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Direito Tributário I - Aulas 37, 38, 39 e 40

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DIREITO TRIBUTÁRIO I / AULAS 37, 38, 39 e 40 / PROFª ALINE AMARO CORREIA 
10. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
 
POLO PASSIVO O T POLO ATIVO 
 
Atenção: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA: 
- Sentido Amplo (“lato”): CONTRIBUINTE + RESPONSÁVEL 
- Sentido restrito (“stricto”): RESPONSÁVEL 
Pergunta-se: Por qual razão surge o dever de pagar? 
Resposta: parágrafo único do art. 121 CTN: 
- inc. I:o dever de pagar decorre da prática do FG: 
- inc. II: o dever de pagar NÃO decorre da prática do FG. Surge porque o sujeito é um terceiro 
eleito pela lei, como RESPONSÁVEL: pessoa vinculada ao FG. Não pratica o FG. 
Resumindo: 
 Tem relação direta 
 e pessoal com o FG? 
 
 
10.1 ASPECTOS GERAIS DA SUJEIÇÃO PASSIVA 
- art. 123, CTN: as convenções particulares não produzem efeitos perante a Administração 
Pública (Fisco). Ex: normalmente convenciona-se, em contrato particular de locação, que o 
IPTU será pago pelo locatário, porém o fato não pode ser oposto à Fazenda Pública, pois 
convenção privada não pode sobrepor à lei que, no caso, estabeleceu como sendo o sujeito 
passivo da obrigação tributária, o proprietário (locador). 
Ressalva: “salvo disposição de lei em contrário” (caráter excepcional). 
SUJEITO 
PASSIVO DA 
OT 
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- art. 126, CTN: Capacidade Tributária Passiva – é o poder de figurar no polo passivo de uma 
relação jurídica tributária. 
 Capacidade Tributária Passiva 
 
 PESSOA FÍSICA PESSOA JURÍDICA 
 Independe: Independe: 
- idade: ex. criança contribuinte; - regular constituição (ex. sociedade 
- capacidade civil: ex. interdição de fato deve contribuir com IR...) 
 
10.2 MODALIDADES DE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA RESTRITA 
- Sujeito passivo tem uma relação indireta com o FG. 
(Responsável Tributário – sujeito passivo tem uma relação indireta com o FG) 
A) Por SUBSTITUIÇÃO: art. 128 CTN 
 
B) Por TRANSFERÊNCIA: 
• B.1) Por SOLIDARIEDADE: arts. 124 e 125 CTN 
• B.2) Por SUCESSÃO: arts. 129 a 133 CTN 
• B.3) De TERCEIROS: art. 134 CTN 
 
A) RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO (1º Grau / Originária) 
- O substituto exige ou retém do contribuinte o montante do tributo. 
- É um facilitador do recolhimento. 
Conceito: o substituto tributário é o terceiro que a lei obriga a apurar o montante devido e 
cumprir a obrigação de pagamento do tributo “em lugar” do contribuiente. 
- Geralmente para “IR” e “ICMS”: 
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✓ No caso do IR: 
o Empregador: IRRF - renda do empregado (substituído). 
o CEF: IR sobre o prêmio da loteria (ganhador – substituído). 
o Fundos Previdência Privada: IR (fonte) e repassar à União. 
 
✓ No caso ICMS: 
o Laticínio: ICMS devido pelo produtor rural na comercialização do leite 
cru. 
o Usina: ICMS devido pelo produtor rural na comercialização da cana em 
caule. 
 
No ICMS a substituição pode ser REGRESSIVA ou PROGRESSIVA. 
SUBSTITUTO FG SUBSTITUTO 
 
Substituição progressiva Substituição regressiva 
(p/ frente – antecipação do pgto) (p/ trás – postergação do pgto) 
 Prevista na CF, art. 150, § 7º. Ex: FG – comercialização leite cru: 
Ex: veículos novos, ao deixarem a indústria laticínio substituto tributário 
em direção às concessionárias, o ICMS já é 
Recolhido antes da ocorrência do FG ulterior – 
venda do bem na loja. Também ocorre com cigarros, 
bebidas, refrigerantes,,, 
Explicando a substituição progressiva: 
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ESTUDO DE CASO 
Prova da 2ª Fase da OAB, em Tributário, XXIV exame. 
A indústria Alfa vende bebidas para o supermercado Beta, que, por sua vez, revende-as a 
consumidores finais, sendo certo que todas as operações ocorrem dentro dos limites do estado 
ABC, em cuja capital estão domiciliadas as duas sociedades empresárias. No estado ABC tem 
vigência a Lei Ordinária nº 123, que prevê a indústria como substituta tributária do ICMS 
incidente nas operações subsequentes. Em abril de 2017, o estado ABC exigiu de Alfa todo o 
tributo incidente sobre a cadeia produtiva descrita. Assim, Alfa pagou o ICMS incidente na 
operação própria (a venda que fez ao supermercado Beta) e também na operação subsequente 
– isto é, o ICMS que incidiria na operação entre o supermercado Beta e os consumidores finais. 
Dessa forma, para a verificação do valor a ser pago, o ICMS foi calculado sobre o valor 
presumido de venda da mercadoria ao consumidor final. Ocorre que, para surpresa da indústria 
Alfa, o supermercado Beta, que sempre vendeu as bebidas produzidas por Alfa pelo valor de 
R$ 16,00 (dezesseis reais), resolveu, diante da crise econômica, comercializar as bebidas por 
R$ 14,00 (catorze reais). Com isso, a indústria Alfa entendeu que a base de cálculo do imposto 
foi inferior àquela que havia sido presumida, razão pela qual, na prática, pagou, como 
contribuinte substituto, um valor de ICMS maior do que aquele que seria realmente devido. 
Diante disso, e em razão de a indústria Alfa e o supermercado Beta serem clientes do mesmo 
escritório X, as duas sociedades empresárias lhe expuseram os fatos narrados acima. Na 
qualidade de advogado(a) do escritório X, redija a medida judicial adequada para condenar o 
Estado ABC a restituir, em espécie, o valor do tributo pago a mais. (Valor: 5,00) 
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Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 Gabarito Comentado 
 O examinando deverá elaborar a petição inicial de uma Repetição de Indébito, uma vez que se 
pretende a restituição do ICMS pago a maior. A ação declaratória não satisfaz o interesse do 
cliente, visto que o objetivo não é evitar o lançamento do crédito tributário e sim restituir o que 
foi pago a mais. Não há discussão sobre inexistência ou existência de relação tributária do 
contribuinte com o fisco. Tampouco é cabível a ação anulatória, visto que não há lançamento a 
ser anulado. Também não é possível cogitar de Mandado de Segurança, que é inviável para 
obter restituição em espécie. A ação de repetição de indébito deverá ser endereçada à Vara 
Cível (ou Vara de Fazenda Pública) da comarca da capital do estado ABC. O autor da ação é o 
supermercado Beta e o réu é o estado ABC. A legitimidade de Beta, como contribuinte 
substituído, está prevista no Art. 10 da Lei Complementar nº 87/1996. 
O examinando deve argumentar que a base de cálculo do ICMS é o valor estimado de 
comercialização da mercadoria ao consumidor final, conforme critérios definidos pelo Art. 8º 
da Lei Complementar nº 87/1996. Deve demonstrar conhecer o comando constitucional 
segundo o qual o contribuinte terá direito à restituição do valor já pago caso o fato gerador 
presumido não se concretize (Art. 150, § 7º, parte final, da CRFB/88). Deve, por fim, ponderar 
que a restituição é cabível se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida, 
conforme entendimento pacificado pelo STF. Por fim, deve requerer a procedência do pedido 
para que sejam restituídos os valores pagos a mais. 
(RE 593.849/2016) 
Com base no mesmo enunciado, pode-se afirmar que, EXCETO: 
a) a base de cálculo do ICMS é o valor estimado de comercialização da mercadoria ao 
consumidor final, conforme critérios definidos pelo Art. 8º da Lei Complementarnº 
87/1996. 
b) existe o comando constitucional segundo o qual o contribuinte terá direito à restituição 
do valor já pago caso o fato gerador presumido não se concretize. 
c) a restituição é cabível se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida, 
conforme entendimento pacificado pelo STF. 
d) No caso não cabe restituição, pois trata-se de substituição tributária progressiva. 
Ver art. 150, §7º da CF, que autoriza a substituição. Também Lei Kandir, Art. 6º, §1º (LC 
87/96) 
 
B) RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA (2º Grau / Derivada) 
Ocorre quando TERCEIRA pessoa ocupa o lugar do contribuinte, após surgir a OT. Esse 
terceiro é o “responsável tributário” na modalidade transferência. 
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TRANSFERÊNCIA: 
• B.1) Por SOLIDARIEDADE: arts. 124 e 125 CTN 
• B.2) Por SUCESSÃO: arts. 129 a 133 CTN 
• B.3) De TERCEIROS: art. 134 CTN 
 
 
B.1) Por SOLIDARIEDADE: arts. 124 e 125 CTN 
- Mínimo 2 sujeitos passivos. Ambos tem relação 
pessoal e direta com o FG, enquadrando-se na definição 
legal de CONTRIBUINTE, e não na de 
RESPONSÁVEL. 
- São devedores na integralidade do tributo. Isto é, cada 
um deles individualmente deve o valor. 
- Não há benefício de ordem (ordem pré-estabelecida pela lei para a cobrança do tributo. O 
Fisco cobra de qualquer dos coobrigados, ou de todos, o cumprimento da OT) - parágrafo único, 
art. 124 CTN. 
 
 Art. 124 CTN: A SOLIDARIEDADE pode ser: 
✓ Inc I: NATURAL (de fato): devedores realizam conjuntamente o FG. 
Ex: imóvel urbano com mais de um proprietário – solidários ao IPTU. 
 
✓ Inc. II: LEGAL (de direito): por determinação da lei. 
Ex: encerramento de sociedade – sócios serão solidários quanto aos débitos fiscais (art. 
134, VII CTN). 
 
✓ - parágrafo único: não há benefício de ordem 
Obs: a responsabilidade pode ser: 
-SOLIDÁRIA: responsabilidade 
direta pela obrigação. 
-SUBSIDIÁRIA: “reserva”: 
pressupõe o exaurimento da 
obrigação do devedor principal. 
 
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* Art. 125 CTN: Outros efeitos da SOLIDARIEDADE: além do parágrafo único, art. 124 
CTN. 
✓ Inc. I: PAGAMENTO – feito por um dos devedores, beneficia todos os demais. 
 
✓ Inc. II: ISENÇÃO/REMISSÃO: benefício fiscal concedido a um dos devedores, 
beneficia os demais. 
 
Isenção: dispensa legal do tributo 
Remissão: perdão dívida tributária, por meio da 
lei. 
 
 
Ex: Isenção de IPTU. Imóvel de propriedade de A, B e C. 
OBJETIVA (real) SUBJETIVA (pessoal) 
Uma lei que isente do IPTU imóveis com 
área inferior a 40m² e valor venal de até $ 
20 mil reais. 
 
 
 
 
 
 
A, B e C serão beneficiados 
 
Isenção IPTU para maiores de 80 anos. 
A – tem 50 anos: não alcança 
B – tem 34 anos: não alcança 
C – tem 80 anos: alcança 
 
 
 
 
 
A e C serão responsáveis solidariamente 
pelo pagamento dos 60% restantes. Essa 
é a ressalva do inc. II, art. 125 CTN. O 
benefício fica concentrado na pessoa que 
o recebeu, não se estendendo aos demais. 
 
 
✓ Inc III: PRESCRIÇÃO – a interrupção a favor ou contra um dos devedores favorece ou 
prejudica os demais (ver arts. 169 e 174 CTN). 
- REMISSÃO: remitir – perdoar 
dívida. 
- REMIÇÃO: remir – adquirir de 
novo (conservar no patrimônio). 
Esta Foto de Autor Esta Foto de Autor 
http://gartic.com.br/liviamaya/desenho-jogo/1267498886
https://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/
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B.2) Por SUCESSÃO: arts. 129 a 133 CTN 
FG ---------OT ------------ “EVENTO*” ---------transfere a sujeição passiva a um 
RESPONSÁVEL designado pela lei. 
* evento pode ser morte, sucessão empresarial, sucessão na aquisição de bens... 
* Art. 129 CTN: as obrigações por ventura existentes à época da sucessão se transferem ao 
sucessor. 
 
* Art. 130 CTN: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA NA AQUISÃO DE BENS 
IMÓVEIS. 
Regra: a responsabilidade relativa aos bens adquiridos é do adquirente. 
 
___________________________________________________________________________ 
 
Obs: o mesmo aplica-se às taxas e contribuições de melhoria. 
 
- Parte final, art 130 CTN: SUB-ROGAÇÃO PESSOAL 
Os débitos são transferidos ao adquirente, independentemente do valor do bem. 
 
 
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 Obs: na sub-rogação real, tem-se a responsabilidade limitada ao valor do bem. 
Ex: parágrafo único, art. 130 CTN. 
 
Exceções à regra do art. 130 CTN: afastam a responsabilidade pessoal: 
✓ “salvo” (final do ‘caput’): o adquirente não será responsabilizado quando constar na 
escritura de transmissão de propriedade a menção à Certidão Negativa, expedida pela 
Fazenda. 
 
✓ parágrafo único, art. 130 CTN: imóvel adquirido em hasta pública (leilão). Aqui será 
sub-rogação real (o débito fica limitado ao valor do imóvel). O arrematante não é 
responsável nem quando o preço é insuficiente para cobrir o débito, recebendo o bem 
livre de ônus tributário. 
 
* Art 131 CTN: RESPONSABILIDADE PESSOAL 
 
Afasta a responsabilidade dos devedores originais, onde esses não responderão 
subsidiária ou solidariamente. 
 
 
Não prevê hipótese de exceção à responsabilização, como fez o art. 130 CTN (final do 
caput e parágrafo único. 
 
 
✓ Inc. I: RESPONSABILIDADE DOS DEVEDORES SUCESSORES NA AQUISIÇÃO 
DE BENS MÓVEIS / SEMOVENTES (RESP. ‘INTER VIVOS’) 
O adquirente ou remitente assumirá a responsabilidade pelas dívidas anteriores à aquisição (ex: 
compra veículo – IPVA). 
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em 
http://ebbilustracoes.blogspot.com/2011_02_01_archive.html
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/
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Obs: 
- adquirente assume pelos bens adquiridos; 
- remitente assume pelos bens remidos 
 
 
 
 
✓ Incs. II e III: RESPONSABILIDADE NA SUCESSÃO ‘MORTIS CAUSA’. 
Transmissão de bens em virtude de morte do proprietário – contribuinte. 
 
 
Fonte: Manual Direito Tributário – Eduardo Sabbag 
 
Obs: ESPÓLIO: o CTN trata como ‘pessoa’, porém é o conjunto de bens, direitos, dívidas e 
responsabilidades do falecido. 
 
INSTITUTO DA REMIÇÃO: verbos 
remir / redimir: resgate do bem 
penhorado, mediante pgto da dívida. 
Lembrar: 
- penhora: bem penhorado 
- penhor: bem empenhado 
 
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Atenção!! Interpretação ‘TRIBUTO’, constante nos incisos do art. 131: 
✓ STF: tributos (+ juros e correção), não incluindo penalidades – multas. A Corte entende 
que não se pode infligir sanção aos descendentes (RE 95.213-6/SP). 
 
✓ STJ: tributos (+ juros e correção) e penalidades pecuniárias (multas). (REsp 86.149/RS). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Art 132 CTN: RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO EMPRESARIAL 
(responsabilidade por atos societários). 
 
 
FUSÃO ------------------------- A + B = AB 
 
INCORPORAÇÃO------------ A < B = A (B) 
 
TRANSFORMAÇÃO -------- A Ltda ____ A S/A 
 
 
Nos casos acima, de quem será a responsabilidade tributária? 
 
A responsabilidade é da empresa que resulta dos atos societários (não dos sócios 
diretores). Assim: 
 
AB - A (B) - A S/A serão os responsáveis!!! 
 
A responsabilidade é EXCLUSIVA – não subsidiária. 
 
Atenção!! Extensão da regra do ‘caput’ do art. 132 CTN: 
 
 - Parágrafo único (132): EXTINÇÃO DE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO 
PRIVADO: quando a respectiva atividade seja continuada por sócio remanescente, ou 
seu espólio. Estes serão os responsáveis tributários, havendo a responsabilização 
independente de sua regular constituição empresarial (em extinções fraudulentas ou ‘de 
fachada’, ver o art. 126, III CTN). 
 
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AB – fabrica vassouras - AB – extinta - Antigo sócio ou espólio - Continuidade no 
negócio (mesmo objeto) - Serão responsáveis tributários. 
 
 
E na CISÃO? 
 
 
 
 
 
 
 De quem é a responsabilidade por débitos tributários de ‘A’? 
 
O CTN não prevê esta hipótese, poisa CISÃO foi regulada pela Lei 6.404/76, art. 229 
(Lei das S/A), após a edição do CTN de 1966. Aqui trabalha-se a lógica do art. 132: a 
responsabilidade será das empresas resultantes, sob regime de solidariedade. 
 * Art 133 CTN: RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO COMERCIAL 
Sucessão Comercial: 
✓ Estabelecimento comercial 
✓ Industrial ou profissional 
✓ Fundo de comércio (ponto, clientela, marca) 
Continuar a respectiva exploração do empreendimento (se não continuar, não há 
responsabilidade). 
AQUISIÇÃO – e não locação... 
Ex: Adquire uma padaria e continua a exploração da mesma atividade. Porém, se compra a 
padaria e passa a vender roupas, não responderá. 
 
RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE: 2 tipos 
a) Integral (art. 133, I CTN): se o alienante cessar toda e qualquer exploração econômica, 
e não retomando-a no período de 6 meses. 
 
b) Subsidiária (art. 133, II CTN): se o alienante prosseguir com alguma exploração 
econômica OU der início a uma nova exploração no prazo de 6 meses. Aqui existe o 
benefício de ordem (1º o alienante e depois o adquirente). 
 
 
IMPORTANTE!!! 
 
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LC 118/ 2005: acrescentou 3 parágrafos ao art. 133 CTN. 
 
Objetivos: 
✓ Relativizar a responsabilidade prevista no ‘caput’, amoldando o CTN à nova 
“Lei de Recuperação e Falência” (Lei 11.101/2005) – LO; 
 
✓ Facilitar a sobrevivência de empresas, no caso de recuperação judicil. 
 
✓ Estimular as alienações de empresas em processo de falência, ofertando 
garantias ao adquirente. 
 
 
 
 
 
 
 
§ 1º (art 133 CTN): estabelece casos da não aplicação da regra do ‘caput’ 
 ALIENAÇÃO JUDICIAL 
Em processo de falência Em processo de recuperação judicial 
 O adquirente não será responsável tributário (art. 60, parágrafo único da LF) 
 
 § 2º (art 133 CTN): Ressalvas à aplicação do § 1º. Apesar da alienação judicial, 
não se aplicará o benefício do §1º. Por que?? Evitar-se a fraude à sucessão (casos em que o 
adquirente é sócio ou parente do alienante). 
 § 3º (art 133 CTN): Estabelece que o produto da alienação judicial permanecerá 
em conta de depósito judicial pelo prazo de 1 ano, sem possibilidade de saque para pagamento 
de créditos concursais (art. 83 LF). Porém, admite-se o saque para pagamento de créditos 
extraconcursais (art. 84 LF) ou créditos que preferem ao tributário, que no caso da falência 
deixa de ter preferência, por ex: provenientes legislação do trabalho e os extraconcursais. 
 (XXIII Exame OAB ) A massa falida X possui (i) débitos tributários vencidos de Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS; (ii) débitos decorrentes da legislação do 
trabalho, no valor de 30 salários mínimos; (iii) débitos com os sócios da massa falida X; e (iv) 
remuneração devida ao administrador da massa. Em tal quadro, assinale a afirmativa correta: 
 
A. O débito de natureza tributária será pago em primeiro lugar. 
B. O débito de natureza tributária será pago em segundo lugar. 
C. O débito de natureza tributária será pago em terceiro lugar. 
D. O débito de natureza tributária será pago em quarto lugar. 
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B.3) De TERCEIROS devedores: arts. 134 e 135 CTN 
Terceiros: são administradores ou gestores da vida patrimonial de certos contribuintes (menor, 
tutelado, curatelado, espólio, massa falida...). A responsabilidade relaciona-se aos atos 
praticados sob a sua gerência ou supervisão. 
 * Art 134 CTN: RESPONSABILIDADE DECORRENTE DE ATUAÇÃO REGULAR 
RESPONSÁVEL CONTRIBUINTE 
I- pais Filhos menores 
II- tutores e curadores Tutelados e curatelados 
III- adm. de bens de terceiros Terceiros 
IV- inventariante Espólio 
V- Adm. judicial Massa falida 
VI- tabeliães, escrivães e outros 
serventuários de ofício 
Pessoas que realizam atos conexos 
VII- sócios Sociedade de pessoas em liquidação (nas 
quais subsiste a responsabilidade ilimitada 
dos sócios – hj praticamente extintas. 
 * Art 135 CTN: RESPONSABILIDADE DECORRENTE DE ATUAÇÃO 
IRREGULAR 
Responsabilidade pessoal e exclusiva (não solidária); 
Agirem na relação jurídico-tributária com excesso de poderes ou infração à lei. 
 
Atenção!! 
1) Arts. 136 e 137 CTN: o código “mistura” a temática responsabilidade ao tema ilícitos 
tributários. “Responsabilidade por infrações”: responsabilidade por multas aplicáveis 
na esfera jurídico-tributária, não tendo ligação com “sujeição passiva indireta”. 
 
2) Denúncia Espontânea: art. 138 CTN - A responsabilidade tributária é excluída pela 
denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo 
devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade 
administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. 
 
Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento 
administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 
 
Portanto, para caracterização da denúncia espontânea, são duas as condições: 
 
1) a tempestividade da denúncia, ou seja, deverá ser anterior a qualquer procedimento 
administrativo fiscalizatório da infração; e 
 
2) que seja efetuado o pagamento de tributo devido ou ainda, o depósito da importância 
arbitrada pelo Fisco, observadas as peculiaridades de cada caso. 
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Entretanto, tal regra não se aplica a maioria dos tributos chamados "por homologação" (onde o 
próprio contribuinte calcula e recolhe o tributo devido) - como exemplos: IRPJ, PIS, COFINS, 
CSLL, IPI, ICMS, ISS, etc. 
 Neste sentido a Súmula nº 360, do STJ: “O benefício da denúncia espontânea não se aplica 
aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a 
destempo”. Ou seja, como a grande maioria dos tributos, no Brasil, é de natureza 
homologatória, na prática o efeito da denúncia espontânea é muito restrito, ficando limitado aos 
tributos lançados "por ofício", como IPTU e IPVA. 
A Receita Federal do Brasil (RFB) apresentou entendimento, através da Solução de Consulta Interna 
Cosit 8/2016, que somente é possível admitir denúncia espontânea, tributária ou administrativa, se não 
for violada a essência da norma, suas condições, seus objetivos e, consequentemente, se for possível a 
reparação. 
Desta forma, segundo este entendimento, é inadmissível a denúncia espontânea para tornar sem efeito 
norma que estabelece prazo para a entrega de documentos ou informações, por meio eletrônico ou outro 
que a legislação aduaneira determinar. 
 ESTUDO DE CASO 
Em janeiro de 2014, a pessoa jurídica Beta adquiriu o estabelecimento comercial da pessoa 
jurídica Delta e continuou a explorar a atividade sob outra razão social. Ao adquirir o 
estabelecimento, a pessoa jurídica Beta não elegeu domicílio tributário. Três meses após a 
alienação, a pessoa jurídica Delta iniciou nova atividade no mesmo ramo de comércio. Em 
janeiro de 2015, a pessoa jurídica Beta foi notificada pelo Estado de Minas Gerais para 
pagamento de créditos de ICMS relativos ao estabelecimento adquirido e referentes ao ano de 
2013, uma vez que, de acordo com o Estado de Minas Gerais, a responsabilidade da pessoa 
jurídica Beta quanto a tais créditos seria integral. 
Diante disso, responda aos itens a seguir. 
A) É correto o entendimento do Estado de Minas Gerais no sentido de que a responsabilidade 
da pessoa jurídica Beta é integral? 
B) Diante da falta de eleição de domicílio tributário pela pessoa jurídica Beta, qual(is) local(is) 
deve(m) ser indicado(s) pela administração tributária para a notificação? 
http://www.portaltributario.com.br/tributos/irpj.html
http://www.portaltributario.com.br/guia/pis_cofins.html
http://www.portaltributario.com.br/tributos/csl.html
http://www.portaltributario.com.br/guia/ipi.html
http://www.portaltributario.com.br/tributos/icms.htmlhttp://www.portaltributario.com.br/tributos/iss.html
http://www.portaltributario.com.br/tributario/impostos_iptu.htm
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/solucao-de-consulta-interna-cosit-8-2016.htm
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/solucao-de-consulta-interna-cosit-8-2016.htm

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