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FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM CURSO DE ENGENHARIA CIVIL AMANDA TAVARES DE SOUZA JOILSON DE OLIVEIRA SILVA YARA DE CÁSSIA OLIVEIRA CASTRO DETERMINAÇÃO DO VOLUME MÁXIMO DE FIBRAS DE AÇO INCORPORADAS AO CONCRETO AUTOADENSÁVEL (CAA) BELÉM-PA 2018 FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM CURSO DE ENGENHARIA CIVIL AMANDA TAVARES DE SOUZA JOILSON DE OLIVEIRA SILVA YARA DE CÁSSIA OLIVEIRA CASTRO DETERMINAÇÃO DO VOLUME MÁXIMO DE FIBRAS DE AÇO INCORPORADAS AO CONCRETO AUTOADENSÁVEL (CAA) Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Faculdade Estácio de Belém como requisito à obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientador: Prof. Msc. Marcelo Otaviano Barbosa e Silva BELÉM-PA 2018 FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM CURSO DE ENGENHARIA CIVIL AMANDA TAVARES DE SOUZA JOILSON DE OLIVEIRA SILVA YARA DE CÁSSIA OLIVEIRA CASTRO DETERMINAÇÃO DO VOLUME MÁXIMO DE FIBRAS DE AÇO INCORPORADAS AO CONCRETO AUTOADENSÁVEL (CAA) Este Artigo foi julgado adequado para a obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia Civil, e aprovado na sua forma final pela Faculdade Estácio de Belém. Data:____/____/____ Nota:_____________ _____________________________________, Prof. Msc. Marcelo Otaviano Barbosa e Silva Orientador – ESTÁCIO _________________________________________ Profª. Dra. Sheila Silva dos Santos Avaliador – ESTÁCIO _________________________________________ Prof. Esp. Ricardo Guedes Accioly Ramos Avaliador – ESTÁCIO BELÉM - PA 2018 Autorização para Publicação Eletrônica de Trabalhos Acadêmicos Na qualidade de titular dos direitos autorais do trabalho citado, em consonância com a Lei nº 9610/98, autorizo a Faculdade Estácio de Belém a disponibilizar gratuitamente em sua Biblioteca Digital, e por meios eletrônicos, em particular pela Internet, extrair cópia sem ressarcimento dos direitos autorais, o referido documento de minha autoria, para leitura, impressão e/ou download, conforme permissão concedida. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus pelo dom da vida, pela imensa misericórdia e por seu amor incondicional. Às nossas famílias pelo incentivo, apoio e compreensão, sem os quais não seria possível a realização deste trabalho. À Faculdade ESTÁCIO-IESAM, pela oportunidade de melhoria de nossa formação acadêmica e profissional. Ao professor Marcelo Otaviano Barbosa e Silva, pela orientação durante a elaboração deste trabalho. Ao laboratório de materiais de construção, pelo fornecimento dos materiais e equipamentos necessários à realização deste trabalho, bem como os técnicos que nos auxiliaram durante as realizações de nossa pesquisa. Ao Sr. Sérgio Fiaschi pela doação das fibras de aço usadas na produção dos CAA’s desta dissertação. Aos companheiros de turma que convivemos durante esses anos, que se tornaram parceiros fieis nesta caminhada. E a todos que, mesmo não sendo citados, ofereceram-nos apoio para a realização deste trabalho. RESUMO O crescimento do mercado da construção civil, associado à busca de utilização de novas tecnologias, para o aumento de produtividade, eliminação de desperdícios e etapas, bem como a inserção da consciência ambiental provocou a necessidade de busca por novos materiais e soluções que possibilitassem o seu uso de forma inteligente. Neste cenário houve o interesse por substituição do uso do concreto convencional pelo concreto autoadensável CAA aprimorando suas características. Logo, esta pesquisa se dispõe a estudar e analisar a quantidade de volume de fibras de aço, com diferentes teores (0%, 1%, 2%, 3% e 4%) o CAA consegue suportar sem comprometer sua resistência como forma de mitigar suas limitações quando submetidos à ensaios mecânicos no seu estado endurecido, como a análise visual e indutiva através da realização de ensaios no seu estado fresco. Com base nos ensaios verificou-se que os resultados mostram que foi possível manter a característica de auto adensabilidade do CAA para todos os teores de fibras empregados, menos para o ensaio de resistência à compressão onde não foi obtido um aumento significativo no ganho de resistência. Porém obteve resultados satisfatórios nos ensaios de resistência à tração por compressão diametral e tração na flexão à medida em que se aumentou a adição de fibras. Palavras chave: Concreto autoadensável; fibras de aço; propriedades mecânicas; agregado graúdo. ABSTRACT The growth of the construction market, coupled with the search for use of new technologies, increased productivity, elimination of waste and stages, as well as the insertion of environmental awareness provoked the need to search for new materials and solutions that would enable its use smartly. In this scenario, there was interest in replacing the use of conventional concrete with CAA self-compacting concrete, improving its characteristics. Therefore, this research is designed to study and analyze the amount of steel fiber volume with different levels (0%, 1%, 2%, 3% and 4%) the CAA can withstand without compromising its resistance as a way to mitigate their limitations when subjected to mechanical tests in their hardened state, such as visual and inductive analysis by performing tests in their fresh state. Based on the tests it was found that the results showed that it was possible to maintain the CAA's self-cushioning characteristic for all fiber contents employed, except for the compression strength test where a significant increase in strength gain was not obtained. However, it obtained satisfactory results in the tests of tensile strength by diametral compression and tensile in flexion as the addition of fibers was increased. Key-words: Self-supporting concrete; steel fibers; mechanical properties; gravel aggregate. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10 2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................ 11 3. OBJETIVOS ................................................................................................................................ 11 3.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................................................... 11 3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................................. 11 4. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................................... 11 4.1. CONCRETO AUTOADENSÁVEL ..................................................................................................... 11 4.2. PROPRIEDADE NO ESTADO FRESCO ............................................................................................ 12 4.2.1. Espalhamento e t500 .................................................................................................................... 13 4.2.2. Anel j ........................................................................................................................................... 13 4.2.3. Caixa L ......................................................................................................................................... 14 4.2.4. Funil v ..........................................................................................................................................16 4.3. PROPRIEDADES NO ESTADO ENDURECIDO................................................................................. 17 4.3.1. Resistência à compressão, tração e flexão diametral. .............................................................. 17 4.4. MATERIAIS E DOSAGENS ............................................................................................................. 18 4.4.1. Cimento ...................................................................................................................................... 18 4.4.2. Agregados ................................................................................................................................... 18 4.4.3. Água ............................................................................................................................................ 19 4.4.4. Aditivos ....................................................................................................................................... 19 4.4.5. Concreto reforçado com Fibras .................................................................................................. 19 4.4.6. Dosagem ..................................................................................................................................... 20 5. METODOLOGIA ........................................................................................................................... 20 5.1. LOCALIZAÇÃO .............................................................................................................................. 20 5.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ........................................................................................................ 21 5.2.1. Clima ........................................................................................................................................... 21 5.2.2. Geologia ...................................................................................................................................... 21 5.3. TIPOS DE PESQUISA..................................................................................................................... 22 5.4. MÉTODO DE DOSAGEM .............................................................................................................. 22 5.5. CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS ............................................................................................ 22 5.5.1. Cimento ...................................................................................................................................... 22 5.5.2. Agregados ................................................................................................................................... 22 5.5.3. Água ............................................................................................................................................ 23 5.5.4. Fibra de aço ................................................................................................................................ 23 5.5.5. Aditivos ....................................................................................................................................... 24 5.6. DEFINIÇÃO DO TRAÇO DO CAA ................................................................................................... 24 6. EXECUÇÃO DOS ENSAIOS ........................................................................................................... 25 6.1. ENSAIOS NO ESTADO FRESCO ..................................................................................................... 25 6.1.1. Ensaio de espalhamento t500 ...................................................................................................... 25 6.1.2. Determinação da habilidade passante – Método do anel J...................................................... 26 6.1.3. Determinação da habilidade passante – Método da caixa L .................................................... 27 6.1.4. Determinação da viscosidade – Método do funil V .................................................................. 27 6.1.5. Moldagem do corpo de prova ................................................................................................... 28 6.2. ENSAIO NO ESTADO ENDURECIDO ............................................................................................. 28 6.2.1. Ensaio de resistência à compressão .......................................................................................... 28 6.2.2. Ensaio de tração por compressão diametral ............................................................................. 29 6.2.3. Ensaio de tração na flexão ......................................................................................................... 30 7. RESULTADOS E DISCURSÕES ...................................................................................................... 30 7.1. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS NO ESTADO FRESCO ........................................................... 30 7.1.1. Resultado do ensaio de espalhamento Slump-flow ................................................................. 30 7.1.2. Resultado do ensaio de espalhamento t500 ............................................................................... 31 7.1.3. Resultado do ensaio da habilidade passante pelo Anel J ......................................................... 31 7.1.4. Resultado do ensaio da habilidade passante pela caixa L ........................................................ 32 7.1.5. Resultado do ensaio de viscosidade plástica aparente pelo funil V ......................................... 32 7.2. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS NO ESTADO ENDURECIDO ................................................. 32 7.2.1. Ensaio de resistência a compressão .......................................................................................... 32 7.2.2. Ensaio de resistência a tração por compressão diametral ....................................................... 33 7.2.3. Ensaio de resistência a tração na flexão .................................................................................... 33 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................. 34 9. ReferÊncia Bibliografia ............................................................................................................... 35 10 1. INTRODUÇÃO A utilização de fibras de aço nas construções subterrâneas, calçamentos rígidos e pisos, em muitos países já é uma realidade. Estudos atuais desenvolvidos por profissionais de engenharia mostram que o uso estrutural das fibras, obedecendo aos valores da carga de projeto, pode reduzir os custos e até majorar o padrão de segurança da edificação, graças às propriedades preventivas e regenerativas que elas conferem ao concreto (Diniz, 2009). Segundo Figueiredo (2011) as fibras são elementos que possuem comprimento bem maior que a seção transversal. Atuando desta forma, como contenção da propagação de fissuras, contribuindo consideravelmente para o aumento da resistência à tração, assim como em esforços dinâmicos como o caso da fadiga. Sabe-se que o comportamento do concreto, convencional ou autoadensável, quando submetido a esforços de tração não apresenta um bom desempenho quando comparado a esforços de compressão. Isto se deve à natureza de sua estrutura (Barros, Barboza, & Gomes, 2011). Consequentemente, altas taxas de armaduras são utilizadas em edificações para suprir a necessidade desta propriedade mecânica. Estas armaduras têm peso elevado e, dependendo da forma que estiverem dispostas, dificulta a livre passagem do concreto entre elas, impossibilitando uma distribuição uniforme do concreto entre os espaços vazios (Marcellino,2016). No estado plástico, o concreto autoadensável apresenta grande diferença quando comparadoao concreto convencional, já em seu estado endurecido se a relação agua/cimento for a mesma, o CAA pode alcançar resistências mecânicas maiores que o concreto convencional (PERSSON,2001). Mesmo o CAA sendo um avanço na construção civil, pelo fato de seus benefícios enquanto no estado plástico, ainda assim apresenta algumas mesmas desvantagens que o concreto convencional, como baixa resistência a esforços dinâmicos. E a baixa resistência à tração pode ser associada a rápida propagação de fissuras sob uma tensão aplicada (SHIMOSAKA, 2017). Neste contexto, é possível destacar estudos de concreto reforçado com fibras que vem sendo desenvolvidas a partir de diversos materiais, a exemplo, fibras de aço. Nestes casos, a principal contribuição da fibra é transformar matrizes tipicamente frágeis em materiais “quase dúcteis”, como definiram Bentur e Mindess (1990). Além disso o desenvolvimento do CAA na construção civil se fez necessário devido à dificuldade de se executar estruturas com formas complexas e altas taxas de armaduras sem prejudicar a qualidade e durabilidade do concreto. Há, também, uma preocupação com o meio 11 ambiente, visto que eliminaria parte da poluição sonora, que seria obtida com a ausência do uso de vibradores mecânicos como também, a solução de dois outros problemas: a redução de custos e de prazos de execução, que seria conseguida com a diminuição do número de trabalhadores e melhor trabalhabilidade do concreto, respectivamente, durante o processo de aplicação (Lisbôa, 2004). 2. JUSTIFICATIVA Face à carência de pesquisas a respeito do CAA reforçado com fibras e às peculiaridades dos materiais utilizados na sua produção na cidade de Belém/PA, faz-se necessário um estudo que possa determinar o volume máximo de fibras de aço adicionadas a mistura de CAA. E, desta forma, contribuir para estudos de uma possível diminuição de taxas de armaduras em edificações, substituindo o concreto convencional por este concreto autoadensável. 3. OBJETIVOS 3.1. OBJETIVO GERAL Determinar o volume máximo de fibras de aço possível de serem induzidos em uma mistura de concreto autoadensável sem que haja a formação de bolas de fibras. 3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Analisar os ensaios do CAA no estado fresco com a introdução de fibras em diferentes porcentagens. Executar e analisar os ensaios do CAA no estado endurecido com a introdução de fibras. Classificar o CAA quanto ao espalhamento, habilidade passante e viscosidade de acordo com a norma ABNT NBR 15823-1:2017. Comparar as resistências à compressão, tração por compressão diametral e tração por flexão entre o CAA sem adição de fibras de aço e o CAA com adição de fibras de aço. 4. REFERENCIAL TEÓRICO 4.1. CONCRETO AUTOADENSÁVEL O concreto autoadensável foi desenvolvido no Japão, em 1988 pelo Professor Hajime Okamura para resolver o problema de baixa durabilidade das construções em concreto armado. Estruturas feitas em concreto convencional necessitam de compactação mecânica para serem adensadas e consequentemente apresentarem melhores resistências mecânicas e maior durabilidade. Devido à alta industrialização do Japão, ocorreu uma redução de pessoal qualificado que pudesse dar conta dos serviços de compactação dos concretos lançados, comprometendo, desta forma, a qualidade final das estruturas concretadas (OKAMURA, 1997). 12 A partir de 1983, na Universidade de Tókio, o Prof. Okamura, com o objetivo de minimizar tal problema, iniciou seus estudos buscando obter um concreto especial capaz de se adensar sem a necessidade de nenhum tipo de vibração mecânica, dando origem a um concreto denominado autoadensável, onde seu primeiro protótipo foi realizado em 1988 (OKAMURA, 1997; GOMES, 2002). O Japão foi o primeiro país a utilizar o CAA em larga escala, sendo que até 2003 já apresentava 15% das obras moldadas in loco e 55% das obras em pré-moldados com a utilização deste concreto (OKAMURA e OUCHI, 2003). Após uma década de utilização no Japão, o CAA surge na Europa em meados dos anos 90, mais precisamente na Suécia e na Holanda, onde foi empregado em aplicações de concreto “in loco” (OKAMURA e OUCHI, 1999). Segundo Gomes (2002), este concreto especial teve rápida aceitação no mercado europeu. Nos dias de hoje, o CAA tem seu interesse cada vez mais acentuado, por ter se destacado em todo o mundo com vários trabalhos publicados em congressos e seminários que trabalham especialmente com o concreto autoadensável, além ainda de aplicações por construtoras que a justifica devido as suas vantagens. No Brasil o número de pesquisas vem crescendo assim como a sua aplicação. As principais justificativas para tal, são a diminuição do tempo de concretagem, um melhor acabamento e a qualidade do concreto quando comparado com um concreto vibrado (BARROS, 2009). 4.2. PROPRIEDADES NO ESTADO FRESCO Considera-se um concreto autoadensável se três propriedades forem alcançadas simultaneamente: fluidez, habilidade passante e resistência à segregação (EFNARC, 2002). Segundo Mehta e Monteiro (1994 apud SILVA, 2008, p.27) as deficiências adquiridas devido à perda de trabalhabilidade, segregação e exsudação durante o lançamento e adensamento, podem prejudicar com concreto permanentemente e reduzir sua vida útil. Desta forma, a obtenção do CAA está baseada principalmente no conhecimento das propriedades do concreto no estado fresco. Segundo Cincotto et al. (2007), o concreto fresco pode ser descrito como uma suspensão aquosa de partículas sólidas (agregados), que cobrem uma granulometria extensa, imersa em um fluxo viscoso e heterogêneo (pasta cimentícia), e que as suas propriedades variam ao longo do tempo devido a interações físicas e químicas. Além disso, Cincotto et al. (2007) comentam que em sistemas cimentícios a complexidade reológica é ainda maior, pois, além das forças de superfície que atuam sobre as partículas, há que se considerar a evolução da hidratação com o tempo. Daí a necessidade de uma criteriosa avaliação dos parâmetros reológicos (estudo da deformação e do fluxo) de um 13 CAA, de modo que o mesmo esteja adequado às diferentes técnicas de aplicação, como por exemplo: bombeamento ou lançamento manual, tendo em vista o efeito de alguns fatores externos como a temperatura e o tempo de lançamento da mistura. 4.2.1. Espalhamento e t500 A norma ABNT NBR 1823-2:2017 estabelece o método de ensaio de espalhamento para avaliar a fluidez em um fluxo livre, sob ação de seu próprio peso sem que haja segregação. O ensaio é composto por um tronco de cone e por uma base que não absorva água e não provoque atrito com o concreto. A medida da fluidez do CAA é obtida pela média aritmética de duas medidas perpendiculares do diâmetro. Pode-se também avaliar o tempo de escoamento e a estabilidade visual. O resultado do tempo de escoamento é o intervalo de tempo, em segundos, entre o início e o final do escoamento do concreto, a partir de 200 mm até a marca circular de 500 mm de diâmetro da placa-base. Figura 1 Vista em planta da base do ensaio de espalhamento Fonte: ABNT NBR 15823-2: 2017 O índice de estabilidade visual é determinado pela análise do concreto após o término do escoamento. Neste ensaio é necessário o registro fotográfico da distribuição dos agregados graúdos na mistura, a fração da argamassa e a ocorrência de exsudação. Diante dos resultados, pode-se avaliar qualitativamente de acordo com as tabelas fornecidas na norma e enquadrar o concreto em sua classe. 4.2.2. Anel J O método do anel J determina a habilidade passante do concreto autoadensável, em fluxo livre. Este ensaio tem a função de simular as armaduras de uma estrutura real. De acordo com a ABNT NBR 15823-3:2017 o anel J deve ser metálico, com 300 mm de diâmetro e 120 mm 14 de altura, constituído verticalmente por barras de aço de diâmetro de 12, 5 mm com espaçamentode 59 mm mais ou menos 1,5 mm. Figura 2 Ensaio de habilidade passante em fluxo livre (Anel J) Fonte: ABNT NBR 15823-3: 2017 Assim como no ensaio de espalhamento, tanto o molde quanto a chapa metálica devem ser umedecidos a fim de não absorver a umidade do concreto. A placa deve estar nivelada e o molde bem ao centro da marcação. O resultado do ensaio consiste na determinação da média aritmética dos dois valores de diâmetro de espalhamento obtidos com o anel J, expressa em milímetros de acordo com a seguinte fórmula. Eq. (1) 𝐽𝐹 = (𝑗1 + 𝑗2) 2 Sendo, J1 o maior diâmetro obtido no ensaio com o anel J; J2o menor diâmetro obtido no ensaio. 4.2.3. Caixa L Este ensaio objetiva determinar o desempenho do escoamento e a habilidade passante, porém em fluxo confinado. A caixa possui seção retangular com perfil em forma de L, constituída de dois compartimentos, um vertical e outro horizontal, de acordo com o detalhamento apresentado na figura 3. 15 Figura 3 Ensaio de habilidade passante em fluxo confinado (Caixa L) Fonte: ABNT NBR 15823-4: 2017 A norma ABNT NBR 15823 -4 prevê também que entre os dois compartimentos deve haver um dispositivo em forma de grade. Esta grade é formada com duas ou três barras de aço com diâmetro de 12,5 mm e devem estar com espaçamento de 58 mm se for duas barras e de 40 mm se for três barras. Para a execução do ensaio é necessário que a caixa esteja umedecida internamente. Após isto, o compartimento vertical deve ser totalmente preenchido com a amostra do concreto, sem algum tipo de adensamento. Espera-se 60 segundos para a abertura da comporta de acesso ao compartimento horizontal. Esta abertura deve ser realizada sem interrupções para melhor escoamento do concreto. A habilidade passante é medida através da razão entre as alturas medidas conforme a equação abaixo. Eq. (2) 𝐻𝑃 = 𝐻 𝐻 Onde, H1 é a altura da superfície do concreto medida junto à câmara vertical da caixa, expressa em milímetros (mm). H2 é a altura da superfície do concreto medida na extremidade da câmara horizontal, expressa em milímetro (mm). 16 Figura 4 Indicações das alturas H1 e H2 (Caixa L) Fonte: ABNT NBR 15823-4: 2017 4.2.4. Funil v O ensaio permite avaliar a capacidade do CAA em passar por espaços restritos, a partir da observação do tempo de escoamento de uma amostra de concreto por um funil, apenas sob a ação do seu peso próprio. O tempo t (em segundos) que a mistura leva para esvaziar completamente o funil é o resultado deste ensaio e indica sua capacidade de escoamento (fluidez). Após este momento, pode-se preencher o funil novamente e esperar cinco minutos para a repetição do ensaio. Este procedimento pode dar informações importantes quanto à resistência à segregação, pois se o tempo de escoamento aumentar significativamente é sinal de que houve um acúmulo de agregados na base do funil. Já a velocidade com que flui esta mistura pode também indicar sua viscosidade, pois quanto mais rápido for o escoamento menor será a sua viscosidade e vice-versa. Figura 5 Funil V Fonte: ABNT NBR 15823-4: 2017 17 4.3. PROPRIEDADES NO ESTADO ENDURECIDO Um aspecto que justifica a importância do estudo das propriedades do CAA no estado endurecido está associado à composição da mistura do CAA, que é bastante diferenciada dos concretos convencionais (KLUG et. al., 2003). Gomes et. al. (2006), também afirma que devido ao fato das vantagens do CAA estarem relacionadas com o estado fresco do concreto, as propriedades mecânicas têm menor discussão, porém estudos apontam melhorias nessas propriedades do CAA quando comparado ao concreto convencional. Algumas propriedades importantes do concreto convencional no estado endurecido são bastante analisadas, tais como: resistência à compressão e à tração e o módulo de deformação longitudinal, que são propriedades mais facilmente determinadas e utilizadas como referência de qualidade do concreto. Tais propriedades serão abordadas com mais detalhes nos próximos tópicos. 4.3.1. Resistência à compressão, tração e flexão diametral. De acordo com os principais códigos nacionais e internacionais de concreto, a resistência à compressão é a propriedade mecânica mais analisada no controle tecnológico do concreto, devido à sua facilidade de obtenção, a partir de ensaios simples de curta duração. Alguns parâmetros influenciam na resistência à compressão do concreto, como por exemplo: a composição da mistura, as relações a/c ou a/f; os aditivos utilizados; o tipo de cimento; dentre outros (KLUG et al., 2003). Já Helene e Terzian (1993) afirmam que o ensaio a compressão pode assumir distintas missões na busca pela qualidade das obras em concreto, podendo ser aplicado durante a fase de sua produção, ou ainda nos processos relativos à sua aceitação para a finalidade a que se destina. Por sua vez, Mehta e Monteiro (2008) definem resistência como sendo a quantidade de tensão que precisa para o material romper. Devido ao fato da resistência do concreto ser função do processo de hidratação do cimento, as especificações e ensaios são baseados em corpos de prova curados a condições padrão de umidade e temperatura. A resistência à compressão é uma das propriedades mais importantes do concreto, pois através da mesma é possível caracterizar o material, bem como prever sua durabilidade. O comportamento do concreto autoadensável tanto na tração quanto na compressão é parecido com o concreto convencional. A faixa de resistência à compressão do CAA pode variar de 20 MPa a mais de 100 MPa, sendo mais difícil obter CAA de baixa resistência. O CAA apresenta maior homogeneidade entre pasta e agregados, do que o concreto 18 convencional, pela maior dispersão das partículas de cimento geradas pela ação de aditivos superplastificantes (REPETTE, 2011). O ensaio brasileiro de compressão diametral para determinação indireta da resistência à tração (RT) foi desenvolvido pelo Professor Lobo Carneiro para concreto-cimento (Carneiro, 1943). A aplicação de duas forças concentradas e diametralmente opostas de compressão em um cilindro gera, ao longo do diâmetro solicitado, tensões de tração uniformes perpendiculares a este diâmetro. A popularidade deste ensaio reside não somente na facilidade e rapidez de execução, mas como também ao fato de utilizar o mesmo corpo-de- prova cilíndrico e equipamento usados para a obtenção da resistência à compressão do concreto-cimento. 4.4. MATERIAIS E DOSAGENS 4.4.1. Cimento Segundo Melo (2005), dentre as principais características do cimento que devem ser avaliadas na produção do CAA, estão a finura e a capacidade de adsorver o aditivo superplastificante. Quando se trata de finura e de parâmetros reológicos, quanto maior a superfície específica do cimento, maior a quantidade destas partículas em contato com a água, diminuindo a distância e aumentando a frequência de colisão entre elas, reduzindo a tensão de escoamento e aumentando a viscosidade da mistura. Repette (2011) especifica que todos os tipos de cimento Portland que são empregados ao concreto convencional, também podem ser empregados quando em concreto autoadensável. Quanto maior a finura do cimento, maior a indicação para essa finalidade. O tipo de cimento variando, ou ainda mesmo variação do fabricante, afetam diretamente as propriedades do CAA quando no estado fresco, levando em consideração que a tensão de escoamento e a viscosidade dependem diretamente das características reológicas da pasta que compõem o concreto. Para os cimentos com maiores teores de C3A, maior finura e maior teor de álcalis, resulta em uma necessidade de uma quantia maior de aditivo superplastificante e ainda podem apresentar pequena manutenção de fluidez do CAA. 4.4.2. Agregados Mehta e Monteiro (2014) classificam os agregados conforme as dimensões das partículas e as massas específicas,onde o termo agregado graúdo é utilizado para partículas maiores de 4,75 mm retidas da peneiradas de número 4, normatizada pela NBR NM ISO-2395 (ABNT, 1997). Já as partículas de tamanho inferior a 4,75 mm são chamadas de agregados miúdos e ficam retidas nas peneiras inferiores. 19 Além das características físicas é necessário também um controle rigoroso na umidade do agregado miúdo, que consiste em uma das principais causas de variação da fluidez da mistura (SAKAY apud MELO, 2006). Segundo Melo (2006), o agregado graúdo utilizado no CAA deve ser mais arredondado, possuir distribuição granulométrica bem graduada, sendo estes fatores responsáveis pelo aumento da fluidez, deformabilidade e resistência à segregação. Segundo Repette (2005), quanto mais arredondados forem os grãos, mais volume deste material será possível empregar, devido à redução da fricção interna entre as suas partículas. 4.4.3. Água A água usada no amassamento do concreto não deve conter impurezas que possam vir a prejudicar as reações entre ela e os compostos do cimento. Pequenas quantidades de impurezas podem ser toleradas, pois não apresentam, pelo menos aparentemente, efeitos danosos (PETRUCCI, 1998). Quando em excesso, as impurezas na água de amassamento do concreto podem afetar não somente a resistência, mas também o tempo de pega, a ocorrência de eflorescência e a corrosão da armadura passiva ou protendida (METHA & MONTEIRO, 1994). 4.4.4. Aditivos Para Bauer, Noronha e Bauer (2000) os aditivos definem-se como produtos não indispensáveis utilizados na produção de concretos e argamassas, e que promovem o aparecimento ou reforço de determinadas características e propriedades do material em seu estado fresco ou endurecido. É o que reforça a NBR 11768 (ABNT, 1992) que define aditivos como produtos adicionados ao concreto de cimento Portland que, em pequenas quantidades, modificam as propriedades, no sentido de melhor se adequar a determinadas condições. Segundo Tutikian (2004), o uso dos aditivos modificadores de viscosidade pode dispensar ou reduzir o uso de adições minerais, que em alguns casos, possuem alto custo ou indisponibilidade no local de produção do CAA. 4.4.5. Concreto reforçado com Fibras O concreto reforçado com fibras (CRF) contém cimento, agregado miúdo, agregado graúdo, água e fibras. Pode ainda conter adições como pozolana. As fibras podem ser de vários tamanhos e formas, sendo de aço, vidro, plástico e materiais naturais, entretanto, tanto para a maioria da utilização em peças estruturais e não estruturais, a mais utilizada é a de aço (MEHTA e MONTEIRO, 2008). De acordo com Figueiredo (2011), o concreto quando tem a incorporação de fibras, as mesmas dificultam que as fissuras se propaguem, pelo fato de possuir um elevado módulo de 20 elasticidade. Assim, as fibras fazem com que haja uma redistribuição de esforços no compósito. 4.4.5.1. Fibra de aço Velasco (2008) afirma que a primeira patente de compósitos reforçados com fibras foi registrada em 1874 por Berard. Swamy (1975) relata que em 1910, Porter considerou o conceito da inclusão de pequenos pedaços de aço reforçando o concreto como material estrutural. Porém, apenas nos anos 50 e 60, inicia-se o conhecimento da utilização de fibras, para incrementar matrizes frágeis cimentíceas. Lopes (2005), afirma que diversos fatores podem intervir nas propriedades mecânicas dos concretos que possuem fibras de aço. Os principais citados são o comprimento das fibras, interação fibra/matriz, orientação e o volume das fibras adicionadas. 4.4.6. Dosagem A dosagem do concreto leva em consideração as características que se deseja obter do concreto em seu estado fresco ou endurecido, considerando a resistência, a estanqueidade, a trabalhabilidade e a retração mínima. A trabalhabilidade é proveniente de estudos experimentais, e a estanqueidade e a resistência levam em consideração a presença de vazios no material, segundo Bauer e Noronha (2000). Para Recena (2015), a dosagem do concreto não visa a obtenção do melhor concreto, nem mesmo o mais resistente, e sim o mais conveniente, levando em conta aspectos econômicos e mecânicos. Contudo, o mesmo autor salienta que a dosagem é a administração de aspectos conflitantes, pois a maior economia nem sempre se associa à melhor trabalhabilidade, à maior durabilidade ou resistência. Por sua vez Helene e Terzian (1992), citam que para dosar um concreto reforçado com fibras, é necessário levar em consideração as propriedades da matriz do concreto, tipo de fibra, exigências e desempenho do concreto tanto no estado fresco (trabalhabilidade), quanto no estado endurecido (resistência à tração, flexão, compressão, etc). 5. METODOLOGIA 5.1. LOCALIZAÇÃO Os ensaios serão realizados na Faculdade Estácio de Belém, localizado no município de Belém – Pa. Com as seguintes coordenadas geográficas. 21 Figura 6 Localização da Estácio de Belém Fonte: Barreto, Santos, Moreira, 2018. 5.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA 5.2.1. Clima A cura do concreto e todo seu processo de produção dependem das condições ambientais locais: temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento, contato com água do mar etc. Isso porque as temperaturas alteram as propriedades do concreto por interferirem na hidratação do cimento. Belém tem um clima tropical. Existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano. Mesmo o mês mais seco ainda assim tem muita pluviosidade. A classificação do clima é Af segundo a Köppen e Geiger. 26.8 °C é a temperatura média. Pluviosidade média anual de 2537 mm (ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE BELÉM, 2012). 5.2.2. Geologia Assim como o clima, Belém apresenta condições geológicas próprias. Oliveira Filho (1981) e Alencar et al.(2002), dividem o subsolo da cidade em dois horizontes principais: As regiões de baixadas, adjacentes ao Rio Guamá, Baia do Guajará e ainda, às margens dos canais que cortam boa parte do município, formadas por várzeas ou pântanos, composto de argilas muito moles, com matéria orgânica em decomposição, que se encontram em processo de consolidação e apresentam o nível d’água logo na superfície, sendo altamente compressíveis e inadequadas para sustentação de fundações. Situada no braço sul do delta do grande Rio Amazonas, mais especificamente no encontro do Rio Guamá com a Baia do Guajará, o solo da cidade de Belém, apresenta condições geológicas e climáticas peculiares da bacia amazônica. (SALAME 2003 p.76). 22 5.3. TIPOS DE PESQUISA Para o desenvolvimento deste trabalho, utilizou-se do método de pesquisa indutivo, o qual obedeceu uma sequência lógica em todas as etapas. A pesquisa foi classificada como qualitativa, pois buscou-se determinar uma porcentagem máxima de fibras de aço ao concreto, analisando os resultados tanto no estado fresco quanto no estado endurecido. Entretanto, foram analisados dados numéricos, provenientes dos ensaios experimentais, classificando assim a pesquisa como quantitativa. Dessa forma, enquadrou-se a pesquisa como sendo qualitativo – quantitativo. 5.4. MÉTODO DE DOSAGEM Para a realização do presente trabalho, a dosagem dos CAA’s foi baseada no método proposto por Tutikian (2004) com alterações propostas por Silva (2008). Essas alterações permitiram uma produção de CAA’s com um maior teor de argamassa, garantindo, desta forma um menor volume de agregado graúdo bem como a adequação dos materiais locais. 5.5. CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS 5.5.1. Cimento O CP II-F é utilizado para várias aplicações como no preparo de argamassas de assentamento, argamassas de revestimento, estruturas de concreto armado, solo-cimento, pisos e pavimentos de concreto, etc. Este tipo de cimento é um composto constituído de 90% à 94% de clinquer e gesso e de 6% a 10% de material carbonático ou filer. Classe de resistência: 25, 32 e 40 Mpa NBR 11.578 – Cimento Portland composto– Especificação O cimento usado foi o CP II-F-40, foi escolhido por ser um dos cimentos mais utilizados pelas concreteiras de Belém/PA. Também se destaca pelo maior grau de finura, que proporciona maiores resistências em todas as idades. 5.5.2. Agregados O agregado usado foi a areia de depósitos eólicos de origem quartzosa. O agregado graúdo foi o seixo rolado extraído de beira de rio com dimensão máxima característica de 12.5mm. As amostras para ensaio foram coletadas de acordo com a NBR NM 26 (ABNT, 2001b). A composição granulométrica foi determinada de acordo com a NBR NM 248 (ABNT, 2003c). Já a massa especifica, tanto do agregado graúdo quanto do miúdo, foi determinada por meio da NBR NM 53 (ABNT, 2003b) e da NBR NM 52 (ABNT, 2003a), respectivamente por fim, as massas unitárias foram determinadas de acordo com a NBT 7251 (ABNT, 1982). Todas estas informações são apresentadas nas tabelas, 1 e 2, as quais informam sobre o miúdo e graúdo respectivamente. 23 Tabela 1 Ensaio granulométrico da areia Peneira # ABNT (mm) Massa retida (g) % Retida % Retida acumulada Norma de referência (NBR/NM) 4,8 1,2 0 0 NM 248/2001 2,4 3,9 0,4 1 1,2 44,4 4,4 5 0,6 237,7 23,8 29 0,3 347,9 34,8 64 0.15 273,9 27,3 91 <0,15 91 9,1 100 total 1000 100 D. máximo 1,2 mm NM 248/2001 M. de finura 1,9 NM 248/2001 M. unitário 1,62 kg/dm³ NBR 7251/1982 M. especifica 2,59 kg/dm³ NM 52/2003 Fonte: Autores, 2018. Tabela 2 Ensaio granulométrico do seixo Peneira # ABNT (mm) Massa retida (g) % Retida % Retida acumulada Norma de referência (NBR/NM) 19 0 0 0 NM 248/2001 12,5 202,1 20,2 20 9,5 319,1 31,9 52 6,3 268,1 26,8 79 4,8 104 10,4 89 2,36 82,9 8,3 97 1,2 15,8 1,6 99 <1,2 7,7 0,8 100 total 1000 100 D. máximo 12,5 mm NM 248/2001 M. de finura 3,37 NM 248/2001 M. unitário 1,55 kg/dm³ NBR 7251/1982 M. especifica 1,61 kg/dm³ NM 53/2003 Fonte: Autores, 2018. 5.5.3. Água A água utilizada na produção do concreto foi proveniente da Companhia de Saneamento do Pará (COSAMPA) concessionara local. De acordo com a NBR 15900 - Água para amassamento do concreto (2009), que especifica os requisitos para a água ser considerada adequada ao preparo de concreto e descreve os procedimentos de amostragem, bem como os métodos para sua avaliação. A mesma afirma que este tipo de água pode ser utilizado sem restrição para produção de concreto e argamassa. 5.5.4. Fibra de aço A fibra de aço utilizada foi a corrugada, classificada de acordo com a norma ABNT NBR 15530/2007 sendo do tipo C, classe III. 24 Tabela 3 Especificações da fibra de aço Modelo C (mm) L (mm) E (mm) A (mm) Massa especifica (Kg/dm³) Resistencia a Tração (N/mm²) Fibras /Kg MTC 40/40 40 (±3) 2,5 (±0,5) 0,7 (±0,25) 2 (±0,5) 7,27 800 4̴.620 Fonte: Autores, 2018 Figura 7 Fibras de aço corrugado Fonte: Autores, 2018. 5.5.5. Aditivos Foram utilizados aditivos superplastificantes de alta eficiência ou terceira geração (hiperplastificantes) à base de polímeros policarboxilatos, bem como os modificadores de viscosidade (VMA). O hiperplastificante possui PH variando entre 5 e 7, massa específica entre 1,067 e 1,107 kg/dm3 e um teor de sólidos entre 38 e 42% (BASF, 2007). Com relação ao aditivo modificador de viscosidade, este é uma solução aquosa de polímeros de alto peso molecular, com massa especifica variando entre 0,98 e 1,02 kg/dm3 e PH entre 9 a 10,5 (BASF, 2007). 5.6. DEFINIÇÃO DO TRAÇO DO CAA Tabela 4 Traço utilizado para confecção do CAA Material Traço 0% Traço 1% Traço 2% Traço 3% Traço 4% Fibras 0 1,71 kg 3,42 kg 5,13 kg 6,84 kg Cimento 7,26 kg 7,26 kg 7,26 kg 7,26 kg 7,26 kg Areia 18,30 kg 18,30 kg 18,30 kg 18,30 kg 18,30 kg Seixo 14,40 kg 14,40 kg 14,40 kg 14,40 kg 14,40 kg Água 4,35 kg 4,35 kg 4,35 kg 4,35 kg 4,35 kg Relação A/C 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 Aditivo 60 – 100 ml 60 – 100 ml 60 – 100 ml 60 – 100 ml 60 – 100 ml Fonte: Autores, 2018 25 Figura 8 Materiais utilizados para execução do traço do CAA Fonte: Autores, 2018. 6. EXECUÇÃO DOS ENSAIOS 6.1. ENSAIOS NO ESTADO FRESCO Com o objetivo de analisar as propriedades de auto adensabilidade, foram realizados ensaios em concretos com variação de 0 a 4% de fibras de aço. Para verificação da fluidez do concreto, foi analisado através do cone de Abrams o espalhamento e o t500 (tempo que o concreto leva até atingir a marca de 500 mm). Para a verificação da habilidade passante a mesma foi analisada em duas formas de fluxo. Em fluxo livre através do Anel J, e em fluxo confinado através da Caixa L. Com relação à viscosidade, utilizou-se o Funil-V, a qual consistiu no tempo em que o concreto levou para escoar completamente. A partir dos resultados obtidos foi possível avaliar o comportamento de cada família de CAA em função do percentual de fibras de aço bem como determinar qual o volume de fibras é capaz de gerar misturas de CAA’s viáveis tecnicamente. 6.1.1. Ensaio de espalhamento t500 Com o auxílio de uma concha preencheu-se o tronco de cone com concreto até o topo e o excesso foi removido com uma espátula. O adensamento deu-se única e exclusivamente através da força da gravidade. Na sequência efetuou-se a desmoldagem pelo levantamento do cone pelas alças, no sentido vertical, com velocidade uniforme e constante e não ultrapassando um tempo de 5 segundos, e nem submetendo o concreto a movimento de torção lateral. O ensaio não ultrapassou o tempo de 60 segundos. 26 Figura 9 Demonstração do ensaio de espalhamento com a utilização do cone de Abrams Fonte: Autores, 2018. No estante que ocorreu a desmoldagem um cronometro foi acionado, e foi parado no momento em que o concreto atingiu a marca de 500 mm. Após a estabilização do concreto sobre a base o espalhamento foi aferido com uma trena, obtendo-se as duas medidas perpendiculares do concreto espalhado. Figura 10 Verificação das duas medidas perpendiculares após o espalhamento Fonte: Autores, 2018. 6.1.2. Determinação da habilidade passante – Método do anel J Da mesma forma como feito para o ensaio de espalhamento preencheu-se o molde de forma continua e uniforme com amostra de concreto. Novamente, a desmoldagem se deu pelo levantamento vertical cuidadoso do molde pelas alças com velocidade uniforme e constante em um tempo máximo de 5 segundos. O processo também não excedeu o tempo de 60 segundos. 27 Figura 11 Demonstração do ensaio de espalhamento com a utilização do cone e Anel J Fonte: Autores, 2018 6.1.3. Determinação da habilidade passante – Método da caixa L Para verificação da habilidade passante sob fluxo confinado, o compartimento vertical da caixa L foi totalmente preenchido, sem algum tipo de adensamento. O excesso foi retirado com o auxílio de uma colher, e esperou-se 60 segundos para o total adensamento do CAA. Logo após este procedimento foi efetuada a abertura da comporta de forma rápida e uniforme para o escoamento do concreto para o compartimento horizontal. Desta forma obteve-se a medida da extremidade da câmara horizontal e a extremidade da câmara vertical. Figura 12 Demonstração do ensaio da habilidade passante na caixa L Fonte: Autores, 2018 6.1.4. Determinação da viscosidade – Método do funil V Através do ensaio do funil-V foram analisadas as viscosidades dos CAA’s. Primeiramente a parte interna do funil foi umedecida e, com a comporta fechada, todo o aparelho foi preenchido pela amostra de concreto. A abertura da comporta foi feita sobre um recipiente, simultaneamente o tempo de escoamento foi contado com o auxílio de um cronometro. 28 Figura 13 Demonstração da determinação da viscosidade no funil V Fonte: Autores, 2018 6.1.5. Moldagem do corpo de prova Para este ensaio foram moldados 32 corpos de prova cilíndricos (10x20) cm, e 5 prismáticos(15x15x50) cm divididos em cimento convencional e autoadensável com % distintas de fibra de aço, após o seu endurecimento, o concreto foi colocado em cura por imersão em água por um período de 28 dias para a cura, conforme a NBR 5738 Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Todos realizados conforme a NBR 5738 Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova (2003). Figura 14 Moldes de CP’s com adição de fibras de aço Fonte: Autores, 2018. 6.2. ENSAIOS NO ESTADO ENDURECIDO 6.2.1. Ensaio de resistência à compressão O ensaio foi executado conforme a NBR 5739 Concreto - Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos (2003). O equipamento utilizado para o ensaio foi a prensa 29 universal da marca EMIC, modelo PC200CS, com capacidade de 2000 KN que além do ensaio de resistência à compressão, também realiza ensaio de tração e flexão. Conforme a figura 15 abaixo. Figura 15 Ensaio de resistência à compressão Fonte: Autores, 2018. A interpretação dos resultados foi obtida pela razão entre a carga de ruptura (alcançado através da leitura da prensa) pela área da seção transversal do corpo de prova cilíndrico, sendo o resultado expresso em MPa (N/mm²). 6.2.2. Ensaio de tração por compressão diametral O ensaio foi realizado de acordo com a ABNT NBR 7222/ 2011 - Argamassa e concreto - Determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos-de-prova cilíndricos. Conforme descrito no item 4.3.1. Figura 16 Ensaio de tração por compressão diametral Fonte: Autores, 2018. 30 6.2.3. Ensaio de tração na flexão A resistência à tração direta do concreto é difícil de ser determinada em laboratório, já que o ensaio é de execução complicada e qualquer descuido pode alterar significativamente os resultados. Por isso, a resistência à tração do concreto é geralmente determinada, segundo SOBRAL (1987), pelo ensaio de compressão diametral, também chamado Ensaio Brasileiro, pois foi desenvolvido por Lobo Carneiro e sua equipe. O valor obtido é, segundo MEHTA e MONTEIRO (1994), uma medida relativa conveniente da resistência à tração do concreto. Por isso, diversas normalizações preconizam o emprego deste ensaio, a exemplo da NBR 12142/2010. Figura 17 Ensaio de tração na flexão Fonte: Autores, 2018 7. RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.1. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS NO ESTADO FRESCO 7.1.1. Resultado do ensaio de espalhamento Slump-flow Tabele 5 Classe de espalhamento (Slump-flow) % de fibras Espalhamento (mm) Classe Método de ensaio 0 760 SF 3 ABNT NBR 15823-2 1 720 SF 2 2 700 SF 2 3 680 SF 2 4 650 SF 2 Fonte: Autores, 2018 De acordo com os resultados obtidos para os traços de concreto no ensaio de espalhamento, verificou-se que a medida que o teor de fibras foi aumentado houve uma perda da fluidez. No entanto, o aumento do volume de fibras para este ensaio não interferiu negativamente, uma vez que os resultados se mantiveram próximos. 31 Um fator desfavorável à pesquisa foi o volume de agregado graúdo apresentado na mistura com 1% de fibras aço. Observou-se neste traço grande exsudação e acúmulo de agregados graúdos envolvidos por parte da fibra no centro da mistura. 7.1.2. Resultado do ensaio de espalhamento t500 Com relação à viscosidade plástica aparente informada na tabela 4, todas as porcentagens foram classificadas como VS 1, ou seja, as viscosidades estão adequadas para elementos estruturais com alta taxa de armadura, porém nesta classe foi necessário um maior controle quanto à exsudação e segregação. Tabela 6 Classe de viscosidade plástica aparente (t500) % de fibras t500 (s) Classe Método de ensaio 0 1 VS 1 ABNT NBR 15823-2 1 1,76 VS 1 2 1,82 VS 1 3 2,3 VS 2 4 2,7 VS 2 Fonte: Autores, 2018 Para o concreto sem adição um t500 igual a 1 segundo, e para o concreto com maior teor (4%) obteve-se um resultado de pouco mais de 2 segundos. Esta diferença em relação ao tempo é uma consequência diretamente ligada com o aumento de teor de fibras. É interessante ressaltar que a diferença de tempo muda a classe dos CAA’s, implicando desta forma na aplicabilidade, ou seja, a classe VS 2 já não é adequada para elementos estruturais com alta densidade de armadura 7.1.3. Resultado do ensaio da habilidade passante pelo Anel J Tabela 7 Classes de habilidade passante pelo anel J % de fibras Anel J (mm) Classe Método de ensaio 0 12,5 PJ 1 ABNT NBR 15823-3 1 11,5 PJ 1 2 12,5 PJ 1 3 13,5 PJ 1 4 13,5 PJ 1 Fonte: Autores, 2018 A habilidade passante do concreto auto adensável verificada sob fluxo livre, através do ensaio do anel J, mostrou um comportamento semelhante aos ensaios anteriormente descritos. A diferença entre o diâmetro médio de espalhamento com e sem utilização do Anel J mostrou resultados sem muita diferença entre os teores de fibra. Por este motivo, a escolha do maior teor de fibras neste ensaio não implicou em resultados relevantes. 32 7.1.4. Resultado do ensaio da habilidade passante pela caixa L Tabela 8 Classes de habilidade passante pela caixa L % de fibras Caixa L (H2/H1) Classe Método de ensaio 0 0,88 PL 2 ABNT NBR 15823-4 1 0,8 PL 2 2 0,8 PL 2 3 0,9 PL 2 4 0,9 PL 2 Fonte: Autores, 2018 Os resultados do ensaio da caixa L confirmaram na medida em quanto maior o teor de fibras de aço adicionadas ao concreto autoadensável mais próximo de 1,0 foi a relação H2/H1 , para os CAA’s com 3 e 4%. Não foi constatado o acúmulo de agregado graúdo nas barras de aço. E, com este resultado pode-se inferir que o maior teor de fibra está adequado à habilidade passante sob fluxo confinado, sendo desta forma adequado para a maioria das aplicações correntes. 7.1.5. Resultado do ensaio de viscosidade plástica aparente pelo funil V Tabela 9 Classe de viscosidade plástica aparente pelo funil V % de fibras Funil V (s) Classe Método de ensaio 0 5 VF 1 ABNT NBR 15823-5 1 8 VF 1 2 9 VF 2 3 11 VF 2 4 13 VF 2 Fonte: Autores, 2018 No ensaio do funil V, foi possível observar que quanto maior for o teor de fibras de aço nos CAA’s maior foi o tempo de escoamento pelo funil. O CAA com 4% apresentou-se adequado para mover-se de forma lenta. Portanto, este tipo de concreto tende a exercer menor pressão sobre as formas e, com isto apresentar melhor resistência à segregação. 7.2. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS NO ESTADO ENDURECIDO 7.2.1. Ensaio de resistência a compressão Após a realização dos ensaios dos corpos de prova, acima detalhados, obtivemos a tabela a seguir com os resultados. Tabela 10 Resultado de resistência à compressão – Concreto autoadensável % de fibras Idade Resultado Mpa Método de ensaio 0 28 32,5 2 2 2 2 2 1 28 33,1 2 28 33,4 3 28 31,5 4 28 32,0 Fonte: Autores, 2018 33 Na medida em que foi aumentada a adição de fibras, a mesma não promoveu ganhos expressivos no ensaio de resistência à compressão, segundo FIGUEIREDO (2011), a finalidade de adicionar fibras no concreto, não é fazer com que a sua resistência à compressão aumente. Alguns estudos indicam uma redução nos valores encontrados para a resistência à compressão pelo fato da má compactação (em concretos convencionais) obtido com a mistura. Entretanto, demais pesquisas apontam que como as fibras atuam como ponte de transferência de tensões pelas fissuras, o concreto apresentará ganho em sua resistência à compressão. 7.2.2. Ensaio de resistência a tração por compressão diametral Tabela 11 Resultado de tração por compressão diametral – Concreto autoadensável % de fibras Idade Resultado Mpa Método de ensaio 0 28 2,4 2 2 2 2 2 1 28 3,8 2 28 4.1 3 28 4,5 4 28 5,5 Fonte: Autores, 2018 Medeiros (2012), cita que para os volumes de fibras que são utilizados usualmente (menor que 2%), propriedades como resistência à compressão, módulo de elasticidade, tensão máxima, deformação específica relativa não é tão alterado quando comparadocom o comportamento de resistência à tração e flexão. Entretanto, quando incorporado maiores teores de fibras, podem acarretar tanto em acréscimos quanto perda na resistência e no módulo. A perda associa-se ao aumento do teor de ar que é gerado pelos aglomerados de fibras. Com base nessa afirmação e a partir dos resultados obtidos e visualizados na tabela acima, verifica-se que quanto maior a adição de fibras, melhor o seu comportamento durante o ensaio de resistência à tração, ou seja, quanto mais rica a mistura, maiores foram os resultados de resistência à tração, tanto por flexão quanto por compressão diametral. 7.2.3. Ensaio de resistência a tração na flexão Tabela 12 Resultado de tração na flexão – Concreto autoadensável % de fibras Idade Resultado Mpa Método de ensaio 0 28 3,4 2 2 2 2 2 1 28 5,2 2 28 7,8 3 28 6,0 4 28 8,8 Fonte: Autores, 2018 Também foi possível observar maiores valores de resistência à tração por flexão em relação à tração por compressão diametral, para todas as famílias produzidas. Segundo Dal Molin (1995) e Souza (2003) este comportamento se deve ao fato de que o prisma ensaiado à tração por flexão também está sujeito a uma parcela de compressão na sua parte superior, 34 fazendo com que está se some à parcela de tração durante o rompimento, aumentando, desta forma, a sua resistência. 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos resultados da análise do CAA com a adição de fibras de aço corrugadas, obtidos na etapa experimental da pesquisa, avaliou-se a resistência e o comportamento das fibras em diferentes quantidades através dos ensaios no estado fresco (Slump test, Anel J, caixa L e Funil) e no estado endurecido (Ensaio de resistência à compressão, tração diametral e tração na flexão). As conclusões apresentadas neste capítulo têm base nos resultados obtidos através do programa experimental deste trabalho de pesquisa. Os resultados expostos permitem comparar o desenvolvimento das resistências dos corpos-de-prova para cada traço, evidenciando a perda ou ganho de resistência à compressão, observou-se também que com adição de fibras, nos traços propostos, houve a melhora das características de resistência à tração na flexão e à tração por compressão diametral do concreto, mas não alterou o comportamento comum, esperado, para o mesmo com a resistência à compressão, onde o CAA (sem adição de fibras) teve um comportamento parecido dos demais traços, com adição de fibras. Entretanto, é de relevância para o enriquecimento deste tema, futuros estudos sobre viabilidade econômica, visto que foi grande a dificuldade de encontrar a comercialização das fibras de aço na região Norte do país, bem como sobre possíveis melhorias na compatibilização entre materiais dosados na região. 35 9. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA ARNON BENTUR, S. M. (1990). fibre reinforced cementitious composites. taylor e francis. BARROS, BARBOZA, & GOMES. (2011). flexão de vigas de concreto autoadensável reforçado com fibras de aço. revista da associação portuguesa de análise experimental de tensões, 133. DINIZ, J. Z. (2009). concreto: material construtivo mais consumido do mundo. revista concreto, 11. FIGUEIREDO, A. D. (2011). concreto reforçado com fibras. concreto reforçado com fibras. são paulo, são paulo, brasil. HELENE, P. (5 de novebro de 2009). massa cinzenta. acesso em 07 de março de 2018, disponível em cimento itambé: http://www.cimentoitambe.com.br/o-uso-do-concreto- autoadensavel-no-brasil/ MARCELLINO, N. (2016). www.aecweb.com.br. acesso em 21 de 03 de 2018, disponível em aecweb: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/concreto-armado-e-solucao-duravel-e- economica_6993_0_1 SHIMOSAKA, T. J. 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NBR 15823-2: concreto autoadensável – determinação do espalhamento, do tempo de escoamento e do índice de estabilidade visual – método do cone de abrams. rio de janeiro, 2017. NBR 15823-3: concreto autoadensável – determinação da habilidade passante – método do anel j. rio de janeiro, 2017. NBR 15823-4: concreto autoadensável – determinação da habilidade passante – método da caixa l e da caixa u. rio de janeiro, 2017. NBR 15823-5: concreto autoadensável – determinação da habilidade passante – método do funil v. rio de janeiro, 2017. NBR 15530 nbr15530 fibras de aço para concreto – especificação. rio de janeiro, 2007. NBR NM ISO-2395 – Peneiras de ensaio e ensaio de peneiramento (ABNT, 1997) NBR 11768: Aditivos químicos para concreto de cimento Portland (ABNT, 2011) NBR 11578: Cimento Portland composto (ABNT, 1991) NBR 7222: Concreto e argamassa — Determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos de prova cilíndricos (ABNT, 2011)
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