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Geografia_das_Redes_20183_GEO_SEC

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GEOGRAFIA
GEOGRAFIA DAS REDES
Gustavo Ferreira Prado
Marcelo de Souza Loureiro
http://unar.info/ead
UNIDADE 1 – ABORDAGEM DAS REDES NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivo: proporcionar uma introdução ao estudo da geografia das redes, 
compreendendo o que é uma rede, como ocorre sua formação e 
como é sua estrutura; analisar quais as implicações da dinâmica das redes para o 
espaço geográfico. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Analisa-se a priori que uma rede serve a princípio para estabelecer ligações 
entre pontos. Uma rede só ocorre quando vários pontos são ligados entre si através 
de um fluxo que os coloca numa mesma estrutura. Observe a figura que segue: 
 
Pela figura acima, é fácil analisar a estrutura de uma rede. Os pontos 
classificados com letras formam os chamados pontos fixos, ou seja, locais, regiões 
ou mesmo instituições fixas no território. Contudo, apesar de serem fixos, tais 
pontos possuem certa ligação entre si através de linhas que podem ser de 
comunicação, transporte ou algo material ou imaterial que estabeleça uma relação 
entre os pontos (tornando-os “não estáveis”). 
 
Se observar a figura, num exemplo de produção de mercadorias, por 
exemplo, os pontos podem ser cidades e as linhas podem ser rodovias e/ou 
ferrovias. Assim, as mercadorias são escoadas para todos os pontos e os transportes 
atuam como canal de ligação entre as cidades, dando movimento a elas. Analisa-
se ainda que as cidades de maior integração sejam as D e G por possuírem mais 
fluxos com outras cidades. 
Pode-se ainda pegar como exemplo as comunicações. Assim, os pontos 
poderiam ser bancos ou escritórios e as linhas seriam as informações, as quais são 
então responsáveis pela ligação entre os pontos. Analisa-se dessa forma que os 
principais fluxos de comunicação nesse caso são os pontos D e G, como no primeiro 
caso, pelo fato de que são os pontos que possuem maiores ligações entre os outros. 
Santos apud N. Curien (1988, p. 212) faz sua análise e afirma que as redes 
representam: 
 
Toda infraestrutura, permitindo o transporte de matéria, de energia ou de 
informação, e que se inscreve sobre um território onde se caracteriza pela 
topologia dos seus pontos de acesso ou pontos terminais, seus arcos de 
transmissão, seus nós de bifurcação ou de informação. (SANTOS, 2008, p. 
262) 
 
Além de pontos fixos lotados no espaço e fluxos que dinamizam o sistema 
de redes, existe também o conceito denominado fluidez, o qual pode ser analisado 
como um sistema que proporciona maiores ou menores condições de se 
estabelecer os fluxos pelo território. Dessa forma, fluxos e refluxos se intensificam à 
medida que há maior fluidez no espaço. Nas imagens que seguem, é possível 
observar que entre os pontos de uma rede geográfica pode existir maior ou menor 
fluidez, o que irá determinar a intensidade e integração dos fluxos e refluxos sobre 
a superfície terrestre expostos no espaço. 
 
 
 
Mas como podem dois espaços ainda que distintos entre si possuírem 
diferentes intensidades de fluidez e como consequência menores integrações entre 
os fluxos que se comunicam com os pontos fixos? 
A questão parece complexa, mas é muito simples: é preciso apenas observar 
as próprias interações antrópicas no espaço geográfico e, assim, constatar que são 
as diferentes interações com o meio que trazem as diferenciações na fluidez. Ou 
seja, a maneira com que determinada sociedade produz, consome, se comunica, 
cresce financeiramente, desenvolve a economia e a própria sustentação do estilo 
de vida são fatores determinantes que influenciarão a maior ou menor intensidade 
de fluidez. 
A homogeneização é um mito, sua percepção sendo resultado de um 
“delírio analítico” que associa à ideia de revolução espacial a existência de 
uma indiferença espacial. O espaço permanece diferenciado e esta é uma 
das razões pelas quais as redes que nele se instalam são igualmente 
heterogêneas. (SANTOS, 2008, p. 268) 
 
Podem-se analisar exemplos cotidianos, ou seja, a cidade de São Paulo 
possui uma população numerosa, a mancha urbana é a maior do Brasil, o acesso à 
ciência e à tecnologia de ponta é indiscutível. Além disso, o número de empresas, 
fábricas e indústrias de diversos tipos estão presentes nos diversos polos industriais 
e o mercado consumidor é crescente. No entanto, São Paulo enfrenta graves 
problemas quanto a congestionamentos de veículos, mas isso não retira o mérito 
de a cidade possuir quilômetros de ruas, logradouros, avenidas, travessas, viadutos, 
ou seja, é evidente a tentativa de estabelecer maior fluidez através dos transportes 
dentro da metrópole. 
Quando se compara a cidade de São Paulo a uma média cidade, como o 
município de Araras-SP, analisa-se que esta possui menor fluidez no espaço que 
aquela, visto que na cidade de Araras o polo empresarial e técnico é menor, assim 
como são restritos também os mercados produtor e consumidor. Portanto pode-
se afirmar que o território que compreende a cidade de São Paulo possui maior 
fluidez que o da cidade de Araras. 
Entretanto, como já foi anteriormente mencionado em relação aos meios de 
transporte, verifica-se que o trânsito em Araras pode fluir melhor e com mais 
agilidade entre os pontos mais periféricos do município quando comparado à 
capital. Assim, apesar da intensidade de fluxos e de pontos fixos espaciais de grande 
influência presentes em São Paulo, uma cidade de médio porte pode apresentar 
maior fluidez no espaço. 
Analise uma situação em que um caminhão precisa deixar sua carga em 
determinado local do centro de São Paulo. Enfrentando situações adversas, como 
engarrafamento, trânsito caótico e até enchentes, é possível prever o gasto 
desnecessário de combustível, dificuldades de acesso e danos ao veículo. Em 
comparação, tais prejuízos não ocorrem ou ocorrem com menor frequência em 
Araras. Assim, para esse caso específico, o território da cidade de Araras possui 
maior fluidez do que a cidade de São Paulo. 
 
As atuais compartimentações dos territórios ganham esse novo 
ingrediente. Criam-se paralelamente, incompatibilidades entre 
velocidades diversas; e os portadores das velocidades extremas buscam 
induzir os demais atores a acompanha-los, procurando disseminar as 
infraestruturas necessárias à desejada fluidez nos lugares que consideram 
necessários para sua atividade. Há, todavia, sempre, uma seletividade 
nessa difusão, separando os espaços da pressa daqueles outros propícios 
à lentidão, e dessa forma acrescentando ao processo de 
compartimentação nexos verticais que se superpõem à 
compartimentação horizontal, característica da história humana até data 
recente. (SANTOS, 2008, p. 84) 
 
Sabe-se que o espaço geográfico é resultado das interações da sociedade 
com o meio e, assim, pode-se dizer que, dependendo de tais interações, o espaço 
em questão terá características únicas ou semelhantes a de locais onde existem as 
mesmas ações antrópicas. 
As interações que “moldam” o espaço permitem a fluidez e originam os 
fluxos entre os pontos fixos. A criação de novos fixos e a manutenção de antigos 
dão origem a uma noção de espaço rígido e análogo. 
As grandes metrópoles criam espaços estáticos e o envelhecimento precoce 
de seções urbanas. 
 
As formas novas, criadas para responder a necessidades renovadas, 
tornam-se mais exclusivas, mais endurecidas, material e funcionalmente, 
mais rígidas tanto do ponto de vista das técnicas implicadas como de sua 
localização. Passamos de uma cidade plástica a uma cidade rígida. 
(SANTOS, 2008, p. 251) 
 
A tendência de rigidez das grandes cidades é oposta à tentativa de fluidez 
imposta pelo sistema socioeconômico com o intuito de integrar as redes e 
estabelecer fluxos densos alcançando o dinamismo. 
A rigidez relaciona-se aos conceitos da geografia das redes por estar 
vinculada às funções e atribuições dos pontos fixos. 
 
Essa rigideztanto se manifesta pela existência de novas técnicas 
convergentes, como pelas formas de trabalho que esse meio técnico 
renovado acarreta. Fala-se muito em flexibilidade e flexibilização como 
aspectos maiores da produção e do trabalho atuais, mas o que se dá, na 
verdade, é a ampliação da demanda de rigidez. Pode-se, mesmo, dizer, 
sem risco de produzir um paradoxo, que a fluidez somente se alcança 
através da produção de mais capital fixo, isto é, de mais rigidez. (SANTOS, 
2008, p. 252) 
 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Homogeneização – do verbo homogeneizar, tornar homogêneo, igualar, formar 
um conjunto puro. 
Análogo – similar por certo aspecto. 
Caótico - em estado de caos, confuso, desordenado. 
 
 
UNIDADE 2 – EVOLUÇÃO DAS REDES DE TRANSPORTES 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivos: estudar as redes de transporte e suas dinâmicas. Observar as 
integrações no espaço devido à eficiência dos meios de transporte. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
É compreensível a importância dos meios de transporte para a humanidade. 
Desde os primórdios da história humana que as sociedades tentam se integrar e se 
comunicar diminuindo as distâncias e favorecendo diversas trocas entre os povos. 
Além disso, os meios de transporte viabilizam a acessibilidade a vários territórios 
distintos e a diferentes espaços geográficos, que são capazes de satisfazer as 
diversas necessidades da sociedade. 
Observa-se que os meios de transporte representam variados fluxos. Estes 
podem ser de pessoas, mercadorias, informações; tais fluxos realizam o transporte 
de um ponto fixo a outro. Analisa-se então que pontos fixos e fluxos irão formar 
um emaranhado de vértices e linhas que darão origem a redes dispostas pelo 
espaço. 
A consolidação de redes de transporte faz com que os mesmos se tornem 
cada vez mais inovadores e eficientes. 
Verifica-se que, sem redes de transporte, jamais a humanidade conseguiria 
obter acesso a todas as áreas do planeta nem estabelecer comunicação com os 
territórios alheios. 
As redes de transporte começaram a se formar desde as antigas civilizações, 
ou seja, a formação dessas redes sempre foi um desejo da humanidade e 
consequentemente representou um eixo de interações do espaço geográfico 
firmado pela sociedade. 
A circulação de mercadorias, pessoas e informações expandiu o comércio 
entre diferentes regiões do globo. Os egípcios, por exemplo, 
estabeleceram relações regulares com a Ásia desde 3000 a.C. Caravanas 
buscavam na Síria e nos arredores do Mar Vermelho produtos como o 
marfim, ouro, vinho e azeite; em contrapartida, os egípcios exportavam 
grãos, tecidos e artigos manufaturados (como armas, anéis e correntes) 
(TERRA: 2010, p. 67) 
 
Podem-se dividir as redes de transportes em cinco categorias: os dutos, as 
hidrovias, as ferrovias, as rodovias e as aerovias. Todas essas categorias formam 
fluxos e refluxos que independem de a rede ser material ou imaterial. As hidrovias, 
por exemplo, constituem um destacável exemplo de rede imaterial, assim como as 
aerovias, porém seria impossível imaginar esses meios de transporte sem os pontos 
fixos (portos, cais, estaleiros, aeroportos, torres de controle...) e sem os fluxos (rotas, 
viagens, deslocamento, logística...). Isso significa que existem redes materiais e 
imateriais em que ambas estão diretamente ligadas à fluidez já mencionada 
anteriormente. 
As redes materiais formam no espaço “uma teia” de vértices e linhas, seja 
nas extensões de pista e/ou estradas de ferro. Essas teias materiais também podem 
ser facilmente observadas através da rede de transporte por dutos. 
 
O transporte por dutos é constituído por uma rede de canalizações por 
onde circulam produtos petrolíferos (oleodutos), outros fluidos (como o 
oxigênio) e até produtos sólidos (minerais, carvão, etc.) em solução ou 
em suspensão na água. Em geral, esse tipo de transporte forma uma rede 
em árvore, com um tronco central partindo dos terminais marítimos, 
conectado às ramificações em direção aos depósitos e industrias de 
processamento e refino. (TERRA, 2010, p. 69) 
 
A principal vantagem no constante desenvolvimento dos meios de 
transporte é a agilidade e eficiência na comunicação e nas estratégias de 
distribuição, auxiliando os processos de produção e consumo. Além disso, os 
transportes modificam radicalmente o espaço, transformando as interações 
humanas no ambiente e viabilizando a dominação do território por completo pela 
sociedade. 
Uma rede de transporte é formada por um conjunto de eixos de 
circulação de pessoas, informações, capitais e mercadorias, em um 
mesmo espaço geográfico. Vários critérios podem ser utilizados para 
caracterizar as redes de transporte. Entre eles, destacam-se a densidade 
e a conectividade da malha viária. (TERRA, 2010, p. 76) 
 
A densidade das redes de transporte indica a quantidade de eixos da malha 
viária em determinado espaço. Assim, pode-se afirmar que podem existir espaços 
mais densos que outros, ou seja, que possuem mais eixos de transporte que outros. 
Já a conectividade indica que um ponto pode estar ligado a vários outros, 
ou seja, uma malha conectada a várias outras estações possui maior conectividade. 
 
As redes de transporte podem ser classificadas quanto à forma da malha 
viária. As redes reticulares (ou ortogonais) apresentam malhas viárias 
homogêneas e garantem alta conectividade. As redes polares são 
frequentes nas regiões com movimentação pendular entre os grandes 
centros urbanos e os núcleos urbanos periféricos. As redes em árvores 
estruturam-se a partir de um tronco central, como se observa nas redes 
de televisão a cabo e nos sistemas de distribuição de água. (TERRA, 2010, 
p. 78) 
 
A figura a seguir ilustra os três tipos de rede de transporte mencionados: 
 
 
 
As inovações técnicas e as modernidades conferidas às redes de transporte 
através da tecnologia conferiram fluidez ao espaço geográfico. 
Analisa-se que os espaços de maior fluidez são aqueles em que pessoas, 
informações e mercadorias circulam com maior rapidez, menores custos e 
consequentemente desenvolvem economicamente regiões e/ou países. 
Verifica-se o surgimento do transporte intermodal, em que existe a 
combinação de mais de um tipo de transporte, o que possibilita agregar os pontos 
positivos de cada malha transportadora, levando a um aumento da velocidade dos 
fluxos materiais e à redução dos custos gerais de deslocamento. Dessa forma, 
aceleram-se e ampliam-se os fluxos de bens e pessoas. 
 
A implantação de redes intermodais de transporte baseia-se nos 
conceitos de unidade de carga e conexão de infraestruturas. A unidade 
de carga foi alcançada pela disseminação do uso de contêineres, 
reduzindo drasticamente os custos de transferência de mercadorias entre 
os modos de transporte. (TERRA, 2010, p. 80) 
 
Analisa-se que as redes de transporte consolidam no espaço geográfico o 
que é denominado como “rugosidades”. Essas rugosidades referem-se às unidades 
que foram construídas há tempos atrás e que desempenhavam um papel 
importante na sociedade e na economia. Tais unidades foram sendo utilizadas com 
o passar dos anos e atualmente ainda existem e desempenham papel importante 
na sociedade e na utilidade pública. Como é o caso de ferrovias e rodovias que 
marcam seu surgimento há muitas décadas, continuando sua existência pelas várias 
administrações do Estado e algumas vezes podem existir até por várias gerações. 
Rugosidades resistiram através dos tempos e continuam desempenhando as 
mesmas funções no espaço, e tal espaço vêm constantemente sendo modificado, 
ainda que possuidor das referidas rugosidades que podem ser associadas às redes 
de transporte. 
Chamemos rugosidade ao que fica do passado como forma, espaço 
construído, paisagem, o que resta do processo de supressão, 
acumulação, superposição, com que as coisas se substituem e acumulam 
em todos os lugares.As rugosidades se apresentam como formas 
isoladas ou como arranjos. É dessa forma que elas são uma parte desse 
espaço-fator. (SANTOS, 2008, p. 140) 
 
Os transportes podem ser analisados como importantes redes disponíveis 
pelo espaço e que pode tanto integrar o território nacional como agregar o 
internacional. Viagens e logísticas antes impossíveis de se efetivar, hoje são 
acessíveis e suas realizações modificam o espaço geográfico e vão satisfazendo as 
necessidades da humanidade. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Intermodal - realizado em vários tipos ou modos. 
Logística - lógica simbólica ciência que trata do alojamento, equipamento e 
transporte, além da produção, distribuição, manutenção e transporte de material e 
de outras atividades. 
 
 
UNIDADE 3 – REDES URBANAS 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivos: refletir a respeito das redes existentes na zona urbana bem como 
sobre suas influências para o espaço e para a sociedade. Analisar de modo crítico a 
formação das redes nas cidades e a consequências para as dinâmicas regionais. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Você já parou para analisar a quantidade de redes existentes na cidade onde 
está? Já observou os constantes fluxos que existem e os pontos fixos espalhados 
pelo perímetro urbano? 
Você já refletiu a respeito do modo como chega à sua residência a água 
encanada, a energia elétrica, a linha telefônica? 
Esta unidade apresenta as diversas redes existentes dentro do espaço 
urbano. Analise que as muitas redes formam um emaranhado de linhas e pontos 
distribuídos ao longo do município. 
 
As cidades não se encontram confinadas num espaço isolado. Na 
verdade, elas estabelecem relações e são interligadas pelos meios de 
transporte e pelo sistema de telecomunicações, por intermédio dos quais 
fluem pessoas, mercadorias, capital, informações e tecnologia. Essas 
interconexões formam as redes urbanas. (GUERINO, 2010, p. 157) 
 
As cidades podem permitir acessibilidade e comunicação até pelos pontos 
mais distintos e longínquos entre si; é claro que tudo dependerá da fluidez espacial. 
A rede de transporte, por exemplo, fluída pelas ruas, avenidas, travessas, viadutos, 
linhas de metrô dão a oportunidade de que as pessoas possam ter acesso aos mais 
variados locais presentes no espaço. 
Não só a rede de transporte interliga a cidade de ponto a ponto, mas 
também é caso da rede de água que canaliza o município. Desde a captação, 
tratamento e distribuição desse recurso natural, é impossível pensar em seu 
consumo sem a lógica das redes. Analise a figura a seguir: 
 
A figura representa o caminho percorrido pela água desde a sua captação 
até a distribuição. Nota-se que existem pontos fixos (reservatório, elevatório, filtro), 
assim como a fluidez, que nesse caso é a própria infraestrutura da cidade. O fluxo 
de água vai em direção às residências, onde, através dos bairros, vilas e quarteirões, 
os recursos hídricos formam uma rede de distribuição como uma teia de canos e 
dutos. 
A imagem abaixo ilustra uma rede de abastecimento de uma cidade. 
Fonte: Portal do São Francisco 
 
 
Repare que a figura mostra uma rede de abastecimento de água onde 
existem os pontos fixos e também os fluxos. Repare também que existem alguns 
pontos que ocupam lugares de destaque na rede possuindo maior conectividade, 
enquanto que outros possuem lugares periféricos. É possível também observar que 
de certa forma todos os pontos estão interligados entre si, ou seja, um depende do 
outro para a própria conectividade ou então para que a rede esteja completa e em 
dinâmica harmoniosa. Assim, analisa-se que os pontos periféricos de uma rede 
também são importantes para a estrutura e o sistema da mesma. 
O esgoto coletado das residências é outro exemplo da formação de redes 
de uma cidade. Todo o esgoto é conduzido por tubulações em rede que fazem o 
sentido inverso ao da água. Assim forma-se um ciclo com duas redes em que, numa, 
os fluxos percorrem o sentido inverso da outra. 
Outro exemplo a ser citado é a rede de transmissão de energia elétrica. Os 
fluxos são conduzidos através de fios de alta tensão e os pontos fixos podem ser a 
própria hidrelétrica, os postes, as residências, os transformadores... Veja a seguir um 
esquema da rede de energia elétrica: 
Fonte: AMCAL 
 
 
 
É possível compreender através da imagem que a rede de energia elétrica 
está toda interligada em cadeia e inicia sua dinâmica desde a geração da energia. 
Essa rede representa um elo entre os recursos naturais longínquos, o campo e 
também a cidade, são três espaços com interações diferenciadas que se relacionam 
através da mesma rede. 
Cita-se também a rede de telefonia fixa, a qual segue o mesmo sistema de 
redes integradas que têm a possibilidade de comunicação não só com o território 
municipal, mas também com diversos estados da federação e até com outros 
países. 
Portanto, é nesse espaço designado como cidade que existem diversas 
redes, onde existe comunicação e integração; um espaço em que a sociedade busca 
agregar os diversos fatores qualitativos e quantitativos a fim de construir e interagir 
num meio de possibilidades e oportunidades. 
No entanto, quando se fala em redes urbanas, não se pode esquecer a noção 
de hierarquia urbana, pois vale lembrar que em território nacional as cidades 
Fonte: Rede Inteligente 
passam a ser pontos fixos distribuídos pelas diversas regiões, onde alguns pontos 
possuem maior destaque e maior densidade. O território nacional visa agregar 
esses pontos, formando um conjunto unido em rede. 
 
O espaço geográfico abrange as redes formadas pelos complexos 
sistemas de fluxos de pessoas, bens, serviços, capitais e informações que 
caracterizam a sociedade contemporânea. Nas redes urbanas, as cidades 
desempenham a função de nós, ou vértices, desses sistemas de fluxos. 
(TERRA, 2010, p. 114) 
 
 
Dentro dessa rede hierárquica de cidades brasileiras, as grandes metrópoles 
possuem extensas regiões de influência, ou seja, diversos pontos fixos (nós/vértices) 
são importantes não só em sua unidade, mas sim por toda uma região. 
Assim, verifica-se que a totalidade do território é composta por uma rede 
que abrange as cidades brasileiras em conjunto e que existem pontos fixos (cidades) 
de maior influência. Isso irá determinar o grau de fluidez em certa região do 
território e também as intensidades dos fluxos. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Conurbação - trata-se da formação de uma região metropolitana pela fusão de 
cidades vizinhas. 
Região Metropolitana - espaço onde se localiza uma ou mais metrópoles (principais 
cidades do país) e aglomerações, com políticas únicas entre elas. 
Megalópoles – união entre duas ou mais regiões metropolitanas, integradas por 
meios de transportes eficientes e com intensa conexão. 
Hierarquia - ordem de classificação do maior para o menor. 
Agregar - reunir, associar, acumular. 
 
 
UNIDADE 4 – GLOBALIZAÇÃO E A INTENSIFICAÇÃO DAS REDES 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivos: compreender o fenômeno da globalização como um fator de 
diminuição de distâncias. Atentar para as modificações econômicas e sociais após 
a globalização e relacioná-las aos conceitos da Geografia das Redes. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Analisa-se a priori acontecimentos como o fim da Guerra Fria, o aumento da 
produção de consumo mundial, bem como a consolidação do Capitalismo e o 
avanço da ciência e tecnologia. Tudo isso contribuiu para o advento do fenômeno 
da globalização. 
Com a globalização, os países realizam maiores trocas comerciais e 
aumentam seu comércio internacional. A importação e a exportação aumentam em 
doses significativas e os produtos de consumo internacionais passam a ser de 
preocupação nacional. 
Porém, não só o comércio internacional teve ênfase, mas também os fluxos 
de pessoas (migrações), fluxos de informações e serviços. Com os intensos fluxose 
refluxos entre países, regiões e continentes, assistiu-se a uma globalização dos 
costumes, ou seja, as culturas dos países também passam a ser disseminadas 
mundo afora, levando o idioma, a culinária, a moda, para outros continentes onde 
as culturas inicialmente se chocaram e depois se harmonizaram. Ter acesso a 
mercadorias, pessoas e costumes estrangeiros é algo oriundo do processo de 
globalização. 
 
A fábrica global instala-se além de toda e qualquer fronteira, articulando 
capital, tecnologia, força de trabalho, divisão do trabalho social e outras 
forças produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa e 
eletrônica, a indústria cultural, misturadas em jornais, revistas, livros, 
programas de rádio, emissões de televisão, videoclipes, fax, redes de 
computadores e outros meios de comunicação, informação e fabulação, 
dissolve fronteiras, agiliza os mercados, generaliza o consumismo. 
Provoca a desterritorialização e reterritorialização das coisas, gentes e 
ideias. Promove o redimensionamento de espaços e tempos. (Ianni, 2002, 
p. 37) 
 
Pode-se dizer então que o fenômeno da globalização tenta unir o mundo 
em redes, onde existem fluxos intensos e onde o sistema socioeconômico, a 
tecnologia moderna e os transportes possibilitam a fluidez no espaço global. Os 
pontos fixos, neste caso, podem ser os países, as regiões, os continentes, ou mesmo 
as cidades. 
 
O impacto da tecnologia é tão amplo e intenso que afeta também o 
comportamento da sociedade. 
A possibilidade de obter e armazenar uma quantidade enorme de 
informações já faz parte do dia-a-dia das pessoas. 
Compras, estudos, pesquisas particulares, noticiários passam a ser 
instantâneos. Com a informação circulando velozmente pelo globo, 
podemos, por exemplo, acessar o preço de um produto em vários 
lugares, mesmo que distantes, e escolher o mais vantajoso. 
A maior parte da população mundial já interage por meio das redes 
material e imaterial, compondo a assim chamada Sociedade da 
informação. (TAMDJIAN, 2008, p. 76) 
 
As redes mundiais são comandadas pelas cidades globais, visto que essas 
possuem os maiores nós de conectividade entre os pontos fixos presentes na 
superfície terrestre. Desses pontos se originam os mais densos e intensos fluxos e 
de onde se esperam também numerosos refluxos. 
Observa-se que os países desenvolvidos têm uma capacidade de influência 
muito grande, pelo fato de que são eles que participam da maior parcela do 
mercado global, consomem mais e produzem mais. Portanto os países 
subdesenvolvidos recebem a constante intervenção em produzir para os países 
ricos produtos que a eles são convenientes (geralmente matérias-primas) e em 
contrapartida consumir os produtos dos países desenvolvidos. 
 
Determinadas bolsas de valores têm um peso maior na economia 
mundial. Geralmente são aquelas que movimentam as ações das maiores 
transnacionais, localizadas nas cidades mais importantes do mundo. 
Chamadas de cidades globais, esses grandes centros financeiros 
influenciam todo o sistema capitalista: concentram as sedes 
administrativas dos grandes trustes e as matrizes de poderosos bancos, 
além de manterem uma vida sociocultural repleta de novidades e 
lançamentos. 
Esses centros urbanos são os nós das redes e funcionam como polos que 
atraem e, ao mesmo tempo, irradiam informações, dinheiro, tendências 
da moda e cultura. (TAMDJIAN, 2008, p. 77) 
 
Com a instalação de empresas transnacionais, hoje é possível ter acesso a 
produtos que só seriam vendidos em outros países caso não houvesse se 
consolidado a dinâmica da globalização. 
Veja a figura a seguir: 
 
 
 
Fonte: Blog César educador 
De acordo com a figura, é possível compreender que os fluxos comerciais 
ocorrem de maneira desigual e com intensidades diferentes quando se analisam os 
principais fluxos comerciais de continente para continente. Tal desigualdade é 
atentamente observada: 
 
Um mercado avassalador dito global é apresentado como capaz de 
homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças locais são 
aprofundadas. Há uma busca de uniformidade, ao serviço dos atores 
hegemônicos, mas o mundo se torna menos unido, tornando mais 
distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente universal. Enquanto 
isso, o culto ao consumo é estimulado. (SANTOS, 2008, p. 19) 
 
Também ocorrido de forma desigual, o turismo internacional cresce a cada 
ano e recebe enfoque especial por parte da prestação de serviços privados e 
interesse público. O turismo ganha força com a globalização e faz com que muitas 
pessoas se deparem com diferentes culturas e povos e consiga se acostumar com 
divergências, passando até mesmo a ser mais tolerantes e menos preconceituosas. 
Quem conhece diferentes costumes e estilos de vida é capaz de aceitar novas ideias 
e diferentes formas de pensar. 
Verifica-se assim que o turismo internacional é outra ferramenta não menos 
importante de se firmar às redes no cenário mundial. 
Não se pode esquecer que o mundo é interligado e os fatores que interagem 
no espaço agem de forma coletiva e, desse modo, o turismo depende dos meios 
de transportes e graças à eficiência do mesmo é possível viajar numa longa distância 
em apenas algumas horas; esse é o fenômeno conhecido como “encurtamento de 
distâncias”. 
Veja a figura a seguir: 
 
 
 
É possível observar como o planeta atualmente parece mais acessível e o 
território mais “palpável”, mas vale sempre lembrar que, sem a evolução das redes 
de transporte, isso jamais seria possível. Assim, uma rede desencadeia a outra e 
assim sucessivamente até que ambas possam se consolidar e obter maiores 
densidades e conectividades no espaço. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Globalização - processo atual de aceleração mundial das trocas comerciais, 
financeiras e informacionais. 
Oriundo - originário, procedente, proveniente, natural. 
Trustes - resultado típico do Capitalismo que forma um oligopólio na qual leva a 
fusão e incorporação de empresas envolvidas de um mesmo setor de atividades a 
Fonte: Google Imagens 
abrirem mão de sua independência legal para constituir uma única organização, 
com o intuito de dominar determinada oferta de produtos e/ou serviços. 
 
 
UNIDADE 5 – REDES MODIFICANDO A PAISAGEM – I 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivos: relacionar os preceitos da Geografia das Redes com o conceito de 
paisagem. Verificar as mudanças nas paisagens por influências das redes. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
É importante saber que a paisagem tornou-se conceito de extrema 
importância na Geografia por suas implicações pertinentes em relação às 
transformações do espaço. 
 
A paisagem é um conjunto de formas que, num dado momento, 
exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas 
entre homem e natureza. (SANTOS, 2008, p. 103) 
 
As paisagens podem ser urbanas, rurais, naturais ou culturais, todas elas 
carregam junto de sua imagem uma herança histórica de como o espaço foi sendo 
transformado. Olhando para uma paisagem é possível perceber várias 
características da forma como ocorreram as interações no ambiente, bem como a 
intensidade dessas interações. 
A figura a seguir ilustra uma paisagem natural: 
 
 
Foto: Hélder Henrique J. Gasperoto Mares de Morros em Minas Gerais 
 
Nota-se pela foto que a paisagem ilustra um espaço onde não há ações 
antrópicas, ou seja, onde o ser humano não interage. É cada vez mais difícil 
encontrar paisagens naturais assim, pois a humanidade ocupa cada vez mais áreas 
antes inabitadas. 
Analise a próxima foto: 
 
 
Foto: Hélder Henrique J. Gasperoto - Minas Gerais 
 
Pela foto, é possível ver uma paisagem de zona rural e que possui traços de 
ações antrópicas. Portanto, é possível também observar que o espaço foi em parte 
humanizado, apresentando um território de vivência humana. Dessa forma, para 
criar condições de habitação no local nota-sea presença de alguns pontos fixos e 
também alguns fluxos; no entanto, a paisagem também demonstra pouca fluidez 
devido à falta de infraestrutura de redes. 
Verifica-se ainda na imagem sinais de transformação do espaço em que as 
ações humanas vão mudando a própria utilidade do local. Assim, a paisagem 
natural “vai se moldando”, em razão das novas funções e contornos que o espaço 
admite. 
 
Através do tempo, a mesma paisagem se transforma, originando espaços 
diferenciados que carregam raízes e experiências históricas. 
Segundo a nova proposta curricular do Estado de São Paulo: 
 
Uma paisagem nunca pode ser destruída, pois está sempre se 
modificando. As paisagens devem ser consideradas como forma de um 
processo em contínua construção, pois, representam a aparência dos 
elementos construídos socialmente, e, assim, representam a essência da 
própria sociedade que as constrói. (in Proposta curricular do estado de 
São Paulo – geografia, p. 45) 
 
 
Observe agora as figuras que seguem: 
 
 
 
 
 
Fonte: Portal Uol 
Fonte: Google imagens 
As duas paisagens mostradas são da cidade de São Paulo, uma cidade já 
conhecida pela intensa ocupação e pela densa população. 
Nota-se pelas imagens que a paisagem urbana foi intensamente modificada, 
tornando-se um espaço diferenciado da paisagem natural e, dessa forma, a 
paisagem passa a compor novos elementos e novas funções a fim de possibilitar à 
sociedade condições para a produção e reprodução de seu sistema. 
É possível observar uma paisagem que representa um espaço de elevada 
conectividade entre os pontos. A estrutura confere fluidez a este espaço e os fluxos 
são evidentes devido às ramificações das redes de transporte. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Fiordes - antigos vales glaciais, profundos e estreitos, por onde o mar penetra em 
algumas regiões da Europa. 
Antrópicos - são ambientes onde predominam aspectos da ação do homem, como 
cidades, prédios em geral, estradas, represas, igrejas... Nesses espaços, além, ou 
antes, da ação do homem, temos a figura do próprio homem. 
Viadutos - construções que permitem dar passagem a ruas, avenidas, estradas, 
leitos de vias férreas sobre depressões ou vales. 
 
 
Unidade 6 – REDES MODIFICANDO A PAISAGEM – II 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivos: relacionar os preceitos da Geografia das Redes com o conceito de 
paisagem. Verificar as mudanças nas paisagens por influências das redes. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
De acordo com o que vimos no capítulo anterior, pode-se concluir então 
que a paisagem urbana é a que possui a maior frequência de ações antrópicas. 
 
A paisagem urbana pode ser entendida como paisagens naturais e 
culturais, levando em conta, as modificações dos elementos naturais, de 
acordo com aspectos culturais, econômicos e sociais, além das diferentes 
formas de analisar, visualizar e perceber a paisagem geográfica de cada 
região. (CONHECIMENTO PRATICO GEOGRAFIA: 2010, p. 53) 
 
A paisagem constitui, portanto, uma interpretação sistemática do espaço, a 
qual se torna um conceito de extrema importância para a geografia, explorando os 
estudos acerca das iterações homem-meio, através de análises e observações de 
diferentes territórios e, portanto, de diferentes ocupações. Ou seja, as paisagens 
que foram ilustradas anteriormente traduzem três tipos diferenciados de espaços 
pela ausência ou presença de ações antrópicas bem como suas intensidades. 
Cada espaço possui sua particularidade, no entanto, a paisagem urbana 
além de carregar um histórico do espaço, traz junto de si também o histórico da 
própria sociedade que ali ocupava. 
 
A cidade é uma espécie de museu vivo da história do trabalho e das 
técnicas desenvolvidas pela sociedade. Pode-se dizer, então, que as 
paisagens são como as fotografias que refletem as combinações entre 
processos naturais e sociais em um espaço geográfico, no decorrer do 
tempo histórico. 
Se soubermos observar e interpretar a paisagem, isso permitirá que 
tenhamos uma concepção de como o lugar que ocupamos no espaço 
geográfico é o resultado das condições sociais em que vivemos. 
(CONHECIMENTO PRÁTICO GEOGRAFIA: 2010, p. 58) 
 
Constata-se que, pelo fato de a sociedade necessitar de comunicação, 
acessibilidade, ocupação e desenvolver o sistema econômico, há, 
consequentemente, necessidade de se conectar o espaço em rede, possibilitando a 
permanência e a adaptação ao local. Assim, as redes criam e recriam condições de 
apropriação do espaço e elas são responsáveis por mudanças na paisagem. 
Pelas imagens já analisadas, é possível perceber a presença das redes bem 
como suas influências constatadas pela própria paisagem. 
Nas paisagens urbanas, por exemplo, as redes se tornam um fator primordial 
para uma das necessidades básicas de uma cidade, a integração do território. 
As redes também modificam a paisagem no sentido de acompanhar as 
interações da sociedade com o ambiente e ir se modificando juntamente do espaço, 
sendo que o desenvolvimento das redes provoca no espaço ainda mais alterações; 
forma-se então um ciclo de novas necessidades espaciais, desenvolvimento das 
redes e novos contornos espaciais. 
 
 
Abaixo segue um exemplo do sistema citado acima para melhor 
compreensão e interpretação. Lembre-se de que é apenas um exemplo, pois o 
sistema funciona para várias situações. 
Analise as duas figuras em conjunto e observe que o exemplo abaixo se 
encaixa facilmente no esquema acima. 
 
 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Esquema de formação de uma região metropolitana através da conurbação 
de municípios limítrofes. 
 
 
 
UNIDADE 7 – VERTICALIDADES E HORIZONTALIDADES 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivos: interpretar conceitos atuais relacionando-os às temáticas 
espaciais e territoriais. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Sabe-se que o espaço tende a ser heterogêneo, isto é, possui diferenciações 
de diversos tipos entre os lugares. Assim, a ciência geográfica tenta compreender 
o espaço como complexo e mutável e, por essa ótica, busca-se subdividir o espaço 
heterogêneo em partes homogêneas. Sobre isso, encarrega-se a geografia 
regional. 
O conceito de região irá unir as partes do território que possuem 
características em comum, formando assim regiões (partes) homogêneas. 
Dessa forma, sabe-se através da geografia regional que o espaço não é algo 
que precise se fragmentar, mas, pelo contrário, ele pode se unir, satisfazendo as 
necessidades da sociedade pois essa é a definição de território. 
Em espaços onde há “uma colcha de retalhos” e o espaço é muito 
fragmentado, analisa-se que existe um rol também muito grande de interações 
divergentes no meio. 
Não só o conceito de região irá explicar as divisões espaciais, como também 
as redes podem servir de base para estudos que visem analisar a complexidade do 
espaço e, dessa forma, verifica-se a possibilidade de se diferenciar ou separar em 
partes o território para análise, através da intensidade ou conectividade das redes. 
Assim, um território pode ser observado em várias partes dependendo da 
intensidade das redes que o mesmo possui. Isso é fácil de analisar quando se 
imagina um espaço que possui uma quantidade maior de pontos fixos, maior 
conectividade de fluxos e expõe de maior fluidez que outro território que, com 
outros divide o mesmo espaço. 
As segmentações do espaço podem admitir várias segmentações, tudo 
depende de qual aspecto se observa. 
Constata-se que o espaço admite pelo menos duas noções de 
segmentações: 
 
De um lado, há extensões formadas de pontos que se agregam sem 
descontinuidade, como na definição tradicional de região. São as 
horizontalidades. De outro lado, há pontos no espaço que, separados uns 
dos outros, asseguram o funcionamento global da sociedade e da 
economia. São as verticalidades. Espaço se compõe de uns e de outros 
desses recortes, inseparavelmente. É a partirdessas novas subdivisões 
que devemos pensar novas categorias analíticas. (SANTOS, 2008, p. 284) 
 
Essas duas concepções espaciais, a verticalidade e a horizontalidade, se 
apegam em explicar as questões do espaço, partilhando o território com suas 
características homogêneas. 
O conceito de verticalidade apresenta relações de interdependências no 
espaço, as quais tendem a hierarquizar os comandos e a subordinação entre os 
lugares. Existe uma evidente integração com dependência das forças dominantes. 
As verticalidades agregam o local e o global, além de levar em conta, sobretudo, as 
ordens técnicas, financeiras, políticas e condições de funcionamento do sistema. 
Nas verticalidades, as informações trabalham a serviço das forças 
econômicas hegemônicas. 
Verticalmente, define-se um conjunto de pontos que formam um espaço de 
fluxos. Há macroatores, cujas implicações são complexas e a eles cabe organizar o 
trabalho dos outros, criando dependências de sua regulação. 
 
A tendência atual é no sentido de uma união vertical dos lugares. Créditos 
internacionais são postos à disposição dos países e das regiões mais 
pobres, para permitir que as redes se estabeleçam a serviço do grande 
capital. 
Nessa união vertical, os vetores de modernização são entrópicos. Eles 
trazem desordem aos subespaços em que se instalam e a ordem que 
criam é em seu próprio benefício. E a união vertical - seria melhor falar 
de unificação - está sempre sendo posta em jogo e não sobrevive senão 
à custa de normas rígidas. (SANTOS, 2008, p. 287) 
 
As horizontalidades espaciais referem-se às condições que são capazes de 
agregar os valores de vários pontos ou espaços contíguos. Zonas adjuntas e unidas, 
que formam extensões adjacentes, ajudam a explicar o conceito de horizontalidade 
no espaço. 
A busca por um bem comum que satisfaça os bens produtivos e de consumo 
criam e recriam um espaço solidário que atenda ao bem-social. 
 
Além da verticalidade, o espaço também pode tender à horizontalidade: 
 
Mas os lugares também se podem refortalecer horizontalmente, 
reconstruindo, a partir das ações localmente constituídas, uma base de 
vida que amplie a coesão da sociedade civil, a serviço do interesse 
coletivo. 
Com a especialização funcional dos subespaços, há tendência à geração 
de um cotidiano homólogo graças à interdependência que se estabelece 
horizontalmente. (SANTOS, 2008, p. 288) 
 
Em oposição ao espaço econômico, surge o que se pode denominar “espaço 
banal”, este sendo capaz de agregar um espaço que oportunize a todos: empresas, 
instituições, pessoas - enfim, um espaço de vivências e de integração solidária, onde 
as solidariedades internas podem ser de natureza econômica, social, cultural ou 
geográfica. 
 
Esse espaço banal, essa extensão continuada, em que os atores são 
considerados na sua contiguidade, são espaços que sustentam e explicam 
um conjunto de produções localizadas, interdependentes, dentro de uma 
área cujas características constituem, também, um fator de produção. 
Todos os agentes são, de uma forma ou de outra, implicados, e os 
respectivos tempos, mais rápidos ou mais vagarosos, são imbricados. Em 
tais circunstâncias pode-se dizer que a partir do espaço geográfico cria-
se uma solidariedade orgânica, o conjunto sendo formado pela existência 
comum dos agentes exercendo-se sobre um território comum. (SANTOS, 
2008, p. 109) 
 
A permanência das horizontalidades no espaço de fluxos é assegurada pelo 
fato de que, apesar dos interesses divergentes das instituições, estas exerçam um 
papel importante na solidariedade do interesse em comum. As próprias mudanças 
do território acabam sendo adaptadas e readaptadas pelas condições horizontais 
que se estabelecem no espaço. 
No território são favorecidas situações em prol de uma vida reflexiva e, assim, 
sociedade e espaço estão sempre em busca de um sentido e, dessa forma, o espaço 
não pode ser analisado somente como o lugar das ações pragmáticas, mas sim 
como o lugar de suporte à vida, o local das razões, dos tempos e das emoções. O 
território se transforma no abrigo dos grupos sociais. 
 
Ao contrário das verticalidades, regidas por um relógio único, implacável, 
nas horizontalidades assim particularizadas funcionam, ao mesmo tempo, 
vários relógios, realizando-se, paralelamente, diversas temporalidades. 
(SANTOS, 2008, p. 111). 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Segmentações - fracionamento, fragmentação. Dividido em partes, segmentado. 
Pragmáticas - regras sociais, formalidades, objetividade. Sociedade desvinculada 
da humanização e bem-estar social. Consequências práticas do conhecimento. 
 
 
UNIDADE 8 – INTERNET – A REDE VIRTUAL 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
 Objetivos: observar o advento da internet como fenômeno que modificou 
relações sociais e relações homem-meio. Analisar as implicações trazidas pelas 
redes virtuais em âmbito global. Verificar as mudanças do comportamento da 
sociedade como um todo, após o uso das redes virtuais. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Calcula-se que aproximadamente um bilhão de pessoas acessam 
diariamente a internet por motivos diversificados. A busca por informações é 
evidente num mundo globalizado, onde em poucos minutos todas as partes do 
planeta são capazes de acessar uma informação que acaba de ser veiculada por um 
órgão específico. 
A internet forma uma rede de informações complexa em que alguns pontos 
possuem maiores densidades e conectividade que outros e o diferencial é a 
velocidade. 
A internet se destaca entre as redes de informações pelo fato de que a 
mesma é capaz de proporcionar as informações em diversas formas e tipos. Muitas 
vezes a natureza de uma única informação pode estar vinculada a vários tipos e, 
assim, as informações circulam de várias maneiras, aumentando sua eficiência de 
comunicação. 
As redes virtuais de internet são analisadas como redes imateriais, ou seja, 
não são palpáveis, elas formam redes invisíveis de comunicação e, no entanto, 
possuem pontos fixos e fluxos, além de necessitar de um espaço de fluidez. 
O espaço geográfico passa então por uma profunda transformação, visto 
que por volta do ano de 1500 a velocidade de informações era de aproximadamente 
16 km/h com os barcos a vela e atualmente a transmissão de dados é quase que 
instantânea, fazendo com que as interações da sociedade com o território se adapte 
às novas velocidades de informações. 
A sociedade evoluiu para o que o geógrafo Milton Santos chama de meio 
técnico-científico-informacional: 
 
Neste período, os objetos técnicos tendem a ser ao mesmo tempo 
técnicos e informacionais, já que, graças à extrema intencionalidade de 
sua produção e de sua localização, eles já surgem como informação; e, 
na verdade, a energia principal de seu funcionamento é também a 
informação. Já hoje, quando nos referimos às manifestações geográficas 
decorrentes dos novos progressos, não é mais de meio técnico que se 
trata. Estamos diante da produção de algo novo, a que estamos 
chamando de meio técnico-científico-informacional. (SANTOS, 2008, p. 
238) 
 
Vale lembrar também que as redes sociais modificaram muito as formas de 
comunicação e, consequentemente, o comportamento da sociedade. Tal sociedade 
se comporta de maneira diferente em espaços também diferentes, os quais 
divergem entre si pelas intensidades e conectividades desiguais, repartindo espaços 
mais ou menos densos. 
 
Fonte: Google imagens 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Redes sociais - são redes que se formam no mundo virtual da internet e que se 
consolidam na atual era da informação e da tecnologia, auxiliando a disponibilidade 
de informações e tornando os vários tipos de comunicação eficientes. 
 
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