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1 DIREITO TRIBUTÁRIO I / AULAS 5, 6,7, 8 / PROFª ALINE AMARO CORREIA 2. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 2.1 Definição de Tributo Art. 3º CTN: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. – é prestação pecuniária; Prestação pessoal obrigacional de dar ($$$$$). Obs: as obrigações podem ser de DAR, FAZER e NÃO FAZER. O tributo será sempre uma prestação obrigacional de DAR. – é compulsória; Receita derivada obrigatoriamente cobrada pelo Estado, no uso de seu poder de império (capacidade de o Estado impor soberanamente sua vontade com vistas a atender ao interesse público). – em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir; Em $$$ ou outra forma autorizada, pois tributo não pode ser pago “in natura” (bens), nem “in labore” (trabalho)... Hipóteses de conversão: ✓ autorização para pagamento de tributo com Títulos da Dívida Pública. Aqui somente para ITR (50% com TDA, ver 184 CF, desapropriação para fins de reforma agrária) (não do art. 5º, XXIV CF). ✓ dação em pagamento em bens imóveis, art. 156, XI CTN. – tributo não constitui sanção de ato ilícito; Aqui reside a diferença entre tributo e multa: apesar de ambos serem receitas derivadas, a multa é justamente o que o tributo está proibido de ser – sanção; penalidade por ato ilícito. Obs multa de trânsito não é penalidade tributária. – é instituído por meio de lei; Obrigação “ex lege”. Obs: a EC/32-01 derrogou (derrogação/abrrogação) o art. 3º do CTN, pois previu a possibilidade de instituição de imposto por medida provisória, art. 62, § 2º CF. – é cobrado mediante atividade plenamente vinculada (lançamento). ✓ Veda-se na ação de exigir-se tributos, a utilização de discricionariedade (critérios de conveniência e oportunidade). ✓ Art. 142 CTN – lançamento: atividade vinculada. Procedimento de exigibilidade do tributo. ✓ No lançamento: • quantificar (calcular o montante) o tributo: “quantum debeatur”. • qualificar (mostrar sua existência e espécie) o tributo: “an debeatur”. 2 ✓ Lançamento não é ato autoexecutório, ou seja, imediatamente executado. O contribuinte pode discutir acerca do pagamento administrativa ou judicialmente. 2.2 NOÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL - A expressão sistema Tributário Nacional (STN) é utilizada pela CF, no Capítulo I do Título IV (Da Tributação e do Orçamento): arts. 145 a 162 CF. - Quando uma questão de prova refere-se ao STN, ela está tratando das “normas constitucionais de Direito Tributário”, constantes nos arts. 145 a 162, que abrangem: • princípios tributários gerais: art. 145 a 149-A CF • limitações ao poder de tributar: art. 150 a 152 CF • competência legislativa: art. 153 a 156 CF • repartição das receitas tributárias: art. 157 a 162 CF • custeio das contribuições sociais: art. 195 CF - As limitações ao poder de tributar encontram-se na CF nos arts, 150 a 152, são os chamados “princípios constitucionais tributários”. PRINCÍPIOS REGRAS Normas mais amplas Robert Alexy: mandamentos de otimização – devem ser cumpridos da maior maneira possível, o máximo possível, se não consegui-lo integralmente. Havendo conflito entre princípios, os dois coexistirão. Normas mais específicas Exigem total cumprimento (integral). Havendo conflito entre regras, uma revoga a outra. - Procura-se uma ponderação entre eles. Muitas vezes não será o Direito quem fará escolhas. - Se os tributos existem para satisfazer o bem comum, ele tem que atender a proporcionalidade e o mínimo existencial (não pode ser confisco) de cada ser humano. Se o tributo se torna abusivo e desproporcional, torna-se inconstitucional, ferindo ao princípio da dignidade da pessoa humana (tem que atender a capacidade contributiva). - Para o STF, o princípio tributário é uma garantia individual do contribuinte, associando-se igualmente à condição de cláusula pétrea (art. 60, § 4º, IV CF). - PODER DE TRIBUTAR: é o poder político de invasão patrimonial desencadeado pelas entidades tributantes (U / E / DF / M). 3 3. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS São as limitações ao Estado, ao poder de tributar. As limitações podem ter natureza: ✓ Geral: art. 150 CF (U / E / DF / M) ✓ Específica para a União: art. 151 CF ✓ Específica para os Estados, Municípios e DF: art. 152 CF São PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS: - Legalidade Tributária (art. 150, I); - Anterioridade Tributária (art. 150, III, “b” e “c”); - Isonomia Tributária (art. 150, II); - Irretroatividade Tributária (art. 150, III, “a”); - Vedação ao Confisco (art. 150, IV); - Não limitação ao Tráfego de Pessoas e Bens e a Ressalva do Pedágio (art. 150, V); - Uniformidade Geográfica (art. 151, I); - Proibição da tributação federal diferenciada da renda da dívida pública e da remuneração dos agentes, em âmbito não federal (art. 151, II); - Proibição das Isenções Heterônomas (art. 151, III); - Não discriminação baseada em procedência ou destino (art. 152). 3.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150,I CF) - “U/E/DF/M só podem exigir (instituir) e majorar tributos por meio de lei” (ver paralelismo de formas, art. 97, I CTN). POR QUÊ? Para responder busca-se a lógica valorativa (vetor axiológico), que neste caso é a SEGURANÇA JURÍDICA, traduzida pela ideia de consentimento popular: LEI- LEGISLATIVO-REPRESENTANTE DO POVO. Pontes de Miranda: “O povo tributando a si mesmo”. Obs: AQUI O EXECUTIVO NÃO É BEM VINDO!! - O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA pode ser: • genérico: art. 5º, II CF “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 4 • específico: art. 150, I CF (para o dir. tributário): reserva legal ou estrita legalidade (art. 97, I CTN). - LEI ORDINÁRIA X COMPLEMENTAR Pergunta-se: que lei é essa citada no art. 150, I CF? • lei ordinária: regra • lei complementar: quatro tributos TRIBUTOS INSTITUÍDOS POR LEI COMPLEMENTAR a) IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS (IGF): art. 153, VII CF - competência tributária a ser exercida. b) IMPOSTO RESIDUAL: art. 154, I CF, por LC pela União. Obs: residual deve ser associado a algo novo. Pode nascer tributo além dos já existentes. O nome seria, por exemplo, “Imposto Residual Fulano de Tal”. c) EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO: art. 148 CF d) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA RESIDUAL: art. 195, § 4º CF. - “EXCEÇÕES” AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA: não necessitam de lei formal. Poder Executivo Federal pode alterar as alíquotas (e não a base de cálculo) de quatro IMPOSTOS, aumentando-as ou reduzindo-as (art. 153, § 1º CF): Art. 153 CF: “EXCEÇÕES” à legalidade Inciso I: importação “II” Inciso II: exportação “IE” Inciso IV: produtos industrializados “IPI” Inciso V: operações financeiras “IOF” Instrumentos: • “II” e “IE”: em geral, Portaria do Ministério da Fazenda • “IPI” e “IOF”: sempre Decreto Presidencial Obs: na verdade, trata-se de uma “mitigação”, “atenuação” ao princípio da legalidade, pois os impostos acima “nascem” através de lei, sendo que somente suas alíquotas sofrem alteração pelo Poder Executivo. 5 POR QUÊ? Porque sendo impostos flexíveis, haja vista o manejo permitido sobre as suas alíquotas, eles têm EXTRAFISCALIDADE (finalidade extraordinária). EXTRAFISCALIDADE: instrumento tributário que marca certos gravames (tributos) reguladores de mercado. Assim, o tributo extrafiscal não atende a finalidades arrecadatórias, mas busca corrigir certas externalidades (estimular/inibir comportamentos – tarefas extrafiscais). “II” e “IE”: balança comercial “IPI”: industrial “IOF”: inflação (controla o índice inflacionário) COMPLEMENTO ÀSEXCEÇÕES Através da EC 33/2001: acrescentaram-se mais duas hipóteses de exceção (tbém extrafiscais): - CIDE-COMBUSTÍVEL: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (art. 177, § 4º, I, “b”, CF) – tributo federal, Lei 10.336/01. As alíquotas poderão ser reduzidas e restabelecidas por ato do Poder Executivo Federal, por meio de Decreto Presidencial (a majoração só por lei). - ICMS-COMBUSTÍVEL: (art. 155, § 4º, IV, “c”, CF) - tributo estadual. As alíquotas poderão ser reduzidas e restabelecidas por ato do Poder Executivo Estadual (a majoração só por lei). Ver LC 87/96 (Lei Kandir). DICA 1 - a Reserva Legal está prevista no art. 97 do CTN, indicando a noção tipificante da lei tributária, que possui ingredientes inafastáveis e que dão o timbre da “reserva tributária”, são os itens: - alíquota - base de cálculo - sujeito passivo - multa - fato gerador Obs: para o STF, a alteração na data do tributo, por não constar da lista do art. 97, CTN, pode ser tratada por ato infralegal. 6 DICA 2 - MEDIDA PROVISÓRIA pode criar e aumentar IMPOSTOS (art. 62, § 2º CF), porém por força do art. 62, § 1º, III CF, não podem ser editadas MPs sobre matérias de lei complementar (ver art. 146 CF). Ocorre que, o STF faz interpretação ampliativa: IMPOSTOS = TRIBUTOS ATIVIDADE DIRIGIDA 1- O Tributo pode possuir função fiscal, extrafiscal e parafiscal. Discorra sobre o assunto. 2- O Poder Legislativo paulista, por meio de lei ordinária, instituiu alíquota do ICMS em 18%, facultando ao Executivo fixa-la em até dois pontos percentuais a maior, por determinado prazo. Aprecie a matéria sob o prisma da Lei maior. A questão deve ser considerada com invocação do art. 150, I CF, sendo inconstitucional a pretensão em face do princípio da estrita legalidade da tributação (art. 97 CTN). Ainda, a inconstitucionalidade se manifesta em razão da indevida delegação de poderes ao Executivo. 3.2 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150,III, “b” e “c” da CF) - O princípio se refere ao adiamento da eficácia da lei tributária, razão pela qual é conhecido como “princípio da eficácia diferida” (adiada). LEI = PUBLICAÇÃO + VIGÊNCIA (eficácia imediata, coincidente com a publicação e vigência). “Essa Lei entra em vigor na data da sua publicação” LEI = PUBLICAÇÃO + VIGÊNCIA + CONDIÇÃO SUSPENSIVA (a eficácia não é imediata, não coincidindo com a publicação e vigência). Essa condição ‘suspensiva’, adia a eficácia da lei. Aqui opera o princípio da anterioridade tributária. • Fiscal: a finalidade é arrecadar $, ex. IR, ICMS, ISS • Extrafiscal: finalidade “modificar comportamento” • Parafiscal: arrecadar $ para custeio de atividade que não integra funções próprias do Estado (ex. 3º Setor; Conselhos de Classe). 7 POR QUE ADIAR O PAGAMENTO? - Segurança Jurídica Art. 150, III CF A partir de 2003, as duas regras passaram a coexistir. Exercício financeiro = ano fiscal = ano civil (no Brasil coincide 1º jan. a 31 de dez.) Cálculos: 1º Caso: Lei de 15.12.2017 criou ou majorou tributo. Qdo terá eficácia? 2º Caso: Lei de 15.10.2017 criou ou majorou tributo. Qdo terá eficácia? 3º Caso: Lei de 15.08.2017 criou ou majorou tributo. Qdo terá eficácia? Existe um ponto (data) no calendário que antes dele será sempre “anterioridade anual” e a partir dele, “nonagesimal”: a partir (inclusive) 3 de outubro. 8 EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150, § 1º CF a) Exceções à Anterioridade Anual: (oito tributos) - “II” – “IE” – IPI – IOF (extrafiscalidade) - Imposto Extraordinário Guerra (caráter emergencial) - Empréstimo Compulsório Calamidade Pública/Guerra (caráter emergencial) - CIDE-COMBUSTÍVEL e ICMS-COMBUSTÍVEL (extrafiscais – EC 33/01. b) Exceções à Anterioridade Nonagesimal: (oito tributos) - “II” – “IE” – IR – IOF (extrafiscalidade) - Imposto Extraordinário Guerra - Empréstimo Compulsório Calamidade Pública/Guerra (caráter emergencial) - Alteração na base de cálculo do IPTU e IPVA (EC 42/03) Exceções à Anterioridade Anual II IE IPI - IOF IEG Emp. Comp Calam Guerra CIDE COMB Art. 177, §4º, I, “b” CF ICMS COMB Art. 155, §4º, V, “c” CF - - Exceções à Anterioridade Nonagesimal II IE - IR IOF IEG Emp. Comp Calam Guerra - - Altera- ção da base de cálculo IPTU Altera- ção da base de cálculo IPVA Qdo $$? Eficácia da lei? Incidência? JÁ JÁ 91º dia 1º Jan Ano seg JÁ JÁ JÁ 91º dia 91º dia 1º Jan Ano seg 1º Jan Ano seg PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ESPECIAL PARA AS CONTRIBUIÇÕES SOCIAL- PREVIDENCIÁRIAS A contribuição para a seguridade social (PIS, COFINS, CSLL, entre outras) deverá ser exigida 90 dias – e não “três meses”! – após a publicação da lei que a instituiu ou a modificou, conforme se depreende do art. 195, § 6º, da CF: Art. 195. (...) § 6º. As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”. 9 Pergunta-se: Não bastava a regra geral, com a exceção da Anterioridade Anual? Ou seja, o tributo obedeceria somente a Noventena. Resposta: ocorre que a regra do art. 150, III, “c” CF fala em instituir e AUMENTAR e o art. 195, §6º CF em MODIFICAR. O STF já decidiu que a regra do art. 195, §6º só tem aplicação nos casos de instituição ou aumento das contribuições para a seguridade social. Para o STF 150, III, “c” CF = 195, § 6º CF Diferença apenas literal Esse posicionamento levou o STF (set/2003) à padronização da análise do tema, com a edição da Súmula 669, pois a alteração da data da cobrança era entendida como MODIFICAÇÃO e teria que obedecer a anterioridade especial (90 dias) do art. 195, §6º (para as contribuições social previdenciárias). Em setembro de 2003, foi editada Súmula n. 669 STF (e atual Súmula Vinculante n. 50): “Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade”. ATIVIDADE DIRIGIDA 1ª QUESTÃO: Vitor auferiu renda superior a R$ 150.000,00 no ano calendário de 2012, e não apresentou declaração ao fisco federal, mas pagou o IR. Desse modo, a obrigação acessória foi extinta. 2ª QUESTÃO: A Lei Complementar nº 104/2001, ao permitir a dação em pagamento de bens imóveis, como forma de extinção do crédito tributário, promoveu nova interpretação ao art. 3º do CTN, que confere ao tributo uma prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. 3ª QUESTÃO: Tendo em vista que o tributo não pode constituir uma sanção por ato ilícito, não se faz possível a incidência de tributos sobre atividades criminosas, pois assim agindo o Estado estaria obtendo recursos de uma atividade por ele proibida. 4ª QUESTÃO: A atividade financeira é meramente instrumental, na medida em que apenas viabiliza a consecução das políticas públicas, as quais traduzem os objetivos estatais fixados pelo processo político. Portanto, a atividade financeira não constitui uma finalidade do Estado, tendo em vista não possuir um fim em si mesma. 5ª QUESTÃO: O objeto da relação jurídico-tributária é uma relação de direito pessoal obrigacional, sempre de ‘dar’ (prestação/obrigação principal), e jamais de ‘fazer’ ou ‘não fazer’ (acessórias). 6ª QUESTÃO: O tributo, em regra, pode ser pago ‘in natura’ ou ‘in labore’, quando o agente passivoassim o decidir. 10 7ª QUESTÃO: É defeso, na ação de exigir-se tributos, a utilização de discricionariedade, pois trata-se de atividade administrativa plenamente vinculada. 8ª QUESTÃO: Poder de tributar é o poder político de ‘invasão patrimonial’, desencadeado somente pela União. 9ª QUESTÃO: Dentre os tributos que necessitam de lei complementar para serem instituídos encontram-se os empréstimos compulsórios e os impostos residuais. 10ª QUESTÃO: O IGF – Imposto Sobre Grandes Fortunas- foi criado na Brasil através de lei ordinária, fato que desencadeou controle de constitucionalidade pelo STF, na ADIN 939- 7/DF. 11ª QUESTÃO: O Poder Executivo Federal pode alterar as alíquotas de quatro impostos, a saber: Importação (II), Exportação (IE), Produtos Industrializados (IPI) e Operações Financeiras (IOF). 12ª QUESTÃO: CIDE-Combustíveis e ICMS-Combustíveis possuem caráter extrafiscal, pois são considerados gravames reguladores de mercado. 13ª QUESTÃO: Para o STF, a alteração na data do tributo, por não constar da lista do art. 97 do CTN, pode ser tratada por ato infralegal. 14ª QUESTÃO: Conforme o art. 62, § 2º CF, Medida Provisória pode criar e aumentar impostos. Porém, o STF fez interpretação ampliativa acerca da matéria. 15ª QUESTÃO: Em situações especiais, a União pode utilizar tributo com efeito de confisco. 16ª QUESTÃO: Na atividade de cobrança de tributo a autoridade administrativa pode, em determinadas circunstâncias, deixar de aplicar a lei. 17ª QUESTÃO: Não é preciso lei para exigir-se tributos, as portarias executivas exercem a função de instituição destes. 18ª QUESTÃO: O tributo possui como característica constituir-se em sanção por ato ilícito. 19ª QUESTÃO: A CF/88 veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou majorou. Trata-se do princípio da legalidade, que, contudo, encontra na própria Constituição algumas exceções. 20ª QUESTÃO: A hipótese de incidência tributária (previsão legal) é sempre algo lícito. 21ª QUESTÃO: Tributo deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente discricionária. 22ª QUESTÃO: Tributo é toda prestação pecuniária facultativa, haja vista a liberdade de pagamento por intermédio de serviço de qualquer natureza, a chamada quitação “in labore”. 11 23ª QUESTÃO: Para que uma prestação pecuniária compulsória possa ser conceituada como tributo, é preciso que, além de ser cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, tenha como objeto moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e seja instituída em lei. 24ª QUESTÃO: Consoante a jurisprudência firmada pelo STF, o poder que tem o Estado de tributar sofre limitações, que são tratadas como cláusulas pétreas. 25ª QUESTÃO: As alíquotas dos impostos de importação e exportação podem ser alteradas por ato infralegal, de acordo com os limites previstos em lei, o que constitui atenuação ao princípio da legalidade. 26ª QUESTÃO: O prazo para recolhimento do tributo, por se tratar de elemento que tem repercussão na definição do montante a ser recolhido, deve ser definido em lei, não podendo ser estabelecido tão somente em regulamento. 27ª QUESTÃO: O Poder Executivo Federal pode alterar a base de cálculo dos Impostos de Importação e Exportação. 28ª QUESTÃO: Caso seja promovido aumento na alíquota do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) por lei publicada no dia 31.12.2012, a majoração poderá incidir sobre os fatos geradores a ocorrerem a partir de 01.01.2013, em face do princípio da anterioridade tributária. 29ª QUESTÃO: Nem todos os impostos se submetem rigorosamente ao princípio da anterioridade da lei tributária, v. g. Imposto de Importação, Imposto de Exportação, Imposto sobre Produtos Industrializados e o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários, uma vez que estes podem ser majorados e cobrados no mesmo exercício da norma que os houver elevado. 30ª QUESTÃO: A data de pagamento do ICMS, por ser dado que repercute na exigibilidade do tributo, não pode ser alterada por decreto. 31ª QUESTÃO: São exemplos de itens da Reserva Legal Tributária: alíquota, base de cálculo, sujeito passivo, multa e fato gerador. 32ª QUESTÃO: Segundo o princípio da anterioridade, é vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. A Constituição da República estabelece, no entanto, exceções a esse princípio, ao tratar, por exemplo, do Imposto sobre Importação de produtos estrangeiros e do Imposto sobre Grandes Fortunas. 33ª QUESTÃO: A relação jurídica tributária envolve parcela de soberania do Estado sobre o indivíduo, mas não pode ser corretamente considerada apenas como relação de poder, porquanto é também relação em que as normas jurídicas refreiam a ação do poder estatal. 34ª QUESTÃO: A concepção hoje predominante dos princípios do Direito Tributário é a de que eles visam precipuamente proteger o cidadão; nessa perspectiva, o princípio da legalidade significa que todos os elementos essenciais à cobrança do tributo devem estar definidos na lei 12 tributária, e um desses elementos é o prazo do pagamento do crédito tributário, de modo que, sem a definição desse aspecto na lei criadora do tributo, este não poderá ser validamente cobrado. 35ª QUESTÃO: A vedação constitucional de cobrança de tributos antes de decorridos 90 dias da data em que tenha sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou, sem o prejuízo do princípio da anterioridade, se aplica à fixação da base de cálculo do imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA). 36ª QUESTÃO: A Segurança Jurídica é o vetor axiológico dos princípios tributários da Legalidade e Anterioridade. 37ª QUESTÃO: Norma legal que altere o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. 38ª QUESTÃO: Em que pese o princípio da legalidade, e por decisão firmada pelo STF, a medida provisória pode instituir ou aumentar tributos, ressalvados aqueles que demandem lei complementar para sua instituição. 39ª QUESTÃO: O princípio da anterioridade, por assegurar a integridade do próprio Estado Federativo, aplica-se a todas as espécies tributárias, impedindo a Constituição da República qualquer exceção à incidência de seu comando normativo. 40ª QUESTÃO: Pelo princípio da legalidade, os elementos essenciais de todos os tributos são fixados por lei, inclusive as bases de cálculo e as alíquotas, não havendo exceção. 41ª QUESTÃO: A limitação decorrente do princípio da anterioridade, por configurar cláusula pétrea da Constituição da República, não pode ser elidida por emenda constitucional. 42ª QUESTÃO: O Princípio da Anterioridade Tributária não é condição suspensiva à eficácia da lei que instituiu ou majorou tributo. 43ª QUESTÃO: É lícito ao ente tributante exigir ou aumentar tributo mediante decreto ou ato administrativo, desde que publicado antes do início do exercício em que será cobrado. 44ª QUESTÃO: Decreto que reduz o prazo de recolhimento de imposto é inconstitucional, porque o prazo integra as exigências do princípio da legalidade. 45ª QUESTÃO: O Imposto sobre Operações Financeiras está sujeito ao princípio da anterioridade. 46ª QUESTÃO: É lícito ao ente tributante, como regra, cobrar imposto no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. 47ª QUESTÃO: Sobre as contribuições relacionadas na Constituição Federal, é correto afirmar que às contribuições sociais previdenciárias aplicam-se os princípios constitucionaisda anterioridade e da anterioridade nonagesimal, cumulativamente. 13 48ª QUESTÃO: O tributo “A” foi instituído por lei publicada em 05.07.2012 e o “B” por lei publicada em 16.11.2012. Esses tributos podem ser cobrados em 1º de janeiro/2013 e 15 de fevereiro de 2013, respectivamente. 49ª QUESTÃO: A atualização do valor monetário da base de cálculo constitui majoração do tributo, devendo ser estabelecida por meio de lei. 50ª QUESTÃO: A lei que fixa nova base de cálculo para o IPTU e IPVA tem eficácia noventa dias a contar da publicação. GABARITO: 1 F; 2 V; 3 F; 4 V; 5 F; 6 F; 7 V; 8 F; 9 V; 10 F; 11 V; 12 V; 13 V; 14 V; 15 F; 16 F; 17 F; 18 F; 19 F; 20 V; 21 F; 22 F; 23 V; 24 V; 25 V; 26 F; 27 F; 28 F; 29 V; 30 F; 31 V; 32 F; 33 V; 34 F; 35 F; 36 V; 37 V; 38 V; 39 F; 40 F; 41 V; 42 F; 43 F; 44 F; 45 F; 46 F; 47 F; 48 V; 49 F; 50 F. QUESTÃO 1 O governo federal, com o objetivo de proteger a indústria nacional fabricante de aço, publicou, no ano de 2015, um decreto que aumentava de 15 para 20% a alíquota do imposto sobre a importação de produtos siderúrgicos, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei formal. O decreto previu que o aumento já valeria para aquele mesmo exercício financeiro. Considerando a hipótese acima, responda aos itens a seguir. A) A majoração da alíquota do imposto de importação poderia se dar por meio de um ato do Poder Executivo? (Valor: 0,65) B) O governo federal agiu legalmente ao exigir a alíquota majorada do imposto de importação no mesmo exercício financeiro? (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. Gabarito comentado A) Sim. O Imposto de Importação é exceção ao princípio da legalidade, ou seja, sua alíquota pode ser majorada por meio de ato do Poder Executivo, desde que atendidas às condições e aos limites estabelecidos em lei, conforme dispõe o Art. 153, §1º, da CRFB/88. B) Sim. Por ser um imposto que tem como função regular o mercado, o Imposto de Importação é exceção ao princípio da anterioridade, podendo ser alterado e cobrado ao tempo conveniente, conforme Art. 150, § 1º da CRFB/88. QUESTÃO 2 No dia 23 de dezembro de 2013, a União, atendendo aos limites da disciplina legal do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), publicou decreto aumentando a alíquota para automóveis, a partir da data de sua publicação. 14 Em vista desse aumento, a pessoa jurídica X decide impugná-lo, tendo como base a violação do princípio da anterioridade nonagesimal/noventena. Com fundamento no princípio da legalidade tributária, a pessoa jurídica entende, ainda, que o aumento da alíquota não poderia ter sido veiculado por meio de decreto, considerando o disposto no Art. 150, I, da Constituição, que veda a exigência ou o aumento de tributo sem lei que o estabeleça. Diante de tal quadro, responda aos itens a seguir. A) Prospera o argumento da pessoa jurídica relativo ao princípio da anterioridade nonagesimal/noventena?(Valor: 0,65) B) Prospera o argumento da pessoa jurídica relativo ao princípio da legalidade tributária? (Valor: 0,60) Gabarito comentado A questão busca verificar o conhecimento do examinando sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar. A) Sim. Quanto à alegada violação ao princípio da anterioridade nonagesimal/noventena, o argumento está correto, por força do Art. 150, III, c, da Constituição, não excepcionado, para o IPI, pelo Art. 150, § 1º, da CRFB. B) Não. Pois não há violação ao princípio da legalidade tributária, pois o Art. 153, § 1º, da Constituição, faculta ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do IPI. 1º ESTUDO DE CASO Em março de 2014, o Estado A instituiu, por meio de decreto, taxa de serviço de segurança devida pelas pessoas jurídicas com sede naquele Estado, com base de cálculo correspondente a 3% (três por cento) do seu faturamento líquido mensal. A taxa, devida trimestralmente por seus sujeitos passivos, foi criada com o objetivo de remunerar o serviço de segurança pública prestado na região. A taxa passou a ser exigível a partir da data da publicação do decreto que a instituiu. Comente a regularidade da instituição do tributo. .
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