) auferiu, em Foz do Iguaçu (espaço), durante o ano de 1999 (tempo), rendimentos de salário e de capital (objeto) no valor de R$ 1.500.000,00, sofrerá a incidência do imposto pelo percentual de 27,5% (alíquota) e deverá pagar à Fazenda Federal (sujeito ativo) a quantia de R$... com as deduções e abatimentos autorizados por lei (prestação tributária).
Assim, entende-se que a expressão "hipótese de incidência" designa a descrição genérica em norma e "fato imponível" designa o fato concretamente ocorrido no mundo fenomênico.
Dir-se-á que o fato, sem a lei prévia, nada gera. Mas isso se dá porque o fato, sem a lei, não se qualifica como gerador. A preexistência da lei atribui ao fato nela descrito a aptidão para gerar a obrigação."
Percebe-se que "a lei de incidência prevê ( prefigura ) os fatos que, se e quando ocorrerem, darão nascimento à obrigação tributária." 
1. Quatro importantes figuras do Direito Tributário estão ligadas à ocorrência do fato gerador: a evasão, a elisão, a sonegação e a fraude. 
1. A evasão e a elisão precedem a ocorrência do fato gerador e são quase sempre lícitas. A sonegação e a fraude dão-se após a ocorrência daquele fato e são sempre ilícitas.
1. Evasão economia de imposto obtida ao se evitar a prática do ato ou o surgimento do fato jurídico ou da situação de direito suficientes à ocorrência do fato gerador tributário. Ex: alguém deixar de fumar para não pagar o IPI ou o ICMS. É sempre lícita, pois o contribuinte atua numa área não sujeita à incidência da norma impositiva.
1. Elisão economia de imposto obtida pela prática de um ato revestido de forma jurídica que não se encaixa na descrição taxativa da lei (impede a ocorrência do fato gerador). Trata-se deum meio pelo qual o contribuinte evita a ocorrência do fato gerador, utilizando a lei ao seu favor, seja através da própria lei ou de sua lacuna.
A diferença básica entre a sonegação e a fraude é que, na primeira, os dados são escondidos; na segunda, são modificados para enganar o Fisco.
1. Sonegação é sempre ilícita e dá-se após a ocorrência do fato gerador e consiste na sua ocultação com o objetivo de não pagar o tributo devido de acordo com a lei, sem que haja qualquer modificação na estrutura da obrigação ou na responsabilidade do contribuinte. Ocorre quando o contribuinte tenta impedir que a autoridade fazendária tenha conhecimento dos fatos geradores das obrigações tributárias ou omite condições pessoais que interferem no cálculo de impostos devidos.
1. Fraude também ocorre posteriormente à ocorrência do fato gerador e consiste na falsificação de documentos fiscais, nas prestações de informações falsas ou na inserção de elementos inexatos nos livros fiscais, com o objetivo de não pagar o tributo ou de pagar importância inferior à devida.
 
1. Quanto aos seus elementos constitutivos, constitui-se de elementos objetivos e subjetivos:
1. Objetivo fato sobre o qual incide o tributo, considerado em todas as suas dimensões, ou seja, em seus aspectos materiais, temporais, espaciais e quantitativos. Tais aspectos se combinam entre si em relacionamento de extrema complexidade e devem obrigatoriamente ser indicados por lei (art. 97 do C.T.N.).
1. Elemento subjetivo: compreende as pessoas que participam da relação tributária - sujeito ativo e sujeito passivo - indicados por lei e vinculadas ao fato objetivo. 
O ELEMENTO OBJETIVO DO FATO GERADOR
ASPECTO MATERIAL Aspecto material ou núcleo do fato gerador é a substância do ato, fato ou situação jurídica sobre a qual incide o tributo. Ex: o negócio de compra-e-venda de imóveis (ITBI), a morte do de cujus (imposto de sucessões) ou a propriedade imobiliária situada na zona urbana do município (IPTU).
1. Percebe-se que o aspecto material (núcleo) determina as diversas espécies de fato gerador da obrigação tributária.
1. O fato gerador ainda pode ser simples ou complexo:
1. fato gerador simples o que se constitui de um único ato ou fato jurídico. Ex: a saída da mercadoria do estabelecimento do comerciante (ICMS), onde cada operação de saída é um fato autônomo e gera uma obrigação tributária independente.
1. fato gerador complexo é o que abrange inúmeros atos, fatos ou situações jurídicas da mesma espécie. Ex: imposto de renda, representado pela disponibilidade financeira obtida em certo período.
1. O fato gerador ainda pode ser genérico ou específico:
1. fato gerador genérico definidos em cláusulas gerais e tipos, que se abrem para a interpretação e que não se esgotam na enumeração da lei, que é meramente exemplificativa. Ex: ITBI incidente sobre qualquer transmissão onerosa de bens imóveis por natureza ou acessão física, inclusive sobre os negócios assim considerados que não tenham sido mencionados na definição do fato gerador.
1. fato gerador específico: é o que vem previsto de modo determinado na lei, preferentemente através da enumeração taxativa. Ex: o ISS incide prestação de serviços de qualquer natureza, assim considerados exclusivamente aqueles indicados na lista aprovada por lei complementar federal; qualquer outra prestação de serviço não incluída na lista fica fora do âmbito de incidência do ISS, mesmo que a não alcancem outros impostos do mesmo sistema de tributos sobre a circulação de riquezas (ICMS e IOF).
1. O fato gerador pode ser condicional ou incondicional:
1. fato gerador incondicional: aqueles sobre os quais não pesa qualquer "conditio juris".
1. fato geradorcondicional: estão sujeitos a condição suspensiva ou resolutiva. O fato gerador sujeito a condição suspensiva só se completa com o implemento da condição (art. 117, I, do C.T.N.). Ex: o imposto só será devido quando sobrevier o evento futuro e incerto. Se houver aquisição de mercadoria em estabelecimento comercial sujeita a condição suspensiva só incidirá o ICMS quando se implementar a condição. 
Afirma-se ainda que quando resolutória a condição, o fato gerador ocorre desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio (art. 117, II do C.T.N.). Enquanto a condição não se realizar vigorará o ato jurídico, podendo exercer-se desde o momento deste o direito por ele estabelecido (art. 119 do C.C.). Por isso dizem os civilistas que condicional não é a obrigação, mas, sim, a sua solução. Donde se conclui que o ITBI incide sobre a aquisição de bem imóvel sujeita a condição resolutória e não caberá a restituição do tributo se, pelo implemento da condição, for rescindido o contrato.
1. Fatos geradores baseados em atos válidos e inválidos: Na cobrança dos seus tributos a Administração deve ignorar o exame da validade do ato jurídico em que se baseia o fato gerador da incidência, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos (art. 118 do C.T.N.). Não lhe compete, por exemplo, investigar se a compra e venda do imóvel, sobre a qual incide o ITIBI, é simulada ou não.
1. Mas, tanto que declarada a invalidade do negócio jurídico pelo Judiciário e desde que não tenha tido eficácia econômica, a Fazenda estará obrigada a restituir o indébito.
1. Fatos geradores baseados em atos lícitos e ilícitos: Descabe, por outro lado, distinguir entre atos lícitos ou ilícitos para o efeito da tributação. Se no fato gerador do tributo descrito na lei se subsumir alguma atividade ilícita ou imoral, ainda assim poderá ser cobrado o tributo (art. 118 do C.T.N.). A renda auferida com o jogo proibido ou com a prostituição é fato gerador do imposto de renda.
ASPECTO TEMPORAL É a marcação, no tempo, feito pela lei formal, do núcleo do fato gerador, ou seja, do seu aspecto material. Qualquer fato gerador, simples ou complexo, tem uma certa duração e ocorre necessariamente entre determinados marcos temporais. Essa característica é particularmente importante para o problema da retroatividade da lei fiscal. Sob o ponto de vista temporal.
1. O fato gerador da obrigação tributária pode ser instantâneo ou periódico:
1. fato gerador instantâneo: é o fato simples que ocorre em certa fração de tempo e que nela se esgota totalmente. Ex: saída de mercadoria do estabelecimento comercial é fato gerador instantâneo do ICMS, pois cada uma daquelas operações é independente das demais.
1. fato gerador periódico: é o que ocorre em certo período de tempo, repetidamente, abrangendo diversos fatos geradores ou o fato gerador que sob o aspecto material se define como complexo. Ex: o fato gerador do imposto de renda das pessoas físicas é periódico e incide anualmente sobre o total dos rendimentos obtidos no período de 12 meses; o IPTU é periódico, pois cobrado também anualmente
 ASPECTO ESPACIAL Diz respeito ao lugar onde ocorre o fato gerador da obrigação tributária, sendo matéria sujeita ao princípio da reserva legal. Do ponto de vista espacial, os tributos podem ser nacionais, estaduais ou municipais, conforme o seu fato gerador ocorra no território de cada ente público titular da imposição.
ASPECTO QUANTITATIVO Diz respeito a indicação constante na lei formal, permitindo o cálculo do quantum debeatur ou a fixação do valor da prestação tributária. É complexo e em geral compreende a base de cálculo e o gravame ou alíquota, podendo aparecer também sob a forma de tributo fixo.
1. Base de Cálculo: a grandeza sobre a qual incide a alíquota indicada na lei. A base de cálculo está intimamente ligada ao aspecto material do fato gerador, com o qual às vezes se confunde. Ex: IR tem como base de cálculo o total dos rendimentos obtidos em certo período de tempo.
1. A base de cálculo pode ser expressa em dinheiro ou qualquer outra grandeza.
1. De acordo com a lei específica do imposto, a base de cálculo poderá ser o valor do bem, que é uma cláusula geral suscetível de ser mensurada pela Administração. Poderá ser também o preço de uma mercadoria, assim entendida a referência pecuniária constante da nota fiscal (sobre o valor ou o preço indicado em dinheiro incidirá a alíquota percentual).
1. Alíquota: constitui outro elemento de quantificação da dívida tributária, a incidir sobre a base de cálculo, sendo que o C.T.N. não oferece tratamento sistemático à matéria, o que torna a lei de cada imposto muito importante para sua compreensão. As alíquotas podem ser classificadas em específicas ou ad valorem:
1. alíquotas específicas: expressam-se em dinheiro e incidem sobre base de cálculo técnica, referida a grandeza diferente de dinheiro (peso, quantidade, extensão, etc...);
1. alíquotas ad valorem: expressam-se em percentagem (1%, 5%, etc...) e incidem sobre a base de cálculo medida em dinheiro. São o tipo mais comum e classificam-se em:
1. progressiva: quando incide ascendentemente na medida em que aumenta a base de cálculo. Ex: I.R., que incide pela alíquota de 15% sobre os rendimentos menores, e, 27,5% sobre os maiores;
1. proporcional: quando incide pela mesma percentagem qualquer que seja o valor da base de cálculo. Ex: I.T.B.I., que recai pela mesma alíquota de 2% sobre qualquer base de cálculo
1. seletiva: quando varia na razão inversa da essencialidade do produto. Ex: I.P.I. grava com mais vigor o consumo de álcool e tabaco;
1. regressiva: quando incide minimamente sobre bases elevadas e asperamente sobre pequenas grandezas. Só ocorre quando há distorções na lei impositiva
1. zero: que corresponde à inexistência de tributação por falta de um dos elementos quantitativos. Aproxima-se da isenção em seus efeitos, mas dela se afasta porque na isenção suspende-se a eficácia de todos os aspectos do fato gerador, enquanto na alíquota zero só há a suspensão desse elemento do aspecto quantitativo. Aplica-se no I.P.I. e no Imposto de Importação.

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