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SDE4414 - METODOLOGIA DO ENSINO DO FUTSAL aula 3

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Disciplina: Metodologia do ensino do futebol e futsal
Aula 3: Elementos da técnica individual dos jogadores – atletas
de linha e goleiro
Apresentação
A técnica de um atleta de futebol e futsal é composta por um conjunto de gestos e
movimentos realizados durante a partida e tem como base os elementos da técnica
individual – chamados por alguns autores de fundamentos.
Nesta aula, analisaremos tais elementos, dividindo-os pelas duas posições mais
distintas dessas modalidades: goleiro e jogadores de linha.
Objetivos
Reconhecer os diferentes elementos da técnica individual dos atletas de linha e
do goleiro no futebol e no futsal.
Técnica dos atletas de linha
Os jogadores de futebol e futsal podem ser atletas de linha ou goleiros.
Os principais elementos da técnica individual dos atletas de linha são:
Passe;
Recepção;
Condução;
Drible;
Chute;
Marcação.
Alguns autores incluem nessa lista o cabeceio e a desmarcação . Mas o
cabeceio não deve ser trabalhado de forma isolada, e sim em conjunto com
alguns dos principais fundamentos – tais como passe, recepção e finalizações
ou chutes.
VAMOS ENTENDER MELHOR CADA
UM DESSES ELEMENTOS?
 
Passe
Ação de enviar a bola diretamente a um companheiro ou a algum espaço
dentro do campo ou da quadra de jogo.
Este é o fundamento mais importante do futebol e do futsal: além de agilizar
o jogo, é a forma mais rápida e eficaz de chegar ao gol adversário, pois
possibilita as ações em conjunto e a progressão das jogadas.
1 2
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Quando erram um passe, os jogadores entregam a bola ao adversário e,
consequentemente, perdem o controle da partida, minimizando as chances de
criar ações ofensivas.
Alguns aspectos devem ser considerados para a execução correta de um
passe. São eles:
01
Cabeça erguida;
02
Braços ligeiramente afastados – o que auxilia o equilíbrio;
03
Equilíbrio;
 (Fonte: Aspen Photo / Shutterstock)
04
Pé de apoio próximo à bola e lateralmente;
05
Intenção ao tocar na bola – objetivo;
06
Força – para a bola percorrer a distância almejada.
Tanto no futebol quanto no futsal, os passes podem ser classificados da
seguinte forma:
CLASSIFICAÇÃO DOS PASSES
Critérios Espécies
Distância
Curto: para distâncias de, aproximadamente, até
4 metros;
Médio: para distâncias entre 4 e 10 metros;
Longo: para distâncias acima de 10 metros.
Trajetória da
bola
Rasteiro;
Meia-altura;
Parabólico;
Alto.
Execução com
os pés
Face ou bordo interno;
Face ou bordo externo;
Dorso;
Anterior ou bico;
Solado.
Espaço de jogo
Lateral;
Diagonal;
Paralelo.
Forma especial
de execução
(passes de
habilidade)
Cabeça;
Calcanhar;
Cavado;
Coxa;
Letra;
Ombro;
Peito.
Recepção
Ação de interromper ou interceptar a trajetória de uma bola passada ou
arremessada – neste caso pelo goleiro.
Alguns a tratam como sinônimo de domínio ou controle, mas essas ações
ocorrem após a bola ser recebida pelo jogador, que deve mantê-la sob
controle ou domínio (rasteiro ou alto), preparando-se para o próximo ato.
Uma colocação correta dentro de campo ou da quadra de jogo facilita a
chegada da bola. Além disso, quando o atleta recebe bem a bola, o jogo
ganha mais velocidade.
 (Fonte: Maxisport / Shutterstock)
A recepção pode ser classificada da seguinte forma:
CLASSIFICAÇÃO DA RECEPÇÃO
Critério Espécies Execução
Trajetória
percorrida 
pela bola
Rasteira
(predominante,
principalmente, no
futsal)
Faces interna e externa
dos pés;
Solado.
Meia-altura
Faces interna e externa
dos pés;
Faces anterior, interna e
externa da coxa.
Parabólica
Cabeça;
Peito;
Coxa;
Dorso;
Solado.
Alta
Cabeça;
Peito.
Condução
Ação de progredir com a bola, andando ou correndo, por todos os espaços do
campo ou da quadra de jogo.
A condução propicia, durante o aprendizado, maior tempo de contato com a
bola, facilita o controle e auxilia a realização do fundamento do chute.
No entanto, especificamente durante o futsal, acontece em espaços curtos de
tempo, devido às dimensões da quadra e, muitas vezes, da alta velocidade
que se procura imprimir ao jogo por meio de passes.
Alguns aspectos devem ser considerados para uma condução correta de bola.
São eles:
Permanecer com a bola próxima ao corpo e ao pé;
Manter a cabeça erguida para possibilitar melhor visão do jogo;
Proteger a bola do adversário ao conduzi-la;
Estar sempre em condições de passar, driblar, chutar ou tocar, dando
sequência às ações de jogo, ou mesmo manter a posse de bola;
Atentar para a noção do espaço de campo ou da quadra, o equilíbrio e a
coordenação de movimentos com a bola (coordenação especial).
 (Fonte: Ververidis Vasilis / Shutterstock)
A condução pode ser classificada da seguinte forma:
CLASSIFICAÇÃO DA CONDUÇÃO
Critério Espécies Execução
Trajetória
Retilínea;
Sinuosa.
Face ou bordo interno e externo;
Dorso;
Solado.
 
Drible
Ação individual com a bola, que visa enganar o oponente, tentando
ultrapassá-lo.
 (Fonte: Maxisport / Shutterstock)
Esta técnica exige do praticante:
Velocidade de execução;
Noção de espaço;
Bom domínio de bola (próxima aos pés);
Agilidade nos movimentos;
Criatividade;
Coordenação especial (com a bola) e equilíbrio.
O drible pode ser classificado da seguinte forma:
CLASSIFICAÇÃO DO DRIBLE
Critério Espécies Execução
Objetivo
Ofensivo Para chegar à meta adversária.
Defensivo
Mantém a posse de bola com a
intenção de oferecer proteção
defensiva.
Execução (em
trajetória
retilínea ou
sinuosa)
Com os pés
Parado ou em deslocamento (com ou
sem bola).
Com o corpo Parado ou em deslocamento.
Alguns autores atribuem o chamado drible sem bola como a mesma ação da
finta. Entretanto, é possível diferenciar esses conceitos. Vejamos:
Finta
Movimento realizado sem a bola. O jogador pode fintar com os pés, as pernas,
o tronco, os braços e até os olhos – quando faz um movimento qualquer e se
desloca no sentido contrário. A finta com o corpo facilita o recebimento de um
passe (desmarcação), e ajuda na execução de um drible e na marcação.
Drible sem bola
Movimento executado quando o atleta tem a posse de bola. No entanto, ele
não a utiliza para enganar o adversário – apenas realiza o lance,
principalmente com os pés ou com todo o corpo.
Chute

Ação de impulsionar a bola com os pés, visando desviar
ou dar trajetória a ela, mesmo parada ou em
movimento.
(LUCENA, 2001).
O chute pode ser:
Ofensivo
Quando o objetivo é a meta adversária.
Defensivo
Para impedir ações ofensivas do oponente.
Esta técnica é muito semelhante ao fundamento do passe.
Os aspectos que diferenciam tais elementos são o propósito e a força.
Alguns fatores são importantes para a execução correta do chute, tais como:
 (Fonte: trattieritratti / Shutterstock)
O chute pode ser classificado da seguinte forma:
CLASSIFICAÇÃO DO CHUTE
Critério Espécies Execução
Trajetória
Rasteiro;
Meia-
altura;
Alto.
-
Tipo
Simples
Anterior (bico);
Dorso;
Faces interna e externa dos pés.
Bate-pronto
Dorso;
Faces interna, externa e anterior
dos pés.
Voleio
Dorso;
Face interna dos pés.
Cobertura ou
cavado
Anterossuperior do pé
Marcação
Ação de impedir que o adversário receba a bola ou que progrida pelo espaço
de jogo quando de posse dela. Logo, a marcação deve ser efetuada tanto
sobre um atleta que está sem a bola quanto sobre aquele que a tem em seu
domínio.
De acordo com Tenroller (2004), trata-se de impedir ou dificultar os
movimentos técnicos de condução, passe, chute ou drible do adversário que
tem a posse de bola.
Individualmente, é importante não marcar a bola após o passe do oponente, e
sim deslocá-la.
 (Fonte: Jure Makovec / Shutterstock)
A marcação pode ser dividida em três estágios. São eles:
1
Antecipação
Exercida para chegar à bola antes do adversário.
2
Aproximação
Quando o atleta procura se aproximar de seu oponente, buscando equilíbrio
adequado para exercer a abordagem.
3
AbordagemQuando o atleta está em posição de equilíbrio e deve abordar o oponente,
buscando obter a posse de bola ou desequilibrando o passe adversário.
Técnica do goleiro
Os principais elementos da técnica individual do goleiro são:
Empunhadura ou pegada;
Defesas baixas e altas;
Espalmada;
Arremessos;
Saída de gol.
VAMOS ENTENDER MELHOR CADA
UM DESSES FUNDAMENTOS?
Empunhadura ou pegada
Posicionamento básico das mãos, que possibilita exercer as ações de defesa
da bola, quando chutada, passada ou arremessada nos diferentes planos.
 
Após a pegada, em qualquer circunstância, o goleiro deve, se possível,
proteger a bola, usando uma parte do corpo como obstáculo seguinte.
Defesas baixas e altas
As defesas baixas são exercidas abaixo da linha da cintura, com a utilização
das mãos ou de qualquer outra parte do corpo. Fazem parte desta técnica:
 
As quedas laterais;
As encaixadas de bola;
As defesas com os pés.
Já as defesas altas são exercidas com as mãos ou com o peito acima da linha
da cintura. Fazem parte desta técnica:
 
A defesa com deslocamento lateral;
As pontes (com ou sem mão trocada);
As defesas com recursos (peito, barriga e cabeça).
Espalmada
Toque com a palma da mão na bola, que a desvia de sua trajetória em uma
tentativa de defesa.
 
Esta técnica deve ser empregada como recurso para chutes muito fortes ou
em bolas que apresentam alto risco de defesa com pegada.
 
A mão tem de estar estendida, a fim de realizar o toque, que, normalmente, é
feito para trás.
Arremessos
Ação de passar a bola com as mãos, visando a um companheiro ou a um
espaço livre dentro da quadra de jogo.
 
Para a execução de um bom arremesso, o jogador deve considerar alguns
aspectos, tais como:
 
Equilíbrio;
Visão espacial;
Precisão;
Coordenação;
Força.
O arremesso pode ser classificado da seguinte forma:
CLASSIFICAÇÃO DO ARREMESSO
Critérios Espécies
Distância
Curtos e médios: distâncias percorridas dentro
do meio de quadra ou de campo defensivo;
Longos: distâncias próximas do meio campo no
futebol ou além do meio da quadra de jogo no
futsal.
Trajetória
Rasteiro;
Parabólico;
Oblíquo (de cima para baixo) – muito utilizado no
futsal.
Saída de gol
Intervenção do goleiro dentro ou fora de sua área de meta, com o objetivo de
impedir finalizações ou ataque. Para isso, é possível utilizar qualquer parte do
corpo na tentativa de interceptar a bola do oponente.
 
A saída de gol também pode ser entendida como uma ação em que o goleiro
participa das jogadas ofensivas de sua equipe.
Com a permissão nas regras do jogo, tanto no futsal quanto no futebol, para
atuar fora de sua área de meta, é imprescindível que o goleiro desenvolva
habilidades para atacar, efetuar coberturas e antecipações, e executar com
eficiência os diferentes elementos da técnica individual dos jogadores de linha.
Ao movimentar-se em direção à frente, ele procura fazer com que sua meta
pareça menor para o atacante adversário. Esta é a ação de fechar o ângulo,
quando o goleiro tenta deixar poucas áreas abertas para as finalizações dos
atacantes.
Quando ele avança muito à frente facilita a pegada em caso de chutes fortes,
mas não ajuda no caso de o atacante tentar encobri-lo.
Atividades
1. Durante muito tempo, o futebol brasileiro se destacou,
vencendo os demais em virtude da habilidade e da criatividade, e
não da técnica. Diante disso, diferencie os conceitos grifados.
2. Quanto aos elementos da técnica individual dos jogadores de
futebol e futsal, assinale a opção incorreta:
 a) A ação de interromper ou interceptar a trajetória de uma bola
passada ou arremessada é chamada de recepção.
 b) O chute pode ser ofensivo, quando o objetivo é a meta adversária,
ou defensivo, para impedir ações ofensivas do oponente.
 c) As intervenções do goleiro dentro ou fora de sua área de meta, com
o objetivo de impedir finalizações ou ataque, são chamadas de saída de
gol.
 d) A espalmada é um fundamento do goleiro, utilizado como recurso
para chutes fracos ou em bolas que apresentam pouco risco de defesa
com pegada.
 e) A empunhadura do goleiro é o posicionamento básico das mãos, que
possibilita exercer as ações de defesa da bola, quando chutada, passada
ou arremessada em um plano acima ou abaixo da linha da cintura.
3. Como fundamento individual, a marcação pode ser dividida nos
seguintes estágios:
 a) Marcação individual, por zona e mista.
 b) Marcação pressão e no próprio campo.
 c) Antecipação, aproximação e abordagem.
 d) Antecipação, aproximação e marcação pressão.
 e) Aproximação, abordagem e marcação por zona.
4. Em relação à distância, há passes:
 a) Curtos, médios e longos.
 b) De cabeça, de peito e de ombro.
 c) Laterais, diagonais e paralelos.
 d) Rasteiros, meia-altura e parabólicos.
 e) Com os bordos interno e externo do pé, e com o solado.
Notas
Cabeceio 
Ato de golpear com a cabeça, que tem diferentes funções, dependendo do objetivo
(ofensivo ou defensivo).
Desmarcação 
1
2
Deslocamento do atleta, sem a bola, dentro do espaço de jogo, com a intenção de
recebê-la e de dar continuidade à jogada.
Referências
LUCENA, R. Futsal e a iniciação. 5. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.
TENROLLER, C. A. Futsal: ensino e prática. Canoas: Ulbra, 2004.
Próximos Passos
Diferentes eixos de aprendizagem do futebol e do futsal;
Métodos de ensino dessas modalidades esportivas.
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