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TCC 2017 EM DESENVOLVIMENTO - VERSÃO FINALIZADA

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PAGE 
agradecimentos
Primeiramente, agradeço a Deus por me dar força e sabedoria nesta caminhada, estando comigo nas dificuldades e adversidades enfrentadas ao longo do curso, sempre acreditando na superação e indo além de minhas capacidades e de meus limites.
À minha família, que sempre foi minha a maior fonte de inspiração, teve paciência e amor, colaborando com o bom desempenho de minhas atividades acadêmicas, compreendendo minhas ausências e, acima de tudo, por me guiarem, ampararem e estarem ao meu lado todos os dias e em cada decisão. O apoio de vocês foi fundamental para a concretização desse objetivo. Essa vitória é nossa! Amo muito vocês!
À minha orientadora, Viviane Franco de Almeida Nobre, pela atenção e dedicação, não só no acompanhamento deste trabalho, como também durante o curso. Além de tutora, orientadora foi e é uma importante e grande amiga, pelos inúmeros aprendizados, além de tamanha atenção, solidariedade e carinho. Obrigada por cada palavra de incentivo e por se mostrar disposta a ajudar no que foi possível.
Às inestimáveis, queridas e grandes amigas que fiz ao longo da vida acadêmica, com as quais pude dividir momentos de preocupações, angústias e comemorações, sempre ao meu lado, contribuindo com meu crescimento pessoal e profissional. Cresci com vocês e aprendi muito. Foi um prazer e uma honra compartilhar com vocês tantas experiências vividas. Desejo que possamos vivenciar muitas outras no decorrer de nossas vidas! Vocês são muito especiais.
Reconheço que não foi fácil... Respeito, choro, alegria, estresse e até diversão estão presentes em cada folha deste trabalho. Saio desta experiência mais madura e segura daquilo que quero.
A todos vocês, o meu muito obrigado!
“Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas ao contrário, é o seu ser social que determina sua consciência”.
(Karl Marx)
NUNES, Ronichelly da Silva. A Previdência Social frente às suas conquistas e retrocessos. 2017. 40 f. Trabalho de Conclusão de Curso Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Quixeramobim, 2017.
RESUMO
A Previdência Social no campo das Políticas Públicas insere-se dentre os princípios que constituem o Tripé da Seguridade Social, resultante de um constante movimento histórico. Neste sentido, é necessário percorrer pelas bases históricas desse contexto, a fim de compreender melhor os seus desdobramentos. Partindo-se desse intuito, o presente trabalho de cunho acadêmico e científico tem por objetivo primordial analisar o histórico da Previdência Social no Brasil, centralizando os seus principais avanços e retrocessos, bem como, os desafios contemporâneos e novas perspectivas de mudanças sociais, as quais possam culminar em equidade e promoção de cidadania. Como procedimento metodológico para a concretização da referida produção, utilizou-se de uma pesquisa qualitativa, por intermédio de uma Revisão de Literatura, objetivando propor um diálogo entre os argumentos delimitados e a visão de especialistas da área em foco. Fundamentando-se, para tanto, nos estudos de autores como: Cabral (2000), Lazzari e Castro (2014), Martins (2012), Netto (2005), Nicodemes (2002). Subsidiando-se ainda, nos pressupostos de documentos oficiais, a mencionar a Constituição Federativa Brasileira (1988) e a Matriz Teórica Metodológica do Serviço Social na Previdência Social (1994). Assevera-se que as abordagens propostas são essencialmente relevantes ao Assistente Social, possibilitando a compreensão de sua função frente às ações promovidas pelo Setor Previdenciário Brasileiro, colocando-se como um mediador entre os direitos previstos por lei e o pleno conhecimento por parte dos beneficiários. Portanto, mais que reformular os sistemas já existentes, é prioritário analisar criticamente as dimensões que podem ser aprimoradas, resultando em condições propícias aos cidadãos, para que sejam capacitados a usufruírem todos os seus benefícios integralmente.
Palavras-chave: Direitos Sociais. Previdência Social. Seguridade. Assistente Social. Beneficiários. 
NUNES, Ronichelly da Silva. Social security against its achievements and setbacks. 2017. 40 f. Trabalho de Conclusão de Curso de Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Quixeramobim, 2017.
ABSTRACT
Social Security in the field of Public Policies is part of the principles that constitute the Tripod of Social Security, resulting from a constant historical movement. In this sense, it is necessary to go through the historical bases of this context, in order to better understand its unfolding. The main purpose of this academic and scientific work is to analyze the history of Social Security in Brazil, centralizing its main advances and setbacks, as well as the contemporary challenges and new perspectives of social changes, which may culminate in equity and promotion of citizenship. As a methodological procedure for the accomplishment of this production, a qualitative research was used, through a Literature Review, aiming to propose a dialogue between the delimited arguments and the vision of specialists of the area in focus. For this reason, in the studies of authors such as: Cabral (2000), Lazzari e Castro (2014), Martins (2012), Netto (2005), Nicodemes (2002). In addition, under the assumptions of official documents, mention should be made of the Brazilian Federal Constitution (1988) and the Theoretical Matrix of Social Service in Social Security (1994). It was assumed that the proposed approaches are essentially relevant to the Social Worker, making it possible to understand their role vis-à-vis the actions promoted by the Brazilian Social Security Sector, placing them as a mediator between the rights provided by law and the full knowledge of the beneficiaries. Therefore, rather than reformulating existing systems, it is a priority to critically analyze the dimensions that can be improved, resulting in conditions conducive to citizens, so that they are enabled to enjoy their full benefits.
Keywords: Social Rights. Social Security. Security. Social Worker. Beneficiaries.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	APS
BPC
CAPS
CNT
FAT
IAPAS
IAPS
INSS
INPS
RGPS
SUS
	Agência de Previdência Social
Benefício de Prestação Continuada
Caixas de Aposentadoria e Pensões
Conselho Nacional do Trabalho
Fundo de Amparo ao Trabalhador
Instituto de Administração Financeira de Previdência e Assistência Social
Instituto de Aposentadorias e Pensões
Instituto Nacional de Seguro Social
Instituto Nacional de Previdência Social
Regime Geral da Previdência Social
Sistema Único de Saúde
	
	
	
	
	
	
	
	
SUMÁRIO
91 INTRODUÇÃO
 
132 BASES HISTÓRICAS DA SEGURIDADE SOCIAL
 
132.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO TRIPÉ DA SEGURIDADE
 
162.2
PROCESSO HISTÓRICO DO INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL
 
182.3
O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO NO BRASIL
 
192.4
REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
 
213 OS DESDOBRAMENTOS DA POLÍTICA PREVIDENCIÁRIA
 
213.1
AVANÇOS E DESAFIOS DA POLÍTICA PREVIDENCIÁRIA
 
223.2
IMPLANTAÇÃO DE NOVAS POLÍTICAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
 
243.3
PREVIDÊNCIA SOCIAL E SEUS DIREITOS
 
253.4
OS ATUAIS DESAFIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
 
273.5
PERSPECTIVAS DE TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS
 
283.6
A IMPORTÂNCIA DAS POLÍTICAS SOCIAIS NO ÂMBITO DA SEGURIDADE SOCIAL
 
313.7
PREVIDÊNCIA SOCIAL CONSTRUÇÃO HISTÓRICA E CONQUISTAS
 
354 O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE À POLÍTICA PREVIDENCIÁRIA
 
354.1
A ATUAÇÃO DO ASSITENTE SOCIAL E SUA INTERFACE COM A PREVIDÊNCIA SOCIAL
 
384.2
DESAFIOS DO ASSISTENTE SOCIAL NA PREVIDÊNCIA
 
404.3
ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL NO INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL
 
434.4
SERVIÇO SOCIAL E PREVIDÊNCIA SOCIAL
 
475 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
48REFERÊNCIAS
 
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho de conclusão de curso tem por eixo primordial percorrer pelas bases históricas da Previdência Social, a fim de ressaltar as suas conquistas e avanços, bem como, seus retrocessos, revisitando perspectivas na buscaincessante da seguridade social e amparo legal. 
O interesse pelo referido tema surgiu de distintas problemáticas, que mobilizaram o objeto de estudo, em especial pela análise da finalidade fundamental das prestações da seguridade social, na qual está inserida a Previdência Social, cujo princípio norteador de suas ações, é garantir o mínimo existencial aos indivíduos.
A Política Previdenciária tem como características básicas a reprodução da força de trabalho e a incorporação de direitos sociais, a universalização de cobertura e ampliação dos benefícios e serviços, nesse pressuposto busca-se compreender mais detalhadamente o cenário do qual faz parte essas conjecturas.
A Previdência Social faz parte do Tripé da Seguridade Social frente aos momentos histórico, econômico e social vivido pelo país. O espaço do Serviço Social na Previdência Social é marcado por um processo contínuo, que exige dos profissionais um constante aprofundamento da realidade e de sua própria intervenção, buscando uma compreensão crítica da sociedade e de suas transformações societárias, manifestadas na questão social que incidem diretamente na vida e no trabalhado dos usuários da previdência.
A atuação do Serviço Social Previdenciário avança devido a Constituição Federal de 1988, a qual passa a garantir direitos sociais e a participação dos usuários na gestão das Políticas Públicas, rompendo assim, com o modelo tradicional (SILVA, 2008).
O Assistente Social facilita o acesso aos benefícios e serviços previdenciários, estabelece um procedimento de solução dos problemas sociais relacionados à Previdência Social. Mediando as proposições entre o setor previdenciário e os beneficiários, maiores interessados nessas abordagens.
A atuação deste profissional permite mediar o acesso dos usuários aos seus direitos, afirmando o compromisso ético-político da categoria direcionado à defesa da classe trabalhadora, posicionando-se no resguardo intransigente dos direitos humanos ao lado das lutas sociais ou pelo reconhecimento.
A referida produção científica delimita-se a abordar sobre a Previdência Social frente às suas conquistas e retrocessos, onde será relatada a lei que regulamenta a Previdência Social no Brasil, a Constituição Federal e a atuação do Assistente Social na Previdência. Contudo, a pesquisa aponta que a atuação do Assistente Social encontra-se situada num quadro contraditório, composto de limites e possibilidades.
É neste contexto, que se insere o Assistente Social, induzido no seu cotidiano de trabalho a luta pela garantia do atendimento da demanda usuária dos serviços e benefícios da Previdência Social, estando apto a desenvolver tarefas teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política, fica notória a atuação dos assistentes sociais dentro da contemporaneidade sob a ótica do direito.
Tornando-se um profissional privilegiado, pois dispõe de um documento matriz que orienta o seu fazer na perspectiva de assegurar os direitos dos usuários, sendo um profissional crítico e reflexivo, altamente comprometido com as questões sociais.
Na integração do trabalho, define-se como objetivo geral: descrever o processo histórico da Previdência Social no Brasil frente aos seus avanços, desafios e conquistas dentro da Política Previdenciária, de modo, a efetivar visões sob a percepção do Agente Social.
Sustentando esse propósito maior, delimita-se como objetivos específicos: abordar a história do Tripé da Seguridade Social frente à Previdência Social; descrever os avanços e os desafios da Política Previdência na perspectiva das mudanças sociais, culturais e de vida da população; contextualizar a atuação do Assistente Social no campo previdenciário como uma profissão de suma relevância no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS); descrever os fundamentos da Previdência Social no Brasil. 
Vislumbrando compreender a conjuntura em que se inserem as relações previdenciárias, torna-se propício analisar o percurso de conquistas, como também os retrocessos que culminaram nesse processo, destacando a necessidade permanente de se propor mudanças consistentes.
No entanto, a Previdência Social no Brasil passa por várias reformas que, antes do receituário neoliberal, com avanços significativos e importantíssimos no sentido de ampliar os direitos. Essas alterações na extensão de direitos e na organização institucional contribuíram para consolidação e fortalecimento da Previdência como uma política social e pública, no sentido de atender as necessidades dos trabalhadores. Cabral (2000, p. 121) assevera que:
A proposta previdenciária de Eloy Chaves, não se dirigia aos trabalhadores em geral, nem se referencia a um conceito de cidadania, mas cria medidas de proteção para um grupo específico, tomando a empresa como unidade de cobertura.
Ressaltando os direitos previdenciários dos cidadãos que se encontram em situações de risco, é importante para instigar o espírito crítico, principalmente quando direciona a uma reflexão dos múltiplos dilemas sociais. Neste sentido, o interesse de cunho investigativo pela respectiva pesquisa foi mobilizando novas problemáticas, as quais buscam esclarecer por intermédio de argumentações, em consonância com os pensamentos de importantes autores da área.
Ratifica-se a centralidade de concretizar a pesquisa de forma integral, visto que, a sua complementação resultará em análises críticas, em questionamentos pertinentes, especialmente no momento de definir e edificar elementos imprescindíveis à identidade profissional, enquanto um sujeito a serviço de transformações sociais.
Tendo como intuito investigar e pesquisar os desdobramentos que englobam a Previdência Social, vislumbrando conhecer melhor os seus principais aspectos, é propício percorrer por bases que possibilitam revelar a luz de teorias os enfoques delimitados.
Mediante esse contexto de retração dos direitos sociais e incentivo à iniciativa privada, a presente pesquisa visa analisar a concepção da Previdência Social e dos direitos sociais para os gestores e servidores do Instituto Nacional de Seguro Social.
 Contribuindo para uma reflexão crítica acerca de aprofundar a atuação da Previdência Social no Brasil e a construção dos direitos sociais na contemporaneidade.
Para a efetivação do presente trabalho adotou-se como procedimento metodológico a Pesquisa Bibliográfica, apoiando-se em literaturas produzidas por autores que escrevem acerca da temática, como também em alguns instrumentais como artigos, livros e fontes eletrônicas, de modo qualitativo e descritivo. Além de contar com o suporte de publicações oficiais, documentos legais que direcionaram a fundamentação a respeito de abordagens essencialmente pertinentes ao tema em foco.
Ao fazer referência ao aporte teórico e metodológico que estrutura a respectiva escrita acadêmica, entende-se que a Pesquisa Bibliográfica:
[...] é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
Nesse pressuposto, a sua complementação final contará com os subsídios de fontes diversificadas, materiais que sejam capacitados a fundamentar os argumentos propostos. A fim de conferir caráter científico, sistematizando-se um diálogo com os escritores da área. 
A Previdência Social é um segmento da Seguridade Social destinado a estabelecer um sistema de proteção social mediante contribuição, que objetiva proporcionar meios de subsistência ao segurado e sua família quando necessário. Diferentemente da Assistência Social, não é a previdência um programa de proteção gratuito,mas um verdadeiro seguro cujas regras estão previstas na lei. Não se trata de um de sistema no qual contribui quem quer; pois a adesão tem previsão legal e natureza de exigência tributária.
Portanto, esse escrito concebe-se em um instrumental científico, com finalidades acadêmicas, traçando objetivos claros, à proporção que permite a compreensão e o esclarecimento de novos problemas, os quais ainda não foram elucidados ou vistos sob uma nova perspectiva. Dessa forma, torna-se possível apreender as determinações históricas, econômicas, sociais, políticas e culturais que envolvem a configuração da Previdência Social Brasileira.
2 BASES HISTÓRICAS DA SEGURIDADE SOCIAL
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO TRIPÉ DA SEGURIDADE
A Previdência Social foi fundada pelo Deputado Eloy Chaves, onde o mesmo apresentou um Projeto de Lei que propunha a instituição da Caixa de Aposentadoria e Pensões para os ferroviários, em cada uma das empresas de estrada de ferro. Este projeto de Lei foi aprovado pelo Congresso e sancionado pelo Presidente da República, transformando-se no Decreto nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923, conhecido depois como “Lei Eloy Chaves”. Em justificativa ao projeto, o Deputado Eloy Chaves esclareceu que:
Nas aposentadorias tive muito em vista não só o tempo de serviço como a idade do aposentado. Procurei evitar o auxílio demasiado aos inativos, ampliando aos verdadeiramente inválidos. Diminuí progressivamente a importância das aposentadorias à medida que aumentava os ordenados.
Caracterizada a partir da Constituição Federal de 1988, a Seguridade Social dentro de seu fundamento, visa garantir os direitos englobando a Saúde, Previdência e Assistência Social, formando assim, o Tripé da Seguridade Social, partindo-se desses três pilares fundamentais.
Sua formação deu-se através de um processo formativo, resultante de uma política-estatal, sucedendo com a participação das entidades da sociedade civil. Assim, objetivando uma ação social que garanta certos patamares mínimos de vida, gerando um pacto de direitos públicos, onde os cidadãos são responsáveis pela ação e prática desses direitos desde que, pactuados entre sociedade e estado, onde é fundamental compreender que:
A previdência social é um seguro coletivo, compulsório, público, destinado a estabelecer um mecanismo de proteção social, mediante contribuição, com o objetivo de proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao segurado e a sua família, quando ocorrer certa contingência prevista em lei (STEPHANES, 1999, s/p.). 
Entende-se que os princípios da Seguridade permanecem importantes para os movimentos e para as lutas sociais como inspiradores e norteadores dos direitos sociais universais. Além disso, apresenta-se que ao longo desses anos, o modelo de Seguridade Social demonstrou capacidade de resistência às circunstâncias mais problemáticas.
O ponto de partida da análise é o de que a luta pela afirmação dos direitos, que é hoje também, uma luta contra o capital, parte de um processo de acumulação de forças para uma forma de desenvolvimento social, que possa vir a contemplar o desenvolvimento de cada um e de todos os indivíduos sociais.
Para analisar mais criteriosamente a Política de Assistência Social é fundamental investigar o seu trajeto. Onde o mesmo, é caracterizado como um marco fundamental desse processo, porque reconhece a Assistência Social como política social que, junto com as políticas de saúde e da previdência social, compõem o sistema de seguridade social brasileiro. 
De acordo com o Artigo 194 da Constituição Federal: 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados (BRASIL, 1988, Art. 194).
No entanto, pensar esta área como política social é uma possibilidade recente. Mas, há um legado de concepções, ações e práticas de assistência social que precisa ser capturado para análise do movimento de construção dessa política social, que ultimamente vem sofrendo diversas modificações. 
Nessa conjuntura, em que se inserem propostas de seguridade e equidade, é válido considerar a garantia dos direitos previdenciários, refletindo-se acerca de perspectivas que propiciem a adoção de uma nova postura, mobilizando ainda, as demais esferas sociais.
Sposati (1997, p. 77) destaca o grande objetivo da Seguridade Social, ao considerar mediante os seus pressupostos, a afirmação de que:
Renda mínima, não em dinheiro, mas um conjunto de benefícios sociais como moradia, alimentação, saúde, educação, entre outros. Esses benefícios devem assegurar a cobertura de riscos. Os riscos por sua vez, são maiores para pessoas mais vulneráveis. Neste sentido a Constituição Federal admite a seletividade e a distributividade dos serviços prestados.
Diante dessa realidade, a Seguridade Social faz parte do campo dos direitos sociais, sendo um conjunto de necessidades e provisões cujo atendimento se encontrava anteriormente restrito ao âmbito privado.
Ao transcorrer histórico, teve-se a elaboração de uma série de legislações trabalhistas que asseguraram direitos apenas ao trabalhador que estivesse devidamente legalizado, configurando-se como uma concepção de proteção, prioritariamente de caráter contributivo, materializado com as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPS) e em seguida, com os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS).
Martins (2005, p. 56) destaca que a seguridade é garantida pelo o Estado, asseverando dentre outras proposições, a prioridade:
Em atender às necessidades que o ser humano vier a ter nas adversidades, dando-lhe tranquilidade quanto ao presente e, principalmente, quanto ao futuro, mormente quando o trabalhador tenha perdido a sua remuneração, de modo a possibilitar um nível de vida aceitável. Visa, portanto, amparar os segurados nas hipóteses em que este não possa prover suas necessidades e as de seus familiares, por seus próprios meio.
Compondo o Tripé da Seguridade Social, a política de assistência social se configura como uma forma de proteção social àqueles que dela necessitam, constituindo-se como uma política não contributiva de caráter universal. Reconhecendo a necessidade de garantir os benefícios previstos por legislações direcionadas a cada realidade e camada social.
Assim como as outras políticas que compõem o Tripé da Seguridade Social, a Assistência Social é um direito constitucionalmente estabelecido, se configurando como uma política de Estado, tendo sua base na Constituição Federal, devidamente esclarecida nos Artigos 203 e 204, perpassando por debates promovidos entre a sociedade civil, entidades de atendimento e diversas representações do Serviço Social.
Nesse sentido, o Tripé da Seguridade Social torna-se um mecanismo de análise norteador de novas visões, participando ativamente na promoção de melhorias na sociedade, sobretudo, ao evidenciar-se na previdência, assistência social e saúde, centrando-se nessas esferas para direcionar parâmetros que sejam capazes de assegurar mínimas condições de vida.
O Sistema Único de Saúde (SUS) faz parte do Tripé da Seguridade Social, também isso porque se materializa como uma estratégia universal garantindo cobertura a todo o cidadão brasileiro. Vale destacar que até então, era oportunizado por outro órgão, que na época só tinha acesso se contribuísse. Hoje oSUS tem como responsabilidade garantir exercício de direito à saúde, a integralidade das ações de saúde é outra responsabilidade do sistema; a descentralização, com direção única em cada esfera de poder e a participação da sociedade.
2.2 PROCESSO HISTÓRICO DO INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL
Ao transcorrer histórico das perspectivas de seguridade social, uma infinidade de órgãos foram sendo implementados, cada um com suas particularidades e alvos a serem beneficiados. Desse modo, torna-se propício destacar os primórdios, progressos e contribuições de um dos mais importantes institutos formulados com fins à emancipação e equidade social.
O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) foi criado com base no Decreto nº 99.350 de 27 de junho de 1990, mediante a fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS), com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Compete ao INSS a operacionalização do reconhecimento dos direitos da clientela do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que atualmente abrange mais de 40 milhões de contribuintes. 
Dentro da sua estrutura, o Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, como sede no Distrito Federal, onde está vinculado ao Ministério da Previdência Social e foi instituído com base na Lei nº. 8.029, de 12.490, cujas atribuições, perante as alterações previstas pela Lei nº. 11.457, de 16.3.2007, são:
· Conceder e manter os benefícios e serviços previdenciários;
· Emitir certidões relativas a tempo de contribuição perante o RGPS;
· Gerir os recursos do Fundo do Regime Geral de Previdência social;
· Calcular o montante das contribuições incidentes sobre a remuneração e demais rendimentos dos trabalhadores, devidas por estes, pelos empregados domésticos e pelas empresas com visitas à concessão ou revisão de benefício requerido.
O Instituto possui em seu quadro administrativo quase 40.000 servidores ativos, lotados em todas as regiões do país, que atendem presencialmente mais de quatro milhões de pessoas todos os meses. Conta com uma rede altamente capilarizada, de cerca de 1.200 unidades de atendimento, as chamadas Agências da Previdência Social (APS), presentes em todos os estados da Federação.
Trata-se de um mecanismo democrático, que ajuda a minimizar as desigualdades sociais. A renda transferida pela Previdência é utilizada para assegurar o sustento do trabalhador e de sua família, quando ele perde a capacidade de trabalho por motivo de doença, acidente, gravidez, prisão, morte ou idade avançada. No entanto, apesar dos alegados benefícios sociais, especialistas apontam que a instituição da Previdência Social é deficitária, haja vista, ainda permanecerem pontos que merecem certa atenção e, consequentemente necessitem de reformulações que atendam de forma plena aos princípios os quais se propõem. 
O INSS, portanto, concebe-se em um organismo de caráter público, disponibilizando serviços previdenciários à população. Sempre priorizando entre os seus valores, atender de maneira integral a sociedade, optando pela adoção de alternativas que melhor satisfaçam as necessidades pertinentes, objetivando ainda, minimizar esses quadros, resultando em uma prestação de serviços condizente com os desejos expressos pelas parcelas sociais.
Concentrando seus esforços na melhoria do atendimento ao cidadão e aperfeiçoamento do sistema de concessão, manutenção e pagamento dos benefícios. Onde passa a se dedicar intensamente às atividades de prestação e serviços previdenciários. Por fim, reafirma-se a relevância desse instituto, configurando-se como um dispositivo favorável à classe trabalhista, por meio qual, terá a possibilidade de reconhecimento de seus principais direitos.
2.3 O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO NO BRASIL
O panorama histórico aponta que o processo de edificação do Sistema Previdenciário no Brasil passou por uma série de etapas, até conceber-se no expressivo número de recursos e obrigações que dispõe atualmente, evidenciando-se, entretanto se tratar de uma sistematização que ainda passa por constantes reformulações.
Partindo de pressupostos similares aos adotados em outros países, o Sistema Previdenciário Brasileiro também centra o trabalhador como eixo de suas propostas. Vislumbrando o fato de que o agente ativo, posteriormente, virá a ser inativo e, por sua vez, recorrerá aos benefícios fixados por esse mecanismo. O respectivo sistema tem como intuito maior, amparar os cidadãos em ocasiões dificultosas e seus estágios de velhice, possibilitando melhores condições de vida, favorecendo a concretização de ações intencionais, impulsionando a dignidade e a cidadania humana.
Embora a previdência seja uma espécie de seguridade social, pode- -se avaliá-la de uma forma mais complexa, pelo fato de ser contributiva, onde somente através da contribuição resultará em benefícios para o cidadão. É preciso contribuir para futuramente usufruir desse atendimento e tornar-se um beneficiário.
Quando se faz referência ao fato de a Previdência Social ser de cunho contributivo, significa dizer que só receberá os benefícios prestados, aqueles que efetivamente contribuírem perante a lei, contudo, as mudanças mais emergenciais só poderão ocorrer mediante ao cenário legislativo.
Em conformidade com a Lei Eloy Chaves, define-se o financiamento da previdência como tripartite, isto é, significa que os empregados contribuíam com um percentual sobre seus vencimentos, com um percentual de renda bruto anual da empresa, e o Estado contribuía com os recursos provenientes de uma taxa adicional sobre os serviços prestados pelas empresas as quais as caixas pertenciam.
Com a Constituição de 1935, o sistema tripartite de financiamento da Previdência Social foi estabelecido que o trabalhador, o empregador e o Estado deveriam obrigatoriamente contribuir com a previdência, conforme define a Lei Nº 159, de 30 de dezembro de 1935.
Para tanto, a Previdência Social passou a oferecer um quadro de benefícios além do que fontes de custeio poderiam cobrir. As causas do desequilíbrio eram: gerenciais, conjunturais e estruturais. Um dos principais problemas gerenciais era que um número volumoso de trabalhadores, que passou a ter o direito a benefícios de aposentadoria, sem contribuírem para o sistema.
Por conseguinte, ao analisar o Sistema Previdenciário Brasileiro, é perceptível visualizar significativos avanços, em contrapartida, é possível detectar também falhas, que motivam um pensamento crítico-reflexivo em busca de melhorias, mobilizando o surgimento de novas políticas ou mesmo, o aperfeiçoamento das já existentes.
Enfim, o olhar minucioso lançado sob essa dimensão reflete diversas facetas, adversidades e concepções. Sendo assim, é essencialmente necessária a adoção de posturas flexíveis, mais que criticar e apontar erros nos sistemas é consenso, percorrer por mudanças eficazes, não que venham a solucionar todas as demandas e pontos insatisfatórios, mas na convicção de ser um meio a seguir, um novo procedimento, que gradativamente seja capacitado a indicar o modelo ideal que se pretende assumir.
2.4 REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem suas políticas elaboradas pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda e executadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. O Regime Geral de Previdência Social é regido pela Lei nº 8.213/91.
Este Regime possui caráter contributivo e de filiação obrigatória. Dentre os contribuintes, encontram-se distintas parcelas da sociedade, tais como: empregadores, empregados assalariados, domésticos, autônomos, contribuintes individuais e trabalhadores rurais. O RGPS atende também aos servidores e trabalhadores que não estejam ligados a nenhum regime próprio, estes são considerados segurados facultativos. Nessa percepção e em consonância com as proposições de Oliveira (2000), assegura-se que:
O sistema abrange tanto os trabalhadores urbanos, quanto os rurais, integrandoo seu rol de segurados obrigatórios: o trabalhador empregado; o empregado doméstico; o contribuinte individual (categoria de trabalhadores por conta própria, em que figuram, dentre outros, o trabalhador autônomo, o eventual, o empresário e o ministro de confissão religiosa); o trabalhador avulso; e o segurado especial. A regra geral é que estão vinculados a esse regime todos os trabalhadores que exerçam atividade remunerada e que, simultaneamente, não estejam filiados a regime próprio de previdência (MPS, 2009, p. 21).
Atualmente, o Sistema Previdenciário Brasileiro conta com três categorias: Regime Geral de Previdência Social, Regimes Próprios de Previdência Social e a Previdência Complementar. Além disso, há a Assistência Social, muitas vezes tratada como previdência, mas que oficialmente não possui característica previdenciária, uma vez que, não há contribuições. 
Seu funcionamento baseia-se em um regime de repartição simples, onde os trabalhadores em atividade, financiam os inativos na expectativa de que, no futuro, outra geração de trabalhadores sustentará a sua inatividade. Todo trabalhador com carteira assinada é automaticamente filiado à Previdência Social. 
Quem trabalha por conta própria precisa se inscrever e contribuir mensalmente para ter acesso aos benefícios previdenciários, assim como pessoas sem renda própria, como donas de casa e estudantes. Aprofundando-se nesse âmbito, evidencia-se que o Regime Geral de Previdência Social compreende a:
(...) descrição da relação jurídica de filiação e de inscrição, além de estabelecer o regime contributivo dos diferentes segurados obrigatórios ou facultativos e o das empresas sujeitas à exação securitária, urbanas ou rurais. Abarca como atividade-fim, o plano de prestações, ou seja, benefícios e serviços postos à disposição dos destinatários (MARTINEZ, 1998, p. 55).
O RGPS dispõe de uma diversidade de serviços, tendo dentre os seus principais benefícios: Aposentadoria por idade, Aposentadoria por invalidez, Aposentadoria por tempo de contribuição, Aposentadoria especial, Auxílio-doença, Auxílio acidente, Auxílio reclusão, Pensão por morte, Salário-maternidade, Salário-família e Assistência Social. 
Sendo que o seguro-desemprego não faz parte dessa lista, já que está vinculado ao Ministério do Trabalho e do Emprego que disponibiliza o seguro com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Enfim, esse regime contempla uma série de fatores, situando-se dentre os termos englobados pelo setor previdenciário.
3 OS DESDOBRAMENTOS DA POLÍTICA PREVIDENCIÁRIA
3.1 AVANÇOS E DESAFIOS DA POLÍTICA PREVIDENCIÁRIA
Ao longo de sua história, até firmar-se no organismo expresso nos dias atuais, a Política Previdenciária perpassou por períodos de avanços, vezes retrocessos e constantes desafios, culminando em pontos reflexivos, os quais direcionam visões de modificações e melhoramento das políticas vigorantes.
As mudanças sempre foram um traço marcante das mais diversas sociedades. Inserindo-se em cenários de transformações, é necessário buscar adaptar-se a essa nova conjuntura. Dessa maneira, os sistemas foram se adequando aos diferentes modelos vigentes em cada período vivenciado.
Ancorando-se nesse argumento, é fundamental ponderar que as políticas de vertente social, a mencionar a Previdenciária, são resultantes de intensas lutas, travadas por trabalhadores, ao questionarem suas realidades, impondo melhores condições trabalhistas, haja vista, ser esse o meio pelo qual teriam acesso à qualidade de vida e dignidade humana.
Diante do cenário supracitado, a política previdenciária, passa por diversas alterações, decorrentes das modificações da economia contemporânea. Tais desdobramentos trazem reflexos para a Previdência Social, dentre eles o Tripé da Seguridade Social.
A seguridade social, mediante a circunstância da globalização, é justamente o posto do que pregam os liberais, onde segundo seus precursores foi criado para reduzir as desigualdades sociais. Consoante a essa conjectura, compreende-se que:
O nível de proteção social só pode ser avaliado dentro de um cenário específico, cuja compreensão é essencial quando se deseja alterar de maneira responsável uma instituição do quilate da previdência social (ALEXY, 2014, p. 1116).
Sendo assim, qualquer mudança que vise ao alcance da proteção social deve ter em conta não apenas os antecedentes históricos, políticos e culturais, mas principalmente os fundamentos que regem as políticas de bem-estar, como também caracterizada pelas diretrizes da política de segurança social global, estando comprometido com seus principais valores.
3.2 IMPLANTAÇÃO DE NOVAS POLÍTICAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
Após percorrer por períodos de profundas transformações, o Sistema Previdenciário renova-se constantemente, incorporando novas políticas, as quais são integradas às já existentes, no objetivo de impulsionar melhorias, direcionando a definição de propostas, a fim de minimizar os possíveis déficits. 
O implemento de novas medidas no setor previdenciário pode ser analisado gradativamente, a longo e curto prazos. São modificações essenciais, que atingem distintas esferas da sociedade. Referindo-se ao Regime Geral da Previdência Social, é notório que:
As medidas implementadas proporcionaram a melhora na performance da arrecadação e o aprimoramento dos mecanismos de recuperação de créditos, além de terem condicionado a redução da taxa de crescimento da despesa para patamares inferiores aos observados anteriormente. Neste sentido, os resultados financeiros foram alterados de maneira consistente no curto e longo prazos, revertendo a trajetória explosiva do déficit previdenciário. Hoje, pode-se dizer que o déficit do RGPS no curto prazo é relativamente controlável, a depender principalmente de variáveis políticas, como o aumento do salário real para o salário mínimo, e macroeconômicas, como o ritmo de crescimento do PIB [...] (CECHIN, 2002, p. 25).
A formulação de medidas renovadoras sempre esteve presente entre os princípios dessa abordagem, contudo, percebe-se que tal perspectiva veio se estruturando ao longo dos tempos. A necessidade de atender satisfatoriamente as diversas camadas sociais destacou-se como um elemento predominante, dessa forma, a adoção de mecanismos eficazes tornou-se uma ação prioritariamente necessária.
Ancorado a essa percepção, diversificados questionamentos mobilizaram a população a respeito dos contornos da previdência, sobretudo, aqueles referentes ao consentimento dos direitos previstos em lei. Sob uma visão reflexiva, nota-se que a questão previdenciária foi paulatinamente sendo reformulada, encontrando-se dentre as suas proposições de mudanças a:
[...] ampliação e extensão dos direitos sociais; a concepção de seguridade social como forma mais abrangente de proteção; um certo afrouxamento do vínculo contributivo como princípio estruturante do sistema; a universalização do acesso e a expansão da cobertura; a recuperação e redefinição de patamares mínimos dos valores dos benefícios sociais; maior comprometimento do Estado com o sistema, projetando um maior grau de provisão estatal pública de bens e serviços sociais (DRAIBE, 2003, p. 7).
Corroborando com o pensamento de Marques e Mendes (2005), avalia-se que essas modificações visam aumentar a cobertura dos segmentos desprivilegiados, objetivando o término do tratamento diferenciado existente entre a classe trabalhadora urbana e rural. Com o incentivo a um processo de novas implementações, ampliou-se o nível de participação nas decisões relevantes, em especial no que concerne à elaboração e execução dessas políticas de caráter eminentemente público.
Com todo esse patamar de implantação de políticas, atualmente é perceptível um quadro reformulado, apesar de ainda sobressaírem aspectos a serem revisados, os quais resultem em condições favoráveis ao acesso por parte dos cidadãos a um conjunto de benefícios coerente às suas carências, capaz de satisfazer integralmente os seus anseios.
Contemporaneamente vem notando-se uma série de mudançasno cenário previdenciário, em suma, tais mudanças visam amparar o trabalhador contribuinte em determinada ocasião de sua vida, em que se faça necessário, seja por impossibilidade de exercer suas faculdades no trabalho ou por diferenciados motivos. Entretanto, observa-se também, controversas, disparidades em relação a essas proposições, afirmando-se o interesse em constituir um novo panorama, focalizando uma questão central, que aponta para o melhor procedimento a ser implementado.
Diversas ações são discutidas e planejadas, que perpassam as mais variadas esferas, desde aposentadoria à concessão de outros benefícios. Porém, implementar novas políticas requer assumir certos desafios, o que implica o rompimento de fronteiras setoriais. É preciso rever conceitos, adotar novas posturas frente às novas políticas, vislumbrando apreender seus princípios, limitações e potencialidades.
Por fim, ressalta-se a centralidade de uma análise detalhada mediante a essas modificações, visto que, a classe trabalhista será diretamente atingida por esses fatores, seja de forma positiva ou negativa. Tomar como subsídio as políticas já vigorantes, possibilita aos beneficiários usufruírem de seus direitos, dessa maneira, modificar, deve necessariamente implicar em melhorar e aperfeiçoar as propostas em vigência no país.
3.3 PREVIDÊNCIA SOCIAL E SEUS DIREITOS
Perceptivelmente entende-se que apesar da existência de diversos conceitos referentes ao tema, não é possível a delimitação, de forma absoluta, de um conceito único de direito fundamental, dado o fato de que tais direitos têm sido construídos historicamente, em conformidade com o contexto político e social vivido pelo homem. 
Trata-se, portanto, de um conceito pontuado pela dimensão histórica e cultural, influenciado pela realidade concreta, o que significa a constante modificação desse conceito, visto que, é renovado e até mesmo ampliado de forma contínua.
Como qualquer outro direito, os direitos fundamentais nascem, modificam-se e desaparecem. Por isso, afirma-se que são dotados de historicidade. Além dessa característica, destaca-se a inalienabilidade, pois são direitos indisponíveis, intransferíveis, que não podem ser negociados e não possuem conteúdo patrimonial.
Como podem ser exercidos a qualquer tempo, possuem imprescritibilidade. Por fim, aparece como característica a irrenunciabilidade, pois os direitos fundamentais podem deixar de ser exercidos, mas não podem ser objetos de renúncia. José Afonso da Silva (2002, p. 68) assim define os direitos sociais como:
Dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestações positivas, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida dos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que se conexionam com o direito de igualdade. Valem como pressuposto do gozo dos direitos individuais na medida em que criam condições materiais mais propicias ao auferimento da igualdade real, o que, por sua vez, proporcional condição mais compatível com o exercício efetivo da liberdade.
Fica assim notório que os direitos são fundamentais, independentemente da geração em que estejam inseridos na classificação doutrinária mencionada, de maneira geral, são definidos como o conjunto de garantias que têm por finalidade o respeito à dignidade, protegendo o indivíduo e definindo as condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana.
De acordo com José Adércio Leite Sampaio (2003, p. 236): “estes direitos são construídos historicamente, sendo um conceito simplesmente conotativo absoluto de Direitos Fundamentais impossível, já que eles são irredutíveis a uma única realidade”.
Os direitos fundamentais, enquanto considerados como conjunto de direitos e garantias que tem por finalidade o respeito à dignidade protegendo o indivíduo e garantindo as condições mínimas da vida e desenvolvimento da personalidade humana, são direitos naturais de todos os indivíduos, cabendo ao Estado, garantir a sua efetividade, sua proteção e sua promoção.
Sendo assim, reconhecer os direitos sociais como direitos fundamentais, significa também reconhecer que passam a ter o atributo de cláusula constitucional pétrea, ou seja, passam a ter como característica a imutabilidade. Assegurar os benefícios dos cidadãos implica fundamentalmente na concessão de direitos, à medida que se tem acesso, tem-se também condições propícias de exercer integralmente a cidadania.
3.4 OS ATUAIS DESAFIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Estruturando-se ao transcorrer de períodos de avanços, retrocessos e reformulações permanentes, a Previdência Social ainda enfrenta desafios pertinentes às suas abordagens. Na contemporaneidade, tais elementos desafiadores são refletidos, tomando-se com base de fundamentação os pressupostos de instrumentais legais.
É inegável que as sociedades contemporâneas estão vivendo um processo de modificações de suas políticas estatais. Pode-se citar como exemplo, a internacionalização da economia, derrubando fronteiras até então mais ou menos respeitadas, tanto pelo capital produtivo como pelo especulativo, onde hoje se impera com largueza, contendo vários conceitos antes intocáveis, como a soberania estatal.
O grande desafio assumido pela Previdência Social na atual configuração centra-se no fato de propor novos mecanismos, eficazes e coerentes com a realidade social predominante, os quais sejam aptos a suprirem as falhas existentes, haja vista, que:
Embora o RGPS apresente, hoje, algumas necessidades de aperfeiçoamento, tanto no que se refere à sua estrutura de custeio, como no que se refere à formatação dos seus benefícios, não se pode afirmar tratar-se aqui de falhas intrínsecas ao modelo geral de previdência social pública adotado no Brasil (BRASIL, 2009, p. 22).
É percebível que a necessidade de aprimoramento das políticas públicas se configure como um caráter primordial, todavia, os possíveis pontos de modificações precisam ser muito bem analisados, revisados, com a finalidade de detectar o eixo central e específico almejado.
É essencial que cada setor seja visualizado de forma correta, atentando-se para as suas reais funcionalidades, para que não tenham-se visões equivocadas. Torna-se desafiador ainda para a Previdência, lidar com as dificuldades na formatação dos benefícios, o que recai na sistematização dos custeios. Questão essa, que resulta de diversas dimensões, percorrendo pelas mais diversificadas naturezas.
No que se refere aos benefícios, as dificuldades atuais podem ser de natureza funcional, ou de natureza meramente paramétrica, segundo se trate, respectivamente, de questões que distorcem as finalidades do benefício, ou de problemas relativos à carência ou outros requisitos ausentes, insuficientes ou inadequados, mas que não comprometem a finalidade da proteção social que se espera alcançar (BRASIL, 2009, p. 23).
Esfera de maior centralidade nas decisões previdenciárias, o consentimento dos benefícios figura como prioridade. Assim sendo, é unanime a promoção de dispositivos concretos, que privilegiem o acesso integral e garantam aos usuários plenas condições, no que diz respeito não só ao direito previsto em lei, mas ao aspecto de democracia e cidadania expresso constitucionalmente. 
Ao aprofundar-se nas literaturas que tratam dessa temática, é verificável que a Previdência Social Brasileira, já passou por variadas mudanças, de cunho conceitual e estrutural. Esse sistema sustenta-se em um modelo específico, no entanto, vem ultimamente apresentando déficits o que, por sua vez, impulsiona uma busca incessante por um reequilíbrio.
Enfim, a mobilização de novas estruturas, apoiadas em alterações consistentes dará a Previdência Social outros contornos, deixando claro, que mais do que reconfigurar, o foco centraliza o aperfeiçoamento, a melhoria de pontos que necessitam de uma maior atenção, culminando em efetivas mudanças.
3.5 PERSPECTIVAS DE TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS
Um conjunto de mudanças marcou o âmbito da Previdência Socialno Brasil, contudo, direcionou também anseios de renovação. Neste sentido, a proposição de transformações eficazes, alicerçadas no contexto social vem conduzindo a formação de novas visões.
A perspectiva aponta para novos ideais, que priorizam o cidadão. É notório que de uma sociedade para outra, o modelo previdenciário assuma distintos desdobramentos, visto que, fatores de diferentes ordens influenciam esse processo. Porém, assevera-se que todos esses sistemas tenham um objetivo comum: amparar a população financeiramente, dispondo dos recursos necessários a essa intencionalidade.
No Brasil o seguro social, que protege a maior parte da população inserida no mercado de trabalho do setor privado, é administrado pelo Estado, todavia, surgiu graças à iniciativa dos trabalhadores. A classe trabalhadora desde os primórdios históricos e sociais vem lutando por condições justas e dignas, que lhes proporcione a plena cidadania.
Nas primeiras décadas do século XX, empregados de uma mesma empresa, sem a participação do poder público, instituíam fundos de auxílio mútuo, nos quais também o empregador colaborava, de forma a garantirem meios de subsistência quando não fosse possível se manterem no trabalho por motivos de doença ou velhice.
Com as transformações econômicas da década de 30 e a crise no mercado internacional do setor de exportação cafeeira, toma corpo um processo de crescimento industrial intenso, em que é marcante a presença das classes assalariadas urbanas reivindicando melhores condições de vida, o que levou o Estado a iniciar um processo de interferência nas relações trabalhistas, de forma a conciliar conflitos entre capital e trabalho. 
Nesse contexto, o poder público expandiu sua interferência como responsável pela proteção social dos trabalhadores, determinando que as CAPs, baseadas em vínculos de trabalhadores por empresa, fossem substituídas por outro tipo de instituição, aglutinando categorias profissionais e abrangendo todo o território nacional.
Nota-se que se o número de contribuintes não cresce, porque a economia não cresceu e, consequentemente, o mercado de trabalho não tem vagas suficientes para oferecer à população que procura emprego, logo, a previdência apresentará déficits. 
É preciso, entretanto, lembrar a história desse sistema de proteção social do trabalhador. Foi por determinação do Estado que o gerenciamento do seguro social passou para suas mãos, pois era extremamente vantajoso, para ele, poder dispor dos enormes recursos financeiros que apresentava. 
Assim, como a previdência passou a fazer parte do orçamento do Estado, no momento em que esta apresenta déficit, seja quem for o governante, ele é obrigado a lhe repassar recursos para cobri-lo. Neste momento, então, o governo afirma que é preciso alterar as regras estabelecidas. Como foi proposto reformar a previdência.
Defende-se, portanto, uma percepção que dissemine a expansão de órgãos, sobretudo, os que se referem à proteção social. Visando atingir uma maior cobertura de beneficiários em sua plenitude. Só a partir dessas hipóteses será propício delimitar novas perspectivas, analisar sob uma nova ótica a Previdência Social em detalhes mais minuciosos. 
3.6 A IMPORTÂNCIA DAS POLÍTICAS SOCIAIS NO ÂMBITO DA SEGURIDADE SOCIAL 
As políticas sociais tem um papel fundamental para concessão das políticas públicas suprindo as necessidades quem precisa, por isso concordo quando YAZBEK (1996) ressalta “públicas assumem um papel fundamental, sobretudo quando se considera a realidade do país, na qual significativa parcela da população não consegue suprir necessidades básicas”.
O projeto Bismarck gerou os chamados direitos sociais trazendo o sentimento do respeito e da dignidade humana, nascendo assim um sistema de contribuição social solidaria.
A história econômica, política e social de cada país desenham, vê que as políticas sociais passam a ser adotadas como estratégia de governabilidade. Assim, as políticas sociais adquirem a coloração específica das conjunturas históricas de cada país. Por isso mesmo, a forma como as políticas sociais foram implantadas e operacionalizadas no Brasil tem o seu desenho próprio e sua construção no âmbito da assistência social.
Teixeira, (1987, p. 48) destaca que a: 
Emergência e desenvolvimento de uma política social são, por um lado, a expressão contraditória da relação apontada entre capital e trabalho, sendo, ao mesmo tempo, fator determinante no curso posterior desta mesma relação entre as forças sociais fundamentais. Assim sendo, para o campo das políticas sociais confluem interesses de natureza contraditória, advindos da presença de cada um destes atores na cena política, de sorte que a problemática da emergência da intervenção estatal sobre as questões sociais encontra-se quase sempre multideterminada.
É imprescindível dizer que as políticas sociais foram marcadas pelo sistema capitalista representando lutas sociais, contínuas e intermináveis que nem sempre são favoráveis aos interesses da maioria da população, particularmente se considerarmos a conformação histórica da proteção social brasileira.
Behring e Boschetti (2007) compreendem a política social como o processo e resultado de relações complexas e contraditórias que se estabelecem entre Estado e sociedade civil no âmbito dos conflitos e luta de classes que envolvem a produção e reprodução do capitalismo.
Através de muitas lutas sociais a seguridade social brasileira passou a criar estratégias de combater a pobreza. O Estado assumiu a execução das atividades voltadas para diminuir o número elevado de pobres no país, assumindo total responsabilidade sobre a sociedade.
Mediante as ações relacionadas aos direitos sociais é importante destacar que a participação social dos cidadãos obteve alguns avanços entre ele o a autonomia, a dignidade e o respeito sendo um seguimento de destaque e conquista da sociedade.
Silva (2006) destaca que os direitos sociais é dividido em dimensões: os direitos civis e políticos, os da segunda dimensão caracterizam-se como direitos econômicos, sociais e culturais e da terceira dimensão compreendem-se aqueles voltados para a proteção de toda a humanidade e não exclusivamente de determinado indivíduo ou grupo, podendo ser citados como exemplos o direito ao desenvolvimento, o direito à paz e o direito ao meio ambiente equilibrado.
A política social estão relacionadas com a evolução do capitalismo e por isso as políticas estão vinculadas a acumulação capitalista. Segundo Vieira (1995), a acumulação é o “[...] sentido de concentração e de transferência da propriedade dos títulos representativos de riqueza. As transformações ocorridas nas revoluções industriais acarretaram uma sociedade com um vasto exército de proletários”.
Diante da realidade voltada para as políticas sociais brasileiras podemos considerar que estão diretamente relacionadas às condições vivenciadas pelo País em níveis econômico, político e social e que muitas mudanças ao longo dos anos vem sendo feita para melhorar a situação social dos brasileiros.
Por sua vez, os direitos sociais é responsável pelo atendimento do objeto de tal modalidade de direitos, qual seja a prestação de um serviço com a escola que é um direito a educação garantido pela Constituição Federal, a saúde é um direito assegurado pelo tripé da seguridade social, são direitos sociais (FILHO, 2006).
As políticas sociais são analisadas pela materialidade em que vivem a sociedade, contudo são elementos conflituosos presentes desde sua elaboração, nos embates e conflitos que as constituem até sua implementação através de projetos, programas e estratégias governamentais, que visam propor estratégias necessárias para vida social.
Diante das políticas sociais Vieira (1992, p. 30). “[...] revelar a política social como parte da estratégia da classe dominante, mais adequadamente da burguesia. Pode mostrar que esta estratégia busca o controle do fluxo de força de trabalho no sistema de posições desiguais, existente na economia de mercado”.
 Os direitos sociais sãoas ação concreta do Estado através de políticas públicas de justiça distributiva para serem efetivados na sociedade. Nesse sentido, Bonavides (2001) destaca que os direitos sociais são de aplicabilidade mediata, pois dependem de disposições legislativas próprias.
As políticas sociais fazem parte da dimensão material em que as famílias se encontram sendo garantindo os mínimos sociais de sobrevivência entre eles saúde, assistência, habitação, saneamento básico e outros tendo o Estado com executor dessas políticas. Corrobora-se a relevância de refletir elementos interligados ao campo social, principalmente quando é acrescido a essa realidade, fatores inerentes à condição humana, assegurando o acesso integral aos bens e serviços prioritários ao cidadão.
3.7 PREVIDÊNCIA SOCIAL CONSTRUÇÃO HISTÓRICA E CONQUISTAS
A previdência social faz parte da proteção social que visa proporcionar os meios indispensáveis á subsistência das pessoas, quando esta não pode obtê-los por meio do trabalho, por motivo de maternidade, nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, prisão, idade avançada, tempo de serviço ou morte e que mediante contribuição compulsória distinta, proveniente da sociedade tornando direitos sociais garantidos.
Em nosso país a previdência social se manifestou no ano de 1543, quando Brás Cubas fundou a Santa Casa de Misericórdia em Santos, onde foi criado um fundo de pensão para amparar os empregados que ali foram trabalhar. 
A Previdência Social no período do neoliberalismo na década de 90 sofreu profundas mudanças, esse momento foi presidido pelo governo de Fernando Henrique Cardoso trazendo profundos impactos e mudanças para o sistema de concessão das aposentadorias seja por tempo de contribuição como por tempo de serviço quanto à idade mínima para o trabalhador se aposentar de modo que:
As principais mudanças efetuadas no regime geral com a emenda de 1998 foram: o maior rigor para a obtenção da aposentadoria, o estabelecimento de período mínimo de contribuição, além de mudanças no cálculo dos benefícios advindos da introdução do fator previdenciário, que funcionou como uma fórmula de ajuste atuarial para os contribuintes elegíveis à obtenção da aposentadoria. Para os servidores públicos, o aspecto mais significativo foi a eliminação da aposentadoria proporcional para os novos servidores, que, anteriormente, garantia a possibilidade de antecipação da aposentadoria (IDEM, 2007). 
As principais regras expostas pela previdência social é a lei 8.213 de 1991, no qual trata os benefícios previdenciários e regulamenta o capitulo do artigo 201 da Constituição Federal e na lei 8.212 de 1991, que dispõe sobre o custeio da seguridade social.
A Previdência Social hoje é de caráter universal dando cobertura a todos os trabalhadores por meio de poupanças compulsórias ou por contribuições em regime semi-privado, por assim dizer uma vez que o cidadão, mesmo inserido no mercado de trabalho ou não, ele pode contribuir mensalmente com o INSS de forma a garantir mínimos proventos quando necessitar.
A previdência social é financiada pelos próprios trabalhadores que passam a contribuir através da folha salarial ou de maneira autônoma.
No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantou a bandeira da Previdência Social, onde foi passagem do partido da condição de principal força de resistência à reforma encaminhada pelo governo Fernando Henrique Cardoso à de responsável direto pela continuidade daquela reforma, no espaço de uns poucos anos.
Diante de grandes transformações é possível destacar que em abril de 2003, o governo Lula enviou ao Congresso a PEC n° 40/ 03. Deixando clara a importância que atribuía a uma nova rodada na reforma da Previdência, o presidente jogou toda a sua força política na aprovação da proposta, que, diferentemente do que acontecera no governo anterior, tramitou num curto espaço de tempo.
O período de transformação da Previdência do governo Lula teve uma segunda Emenda Constitucional a de n° 47, de 05.07.2005.30 Esta última pode ser vista como um complemento à EC n° 41/03. A nova emenda transformou e criou regras estabelecidas na EC n° 41/03, deixando claro o aspectos da integralidade e da paridade. 
As reformas da Previdência introduziram grande marco no processo de desconstrução do sistema brasileiro de proteção social, em estrita conformidade com o ataque neoliberal generalizado às instituições de bem-estar. Como se sabe, conhecido como o movimentos de desmonte dos sistemas de proteção social acarretados pelo sistema capitalista de produção.
Concorda-se quando Soares (2003, p. 121) faz a seguinte análise:
Os problemas e perguntas relacionados a esse modelo que ainda permanecem são: o tamanho da Previdência Pública ou do sistema básico, demonstrando qual a sua cobertura; o seu poder redistributivo, dada a exclusão dos contribuintes com altos salários; qual o preço pago pelos cofres públicos em termos de subsídios e incentivos/isenções fiscais para financiar a previdência complementar privada; a baixa taxa de contribuição e a sustentabilidade do sistema complementar; como resolver a incorporação dos “informais” em um sistema baseado exclusivamente em contribuições individuais; entre outros.
A ideia do modelo da Previdência parece com o período neoliberal atendendo apenas o interesse do capital, por isso muito há o que se fazer diante de toda essa realidade brasileira.
Nos dias atuais a Previdência Social brasileira é responsável por assegurar a renda dos trabalhadores e de seus dependentes quando da perda da capacidade de trabalho, faz parte de conjunto integrado de ações do Estado e da sociedade criado pela CF/88, denominado Sistema de Seguridade Social.
É possível considerar que a Previdência Social se inscreve num processo de contraditório em que a classe trabalhadora lutar por seus direitos entre eles o direito a vida, por isso podemos dizer que a previdência social é um mero arranjo para equilibrar as caixas e os cofres públicos.
O nosso sistema de Previdência pública é o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), que oferece diversas modalidades de benefícios, considerados como um dos instrumentos de distribuição de renda no país. Aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria por invalidez, aposentadoria especial, auxílio-doença, salário-família, salário-maternidade, pensão por morte, auxílio-reclusão, auxílio-acidente, reabilitação profissional, abono anual e renda mensal vitalícia. Esses são os benefícios assegurados pela classe trabalhadora nos dias de hoje.
O sistema de Previdência brasileiro vive ultimamente um momento crítico, resultante das mudanças sociais, culturais e de vida da população. Hoje ocorre um processo de diminuição da natalidade no Brasil, ou seja, as famílias estão diminuindo e, por conta das novas tecnologias, das melhorias de saneamento básico e da qualidade de vida, felizmente, estamos todos vivendo mais, por isso atualmente o governo da presidente Dilma Rousseff tomou medidas drásticas para evitar a falência do sistema previdenciário.
A crise vivida pelo sistema previdenciário foi ocasionada pelas reformas realizadas ao longo dos anos, no qual impactaram na sociedade capitalista.
Apesar de muito sofrimento vivido pela nossa sociedade podemos destacar que tivemos uma expansão muito generosa dos benefícios previdenciários, por conta da Constituição de 1988. Além desse quadro temos a longevidade, que é um desafio nos países desenvolvidos e tem se mostrado uma dificuldade para o Brasil.
O ministro da Previdência Social, Carlos Gabasm em entrevista coletiva no Palácio do Planalto após reunião com as centrais sindicais nesta segunda, o ministro da Previdência explicou que, se a fórmula 85/95 for sancionada, as estimativas apontam que, inicialmente, as pessoas postergariam suas aposentadorias para garantir remuneração maior, o que faria com que os gastos até 2018 diminuíssem. No entanto, disse, quando essas pessoas passassem a requerer o direito, as despesas aumentariam. (REPORTAGEM GLOBO.COM)De acordo com o ministro, até 2018, existe uma possível economia de R$ 12 bilhões nas contas da Previdência. Porém, segundo ele, até 2030 haverá aumento de R$ 135 bilhões e até 2060, de R$ 3,2 trilhões, ressaltou que o desafio do governo é chegar a uma fórmula que junte os interesses do Executivo, dos aposentados, dos trabalhadores e dos empresários. 
4 O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE À POLÍTICA PREVIDENCIÁRIA
4.1 A ATUAÇÃO DO ASSITENTE SOCIAL E SUA INTERFACE COM A PREVIDÊNCIA SOCIAL
O Assistente Social em seu ofício pode assumir diversas incumbências, as quais materializam a importância desse profissional. Percorrendo por suas funções assistenciais e preventivas, é oportuno também, destacar a atuação desse agente frente aos princípios da Previdência Social.
Silva (2008) relata que o Serviço Social entra no campo previdenciário a partir da implantação do Ofício Circular nº 250, do Departamento Nacional de Previdência Social, definindo a profissão como uma:
Organização de seções de serviço social, lotação nas referidas seções dos servidores com curso regular de “assistência social”, distribuição, sob regime de adiantamento de “pequena dotação para fazer face às despesas miúdas, passagens a serviço etc.”, controle de registro de entrada e saída dos servidores, observadas as necessidades dos “trabalhos de serviço social”, colaboração dos diversos órgãos da instituição, não aumento de despesa concessão de bolsas de estudo para “o preparo de novos servidores nessa relevante atividade” (SILVA, 2007, p. 20).
O Serviço Social surge, no Brasil, sob a “iniciativa particular de grupos e frações de classe, manifestadas por meio da Igreja Católica” (YAZBEK, 1999, p. 22). As ações desenvolvidas pelos primeiros Assistentes Sociais voltam-se basicamente para filantropia e caridade. 
Historicamente, a Assistência Social era vista como uma ação tradicionalmente paternalista e clientelista do poder público, associada às primeiras damas, com caráter de “benesse”, transformando o usuário na condição de “assistido”, “favorecido” e nunca como um cidadão, usuário de um serviço ao qual tem direito garantido legislativamente.
A prática de assistência é muita antiga na humanidade, em diferentes sociedades ocorreram atos de solidariedade voltados aos pobres, humildes e miseráveis. As religiões e a tradição judaico-cristã tiveram um papel de transformar a ajuda em caridade e benemerência, desse modo, compreende-se que o direito à assistência foi historicamente sendo substituído pelo apelo à benevolência das almas caridosas.
No decorrer da história, a Previdência Social passou por várias reformulações, que acabaram por refletir no próprio fazer profissional do Assistente Social, mas que ainda assim, não impediram que a profissão se firmasse neste espaço institucional.
Dessa forma, o Serviço Social delimita sua ação através de um novo plano, exigindo dos profissionais um conhecimento amplo sobre a Previdência Social, sua história, analisando sua política de articulação com a política global e as propostas dos movimentos sociais expressas em suas reivindicações, bem como, um posicionamento crítico e profissional dos Assistentes Sociais face a cada realidade e demanda, dispondo para tanto, de um novo olhar sobre a própria dinâmica organizacional do INSS.
A luta pela retomada do espaço do Serviço Social na Previdência Social é um processo que ainda continua, exigindo dos profissionais um constante aprofundamento da realidade e de sua própria intervenção, buscando uma compreensão crítica da realidade e de suas transformações societárias manifestas na questão social que incide diretamente na vida e trabalho dos usuários da previdência.
Com o passar do tempo, a profissão foi conquistando práticas, expressões, explorando de forma teórica e metodológica o verdadeiro e real significado da profissão, assim surgiu o Movimento da Reconceituação.
Como objetivo principal, esse movimento buscava uma nova identidade para a profissão, dentre ela a reflexão crítica dos profissionais. Contextualizou-se que através desse movimento foi gerado um novo conceito sobre a profissão. Conforme Netto (2005, p. 144):
A assistência social tem caráter de complementaridade às demais políticas sociais que compõem a proteção social brasileira. Oferece segurança aos cidadãos descobertos que não conseguem se inserir no lado contributivo da seguridade social, atuando no amparo às expressões da Questão Social na vida dos sujeitos, traduzidas em enfermidades, velhice, abandono, desemprego, desagregação familiar, exclusão social, etc.
O Assistente Social em âmbito previdenciário desenvolve um trabalho frente à demanda usuária em geral, contribuindo para o acesso aos serviços disponíveis através de atividades como a socialização das informações previdenciárias, o fortalecimento do coletivo, assessoria, entre outras. Além disso, atua com sua demanda específica, na avaliação do Benefício de Prestação Continuada (BPC). 
O Assistente social de acordo com o INSS desenvolve ações sociais nas Gerências Executivas da seguinte forma:
-Facilita o atendimento, sendo ele individual e grupal para usuários, orienta o acesso aos direitos previdenciários como, benefícios e serviços, condições e documentos necessários.
-Desenvolve pesquisa social para identificação do perfil e das necessidades dos usuários.
-Fornece parecer social para a concessão de elementos, manutenção, recurso de benefícios e decisão médico pericial, nos casos de segurados em auxílio-doença previdenciário ou acidentário, cujas situações sociais interfiram na origem, evolução ou agravamento de determinadas doenças.
-Presta serviços como assessor em entidades governamentais e não governamentais com a política e legislação previdenciária e assistencial.
-Orienta e realizar o cadastro dos Grupos Organizados e Recursos Sociais.
No âmbito da Previdência, o Assistente Social é um profissional privilegiado, pois dispõe de um documento matriz onde orienta e cria perspectiva de assegurar os direitos dos usuários, sendo esta uma das maiores expressões da renovação profissional em torno da ruptura com o tradicionalismo no domínio previdenciário.
Conforme pesquisa realizada, notabilizarem-se as possíveis atuações profissionais dentre os aportes ético-legais em que a profissão deve fundamentar suas ações, tais como a Lei de Regulamentação da Profissão (lei 8662/1993), o Código de Ética Profissional (1993), e a Matriz Teórico-metodológica do Serviço Social na Previdência Social (1994), importantes instrumentais legais nas mãos dos Assistentes Sociais.
Tendo em vista os limites e possibilidades contemporâneos postos à intervenção profissional, causando seu desmonte e culminando em políticas sociais cada vez mais paliativas e fragmentadas. Portanto, percebe-se a relevante atuação do agente social em meio ao setor em que se inserem as questões interligadas à Previdência Social e seus delineamentos procedimentais, impulsionando as distintas funções assumidas em sua profissão e integralmente desempenhadas ao longo de ofício. 
4.2 DESAFIOS DO ASSISTENTE SOCIAL NA PREVIDÊNCIA
Considerando o Serviço Social como uma profissão de esfera histórica, visualiza-se a necessidade de situá-la em cada conjuntura da qual fez parte, abarcando suas protoformas e o desenvolvimento das práticas profissionais, até se chegar ao que se tem hoje.
O tratamento moral das expressões da Questão Social, que vinham se alastrando pela sociedade, consequência da exploração capital X trabalho, eram feitas sob os indivíduos de modo a incindir sobre valores e comportamentos de seus clientes, na perspectiva de sua integração nas relações sociais vigentes (YAZBEK, 1999, p. 22).
Foi somente a partir da década de 1940, com a passagem do capitalismo para a fase monopólica, que o Serviço Social passa a se institucionalizar, juntamente com o acirramento da questão social, o Estado diante da insatisfação popular, vê-se obrigado a responder às demandas da sociedade, através de concessões – na forma de políticas sociais – para consolidar o sistema capitalista,e controlar o movimento dos trabalhadores.
Ao se firmar mediante as proposições de políticas sociais, o Serviço Social ganha então uma maior abrangência, estruturando-se como um projeto de dimensões éticas, intimamente ligado ao eixo societário das classes trabalhadoras. Dessa forma, o Serviço Social reveste-se de relevância, já que:
Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos problemas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição como na dinâmica da sociedade (BRASIL, 1991, Art. 88).
Consoante a esse argumento, é possível avaliar que o agente social assume papéis extremamente relevantes. Inserido em um cenário marcado por tensões, torna-se um grande desafio para esse profissional, materializar os seus pontos de vistas, sobretudo, ao colocar-se como um dispositivo na efetivação dos direitos sociais.
É bastante desafiador para o Assistente Social o fato de assumir um compromisso com as classes trabalhadoras, reconhecer suas lutas, suas reivindicações e seus anseios. Além de se responsabilizar por outras incumbências, esse agente tem uma demanda bem específica, participando na concessão de direitos. Na maioria das vezes, a sociedade não detém a plena consciência de seus direitos previdenciários, desse modo, é preciso levar esse entendimento e disseminar novos ideais.
No intuito de conscientizar as pessoas a respeito de seus benefícios e questionar acerca da universalização dos serviços, é essencialmente necessário promover uma socialização de informações, assim, cabe ao Assistente Social conceber-se nesse mediador, disponibilizando mecanismos que sejam capacitados a assegurar que tais informações cheguem integralmente a todos os cidadãos.
Neste sentido, é consenso asseverar que é prioridade dentre as atividades desses profissionais, expandir os conhecimentos, em especial, os interligados às questões previdenciárias, por ainda haver certo déficit em relação a esse assunto, esse esclarecimento se faz indispensável, ao considerar que:
Os usuários e a sociedade em geral não têm acesso ou domínio do conhecimento sobre seus direitos previdenciários e a lógica de como estes se estruturaram, cuja raiz se encontra nas relações de produção capitalista da sociedade brasileira resultando a exclusão e a desigualdade no usufruto dos bens e serviços socialmente produzidos (BRASIL, 1994, p. 15).
Perante a centralidade de sua atuação, o Assistente Social articula os princípios das demais Políticas Sociais com os propósitos colocados pela Previdência Social, definindo ações intencionais, cujo objetivo é investigar a realidade social de cada usuário inserido na sociedade, dentro de um compromisso ético-político que considere a sua competência técnica-profissional, favorecendo o desenvolvimento de múltiplas potencialidades.
Onde atualmente os serviços prestados, vêm crescendo demasiadamente, devido às diferenças oriundas da questão social, no qual estes profissionais buscam constantemente trazer mudanças significativas para os usuários, de forma a consolidar e mediar a garantia intransigente de seus direitos.
4.3 ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL NO INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL
O Serviço Social pleiteia muito mais que um relato e elaboração de prescritos voltados ao como fazer. Faz-se necessário uma análise crítica e teoricamente fundamentada através do trabalho realizado, encaminhando novos contornos, gerando ainda, mudança de concepções e rompimento de paradigmas tradicionais.
Ao longo de sua história, a política previdenciária guarda relação com o movimento estrutural/conjuntural de cada momento histórico da sociedade brasileira, expresso em suas diversas políticas econômicas e na correlação de forças que se estabelecem. 
Nessa trajetória, a política previdenciária tem como características básicas constitutivas o paradoxo entre a reprodução da força de trabalho e a incorporação de direitos sociais, ora tendendo à universalização de cobertura e ampliação dos benefícios e serviços, ora tendendo a uma restrição dos mesmos com base na Seguridade ou na concepção restrita do Seguro Social.
O ingresso do Serviço Social na estrutura da Previdência Social surgiu legalmente através da Portaria nº 52, de 06 de setembro de 1944, exigência institucional do Conselho Nacional do Trabalho (CNT).
Em meados da década de 1980 a prática profissional do assistente social na Previdência era tradicional e rotineira, mas a partir desse período muitos profissionais buscaram se capacitar para superar o cotidiano profissional, e isso se deu pela forte influência do Movimento de Reconceituação. O qual foi uma tentativa de ruptura com o Conservadorismo para um método crítico e investigativo, uma renovação teórica e prática de cunho social, com propostas de intervenção e compreensão da realidade social, questionador da ordem.
Silva (2008) afirma que no ano de 1990, a atuação do Serviço Social previdenciário avança devido a Constituição Federal de 1988, a qual passa a garantir direitos sociais e a participação dos usuários na gestão das políticas públicas, rompendo assim, com o modelo tradicional que vigorava.
O Assistente Social passa então, a esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los estabelecendo com eles o processo de resolução de problemas que emergem na relação com a Previdência Social tanto no âmbito institucional, como na dinâmica da sociedade.
O ofício desse agente inclui diversas incumbências, tendo como prioridade, além de facilitar o acesso aos benefícios e serviços previdenciários, estabelecer o processo de solução dos problemas sociais relacionados à Previdência Social.
Atualmente o Serviço Social na Previdência desenvolve suas ações através da Matriz Teórica Metodológica do Serviço Social. A Matriz destaca os seguintes instrumentos: o parecer social e a pesquisa. Fixando um conjunto de princípios que norteiam a profissão e suas finalidades, tendo como fundamentação teórica metodológica a teoria social dialética e crítica de Marx e dos Marxistas.
O Parecer social consiste na opinião profissional, após o estudo de uma dada situação, visando possibilitar uma maior inclusão do usuário nos serviços e benefícios previdenciários. Na Previdência Social, o parecer era utilizado para caracterizar dependência econômica, dos pais em relação aos filhos e de união estável para fins de pensão por morte e auxílio reclusão. 
Também é emitido visando identificar intercorrências sociais no agravamento da patologia na incapacidade laborativa, para fins de concessão de benefícios por incapacidade. 
A Pesquisa social entendida como um movimento de articulação entre teoria e prática, sendo um recurso imprescindível na superação do imediato e aparente, buscando o conhecimento da realidade em sua totalidade. É baseada no senso comum, por uma prática consequente e reflexiva.
No campo previdenciário, o Assistente Social orienta-se pelo documento matriz, o qual designa o fazer através da perspectiva de assegurar os direitos dos usuários. A Matriz Teórico-metodológica do Serviço Social na Previdência Social (1994) propõe um novo paradigma para a intervenção profissional, que tende a situar dentro das ações do Assistente Social um fazer profissional crítico capaz de responder às demandas sócio-institucionais.
A relação entre o profissional e o usuário deve ocorrer de forma horizontal entre o saber do assistente social e o saber do usuário. Nesta interação é necessário que o assistente social possibilite aos usuários refletirem sobre suas necessidades e direitos sociais, para que passem a ter uma visão mais crítica da realidade o que vai viabilizar o acesso ao direito deste cidadão. 
Com base na Matriz, os procedimentos que devem ser utilizados e socializados perante as informações com os usuários são:
a) identificação das condições objetivas cotidianas do usuário, a partir de suas demandas para a passagem da

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