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Apostila/Livro Ciências Sociais para Ciências Econômicas

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Prévia do material em texto

CIÊNCIAS SOCIAIS
Professora Me. Patrícia Bernardo
Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva
Professora Me. Rizia Ferrelli Loures Loyola Franco
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; FRANCO, Rizia Ferrelli Loures Loyola; SILVA, Patrícia 
Rodrigues da; BERNARDO, Patrícia.
 
 Ciências Sociais. Rizia Ferrelli Loures Loyola Franco; Patrícia 
Rodrigues da Silva; Patrícia Bernardo. 
 Maringá-Pr.: Unicesumar, 2018. Reimpresso em 2020.
 176 p.
“Graduação - EaD”.
 1. Ciências. 2. Sociais . 3. Economia 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0754-1
 CDD - 22 ed. 300
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Coordenador de Conteúdo
Patrícia Rodrigues da Silva
Designer Educacional
Isabela Agulhon Ventura
Iconografia
Isabela Soares Silva
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
André Morais de Freitas
Editoração
Luís Ricardo P. Almeida Prado de Oliveira
Qualidade Textual
Hellyery Agda
Ludiane Aparecida de Souza
Ilustração
Marcelo Goto
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Diretoria Operacional 
de Ensino
Diretoria de 
Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
TO
RE
S
Professora Me. Rizia Ferrelli Loures Loyola Franco
Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), 
especialista em Gestão de Relacionamento com o Cliente (SENAC-SP), 
graduada em Moda também pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). 
Leciona na UNICESUMAR nos cursos presenciais e a distância.
Para saber mais, acesse o link disponível em: <http://buscatextual.cnpq.br/
buscatextual/visualizacv.do?id=K4337376U2>. 
Professora Me. Patrícia Bernardo
Mestre em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração 
da Universidade Estadual de Maringá - PPA/UEM, na linha de pesquisa de 
Organizações, Estratégia e Trabalho. Pós-graduada em Marketing pelo Centro 
Universitário de Maringá - UNICESUMAR (2012). Graduada em Administração 
pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2010). Atualmente, ministra 
as disciplinas de Teoria Geral da Administração, Estratégia Organizacional, 
Metodologia da Pesquisa e do Ensino para os cursos de graduação e pós-
graduação na Faculdade Alvorada de Tecnologia e Educação de Maringá, e a 
disciplina Teorias da Administração no Ensino a Distância da Unicesumar. 
Para saber mais, acesse o link disponível em: <http://lattes.cnpq.
br/4122551852833449>. 
Professora Me. Patrícia Rodrigues da Silva
Doutoranda em Educação na Linha de Pesquisa “História e Historiografia 
da Educação” pela Universidade Estadual de Maringá (2017). Mestre em 
Administração - UEM/UEL pela Universidade Estadual de Maringá (2010), na 
linha de “Estudos Organizacionais”. MBA em Recursos Humanos pela Unicesumar 
(2004). Especialização em Gestão Educacional: Administração, Supervisão e 
Orientação (2017). Graduada em Administração pela Universidade Estadual de 
Maringá (2002). Graduanda em Pedagogia pela Unicesumar (2015). Atualmente 
é Coordenadora de cursos e professora formadora no Núcleo de Educação à 
Distância - NEAD, da Unicesumar. Tem experiência na área de Administração, 
com ênfase em Estudos Organizacionais e Gestão de pessoas, atuando 
principalmente nos seguintes temas: cultura, relacionamento, subjetividades, 
metodologia de pesquisa e formação de professores.
Para saber mais, acesse o link disponível em: <http://lattes.cnpq.br/6722846348879093>. 
SEJA BEM-VINDO(A)!
É com grande satisfação que apresentamos a você, caro(a) aluno(a), o livro que servirá 
de suporte para os seus estudos na disciplina de Ciências Sociais. Preparamos este livro 
com muito cuidado, trabalhando com autores clássicos que dão subsídio suficiente para 
o desenvolvimento do conhecimento desta disciplina para cursos da grande área de 
Ciências Sociais Aplicadas.
Inicialmente, precisamos esclarecer que as Ciências Sociais correspondem a uma grande 
área de estudo sob a qual podem estar as mais diversas perspectivas e linhas de pes-
quisas. Quando pensamos neste livro, tentamos trazer os recortes que oferecessem um 
conhecimento aprofundado e ao mesmo tempo direcionado para você, aluno(a), dentro 
da linha de formação que você escolheu. Assim sendo, apresentaremos, sucintamente, 
os conteúdos com os quais você terá contato. Vamos lá!
Na primeira unidade, sob o título “Introdução às Ciências Sociais”, trabalharemos os con-
teúdos de maneira a familiarizar você estudante no que diz respeito a esta disciplina. 
Nesta unidade serão trabalhados alguns aspectos referentes à natureza e cultura, tipos 
de sociedade, aspectos da vida em grupo, bem como as diferentes concepções da socie-
dade. Tais pontos se mostrarão importantes para ajudar na compreensão dos conteúdos 
seguintes, e também para compreender um pouco mais sobre a vida social e a influên-
cia das instituições sociais.
Na segunda unidade, intitulada “Clássicos de Ciências Sociais”, apresentaremos os prin-
cipais autores clássicos das Ciências Sociais, trazendo as suas percepções, ideias centrais 
sobre a sociedade e os seus elementos. Você conhecerá os ideais de Émile Durkheim, 
Max Weber e Karl Marx, e as suas contribuições para o entendimento da sociedade.
Quando chegar a terceira unidade, “Identidade, Cultura e Consumo”, você conhecerá 
alguns elementos que circundam o nosso cotidiano e influenciam o nosso comporta-
mento. Será tratado sobre as subculturas e os grupos sociais, sobre a construção do 
indivíduo, sobre os significados do consumo no mundo contemporâneo. São assuntos 
muito atuais, que são discutidos nas mais diversas linhas de pesquisa. 
A quarta unidade, sob o título “Simbolismo nas Organizações”, trazemos elementos que 
dão continuidade à linha de discussão que vinha se estabelecendo em nosso livro, par-
tindo dos elementos da cultura organizacional, passando pelo processo de apropriações 
e construção de representações por parte dos indivíduos, e, chegando às construções 
metafóricas da realidade. O intuito foi levá-lo(a) à reflexão da concepção do mundo e da 
vida social como uma representação, e não como uma realidade objetiva e totalmente 
clara.
APRESENTAÇÃO
CIÊNCIAS SOCIAIS
Na quinta e última unidade de nosso livro, intitulada “Mundo do Trabalho e Con-
texto Social”, mais uma vez, gostaríamos de levá-lo(a), caro(a) aluno(a), à reflexão. 
Como estamos falando do fechamento das discussões de nosso livro, esta unidade 
foi pensada e criada para se pensar sobre as principais mudanças que ocorreram 
no mundo do trabalho nos últimos tempos, e podemos lhe assegurar que o assun-
to é de suma importância para entendimento do atual contexto em que vivemos. 
Falaremos sobre a organização do trabalho, sobre a emancipação humana e conhe-
ceremos os principais pontos da teoria do Agir Comunicativo de Jurgen Habermas.
Saiba que quando idealizamos este livro, pensamos em trazer a você, mesmo que 
sucintamente, elementos que pudessem oferecer subsídios para o seu processo de 
formação, levando a reflexões e entendimentos a respeito do mundo e da socieda-
de na qual vivemos. É fato que os elementos que foram mencionados não se esgo-
tam nos conteúdos que serão apresentados neste livro, mas esperamos que sirvam 
de estímulo para que você desenvolva novas pesquisas e aprofunde o seu conheci-
mento sobre as Ciências Sociais.
Aproveite mais esta jornada de conhecimento. Bons estudos! 
Grande abraço, 
Das professoras.
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS
15 Introdução
16 Diferenças Entre Natureza e Cultura 
21 Aspectos da Vida em Grupo 
25 Apresentação dos Tipos de Sociedades 
31 Introdução ao Estudo das Ciências Sociais 
38 Considerações Finais 
45 Referências 
46 Gabarito 
UNIDADE II
CLÁSSICOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
49 Introdução
50 Percepções de David Émile Durkheim Sobre a Sociedade 
57 As Análises de Max Weber Sobre a Ação Social 
63 Perspectivas de Karl Marx e a Sociedade Capitalista 
67 Considerações Finais 
74 Referências 
75 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
IDENTIDADE, CULTURA E CONSUMO
79 Introdução
80 Subculturas e Grupos Sociais 
85 A Noção do Eu 
89 Os Objetos e os Ciclos de Vida 
93 O Consumo da Contemporaneidade 
101 Considerações Finais 
105 Referências 
109 Gabarito 
UNIDADE IV
SIMBOLISMO NAS ORGANIZAÇÕES
113 Introdução
114 Cultura Organizacional 
120 Organizações Vistas como Sistemas Simbólicos 
127 Produção de Sentidos e Representação 
135 Considerações Finais 
141 Referências 
143 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
MUNDO DO TRABALHO E CONTEXTO SOCIAL
147 Introdução
148 Transformação e Mudança Constantes 
154 O Trabalho Atípico ou Diferenciado 
158 Emancipação Humana no Mundo do Trabalho 
165 Considerações Finais 
170 Referências 
172 Gabarito 
173 CONCLUSÃO
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Professora Me. Rizia Ferrelli Loures Loyola Franco
INTRODUÇÃO ÀS 
CIÊNCIAS SOCIAIS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Diferenciar a natureza da cultura.
 ■ Informar aspectos da vida em grupo.
 ■ Apresentar diferentes concepções de sociedade.
 ■ Introduzir o estudo das Ciências Sociais
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Diferenças entre natureza e cultura
 ■ Aspectos da vida em grupo
 ■ Apresentação dos tipos de sociedades 
 ■ Introdução ao estudo das Ciências Sociais
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), você já parou para pensar que vivemos constantemente em con-
tato com o outro? Interagimos com os membros de nossa família, no ambiente 
de trabalho e também acadêmico. Até mesmo nos espaços de lazer praticamos 
atividades em grupo.
Nesse sentido, observamos que a humanidade aprendeu a conviver com os 
demais membros de seu grupo e a buscar padrões nas diversas relações estabe-
lecidas, e que viver em isolamento total é algo quase que impossível no mundo 
globalizado. Sendo assim, o principal objetivo desse estudo sobre a introdução 
das Ciências Sociais é observar as relações estabelecidas entre diversos grupos 
na vida social, que se comportam de modo dinâmico e recebem influências his-
tóricas, culturais, sociais, políticas e econômicas.
Iniciaremos o nosso estudo com a reflexão sobre as diferenças entre os ele-
mentos da natureza como animais e plantas, de nós, seres culturais, flexíveis e 
criativos. Será que é natural o homem não chorar? Será que é natural da mulher 
ser delicada e possuir o amor maternal? Esses e outros questionamentos nos 
diferem da natureza, uma vez que somos seres culturais e nos desenvolvemos 
na medida em que estabelecemos relações sociais. Ainda veremos que não existe 
uma única cultura, mas a diversidade e a pluralidade cultural nas sociedades, 
sobretudo na atualidade. 
Partindo dessas ideias, conheceremos os elementos da vida em grupo, como 
a importância da comunicação, da interação social, dos valores econômicos, 
estéticos e morais para o nosso aprendizado e desenvolvimento. E que por esse 
motivo, o contato com o outro é de grande importância em nossa construção 
pessoal, profissional e acadêmica. 
Aliás, veremos também sobre alguns tipos de sociedade. Estudaremos sobre 
a complexidade do humano envolvido em suas relações estudadas pelas Ciências 
Sociais (Antropologia, Sociologia e Ciência Política) que nos auxiliam a compre-
ender a um pouco mais sobre a vida social e a influência das instituições sociais.
Desejamos um ótimo estudo!
Introdução
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INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
DIFERENÇAS ENTRE NATUREZA E CULTURA
Muitas vezes, prezado(a) acadêmico(a), nos deparamos com situações que nos 
fazem pensar se alguma atitude seria própria da humanidade. Em outras ocasiões 
observamos como somos parecidos com os demais seres vivos. Contudo, nossa 
inteligência e habilidades, como a linguagem e a produção de diversos artefa-
tos, nos diferenciam dos demais animais. O que produzimos afeta diretamente 
o nosso próprio meio. Desse modo, estudaremos o que compreende o universo 
natural que, por sua vez, é modificado pela cultura.
A NATUREZA
Iniciaremos pela conceituação de natureza. Segundo Marilena Chauí (2000, p. 
124), dizer que algo é natural significa que essa coisa é efeito de uma causa univer-
sal e que “[...] não depende da ação e interação dos seres humanos”. A partir dessa 
definição, podemos compreender o que vem a ser a natureza ou o que realmente é 
“natural”. Nesse aspecto, a natureza envolve o que o homem não produziu, como os 
mares, as montanhas, os animais e as plantas, também a água, o ar. Assim, pensar 
na natureza é pensar no que não foi modificado pelo homem. A seguir, apresen-
tamos alguns exemplos do que é natureza ou natural (CHAUÍ, 2000):
Diferenças entre Natureza e Cultura
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17
 ■ A abelha produzir mel.
 ■ A roseira gerar rosa.
 ■ Os homens naturalmente sentem, pensam e agem.
Tanto o homem quanto os outros animais se agrupam, convivem, se acasalam, 
sobrevivem e se defendem conforme o ambiente. Essas são uma série de ativi-
dades instintivas, reações e ações inatas como respirar, engatinhar, sentir fome, 
medo e frio. Portanto, a natureza é considerada como o conjunto dos seres vivos, 
entre eles o próprio homem, os demais animais e as plantas.
A CULTURA
Depois de estudada a natureza, partiremos para o estudo da cultura. Ao estudá-
-la, veremos que seu significado é complexo, pois envolve as crenças, técnicas, 
tradições e costumes produzidos na sociedade pelo homem. Aprendemos a cul-
tura sobretudo pela educação dos pais e da escola. Assim, podemos dizer que a 
cultura é transmitida de geração para geração.
Além das atividades instintivas, prezado(a) aluno(a), o homem desenvolveu 
capacidades que dependem de aprendizado. Assim como você um dia, as crianças 
aprendem a comer, beber e dormir em horários regulares, aprendem a brincar, a 
obedecer e, mais tarde, a trabalhar, comercializar, administrar e governar.
Marilena Chauí nos auxilia na compreensão da cultura na medida em que 
explica a cultura, caracterizada, num primeiro momento, como as obras que 
o homem produz na sociedade, aos poucos, passou a significar “a relação dos 
humanos com o tempo e no espaço” (CHAUÍ, 2000, p. 129).
Frases como “homem não chora” nos fazem pensar se o homem realmente 
não chora e se todas as mulheres são delicadas. Se pensarmos que o homem não 
chora infringiríamos a lei da natureza que fez todos os seres humanos terem 
a possibilidade de chorar e expressarem seus sentimentos como dor e raiva. 
Entretanto, em muitas sociedades os homens são educados a não demonstra-
rem os seus sentimentos, e principalmente, a não chorarem.
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
Desse modo, o homem sabe chorar, mas desenvolve o hábito de não chorar, 
ao longo da construção de sua identidade, para ser aceito em seu grupo social 
pela cultura. Como em nossa sociedade brasileira, na qual muitos homens ainda 
são educados para não chorarem, uma vez que o choro pode significar, dentro 
de algumas culturas, fraqueza.
Diante do exposto, Costa (2010, p. 190) afirma que “[...] a cultura não é 
um conjunto de determinações rígido e acabado; ao contrário, ela integra de 
maneira dinâmica os padrões das ações e reações humanas.” Apesar de exercer 
pressão sobre a formação do caráter e da personalidade do indivíduo, a cultura 
é elaborada numa relação dupla na qual aquele que sofre suas influências ajuda 
a produzir novas relações.
Nesse sentido, nem tudo é genético, não se desenvolve automaticamente 
da natureza. Para se tornar um humano, o homem tem que aprender com seus 
semelhantes uma série de atitudes que lhe seriam impossíveis serem desenvol-
vidas no isolamento.
DIFERENÇAS ENTRE A NATUREZA E A CULTURA
Após a definição de natureza e cultura, analisaremos suas diferenças. A princi-
pal delas, que difere os seres humanos dos demais seres vivos, é que somos seres 
culturais. Esse termo cultura, nas ciências sociais, inicialmente se referia a um 
conjunto de hábitos, costumes e formas de vida, capaz de distinguir um povo ou 
um grupo social de outro. Atualmente, com o advento de uma concepção mais 
simbólica da vida humana, o conceito de cultura ganhou conteúdos mais abs-
tratos, que a veem como um conjunto de significados partilhados por um grupo 
social (COSTA, 2010, p. 10).
Podemos acrescentar o que destaca Giddens e Netz (2005, p. 22, GRIFO 
NOSSO):
Quando os sociólogos falam do conceito de cultura, referem-se a esses 
aspectos das sociedades humanas que são aprendidos e não herdados. 
Esses elementos da cultura são partilhados pelos membros da socie-
dade e tornam possível a cooperação e a comunicação. Eles formam o 
contexto comum em que os indivíduos de uma sociedade vivem suas 
Diferenças entre Natureza e Cultura
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vidas. A cultura de uma sociedade engloba tanto os aspectos intangí-
veis – as crenças, as ideias e os valores que constituem o teor da cultura 
– como os aspectos tangíveis – os objetos, os símbolos ou a tecnologia 
que representam esse conteúdo. 
Portanto, observamos que nossos comportamentos, emoções e sentimentos levam 
em consideração nossa individualidade e capacidade criativa, mas sobretudo a 
influência de fatores externos como a época em que vivemos, o lugar, o tipo de 
trabalho que executamos e a sociedade em que fazemos parte.
Enquanto o animal age por reflexos e instintos (ação instintiva), nos níveis 
mais altos da escala zoológica, em que estão situados os mamíferos, as ações 
deixam de ser exclusivamente instintivas e adquirem maior plasticidade, carac-
terística dos atos inteligentes. A seguir, listamos alguns atos inteligentes da 
humanidade (CHAUÍ, 2000):
 ■ Ocorre uma resposta diferenciada, improvisada e criativa.
 ■ A solução ocorre depois de um certo tempo, quando há um insight 
(iluminação súbita).
Para conhecer um pouco mais sobre as diferenças entre a natureza e cultura, 
observa-se que ao longo da história o homem modificou a sua interação 
com a natureza e ao considerar diferentes aspectos simbólicos, interage e 
modifica o seu espaço.
Um exemplo disso são os diversos estilos de casa e como a humanidade 
se relaciona com os demais animais, ao distinguir os animais considerados 
domésticos e os selvagens. Ao mesmo tempo, o homem elabora elementos 
de distinção que comunicam o seu poder, sua masculinidade e sua força.
Fonte: Costa (2010).
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
Após essas definições, elaboramos um quadro com as principais diferenças entre 
a natureza e a cultura, acompanhe:
Quadro 01 - Diferenças entre a natureza e a cultura
NATUREZA CULTURA
Tudo o que existe no Universo sem a
Intervenção da ação humana
Tudo que existe com a intervenção 
humana
O que se desenvolve ou produz sem 
interferência humana
O que é artificial, técnico, artefato outecnológico
Obras da natureza como o céu, o mar, a 
terra
Obras do homem como edifícios, 
navios e ruas
Reino da repetição Reino da transformação
Não elabora significados abstratos Elabora significados abstratos ou 
simbólicos
Alimenta-se por sobrevivência Alimenta-se por sobrevivência e 
prazer
Fonte: adaptado de Chauí (2000).
Desse modo, caro(a) aluno(a), observamos que ao mesmo tempo em que a cultura 
modifica o homem, este por sua vez também tem a capacidade de transformá-
-la, na medida que também produz a cultura. Assim, de acordo com a cultura 
que estamos inseridos, vamos aprendendo a reproduzir e a produzir os elemen-
tos que nos fazem relacionar com os outros e com o meio.
Por mais que adestremos os animais e os façamos se aproximar de comporta-
mentos semelhantes aos humanos, eles jamais conseguirão transpor o limite que 
separa a natureza da cultura. Para prosseguirmos com o nosso estudo, tratamos 
agora sobre os termos empregados anteriormente: grupos sociais e o universo 
simbólico, interação social e valores.
Aspectos da Vida em Grupo
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ASPECTOS DA VIDA EM GRUPO
Caro(a) aluno(a), um elemento importantíssimo da transmissão da cultura de 
uma sociedade é a própria comunicação humana. Segundo Giddens e Netz (2005, 
p. 561), comunicação é a transmissão de informações de um indivíduo ou grupo 
para outro. Isso mostra que a comunicação é a base necessária para toda intera-
ção social. Nos contextos face a face, a comunicação se dá por meio do uso da 
linguagem, mas também por meio de muitas dicas corporais que os indivíduos 
interpretam para compreenderem o que os outros dizem e fazem. 
A interação humana acontece quando um indivíduo reage a outro. Geral-
mente, respondemos a ação da outra pessoa conforme a nossa interpreta-
ção. A nossa resposta, por sua vez, estimula esta outra pessoa conforme as 
nossas ações. Fonte: Cohen (1980). 
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Já segundo Costa (2010, p. 298), “a linguagem e a comunicação são a base da 
cultura e da vida social, bem como dos processos de identidade pessoal”. Além 
disso, o ser humano vive de acordo com a cultura, desenvolve um sistema sim-
bólico, comunica-se por meio de um complexo sistema linguístico e transmite 
conhecimento por meio da socialização.
Como complementam Aranha e Martins (2005, p. 23-25). “se o contato com o 
mundo é intermediado pelo símbolo, a cultura é o conjunto de símbolos elabo-
rado por um povo”. Por isso que as culturas são múltiplas e diversificadas. Nesse 
sentido, prezado(a) aluno (a), vejamos que em nossa volta temos diversos sím-
bolos que somente nós, humanos, compreendemos. A seguir, alguns exemplos:
 ■ Uma aliança significa compromisso, ora de namoro, ora de noivado.
 ■ Uma mulher de vestido branco nos remete a comemoração do ano novo 
ou a um vestido de noiva.
 ■ Um velhinho barbudo vestido de vermelho pode significar que o natal 
está perto.
 ■ Um homem que possui um carro de luxo simboliza riqueza.
 ■ Um papel de bala guardado nos lembra de uma amiga.
 ■ Um presente significa o amor entre irmãos.
“A socialização é o processo através do qual o ser humano começa a apren-
der o modo de vida de sua sociedade, adquire [...] a capacidade de funcionar 
como indivíduo e como membro do grupo”. Os principais agentes de sociali-
zação são a família, a escola, os amigos e os meios de comunicação. 
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GRUPOS SOCIAIS E VALORES
De fato, as características humanas flexíveis se tornam possíveis porque o homem 
tem a capacidade de criar símbolos com a linguagem que torna as experiências 
compartilháveis. Desse modo, a comunicação verbal e não verbal nos permite 
expressar nossos pensamentos, ela vista como um instrumento por meio do qual 
se estabelece diálogos com os semelhantes e atribui sentido à realidade, e só se 
mantém por convenção, hábito ou tradição.
Entretanto, há diferentes grupos sociais. Os sociólogos podem estudar diver-
sos grupos, como pessoas se comunicando, grupo de trabalhadores, relação de 
pais e filhos, professores e alunos. Esses grupos são de tamanhos diversos, desde 
milhões de pessoas até 2 ou três pessoas. Entre as diferentes definições de grupo 
sociais, podemos dizer que é um “conjunto de pessoas em interação, que com-
partilham uma consciência de membros baseada em expectativas comuns de 
comportamento (COHEN, 1980, p. 49).
Além disso, podemos definir grupo social como o conjunto de indivíduos 
que interagem e compartilham características em comum como normas, valo-
res, símbolos e expectativas. O mesmo grupo social faz com que seus membros 
possuam um sentimento de unidade (DIAS, 2010).
Nesse sentido, cada grupo social possui características diferenciadas de como 
ocupar o seu tempo, trabalhar, interpretar o mundo, e também com relação a 
suas expressões artísticas. Desse modo, ser humano se distingue dos outros ani-
mais, pois fala. Por volta dos 18 meses a criança aprende a falar, ultrapassa os 
limites da vida animal e entra no mundo simbólico.
Com o desenvolvimento da escrita e de meios de comunicação eletrônicos, 
como o rádio, a televisão ou os sistemas de transmissão por computador, a 
comunicação transformou-se, principalmente pelo modo virtual.
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IU N I D A D E24
Por outro lado, a linguagem humana, dentro de cada grupo social, exprime 
pensamentos, sentimentos e valores diferentes; possui uma função de conheci-
mento e de expressão, ou função conotativa. Uma mesma palavra pode exprimir 
sentidos ou significados diferentes. Isso depende, caro(a) aluno(a), do sujeito que 
a emprega, do sujeito que a ouve ou lê, das condições ou circunstâncias em que 
foi empregada ou do contexto em que é usada.
Conforme Giddens e Netz (2005, p. 22), “as normas e os valores são as regras 
de comportamento que refletem ou incorporam os valores de uma cultura”. Nesse 
sentido, valorizamos alguma coisa em detrimento a outra. O que é valorizado 
por determinado grupo social, considerado uma atitude boa ou má, tido como 
sagrado ou profano, perigoso ou seguro, depende dos valores. 
De acordo com Chauí (2000), em cada cultura existe uma atribuição de 
valor. Vejamos a seguir: 
1) Valores às coisas e aos homens - bom, mau, justo, injusto, verdadeiro, 
falso, belo, feio, possível, impossível, perigoso, sagrado.
2) Valores a humanos e suas relações - diferença sexual e proibição de 
incesto, virgindade, fertilidade, puro-impuro, virilidade.
3) Valores a humanos e suas relações entre as diferenças etárias - forma 
de tratamento dos mais velhos e dos mais jovens).
4) Valores a humanos e suas relações entre diferença de autoridade - for-
mas de relação com o poder.
5) Valores econômicos - relativos ao capital econômico.
6) Valores estéticos - as diferenças para considerarmos o que é belo ou feio.
7) Valores morais - conduta humana em diversas situações.
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Desse modo, a cultura é vista como tudo que o homem produz ao construir 
sua existência: práticas, teorias, instituições, valores materiais e espirituais. 
Entretanto, o que é valorizado hoje pode não ser o mesmo valorizado amanhã, 
ou seja, esses padrões podem sofrer alterações.
Pensamos no hábito do café da manhã, prezado(a) aluno(a). Em nosso país, 
por exemplo, temos o costume de iniciar o dia com o café da manhã, que geral-
mente é composto por café, leite, pão, manteiga. Às vezes, frutase bolos. Em 
outros lugares, o café da manhã compreende bacon e ovos cozidos. Observamos, 
portanto, diferenças culturais conforme a sociedade.
Pelos exemplos destacados, podemos ver que a cultura compreende as ações 
humanas, tanto nas formas materiais - produção de objetos e utensílios - como 
nas formas imateriais - valores que caracterizam uma sociedade e que ao mesmo 
tempo a difere das demais. Ainda faz parte da cultura a comunicação estabele-
cida dentro de um grupo e a normas compartilhadas.
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APRESENTAÇÃO DOS TIPOS DE SOCIEDADES
Depois de estudada a natureza, a cultura e a comunicação humana de diferentes 
grupos sociais e seus respectivos valores, partiremos para o estudo da sociedade. 
Isso se faz necessário pois, atualmente, o ser humano vive em sociedade, diferen-
temente de antigamente, que os homens viviam sozinhos, como nômades.
Com o passar do tempo, esses homens descobriram que viver em bando era 
mais vantajoso tanto para a alimentação quanto para a própria sobrevivência. Nesse 
sentido, a humanidade percebeu que viver em conjunto era mais produtivo, então 
começou a se organizar e a distribuir as tarefas entre seus iguais (COSTA, 2010).
Ao se observar a vida cotidiana, identificam-se diversos comportamentos 
padronizados e regulados não apenas pela vontade, desejo ou crença individual, 
mas também por hábitos e costumes estabelecidos socialmente.
Somos cobrados a todo momento para estudar constantemente, sermos 
pessoas mais participativas em nossa sociedade. Pela educação aprende-
mos o que é transmitido de geração para geração, que o estudo é um dife-
rencial para competirmos no mercado de trabalho. Mas em meio a tudo isso, 
qual será a cultura atual? 
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Mesmo na atualidade não podemos deixar de conhecermos algumas sociedades 
distantes de nós. Você já parou para pensar como era a vida sem os nossos obje-
tos tecnológicos? Anteriormente à fundição do metal, os bens eram elaborados 
com materiais naturais. Outro avanço tecnológico que não nos sensibilizamos 
foi o desenvolvimento da escrita, que modificou a vida em sociedade ao pos-
sibilitar novas formas de organização social. Mas como podemos caracterizar 
uma sociedade?
Giddens e Netz (2005) destacam que uma sociedade é um sistema estrutu-
rado de relações sociais que liga as pessoas de acordo com uma cultura partilhada. 
Já Dias (2010, p. 148) observa a sociedade como “um grupo autônomo de pes-
soas que ocupam um território comum, têm uma cultura comum e possuem a 
sensação de identidade compartilhada”.
Em outras palavras, sociedade caracteriza-se por um conjunto de pessoas 
com a mesma cultura, que por sua vez, novamente recebe destaque para ajudar 
a interpretar o social. Outra característica da sociedade é que ela é estruturada 
de modo desigual. Essa estratificação social ou divisão da sociedade apresenta 
as desigualdades relativas à riqueza, poder ou até mesmo prestígio entre os gru-
pos sociais que compõem a sociedade (GIDDENS; NETZ, 2005).
Após a definição desses autores, estudaremos as sociedades a partir da organização 
do trabalho, e para isso, apresentaremos 6 formas de sociedade e suas principais 
características: a sociedade tribal, a sociedade pastoril, sociedade agrária, sociedade 
escravista, sociedade feudal e sociedade capitalista (MEKSENAS, 2001).
Contexto social: conjunto de condições de vida coletiva que caracterizam 
uma sociedade, em determinada época e lugar, tais como forma de poder, 
sistema produtivo e tipo de organização social. Tais condições influenciam a 
dinâmica da vida social e o desenrolar dos acontecimentos 
Fonte: Costa (2010, p. 11).
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Na sociedade tribal as famílias se organizam em tribos. No trabalho, os meios 
de produção são comunitários, com poucos bens produzidos, de modo artesanal, 
não comercial e com presença da agricultura (MEKSENAS, 2001).
Os homens viviam pela caça, coleta de plantas comestíveis e pesca. Essa socie-
dade ainda é vista na floresta do Brasil e da Nova Guiné. Contudo, a maioria dessas 
sociedades acabou devido ao avanço da sociedade industrial capitalista (GIDDENS; 
NETZ, 2005). Observe outras características:
Nas sociedades modernas, como a Grã-Bretanha ou os Estados Unidos 
da América, encontramos poucas desigualdades no seio da maioria dos 
grupos de caçadores coletores, que pouco interesse têm em incrementar 
a riqueza material [...]. Suas principais preocupações, por norma pren-
dem-se com valores religiosos, atividades rituais e cerimoniais. [...] a 
divisão de trabalho entre homens e mulheres é muito importante: os ho-
mens tendem a dominar as posições públicas e cerimoniais (GIDDENS; 
NETZ; 2005, p.30).
Outras formas de sociedade são as pastoris, que vivem principalmente de seu reba-
nho, e as sociedades agrárias, que praticam a agricultura. Algumas ainda vivem 
numa economia mista, com ambas as atividades conforme o meio. No mundo oci-
dental, estão presentes em algumas regiões da África, do Médio Oriente e da Ásia 
Central (GIDDENS; NETZ, 2005).
Além dessas já apresentadas, há a forma de sociedade escravista, na qual parte 
dos indivíduos escravizados são os próprios meios de produção, ou seja, os escra-
vos são considerados como objetos e ferramentas. Essa sociedade é baseada na 
agricultura e a produção é artesanal. Infelizmente existe a exploração e a domi-
nação de um grupo sobre o outro, e como exemplo disso, temos ainda, as cidades 
Gregas no século V a. C., nas quais o trabalho era imposto aos escravos enquanto 
os filósofos se dedicavam às demais atividades. 
Já na sociedade feudal, a principal característica são os feudos que perten-
ciam aos senhores. Os servos trabalhavam nesses feudos ou terras e parte de sua 
produção era destinada ao proprietário. Mesmo não sendo escravos, os servos 
pertenciam ao senhor feudal. Tais servos trabalhavam de modo artesanal e com 
a agricultura. Esse tipo de sociedade existiu na Idade Média (MEKSENAS, 2001).
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Agora, chegamos a última forma de sociedade, a sociedade capitalista, na qual 
observa-se a divisão de dois grupos sociais: os proprietários dos meios de produção e o 
proletariado que vende a sua capacidade de trabalho. No capitalismo existe uma grande 
produção de bens de consumo na indústria, aliada a grandes desigualdades sociais.
Prezado(a) aluno(a), o mundo moderno como conhecemos sofreu a influên-
cia da industrialização, definida como “o aparecimento da produção mecanizada, 
baseada no uso de recursos energéticos inanimados como o vapor ou a eletrici-
dade” (GIDDENS; NETZ, 2005 p. 34). O autor apresenta ainda algumas das demais 
características da sociedade capitalista:
Mais de 90% da população vive em cidades onde se encontram a maior 
parte dos postos de trabalho e novas oportunidades de emprego são 
criadas. A dimensão das principais cidades é muito maior do que a dos 
centros urbanos das civilizações tradicionais. Nas cidades, a vida social 
torna-se impessoal e anônima do que anteriormente, sendo que muitos 
dos nossos encontros diários e casuais são com estranhos e desconhe-
cidos, e não com pessoas conhecidas. Organizações em grande escala, 
como empresas ou organismos governamentais, acabam por influenciar 
a vida de praticamente toda a gente (GIDDENS; NETZ, 2005, p. 35).
Nossa sociedade do século XXI é chamada de sociedade capitalista e nela ini-
ciou-se a preocupação e o interesse pelo estudo da ciência da sociedade.Em 
cada sociedade os seres humanos modificam seu comportamento, crenças con-
forme as condições sociais, econômicas, políticas e históricas de determinado 
momento (CHAUÍ, 2000). Sendo assim, podemos observar a influência do con-
texto social para estudar a sociedade.
As tecnologias disponíveis em cada sociedade contribuem para conhecê-la 
um pouco melhor. Nessa linha, já pensou, caro(a) aluno(a), que muitos ele-
mentos da nossa cultura material, como carros e computadores, surgiram 
recentemente na história da Humanidade?
(Adaptado de Anthony Giddens)
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Dessa forma, dizemos que o contexto social influencia a vida social, e o 
estudo da sociologia nos possibilitará uma ampla visibilidade para o estudo do 
homem em sociedade. Nesse sentido, a Sociologia surgiu como ferramenta para 
a reflexão do homem e o meio.
Conforme a industrialização cresceu na Groelândia, alguns padrões ainda 
são diferentes ao nosso olhar. Um dos valores do capitalismo é que sorrir e 
ser gentil é de sua importância para o relacionamento com os clientes. Para 
Giddens (2010), os clientes que são atendidos com um sorriso e com pala-
vras gentis acabam, com mais probabilidade, por se tornar clientes habitu-
ais. Hoje em dia, em muitos supermercados da Groelândia, são mostrados 
aos empregados vídeos educativos sobre técnicas de atendimento cortês.
Fonte: adaptado de Giddens e Netz (2005).
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
A FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA
Caríssimo(a) aluno(a), cabe destacar que o estudo sobre o comportamento 
humano é recente, iniciou-se por volta do final do século XVIII. Nesse momento 
alguns dogmas religiosos foram postos em dúvida ou pelo menos não davam 
conta de explicar o mundo, principalmente pelo avanço da ciência para a com-
preensão da natureza, de modo crítico por meio da razão (COSTA, 2010).
Esse interesse pelo estudo da sociedade, por exemplo, fez com que Montesquieu 
(1689-1755) iniciasse o estudo do social ao tentar explicar as instituições políticas 
e a divisão dos poderes no Estado. Além dos estudos de Rousseau (1712-1778), 
que elaborou aspectos da organização social que serviriam para a Revolução 
Industrial (MEKSENAS, 2001).
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O uso da razão se consolida no século XVIII, com os iluministas que cri-
ticavam a “sociedade feudal, os privilégios dos nobres e as restrições que estes 
impunham aos interesses econômicos e políticos da burguesia”. Os iluministas 
analisaram as instituições ao apontarem que eram injustas e que não favoreciam 
a liberdade do homem (DIAS, 2010, p. 28).
Outro ponto importante a ser destacado é a Revolução Francesa (1789), que 
valorizava as ideias burguesas como a liberdade e igualdade entre os homens 
e modificava assim a ordem social. Tais ideias influenciaram a humanidade e 
mudaram seu percurso para sempre. No final do século XVIII ocorre a Revolução 
Industrial, na Inglaterra, caracterizada pelo “[...] conjunto amplo de transforma-
ções econômicas e sociais que acompanharam o surgimento de novos avanços 
tecnológicos como a máquina a vapor e a mecanização” (GIDDENS; NETZ, 
2005, 2008, p.7).
Esse processo de mecanização das máquinas industriais, como o uso do tear 
a vapor, possibilitou a aceleração do ritmo de trabalho e fez com que surgisse 
um novo grupo social, os trabalhadores. Sem terras e desprovidos de máquinas 
manuais, os camponeses e artesãos começaram a vender a força de trabalho para 
os burgueses em troca de um salário (MEKSENAS, 2001).
Nesse sentido, o avanço da industrialização favoreceu a migração de cam-
poneses para as áreas urbanas. Ao deixar suas terras, transformaram-se em mão 
de obra barata nas indústrias e aceleraram o crescimento urbano, produziram 
“novas formas de relacionamento social” (GIDDENS, 2008, p.7). 
Entretanto, na medida em que os empresários enriqueciam, os trabalhado-
res, nada possuindo, passavam fome, pois o salário recebido era muito pouco. 
Os pais colocavam as crianças para trabalharem nas fábricas e trabalhavam entre 
14 a 16 horas diariamente. Geralmente, as casas que habitavam eram cortiços 
sujos, pequenos e sem ventilação, ou seja, as condições da vida na cidade eram 
péssimas para a maioria dos trabalhadores. Assim, o capitalismo, a partir do 
final do século XIX, desenvolvia-se como nova forma de organização da socie-
dade e das relações de trabalho (MEKSENAS, 2001).
Até hoje essas mudanças nos afetam, pois muito do que consumimos, como 
o café, por exemplo, é produzido por meio de processos industriais.
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Essas transformações no meio social fizeram com que alguns pensadores se 
questionassem sobre as mudanças sociais. Esse questionamento ainda é válido 
até hoje para os sociólogos atuais. Um dos grandes pensadores que buscavam 
explicações conservadoras para essas mudanças foi Auguste Comte (1798-1857), 
em sua obra Curso de Filosofia Positiva (1978). 
Conforme Dias, os positivistas:
Preocupados com a ordem, a estabilidade e a coesão social, enfatiza-
riam a importância da autoridade, da hierarquia, da tradição e dos va-
lores morais para a conservação da vida social. Ao estudarem as insti-
tuições - como a família, a religião, o grupo social -, preocupavam-se 
com a contribuição que poderiam prestar para a manutenção da ordem 
social (DIAS, 2010, p.29).
Com base nas ciências naturais, Comte (1798-1857) buscava compreender as 
transformações de seu tempo. No início, chamou de física social o que poste-
riormente ficou conhecido como Sociologia. Portanto, na tentativa de “criar uma 
ciência da sociedade que pudesse explicar as leis do mundo social” buscava leis 
universais com a metodologia científica (GIDDENS; NETZ, 2005, p.7). 
Se o homem procura leis na natureza para controlá-la, Comte (1978) questio-
nava-se sobre possíveis leis na sociedade para entendê-la e melhorá-la. Para ele, o 
período do racionalismo era o momento em que a filosofia positivista começava 
se destacar como superiora ao espírito teológico e metafísico. Caro(a) aluno(a), 
o positivismo teve tanta influência no Brasil que os republicanos positivistas do 
país marcaram suas ideias na bandeira nacional com o lema “Ordem e Progresso”.
INSTITUIÇÕES SOCIAIS
A sociedade não é homogênea, pois vemos a presença de diferentes grupos, 
nos quais alguns indivíduos convivem com outras pessoas parecidas com eles. 
Perceba, caro(a) aluno(a), que o indivíduo ao mesmo tempo em que se asseme-
lha ao grupo de pessoas que faz parte, se distancia dos demais grupos. Podemos 
então observar dois dos focos das ciências sociais: os diferentes grupos sociais, 
como visto anteriormente, e as instituições sociais.
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No que se refere às instituições sociais, podemos definir como sendo as 
regras e procedimentos padronizados e repetidos aplicáveis em diversos grupos 
sociais com determinadas funções. Dentro desses grupos sociais, os mais vis-
tos na sociedade como a família, a escola, a política e a religião nos adaptam, de 
geração para geração, e ainda possuem funções definidas. Em síntese, a institui-
ção é conjunto de comportamentos e crenças que o grupo adota.
As pessoas pertencem a grupos, no entanto, não podem pertencer a uma ins-
tituição de ensino, visto que uma instituição não pode ser vista, pois trata de um 
conceito abstrato.Vemos a igreja, mas não a religião; vemos os operários, mas 
não o sistema econômico; vemos o funcionário público ao aplicar uma multa, 
mas não o sistema político. Nesse sentido, a bandeira e o hino nacional repre-
sentam a instituição pública; a catedral ou a cruz podem representar a instituição 
religiosa; e uma aliança a instituição do casamento (DIAS, 2010).
Ao viver em sociedade, observamos que por mais que o indivíduo possa 
apresentar características, gostos individuais, ele é influenciado pelo meio em 
que vive. Existem regularidades em nosso comportamento, nos modos de agir 
e pensar que variam geralmente conforme o sexo, idade, nacionalidade e grupo 
social que a pessoa convive (COSTA, 2010, p. 11).
[...] As sociedade são unidas por meio de relações sociais, não só entre 
pessoas, mas também entre as instituições sociais (família, educação, 
religião, política, economia). E, por estarem interconectadas, invaria-
velmente a mudança em uma conduz à mudança em outras. As ins-
tituições sociais estabelecem vínculos entre o passado, o presente e o 
futuro: elas dão continuidade à vida social (DIAS, 2010, p. 148).
Nesse sentido, refletir sobre a sociedade com base nas teorias sociológicas nos auxi-
lia na compreensão da vida social e do comportamento de um grande número de 
pessoas. O diálogo entre a sociologia e diversas outras áreas, como antropologia 
e economia política, permite que cada um de nós, cidadãos, nos comprometa-
mos com a sociedade em que vivemos (COSTA, 2010).
Isso quer dizer que as diferenças existentes no comportamento modelado 
em sociedade resultam da maneira pela qual são organizadas as relações entre 
os indivíduos. É por meio delas que se estabelecem os valores e as regras de con-
duta que nortearão a construção da vida social, econômica e política. 
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Portanto, mesmo que façamos parte de diferentes grupos sociais, nascemos 
em uma família que nos ensina alguns valores e normas de convívio. Depois, 
provavelmente, começamos a fazer parte de outros grupos, como o grupo reli-
gioso ou de lazer. Na infância frequentamos a escola, ao completar 18 anos somos 
obrigados a votar, escolhemos uma profissão e possivelmente casaremos.
Para darmos sequência em nosso conteúdo, precisamos conhecer um pouco 
mais sobre as três áreas que compõem as Ciências Sociais.
A SOCIOLOGIA
Estuda a vida social formada por grupos e sociedades. O simples ato de tomar 
café ou compartilhar uma refeição possibilita um estudo rico em interpretações 
sociológicas, na medida em que ocorrem as interações sociais. Um sociólogo 
pode estudar, por exemplo, os motivos pelos quais o café e o álcool são dro-
gas socialmente aceitáveis, enquanto que o consumo de maconha ou cocaína é 
repudiado em determinadas sociedades (GIDDENS; NETZ, 2005). Retomando 
o exemplo do café, podemos dizer que o indivíduo está
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[...] envolvido numa complicada rede de relações sociais e econômicas 
de dimensão internacional. O café é um produto que liga as pessoas 
de algumas das partes mais ricas e mais pobres do planeta: é consumi-
do em grande quantidade nos países ricos, mas cultivado fundamen-
talmente nos pobres. Depois do petróleo, o café é a mercadoria mais 
valiosa do comércio internacional, representando a principal expor-
tação de muitos países. A produção, transporte e distribuição do café 
implicam transações constantes que envolvem pessoas a milhares de 
quilômetros de consumidores. Estudar essas transações globais é uma 
tarefa importante da Sociologia, na medida em que muitos aspectos 
das nossas vidas são hoje afetados por influências sociais e comunica-
ções a nível mundial (GIDDENS; NETZ, 2005, p. 2-3).
Observamos, caro(a) aluno(a), que nossos valores e comportamentos estão for-
temente influenciados pelo meio social mais do que se imagina. “É tarefa da 
Sociologia investigar as relações entre o que a sociedade faz de nós e o que nós 
fazemos de nós próprios” (GIDDENS; NETZ, 2005, p. 6).
Outra questão que podemos abordar é que a sociologia auxilia na compreensão 
de crimes, comportamento político, desigualdades sociais e raciais, problemas 
familiares, urbanos, relacionados a trabalho, entre outros aspectos. Enfim, qual-
quer forma de comportamento social (COHEN, 1980).
Auxilia ainda a mitigar preconceitos e estereótipos e possibilitar às pessoas 
se tornarem mais flexíveis diante de diferentes contextos. Também aprendemos 
um novo olhar perante novas culturas que não tivemos a oportunidade de conhe-
cer. Assim, o nosso modo de fazer as coisas nem sempre são o modo dominante 
ou igual perante outras sociedades (GIDDENS; NETZ, 2005).
A sociologia é a ciência que se dedica ao estudo dos fenômenos sociais, com 
base em dados diversos, de origem estatística, linguística, histórica, demo-
gráfica, etnográfica, sociográfica etc.
Fonte: Costa (2010).
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Em suma, essa área analisa as forças sociais que influenciam nosso compor-
tamento. Desse modo, a sociologia nos permite uma compreensão de pontos de 
vista e atitudes diferentes das nossas. Cabe a nós conhecê-las e respeitá-las como 
exercício da cidadania.
ANTROPOLOGIA
Estuda, em termos gerais, a humanidade em sua totalidade, suas produções e compor-
tamento. Esse estudo relaciona-se tanto com as chamadas ciências biológicas quanto 
as culturais. A Antropologia e a Sociologia buscam a “compreensão do caráter glo-
bal do homem, enquanto reunido em sociedade” (MARCONI; PRESOTTO, 2013, 
p.8). Por fim, a Antropologia também estuda a Política, uma vez que “toda socie-
dade se organiza politicamente através de um complexo de instituições que regula 
o poder, a ordem e a integridade do grupo.” (MARCONI; PRESOTTO, 2013, p.9).
CIÊNCIA POLÍTICA
No Brasil destacam-se os estudos sobre o Estado e a sociedade, as políticas públicas, 
o comportamento político, a democracia, e como esse sistema político modifica a 
atualidade. Ainda, a Ciência Política analisa as relações entre mídia e política, bem 
como a identidade nacional, questões afrodescendentes e indígenas. De acordo com 
Aranha e Martins (2005), a palavra política vem do grego polis e significa cidade.
A política é a arte de governar, de gerir o destino da cidade.[...] É possí-
vel entender a política como luta pelo poder: conquista, manutenção e 
expansão do poder. Ou refletir sobre as instituições políticas por meio 
das quais se exerce o poder (ARANHA; MARTINS, 2005, p.179).
Portanto, as Ciências Sociais são formadas pela Antropologia, a Sociologia e a 
Ciência Política. Outras disciplinas “conversam” com as Ciências Sociais como a 
Filosofia, História entre outras. Em suma, esse estudo possibilita que o acadêmico 
e o cidadão compreendam as relações sociais tanto do passado quanto do pre-
sente, ao levar em consideração os aspectos históricos de diferentes sociedades.
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E38
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nosso comportamento, atitudes e valores, prezado(a) aluno(a), não são apenas 
atos individuais. Ao contrário, somos sobretudo seres sociais e muito de nossos 
gostos e comportamento são embasados em nossa cultura, que varia de grupo 
para grupo. Temos preferências de acordo com o grupo social que convivemos, 
nosso estilo de roupa, a moradia considerada adequada, os lugares que frequen-
tamos, nossas preferências musicais, hábitos alimentares e nossos valores morais 
sofrem influência do outro.
Além disso, vivemos sobre a influência das instituições sociais:o indiví-
duo nasce numa família, entra numa escola, pertence geralmente a uma igreja 
e, em nossa sociedade, ao completar 18 anos é obrigado a exercer sua cidadania 
e votar. Somente os costumes mais importantes para o grupo são comunicados 
e repetidos por muito tempo, são considerados instituições sociais, que por sua 
vez, dirigem o comportamento em sociedade.
Assim, o estudo da relação e interação entre diferentes grupos sociais, cul-
turais, econômicos e políticos são de interesse das Ciências Sociais. Essa ciência 
estuda a vida social dos grupos e das sociedades. Desse modo, prezado(a) alu-
no(a), é importante que em sua graduação você tenha acesso às questões sociais 
para sua formação pessoal e profissional. Vimos que as Ciências Sociais abor-
dam diversas áreas como Antropologia, Sociologia, Política, Filosofia, História 
entre outras.
Esperamos que esse estudo possibilite a você olhar para a vida social sob 
uma nova ou outra perspectiva com relação aos diferentes comportamentos 
em sociedade. Em outras palavras, que esse estudo seja posto em prática, pro-
porcionando a compreensão de que cada cultura possui suas próprias regras de 
convivência e que cabe ao(a) acadêmico(a), pesquisador(a) e profissional res-
peitá-las para uma boa convivência.
39 
RITOS CORPORAIS ENTRE OS NACIREMA
O antropólogo está tão familiarizado com a diversidade das formas de comportamento 
que os diferentes povos apresentam em situações semelhantes, que é incapaz de sur-
preender-se mesmo em face dos costumes mais exóticos.
De fato, embora nem todas as combinações de comportamento logicamente possíveis 
tenham sido descobertas em alguma parte do mundo, o antropólogo pode suspeitar 
que elas devam existir em alguma tribo ainda não descrita. [...] Deste ponto de vista, 
as crenças e práticas mágicas dos Nacirema apresentam aspectos tão inusitados que 
parece apropriado descrevê-los como um exemplo dos extremos a que pode atingir o 
comportamento humano.
[...] Conforme a mitologia dos Nacirema, um herói cultural, Notgnihsaw, deu origem a 
sua nação; ele é, por outro lado, conhecido por duas façanhas de força – ter atirado um 
colar de conchas usado pelos Nacirema como dinheiro, através do rio Po-To-Mac e ter 
derrubado uma cerejeira na qual residia o Espírito da Verdade.
A cultura Nacirema caracteriza-se por uma economia de mercado altamente desenvolvi-
da, que evoluiu em um rico habitat natural. Apesar do povo dedicar muito do seu tempo 
às atividades econômicas, uma grande parte dos frutos destes trabalhos e uma conside-
rável porção do dia são despendidos em atividades rituais. O foco destas atividades é o 
corpo humano, cuja aparência e saúde assomam como o interesse dominante no ethos 
deste povo. Embora tal tipo de interesse não seja, por certo, raro, seus aspectos cerimo-
niais e a filosofia a ele associada são singulares.
[...] Os indivíduos mais poderosos desta sociedade têm muitos santuários em suas casas, 
e, de fato, a alusão à opulência de uma casa, muito frequentemente, é feita em termos 
do número de tais centros rituais que possua. Muitas casas são construções de madei-
ra, toscamente pintadas, mas as câmaras de culto das mais ricas paredes de pedra. As 
famílias mais pobres imitam as ricas aplicando placas de cerâmica as paredes de seu 
santuário.
[...] Embora cada família tenha pelo menos um desses tais santuários, os rituais a eles 
associados não são cerimônias familiares, são cerimônias privadas e secretas.
O ponto focal do santuário é uma caixa ou cofre embutido na parede. Neste cofre são 
guardados os inúmeros encantamentos e poções mágicas sem os quais nenhum nati-
vo acredita que poderia viver. Estes preparados são conseguidos através de uma série 
de profissionais especializados, os mais poderosos dos quais são os médicos-feiticeiros, 
cujo auxílio deve ser recompensado com dádivas substanciais.
40 
[...] Na hierarquia dos mágicos profissionais, logo abaixo dos médicos-feiticeiros no que 
diz respeito ao prestígio, estão os especialistas cuja designação pode ser traduzida por 
“sagrados-homens-da-boca”. Os Nacirema tem um horror quase que patológico, e ao 
mesmo tempo uma fascinação, com relação à cavidade bucal, cujo estado acreditam ter 
uma influência sobrenatural em todas as relações sociais. O ritual de corpo executados 
por cada Nacirema diariamente inclui um rito bucal. Apesar de serem tão escrupulosos 
no cuidado bucal este rito envolve uma prática que choca o estrangeiro não iniciado, 
que só pode considerá-lo como revoltante. Foi-me relatado que o ritual consiste na in-
serção de uma pequeno feixe de cerdas de porco na boca, juntamente com certos pós 
mágicos e então em movimentá-lo numa série de gestos altamente formalizados.
Além do ritual bucal privado, as pessoas procuram o mencionado sacerdote-da-boca 
uma ou duas vezes ao ano. Estes profissionais têm uma impressionante coleção de ins-
trumentos consistindo de brocas, furadores, sondas e agulhões. O uso destes objetos 
no exorcismo dos demônios bucais envolve para o cliente, uma tortura ritual quase 
inacreditável.
[...] Na vida cotidiana o Nacirema evita a exposição de seu corpo e das suas funções 
naturais. As atividades excretoras e o banho, enquanto parte dos ritos corporais, são 
realizados apenas no segredo do santuário doméstico. Da perda súbita do segredo do 
corpo quando da entrada no “latipso”, podem resultar traumas psicológicos.
[...] Como conclusão, deve-se fazer referências a certas práticas que têm suas bases na 
estética nativa, mas que decorrem da aversão perversiva ao corpo natural e suas fun-
ções. Existem jejuns rituais para tornar as magras pessoas gordas, e banquetes cerimo-
niais para tornar gordas pessoas magras. Outros ritos são usados para tornar maiores 
os seios das mulheres que os têm pequenos, e torná-los menores quando são grandes. 
A insatisfação geral com o tamanho do seio é simbolizada no fato da forma ideal estar 
virtualmente além da escala de variação humana. Umas poucas mulheres, dotadas com 
um desenvolvimento hipermamário, são tão idolatradas que podem levar uma boa vida 
indo de cidade em cidade e permitindo aos embasbacados nativos, em troca de uma 
taxa, contemplarem-nos.
[...] Nossa análise da vida ritual dos Nacirema certamente demonstrou ser este povo do-
minado pela crença na magia. É difícil compreender como tal povo conseguiu sobrevi-
ver por tão longo tempo sob a carga que impôs sobre si mesmo.
Fonte: MINER (1976).
41 
1. A cultura de uma sociedade serve também para as pessoas acreditarem e agirem 
de forma a serem aceita pelos seus membros. Além disso, está localizada na men-
te e no coração dos homens. Segundo Aranha e Martins (2005, p. 25) cultura é o 
que o homem produz ao construir sua existência: práticas, teorias, instituições, 
valores materiais e espirituais. “Se o contato com o mundo é intermediado pelo 
símbolo, a cultura é o conjunto de símbolos elaborado por um povo”. Por isso 
que as culturas são múltiplas. Sobre a construção da cultura, é correto afirmar 
que:
a) A cultura é fixa, imóvel em diferentes sociedades.
b) Nascemos com a cultura de nossa sociedade.
c) A cultura é variável de acordo com o contexto social.
d) Apenas os homens possuem cultura e não podem modificá-la.
e) A cultura é flexível, estável e simbólica.
2. Observe:
TEXTO 1
De acordo com Paulo Meksenas (2001, p. 47), por volta dos séculos XVIII e XIX 
ocorreu a Revolução Industrial, que fez emergir um novo grupo social: os traba-
lhadores.
FRAGMENTO 2
O operário em construção - Vinicius de Morais
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com casas
Que lhe brotavam da mão.
[...] Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
42 
Após a leitura atenta, relacione o texto 1 e o fragmento 2 da música de Vinicius de 
Moraes e assinale a única opção correta que comenta como seria um trabalha-
dor “normal” ou dentro dos padrões na sociedade atual:
a) O trabalhador “normal”se manifesta e busca alcançar a sociedade capitalista.
b) O trabalhador “normal” trabalha pouco, pois em outro turno é empregado.
c) O trabalhador “normal” trabalha dentro das leis de seu contexto social.
d) O trabalhador “normal” se escraviza somente ao assistir a televisão.
e) O trabalhador “normal” trabalha dentro de suas potencialidades virtuosas.
3. Os valores podem ser considerados como nossas crenças, representam tudo o 
que é importante para nós. Eles representam o que é bom, o que é certo, o que 
é sensato fazer, dizer e pensar, para nós mesmos e para os outros. Ao contrário, o 
que se desvia dos valores, seu oposto polar, é o que é ruim, o que é errado, o que 
é o mais baixo fazer, dizer ou pensar.
Cada ação, portanto, como cada um de nossos comportamentos, palavras, pen-
samentos, ou melhor, nossas escolhas sobre o que fazemos, dizemos ou a forma 
como agimos, é mais dependente dos valores que são importantes para nós em 
nossas vidas. Os nossos valores afetam nossas vidas e relacionamentos com os 
entes queridos, com os colegas de trabalho e outros em geral.
Os valores são aprendidos durante a nossa infância, e passados a nós, primei-
ramente, por nossos pais. Então, para ajudar seus filhos a adquirir os valores, os 
pais devem ser coerentes com o que fazem e como se comportam, do contrário, 
dariam ensinamentos discordantes, causando o efeito oposto nas crianças.
Fonte: Quais são os valores mais importantes para você. Disponível em: <http://
sociedaderacionalista.org/2012/02/19/valores-quais-sao-os-seus-valores-mais-
-importantes-para-voce/>. 
Após a leitura desse texto, é possível afirmar que:
a) Os valores estão somente ligados às questões religiosas.
b) Os valores podem ser relacionados ao que é considerado moral ou ético.
c) Os valores são imutáveis em cada sociedade ao longo do tempo e espaço.
d) Os valores são transmitidos pela cultura da sociedade somente pela edu-
cação.
e) Os valores são as formas que os indivíduos se relacionam com o dinheiro.
43 
4. Segundo Giddens e Netz (2005, p. 561) comunicação é: transmissão de informa-
ções de um indivíduo ou grupo para outro. A comunicação é a base necessária 
para toda interação social.
Nos contextos face a face, a comunicação se dá por meio do uso da linguagem, 
mas também por meio de muitas dicas corporais que os indivíduos interpretam 
para compreenderem o que os outros dizem e fazem.
Após a leitura, assinale a melhor alternativa que indique os tipos de comuni-
cação humana:
a) Linguagem concreta e linguagem abstrata.
b) Comunicação verbal e escrita.
c) Apenas comunicação verbal.
d) Comunicação verbal e não verbal.
e) Comunicação escrita e comunicação iconográfica.
5. A formação do ser humano começa na família, inicia-se um processo de humani-
zação e libertação. É um caminho que busca fazer da criança um ser civilizado, e 
desde bem cedo a escola participa desse processo.
Com o conhecimento adquirido na escola, assinale a alternativa correta:
a) Na escola o aluno não se prepara para a vida, somente aprende matérias 
teóricas.
b) Na escola o aluno aprende seus direitos e como consegui-los acima de tudo 
e todos.
c) Na escola o aluno frequenta as aulas para receber a merenda e conversar 
com todos os alunos, seus contatos profissionais.
d) Na escola o aluno se prepara para a vida com a possibilidade de conhecer e 
exercer a cidadania.
e) Na escola o aluno aprende seus direitos e deveres e como ser pacífico peran-
te os acontecimentos.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Iluminismo: do Antigo regime aos nossos dias
O vídeo, narrado por uma mulher, conta as ideias iluministas no século XVIII que abalaram o 
Antigo Regime. Tais ideias infl uenciaram nossas vidas para sempre até chegarmos à democracia.
Para saber mais, acesse o link disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qf9yu67-cag >. 
O preço do amanhã - 2011
No futuro, essa sociedade possui outros valores: o tempo é a principal 
moeda para viver e consumir. Mesmo assim, observamos ainda as 
desigualdades de classes e os pobres vivem aproximadamente até os 25 
anos. O protagonista é Justin Timberlake e interpreta Will Salas, que tem 
sua vida modifi cada após receber uma doação de tempo. A aventura 
começa quando inicia a sua perseguição. O sistema poderá ser abalado 
por outras armas.
Sociologia: uma introdução à ciência da sociedade
Cristina Costa
Editora: Moderna
Sinopse: O livro aborda diversos temas de sociologia. Desde os 
clássicos da sociologia como Durkheim, Weber e Marx, até um capítulo 
dedicado somente à cultura. Ricamente ilustrado, o livro é essencial para os estudos sociais. Ainda 
possui atualidades como a infl uência da mídia e da moda em nosso cotidiano.
REFERÊNCIAS
ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: 
Editora Moderna, 2005.
CHAUÍ, M. S. Convite à filosofia. 1. ed. São Paulo: Ática, 2000.
COHEN, B. Sociologia geral. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1980.
COMTE, A. Curso de filosofia positiva. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Coleção Os 
Pensadores).
COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 4. ed. São Paulo: Moderna, 
2010.
DIAS, R. Introdução à sociologia. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2010.
GIDDENS, A.; NETZ, S. R. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MARCONI, M. A.; PRESOTTO, Z. M. N. Antropologia: uma introdução. São Paulo: 
Atlas, 2013.
MEKSENAS, P. Aprendendo sociologia: a paixão de conhecer a vida. 8. ed. Loyola, 
2001.
MINER, H. Ritos corporais entre os nacirema. In: ROONEY, A.K.; VORE, P. L. (orgs.). You 
And The Others: Readings in Introductor y Anthropology. Cambridge: Erlich, 1976.
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GABARITO
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2. C.
3. B.
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Professora Me. Patrícia Bernardo
CLÁSSICOS DAS 
CIÊNCIAS SOCIAIS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar os principais autores clássicos das Ciências Sociais. 
 ■ Expor, sucintamente, os conceitos de Émile Durkheim sobre estudos 
acerca da sociedade. 
 ■ Apresentar a visão de Max Weber sobre os fatos sociais. 
 ■ Apresentar as ideias centrais da percepção de Karl Marx sobre a 
sociedade capitalista e as lutas de classes sociais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Percepções de David Émile Durkheim sobre a sociedade 
 ■ As análises de Max Weber sobre a ação social 
 ■ Perspectivas de Karl Marx e a sociedade capitalista
INTRODUÇÃO
No cotidiano, em nossa sociedade, nos deparamos com situações que não con-
seguimos compreender se olharmos somente para a situação isolada, para 
compreendê-las é necessário analisarmos as relações que os indivíduos ou gru-
pos de indivíduos estabelecem entre si. Tais situações ocorrem em nosso cotidiano 
particular e organizacional, e são as chamadas situações sociais (TOMAZI; 
ALVAREZ, 1995). Elas são de interesse primordial das Ciências Sociais, pois 
suas causas não estão relacionadas à natureza ou a vontade humana, mas pos-
suem relação direta com a sociedade, com os grupos sociais e nas ações sociais.
O autor Guerreiro Ramos (1966) afirma que dentro do campo da Gestão as 
pessoas precisam desenvolver um senso sociológico forte e crítico, pois é nas orga-
nizações que passamos boa parte da nossa vida. Devido ao percurso já trilhado 
pelos pesquisadores da sociologia, podemos recorrer às teorias já formuladas e 
legitimadas no meio das Ciências Sociais para compreender situações vivencia-
das na sociedade moderna e nas organizações.
Assim, nas páginas que seguem trataremos sobre os autores clássicos das 
Ciências Sociais: David Émile Durkheim (1858-1917), Karl Heinrich Marx 
(1818-1883) e Max Weber (1864-1920). Como os trabalhos destes autores são 
vastos e de conteúdo denso, abordaremos somente os principais pensamentos 
que contribuíram para a compreensão da sociedade, das relações sociais e no 
estudo sobre as organizações.
Com relação a Durkheim, apresentaremos os principais conceitos que são base 
de seus estudos, como: fatos sociais, consciência coletiva, solidariedade mecânicae orgânica. Ao abordar os pensamentos de Weber, faremos um recorte especial 
sobre os conceitos de ação social e as formas de dominação e poder. Referente 
a Karl Marx, apresentaremos os pressupostos para a construção de suas teorias 
sobre a sociedade capitalista e as lutas de classes sociais.
Introdução
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CLÁSSICOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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PERCEPÇÕES DE DAVID ÉMILE DURKHEIM 
SOBRE A SOCIEDADE 
Olá, caro(a) aluno(a)! Vamos iniciar nosso estudo sobre os principais autores 
das Ciências Sociais? 
O primeiro grande autor que iremos trabalhar é David Émile Durkheim (1858-
1917), sociólogo e filósofo francês que também ficou conhecido como o “pai 
da sociologia” por contribuir com seus pensamentos no fortalecimento desta 
como Ciência e ao propor um método científico para os pesquisadores sociais. 
Trabalharemos neste tópico apresentando um pouco sobre seus principais pen-
samentos e contribuições em relação aos estudos sobre a sociedade e a sua 
organização.
Em 1893, Durkheim publicou a primeira edição do livro “Da divisão do tra-
balho social”, fruto da sua pesquisa de doutorado. O tema central do livro é a 
relação entre os indivíduos e a coletividade. O autor buscou compreender como 
diversos indivíduos conseguem constituir uma sociedade e como se constrói o 
consenso que compartilham sobre a existência social. Dentre as considerações 
que Durkheim (1999) traz nesse livro, temos a apresentação e clara defesa do 
autor sobre a ideia de que a sociedade prevalece sobre o indivíduo. Para ele, a 
sociedade é formada por um conjunto de normas de procedimentos, pensamen-
tos e sentimentos que são construídos fora do indivíduo, que existiam antes dele 
e existiram após ele. 
Percepções de David Émile Durkheim sobre a Sociedade 
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Então, esse conjunto de normas que constitue a sociedade existe fora das 
consciências individuais, e Durkheim (1972) ressalta que esse sistema é dotado 
de poder imperativo e coercitivo, que se impõem, quer queira, quer não. Como 
ele bem explica, o sistema de linguagem que é utilizado para expressar senti-
mentos e pensamentos, ou o sistema de moedas que é utilizados nas transações 
comerciais, ou ainda, as normas que regem as práticas profissionais, entre outras 
práticas cotidianas, foram construídas fora do indivíduo e existirão mesmo que 
ele não se utilize delas. 
Assim, de acordo com os pensamentos de Durkheim (1972), em toda socie-
dade existem regras, e estas são responsáveis pela organização da vida social. 
Tais regras são criadas e reformuladas por gerações de homens e transmitidas 
às próximas como decretos a serem seguidos, e aquele que as transgredir sofrerá 
castigos. Com isso, o autor define o que para ele é o objeto de estudo da socio-
logia, os fatos sociais. Dessa forma, cabe a sociologia estudar as regras e normas 
coletivas que regem a vida dos indivíduos em sociedade, pois esses fatos têm sua 
origem na sociedade e não na natureza (objeto de estudo das ciências naturais) 
ou no indivíduo (objeto da psicologia). 
Vejamos então o conceito de fatos sociais nas palavras do próprio Durkheim 
(1972, p. 11): 
É fato social toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer 
sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral 
na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência pró-
pria, independente das manifestações individuais que possa ter. 
Assim, vale frisar que de acordo com o conceito trabalhado por Durkheim (1972 
apud TOMAZI; ALVAREZ, 1995), existem duas principais características que 
precisam estar presentes para que se identifique um fato social: exterioridade 
e coercitividade. Exterioridade está relacionada ao fato de que as normas são 
estabelecidas fora da consciência dos indivíduos e que elas existem indepen-
dentemente da aceitação particular deles, questão que vimos anteriormente. 
Esta característica está relacionada à coercitividade, como dito, os fatos sociais 
são permeados de normas que são impostas aos indivíduos que integram uma 
sociedade, sendo que o descumprimento destas provoca punições, que podem 
ser físicas e, especialmente, morais. 
CLÁSSICOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
O indivíduo não nasce sabendo destas normas sociais, ele as aprende. Por 
isso, a educação é sempre um dos meios mais utilizados por Durkheim (1972) 
para explicar os aspectos que envolvem o fato social. O autor explica que a socie-
dade educa os seus membros para que aprendam desde crianças as regras que 
regem a vida social. Isso ocorre por meio da transmissão de conhecimento entre 
as gerações, os mais velhos explicando aos mais novos; e também, nas escolas e 
instituições de um modo geral. 
Ao expor os aspectos relacionados aos fatos sociais, Durkheim também apre-
senta o conceito de consciência coletiva ou comum, que é caracterizado como 
um conjunto de crenças e sentimentos compartilhados por grupos formados 
por membros de uma sociedade. Este conjunto forma um sistema que possui 
vida própria, pois esta consciência é diferente das consciências particulares ou 
individuais, ela forma o psíquico da sociedade. Ainda que de maneira diferente 
do que acontece nos sujeitos, essa consciência coletiva forma as características 
e condições de existência de uma sociedade. 
Durkheim resume a análise sobre a consciência coletiva explicando que é 
possível afirmar que um ato é criminoso quando este ofende as condições con-
solidadas e definidas da consciência coletiva estabelecida em uma sociedade em 
determinada época. Como, por exemplo, a consciência coletiva contemporânea 
criminaliza o trabalho escravo, todavia, houve um grande período da história 
que o trabalho escravo era aceito porque para a consciência coletiva da época 
a prática estava dentro da normalidade da sociedade e era moralmente aceita.
Durkheim (1981) ainda explica que existem em nós duas consciências. Uma 
contém elementos que são pessoais e particulares, que nos caracterizam, ela 
representa e constitui a nossa personalidade individual, ele a denomina como 
consciência individual. A outra consciência, já apresentada brevemente, abrange 
os elementos que são comuns a toda a sociedade, ela representa o tipo coletivo; 
e quando os elementos que constituem essa consciência influenciam nossa con-
duta, não estamos agindo em busca de interesses pessoais, mas visando fins 
coletivos. Estas duas consciências estão ligadas uma à outra, coexistindo no 
sujeito durante toda a sua existência.
Percepções de David Émile Durkheim sobre a Sociedade 
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Segundo a percepção de Durkheim (1972 apud TOMAZI; ALVAREZ, 1995), a 
consciência coletiva é essencial para a existência da sociedade, pois por meio dela é 
possível haver um determinado grau de consenso entre os indivíduos, permitindo 
a formação da sociedade. Entretanto, a consciência individual também é impor-
tante, pois ela permite que ocorra a diferenciação entre os indivíduos. Como o 
próprio autor explica, no primeiro tipo de consciência temos a sociedade vivendo 
e agindo em nós; já o segundo tipo representa a nós mesmos, o que temos de mais 
pessoal e distinto. Com base nisso, o autor traz em seu livro “Da divisão do traba-
lho social” (1999) a compreensão da existência de duas formas de solidariedade nas 
sociedades, as quais possuem como fator fundamental para a sua manifestação o 
grau de interação das consciências no meio social. Estas formas de

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