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AULA 15 - ASSOCIAÇÕES - PESSOAS JURÍDICAS

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Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
 Disciplina: Direito Civil 
 carlosedufs 
 
AULA 15 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL 
ASSOCIAÇÕES – PESSOAS JURÍDICAS 
Olá, pessoal! Meu nome é Carlos e eu sou especialista em Direito Civil do Passei Direto. Hoje 
o tema é associações. Vamos lá? 
DISPOSITIVO LEGAL 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não 
econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com 
vantagens especiais. 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. 
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a 
transferência daquela não importará, de per si , na atribuição da qualidade de associado ao adquirente 
ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em 
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. 
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido 
legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. 
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: 
I – destituir os administradores; 
II – alterar o estatuto. 
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido 
deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido 
no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. 
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um 
quinto) dos associados o direito de promovê-la. 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
 Disciplina: Direito Civil 
 carlosedufs 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se 
for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade 
de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à 
instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1 o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes 
da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo 
valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. 
§ 2 o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação 
tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se 
devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. 
 
ASSOCIAÇÕES 
Se você viu pessoas jurídicas na faculdade ou no curso preparatório ou em qualquer livro, com 
certeza você já ouviu falar dessa dupla: a associação e a fundação. Hoje trataremos das associações. 
O Código Civil inicia dizendo que as associações não possuem fins econômicos. CUIDADO!! 
Isso não significa que a associação não possa obter vantagem pecuniária, ou seja, que a associação 
não possa gerar receita. Afinal, ninguém pode ser obrigado a sustentar uma associação e se ela não 
tem resultado positivo no balanço, tende a fechar. 
O que acontece é que a receita NUNCA poderá ser dividida entre os associados. 
Mas como assim? Digamos que em um grupo de moradores de um bairro crie uma associação 
chamada “Associação Protetores da Pracinha”, em que todos os finais de semana se reúnem em 
mutirões para pintar o parquinho, podar as árvores, varrer ruas e calçadas e fazer pequenos reparos. 
É possível que a associação venda, para custear o material, quentinhas aos domingos, inclusive com 
lucro, MAS TODO LUCRO DEVE SER REVERTIDO EM FAVOR DA ASSOCIAÇÃO. Assim, os 
associados não podem dividir entre si o que sobrou, ainda que possam reinvestir em material ou 
mesmo na sede ou um veículo da associação. 
Logo em seguida, se diz que os associados não possuem direitos e obrigações recíprocos. 
Ora, todos eles possuem seus direitos e deveres dentro da associação, mas eles não são de uns em 
relação aos outros, sendo sempre em relação à associação. 
MACETE: dinheiro e trabalho na associação, só em favor da própria associação. NÃO 
ESQUEÇA. 
 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
 Disciplina: Direito Civil 
 carlosedufs 
A associação é criada por meio de registro de 
ESTATUTO no RCPJ e os requisitos estão no art.54 do Código 
Civil (nem pense em gravar esse artigo, mas vale a pena dar 
uma lida pra saber que existe – e tá logo aqui em cima). 
Não pode ter distinção de direitos entre associados de 
uma mesma categoria. Quando eu grifo essas coisas, é porque 
normalmente gravamos pela metade. A distinção não pode se 
dar numa mesma categoria, mas se o estatuto criou categorias 
distintas, é possível ter distinção entre elas. Calma que eu 
explico: digamos que na “Associação Protetores da Pracinha” 
tivesse o estatuto previsto a categoria “Praceiro Profissional” e 
a categoria “Praceiro Iniciante”, em que o primeiro tivesse 
direito a voto nas questões orçamentárias e o segundo não. Todo 
“Praceiro Profissional” teria o mesmo direito, não podendo 
haver distinção entre eles. De outro lado, todo “Praceiro 
Iniciante” teria o mesmo direito, não podendo haver distinção 
entre eles. Entretanto, entre o “Praceiro Profissional” e o “Praceiro Iniciante”, haveria distinção 
aceita: o primeiro vota nas questões orçamentárias e o segundo não e vida que segue. 
REGRA: a qualidade de associado não se transmite, seja para herdeiros ou transmissão inter 
vivos (ex. compra e venda; doação etc.), salvo disposição do estatuto, ou seja, o estatuto pode prever 
a transmissibilidade, aí tudo bem! 
Mas e se o associado que faleceu ou vendeu fosse dono de fração ideal (ex. contribuiu com 
10% da formação da associação), então o direito patrimonial é transmitido. Quem adquire ou sucede, 
não vira associado, mas terá direito a receber aquele valor se a associação for encerrada ou houver 
exclusão (é um ressarcimento daquilo que se gastou). 
CAI MUITO! DESPENCA: para excluir associado é necessário haver: 1) justa causa; 2) 
direito a um “devido processo”, o que inclui ampla defesa, contraditório e duplo grau (que é o 
direito a recorrer). Para isso, é importante que o estatuto preveja qual é o procedimento de exclusão 
(ex. votação em assembleia, prazo para defesa, quem analisa recurso etc.). E o mesmo vale para 
retirar de um associado o direito de exercer direito ou função que foi legitimamente concedido. 
Assembleia geral: é o órgão soberano de toda associação (tem que existir!) e somente ela 
poderá (i) alterar estatuto e; (ii) destituir administradores, MAS TEM QUE SER 
CONVOVADA ESPECIFICAMENTE PARA ESSE FIM. 
RELEMBRANDO... 
A pessoa jurídica “nasce” 
com o registro dos atos 
constitutivos no órgão 
competente. 
Os atos constitutivos 
podem ser: 
1. Contrato Social; 
2. Estatuto. 
O órgão competente 
pode ser: 
1. RCPJ: 
para sociedades 
simples; 
2. JUCERJA: 
para sociedades 
empresárias 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
 Disciplina: Direito Civil 
 carlosedufs 
Exemplificando:se descobriu que o Presidente da “Associação Protetores da Pracinha” estava 
utilizando tintas utilizadas para pintura dos canteiros para reformar sua casa ou mesmo que estava 
fazendo má gestão do dinheiro e cuidando de tudo de qualquer jeito. É possível removê-lo? Sim, mas 
por meio da Assembleia Geral convocada para esses fins, ou seja, se a assembleia for convocada para 
discutir alteração do estatuto, não poderá destituir administrador e vice-versa. O mesmo ocorre se for 
convocada para outros fins (o edital de convocação traz, na prática: deliberar sobre... eleição de novo 
administrador ou coisa do tipo). 
Quem pode convocar a Assembleia Legislativa ou qualquer órgão deliberativo? Na forma 
do Estatuto – normalmente o Administrador tem essa competência. Mas, para assegurar que a 
minoria possa mudar as coisas, o Código Civil previu a possibilidade de convocação por meio de 
1/5 dos associados. 
DISSOLUÇÃO DA ASSOCIAÇÃO: 
1. Término do prazo de duração: quando se fixa o prazo de término (por exemplo, a 
“Associação Protetores da Pracinha” vigerá até o dia 17/08/2020. Chegada a data, será 
dissolvida. 
2. Ausência de interesse: digamos que a Prefeitura construa um posto de saúde no lugar 
da amada Pracinha da “Associação Protetores da Pracinha”, então não tem um porquê 
de existir. 
3. Um associado só: digamos que todos os outros faleceram ao longo do tempo e sobrou 
um. Tem que dissolver. 
4. Outros motivos: a possibilidade deve estar no estatuto 
 
Ok, foi dissolvido. E agora? 
1. Devolve para cada associado quanto se investiu, se houver previsão no 
estatuto e divide a fração ideal (qual percentual era de cada um): perceba o 
seguinte: não é dividir lucro ou o patrimônio, mas se cada membro da “Associação 
Protetores da Pracinha” investiu R$ 100,00, então cada um tem o direito de receber 
isso de volta, com os reajustes. 
2. Apurar o que sobra de patrimônio e então encaminhar para, nessa ordem: 
a. Outra entidade de fins não econômicos designada no estatuto: digamos que 
o estatuto dispusesse que no fim da “Associação Protetores da Pracinha”, 
o patrimônio iria para a “Associação Defensores da Prainha”; 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
 Disciplina: Direito Civil 
 carlosedufs 
b. Se o estatuto não falar nada, será por deliberação dos associados para: 
instituição municipal, estadual ou federal de fins idênticos ou semelhantes 
(digamos que exista o Instituto Municipal Amantes das Praças, então pode). 
c. Se não existir instituição de fim semelhante, irá para a Fazenda Pública (os 
cofres públicos) do Estado, Distrito Federal ou União: OBS: QUANDO 
VAI PARA A FAZENDA, NÃO ENGLOBA O MUNICÍPIO. 
 
 
BONS ESTUDOS E CONTINUEM NOS ACOMPANHANDO!

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