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Disciplina: Metodologia do ensino do futebol e futsal Aula 3: Elementos da técnica individual dos jogadores – atletas de linha e goleiro Apresentação A técnica de um atleta de futebol e futsal é composta por um conjunto de gestos e movimentos realizados durante a partida e tem como base os elementos da técnica individual – chamados por alguns autores de fundamentos. Nesta aula, analisaremos tais elementos, dividindo-os pelas duas posições mais distintas dessas modalidades: goleiro e jogadores de linha. Objetivos Reconhecer os diferentes elementos da técnica individual dos atletas de linha e do goleiro no futebol e no futsal. Técnica dos atletas de linha Os jogadores de futebol e futsal podem ser atletas de linha ou goleiros. Os principais elementos da técnica individual dos atletas de linha são: Passe; Recepção; Condução; Drible; Chute; Marcação. Alguns autores incluem nessa lista o cabeceio e a desmarcação . Mas o cabeceio não deve ser trabalhado de forma isolada, e sim em conjunto com alguns dos principais fundamentos – tais como passe, recepção e finalizações ou chutes. VAMOS ENTENDER MELHOR CADA UM DESSES ELEMENTOS? Passe Ação de enviar a bola diretamente a um companheiro ou a algum espaço dentro do campo ou da quadra de jogo. Este é o fundamento mais importante do futebol e do futsal: além de agilizar o jogo, é a forma mais rápida e eficaz de chegar ao gol adversário, pois possibilita as ações em conjunto e a progressão das jogadas. 1 2 file:///C:/DISCIPLINAS%20V%C3%8D/2018.2/metodologia_do_ensino_do_futebol_e_futsal__GON999/aula3.html file:///C:/DISCIPLINAS%20V%C3%8D/2018.2/metodologia_do_ensino_do_futebol_e_futsal__GON999/aula3.html Quando erram um passe, os jogadores entregam a bola ao adversário e, consequentemente, perdem o controle da partida, minimizando as chances de criar ações ofensivas. Alguns aspectos devem ser considerados para a execução correta de um passe. São eles: 01 Cabeça erguida; 02 Braços ligeiramente afastados – o que auxilia o equilíbrio; 03 Equilíbrio; (Fonte: Aspen Photo / Shutterstock) 04 Pé de apoio próximo à bola e lateralmente; 05 Intenção ao tocar na bola – objetivo; 06 Força – para a bola percorrer a distância almejada. Tanto no futebol quanto no futsal, os passes podem ser classificados da seguinte forma: CLASSIFICAÇÃO DOS PASSES Critérios Espécies Distância Curto: para distâncias de, aproximadamente, até 4 metros; Médio: para distâncias entre 4 e 10 metros; Longo: para distâncias acima de 10 metros. Trajetória da bola Rasteiro; Meia-altura; Parabólico; Alto. Execução com os pés Face ou bordo interno; Face ou bordo externo; Dorso; Anterior ou bico; Solado. Espaço de jogo Lateral; Diagonal; Paralelo. Forma especial de execução (passes de habilidade) Cabeça; Calcanhar; Cavado; Coxa; Letra; Ombro; Peito. Recepção Ação de interromper ou interceptar a trajetória de uma bola passada ou arremessada – neste caso pelo goleiro. Alguns a tratam como sinônimo de domínio ou controle, mas essas ações ocorrem após a bola ser recebida pelo jogador, que deve mantê-la sob controle ou domínio (rasteiro ou alto), preparando-se para o próximo ato. Uma colocação correta dentro de campo ou da quadra de jogo facilita a chegada da bola. Além disso, quando o atleta recebe bem a bola, o jogo ganha mais velocidade. (Fonte: Maxisport / Shutterstock) A recepção pode ser classificada da seguinte forma: CLASSIFICAÇÃO DA RECEPÇÃO Critério Espécies Execução Trajetória percorrida pela bola Rasteira (predominante, principalmente, no futsal) Faces interna e externa dos pés; Solado. Meia-altura Faces interna e externa dos pés; Faces anterior, interna e externa da coxa. Parabólica Cabeça; Peito; Coxa; Dorso; Solado. Alta Cabeça; Peito. Condução Ação de progredir com a bola, andando ou correndo, por todos os espaços do campo ou da quadra de jogo. A condução propicia, durante o aprendizado, maior tempo de contato com a bola, facilita o controle e auxilia a realização do fundamento do chute. No entanto, especificamente durante o futsal, acontece em espaços curtos de tempo, devido às dimensões da quadra e, muitas vezes, da alta velocidade que se procura imprimir ao jogo por meio de passes. Alguns aspectos devem ser considerados para uma condução correta de bola. São eles: Permanecer com a bola próxima ao corpo e ao pé; Manter a cabeça erguida para possibilitar melhor visão do jogo; Proteger a bola do adversário ao conduzi-la; Estar sempre em condições de passar, driblar, chutar ou tocar, dando sequência às ações de jogo, ou mesmo manter a posse de bola; Atentar para a noção do espaço de campo ou da quadra, o equilíbrio e a coordenação de movimentos com a bola (coordenação especial). (Fonte: Ververidis Vasilis / Shutterstock) A condução pode ser classificada da seguinte forma: CLASSIFICAÇÃO DA CONDUÇÃO Critério Espécies Execução Trajetória Retilínea; Sinuosa. Face ou bordo interno e externo; Dorso; Solado. Drible Ação individual com a bola, que visa enganar o oponente, tentando ultrapassá-lo. (Fonte: Maxisport / Shutterstock) Esta técnica exige do praticante: Velocidade de execução; Noção de espaço; Bom domínio de bola (próxima aos pés); Agilidade nos movimentos; Criatividade; Coordenação especial (com a bola) e equilíbrio. O drible pode ser classificado da seguinte forma: CLASSIFICAÇÃO DO DRIBLE Critério Espécies Execução Objetivo Ofensivo Para chegar à meta adversária. Defensivo Mantém a posse de bola com a intenção de oferecer proteção defensiva. Execução (em trajetória retilínea ou sinuosa) Com os pés Parado ou em deslocamento (com ou sem bola). Com o corpo Parado ou em deslocamento. Alguns autores atribuem o chamado drible sem bola como a mesma ação da finta. Entretanto, é possível diferenciar esses conceitos. Vejamos: Finta Movimento realizado sem a bola. O jogador pode fintar com os pés, as pernas, o tronco, os braços e até os olhos – quando faz um movimento qualquer e se desloca no sentido contrário. A finta com o corpo facilita o recebimento de um passe (desmarcação), e ajuda na execução de um drible e na marcação. Drible sem bola Movimento executado quando o atleta tem a posse de bola. No entanto, ele não a utiliza para enganar o adversário – apenas realiza o lance, principalmente com os pés ou com todo o corpo. Chute Ação de impulsionar a bola com os pés, visando desviar ou dar trajetória a ela, mesmo parada ou em movimento. (LUCENA, 2001). O chute pode ser: Ofensivo Quando o objetivo é a meta adversária. Defensivo Para impedir ações ofensivas do oponente. Esta técnica é muito semelhante ao fundamento do passe. Os aspectos que diferenciam tais elementos são o propósito e a força. Alguns fatores são importantes para a execução correta do chute, tais como: (Fonte: trattieritratti / Shutterstock) O chute pode ser classificado da seguinte forma: CLASSIFICAÇÃO DO CHUTE Critério Espécies Execução Trajetória Rasteiro; Meia- altura; Alto. - Tipo Simples Anterior (bico); Dorso; Faces interna e externa dos pés. Bate-pronto Dorso; Faces interna, externa e anterior dos pés. Voleio Dorso; Face interna dos pés. Cobertura ou cavado Anterossuperior do pé Marcação Ação de impedir que o adversário receba a bola ou que progrida pelo espaço de jogo quando de posse dela. Logo, a marcação deve ser efetuada tanto sobre um atleta que está sem a bola quanto sobre aquele que a tem em seu domínio. De acordo com Tenroller (2004), trata-se de impedir ou dificultar os movimentos técnicos de condução, passe, chute ou drible do adversário que tem a posse de bola. Individualmente, é importante não marcar a bola após o passe do oponente, e sim deslocá-la. (Fonte: Jure Makovec / Shutterstock) A marcação pode ser dividida em três estágios. São eles: 1 Antecipação Exercida para chegar à bola antes do adversário. 2 Aproximação Quando o atleta procura se aproximar de seu oponente, buscando equilíbrio adequado para exercer a abordagem. 3 AbordagemQuando o atleta está em posição de equilíbrio e deve abordar o oponente, buscando obter a posse de bola ou desequilibrando o passe adversário. Técnica do goleiro Os principais elementos da técnica individual do goleiro são: Empunhadura ou pegada; Defesas baixas e altas; Espalmada; Arremessos; Saída de gol. VAMOS ENTENDER MELHOR CADA UM DESSES FUNDAMENTOS? Empunhadura ou pegada Posicionamento básico das mãos, que possibilita exercer as ações de defesa da bola, quando chutada, passada ou arremessada nos diferentes planos. Após a pegada, em qualquer circunstância, o goleiro deve, se possível, proteger a bola, usando uma parte do corpo como obstáculo seguinte. Defesas baixas e altas As defesas baixas são exercidas abaixo da linha da cintura, com a utilização das mãos ou de qualquer outra parte do corpo. Fazem parte desta técnica: As quedas laterais; As encaixadas de bola; As defesas com os pés. Já as defesas altas são exercidas com as mãos ou com o peito acima da linha da cintura. Fazem parte desta técnica: A defesa com deslocamento lateral; As pontes (com ou sem mão trocada); As defesas com recursos (peito, barriga e cabeça). Espalmada Toque com a palma da mão na bola, que a desvia de sua trajetória em uma tentativa de defesa. Esta técnica deve ser empregada como recurso para chutes muito fortes ou em bolas que apresentam alto risco de defesa com pegada. A mão tem de estar estendida, a fim de realizar o toque, que, normalmente, é feito para trás. Arremessos Ação de passar a bola com as mãos, visando a um companheiro ou a um espaço livre dentro da quadra de jogo. Para a execução de um bom arremesso, o jogador deve considerar alguns aspectos, tais como: Equilíbrio; Visão espacial; Precisão; Coordenação; Força. O arremesso pode ser classificado da seguinte forma: CLASSIFICAÇÃO DO ARREMESSO Critérios Espécies Distância Curtos e médios: distâncias percorridas dentro do meio de quadra ou de campo defensivo; Longos: distâncias próximas do meio campo no futebol ou além do meio da quadra de jogo no futsal. Trajetória Rasteiro; Parabólico; Oblíquo (de cima para baixo) – muito utilizado no futsal. Saída de gol Intervenção do goleiro dentro ou fora de sua área de meta, com o objetivo de impedir finalizações ou ataque. Para isso, é possível utilizar qualquer parte do corpo na tentativa de interceptar a bola do oponente. A saída de gol também pode ser entendida como uma ação em que o goleiro participa das jogadas ofensivas de sua equipe. Com a permissão nas regras do jogo, tanto no futsal quanto no futebol, para atuar fora de sua área de meta, é imprescindível que o goleiro desenvolva habilidades para atacar, efetuar coberturas e antecipações, e executar com eficiência os diferentes elementos da técnica individual dos jogadores de linha. Ao movimentar-se em direção à frente, ele procura fazer com que sua meta pareça menor para o atacante adversário. Esta é a ação de fechar o ângulo, quando o goleiro tenta deixar poucas áreas abertas para as finalizações dos atacantes. Quando ele avança muito à frente facilita a pegada em caso de chutes fortes, mas não ajuda no caso de o atacante tentar encobri-lo. Atividades 1. Durante muito tempo, o futebol brasileiro se destacou, vencendo os demais em virtude da habilidade e da criatividade, e não da técnica. Diante disso, diferencie os conceitos grifados. 2. Quanto aos elementos da técnica individual dos jogadores de futebol e futsal, assinale a opção incorreta: a) A ação de interromper ou interceptar a trajetória de uma bola passada ou arremessada é chamada de recepção. b) O chute pode ser ofensivo, quando o objetivo é a meta adversária, ou defensivo, para impedir ações ofensivas do oponente. c) As intervenções do goleiro dentro ou fora de sua área de meta, com o objetivo de impedir finalizações ou ataque, são chamadas de saída de gol. d) A espalmada é um fundamento do goleiro, utilizado como recurso para chutes fracos ou em bolas que apresentam pouco risco de defesa com pegada. e) A empunhadura do goleiro é o posicionamento básico das mãos, que possibilita exercer as ações de defesa da bola, quando chutada, passada ou arremessada em um plano acima ou abaixo da linha da cintura. 3. Como fundamento individual, a marcação pode ser dividida nos seguintes estágios: a) Marcação individual, por zona e mista. b) Marcação pressão e no próprio campo. c) Antecipação, aproximação e abordagem. d) Antecipação, aproximação e marcação pressão. e) Aproximação, abordagem e marcação por zona. 4. Em relação à distância, há passes: a) Curtos, médios e longos. b) De cabeça, de peito e de ombro. c) Laterais, diagonais e paralelos. d) Rasteiros, meia-altura e parabólicos. e) Com os bordos interno e externo do pé, e com o solado. Notas Cabeceio Ato de golpear com a cabeça, que tem diferentes funções, dependendo do objetivo (ofensivo ou defensivo). Desmarcação 1 2 Deslocamento do atleta, sem a bola, dentro do espaço de jogo, com a intenção de recebê-la e de dar continuidade à jogada. Referências LUCENA, R. Futsal e a iniciação. 5. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001. TENROLLER, C. A. Futsal: ensino e prática. Canoas: Ulbra, 2004. Próximos Passos Diferentes eixos de aprendizagem do futebol e do futsal; Métodos de ensino dessas modalidades esportivas. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online, utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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