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2ºAula Orçamento público Olá, turma! Nesta aula iremos aprender sobre orçamento público, o ciclo orçamentário e os instrumentos de planejamento, necessários à elaboração de planos e estudos para investimentos num exercício financeiro. Durante a leitura desta aula é recomendado que tenham sempre a mão um dicionário e/ou outros materiais de pesquisa para eliminação de eventuais dúvidas sobre o assunto discutido. Se ao final desta aula tiverem dúvidas, vocês poderão saná-las por meio das ferramentas “fórum” ou “quadro de avisos” e “chat”. Bom trabalho! Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, o aluno será capaz de: • saber o conceito de orçamento público; • conhecer a história do orçamento público; • entender quais são os princípios para a elaboração de um orçamento; • identificar o ciclo que o orçamento passa da sua elaboração até avaliação; • conhecer o Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual. Contabilidade Pública 10 Seções de estudo 1 - Orçamento Público 2 - Ciclo Orçamentário Atenção! Você sabia que modernamente o princípio da unidade vem sendo denominado princípio da totalidade? 1 - Orçamento Público 2 - Ciclo Orçamentário 3 - Instrumentos de Planejamento Segundo Edilson Oliveira Julião (2001, p. 19): O conceito de orçamento ainda não foi plenamente identifi cado. Pode ser considerado orçamento o ato em que o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo por certo período a utilizar as despesas destinadas ao funcionamento do serviço público, assim como arrecadar receitas previstas em lei. Esse entendimento é possível de ser discutido; entretanto, poderíamos resumir orçamento público como sendo a previsão da receita e a fi xação da despesa para determinado exercício fi nanceiro. Kohama (2000) conceitua Orçamento Público como sendo “o instrumento utilizado para a viabilização financeira e conseguintemente materialização do conjunto de ações e objetivos que foram planejados visando ao melhor atendimento e bem estar da coletividade” Portanto, o Orçamento Público evidencia a política econômico-financeira do governo, constituindo-se num instrumento útil e fundamental para a gestão administrativa, demonstrando toda e qualquer ação governamental. História do Orçamento Público Segundo a imensa maioria dos estudiosos da área, um dos marcos fundamentais para a origem do orçamento público ocorreu no século XIII. Mais precisamente em 1215, na Inglaterra, ele remonta ao momento em que a Carta Magna foi imposta ao rei João Sem-Terra (Jhon Lacklend) pelos senhores feudais, objetivando limitar os poderes de arrecadação do rei e definir a forma de realização dos gastos. Já nos Estados Unidos, a Declaração de Direitos do congresso da Filadélfia, elaborada em 1787, foi que implantou a exigência da prática orçamentária. Poucos anos depois, a Constituinte da França de 1789, resultante da Revolução Francesa, consagrou o princípio de que a “votação das receitas e despesas seria atribuição dos representantes da nação”. No Brasil, a origem do orçamento está ligada ao surgimento do governo representativo, sendo que a nossa primeira lei data de 1827. Vale, todavia, mencionar que a Constituição do Império de 1824 já trazia disposições ainda que de forma indireta, à respeito da matéria em seu artigo 172: O Ministro de Estado da Fazenda, havendo recebido dos outros Ministros os orçamentos relativos às despesas das suas repartições, apresentará na Câmara dos Deputados anualmente, logo que estiver reunida, um balanço geral da receita e despesa do Tesouro Nacional do ano antecedente, e igualmente o ano futuro, e da importância de todas as atribuições, e rendas públicas. Princípios Orçamentários O Orçamento Público funciona como instrumento de controle do governo, subordinando-se a regras ou princípios orçamentários. A Lei n. 4320/64, em seu art. 02°, torna obrigatória, no Brasil, a obediência aos princípios da unidade, universalidade e anualidade. Princípio da unidade - deve haver um único orçamento para o exercício financeiro, para se ativar a duplicação de funções ou mesmo a ocorrência paralela. É bacharel em Ciências Contábeis pela Pontifícia Universidade Católica do RS pós-graduado em Administração e Planejamento para Docentes pela Universidade Luterana do Brasil. É professor de Administração Financeira e de Contabilidade Pública nas Faculdades Integradas de Campo Grande – FIC UNAES Princípio da universalidade - o orçamento deve conter todos os aspectos do programa (receitas e despesas) referentes aos poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da Administração Direta, Indireta, além de Fundações instituídas pelo Poder Público. Princípio da anualidade - também chamado de princípio da periodicidade, traduz que as previsões da receita e despesa devem referir-se sempre a um período limitado de tempo, que denomina exercício financeiro. O exercício financeiro coincide com o ano civil: de 01 de janeiro a 31 de dezembro. Outros princípios orçamentários Além dos três princípios já mencionados, diversos autores elencam outros princípios que derivem do entendimento da Constituição Federal e das leis que normatizam os projetos de orçamento público. Princípio da exclusividade - esse princípio avaliará todos os assuntos referentes a orçamento, sendo vetado conterem matérias estranhas a ele. Princípio da especificação - o objetivo principal desse princípio é vedar as autorizações globais, devendo a despesa ser classificada com um nível de detalhamento que facilite a análise por parte das pessoas. Princípio da publicidade - esse princípio determina que o conteúdo orçamentário seja divulgado pelos veículos oficiais de comunicação/divulgação, para conhecimento público e eficácia de sua validade, bem como sua transparência. Princípio do equilíbrio - esse princípio prevê a igualdade entre a previsão da receita e a fixação da despesa a cada exercício financeiro. Princípio da clareza - o orçamento deve ser elaborado de forma clara, completa e ordenado, de modo a possibilitar sua fácil compreensão. Embora o orçamento seja feito anualmente, não pode ser executado isoladamente, pois sofre influência de períodos anteriores e serve como base para períodos futuros. Por isso, deve-se levar em consideração o ciclo orçamentário, que constitui uma seqüência de passos a serem seguidos no processo orçamentário: Elaboração - Consiste em definir metas a serem atingidas para determinado período, de acordo com a Lei 11 3 - Instrumentos de Planejamento A LDO deverá conter o anexo de Metas Fiscais e de Riscos Fiscais. No anexo de Metas serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas à receita, despesa, resultado nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, ou seja, para 03 exercícios. O Presidente da República poderá encaminhar mensagem ao Congresso Nacional, propondo modifi cações no projeto de lei do PPA, enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista, da parte cuja alteração é proposta. Caso o Presidente da República se omita, deixando de encaminhar o projeto de lei de orçamento ao Congresso Nacional, pode, qualquer parlamentar apresentar esse projeto de lei? Não, essa competência é exclusiva do Presidente da República. A proposta apresentada por parlamentar caracteriza inconstitucionalidade formal. de Diretrizes Orçamentárias, além dos cálculos dos recursos humanos, materiais e financeiros que serão empregados para a concretização do objeto. O poder Executivo é que tem a tarefa de enviar o projeto de Lei Orçamentária ao Poder Legislativo, dentro dos prazos estabelecidos na Constituição. Estudo e aprovação - Esta fase compreende a análise, a revisão e a interpretação da proposta orçamentária, cuja competênciacai sobre o Poder Legislativo. Em tese, a proposta orçamentária transmite todas as necessidades e anseios da sociedade. Cabe ao Poder Legislativo, a tarefa de analisá-la e interpretá-la, objetivamente, para que se possa aproveitar todos os pontos positivos e revisar os pontos críticos expostos na proposta parcial, em tempo hábil, para a sanção do Chefe do Poder Executivo. Execução - É nessa fase do Ciclo Orçamentário que irão se concretizar todos os planos do programa orçamentário, bem como a realização dos objetivos aspirados ao das metas planejadas para a administração pública no exercício que se segue. Com a fixação dos limites com os quais o Poder Executivo poderá contar, surge então uma tarefa: a aprovação de um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária ficará autorizada a utilizar. Isso é muito importante na descentralização da gestão administrativa dos créditos orçamentários. A fixação dessas cotas tem por finalidade delegar limites em um período predeterminado para que cada unidade executora possa realizar empenhos ou efetuar pagamentos de despesas. Outro fato importante é que, com esses limites preestabelecidos, facilita-se a programação dos dispêndios, assim como sua liquidação e pagamento. Avaliação - A avaliação refere-se à organização, aos critérios e trabalhos a julgar o nível dos objetivos fixados o orçamento e as modificações nele ocorridos durante a execução; à eficiência com que se realizam as ações empregadas para tais fins e o grau de racionalidade na utilização dos recursos correspondentes. A constatação do que realizar e do que deixar de fazer, não pode, como é óbvio, restringir-se somente ao julgamento “a posteriori”, ela deve ser ativa. A avaliação impõe a necessidade de um sistema estatístico, cuja informação básica se obtém em cada uma das repartições ou órgãos. De posse dos dados coletados, o grupo de avaliação orçamentária deve elaborar tabelas, calcular indicadores e apresentar informações periódicas para uso e tomada de decisão dos dirigentes das unidades executoras. A Constituição Federal instituiu que as leis de iniciativa do Poder Executivo, estabelecerão: O Plano Plurianual (PPA). Com o crescimento populacional, há necessidade de o Governo criar formas para atender ao aumento da demanda e continuar com os serviços já existentes, renovando e atualizando seus equipamentos. Para tanto, é necessária a elaboração de planos e estudos para esses investimentos, conforme a prioridade do Governo, o que irá exceder num exercício financeiro. A esses planos e estudos denominamos Plano Plurianual, o qual será instituído por lei e estabelecerá, de forma regionalizada, os objetivos e metas da Administração Pública de duração continuada. 1º Ano de mandato: Chefe do executivo governa com a proposta – PPA, de s-eu antecessor e elabora e encaminha o seu PPA para os próximos 04 anos. 2° Ano de mandato: Chefe do exe- cutivo traalha com seu PPA, aprovado pelo Legislativo. 1° ano de prática de seu planeja- mento. 3º Ano de mandato: Idem ao 2º ano de mandato. 4º Ano de mandato: Idem ao 2º ano de mandato. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que conterá as metas e prioridades da Administração Pública, incluindo as despesas de capital para o exercício seguinte, as orientações para a elaboração da lei orçamentária, a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, o equilíbrio entre receita e despesa e os riscos e metas fiscais previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000). A Lei Orçamentária Anual (LOA), que abrangerá o orçamento fiscal que se refere aos poderes da União; o orçamento de investimentos, que se refere às empresas em que a União mantém maioria do capital social com direito a voto e orçamento de seguridade social, que se refere a todas as entidades e órgãos vinculados à União. A lei Complementar nº 101/ 00 prevê que nenhum beneficio relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio. Retomando a aula Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar essa aula, vamos recordar: Contabilidade Pública 12 ARAUJO, Inaldo P. Santos; ARRUDA, Daniel. Contabilidade Pública da Teoria a Prática. São Paulo: Saraiva, 2004. KOHAMA, Hélio. Balanços públicos. São Paulo: Atlas, 2000. JULIÃO, Edílson Oliveira. Entendendo a contabilidade pública. Campo Grande: Sólivros, 2001. Vale a pena Vale a pena ler 1 - Orçamento Público O orçamento público é uma ferramenta para todos os gestores nas esferas federal, estadual e municipal, para um bom desempenho nas suas atividades governamentais, onde temos que obedecer a vários princípios e conceitos. 2 - Ciclo Orçamentário Aqui aprendemos como é feito o orçamento e seus primeiros passos para sua elaboração até a sua aprovação. 3 – Instrumentos de Planejamento Os instrumentos de um bom planejamento passam pelo Plano Plurianual, pela Lei de Diretriz Orçamentárias e pela Lei Orçamentária Anual, que são as ferramentas de planejamento de um orçamento. <http://www9.senado.gov.br/portal/page/portal/ orcamento_senado> <http://www.brasil.gov.br/sobre/o-brasil/governo/ orcamento-da-uniao> < h t t p : / / p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i / Contabilidade_p%C3%BAblica> Vale a pena acessar Minhas anotações
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