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Estruturas de Mercado: Concorrência, Monopólio e Oligopólio

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Economia Aplicada
4º Aula
Estruturas de mercado
Esta aula será dedicada ao estudo dos tipos de 
estrutura de mercado. Analisaremos as hipóteses 
e exemplos das principais estruturas de mercado: 
concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e 
concorrência monopolística. Prontos para começar?
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, o aluno será capaz de:
• Compreender os fatores que determinam os tipos de estrutura de mercado;
• Conhecer as hipóteses e características das principais estruturas de mercado.
35
1 – Introdução
2 – A Estrutura Ideal de Mercado
3 – Mercado Monopolista
4 – Mercado Oligopolista e Mercado Monopolisticamente 
Competitivo
Seções de estudo
1 Introdução
De acordo com Pinho e Vasconcellos (2004), estruturas 
de mercado são modelos que captam aspectos inerentes de 
como os mercados estão organizados.
As estruturas de mercado caracterizam-se basicamente 
pelos seguintes elementos: a quantidade de agentes vendedores 
(ou compradores) que atuam no mercado, o tipo de produto, 
ou seja, a natureza da mercadoria (ou fator de produção) 
negociada no mercado e, finalmente, a existência ou não 
de barreiras a entrada de novas empresas nesse mercado 
(VASCONCELLOS, 2008, p. 95). Analisaremos cada um 
desses elementos nesta primeira seção. 
Determinantes das Estruturas de Mercado
1.1 A Quantidade de Agentes
Com relação à quantidade de agentes vendedores não 
devemos levar em conta apenas o número que está atuando no 
mercado, mas também a forma como eles reagem a variações 
de preço. 
Por exemplo, em um mercado com poucos vendedores, 
quando um deles altera o preço da mercadoria, os demais 
captam essa alteração e ainda reagem alterando seu preço 
também. No mercado com muitos vendedores, ao contrário, 
não há alterações de preços.
Mercado atomizado: há grande quantidade de agentes 
cujas decisões individuais não influenciam as decisões dos 
agentes concorrentes. As empresas são tomadores de preços e, 
isoladamente, não conseguem influenciar o preço ditado pelo 
mercado. 
Mercado não atomizado: há poucos agentes cujas decisões 
terá influência sobre as decisões dos agentes concorrentes. As 
empresas são capazes de ditar os preços.
1.2 Natureza do Produto
Quanto à natureza das mercadorias, esta diz respeito ao 
fato de os bens e serviços negociados poderem ser idênticos 
ou diferenciados. 
Se as mercadorias negociadas no mercado são idênticas, 
então, existem substitutos a elas. Nesse tipo de mercado, o 
produto é considerado homogêneo, ou seja, todas as empresas 
do mercado produzem exatamente o mesmo produto, 
portanto, eles são substitutos perfeitos.
Exemplos de mercado homogêneo: mercado de água 
mineral sem gás, floriculturas, commodities, cimento etc.
Quando as mercadorias são diferenciadas, os compradores 
irão preferir uma delas em detrimento das demais. A 
diferenciação do produto ocorre quando existir preferência do 
agente por um produto em detrimento aos demais disponíveis 
no mercado, embora todos possam, em princípio, atender a 
mesma finalidade. 
A diferenciação entre os produtos pode ser percebida 
pelo consumidor graças às características físicas como forma, 
durabilidade, cor, qualidade, tipo de embalagem, condições de 
uso etc.
O consumidor também percebe a diferenciação devido 
à imagem que o produto lhe transmite, por exemplo, se tem 
uma imagem masculina ou feminina ou ainda se sua marca 
(etiqueta) traz uma imagem de prestígio e status social.
1.3 Barreiras à Concorrência
Finalmente, quando analisamos a existência ou ausência 
de barreiras à entrada de novas firmas concorrentes no 
mercado, devemos levar em consideração o tamanho das 
empresas existentes, o tipo de produto negociado e também 
o nível tecnológico e de investimentos necessário para a boa 
atuação da empresa no mercado.
O entendimento de cada um desses elementos se tornará 
fácil à medida que estudarmos cada tipo de estrutura de 
mercado, suas principais hipóteses e características.
Veremos nesta aula como as firmas que trabalham em 
determinado mercado decidem quanto produzir de cada 
mercadoria, partindo-se da hipótese de que o objetivo das 
empresas é obter o máximo de lucro possível.
A decisão de quanto produzir para obter o lucro máximo 
não depende apenas dos custos de produção, mas também do 
poder de mercado que a firma tem. 
Por exemplo: uma grande firma que possua total poder 
de mercado poderá reduzir sua oferta visando ao aumento 
do preço de seu produto em proveito próprio. O mesmo não 
ocorre com as pequenas empresas sem poder de mercado. 
Tais afirmações parecem confusas à primeira vista, mas o 
entendimento ficará mais fácil ao longo do estudo desta aula.
2 A Estrutura Ideal de Mercado
A estrutura de mercado ideal é a chamada concorrência 
perfeita, a qual estudaremos nesta aula. 
A estrutura de mercado caracterizada por concorrência 
perfeita é uma formulação irreal, ou seja, uma concepção 
ideal, porque os mercados altamente concorrenciais não 
existem. Na realidade o que existe são apenas aproximações 
desse modelo de concorrência perfeita.
Mesmo assim, é muito útil que estudemos tal tipo de 
estrutura de mercado para que sejamos capazes de descrever 
e entender o funcionamento econômico das estruturas mais 
próximas da realidade e muito mais complexas.
O estudo das hipóteses e características de um mercado 
em concorrência perfeita é importante, pois nos permite 
construir um padrão de referência muito útil para entender e 
analisar o funcionamento concreto das demais estruturas de 
mercado (NUSDEO, 2008, p. 266).
2.1 Hipóteses de um Mercado em 
Concorrência Perfeita
No mercado em concorrência perfeita existem as 
firmas perfeitamente competitivas. Uma firma perfeitamente 
competitiva é aquele que considera o preço do produto que 
comercializa neste mercado como dado e sabe que não pode 
Economia Aplicada 36
controlá-lo ou influenciá-lo (VARIAN, 1993, p. 229).
Um mercado em concorrência perfeita se adéqua ao 
conjunto de hipóteses a seguir: mercado atomizado, produtos 
homogêneos, ausência de barreiras e transparência.
O mercado atomizado é composto de grande número de 
vendedores, firmas, produtores e empresas, os quais são tão 
pequenos em relação à dimensão do mercado que nenhum 
deles tem condições de isoladamente influenciar o preço do 
produto comercializado.
Cada firma participante deste mercado deve partir do 
pressuposto de que o preço de mercado não depende de seu 
próprio nível de produção, pois seja qual for a quantidade 
produzida, ela só poderá vendê-la a um preço: o preço será 
aquele vigente no mercado, por isso, dizemos que estas firmas 
são tomadoras de preço (VARIAN, 2003, p. 394). O preço é 
dado, e a empresa perfeitamente competitiva só precisará se 
preocupar com a quantidade a produzir.
Não existe habilidade das firmas para influenciar a 
procura de mercado através de mecanismos extrapreço, 
como propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos de 
comercialização etc. 
Definitivamente, todas as firmas existentes nesse 
mercado são tomadoras de preço.
Neste mercado, os produtos produzidos por todas as 
empresas são homogêneos (idênticos, iguais) e, portanto, 
substitutos perfeitos entre si (PINHO ; VASCONCELLOS, 
2004, p. 185). Assim, os compradores são indiferentes quanto 
a firma que fabricou o produto; já que eles são idênticos tanto 
faz comprar de uma firma ou de outra. Consequentemente, 
o produto com preço mais baixo será sempre preferido ao 
produto com preço mais elevado.
Existe livre acesso de qualquer empresa à produção 
do bem. Ou seja, sempre novas firmas podem entrar nesse 
mercado, tendo como único obstáculo o custo de produção.
Finalmente, a hipótese da transparência. Esta hipótese 
implica na existência de informação perfeita no mercado. Isto 
é explicado pelo fato de todas as firmas e os compradores 
saberem a que preço está sendo vendida cada unidade do 
produto. Além disso, eles conhecem também a quantidade 
de produto que cada empresa existente no mercado produz 
(VASCONCELLOS,2008, p. 96).
Dificilmente é possível enquadrar alguma atividade como 
um mercado em concorrência perfeita. O exemplo mais 
aproximado é o mercado da maioria dos produtos agrícolas.
No mercado agrícola, normalmente existe um grande 
número de produtores comercializando o mesmo produto 
e livre entrada e saída de produtores (embora essa livre 
mobilidade envolva sempre algum período de tempo).
2.2 Curva de Demanda da Firma 
em Concorrência Perfeita
Do ponto de vista das empresas competitivas, a curva de 
demanda é uma restrição, pois ela diz qual é o preço máximo 
que se pode cobrar por uma mercadoria, dado à quantidade 
que se pretende vender dela.
Sabemos que a curva de demanda é negativamente 
inclinada, mas se considerarmos a curva de demanda de uma 
firma individual em um mercado em concorrência perfeita, 
ela muda. 
Observe a figura abaixo.
Figura 01: Curva de Demanda da Firma em Concorrência Perfeita
A figura 01A mostra as curvas de oferta e demanda de 
mercado. O preço de mercado é determinado no ponto em 
que as duas curvas se cruzam. Esse ponto na figura é o ponto 
p*.
Para a firma em concorrência perfeita o preço é dado e ela 
não pode afetá-lo. Resta-lhe aceitar o preço dado no mercado 
p*.
A hipótese de que a firma, individualmente, seja incapaz de 
alterar o preço do produto tem uma consequência importante 
porque ela implica a curva com a qual a empresa se defronta. É 
a linha horizontal com altura igual ao preço de mercado, como 
mostrado na figura 01B.
Perceba também pela análise gráfica da figura 01B, que a 
firma acredita que se cobrar um preço acima do de mercado 
não venderá nada de seu produto, pois como os produtos são 
homogêneos, os consumidores comprarão o mesmo produto 
mais barato de outras firmas.
Por outro lado, se vendê-lo ao preço abaixo do de 
mercado ela terá toda a demanda do mercado a esse preço, 
o que seria irracional, pois ela pode vender o quanto quiser 
cobrando o preço de mercado. Não vale a pena cobrar menos, 
então (VARIAN, 2003, p. 395). Se vender a preço de mercado 
ela poderá vender a quantidade que desejar. 
Dessa forma, a curva de demanda de mercado é 
negativamente inclinada, mas a curva de demanda que a 
empresa individual em concorrência perfeita se defronta é 
horizontal.
A empresa em concorrência perfeita venderá qualquer 
quantidade se cobrar o preço vigente no mercado!
3 Mercado Monopolista
O monopólio é uma estrutura de mercado completamente 
oposta à concorrência perfeita que acabamos de estudar na 
aula anterior. 
Nesta seção analisaremos as hipóteses dessa estrutura 
de mercado, levando-se em consideração aqueles fatores 
determinantes de todas as estruturas de mercado que já 
estudamos na aula anterior. Estudaremos também alguns 
exemplos de mercado monopolista existentes na economia 
mundial.
3.1 Hipóteses de um Mercado 
Monopolista
37
Um monopólio existe quando apenas uma firma detém 
toda a produção de determinada mercadoria e esta não possui 
substitutos próximos.
Para haver monopólio é preciso que novas empresas que 
se sintam atraídas a entrar nesse mercado sejam afastadas, caso 
contrário não haveria mais somente uma firma e deixaria de 
ser monopólio. Em outras palavras, a existência do monopólio 
depende da existência de barreiras à entrada de concorrentes.
Entre as diversas barreiras à entrada de outras firmas 
podemos citar as barreiras legais, ou seja, quando fica 
determinado por lei que certo produto somente pode ser 
produzido por determinada empresa; é um monopólio legal. 
O caso das patentes seria um bom exemplo, já que a 
legislação da maioria dos países permite que a firma que 
desenvolveu e inventou determinado produto detenha seu 
monopólio durante certo período.
Outro tipo de monopólio legal é o caso da Petrobrás, que 
por lei detém o monopólio do refino e extração de petróleo 
no Brasil.
Outra barreira é o controle do fornecimento de matérias-
primas utilizadas na produção. O caso da Alcoa é um exemplo. 
A empresa detinha praticamente todas as minas de bauxita 
nos Estados Unidos, a matéria-prima básica da produção 
de alumínio. Por isso, monopolizava também a produção de 
alumínio.
Por último, existem as barreiras tecnológicas que 
beneficiam empresas de grande porte, com rendimentos 
crescentes de escala e dotadas de um processo de produção 
mais econômico. 
Dessa forma, ela é a única empresa que pode abastecer 
toda a demanda do mercado a um custo mais baixo do que 
o preço das eventuais firmas concorrentes. É o exemplo dos 
monopólios naturais, formados por uma firma gigantesca 
que atua em setores em que a oferta do mesmo produto por 
parte das firmas menores é mais cara para os consumidores. 
Sem chances de competir acabam sendo expulsas do mercado 
naturalmente.
Exemplos de monopólios são os serviços de telefonia, 
águas e esgotos e energia elétrica. Esse tipo de monopólio é 
estabelecido por concessão do setor público.
Quando existe somente uma firma no mercado é pouco 
provável que ela considere os preços como dados, como 
ocorre em concorrência perfeita (VARIAN, 2003, p. 435). Na 
qualidade de único produtor, se o monopolista decidir elevar 
o preço do produto ele não precisará se preocupar com os 
concorrentes que poderiam capturar todo o mercado caso 
cobrassem um preço menor.
Mesmo assim, a firma monopolista sabe que não pode 
elevar tanto o preço da mercadoria se seu objetivo for a 
maximização dos lucros, pois poderá sofrer queda nas vendas 
Dessa forma, para qualquer preço determinado pela firma, 
ela só venderá aquilo que o mercado puder comprar. Se o preço 
for muito alto a demanda dos consumidores será menor.
3.2 Lucro Normal e Lucro 
Extraordinário
No monopólio existe uma única firma e a entrada de 
outras alteraria a estrutura do mercado. É fácil concluir que o 
monopólio somente se mantém se a firma conseguir impedir a 
entrada de outras concorrentes. 
Diversos fatores contribuem para expulsar a concorrência 
e manter o monopólio, dentre eles podemos destacar:
• A dimensão reduzida do mercado, ou seja, poucos 
consumidores para o produto. Se o mercado de uma firma 
for reduzido, é provável que ele permaneça no regime de 
monopólio, mesmo auferindo lucros vantajosos. Isso ocorre 
na medida em que se outra firma entrar no mercado, como 
existe pouco mercado para o produto, o preço do produto 
poderá tornar-se tão baixo que as duas sofrerão prejuízo.
• A existência de patentes, que impede a produção de um 
dado produto por firmas concorrentes.
• A proteção oferecida por leis governamentais.
• O controle das fontes de suprimento de matérias-
primas para a produção de seu produto.
Tais fatores representam vantagens ao monopolista, 
pois ele pode apresentar lucro maior que outros setores. 
Nesse sentido, é interessante distinguir lucro normal e lucro 
extraordinário. 
• Lucro normal inclui a remuneração do empresário e o 
seu custo de oportunidade.
• Lucro extraordinário corresponde à situação do 
monopólio. A condição de único produtor permite ao 
monopolista auferir um lucro acima do lucro normal.
Contudo, é pouco provável que um monopólio se 
perpetue no longo prazo, já que as patentes tornam-se 
obsoletas, novos e mais refinados produtos são desenvolvidos 
por outras firmas, matérias-primas substitutas tornam-se 
disponíveis devido à constante inovação tecnológica e às 
descobertas.
Adicionalmente, no longo prazo o desenvolvimento 
tecnológico dá origem à produção de novos métodos e 
técnicas que determinam o surgimento de novos produtos de 
melhor qualidade e substitutos daqueles bens anteriormente 
monopolizados.
A manutenção do monopólio no longo prazo 
somente é possível quando este é garantido por meio de 
leis governamentais. O governo pode estabelecer alguns 
instrumentos capazes de exercer certo controle sobre o poder 
do monopólio, por exemplo, a regulamentação do preço do 
produto e a imposição fiscal.
3.3 Custo Social do Monopólio
É fato que o monopólio implica em preços mais altos e 
quantidades de produto mais baixas em relação aomercado 
em concorrência perfeita, ou seja, os consumidores pagam 
mais caro pelo produto e compram menos dele. Neste tipo de 
estrutura de mercado, os consumidores estão em pior situação 
e as empresas em melhor situação do que no mercado em 
concorrência perfeita (VARIAN, 2003, p. 443).
Além dos preços abusivos, com um único produtor 
acaba havendo ineficiência por parte da firma monopolista e 
até falta de estímulo para melhoria dos métodos produtivos.
Outra desvantagem do monopólio é a limitação que 
este impõe aos consumidores quanto às oportunidades de 
compra e escolha. A conclusão a que se pode chegar é que 
a existência de monopólio ocasiona uma piora do bem-estar 
dos consumidores e uma melhoria da situação da empresa.
Na ausência de concorrência os preços dos produtos 
Economia Aplicada 38
são mais elevados e a qualidade é inferior. Esse é o custo do 
monopólio!
4 Mercado Oligopolista e Mercado 
Monopolisticamente Competitivo
Nesta seção estudaremos dois tipos de estrutura de 
mercado consideradas intermediárias entre a concorrência 
perfeita e o monopólio: o oligopólio e a concorrência 
monopolística.
Nesta seção analisaremos as hipóteses dessas estruturas 
de mercado. Estudaremos também alguns exemplos de 
mercado oligopolista e monopolisticamente competitivo na 
economia mundial.
Oligopólio
4.1. Hipóteses
O oligopólio é caracterizado como uma estrutura 
de mercado em que um pequeno número de vendedores 
concorrentes entre si controla a oferta de determinada 
mercadoria, a qual pode ser homogênea ou diferenciada. 
A indústria automobilística e a indústria de bebidas são 
exemplos de oligopólio, mas na primeira há um pequeno 
número de grandes empresas dominando o mercado e na 
segunda há uma grande quantidade de empresas, mas poucas 
dominam o mercado (VASCONCELLOS, 2008, p. 99).
O que importa é que apenas poucas empresas são as 
responsáveis pela maior parte ou pela totalidade da produção 
dessa mercadoria.
Além disso, existem barreiras que dificultam a entrada de 
novas firmas nesse mercado. Essas barreiras surgem porque 
as poucas firmas existentes são grandes tanto fisicamente 
como financeiramente e tecnologicamente, o que faz com 
que seja necessário que a firma que deseja entrar no mercado 
também detenha tal poderio para poder concorrer com as 
poderosas já existentes.
As firmas presentes nesse mercado devem ter uma 
estratégia de produção que envolve a definição do preço a 
ser cobrado e a quantidade a ser produzida. Quando uma 
firma decide a respeito de preços e quantidades, ela pode já 
conhecer as escolhas feitas pelas outras firmas.
Em oligopólio as firmas podem fixar as quantidades 
e os preços entre si, por meio de conluios ou cartéis 
(VASCONCELLOS, 2008, p. 99). Pode também haver uma 
situação em que uma empresa estabelece seu preço antes 
das demais, ela será a firma líder de preço e as demais serão 
as seguidoras. Do mesmo modo, uma firma pode escolher 
a quantidade que produzirá antes das outras e neste caso, 
ela será a líder de quantidade e as demais firmas serão as 
seguidoras.
São exemplos de oligopólios a indústria de automóveis, a 
indústria de tratores, a indústria de medicamentos veterinários, 
serviços de transporte aéreo e rodoviário, setores químico e 
siderúrgico, entre outros.
A indústria automobilística é um ótimo exemplo de 
mercado oligopolizado. As firmas que compõe esse mercado 
realmente são fisicamente grandes, investem pesadamente em 
tecnologia, são muito bem supridas de capital para manter sua 
estrutura e seus investimentos e, ainda, suas marcas são muito 
famosas no mercado. É o caso da Ford, Fiat, GM, Volkswagen 
entre outras.
Concorrência Monopolística 
4.2. Hipóteses
Um mercado monopolisticamente competitivo é bem 
semelhante ao mercado perfeitamente competitivo, pois em 
ambos existem muitas empresas e a entrada de novas firmas 
não é limitada.
Porém, ele difere da concorrência perfeita, pois nesse 
mercado os produtos são diferenciados entre si. A diferenciação 
de produtos pode ocorrer pelas características físicas, pela 
embalagem, ou pela forma como cada empresa promove suas 
vendas. Aí entram a propaganda, o atendimento ao cliente, o 
fornecimento de brindes, a manutenção do produto etc.
 
Quadro 01: Resumo das Características
Características Concorrência
 perfeita
Monopólio Oligopólio Concorrência
Monopolística
1. Quanto ao 
numero de 
empresas
Muito grande Só há uma 
empresa
Pequeno Grande
2. Quanto ao 
produto
Homogênio
Não há 
quaisquer 
diferenças
Não há 
substitutos 
próximos
Pode ser 
homogênio 
ou diferen-
ciado
Diferenciado
3. Quanto ao 
controle de 
empresas so-
bre os preços
Não há pos-
sibilidades 
de manobras 
pelas empre-
sas
As empre-
sas tem 
grande 
poder para 
manter 
preços re-
lativamente 
elevados-
sobretudo 
quando 
não há in-
tervenções 
restritivas 
do governo 
(leis anti-
trustes)
Embora 
difi cultado 
pela inter-
dependêcia 
entre as 
empresas, 
essas ten-
dem a for-
mar cartéis 
controlando 
Preços e 
cotas de 
Produção
Pouca mar-
gem de ma-
nobra, devido 
à existência 
de substitutos 
próximos
4. Quanto a 
concorrência 
extrapreço 
(promoções, 
atendimento, 
propagan-
da,pós-ven-
da,etc)
Não é possi-
vel nem seria 
efi caz
A empresa 
geralmente 
recorre a 
campanhas 
institucio-
nais, para 
salvaguar-
dar sua 
imagem
É intensa, 
sobretudo 
quando há 
diferen-
ciação do 
produto
É intensa 
exercendo-se 
pelas diferen-
ças fi scais, de 
embalagens 
e prestação 
de serviços 
complemen-
tares
5. Quanto as 
condições de 
ingresso na 
indústria
Não há 
barreiras
Barreiras 
de acesso 
de novas 
empresas
Barreiras 
de acesso 
de novas 
empresas
Não há barrei-
ras 
Cada empresa vende uma marca ou uma versão de um 
produto que difere em termos de qualidade ou aparência e 
cada empresa é a única produtora de sua própria marca. E por 
39
uma razão ou outra, os consumidores veem a marca de cada 
empresa como algo diferente e que a distingue das demais.
O desodorante Nívea é diferente do desodorante da 
marca Dove. A diferença está na imagem que o consumidor 
tem sobre a eficiência de cada um deles e na confiança que 
eles depositam no produto. E assim, aqueles consumidores 
que confiam mais na eficiência do desodorante Nívea estão 
dispostos a pagar mais por ele.
A Beiersdorf S.A. é a única produtora do Nívea. Ela tem 
poder de monopólio na produção desse desodorante. Mas 
seu poder de monopólio é limitado, já que os consumidores 
podem substituir o Nívea pelo Dove, caso o preço do primeiro 
fique muito alto. 
Embora os consumidores prefiram Nívea e estejam 
dispostos a pagar mais por ele, não querem pagar um valor 
muito alto.
Nessa estrutura, cada firma tem certa dose de poder sobre 
a fixação de preços, mas não totalmente, pois a existência de 
substitutos próximos permite que os consumidores tenham 
alternativas para fugir de aumentos de preços.
Exemplos de mercado em concorrência imperfeita são os 
vendedores de diferentes marcas de cigarros, de sabonete, de 
refrigerantes e de roupas.
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar essa 
aula, vamos recordar:
1 – Introdução
Conhecemos os fatores que determinam os tipos de 
estrutura de mercado.
2 – A estrutura Ideal do Mercado
Estudamos a estrutura de mercado ideal: concorrência 
perfeita. Nesta seção analisamos as hipóteses dessa estrutura 
de mercado. Analisamos também a curva de demanda e de 
oferta de uma empresa em concorrência perfeita, bem como a 
maximização de seus lucros.
3 – Mercado Monopolista
 Estudamos as hipóteses e características do monopólio. 
Analisamos também a curva de demanda e de oferta da firma 
monopolista, bem como a maximização de seus lucros.
4 – Mercado Oligopolista e Mercado 
Monopolisticamente Competitivo 
Estudamos as hipóteses e características do oligopólio e 
da concorrência monopolística.
VASCONCELLOS, M. A. S. de; Oliveira, R. G. de. 
Manual de Microeconomia. 2ª edição. São Paulo: editora Atlas, 
2009.
PINHO,Diva Benevides & VASCONCELLOS, Marco 
A. Sandoval de. Manual de Economia. 5ª edição. São Paulo: 
Saraiva, 2004.
Vale a pena ler
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