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Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 35 Aula 04 FUNDAMENTOS DE AUDITORIA Depois de estudar os conceitos desta aula você conseguirá definir os objetivos da auditoria e conhecerá as Normas de Auditoria geralmente aceitas. OBJETIVOS DA AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Segundo Attie (1998), o objetivo do exame de auditoria é expressar uma opinião sobre a propriedade das demonstrações e assegurar que elas representem exatamente a Aula resumida dos livros “Auditoria Contábil”, de Hilário Franco e Ernesto Marra, “Introdução à Auditoria”, de Paulo Adolpho Santi, “Auditoria Contábil”, de Silvio Aparecido Crepaudi, “Auditoria” de William Attie, “Normas Brasileiras de Contabilidade” do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo e “Auditoria”, de Marcelo Cavalcanti Almeida. 36 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN posição patrimonial e financeira da empresa. Esse objetivo é essencial para que o auditor se certifique da veracidade das demonstrações preparadas pela empresa auditada. O auditor utiliza de critérios e procedimentos que se transformam em provas que assegurem a efetividade dos valores apontados nas demonstrações contábeis e, ainda, cerca- se de procedimentos que lhe permitem assegurar a inexistência de valores ou fatos não constantes das demonstrações contábeis. Essas demonstrações necessitam ser preparadas de forma que apresentem com clareza a real situação da empresa, com relação a seus bens, direitos e resultados das operações realizadas no período em exame. A verificação, seleção e extensão dos procedimentos de auditoria exigem do profissional de auditoria um julgamento bastante pessoal e técnico, pois deverá considerar todos os fatos relevantes quando tomar decisões, que variam de acordo com a complexidade dos problemas e pontos que mereçam atenção por parte do auditor. ÉTICA PROFISSIONAL Conforme Attie (1998), a função da auditoria deve e tem que ser exercida de maneira clara e objetiva, e que o trabalho executado tenha e mereça toda a credibilidade possível, não sendo permitido sequer existir sombra de dúvida quanto à honestidade e aos padrões morais do auditor. A pessoa do auditor deve ser a de alguém com profundo equilíbrio e probidade, uma vez que sua opinião influenciará outras pessoas, principalmente em relação a interesses financeiros e comerciais que eventuais acionistas, proprietários, clientes e fornecedores, possam ter. A profissão exige obediência aos princípios éticos profissionais fundamentais nos seguintes itens: • Independência; • Integridade; • Eficiência; • Confidencialidade. Independência Attie (1998) e Santi (1988) afirmam que a independência é condição primordial e pilar do trabalho de auditoria, tendo em vista a obtenção dos elementos de prova e exercício de seu julgamento, o auditor não deve possuir apenas aptidões técnicas, mas também manter os mais elevados padrões de honestidade e objetividade em seu juízo e consideração. Para o exercício de sua função, o condicionamento de seus atos constitui-se elemento restritivo e, portanto, impeditivo de executar o que de fato é necessário. Para Attie (1998): Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 37 O auditor deve ser absolutamente independente e imparcial na interpretação de tudo que lhe for apresentado, atestando a cada dado um pronunciamento conclusivo. A independência necessita orientar o trabalho do auditor no sentido da verdade. As normas de auditoria estabelecem algumas situações de caráter impeditivo para a execução dos trabalhos de auditoria independente: a) Vínculos conjugais, de parentesco consangüíneo em linha reta, sem limites de grau, em linha colateral até o terceiro grau, e por afinidade, até segundo grau, com administradores, acionistas, sócios ou com empregados que tenham ingerência em sua administração; b) Vínculo empregatício, administrador ou colaborador que tenha relação com salário, ainda que esta relação seja indireta, nos últimos dois anos; c) Participação direta ou indireta como acionista ou sócio; d) Uma relação de prestação de serviços em que ele fixou honorários condicionais ou incompatíveis com a natureza do trabalho contratado; e) Qualquer outra situação de conflito de interesses nos exercícios da auditoria independente. Integridade De acordo com Attie (1998), o auditor independente deve ser uma pessoa íntegra em todos os seus compromissos que envolva a empresa auditada quanto as suas opiniões e exposições, pois, as pessoas interessadas na opinião do auditor necessitam da certificação de veracidade dessas informações contidas em sua opinião. O auditor será culpado em ato de descrédito quando, no desempenho de suas funções, deixar de expressar um fato de suma importância que conheça, ou ainda, deixar de informar algum fato errôneo que conheça e que seja importante. Será culpado ainda se for negligente, ou não reunir provas suficientes para justificar a emissão de sua opinião. Eficiência O trabalho do auditor independente precisa ser executado de forma bastante técnica, estimando-se, dentro do possível, perspectivas de sua concretização quanto a prazos, extensão e momento de obtenção das provas. No entanto, o auditor só deve emitir sua opinião ou dar algum tipo de informação quando o exame assim o permitir e houver condições para fazê-lo, declara Attie (1998). Seu parecer precisa ser redigido com objetividade e clareza, em qualquer circunstância, seja em condições favoráveis ou não, e apresentar as razões que motivaram o auditor a tal conclusão. Confidencialidade O trabalho de auditoria garante à pessoa do auditor e os assistentes, livre e irrestrito 38 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN acesso a informações estratégicas importantes da empresa auditada, como características de produção, distribuição, compras, estoque, faturamento, resultados e etc. Essa confidencialidade torna-se elementar na atividade de auditoria e as informações obtidas somente podem ser usadas na extensão do serviço para o qual o auditor foi contratado, não devendo ele, em hipótese alguma, divulgar fatos que conheça e ou utilizar-se dessas informações em seu próprio benefício ou de terceiros. Assim, informações sobre o trabalho do auditor somente poderão ser fornecidas a terceiros se houver determinação legal, como autorização judicial ou formalmente expressa pela empresa auditada. RESPONSABILIDADE LEGAL EM AUDITORIA Para Attie (1998), o objetivo de um exame de auditoria sobre as demonstrações contábeis é expressar uma opinião acerca da sua veracidade. Portanto, não é destinado especificamente a desvendar fraudes e outras irregularidades. Ao efetuar seu exame, o auditor deve estar alerta à responsabilidade da existência de fraudes e irregularidades, e, quando identificadas, o auditor deve estudar a sua relevância e possíveis efeitos em relação às demonstrações contábeis em exame. A responsável pela confecção das informações que chegam às mãos do auditor é a empresa. Portanto, o auditor deve apenas verificar se as informações recebidas da empresa refletem com clareza sua situação patrimonial e financeira, e comunicar qualquer circunstância de desacordo com as disposições legais e regulamentares, e ainda, qualquer ato que tenha ou possa ter impactos nas operações da empresa auditada. NORMAS DE AUDITORIA GERALMENTE ACEITAS Normas de auditoria são as regras ditadas pelos órgãos reguladores da profissão contábil e têm por objetivo a regulação da profissão e suas atividades, bem como estabelecer diretrizes a serem seguidas pelos profissionais no decorrer de seus trabalhos. As normas atualmente em vigor no Brasil são emitidas em conjunto pelo CFC, IBRACON, Banco Central do Brasil, a CVM e a Superintendência de Seguros Privados. Para saber mais sobre esses órgãos, entre no site: • www.cfc.org.br • www.ibracon.com.br • www.bcb.gov.br • www.cvm.gov.br Dentre as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 39Contabilidade, trataremos de forma específica, ao longo deste trabalho, das relativas à área de auditoria. Vejamos a seguir, a lição do Professor Silvio Aparecido Crepaldi (2000), quanto às normas nos trabalhos de auditoria: “ Embora, na maioria das vezes, as normas de auditoria sejam meros guias de orientação geral, e não um manual analítico de procedimentos a serem seguidos pelo auditor, elas fixam limites nítidos de responsabilidade, bem como dão orientação útil quanto ao comportamento do auditor em relação à capacitação profissional e aos aspectos técnicos requeridos para a execução de seu trabalho”. As normas de auditoria são se suma importância, pois, como ensina Crepaldi (2000), “estabelecem a ordem e a disciplina na realização dos trabalhos”, e “a observância dessas normas leva à realização de auditorias mais completas e objetivas, com resultados e recomendações palpáveis, fundamentos passíveis de serem justificados”. As normas de auditoria geralmente aceitas, reconhecidas e aprovadas pelo Instituto dos Auditores Independentes (IBRACON), são: • Normas relativas à pessoa do auditor; • Normas relativas à execução dos trabalhos; • Normas relativas ao parecer de auditoria. Segundo Almeida (1996), as normas relativas à pessoa do auditor dizem que a auditoria deve ser executada por pessoas legalmente habilitadas perante o órgão competente; o auditor deve ser independente em todos os aspectos relacionados ao seu trabalho; e o auditor deve ter o máximo de cuidado e zelo na realização de suas verificações e na exposição de suas conclusões. As normas relativas à execução dos trabalhos dizem que o trabalho de auditoria deve ser planejado, e quando executado por assistentes, estes devem ser supervisionados pelo auditor responsável; o auditor deve estudar e avaliar o sistema contábil e o sistema de controle interno a título de saber se pode ou não confiar nas informações oriundas desses sistemas; os procedimentos devem ser substanciais, pois o auditor necessitará de elementos comprobatórios para a confecção de seu parecer. As normas relativas ao parecer dizem que deve estar incluso neste parecer se o exame foi efetuado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas, se as demonstrações contábeis foram preparadas de acordo com os princípios e convenções contábeis, se os referidos princípios e convenções foram aplicados no decorrer de todo o exercício verificado em questão. Para Almeida (1996), o parecer do auditor deve expressar na íntegra a opinião do auditor. E quando este não puder expressar sua opinião “sem ressalvas”, sobre todos os 40 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN elementos contidos na sua verificação, o auditor deve declarar as razões pelas quais esse parecer não pode ser emitido. ATIVIDADE As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta “Sala Virtual - Atividades”. Após respondê-las, enviem-nas por meio do Portfólio- ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas apropriadas para se comunicar com o professor.
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