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Tributos no Comércio Exterior Brasileiro

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Aula 3
Tributos no comércio exterior brasileiro: importo de importação
Apresentação:
Nesta aula, veremos como funciona a política tributária brasileira no que se refere ao comércio internacional e quem são os sujeitos da relação tributária. Você vai conhecer também os conceitos de tributo, imposto, taxa, contribuição, fato gerador, assim como a distinção entre bens, produtos ou mercadorias.
Além disso, vamos nos aprofundar nas espécies de tributos que afetam o comércio exterior brasileiro, com ênfase no Imposto de Importação (II), buscando saber quais bens sofrem incidência desse imposto; a legislação específica, incidência e fatos geradores.
Objetivos:
- Descrever o papel da União, dos sujeitos ativos e passivos e responsáveis solidários pelo pagamento dos impostos.
- Identificar como funciona o imposto de importação, bem como sua legislação específica, incidência e fatos geradores.
- Reconhecer o funcionamento dos regimes de tributação simplificada, especial e unificada.
As barreiras Comerciais:
Os impostos internacionais estão relacionados ao protecionismo com que cada país trata a indústria nacional, as tão mencionadas barreiras comerciais. O protecionismo vem, gradativamente, perdendo força e é considerado pelo OMC – Organização Mundial do Comércio, uma prática econômica desleal. O Brasil ainda é considerado um dos países mais protecionistas, segundo a OMC, seja na aplicação de barreiras tarifárias ou não tarifárias, as BNT: barreiras técnicas, sanitárias, verdes ou ambientais, laborais, quotas e outras.
A verdade é que todos os países, a pretexte de garantir sua soberania, são protecionistas, protegendo ou subsidiando um ou outro segmento da sua Economia.
Com o processo de globalização da Economia, a partir de meados do século XX, muitas barreiras alfandegárias caíram, e o comércio internacional sofre um estímulo considerável.
Vamos entender os impostos que de alguma forma afetam o comércio exterior brasileiro, dando ênfase ao Imposto de Importação. São eles:
II – Imposto de Importação;
IE – Imposto de Exportação;
IOF – Imposto Sobre Operações de Câmbio;
PIS/Cofins Importação;
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS Importação;
Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – Importação de Combustíveis e Tecnologia;
Imposto Sobre Serviços – ISS Importação de Serviços;
IR – Imposto de Renda (Importação de Serviços);
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI Importação;
AFRRM – Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante;
Taxa de Utilização do Siscomex.
Veremos a seguir alguns detalhes sobre esses impostos.
Impostos que afetam o comércio exterior brasileiro:
Os tributos relacionados incidem na importação de mercadorias, serviços ou tecnologia no todo ou em parte.
Os dois primeiros têm função extrafiscal, ou seja, seu objetivo não é arrecadatório, mas regulador de mercado, suas alíquotas podem ser alteradas com o intuito de corrigir possíveis distorções econômico-financeiras em algum segmento do mercado, afetando também as políticas econômicas e cambiais. 
Nas exportações, por exemplo, podem ter objetivo de estimular, reduzindo ou eliminando a tributação dos produtos exportador melhorando a balança comercial, ou eliminar o desabastecimento no mercado interno. Neste caso, as alíquotas podem aumentar. Nas importações, o estímulo pode ser aplicado para proteger determinados segmentos da Economia, aumentado as alíquotas. Reduzindo ou eliminando a tributação, o objetivo é aumentar a competitividade dos setores afetados pelas medidas. Em todos os casos, a tributação visa influenciar o comportamento do contribuinte, não a arrecadação propriamente dita.
De acordo com a Constituição Federal, art. 153, compete à União instituir impostos sobre importação e exportação. Assim funciona na maioria dos países, independentemente da forma de governo, devido ao princípio da Integridade Nacional, que permite a cobrança de impostos sobre a passagem das mercadorias por uma fronteira política (e jurídica), o que vale para a entrada (importação) e para a saída (exportação).
Segundo Aliomar Ribeiro, em seu livro Direito Tributário Brasileiro:
O imposto de importação destina-se em primeiro lugar a dar cumprimento à política governamental de proteção ao mercado interno, à indústria nacional, ao câmbio e ao balanço de pagamento. Se é necessário proteger um setor incipiente da produção nacional que não pode enfrentar concorrentes estrangeiros, ou se a balança comercial está deficitária, o imposto de importação é instrumento ágil de controle e reequilíbrio.
Sem dúvida que este renomeado autor está correto, mas esta situação não pode manter-se eternamente, deve ser estipulado um período para reorganização do setor e o equilíbrio da balança comercial, haja vista que a OMC permite o uso do Imposto de Importação, do Ad-valorem, das Medidas Compensatórias e de Salvaguarda para este fim.
O II e o IE são tributos não contemplados pelos Princípios da Anterioridade (veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que a Lei foi publicada) e da Legalidade (somente pode ser alterado o imposto através de uma Lei que revogue a anterior), conforme o artigo 150 da CRFB.
Os demais impostos que recaem sobre a importação (IPI, PIS/COFINS, ICMS) têm como objetivo a arrecadação e baseiam-se no Princípio do Destino, tributando os produtos importador com os mesmos tributos que recaem sobre os produtos no mercado interno. Esta é uma das regras (a Isonomia – tratamento tributário igual na importação e no mercado interno para produtos iguais) que disciplinam o comércio exterior brasileiro.
Legislação que rege o Imposto de Importação (II):
É o Código Tributário Nacional – CTN, art. 19 e seguintes, que define o fato gerador do II, embora a sua instituição advenha do Regulamento Aduaneiro, que dispõe sobre a administração, a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio (RA, artigos 69 a 211-B).
O II recai em alguns casos sobre bens, produtos ou mercadorias. Existem diferenças entre estes conceitos? Qual o conceito a ser utilizado no caso do II?
Bens – O Código Civil define como algo que possui apreciação econômica e pode fazer parte do patrimônio de pessoas físicas e jurídicas, como móveis, imóveis, bens fungíveis, divisíveis, singulares, coletivos ou públicos, podendo, portanto, ser objeto de tributação.
Produto – O termo normalmente é utilizado como resultado de um determinado processo no sentido de ser algo novo, extraído ou confeccionado a partir de outros bens.
Mercadorias – São bens tangíveis, objeto e negociações comerciais, logo, consideradas como o principal objeto da tributação do comércio exterior, normalmente tendo como base da negociação um contrato comercial mais simples, como uma fatura comercial ou comercial invoice; ou mais elaborado, se assim exigi a especificidade do produto ou da negociação.
Simplificando: podemos dizer que bens representam o gênero do qual produtos e mercadorias são espécies.
Porque estamos fazendo estas considerações?
Porque a legislação brasileira (CRFB, CTB e o RA) dispõe sobre tributação e bens, mercadorias e produtos aleatoriamente. Podem as diferentes definições afetar a incidência dos respectivos tributos? Não no que diz respeito ao II e ao IE, se considerarmos que estes impostos, quando devidos, recaem sobre bens tangíveis.
Serviços e direitos são intangíveis, regidos por legislação específica. Por este motivo, a TEC somente menciona BENS TANGÍVEIS.
Outro assunto também importante e que revela o status jurídico de determinado bem, são os conceitos:
- Produto Nacional: Aquele fabricado no Brasil (produção total, como a soja, o café, por exemplo), ou aqui transformado de acordo com as exigências das Regras de origem (Regras de Origem do Mercosul). Esses produtos recebem o selo de Made in Brazil ou Fabricação Brasileira o qual determinará o seu tratamento administrativo tributário;
- Produto Nacionalizado: Aquele que, fabricado ou transformado no estrangeiro, foi importado a título definitivo, o que significa dizer que, depois dostrâmites aduaneiros e tributários, passou a integrar a economia nacional, equiparou-se a um produto nacional (RA, art. 212).
- Produto Estrangeiro: Aquele fabricado ou transformado no estrangeiro e, portanto, recebe tratamento tributário específico;
- Produto Desnacionalizado: O nacional ou nacionalizado, exportado a título definitivo.
Os produtos importados ou exportados temporariamente não fazem parte da classe de “nacionalizados” ou “desnacionalizados”, porque eles retornarão ao seu país de origem.
Segundo o Regulamento Aduaneiro, quais os bens que sofrem incidência do Imposto de Importação?
- Mercadorias estrangeiras importadas ou nacionalizadas e exportadas, que retornem ao país;
- Bagagem de viajante;
- Bens enviados como presente (gifts) ou amostras, mesmo a título gratuito.
Como toda regra tem suas exceções, aqui também existem. Vamos conhece-las:
O caput do artigo 70 dispões sobre regra geral: toda mercadoria nacional ou nacionalizada exportada que retorne ao país é considerada estrangeira, para fim de incidência do imposto.
Art. 70. Considera-se estrangeira, para fins de incidência do imposto, a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao País, salvo se:
I. enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
II. devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição;
III. por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importado;
IV. por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou
V. por outros fatores alheios à vontade do exportador.
O artigo 71 do RA complementa essa ideia com a relação das mercadorias estrangeiras que não sofrem incidência do imposto, nos seus incisos:
Art. 71. O imposto não incide sobre:
I. mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou comprovado de expedição, e que for redestinada ou desenvolvida para o exterior;
II. mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se destinava, desde que observada a regulamentação editada pelo ministério da Fazenda;
III. mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento, exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida ou revendida;
IV. mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da declaração de importação, observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda;
V. embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de empresa brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, que retornem ao registro brasileiro, como propriedade da mesma empresa nacional de origem;
VI. mercadoria estrangeira destruída, sob controle aduaneiro, sem ônus para a Fazenda Nacional, antes de desembaraçada;
VII. mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruída.
Devido à extensão do assunto, vamos analisar somente alguns destes casos no sentido inverso, a não incidência dos impostos, nos casos da exportação, para que seja entendido o raciocínio do legislador.
1. Aquela mercadoria que foi exportada a título de venda *evento futuro) por um prazo determinado, de acordo com a legislação e não foi vendida, a chamada “Exportação em Consignação”, na sua volta deve ser tributada como importação?
A legislação prevê este tipo de reimportação, autorizando os bens que não foram vendidos a retornarem ao país sem o pagamento dos impostos, uma vez que a mercadoria saiu despachada pela autoridade competente e a sua venda não foi efetivada. O consignatário é um grande aliado do comércio exterior, portanto esta operação existe invertida, a título de reciprocidade. A mercadoria pode entrar como Admissão Temporária, sem o pagamento de imposto; caso os produtos não sejam vendidos dentro do prazo estipulado, poderão retornar ao exterior, isentos de impostos, a chamada reexportação.
2. E os produtos brasileiros exportados e devolvidos por defeito, para o reparo ou substituição?
Claro que não. O produto deve entrar como uma Admissão Temporária, sem a incidência de impostos e devolvido ao exterior da mesma forma, sem o pagamento de impostos. As vendas no mercado internacional já são difíceis devido à competitividade imposta pela globalização, imaginem se os produtos brasileiros oferecessem garantias...
3. E aqueles produtos devolvidos devido a modificações na sistemática de importação no país importador, guerra ou calamidade pública ou qualquer outro fator alheio à vontade do exportador?
Também não devem pagar imposto na sua reimportação. A lei entende que qualquer circunstância que seja um obstáculo ao desembarque da mercadoria no exterior e que obrigue o retorno dos bens ao Brasil, desde que o exportador não tenha sido o causador do fato, não gera imposto, porque não foi conferido o “status de estrangeira”, devido ao princípio da não circulação econômica (a mercadoria brasileira não circulou no país estrangeiro), logo não existe a incidência do II nem dos demais encargos que porventura lhe sejam imputados.
Imposto de Importação:
Vamos conhecer como funciona o imposto de importação bem como sua legislação específica, incidência e fatos geradores. Mas, antes de iniciarmos nossa conversa sobre o Imposto de Importação, é necessário entender o conceito de tributo, imposto, taxa, contribuição e fato gerador.
- Tributo: É toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo o valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
- Imposto: É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Exemplos: IPTU, IPVA, Ir.
- Taxa: É o tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou colocado à sua disposição. Exemplos: custas judiciais, taxa de licenciamento de veículos.
- Contribuição de Melhoria: Instituída para fazer face ao custo das obras públicas das quais decorra valorização imobiliária. O limite total é a despesa realizada e o individual é o acréscimo de valor para cada imóvel beneficiado. Exemplo: benfeitorias no entorno do imóvel residencial (asfaltamento de ruas, beneficiamento de praças e jardins). 
Fato Gerador do Imposto de Importação:
Entendemos por gerador, o que gera, que dá início a algo ou alguma coisa. O fato gerador do tributo é a ocorrência que traz a exigência do respectivo ônus para o contribuinte. A lei descreve situações que, ao ocorrerem, indicam o momento do “nascimento” da obrigação tributária.
“O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional.”
O imposto de importação foi instituído efetivamente pelo art. 72 do RA: O fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro.
Todavia não é tão simples definir o fato gerador do imposto de importação já que ele atende a três critérios que veremos a seguir.
Critério para o fato gerador:
1. Critério material: o que aconteceu?
Para definirmos este critério, podemos afirmar que o II incide sobre mercadorias estrangerias (produzidas no exterior), nacionais ou nacionalizadas (exportadas, anteriormente, a título definitivo), quando retornam ao País.
2. Critério espacial: onde aconteceu?
O II incide sobre a mercadoria estrangeira quando esta efetivamente ingressa no território aduaneiro brasileiro. É considerado brasileiro:
- A porção terrestre: extensão do solo sob soberania do governo Brasileiro, ou seja, todo o território nacional;
- O mar territorial: compreende uma faixa de 12 milhas marítimas, incluindo a massa líquida, o espaço aéreo subjacente, o leito e o subsolo do oceano, a “costa”; Zona contígua, mais doze milhas após ofinal do mar territorial onde o Brasil poderá adotar medidas de controle aduaneiro (direito fiscalizatório), embora não constitua parte do território nacional; e Zona Econômica Exclusiva ou Zona de Exploração Econômica – ZEE, composta de 200 milhas náuticas, tendo como base o início do mar territorial onde o Brasil tem prerrogativas, na utilização dos recursos, tanto vivos como “não vivos” e responsabilidade na gestão ambiental. O “pré-sal brasileiro” é explorado nesta área, fora do território nacional, mas na plataforma continental (compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas além do mar territorial, até 200 milhas do mar territorial); portanto, quando refinado no Brasil, constitui uma importação.
- O espaço aéreo: compreende a área imediatamente acima do solo e do mar territorial, onde trafegam as aeronaves e o Brasil exerce controle aduaneiro.
3. Critério temporal: quando aconteceu?
O art. 73 do RA define diversos momentos para ocorrência do fato gerador. Porque o legislador tomou esta decisão? Devido à dificuldade, em alguns casos, de determinar o exato momento da entrada da mercadoria estrangeira no território nacional. Como regra geral, ou regime comum de importação, é considerado fato gerador do II o “momento” em que as mercadorias são despachadas para consumo, importadas a título definitivo por pessoa jurídica, o equivalente à data do Registro da DUIMP no Siscomex (art. 73, I). Nas situações em que não existir a DUIMP, o fato gerador será a data do lançamento do ofício realizado pelo Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil.
Sujeito Ativo e Passivo do Imposto de Importação:
O sujeito ativo é aquele que tem direito ao recebimento do imposto, a União. O sujeito passivo é aquele que tem a obrigação do pagamento do imposto, o contribuinte; neste caso poderá ser:
- Importador: Aquele que promove a entrada da mercadoria estrangeira no território aduaneiro, pessoa física ou jurídica;
- Destinatário de Remessa Posta Internacional: Indicado pelo respectivo remetente;
- Adquirente: De mercadoria entreposta.
O sujeito passivo na importação (o importador) deve atender aos seguintes requisitos:
- Inscrição na Receita Federal do Brasil como importador;
- Registro de Importador no Portal Único Siscomex;
- Outorga de poderes no Portal Único Siscomex (Cadastro de Intervenientes): despachantes aduaneiros, funcionários da empresa e outros previstos na legislação;
- Fechamento de Operação de Câmbio (quando a operação for realizada com cobertura cambial);
- Registro da DUIMP.
Responsáveis pelo pagamento do Imposto de Importação:
Além dos contribuintes já citados, a legislação indica os Responsáveis Solidário (art. 106 do RA), aqueles que podem ser acionados para o pagamento do Imposto de Importação devido, caso não seja possível cobrar do responsável expressamente designado (art. 105 do RA).
Como Responsável Expressamente Designado, podemos mencionar o Transportador das mercadorias advindas do exterior e o Depositário.
O Transportador é responsabilizado pela emissão do Conhecimento de Transporte, o documento mais importante no comércio internacional, e a CRFB também o torna responsável pelo pagamento do imposto, inclusive daquelas mercadorias que possam ter sofrido danos, avarias ou extravios ocorridos sob a sua custódia.
O Depositário também pode ser responsável pelos tributos de mercadorias estrangeiras danificadas, avariadas ou extraviadas caso estes fatos aconteçam enquanto a mercadoria se encontra sob sua custódia.
Os Responsáveis Solidário são diversos:
O Adquirente ou Cessionário (artigos 140 e 146 do RA).
Um exemplo torna mais fácil o entendimento: o importador A importou um bem que, pelas sus características de importador, gozou de isenção do Imposto de Importação. Depois de realizar o despacho aduaneiro com esta isenção, transferiu o bem para B, que não goza da mesma isenção. 
Neste caso, o crédito do imposto é devido, a Receita Federal vai exigir o pagamento do imposto do importador original, do adquirente ou do cessionário. Todavia, será mantido o direito à isenção se o B tiver os mesmos direitos de A, o importador original.
Seguindo este raciocínio, podemos apontar como Responsáveis Solidários, agora no transporte de mercadorias vindas do estrangeiro, o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para a realização do transporte modal.
Outa figura apontada como Responsável Solidário é o adquirente de mercadoria estrangeira na importação por sua conta e ordem, utilizando uma trading company, por exemplo.
Interpretando os casos apresentador como Responsáveis Solidário, vemos a preocupação do legislador em tomar sujeito passivo todo aquele que, de qualquer forma, possa vir a ser responsabilizado pelo pagamento do Imposto de Importação, evitando a chamada Interposição de Terceiros.
Cálculo do Imposto de Importação:
Todo tributo tem uma base de cálculo, ou seja, o valor sobre o qual recai a alíquota de determinado imposto.
A definição de base de cálculo do Imposto de Importação deve obedecer ao Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), previsto no âmbito do GATT (General Agreemente on Tariffs and Trade), cuja preocupação é que o Valor Aduaneiro declarado pelo importador atenda aos princípios do acordo: neutralidade, equidade (razoabilidade e proporcionalidade), uniformidade e publicidade (divulgação constante e satisfatória), tendo como base o valor (real) da transação. O Preâmbulo do Acordo menciona ainda a simplicidade e a não discriminação como princípios a serem observador na Valoração Aduaneira.
Assim, o Valor Aduaneiro utilizado no Brasil como base de cálculo para o Imposto de Importação é definido como Valor do produto (mencionado na fatura comercial, o real valor da transação comercial), as despesas de transporte internacional, acrescido das despesas relativas à carga, à descarga e ao manuseio, associados ao transporte da mercadoria importada e ao seguro internacional, ou seja, o Imposto de Importação terá como base de cálculo o valor CIF da mercadoria, embora o art. 77 do RA não o mencione desta forma.
Como Definir Alíquota no Imposto de Importação:
A alíquota de qualquer imposto é o percentual sobre a base de cálculo, que deve ser pago ao Estado. No Imposto de Importação, é o percentual a ser pago ao Estado, tendo como base o Valor Aduaneiro.
“O Brasil é considerado o País que mais cobra impostos sobre mercadoria importada, inclusive, utilizando bases de cálculo que se acumulam umas sobre as outras. Atualmente o órgão que tem competência para alteração ou fixação das alíquotas do Imposto de Importação é a Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX.”
As alíquotas do Imposto de Importação podem ser classificadas como:
- Específicas: Quando correspondem a uma quantia, em moeda nacional ou estrangeira, a ser aplicada em função de uma unidade estabelecida de determinado produto;
- Ad Valorem: Representadas por um percentual aplicável sobre o Valor Aduaneiro, que, como já foi mencionado, pe a base de cálculo do Imposto de Importação.
“Vale comentar que as alíquotas do Imposto de Importação devem ser analisadas à luz da NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul, com base no Sistema Harmonizado.”
A seguir, veremos os regimes de tributação:
RTS – Regime de Tributação Simplificada:
O RTS – Regime de Tributação simplificada é aplicado em uma alíquota de 60% (sessenta por cento) sobre o valor aduaneiro dos bens mais o transporta, independentemente da classificação tarifária dos bens que compõem a remessa ou encomenda postal, ou seja, permite a classificação genérica dos bens.
É utilizado no despacho aduaneiro de importação de bens integrantes de remessa postal ou de encomenda aérea internacional realizada pelos correios ou empresas courier até US$3.000,00 ou o equivalente em outra moeda, destinados a pessoa física ou jurídica. Acima de US$500,00 deverá ser registrada uma DUIMP na modalidade simplificada.
“Estas importações, sem destino comercial, são isentas dos demais tributos incidentes na importação (IPI e PIS/COFINS); todavia, podem sofrer a incidênciado ICMS.”
O RTS não se aplica a bebidas alcóolicas, fumo e produtos de tabacaria; porém sua alíquota será zero para medicamentos destinados a pessoa física.
“No caso da importação de bens, produtos ou mercadorias recebidos fora dos limites de aplicação do RTS, o procedimento deliberação ocorrerá por meio de procedimento comum de importação.”
RTE – Regime de Tributação Especial:
É aplicado em uma alíquota de 50%, equivalente somente ao imposto de importação sobre a bagagem de viajante internacional (acompanhada) que exceder os limites do valor da cota de isenção (US$500,00), obedecidos os limites quantitativos (sem destino comercial).
- Bagagem tributável: Bens dentro do conceito de bagagem e dos limites quantitativos; bens adquiridos em free shop de saída do País ou em outros países serão incluídos na cota.
X
- Alíquota de 50%: aplicada ao que exceder o limite da cota de isenção, de acordo com a via de transporte.
=
Imposto de Importação
O que é bagagem?
A bagagem pode ser:
- Bagagem acompanhada: Bens que o viajante traz com ele no mesmo meio de transporte em que viaja.
- Bagagem desacompanhada: Aquela que chaga ao País amparada com conhecimento de carga ou equivalente.
Você sabe o que deve ser declarado ao desembarcar no Brasil? Vamos conferir?
Escolhendo o canal:
- Bens a Declarar:
*Bens tributários que ultrapassem a cota de isenção;
*porte de valores em espécie acima de R$10.000,00;
*Bens extraviados;
*Bens sujeitos a controle da Vigilância Sanitária, Agropecuária ou Exército.
- Nada a Declarar:
*Bens isentos;
*Bens de uso ou consumo pessoal;
*Outros bens, até o limite da cota de isenção;
*Porte de valor em espécie até R$10.000,00
Bens de Uso ou Consumo Pessoal:
Artigos de vestuário, higiene e demais bens de caráter pessoal, em natureza e quantidade compatíveis com as circunstâncias da viagem, sem presunção de fins comerciais ou industriais.
O que fazer em caso de retenção de bens?
Antes de comparecer à unidade da RFB para a solução da pendencia, no horário indicado no documento, observe qual foi o motivo da retenção para dirigir-se ao local correto.
RTU – Regime de Tributação Unificada:
A IN RFB 1698/2017 facilita o acesso ao Regime de Tributação Unificada (RTU), sem abrir mão do controle aduaneiro. Ainda viabiliza o desligamento do Sistema Harpia/RTU, proporcionando uma economia anual superior a 7 milhões de reais.
O RTU é uma medida que, aliada à economia de recursos, traz simplificação na utilização do regime, ao eliminar etapas na sua habilitação.
O RTU permite a importação por microempresa importadora varejista habilitada e optante pelo sistema de tributação “Simples Nacional”, das mercadorias procedentes do Paraguai, por via terrestre, na fronteira Ciudade Del Este/ Foz do Iguaçu, mediante o pagamento unificado dos Impostos e contribuições federais devidos, com despacho aduaneiro simplificado.
As mercadorias que podem ser importadas ao amparo do RTU, constam da lista positiva, incluindo: bens de informática, telecomunicações e eletroeletrônicos. Todavia o regime não pode ser aplicado à lista negativa:
- Mercadorias que não sejam destinadas a consumidor final;
- Armar e munições;
- Fogos de artifício e explosivos;
- Bebidas (inclusive alcóolicas);
- Cigarros;
- Veículo automotores em geral e embarcações de todo tipo (inclusive suas partes e peças, como pneus);
- Medicamentos;
- Bens usados;
- Bens com importação suspensa ou proibida no Brasil.
 
“Os tributos federais devidos nas importações amparadas pelo RTU são pagos no momento do registro da Declaração de Importação/DUIMP, alíquota total de 25%, aplicada sobre o valor dos produtos mencionados na fatura comercial, observados os valores mínimos de referência estabelecidos pela RFB: 7,88% - Imposto de Importação; 7,87% - IPI; 7,6% - COFINS – importação; 1,65% PIS/ PASEP – importação.”

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